Izzy Nobre's Blog, page 63

June 19, 2013

[ News ] TelexFree voou pra casa do caralho: interditada em todo o país!

telexfree


Olhaí. Eu avisei, né. Eu falei pra vocês que toda, literalmente TODA “oportunidade de negócio” que te persegue, que foca pouquíssimo num produto e que se preocupa ativamente com recrutamento é furada.


Finalmente a justiça resolveu fazer alguma coisa. Olha no que deu essa história:


A Ympactus Comercial Ltda, mais conhecida como Telexfree, está interditada judicialmente em todo o Brasil. A empresa de marketing multinível está proibida de efetuar novos cadastros de divulgadores e de efetuar pagamentos aos divulgadores já cadastrados, sob pena de multa diária de R$ 100 mil por cada novo cadastro ou pagamento.


(…)


A decisão da juíza ainda determinou o congelamento dos bens e o bloqueio de valores existentes em contas bancárias e aplicações financeiras da Telexfree, assim como os de seus sócios, Carlos Roberto Costa e Carlos Nataniel Wanzeler. Khalil acrescentou na setença que, até amanhã, a Telexfree será obrigada a exibir em seu site, por meio de pop-up um cartaz informando seus divulgadores sobre o conteúdo da liminar, sob pena de R$ 500 mil por dia caso não cumpra o estabelecido.


Em março deste ano, a Secretaria de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda havia acusado a TelexFree de fazer “esquema de pirâmide financeira”, o que é considerado crime.


Olhaí. Não é de hoje que a TelexFree recebe muita atenção negativa, e é possível que a empresa acabe se dissolvendo nos próximos meses.


O problema é que a raiz so problema não foi atingida (todo e qualquer negócio que se propõe a lucros mirabolantes por pouco trabalho se você recrutar outros X participantes é a mesma coisa), e por isso inúmeros esquemas de pirâmides similares continuarão existindo por algum um tempo. Aliás, me parece que houve um boom dessa porra em tempos recentes. Temos umas 3 ou 4 pirâmides acontecendo simultaneamente — a TelexFree, a BBOM, uma tal de “Priples”, qual mais?


Vai lá e esfrega na cara do seu broder que entrou nessa merda.


Aliás, nos círculos da TelexFree, como essa notícia foi recebida? De acordo com o modelo Kübler-Ross, imagino que estejam ainda em negação.


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Published on June 19, 2013 13:32

June 18, 2013

E no aftermath dos protestos na nossa nação, os reacionários saem do woodwork (refutando o texto do Flavio Morgenstern)

brasilia sitiada


Usei dois termos em inglês no título porque sou babaca mesmo. E também porque não consigo pensar em termos equivalentes na nossa língua brasileira.


Então, né. Vocês que estão aí perto da coisa estão acompanhando muito melhor que eu. O povo saiu às ruas de uma forma generalizada que eu não lembro de ter visto em memória recente. Falta uma direção clara nos protestos (essa é de fato minha única insatisfação com o movimento), e nessa ausência de liderança clara e de objetivo tangível os protestos começam a ser cooptado por certos partidos políticos — ao claro contragosto da maioria dos manifestantes.


E a galera do contra começa a “sair do woodwork”, também. Woodwork nada mais é que um elemento da construção civil que não existe no Brasil por sermos abençoados por um clima decente, ao contrário da galera aqui de cima. As casas aqui são sanduíches de madeira, gesso (dry wall é o termo exato) e espuma, que ajuda a isolar a casa termicamente.


E o tal “woodwork”, ou seja, as estruturas de madeira que dão suporte às paredes, ficam escondidas. Dizer que algo está “saindo do woodwork” (“coming out of the woodwork”) significa que algo está aparecendo do nada, surgindo de surpresa. Entenderam?


Então. A galera reacionária começou desde cedo a opinar sobre a situação, e evidentemente chamam a atenção à “trivialidade” dos 20 centavos de aumento da passagem de ônibus, que foi o catalizador da insatisfação.


Um dos textos que li sobre o assunto foi um post no Facebook do ilustre Flavio Morgenstern. Conheço pouco sobre o cara, mas os textos que já li dele mostram que no mínimo o cara manja pra caralho da comunicação escrita. Eis o texto que ele escreveu sobre o que está acontecendo — e nele, penso que ele sintetizou o que boa parte da galera que é contra as manifestações pensa, a julgar pelo número de compartilhamentos e joinhas no post.


Foi a gota d’água na garganta do brasileiro! Agora que o foco é qualquer coisa, “o gigante acordou”!

A verdade é que eu nem pisco pra 50 mil homicídios por ano, quando a caracterização de guerra civil é em 10 mil. Eu tolero R$ 1,5 trilhão em impostos também por ano ano, o que nos deixa mais ou menos com 30 fodendo MILHÕES de reais para evitar CADA homicídio nesse país.

Eu tolero mensalão, PEC 37, transformar o STF em escritório de advocacia do PT (Toffoli, Lewandowski, Rosa Weber e Barroso lá nem fazem diferença, mesmo). Eu tolero o salariozinho de merda até de deputado que não é corrupto.

Eu agüento no rabo impávido e colosso que tudo o que custa US$ 10 na América aqui saia pela bagatela de 80 mangos, mas é tudo para proteger os pobres e fazer distribuição de renda com impostos, porque certamente estamos diminuindo muito a desigualdade social fazendo com que só rico possa ter carro importado, enquanto o pobre tem de usar ônibus cartelizado pelas únicas empresas cupinchas da prefeitura (ou seja, do prefeito), financiando ainda mais os bolsos do Estado.

