Izzy Nobre's Blog, page 29

December 21, 2014

Quer curtir um estilo novo de música? Conheça o synthwave!

Sabe quando você olha pra suas playlists no iTunes/Winamp/Spotify e tá de saco de cheio de TUDO, ao ponto de que se pergunta se algum dia realmente gostou dessas músicas? Chega um ponto de que você não quer simplesmente músicas novas; você precisa explorar todo um novo gênero musical!


Eu estava assim há alguns dias, aí descobri o synthwave. Aliás, pra ser mais exato, eu já conhecia o synthwave, mas foi nessas semanas que eu entrei de cabeça no estilo.


Synthwave é um estilo eletrônico que relembra aquele pop cheio de sintetizadores que foi um marco musical dos anos 80. O universo é cíclico, e por causa disso esse gênero está de volta.


Estive passeando pelos redutos de synthwave na internet e capturei algumas boas músicas pra você experimentar aí.


Vamos começar com Droid Bishop



Droid Bishop é um o produtor americano autor de músicas entre as quais ainda não ouvi uma que não tenha gostado. Toda a obra do cara é muito boa, o que me deixa na posição difícil de ter que recomendar uma. Recomendo Vanisher, que tem uma pegada um pouco mais “upbeat”.


E como se isso não fosse o bastante, o stage name do cara é uma referência a Aliens. A++.


Logo em seguida temos…



Quase tudo do Vogel é excelente também, e Night City é possivelmente a minha favorita deles.


Outra sensacional é…



Conheci essa música em 2007 ou 2008. Até hoje eu ainda não enjoei dela, apesar de ouvir literalmente todo dia. Até hoje quero fazer uma vídeo-montagem de viagem com essa música de trilha sonora, porque acho que encaixa perfeitamente. A ponte da música tem um crescendo que encaixa muito bem nesse gênero.


Mudando um pouco a pegada, temos também…



Essa é um pouco mais sinistra, com trovões ecoando na distância. Me faz pensar em Blade Runner. Pra fechar, ofereço…



Anamanaguchi é uma das bandas de mais destaque no gênero, e Endless Fantasy é minha música favorita deles. É mais “alegre” que a maioria das músicas que ouço no estilo, mas tá valendo. O solo de sintetizador que sobe aos 2 minutos (e a forma como o resto dos arranjos harmonizam com ele) é muito excelente, é o que vem na minha cabeça quando penso em synthwave.


Aliás, se você quiser entrar mais nesse estilo de música, recomendo esta listinha aqui do Last.FM.


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Published on December 21, 2014 10:05

December 16, 2014

Quando RPGistas atacam: a anatomia de um chilique

angry nerd

“SEU BURRO! SEU IMBECIL! VOCÊ ESTÁ ERRADO!”, digitou furiosamente um RPGista no Facebook


Dizer que sou alheio a confusões na internet seria uma tremenda inverdade. If anything, o meu nome é meio que um sinônimo de confusão e desacordo na internet. É uma alcunha que eu carregarei pro resto da vida por ter fundado os icônicos Semeadores da Discórdia.


Me aquietei bastante desde aquela época de caçar treta no orkut como modalidade esportiva, mas como qualquer pessoa que ganha a vida jogando opiniões no éter da interent (éternet?), inevitavelmente eu falo isto ou aquilo que toca no nervo de alguém — mais frequentemente, de um grupo, o que é mais grave — e lá estou eu envolvido em uma briga virtual nas redes sociais.


Só que tem um negócio: geralmente, quando uma opinião minha resulta num troca-tapas internético, existe — ainda que bem sutil, beeeem de levinho — uma pitadinha de mens rea; ou seja, frequentemente há de fato a pequenininha intenção de extrair uma reação furiosa de alguém. Quando eu critico veganos ou ateus com timbre meio jocoso, embora haja uma substância por trás da crítica, admito que junto com o pacote eu incluo alguns gramas de “é isso aí mesmo que eu falei, vai encarar?”. Acho que é parte da minha natureza.


Nesses casos eu entendo a reação explosiva dos criticados. O que eu não entendo, por outro lado, é quando algo completamente idôneo causa reações de fúria.


Essa semana eu postei um vídeo que pergunta a meus inscritos a quantas anda a cena de RPG, um hobby pelo qual já nutri um profundo vício mas do qual atualmente me encontro afastado. Eis o vídeo:



A pergunta é sincera — eu sou rodeado por todos os lados de amigos geeks, e não ouço mais nenhuma menção sequer sobre RPG, que era algo que dominava completamente o diálogo nerd uns 15 anos atrás. Me pergunto (e pergunto aos meus inscritos) se o hobby continua, e compartilho algumas de minhas experiências no mundo do role playing game. Tive que cortar quase 10 minutos de histórias — sério! — porque tinha TANTA coisa pra falar sobre RPG que não tinha como caber no formato de vídeo que eu faço.


Qualquer pessoa com maturidade emocional em dia e uma saudável capacidade de compreensão de texto e tom — ou seja, um ser humano adulto comum — entendeu o vídeo pelo que ele é: uma pergunta sincera de um grande fã da parada que, por causa das vicissitudes da vida, está há muito tempo distante do hobby. Pessoas como o Marcelo Cassaro, que é ninguém senão o criador do 3D&T (portanto um grandíssimo ídolo da minha adolescência) entenderam perfeitamente o que eu falei no vídeo — ele até me agradeceu por ele.


Não teve nesse vídeo absolutamente nenhuma palavra negativa sobre o hobby ou seus praticantes. Nem de brincadeirinha.


