Izzy Nobre's Blog, page 58
September 4, 2013
[ Pergunta do Dia ] Que app relativamente desconhecido você usa a mais tempo?
Lá pros idos de 1998 ou 1999, eu fuçava a internet inteira procurando joguinhos freeware que pudessem ser jogados em multiplayer — de preferência, online. Nessas caçadas eu encontrei o Brainchild Design, uma produtora independente que fazia joguinhos de computador que creio plenamente ter sido o único brasileiro a conhecer.
Um dos joguinhos da empresa chamava-se JUMP ‘n BUMP. Eu poderia descrever o jogo, mas deixarei que um vídeo do youtube faça isso por mim.
http://www.youtube.com/watch?v=ek1Ykci9-6A
Como você pode ver, o jogo é mega simples — até quatro jogadores dividiam o teclado controlando coelhinhos bonitinhos que pulavam em cima uns dos outros, explodindo e pintando o cenário com 5 vezes o volume de sangue que aparentam ter.
Eu ficava jogando horas com meu irmão, enquanto minha irmã assistia (ela era muito novinha na época pra manjar como se jogava) e explodia de rir cada vez que um coelhinho morria. Um amigo não podia ir lá em casa sem jogarmos algumas — várias –hilariantes rodadas de Jump ‘n Bump.
Algum tempo depois descobri que dava pra criar novos levels no jogo de forma bem rudimentar — criando imagens no paint, redimensionando pro tamanho aceitado pelo jogo, e em seguida editando uns codigozinhos num arquivinho TXT (pra indicar ao jogo que partes da imagem do cenário eram água, que partes eram gelo, que partes eram terra normal, etc).
O MS Paint da época não redimensionava imagens muito bem (aliás, mesmo hoje não é essas coisas todas). No fórum do jogo, a sugestão: Irfan View. Baixei o programa.
Usei o Irfan View pra fazer meus levels no jogo (de repente ainda estão lá no site da produtora, depois procuro direitinho), e acabei me acostumando a usar o app pra redimensionar qualquer imagem. Parei de jogar o game, mas com a blogagem veio outra necessidade de redimensionar fotos.
De lá pra cá se passaram quinze anos e continuo usando este aplicativo. É sempre um dos primeiros que instalo quando formato ou compro um PC novo, inclusive.
Tem algum app obscuro aí que você usa há MUITO tempo? Me diz qual!

Daily Vlog: Ivete Sangalo, Calcinha e Decote!
Olhaí um vlog novo, turma! Vamos assistir juntinhos aí:
Como sempre, imploro: deixe joinhas, favorite, espalhe o vídeo entre seus amiguinhos pra ajudar essa porra a crescer. Quanto mais feedback um vídeo recebe, mais empolgado eu fico pra criar mais. Não te custa nada, porra!
Caso você prefira assistir no youtube, basta clicar aqui!
Grato e tenha um belo dia.

September 3, 2013
Volto já, deixa eu configurar este PC novo primeiro!
Lembram a última vez que eu comprei um computador? Foi uma desgraça enlouquecedora. Jurei a mim mesmo que não compraria outra máquina tão cedo.
Acontece que meus HDs (todos eles) começaram a mostrar sintomas de “estamos prestes a ir ao caralho”, e como aquela máquina já tava mostrando sinais de velhice, aproveitei a oportunidade pra upgradear. Comprei isto aqui:
Tô ligado que a praca de vídeo é bem ralé, mas 1) eu não jogo nada neste PC que tenha sido lançado após 1998, e 2) meu software de edição de vídeo não faz aceleração gráfica com GPU. Se eu um dia upgradear pra um Sony Vegas mais violento, aí sim — até lá, um processador porrada já tá de bom tamanho.
Aos curiosos que não clicaram no link lá em cima, este era meu computador antigo:
Em 2009 já não era essas coisas todas; em 2013 é simplesmente vergonhoso.
Enfim. Me dêem uns dois dias pra fuçar um pouco nessa porra, arrancar os bloatwares nojentos que a ASUS enfiou no HD, averiguar que todos os meus backups estão são e salvos. Backup é foda porque quando você esquece de alguma coisa, era A coisa mais importante da sua vida. Quando tu lembra de guardar tudo direitinho, o backup acaba sendo a versão virtual dum tapaué: tu guarda lá e NUNCA MAIS OLHA. Pelo menos arquivos não apodrecem, né.
Estou animado pra editar vídeo nesta nova máquina, aliás. Vamos ver se este i7 trará tanto benefício assim na hora de editar.

September 2, 2013
Daily Vlog: Na “praia”!
Olhaí um vlog novo, turma! Vamos assistir juntinhos aí:
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Grato e tenha um belo dia.