Aliás, também tô cagando e andando um torosso federal pro preço da gasolina, mais cara da América Latrina e uma das mais caras do planeta. Isso tudo porque eu amo a Petrobras e engulo ao invés de cuspir a litania de que ela é “do povo”, ainda mais pra dar uma rouanetada e projetar a “cultura”, porque gente é o que inspira a gente (mas só quem se favorece é grande “artista” – o petróleo não é nosso, é do Tico Santa Cruz e da Maria Bethânia), mesmo que, quando eu vá no posto, dizer que o petróleo é meu só faz o frentista me mandar alargar meu anel rugoso.

E meu hímen complacente também agüenta fundo que esfarelem qualquer proteção que o indivíduo tenha contra o governo, que aceitem cortes internacionais aumentando o poder com uns vizinhos maravilhosamente democráticos como os nossos, porque sei que o comunismo já era, e assim que caiu o Muro, 100% dos que acreditam em Marx no mundo se convenceram de que aumentar o poder do Estado não vale a pena da noite para o dia.

Sobretudo, eu suporto no cangote sem chiar que nossa cultura não mereça senão as duas primeiras letras, que sejamos o único país no planeta em que a literatura não espelhe em nada a realidade atual, que tudo o que se diga seja sobre a ditadura militar, que os estadunidenses malvados estão nos manipulando e tudo se resolverá com mais educação, mesmo que eu não saiba o que cazzo se ensina numa faculdade de pedagogia.

E eu não movo uma palha contra gente concentrando o poder e me obrigando a trabalhar até maio todo ano para financiar suas mordomias e têm passagens semanais pagas porque ninguém agüenta viver na soviética Brasília, enquanto uma viagem de avião custa o preço de um rim em aeroportos que só não causam mais acidentes por milagres, e mesmo quando matam centenas de pessoas de uma vez enquanto jornais governistas dizem para mim no dia seguinte que a pista estava em ótimas condições, eu só vejo nisso um motivo para falar “chupa, Jornal Nacional!”

E o que são 60 mil mortes no trânsito por ano, senão acidentes de percurso? O que é a inflação, senão um fato da vida, que um governante nunca, sob nenhuma hipótese, iria causar para financiar seus gastos luxuosos sem precisar aumentar impostos, e depois pedir voto dizendo que a inflação tá difícil de controlar, mas vamos vencer esse mal terrível fazendo o dinheiro do pobre valer menos que papel higiênico usado? Eu nem sei que o preço do tomate aumentou 150% em um mês, porque minha consciência política é de poder popular de Vila Madalena, e nunca fiz feira uma única vez na vida.

E estou me lixando para termos uma maioridade penal cabível talvez no Paraíso muçulmano enquanto assassinam 3 pessoas incendiadas porque elas não tinham dinheiro o suficiente e ainda compro uma verborréia mela-cueca de que a culpa dos assaltos é dos assaltados, invertendo sempre sujeito e objeto e culpando a classe média e outras generalidades da qual eu mesmo faço parte. Isso dá para suportar numa boa, afinal, querer mudar isso é coisa de fascista extremista.

Mas aí aumentam o preço da passagem de ônibus em R$ 0,20 e o PSTU organiza um protesto, toma um spray da PM depois de explodir uma bomba no metrô e vandalizar a cidade inteira e agora está todo mundo contra tudo isso que está aí.

Aí não deu para agüentar. Foi a gota d’água. O gigante agora acordou e vou protestar exatamente quando o PSTU me mandar, porque minha consciência política vai mudar o mundo e os governantes vão finalmente me temer.

Agora é muito mais do que R$ 0,20 centavos e serei completamente apartidário, porque sei colocar a importância das coisas em perspectiva. Foi a gota d’água.


Eu achei que a essa altura todos estariam perfeitamente educados sobre o movimento pra não mandar mais a falácia do “mas tudo isso por 20 centavos, mimimi, que bobagem!”, e aparentemente estou errado porque esse post do Flávio foi de ontem.


A questão realmente não é nem essa; o problema que eu tenho com esse texto é que o argumento central é “se vocês não fizeram nada por causa das injustiças X, Y e Z, não podem fazer mais nada de agora em diante”. Soa como birra, como capricho de criança — ahhh vocês não aderiram às causas que EU acho mais importantes? Não importa que essa revolta também reinvindique por muito daquilo que eu espero do governo. Agora eu não quero mais. Ou tinha que ser quando eu queria, ou então nada. Me dá a bola e eu voltarei pra casa.


É uma pena que o catalizador da revolta tenha sido o tal aumento de passagem porque evidentemente alguns (muitos?) vão desmerecer toda a mobilização só por causa disso.


Como se o aumento de 20 centavos por passagem, multiplicado por 2 (a ida e a volta), vezes 5 dias por semana, vezes o número de familiares cujo transporte o pai trabalhador precisa custear fosse mixaria. Queria saber se as pessoas que julgam esse aumento trivial estariam dispostos a doar, todo ano, mais ou menos trezentos reais para uma família aleatória (com hipotéticas 3 pessoas que dependem do transporte público) cuja renda foi afetada com o aumento. Enquanto não há melhoria alguma no tal transporte.


Meu problema real com a manifestação é mesmo a falta de liderança, de reinvindicações claras. Há muito ruído e pouca mensagem. Querem o que, “acabar com corrupção”? Isso todos queremos (embora seja literalmente impossível). Sem um objetivo claro, como poderá haver mudanças…? Sem contar que a falta de foco permite que organizações se apossem do movimento.