Evidentemente, não foi isso que muitos fãs do hobby entenderam. Alguns míopes não viram o ponto de interrogação no título do vídeo, e decidiram então nem assistir o vídeo que seria um suposto ataque ao hobby. Ficou a impressão superficial de que eu estava falando mal e pronto, não quero saber, quem esse nerd pensa que é?!


Eu comecei a sentir um backlash da comunidade RPGista através de algumas menções desconexas no Twitter, falando coisas como “VOCÊ NÃO SABE O QUE FALA O RPG ESTÁ MUITO VIVO SIM!“, ao que eu respondi apenas que estou plenamente ciente da minha falta de conhecimento em relação a cena, já que eu mesmo mencionei isso no vídeo.


Talvez ele suspeitou que eu estou por fora da cena de RPG por causa do momento em que eu literalmente admito que estou por fora da cena de RPG.


Pareceu-me inicialmente estranho que você responda a alguém falando “eu não sei muito sobre como anda a cena atualmente” com “SEU BURRO VOCÊ NÃO SABE COMO ANDA A CENA ATUALMENTE!!!” — por que você precisaria “refutar” uma admissão de ignorância…? — mas enfim. Algumas pessoas precisam extravasar suas frustrações e insuficiências através internet, quem sou eu para nega-los esta catarse? É mais barato que o terapeuta de quem elas urgentemente precisam, e eles merecem esse alívio.


Inicialmente achei que fossem só alguns perdidos que não entenderam realmente o tom do vídeo, sempre rola isso. Foi quando comecei a receber mensagens de donos de editoras de RPG (sério) me sugerindo que eu fizesse um vídeo de “retratação”, pra voltar atrás no que eu falei e esclarecer que o hobby está ainda muito vivo sim senhor, que eu comecei a coçar a barba com curiosidade.


Por que seria necessário um vídeo em que eu desminta algo… que eu não afirmei? Será que precisarei colocar cinco ou seis pontos de interrogação no título dos vlogs no futuro, pra quem consigam discernir uma pergunta de uma declaração…? Espero que não, ia ficar feio pra caralho!


Mas se for necessário pra que alguns entendam, estou aberto a mudanças.


O caldo entornou de vez quando começaram a repassar no Twitter (em tom de “É ISSO AÍ CARA, DETONA ESSE NERD BURRÃO IDIOTA”) uma postagem que podemos definir como pertencente à categoria de “textão de Facebook”. O status inicial do post é curtinho, sim, mas se você somar todos os adendos que o autor adicionou em seguida (junto com o tom geral de ranço que pingava da página), vale como um textão.


1


E em seguida, quando alguém sugere que talvez, TALVEZ, o vídeo não era merecedor de tamanha reação já que eu admito que sou um velho fã do hobby que está há alguns anos distante:


2

Sobrou até pra vocês!


Repare o indício de que a fúria era tamanha que não há tempo de concatenar essas três frases num post só. O processo foi mais ou  menos “GRRRR” aperta o enter “GRRRR” aperta o enter “GRRRR GRRRR” aperta o enter, tudo dentro de alguns segundos.


Quando alguns mais ponderados reiteraram que “caaaaaaaalma cara, é só um maluco comentando nostalgicamente suas lembranças dos jogos“, ele bate na mesma tecla novamente:


De certa forma é um elogio

De certa forma é um elogio!


Ainda lutando contra a (pequena) maré de bom senso que refutava seu chilique, o rapaz prossegue:


4


Repare no trecho “O cara diz isso e fulano leva como verdade absoluta”. Diz isso O QUE, exatamente…? Que eu tenho saudade de RPG, olha aqui minhas fichas, olha como eu me divertia pra caramba com isso, olha como seria legal jogar de novo?


Vindo de um jogador de RPG, que deveria melhor que ninguém saber INTERPRETAR um texto, é particularmente lamentável. O alarmismo é tão profundo que frequentemente usaram o termo “PERIGO” pra se referir às possíveis consequências do meu vídeo. Pus o seu hobby em risco ao fazer um vídeo dizendo que sinto falta dele.


ESTE VLOGGER SIGNIFICA PRE RI GO

ESTE VLOGGER SIGNIFICA PRE RI GO


O rapaz pixelizado não estava sozinho em sua quixótica campanha contra o perigosíssimo moinho canadense que ameaça destruir o RPG. Surgiu uma amiga, infelizmente igualmente analfabeta funcional, que acrescentou…


5


Se eu fosse republicar aqui TODOS os comentários semelhantes a esse seria mais fácil postar logo os screenshots da parada, e eu prefiro não fazer isso porque remover os nomes e fotos de todos os envolvidos daria trabalho demais. Não que eu precise fazer isso, mas gosto de exibir maior boa vontade para com meus inimigos do que eles exibem pra mim. Isso ajuda a mostrar quem é que está do lado certo de uma situação como essas.


Nisso chega o Ninja de Beverly Hills e joga gasolina na fogueira. Este cara merece um comentário à parte, aliás, e já já chego nessa parte. Eis a contribuição dele no debate:


6

O rapaz se espevitou todo com a idéia de PODRES meus. Lembre-se: isso tudo porque eu fiz um vídeo falando que tenho saudade de jogar RPG.


Ele até inventou uma hashtag só pra mim, que ele vem usando há ANOS (haja persistência! Enquanto isso nem zerar a porra do Pokemon eu consigo) em redes sociais para verter seu ódio incessante de forma semi-velada.