Já tenho visto por exemplo montagens da bandeira nacional com versículos bíblicos, batendo na tecla do envolvimento de religião com política que historicamente só dá merda.


Mais importante que o impeachment da Dilma, que vi muitos pedindo — o Brasil ficou uma beleza quando chutamos o Collor? Acho que não, viu –, é estabelecer no Brasil a cultura de que não deixaremos esculhambações passarem em branco. Isso sim é uma mensagem um pouco mais poderosa e direta. Por exemplo: imagine se víssemos manifestações iguais ou em maior escala sempre que um político corrupto é absolvido pelos amiguinhos de rabo preso. Ou quando estes mesmos tentam aumentar o próprio salário.


Talvez, com alguma sorte, estabeleceria-se a impressão política de que é melhor não fazer essas coisas porque o povo vai tocar o puteiro. De repente eles pensariam duas vezes antes de fazer certas coisas.


E no final das contas, isso talvez seja o melhor resultado dessa confusão toda. Por mais que a turma reacionária se oponha e bata o pé, diga que é apenas por causa de 2 moedinhas de 10 centavos, se isso servir pra acabar com a nossa histórica apatia política foram vinte centavos riquíssimos.


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Published on June 18, 2013 08:55

June 13, 2013

O Navegador Que Você Amava Odiar

Uma das tradições internéticas de mais longa data é tirar onda com o Internet Explorer; a essa altura já é uma brincadeira datada até. E agora a Microsoft resolveu sepultar a piada duma vez por todas com a mais recente versão do navegador, o IE 10, que é sem dúvidas a melhor iteração do browser — e que inclusive recebeu inúmeros elogios da mídia especializada que provavelmente nunca se imaginou finalmente tendo tantos elogios para dar ao clássico navegador.


De repente você é da geração que nem chegou a usar muito o Internet Explorer porque o ambiente internético ainda faz críticas que se referem ao browser de muitos anos atrás. Talvez agora seja a hora de experimentar as novidades do IE 10!


Foi por isso que a Microsoft criou o site www.onavegadorquevoceamavaodiar.com, como uma vitrine pra mostrar tudo de bacana que o Internet Explorer agora tem a oferecer – usando vídeo engraçados (meu favorito é um que faz uma ode aos anos 90) e piadas gráficas bem boladas.


O IE 10 está rápido, fluído e muito divertido” – Gizmodo


O navegador de internet sensível ao toque cresce cada vez mais porque valoriza a visão em tela cheia dos seus sites favoritos” – Laptop Magazine


O Internet Explorer 10 é o melhor em privacidade de navegação” – Geek.com


Ainda não está convencido? Dá uma olhada nesse vídeo, rapá:



http://www.youtube.com/watch?v=tdfZLBditbE



Tá esperando o que? Que tal experimentar o novo Internet Explorer?





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Published on June 13, 2013 23:01

June 12, 2013

A hiper-sensibilidade internética

Há muitos anos eu estava lendo a revista SuperInteressante (uma influência importantíssima na minha criação nerd) e vi uma matéria que falava sobre o real “formato” do corpo humano, se fosse proporcional às terminações nervosas que nos dão a capacidade tátil que torna possível você se masturbar aí solitariamente neste Dia dos Namorados:


corpo humano


Aliás, não, não tem nada a ver com terminações nervosas e sim com quanto “processamento” o cérebro dedica para a interpretação sensorial dessas partes do corpo. O nome dessa imagem é “homúnculo sensorial”, aliás.


Repare o tamanho das mãos e dos lábios. Em relação às outras partes do nosso corpo, eles são super-sensíveis, e o cérebro dedica muita energia pra interpretar os estímulos que eles recebem (E não, eu não sei porque a piroca ocupa um espaço tão relativamente pequeno).


Esse conceito me lembra também um bicho esquisito chamado “star-nose mole”, ou “topeira com nariz de estrela” numa tradução livre. Olha a foto dessa desgraça:


star nose


Essas 22 mini-piroquinhas que esse bicho tem na fuça servem pra dar à topeira, que é virtualmente cega, uma capacidade sensorial invejável. Esses tentáculos aí tem mais de 25 mil terminações nervosas, que é (de acordo com algumas fontes) 5 mil terminações nervosas a mais que as encontradas no pênis humano. A diferença é que o pênis humano convencional tem o tamanho dessa topeira aí, ou seja — nela, essas 20 mil terminações nervosas estão concentradíssimas num espaço minúsculo. Imagina o quão sensível esse membro da topeira é.


Por que estou mostrando isso pra você? Porque ultimamente estive pensando num fenômeno interessante que acontece na internet: a hiper-sensibilidade internética.


Você já notou que é muito fácil ofender pessoas na internet, né? Aliás, é fácil nós mesmos nos ofendermos na internet. Eu, por estar numa certa posição de visibilidade e ser consideravelmente filho da puta, me sinto ofendido diariamente quando alguém resolve me xingar na internet.


Eu acho a Internet, por promover tantos relacionamentos intangíveis (tenho inúmeros excelentes amigos que nem conheço pessoalmente, por exemplo — e inimigos, também), nos faz exagerar no lado emocionado da coisa. Um broder disse recentemente que tudo que você acha que sente na internet deveria ser dividido por 1000 — “se alguém diz que te AMA, no máximo te daria uma carona caso sua casa estivesse no caminho”, ele teorizou


E alguém que se comporta como te odiasse, os tais “haters” (alguns que chegam até mesmo a falar isso e/ou prometer ameaça física se um dia te visse por aí) no máximo sentem uma leve insatisfação com você, e nada mais.