O Ninja de Beverly Hills foi e acrescentou em relação aos meus “podres”:


“Ele não é um cara gente boa, como nós, que partimos pra pra ataques pessoais sem motivo”


Devo explicar a origem do apelido: o tal rapaz aí tem no seu perfil do Facebook uma foto que muito lembra o poster do clássico filme do Chris Farley:


Se você adicionar uma espada, uma neckbeard particularmente asqueirosa que berra “eu não sei me assear ou cuidar da minha própria aparência” e um senso gritante de auto-importância, você chega bem próximo na foto do cara no Facebook


Informantes explicaram que a foto no Facebook é porque o rapaz é instrutor de alguma arte marcial aí. Não sei quem paga o rapaz por aulas, mas eu não conseguiria levar a sério um mestre marcial cujo IMC é maior que o meu.


O sujeito não se conteve a expressar seu ódio pelo Facebook. Correu também para o Twitter, com todo o recalque que conseguiu carregar nos bolsos, e cobrou satisfação de um amigo que curte meu canal porque esse tipo de ódio profundo e tão puramente destilado não é o tipo de coisa que você consegue controlar ou limitar à própria cabeça — é preciso exteriorizar. ALGUÉM TEM QUE RESPONDER POR ISSO.


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“Você está se referindo àquele vídeo em que ele mostra material antigo de RPG e fala nostalgicamente que queria voltar a jogar?”


Quando viram o ataque de pelancas do Ninja de Beverly Hills, informações fluiram em minhas caixas de entrada com detalhes que pintaram um belo quadro de quem é o rapaz. Agora, melhor do que nunca, eu consigo entender porque alguém é tão amargurado com a vida, com tamanho ímpeto de falar mal de alguém sem qualquer provocação, com uma ânsia literalmente patológica de se declarar moralmente superior a todas as pessoas ao seu redor. Espero, genuinamente, que esta alma conturbada consiga encontrar a paz de espírito que precisa.


Foi um bom lembrete pra realmente relevar esse tipo de ataque. Eles vem de uma posição de dor, de angústia, de insatisfação profunda com algo maior. O problema do cara não sou eu; em sua falta de direção, ele está me usando como saco de pancadas na falta da habilidade de fazer algo para de fato dar um jeito na própria vida.


Como falei: espero que ele encontre a luz.



E toda essa confusão porque eu mostrei umas fichas de Vampiro e falei que queria tentar jogar novamente, agora que falo inglês suficiente pra jogar com meus amigos gringos.


Olha, esses caras tão precisando gastar mais alguns pontos em Constituição, porque pra rasgar o cu de tanta raiva por tão pouca provocação (nenhuma?!), essa ficha de atributos tá toda errada.


Prometi agradecimentos aos broders que tiraram screenshot da thread (os revoltosos começaram lentamente a perceber o vacilo e, numa medida de controle de dano, deletaram o tópico inteiro às pressas, embora tarde demais), mas agora não estou achando os tweets. Postem aí nos comentários para que eu dê os devidos agradecimentos, vocês foram importantíssimos no registro dessa completamente sem sentido confusão internética.


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Published on December 16, 2014 20:49

December 14, 2014

[ Highlight da Semana ] Levitando à base de tapas!

HIGHLIGHT


Se você é boa pessoa, já deve saber que eu e meus inscritos/leitores/seguidores nos reunimos frequentemente no meu Twitch pra trocar tiros virtuais e conversar sobre a vida. É igual na época das LAN houses, porém melhor em todos os aspectos porque:


1) Custa muito menos;


2) Dá pra jogar de cueca;


3) Não tem suvaqueira de 30 moleques pre-adolescentes ao seu redor.


Então. Nessas jogatinas acabamos conhecendo um canadense gente boa chamado Rusty. O serv idor que ele deixava lá solto às moscas virou nossa casa virtual, e o próprio administrador aparece lá frequentemente pra jogar com a gente e fazer piadinhas também. Ele inicialmente achou MUITO estranho ver seu servidor (outrora abandonado) totalmente lotado de brasileiros malucos, mas ele entrou na putaria rapidinho, tirando onda da galera e tal.


Com isso o Rusty já virou broderzão do pessoal e até meio que uma celebridade — sempre que ele entra no servidor todo mundo festeja sua chegada. Ele inclusive deu status de moderador a um dos meus inscritos, pra que possa organizar o servidor/banir trapaceiros caso ele não esteja online.


Enfim: tá de um ambiente muito foda essas jogatinas.


O efeito colateral disso é que a galera é SUPER territorial em relação ao servidor; se entram gringos desavisados o pessoal se mobiliza pra fazer marcação nos caras até eles sairem. Rola frequentemente do time inteiro ficar PARADO e deixando um ou dois gringos coçando a cabeça e sendo caçados impiedosamente pelo outro time até saírem.


Às vezes isso não funciona e temos que aplicar técnicas mais agressivas pra expulsar os intrusos. Como o que rolou ontem.




Watch live video from izzynobre84 on Twitch

Eu explico — existe um comando no jogo que permite o moderador a dar um tapa em um jogador. O tapa não tira nenhum dano, mas dá um “chega pra lá” no bonequinho. Volta e meia o moderador do servidor manda uns tapas aleatórios em algum jogador, só pra tirar sarro. O que acontece é que se ele mandar o comando muitas vezes em sucessão, o jogador basicamente levanta vôo e fica bugadaço, incapaz de fazer porra nenhuma no jogo.


É tão bizarro que inicialmente, por ter nunca ter visto o efeito completo de tantos multitapas, achei que o cara tava usando algum cheat. Depois é que caiu a ficha que eram tapas do moderador.


Que continuou fazendo isso até o sujeito sair do servidor. E o time inteiro — terrors E CTs — rindo do vôo do pobre gringo.


Mano, olha um replay a minha total felicidade:


Não é todo dia que se ri assim!


Tá esperando O QUE pra vir jogar CS com a gente?!?!?!