É que no mundo real, regido por regras e interações mais tangíveis, esse tipo de coisa fica abaixo da superfície. Somos obrigados a agir como indivíduos adultos e razoáveis. Se alguém te incomodou um pouco você faz um comentário e segue com a vida. Seria estranho passar dias insistindo na sua insatisfação com alguém que mal sabe que você existe, né? Perpetuamente falando mal da pessoa, indo atrás de saber o que ela está fazendo, esse tipo de coisa seria vista no mundo real como obsessão quase criminosa.


Já na internet, a intangibilidade promove a hiper-sensibilidade. Uma desavença trivial e sem consequências faz com que alguns dediquem tempo e energia stalkeando um desafeto com quem ele simplesmente discordou numa rede social uma vez.


E você aí achando aquela topeira um bicho estranho. Estranhos somos nós.


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Published on June 12, 2013 11:25

June 7, 2013

4 maiores clichês de clipes musicais

Acho que poucas instituições da nossa cultura popular tentam invocar mais o senso de individualidade e rebeldia do que bandas de rock. Talvez é por isso que é tão irônico quantas bandas caem exatamente nos mesmos clichês ao fazer seus clipes. Por exemplo…


Bandas tocando em local fodido ou abandonado:


Geralmente, bandas que adotam esse clichê se vendem ao público adolescente. Eu imagino que é uma metáfora visual que tem como objetivo comunicar sentimentos de isolação, de abandono — que é uma das sensações mais comuns da adolescência, perdendo apenas para “ereções em momentos impróprios”. Maldita puberdade!



http://www.youtube.com/watch?v=HXbZN701HJw



Smothered, do Spineshank



http://www.youtube.com/watch?v=k1BFHYtZlAU



Stay Together For the Kids, do Blink 182



http://www.youtube.com/watch?v=6fVE8kSM43I



Duality, do Slipknot



http://www.youtube.com/watch?v=PVFtRq81Ku8



Anthem of Our Dying Day, do Story of the Year


Banda tocando pros fãs em show improvisado


Esse clichê é comum por dois motivos — primeiro, porque como eu geralmente o vejo sendo usado pra promover o primeiro single de sucesso de uma banda, imagino que a idéia é dizer subliminarmente “ó, tu nunca ouviu falar desses caras na sua vida mas acredite, eles são famosos, olha o tanto de fãs que eles tem!”.


O segundo motivo é que este tipo de clipe é, comparativamente, extremamente fácil de fazer. Monta um palco e bota os caras tocando. É preciso tocar a mesma música umas 6 ou 7 vezes pra conseguir footage o bastante, mas ainda é incrivelmente menos complicado do que clipes que funcionam como mini-filmes, com historinha e tal.



http://www.youtube.com/watch?v=CSvFpBOe8eY



Chop Suey, do System of a Down



http://www.youtube.com/watch?v=20jvV-BPNSk



Last Resort, do Papa Roach



http://www.youtube.com/watch?v=NKsQe31ApMs



Fat Lip, do Sum41



http://www.youtube.com/watch?v=QfcLcDBII78



My Friends Over You do New Found Glory


Banda tocando na prisão


Acho que esta aqui tem a intenção de mostrar os músicos como revolucionários bad boys irreverentes ou algo assim — a velha imagem do rebelde sem causa que é o ganha pão do rock há décadas. Só não sei se sempre foi tão artificial assim.



http://www.youtube.com/watch?v=3rFoGVkZ29w



Saint Anger, do Metallica


(Este é particularmente cara de pau em sua intenção de mostrar os artistas como durões por estarem numa prisão. No comecinho do vídeo um dos policiais está alertando a banda sobre os perigos de gravar um clipe dentro do presídio, e adicionando que se algum deles for tomado pelos presidiários o governo não negociará liberação dele. A banda permanece com semblantes perfeitamente estóicos e impassivos, de tão bad ass que são. Faltou só uma cena deles andando na frente de uma explosão sem olhar pra trás)



http://www.youtube.com/watch?v=zwsIoZt6vGU



The Bitch Song, do Bowling for Soup



http://www.youtube.com/watch?v=4kMZ23T9VHE



Feeling This, do Blink 182 (de novo! E fazendo metáfora de colégio = prisão, que o enquadra numa próxima categoria também)



http://www.youtube.com/watch?v=9QWOc0HnItM



Re-Arranged, do Limp Bizkit



http://www.youtube.com/watch?v=y-jC3H_8Dk4



Lifestyles of the Rich and the Famous, do Good Charlotte


Bandas tocando na escola


Aqui o objetivo é totalmente óbvio, né? “Você está na escola, nós sabemos e entendemos isso”. Toda arte tenta provocar algum tipo de emoção naquele que a observa, e a emoção mais poderosa é auto-identificação. Se seu público é uma cambada de moleque des idades escolars, que experiência é mais comum e portanto mais passível de identificação pra eles?



http://www.youtube.com/watch?v=C-u5WLJ9Yk4



…Baby One More Time, da Britney Spears



http://www.youtube.com/watch?v=qZUn-KtTNmA



Everybody Get Up, do Five



http://www.youtube.com/watch?v=wThg2FgIKuI



Back to School, do Deftones



http://www.youtube.com/watch?v=R4oCDAXQC34



Little Things, do Good Charlotte (de novo!)


Que outros clichês você lembra?