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Published on December 14, 2014 11:25

December 12, 2014

O ex-evangélico e as três categorias de filmes de terror

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Eu quero compartilhar com vocês a taxonomia que eu emprego pra classificar filmes de terror/horror.

A propósito, eu sei que vocês gostam de falar que Terror é (blá blá blá) e Horror é diferente porque (blá blá blá) mas se você parar pra pensar essas definições não são inerentes à semântica das palavras e sim definições completamente arbitrárias, então foda-se, PRA MIM terror e horror são sinônimos. Pelo menos pro propósito deste texto.


Então. Eu considero filmes de terror/horror em 3 categorias:


1) O terror “real”



Nesta categoria estão os filmes de terror/horror que realmente poderiam acontecer no mundo tridimensional em que vivemos. Desconsiderando a extrema implausibilidade de alguns cenários cinematográficos (como o do Sawverse, ou “universo de Jogos Mortais” no nosso português), aqui eu incluo os filmes que envolvem um assassino em série ou… Pensando bem, os filmes de terror “real” todos envolvem assassinos em série. É o único cenário realístico de terror.


Se você parar pra pensar, em Tubarão o personagem titular era um assassino em série também — embora um elasmobranco e não um humano — então entra nessa categoria merecidamente. Digamos que todos os filmes de terror de monstros que poderiam plausivelmente existir no mundo real entram nessa categoria.


Essas coisas causam medo JUSTAMENTE porque é possível nos vermos naquelas situações. Voltando ao Tubarão, lembra a primeira vez que você foi à praia após assistir o filme…? Porra, o efeito é tão intenso que há quem sinta angústia relembrando o filme até quando nada numa piscina!


As aspas no “real” é porque real aqui neste contexto é apenas um antônimo de “sobrenatural”, ou seja — sem elementos metafísicos. Alienígenas sedentos de sangue, pros fins de categorização dessa lista, são um terror “real” (no sentido de que sua existência não desafiaria o que compreendemos sobre as propriedades físicas da nossa realidade).


Exemplos: a série Jogos Mortais, Turistas, O Massacre da Serra Elétrica, Tubarão, Alien (em sua essência é um Tubarão no espaço — um animal aniquilando humanos e evadindo captura).


2) O terror sobrenatural



Aqui entra o tipo de terror que NÃO poderia acontecer no nosso mundo (vamos considerar aqui que todos concordamos que fantasmas e tipos similares de manifestações ectoplásmicas não existem).


Essa categoria abrange monstros míticos, cemitérios indígenas capazes de ressureição, fantasma/assombrações, esse tipo de coisa. Estes elementos causam medo não porque acreditamos de fato nelas, mas sim porque os sons e imagens nesse tipo de filme ativam áreas bem primitivas do nosso cérebro reptiliano. Todos sabemos que são situações em que você nunca se encontrará mas dá medo do mesmo jeito.

(É por isso, a propósito, que é possível a ateus e outros descrentes no sobrenatural ainda ter medo de filmes que o evocam como antagonista)


Exemplos: Atividade Paranormal, Silent Hill, quase tudo do Stephen King, A Hora do Pesadelo, O Chamado, O Sexto Sentido, e por aí vai.


E agora chegamos no meu estilo de terror favorito…


3) O terror satânico 



Este é meu tipo favorito de terror, por motivos psicológicos bem interessantes. Este é o tipo de terror cujos antagonistas sobrenaturais não são apenas monstros ou fantasmas — são essencialmente demônios, às vezes interpretados como antigas divindades mesopotâmicas ou coisa similar.


Nesses filmes há geralmente algum tipo de rituais bem definido com base na religião judaica-cristã, símbolos arcanos, uma sociedade secreta que cultua o Coisa-Ruim, um personagem pertencente ao clero que entende sobre demonismos e satanices que dá um contexto maior sobre o fenômeno, e por aí vai. Curiosamente, esses filmes geralmente não tem final feliz — o que faz sentido, porque o tom destes é mais sério e sombrio.


Exemplos: O Exorcista (e todo filme de exorcismo, na real), O Último Portal, A Entidade, O Bebê de Rosemary.


A principal característica do terror satânico é que, se você teve a mesma criação que eu, ele pertencia simultaneamente ao terror sobrenatural e ao terror “real”. É sobrenatural porque envolve forças além-mundo, e é “real” porque houve uma época em que eu acreditava firmemente em sua existência.


É assim. Convivi toda a minha infância e adolescência num lar evangélico pentecostal. A inclinação dogmática da igreja que minha família frequentava era uma bastante popular no meio evangélico no final dos anos 80 e começo dos 90 (talvez até hoje?): a firme crença de que há demônios (e seus agentes humanos) por toda parte, prontos para te causar o mal.


A paranóia era tão absurda e exagerada quanto você está imaginando. Sabe como nos filmes de terror satânico geralmente há um símbolo relacionado ao demônio em questão, que causa angústia nos personagens principais e/ou contribui para a invocação do capiroto?


Igual nesses filmes


Não sei se vocês manjam, mas essa angústia/medo de símbolos arcanos — por crer que eles carregam algum poder espiritual — é real no meio evangélico.


Durante os anos 90 eram muito comuns apostilas que identificavam “símbolos da Nova Era”; esse tipo de literatura era vendida em igrejas com o propósito de ensinar os cristãos que símbolos evitar, porque aparentemente ter em casa algum produto com esses símbolos dava uma espécie de “direito” aos demônios a mexer com a sua família.


Eram assim as tais apostilas. Alguns evangélicos não gostavam nem de manusear os materiais, tamanha era a crença no poder dos símbolos.


Aliás, este é o motivo pelo qual muitos cristãos se opõem a filmes de terror: muitas vezes ocorre uso de simbologia real nesses filmes, e eles preferem evitar esse tipo de influência.


E sim, existe todo um dogma de “legalismo espiritual” do qual já falei aqui. Várias denominações evangélicas de fato pregam que desavisadamente permitir a entrada de certos símbolos na sua casa dá “direito” aos demônios de atacar sua família. Sabe o trecho de A Entidade em que um personagem mostra que os antigos símbolos do demônio do filme foram parcialmente destruídos por cristãos de séculos atrás…? Então.


Esse tipo de dogma explodiu no meio cristão americano nos anos 80, por causa de uma autora chamada Rebecca Brown. Ela escreveu um livro chamado “Ele Veio Para Libertar Os Cativos”, em que estabelecia toda essa network demoníaca passeando pra lá e pra cá, causando intervenções caso você tenha dado “direito” a eles pra isso (rola até demônio estuprando mulher nesse livro, é tenso mesmo)


Acabo de descobrir que saiu até HQ do livro dela, e olha que bosta essa ilustração


O livro da Brown inspirou outras obras cristãs, como o best seller “Este Mundo Tenebroso” de Frank Peretti — que serviu pra solidificar na comunidade evangélica a idéia de demônios dividindo o planeta terra conosco (e batalhando anjos ao nosso redor sem nosso conhecimento), de seitas satanicas conspirando pra enluciferizar o mundo através do estabelecimento de religiões falsas, como a tal Nova Era e seus símbolos.


Era uma época mágica pra ir à igreja, meu amigo. Eu me sentia um protagonista de uma campanha de Dungeons and Dragons. Magia, símbolos arcanos, demônios por toda parte, versos sagrados pra recitar e gerar um campo de força mágico espiritual ao meu redor… até ir buscar um copo dagua na cozinha à noite era uma aventura.


Diga-se de passagem, o tipo de dogma oferecido pela Rebecca Brown não era unanimidade, não — havia quem a acusasse de perverter completamente a mensagem bíblica.


Talvez por causa do medo extremo que essas coisas provocavam quando eu era mais novo, terror satânico acabou se tornando meu tipo favorito de terror. Qual o seu filme favorito de terror satânico?


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Published on December 12, 2014 09:17

December 10, 2014

Porra, Sony: devolve logo o Homem Aranha pra Marvel!

spiderman


É raro ver alguém lidando tão mal com algo que tem em mãos como a Sony tem feito com o Homem Aranha. Geralmente o resultado desse tipo de completa inaptidão em utilizar alguma coisa é uma ida pra Emergência ou pro necrotério.


Como sabemos, uma galerinha do barulho hackeou a Sony e a parada foi atribuída a norte-coreanos revoltados com a nova comédia do Seth Rogen, produzida pela Sony, que zoa o país.


Se você inicialmente achou estranho que um país tão fodido quanto a Coréia do Norte produza esse tipo de grupo hacker sinistroso, o seu preconceito estava certo, porque de acordo com o FBI não há conexão nenhuma do país com o ataque à Sony.


Mas enfim. O que saiu dessa putaria é um monte de informações sigilosas sobre o funcionamento interno da Sony Pictures. Por exemplo, que a própria empresa não gosta dos filmes do Adam Sandler que ela insiste em produzir todo ano. E a outra revelação que tivemos é que a Sony e a Marvel fizeram uma complexa dança do acasalemento pra tentar negociar a aparição do Cabeça de Teia no Capitão America 3: Guerra Civil.


E não deu certo, claro, porque seria foda demais o Spidey se desmascarando na frente das câmeras de TV igual no quadrinho e não existe um Deus justo nesse universo pra nos dar isso.


A Sony ainda sugeriu à Marvel os direitos do personagem pra mais um reboot (seguindo a escola “Agora Vai” de fazer um personagem dar certo à força), sob controle criativo, de marketing e de distribuição da Sony, mas integrando o personagem de volta ao canon do Marvel Cinematic Universe. Seria unir o útil ao agradável — a Sony leva a grana de que tem direito pela propriedade do personagem enquanto quem faz o filme é a Marvel –, se não fosse a insistencia em ter tanto controle da produção.


Você imaginaria que depois de DOIS filmes com desempenho merda eles seriam os primeiros a querer continuar ganhando dinheiro com a franquia sem ter que se preocupar em fazer filme (um paralelo curioso, porque esse é o exato motivo pelo qual a Marvel vendeu os direitos do Aranha pra começo de conversa — fazer algum dinheiro com o personagem sem ter que meter a mão na filmagem de nada).


Mas a Sony é jumenta demais.


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Published on December 10, 2014 10:41

December 7, 2014

[ Highlight da Semana ] CINCO kills numa partida de CS!

Rapazes… estou orgulhoso de mim mesmo, e espero que você também fique vendo este replay do maior homicídio em série que eu já cometi num game online. E olha que eu jogava Counterstrike em lanhouse desde que saiu.




Watch live video from izzynobre84 on Twitch


APARENTEMENTE usar o silenciador na B 4 3, vulga “Colt”, era o motivo de minhas noobagens tradicionais que meus inscritos no Twitch já estão acostumados. Ouvindo o conselho da galera do chat, eu des-silenciei minha M4 e parti pra porrada com uma eficiência que até me assustou. Repare que num momento eu indaguei, seriamente e até um pouco triste, se estavam me deixando ganhar.


Veja que nem uma jogada de granada digna dos três patetas ali aos 1:21 foi suficiente para impedir meu reinado de terror naquela partida. Foi tão incrivelmente perfeito que a música até acabou junto com a partida.