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Published on June 07, 2013 11:32

June 5, 2013

[ Bobagem Internética do Dia ] Cansei de Ser Sexy estraçalhando Get Lucky do Daft Punk

Cansei de Ser Sexy, assim como Sakamoto e Neymar, são o tipo de coisa que eu só conheço por ouvir vocês reclamando a respeito no tuíter quase todo dia. Uma das (des)vantagens de morar no exterior é que estamos um pouco desconectados da cultura popular nacional; se não fosse as redes sociais eu realmente não saberia é PORRA NENHUMA do zeitgeist brasileiro atual. Há alguns meses vocês falavam direto dum tal de, como era o nome mesmo do negócio? Temaki ou algo assim. Até hoje penso que é um tipo de arroz.


Então, essa Cansei de Ser Sexy, né. Tudo que sei dos caras é que são uma banda, que cantam algumas músicas em inglês, e que o nome da banda não me parece justificável — já que eles teriam que um dia ter sido sexy para então posteriormente cansar-se disso; no entanto, a aparência dos integrantes da banda está num espectro que varia entre “parecem mendigos” e “não vou zoar porque pode ser doença”. Vai ver eles cansaram de ser sexy muito antes da formação da banda, e vêm exercitando esta nova filosofia de vida já há muito tempo.


Enfim,


Chegou aqui em minhas mãos um link de uma jam session da tal banda, que usa também como identificação a sigla “CSS”. Com vocês, DEIXEI DE SER SEXY:



http://www.youtube.com/watch?v=bVewRA0GyWw



Vixi maria.


O vídeo não começa tão terrível. A fonética da cantora entrega que inglês não é sua língua nativa, o que geralmente complica a sua vida quando você está interpretando uma música gringa; mas até aí tudo bem. Seu cabelo, ou talvez “peruca molhada que ela achou no beco atrás do estúdio”, combinado à voz que falha às vezes e o olhar morto na cara da vocalista, me faz suspeitar que esta terrível performance se deve ao uso de entorpecentes (que, tradicionalmente, MELHORAM os músicos que você curte. Ou você acha que os Rolling Stones estavam sóbrios quando escreveram Jumpin’ Jack Flash?).


Qualquer esperança que eu tinha nesse vídeo morreu aos 43 segundos, quando a vocalista tenta emular os agudos do Pharrell Williams e erra por umas 4 ou 5 oitavas. Alguns segundos mais tarde, no verso “So let’s raise the bar / And our cups to the stars”, é que a parada, como dizia o poeta, vai pro caralho duma vez por todas.


Além disso, ela ainda erra a porra da letra da música logo em seguida, cantando “She’s up all night ’til the sun/I’m up all night to get some” em vez de “We’re up all night ’til the sun/We’re up all night to get some“, que é o verso correto. Cagou a melodia, cagou a letra, cagou a presença de palco — essa performance é a santíssima trindade das apresentações desastrosas.


Lá pelos 2min28seg, a vocalista (como é o nome dessa desgraçada, aliás? Tenho a suspeita de que é algum nome engraçado) começa a fazer uma voz bizarra, a fim de simular a voz “metalizada” que é comum nas músicas do Daft Punk. E existe um motivo pelo qual a dupla francesa não tenta realizar esse efeito com a voz “nua”: porque o resultado é semelhante às futis tentativas de comunicação de uma vítima de derrame cerebral.


O vídeo vai dessa pra pior. Presenciei rodinhas de violão pós churrasco, com todos os participantes etilicamente calibrados e sofrendo indigestão graças a linguiças mal passadas, com sonoridade melhor do que essa suposta banda profissional.


É de cair o cu da bunda.


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Published on June 05, 2013 14:04

June 2, 2013

[ Bobagem Internética do Dia ] Documentário “Freedom Fries”

Ultimamente venho recomendando coisas legais nesta seção do site, então de repente é hora de mudar o nome da categoria.


E curiosamente, o que trago hoje também tem a ver com uma mudança de nomenclatura!


freedom fries


Freedom Fries: And Other Stupidity We’ll Have to Explain to Our Grandchildren (“Fritas da Liberdade: E outras estupidezes que teremos que explicar pros nossos netos”) é um documentário meio amador (o que adiciona um certo charme à coisa, eu acho — vejo o filme como um pouco mais autêntico e “cru”, mais honesto, que uma mega produção holywoodiana) sobre um fenômeno curioso que rolou nos EUA lá pelo começo dos anos 2000.


É o seguinte. Rolou o Onze de Setembro (essa década morando no exterior fodeu o meu padrão de reconhecimento de datas, quando vocês se referem a essa data como 11/9 eu penso “o que rolou dia 9 de novembro…?”), e os EUA decidiram foder com todos os regimes do Oriente Médio que olharam feio pra eles, por mais que não tivessem nada a ver com a confusão. E assim, as tropas aliadas invadiram também o Iraque.


Ir ao Afeganistão tudo bem, a comunidade global de inteligência estava em consenso de que o Taliban e a Al Qaeda estavam por trás dos ataques. Mas a conexão com o Saddam era muito tênue, e por isso muitos países que se meteram a ajudar os EUA no Afeganistão — como foi o caso do Canadá, por exemplo — se recusaram a ir comprar briga no Iraque. E foi o caso da França, também.


Os EUA, num momento de jingoísmo extremo (o que é perfeitamente compreensível, por muito menos do que um ataque como o Onze de Setembro nutrimos um ódio centenário contra os argentinos!), passaram a vilificar os franceses por causa dessa recusa em ajuda-los num momento de dificuldade.


Um argumento frequente repetido por americanos na época é que quando era a França sendo detonada por um inimigo maligno, os EUA mandaram milhares de jovens pra lutar e morrer recuperando o país pros caras (sabemos que os motivos não eram exatamente nobre altruísmo, mas enfim). Agora que os EUA precisam de ajuda, os franceses agirão conforme o estereotipo e fugirão da guerra? Que filhos das putas!


Então, num arroubo de revanchismo barato e passivo-agressivo, alguns estabelecimentos começaram a “boicotar” a França, com gestos idiotas como jogar vinho francês (que eles mesmos compraram) na sarjeta, causando um impacto nulo na economia francesa. Outra medida foi tirar o nome “French” de algumas comidas, como “French fries” (“batata frita”, entitulada nos EUA de “batatas francesas” apesar de terem sido criadas na Bélgica).


E assim substituiram o “French” nessas comidas por “Freedom”, ou “liberdade”. Estas não são “batatas francesas”, são BATATAS DA LIBERDADE! E sim, mesmo na época muitos já viam isso como cafoníssimo, além de fútil.


O documentário explora essa história meio patética dos americanos (além de cobrir também os efeitos do terrorismo na cultura americana tipicamente consumista) e é muito bem produzido e argumentado. Vale os 50 minutos, assiste lá.


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Published on June 02, 2013 22:52

May 30, 2013

[ Bobagem Internética do Dia ] One Bag, um site que te ensina a viajar só com UMA mala

one bag


Sou um cara cheio de constrastes estranhos. Sou meio bagunçado e desorganizado, acumulo muita coisa que não preciso/tenho preguiça de jogar fora, mas em alguns aspectos eu sou brutalmente eficiente e minimalista. Por exemplo, quando viajo.


Já viajei pra passar mais de três semanas no Brasil, e com apenas UMA mochila. Sempre fui muito partidário da idéia de viajar com o mínimo de bagagem possível, algo que amigos, familiares e desconhecidos internautas acharam muito estranho. O meu amigo que veio ao Canadá para o meu casamento, por exemplo, passou apenas uma semana aqui e no entanto trouxe umas 4 ou 5 malas. A maioria das pessoas que eu conheço viaja assim também,  como se estivesse levando tudo que possui pra passear no exterior com eles.


Lots of Luggage

“Quero que minha coleção de discos do Amado Batista conheça Londres também”


Esse hábito vem, como muitas facetas da minha vida, da minha paranóia debilitante. Não gosto da idéia de deixar meus pertences à mercê do profissionalismo do cara que é pago 10 dólares por hora pra jogar minhas malas do ponto A(vião) do ponto B(usão que leva as bagagens pro terminal); parece-me uma melhor idéia manter todas as minhas posses dentro do alcance permitido por meus franzinos bracinhos de jogador de Magic.


Hoje descobri o site One Bag, que não apenas ensina formas eficientes de viajar com apenas uma mala, mas também oferece justificativas que eu mesmo, apesar de ser adepto do hábito há anos, não sabia formular. Por exemplo, a questão de segurança: com só uma mala, você detém posse de suas tralhas durante todo o trajeto, evitando furtos e coisas do tipo. Bom, esse aí eu sei formular, porque foi isso que fiz no parágrafo anterior.


Mas enfim, há vários outros motivos pra parar com essa merda de ir passar fim de semana no litoral levando seu guarda-roupas inteiro. O site ensina formas eficientes de fazer uma lista de todos os itens que você levará, como priorizar o que você vai levar, como organizar as coisas na mochila/mala, como transformar um simples banheiro daquela pousada em Campos do Jordão numa espetacular lavanderia pra evitar levar mais roupas do que é necessário (e não, lavar roupas em viagem não ocupa esse tempo todo que você PENSA que ocupa. Lavo TODO o conteúdo da minha mochila em 20 minutos no MÁXIMO; dá pra lavar a maioria dos itens durante o próprio banho. “Não tenho tempo pra lavar as roupas” é quase no mesmo nível de “não tenho tempo pra escovar os dentes ou limpar a bunda”).


Pra alguém que cresceu assistindo MacGyver e foi imbuído desde cedo com o espírito gambiarrístico de resolver as coisas com o mínimo de materiais possíveis, essas dicas valem ouro.


Inclusive pras minas eles oferecem dicas de como usar um número bem limitado de peças de vestuário pra combinar DÚZIAS de visuais diferentes; é uma questão de saber QUAIS roupas levar.


O site tem um visual bem “contratamos o sobrinho do cara da contabilidade pra fazer o site da firma em 1998″, mas a informação que tá lá é mais importante que o envelope. E além de tudo o site é muito bem escrito. Vai lá e melhore suas viagens daqui pra frente.


Essa porra de site cheio de dicas MacGyverzísticas me deixou com vontade de viajar mais, bah.


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Published on May 30, 2013 18:07

May 25, 2013

[ Pergunta do dia ] Qual a coisa mais asquerosa que você já presenciou outro ser humano cometendo?

fat bastard


Seres humanos são, a biologia nos ensina, nada além de animais com capacidades cognitivas avançadas. Ao contrário de animais irracionais, que defecam ao ar livre no meio do mato (onde o material orgânico de seus excrementos pode ser readicionado à biosfera de maneira termodinamicamente e ecologicamente eficiente), nós Homo Sapiens cagamos e mijamos dentro das próprias casas em que vivemos, a meros metros de distância do local onde dormimos e comemos.


E não apenas isso, mas defecamos dentro de bacias que se enchem automaticamente com um dos mais essenciais recursos naturais do nosso planeta, que se torna imediatamente inútil para consumo no momento em que a poluímos com o material indigerível que restou da pizza de ontem.