RIP Igor Metchko, Beca is my waifu , BioHazard2K, Rapha e HugoDemiglio. Me desculpem por arregaçar suas caras com chumbo virtual.


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Published on December 07, 2014 09:19

December 4, 2014

Vamos falar sobre o trailer de Terminator Genisys

Seguinte.


Em primeiro lugar perdoem a ausência. Eu sei bem como é decepcionante visitar um site que você gosta e dar de cara com posts antigos. recebi muitos puxões de orelha nas redes sociais por minha ausência aqui no HBD, e agradeço esses lembretes porque eles servem pra me lembrar que ainda há muitas pessoas que curtem meu site.


No outro dia eu falei aqui sobre o teaser de Star Wars e como, A DESPEITO DE CONTINUAR COM UMA EREÇÃO PLENAMENTE VASCULARIZADA pela estréia do sétimo filme da franquia (muita gente com problemas de interpretação de texto achou que eu previ o fracasso do filme com aquele post), me senti um pouco decepcionado.


O problema, como expliquei no texto, é que aquele anúncio do JJ Abrams com uma semana de antecedência levou meu hype às beiradas da Nuvem de Oort, e quando me mostraram um terço do que foi prometido, foi impossível não me sentir um pouco enganado.


O que aconteceu com o lançamento do trailer de Terminator Genisys foi o contrário. Aliás, eu vou cobrar uma explicação dessa grafia, ein, ô… pera… qual o nome do diretor? Alan Taylor? Que de relevante até hoje só fez Thor 2? Ok né.


Enquanto o mero anúncio de que fariam mais um Star Wars sob tutela da Disney foi uma bomba nuclear pra mim, a chegada do Exterminador 5 foi bem whatever. Por causa disso, eu não estava esperando nada do trailer. Nem sabia que tinha um trailer a caminho, aliás — não fui prometido quando tempo ele duraria e tampouco avisou-se com grande alarde que o Arnie estaria de volta. Quer dizer, sem dúvida avisaram, mas aqui pra mim o memorando não chegou. Ouvi rumores meses atrás e só.


Em outras palavras, eu estava super alheio ao desenvolvimento do filme, não estava antecipando o trailer como um presente na manhã de Natal, não estava nem inteiramente ciente da participação de um ator icônico da série.


E aí chega o trailer.



E eu achei foda pra caralho. Em parte pela já citada completa falta de expectativa, e em parte porque gostei pra caralho da idéia da releitura do Exterminador do Futuro original. Se tem uma série que merece usar o reboot via viagem no tempo (também conhecido como Escola Star Trek de Desconsiderar o Cânon Original, uma escola onde recentemente se matriculou X-Men Days of Future Past), é indubitavelmente Exterminador do Futuro.


Eu gostei pra caralho dessa mescla de “familiar, mas com algumas coisas diferentes”. Funcionou pro Star Trek do JJ, e eu sinceramente penso que pode funcionar com o Exterminador. Gostei da subervsão do cânon do primeiro filme, em que o Reese chega todo atrapalhado e precisa ser resgatado pela pessoa que ele estava indo proteger. “O outro robô que mandaram pra me matar? Pff já resolvemos isso, tem OUTRA treta aqui que precisamos resolver


Talvez minha única ressalva, e é pequenininha, é a reutilização do subplot de “impedir o Dia do Julgamento antes que ele aconteça”. Pelos meus cálculos são TRÊS filmes agora com essa premissa — o segundo, o terceiro (subvertido no final, quando é revelado que é impossível, mas é ainda a mola motriz que empurra os protagonistas pra frente), e agora o quinto.


Mas ok, eu aceito. Arnold está, como prometeu, de volta!


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Published on December 04, 2014 14:32

December 1, 2014

[ Vídeos da Semana ] Celular afogado, protestos em Ferguson e teaser de Star Wars!

Olá amigos! Geralmente gosto de lançar esse post no domingo, pra fechar bem a semana com um resumão de tudo que rolou no meu canal. Só que ontem eu tive plantão, aí foi foda. Bom, com um mísero dia de atraso, aqui estamos!



Comecemos com uma desgraça. Como se sabe, eu comprei recentemente um case a prova dágua pra ouvir música e podcasts nadando. É algo que melhora em 300% a experiência de nadar, especialmente pra alguém como eu que tem dificuldade extrema em se focar em qualquer tarefa e sente uma necessidade irresistível de multitaskear.


O problema é que eu sou burríssimo e pulei na piscina SEM LACRAR O CASE COMPLETAMENTE. Aí já viu. Pelo menos serviu pra pontuar o retorno do Todo Dia Tem Uma Merda!



Não sei se as notícias tem causado impacto aí (imagino que não), mas na semana passada os EUA estavam em pé de guerra consigo mesmo por causa da situação da morte do Michael Brown. Basicamente, um policial (branco) atirou e matou um adolescente desarmado (negro) que teria assaltado uma loja de conveniências. No apurar dos fatos, decidiram que o cara não fez nada de errado e que por isso nem julgado será.


Isso jogou sal grosso de churrasco na ferida americana histórica em relação à complexa dinâmica racial no país. Há quem justifique as ações do polícia — de acordo com algumas testemunhas, o rapaz partiu pra cima do policial –, e há quem ache que ele tinha mais é que PELO MENOS ir a juízo pela morte desnecessária do rapaz.


O que você acha?



TEASER DE STAR WARS!!!!


Elaborei minha opinião sobre o teaser de Star Wars aqui, e como muitos parecem não ter entendido, fiz um Daily Drive tecendo maiores comentários sobre minha opinião.