Somos de fato muito superiores em nosso intelecto mesmOH WAIT.


Enfim. Apesar dessa porquice que citei aí acima, nós seres humanos em geral temos guias culturais de bons costumes quando interagindo com outros seres humanos. Ou pelo menos, a maioria de nós. Porque de vez em quando somos obrigados a presenciar nojeiras verdadeiramente revoltantes.


Uma vez eu vi, com estes olhinhos que a terra há de comer, uma garota extremamente obesa e suada cutucar o nariz e, sem qualquer cerimônia ou pudor ou respeito pelas convenções sociais ocidentais, meter o material extraído na boca. NO MEIO DA RUA, MALUCO.


Mas isso nem foi o que mais me causou ânsia de vômito. Não, o que realmente me inspirou a escrever este post foi uma cena que presenciei há alguns anos num transporte coletivo aqui em Calgary.


Era julho ou agosto, meses de verão, quando a temperatura chega aos 30 graus. Pra gente, isso é um calor maluquíssimo (lembre-se que aqui, se passou dos 10 graus a galera já tá saindo na rua de camiseta). Eu estava num ônibus qualquer me esforçando para ignorar todos as pessoas ao meu redor, que é o método costumeiro de uso de um celular em público. Acho que tá no EULA do iPhone, aliás.


Nisso eu percebo uma senhora de aparentes 40 anos, mas que na realidade deveria ter apenas uns 25 no máximo. É que a mulher era, novamente, obesa pra caralho, e adiposidade faz a pessoa aparentar muito mais velha. Em meu antigo emprego na sex shop eu tinha que pedir identidade de todo mundo que entrava; de vez em quanto aparecia uma mina bem gorda que não parecia ser menor de idade nem fodendo, mas eu pedia a carteira de motorista e ficava chocado ao descobrir que a menina tinha apenas 19 ou 20 anos. Isso me incentivava a perder peso, até a próxima vez que passava na frente de um McDonalds com fome.


Então. Estou eu lá brincando com o celular quando detecto a mulher executando o impensável: ela puxou um vidro de MAIONESE da bolsa. Um vidro de maionese mano. Num dia quente de verão.


Me perguntei quem diabos anda com um vidro de maionese na bolsa; antes mesmo que eu pudesse bolar uma hipótese para tal bagagem a mulher desenrosca a tampa do vidro e…


Caralho, precisei parar pra tomar uma água. A memória do que eu presenciei é de fato repulsiva, só de fazer a reconstituição mental da situação me bateu uma quase incontrolável ânsia de vômito. Força, Israel. Respira.


Vamo lá.


Então, ela abre o vidro (UMA PORRA DUM VIDRO DE MAIONESE DENTRO DO CARALHO DO TRANSPORTE COLETIVO MEU AMIGO) e produz da mesma sacola uma faquinha de manteiga (de maionese, na real, como veremos em breve). A faquinha estava bem encrostrada com uma massa esbranquiçada que, embora tivesse a aparência de argamassa, o andar da carruagem sugeria que tratava-se de restos de maionese ressecada.


Ela mergulha a faca suja no vidro de maionese. Neste momento compreendo, COMPLETAMENTE HORRORIZADO, o que estou prestes a presenciar. Tal como um acidente de carro a meros segundos de distância de acontecer diante de seus olhos, foi impossível desviar o olhar. Eu já estava emocionalmente investido naquela situação, o horror quase Lovecraftiano prendeu meus olhos fixamente na mulher, com uma voz sussurando em minha mente “agora tu vai testemunhar essa porra toda maluco, não tem volta”.


A mulher abre a boca torta, com dentes claramente faltando (com essa dieta maionese-based, não me surpreende), e mete a faca coberta com uma camada generosa de maionese na boca. A DESGRAÇADA COMEU ALGUNS CENTÍMETROS CÚBICOS DE MAIONESE ALI DENTRO DO ÔNIBUS, NA PRESENÇA DE TODO MUNDO, COMO SE FOSSE DOCE DE LEITE.


E ela seguiu a viagem comendo (“bebendo”?… Qual seria a terminologia correta pro consumo de uma mistura coloidal como maionese…?) aquela porcaria, fazendo meu estômago se embrulhar de tanto nojo. Cruz credo.


E você, qual a coisa mais nojenta que você já presenciou outro ser humano fazendo?


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Published on May 25, 2013 15:56

May 23, 2013

Nunca mais tento ajudar quem não merece

Há alguns anos conheci uma trupe de strippers nerds que fazem eventos nos círculos geek de Calgary — show burlesco com temática Magic the Gathering, ensaio inspirado em Star Wars, essas coisas. Rolou uma afinidade com a líder da parada (não levem pra maldade, ela conhece minha mulher, etc), e ela precisava de ajuda justamente no lado “social media” da pequena empresa dela.


Agora, social media é essencialmente um dos meus maiores hobbies. Eu praticamente vivo na internet; se tem algo que eu entendo relativamente bem, é a web. Ela precisava de ajuda tanto em lançar um site quanto nas operações relacionadas a redes sociais. Eu gostei da idéia de poder aplicar todo esse conhecimento inútil que acumulei ao longo de anos viciado na internet pra algo que valha a pena pra alguém, então me voluntariei pra essa tarefa.


E com uma certa empolgação atém confesso: não sou apenas um vagabundo que preencheu seu tempo livre nos últimos dez anos com essa internet maldita; esse know how me permite hoje ser um CONSULTOR pra alguém que precisa disso!