Basicamente: eu sou putinha completo de Star Wars, desde criancinha, e isso jamais mudará. O problema é que eu tava TÃO PILHADO pra ver o teaser que seria mesmo impossível ele cumprir minhas expectativas; por mostrar TÃO POUCO eu me decepcionei.


Foi um bom lembrete de que é melhor que eu abaixe minhas expectativas pro The Force Awakens porque do jeito que eu tou aqui, será literalmente impossível o filme me agradar.


No geral eu achei um teaser até bem normal. O problema é mesmo a porra da expectativa, mano. O JJ Abrams me prometeu 88 segundos de teaser, e na matemática infalível do meu cronômetro vimos apenas 27 segundos de cenas. Novamente: é a bosta da expectativa. Se tivessem soltado esse teaser DO NADA (ou seja, em vez de me deixar pilhado a semana inteira pra essa porra), e se não tivessem feito promessas sobre sua duração, eu não teria expectativa nenhuma e teria ficado feliz em rever a Millenium Falcon.


Aliás pensando bem eu lamento até já saber que o Mark Hamill, Carrie Fisher e Harrison Ford estarão no filme — porque isso gera expectativa sobre seus papéis. Lembra quando o Leonard Nimoy aparece DO NADA no Star Trek de 2009 — o quão bacana e bem vindo foi o aparecimento súbito dele? Agora imagina se você soubesse desde o começo que ele ia aparecer no filme. Com a expectativa é capaz que a pouca participação dele na trama desapontasse.


E é assim que começo a me sentir sabendo que Han, Luke e Leia darão as caras na nova trilogia.


Mesmo levando tudo isso em conta, eu ainda estou MUITO empolgado com The Force Awakens. Só estou agora mais ciente de que essa empolgação é perigosa pro meu desfrute do filme.


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Published on December 01, 2014 13:06

November 30, 2014

[ Highlight da Semana ] Dois na granadinha, um na balinha

HIGHLIGHT


Ainda não me segue no Twitch?! CLIQUE AQUI RÁPIDO PORRA


ENTÃO AMIGOS. Como os senhores devem já saber, tenho uma certa infâmia que se tornou piada entre o cast e ouvintes do 99 Vidas. Sem rodeios é o seguinte: eu não sou o melhor jogador do mundo. Não sou o mais competitivo, não zerei tantos jogos quanto o resto dos amigos, não tenho scores invejáveis em leaderboards online. Nunca nem zerei Pokemon, mas tudo bem!


Só que eu estive jogando CS alucinadamente com a galera no Twitch, né. E com essa prática diária, venho melhorado bastante. Hoje joguei minha melhor partida de Counterstrike da VIDA (sim, isso inclui as lanhouses de anos atrás); fechei o round com k/d de 16/7. Para aqueles ainda mais noobs, isso significa que matei 16 caras, e morri 7 vezes.


Pra quem nunca tinha conseguido SEQUER um k/d acima de 1 — era sempre 4/7, ou 10/35, ou frações similares –, foi um desempenho inacreditável. Fiquei até surpreso que não me acusaram de cheat ou algo assim.


A partida foi repleta de excelentes momentos, mas este em que matei 2 caras na granada e despachei um terceiro com tiros certeiros da minha M4 se destaca:




Watch live video from izzynobre84 on Twitch


Repare que eu achava ter desperdiçado aquela granada. Joguei no melhor lugar possível, mas algo me dizia que foi uma pisada de bola. Repare minha cara quando confirmo que o explosivo exterminou dois terríveis terroristas; até criei coragem pra sair de trás do caixote e mandar mais um criminoso para o inferno.


E veja que uma das vítimas desse triplo homicídio ainda comenta que “o Izzy me matou 10 vezes”. Estávamos na DÉCIMA partida, por sinal, ou seja — tem alguém aí que é meu FREGUÊS!


Que partida, amigos!


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Published on November 30, 2014 11:13

November 28, 2014

Meu problema com o teaser de Star Wars, ou por que expectativa é uma merda

sabre


Eu sou um fanboy eterno de Star Wars. Sempre serei. Da época em que se chamava “Guerra nas Estrelas” até o momento em que eu vos escrevo, Star Wars esteve sempre presente na minha vida. Assisti os filmes, li os quadrinhos, colecionei os cards que a Pepsi distribuiu no Brasil nos anos 90 pra celebrar o lançamento remasterizado da trilogia (e COMO me deprime o fato de que perdi todos!), passei horas e horas e horas nas wikis do Universo Expandido.


Quando anunciaram a nova trilogia eu fiquei maluco; finalmente poderia assistir Star Wars nos cinemas. A nova trilogia foi disparadamente a MAIOR decepção da história da sétima arte e ainda assim eu comprei bonequinhos (até do Jar Jar Binks. É sério), comprei o box set, assisti repetidamente até a Ameaça Fantasma.


Quando anunciando a nova nova trilogia, com o JJ Abrams na direção, eu tive uma ereção. Enquanto muitos puristas gastaram energia postando repúdio nas redes sociais, eu começo a pensar em como arrumar espaço pros bonequinhos dos novos filmes. Vou assistir no dia de estréia, pedirei dia de folga no trabalho se for preciso, comprarei todas as quinquilharias que costumam vender no cinema pra casar com esse tipo de blockbuster. Seu sou/amo Star Wars, e se a trilogia dos anos 2000 não mudou isso, nada mudará.


PORÉM.

Se tem algo que eu já deveria ter aprendido nessa vida maldita, é que expectativa é uma bosta. E este teaser me ensinou a manter minha ansiedade pelo filme controlada, mais humilde e comedida.


Eu não gostei desse teaser. Sim, eu sei, é só “teaser”. Não é pra mostrar muita coisa, eu entendo. Mas o problema não é nem exatamente “mostrar pouca coisa”; é que minhas expectativas estavam injustificadamente muito altas pra que eu aceite ver tão pouco.