Só que rapidinho notei que a menina é daquelas que não aceita muitas sugestões e se chateia ao ser contrariada. Ela insistia em contratar um webmaster, por exemplo — falei pra ela que isso é uma prática que caiu em desuso; gerenciar sites hoje em dia é tão fácil que dispensa empregar um webmaster (e de fato, o próprio termo “webmaster” é meio que uma relíquia da internet dos anos 90).


Expliquei pra ela que os CMSs atuais (WordPress, por exemplo) permitem um total leigo na parte mais técnica da coisa (como eu) mantenha seu site atualizado com conteúdo original — isso sim que é importante em estabelecer uma presença na web. Se você tem algum bom conteúdo original, você pode nem saber o que é HTML e ainda assim ser bem sucedido na área.


Pague alguém pra instalar um CMS, outra pessoa pra fazer o webdesign, e pronto — tome as rédeas da coisa depois disso.


Para minha surpresa, ela contrariou completamente tudo o que eu falei, com uma certa petulância (“pfff claro que não haha existem muitos webmasters sim!!!!”, como quem diz “você não sabe de nada!”). Beleza, deixei quieto o negócio. Deixa ela pagar pra alguém atualizar o WordPress pra ela então, a grana é dela.


Em seguida tive que explicar pra ela o que era o twitter, e como ela deveria usa-lo para promover seu conteúdo. Ela reclamou o tempo inteiro, dizendo que não tem tempo pra isso e o caralho — com aquele tom de descaso que só é possível quando você desmerece completamente a sugestão de alguém.


Pensei “ok, mais uma idéia que ela jogou no lixo. Beleza”.


Depois a conversa voltou pro lance do site. Ela insistia em contratar um webmaster, e eu falando pra ela que isso é desnecessário, que qualquer pessoa que ainda ganha a vida como “webmaster” está pensando e trabalhando como se estivessemos em 1997 — sejam francos comigo, estou errado em pensar isso? –, e que NO MÁXIMO o que ela realmente precisa é de alguém que faça o design. Ela me diz que já contratou alguém muito profissional pra isso; mantenham isso em mente.


A prepotência dela se estendeu a outras áreas, por exemplo — quando ela reclamou que não conseguiu vídeos de um certo evento porque havia “muita luz natural”, como se existisse tal coisa/como se luz natural fosse um inimigo da cinematografia. Falei pra ela que não entendi qual era o problema, luz natural nunca é demais. Ela explicou que “duh mas havia fogo nesse evento, claro que não dá pra filmar direito!”.


Já não tão surpreso com a combinação de “ignorância” e “prepotência” vinda dela, expliquei que é uma questão simples de setar exposição e abertura pra poder capturar sob quaisquer condições, ESPECIALMENTE quando luz natural não está em falta.


Em vez de agradecer a dica, ela deu de ombros de forma meio babaca dizendo que “não tem tempo pra essas coisas”. PORRA, a parada é seu emprego, você sofre de amadorismo quase incapacitante, e é assim que você recebe o maluco que tenta ensinar as paradas?


Foi nessa que a ficha caiu. “Wait, não tou comendo essa mulher, não há motivo pra eu aturar esse tipo de babaquice quando só tou tentando ajudar” e cortei laços completamente — deletei do Facebook, saí do grupo dessa tal trupe dela, etc.


Hoje fiquei sabendo por uma amiga em comum que o site foi lançado. Tenha em mente que todas essas discussões rolaram há uns seis meses, quando o site começou a ser desenvolvido. Tiveram SEIS MESES para trabalhar nesse site.


Olhaí que beleza que ficou.


fanchix


Olha esses assets em resolução errada. Olha esses botões de social media que não levam a lugar algum. Olha o relatório de contato que, se você tenta preencher, abre uma foto. Olha essa página de login ridícula. Veja a página com “upcoming events” listando eventos que já rolaram.


ELA PAGOU PRA ALGUÉM FAZER ESSE SITE.


O resultado é uma merda tão lamentável que nem vontade de zoar a mina eu tenho.


Fiquei é com pena. Como alguém pôde olhar pra esse site em pleno ano 2013 e acha-lo adequado para a internet contemporânea?


A lição aprendida é: seu tempo é valioso demais pra gasta-lo tentando ajudar quem não ouve. É nessas que nego se encontra perdido pra sempre como amador na parada, não saber usar os recursos que às vezes batem na porta.


[ EDIT ] Agora que percebi que o site nem permite membros (que sejam corajosos o bastante pra arriscar dar a essa galera seu número de cartão de crédito), já que a conta da menina no CC Bill está inativa. O site é INÚTIL. Aliás, é pior que inútil — é capaz de assustar clientes em potencial.


[ SEGUNDO EDIT ] Todos sabemos que por melhor que seja o skill do artista, quando o cliente pede merda não há outra opção a não ser dar a ele a merda que ele pediu. Entretanto, não é o caso aqui. Este e este são sites feitos pela autora dessa merda que você viu aí. O próprio site dela é um layout pronto que ela alterou em quase nada, incluindo as imagens afirmando serem parte do portfólio da desenvolvedora — o que a meu ver chega a ser fraudulento.


CALCULE AGORA O NÍVEL DE PROFISSIONALISMO E SKILL DE QUEM FEZ O SITE DELA. Só consigo lembrar da ex-amiga dizendo que a empresa que ela contratou é SUPER PROFISSIONAL quando eu alertava-a de que qualquer pessoa que em 2013 se declare um “webmaster” não entende muito de internet.


Se eu soubesse que precisa saber tão pouco sobre design pra ganhar dinheiro com isso!


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Published on May 23, 2013 14:24

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Izzy Nobre
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