O JJ Abrams não ajudou também. Ao anunciar que o teaser teria 88 segundos, minha reação inicial foi POR QUE NÃO FALAR 1 MINUTO E 28 SEGUNDOS?! POR QUE MENCIONAR 88? SERIA REFERÊNCIA AO IG-88?!?!, porque eu sou essa espécie de super-nerd mesmo. Logo em seguida, eu pensei “caralho, mas esse JJ é foda mesmo. Geralmente teasers tem alguns segundos só, este incrível cineasta vai nos dar um minuto e vinte e oito segundos!”


Ou vinte oito, não sei como se escrevem números. Conheço o nome de personagens obscuros secundários de Star Wars que aparecem em tela por 5 frames mas não conheço a sintaxe correta da minha língua nativa.


Ou seja: minhas expectativas foram bater lá na International Space Station. Sai o trailer e, eu juro pra você, assisti com um cronômetro na mão e são 27.75 segundos de cenas do filmes. O resto é uma longa tomada de uma duna sem graça (se eu quisesse ver areia eu estaria vendo vídeos dos Lençóis Maranhenses e não o teaser de Star Wars né) e cortes epiléticos com intervalos de tela preta mais longos que os trechos exibidos entre eles. Podemos dizer que foi um teaser do seu monitor queimado, com pequenas cenas de Star Wars jogadas no meio.


É isso mesmo, é plena sexta feira e você tá lendo um textão na internet reclamando do teaser do novo Star Wars. Eu sou o nerd estereotípico :(


E TEM MAIS!

E TEM MAIS!


O que pra mim mais confere à nova trilogia o ar de autenticidade, de que realmente se passa no mesmo universo que os filmes anteriores, era a participação do elenco clássico. Luke, Han, e Leia, ainda que aparecendo bem pouquinho, só como pontas (meio da forma que o Spock aparece nos novos Star Trek…?) dá uma credibilidade maior pro filme, na minha opinião. Evidentemente veio a Senhora Fela da Puta Expectativa me fazendo achar que depois de o que, mais de trinta anos, eu veria esses personagens icônicos em cena mais uma vez nesse tira-gosto starwarszístico de supostos 1 minuto e 28 segundos.


Mas não. Em vez dos rostos familiares, vi cosplayers desconhecidos com os quais não me importo e fazem o teaser parecer aquelas criações de fãs pro YouTube.


Novamente: ninguém me prometeu que eu veria Luke, Han e Leia no teaser. Eu sequer mereço vê-los. Eu criei essa expectativa na minha própria cabeça, e me fodi por causa disso.


Agora vamos à nerdice real mesmo — o overthinking da tecnologia faz-de-conta do filme. Se liga:


sabre


O Ameaça Fantasma foi uma bosta, é inegável, mas a coreografia de luta foi um espetáculo. Lembra a SUPRESA que foi ver o Ewan McGregor e o Darth Maul lutando cheio de firulas e acrobacias, quando as lutas da trilogia anterior pareciam o seu pai bêbado tentando pegar um chinelo no telhado da casa com uma vassoura?


E o sabre duplo do Maul, ein? Uma modificação foda e literalmente surpreendente na arma clássica. Foi uma surpresa FODA a cena em que o Maul liga a segunda “lâmina” do sabre.


A parte metálica do sabre parece crescer, não…? Dos dois lados e tal. Repara aí!


Chega a ser uma pena que o vilão foi despachado já no primeiro filme. Um desperdício até, eu diria.


O problema disso, novamente, reside na Senhora Expectativa. Os filmes, e até o universo expandido de SW, carecem agora de “inovar” o sabre de luz a qualquer custo, porque isso é um precedente estabelecido pelo Episódio I. No universo expandido há todo tipo de sabre de luz maluco, em níveis variados de “isso aí não teria nenhuma utilidade em combate”.


E aí chegamos a essa broadsword de luz do teaser. A idéia é, claramente, lembrar mais uma espada. As guardas de luz, supõe-se, estão ali não pra decepar os dedos do usuário com o menor descuido (como ele vai fazer aquelas piruetas e firulas olímpicas dos filmes anteriores com isso aí…?): é pra barrar a lâmina de um oponente.


O PROBLEMA É O SEGUINTE: não, isso não vai funcionar.


Se uma lâmina adversária travar contra a desse Sith e for descendo até a base, ela não encontrará os mini-sabres protetores, ela vai é decepar a pequena protuberância metálica que os projeta. Ou seja: é estilo sem substância, é modificação visual que não se presta ao combate. É uma imitação gratuita de um estilo terrestre de arma branca que te faz imaginar que o Sith assistiu algum filme sobre Camelot e quis fazer add-ons na sua própria espada.


Eu nunca vou deixar de curtir Star Wars. Pedirei dia de folga na data do lançamento do filme se for preciso pra poder ser um dos primeiros da fila. O primeiro filme que meus futuros filhos verão será Star Wars. Eu não teria escrito aqui um texto de mais de mil palavras sobre Star Wars se eu não nutrisse um carinho absurdo pela série.


Mas esse teaser foi um EXCELENTÍSSIMO lembrete pra manter minha expectativa baixa, pro meu próprio bem. Minhas melhores experiências no cinema foram com filmes dos quais eu não esperava NADA; e no nível de ansiedade que eu tou pra ver essa porra, é quase literalmente impossível eu não me desapontar.


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Published on November 28, 2014 08:18

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Izzy Nobre
Izzy Nobre isn't a Goodreads Author (yet), but they do have a blog, so here are some recent posts imported from their feed.
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