August 31, 2013
[ Vídeo chocante ] Eita! Pedra imensa se solta de montanha e quase mata uns japas!
Se liga na situação.
Esta cena meio bucólica (não fosse a porra do McDonalds no meio estragando a paisagem, e olha que como bom gordo eu gosto de McDonalds!) fica em Taiwan. Tá vendo a cena apontando aquela pequena pedrinha lá em cima? Tenha isso em mente.
Além do comunismo e da tradição histórica de abusos de direitos civis, lá nessas bandas da China adotaram outro produto de exportação russo: as câmeras no painel do carro. E graças a uma delas, temos o seguinte vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=8wWuH7MIeCA
Nos 3 segundos do vídeo é possível ver o pedregulho lá falando “falô galera, vou ralar peito e ver o que tá rolando lá embaixo”. O vídeo continua por mais alguns instantes até que uma chuva de lama e terra caia na rua, jogando aquele carro branco pro lado como se fosse um Hot Wheels.
Olha o tamaho da pedrinha:
Se você prestou atenção no vídeo, por poucos segundos esse cara não foi esmagado por essa pedra.
E caso você se pergunte porque o cara não desviou mais ainda ou deu ré pra evitar possíveis maiores bombardeamento rochoso, é porque deu uns arranhões aí no veículo do homem:
É, rapá. Mesmo essas pedrinhas menores aí poderiam acabar com seu dia, literalmente. Imagina essa pedrona desgraçada aí.
E pra mim, a grande ironia desta cena é que se o motorista tivesse parado ali no McDonalds (um símbolo absoluto da glutonice sedentária que vitimará muitos de nós num futuro não tão distante), ele estaria muito mais seguro contra o mundo natural que, de acordo com meu médico, oferece melhores opções gastronômicas que estendem nossas vida.
Às vezes a Mãe Natureza é boa pra você, às vezes ela joga pedras de 20 toneladas em cima do seu carro. É bipolar, esta louca.

Daily Vlog: 2DS, Nintendo? Que papo é esse?
Olhaí um vlog novo, turma! Vamos assistir juntinhos aí:
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August 30, 2013
[ Pergunta do Dia ] Você lamentou muito a morte de alguma celebridade? Qual?
Talvez poucas pessoas aqui saibam (aliás, nem sei porque saberiam. Deve ter inúmeros FAMILIARES meus que não sabem), meu aniversário é no dia 5 de novembro — uma data que, pós V de Vingança, ficou facim de lembrar. “Remember, remember” e tal.
Então. No dia 5 de novembro de 2008, eu acordei com a notícia de que Michael Crichton tinha morrido. Já tive aniversários em outros anos em que literalmente NENHUM AMIGO MEU APARECEU PRA FESTA (sério) e mesmo assim eu digo sem sombra de hipérbole que meu aniversário em 2008 foi o meu pior aniversário.
A galera que não é muito chegada na cultura pop talvez não conheça o rosto e o nome do homem, mas certamente você está familiarizado com seu trabalho. Michael Crichton escreveu o incrivelmente bem sucedido Jurassic Park, convertido para os cinemas pelo Spielberg em 93. Aliás, nessa época ele se consagrou como o único produtor de contéudo a ter 3 trabalhos distintos dominando os rankings de audiência — a série Plantão Médico (escrita por ele, que também era médico), o filme Jurassic Park e o livro Assédio Sexual — que veio a virar filme também, como muitos outros livros dele.
O autor morreu no dia 4, mas a notícia só foi publicada no dia seguinte — justo o meu aniverário. E logo meu autor favorito.
Minha relação com Michael Crichton é simples: ele, junto com Monteiro Lobato e Tom Clancy, são o motivo pelo qual este site sequer existe. Meu amor pela leitura — e por consequência, da escrita — veio justamente por causa dos longos dias que eu passava debruçado na cama com algum livro destes três. Principalmente os do Crichton.
Comecei com Mundo Perdido, a continuação de Jurassic Park. Meu pai voltou de viagem um dia com um pacote retangular; abro-o o embrulho e encontro a continuação literária do que era na época meu filme favorito. Ironicamente, hoje não gosto tanto assim de JP porque o tom spielbergiano é mais leve e brincalhão que o tecnosuspense do Crichton escrevia.
Ler Mundo Perdido foi uma experiência foda pra mim: é como se eu tivesse a chance de assistir Jurassic Park 2 antes de todo mundo.
Li o livro umas 3 vezes, sem parar, no intervalo de 2 semanas. Eu lia na escola, lia durante o almoço (um hábito que levava minha mãe à loucura), lia antes de dormir. Acordei inúmeras vezes com a cara literalmente enfiada no livro. Essa minha sede infantil de leitura (uma característica que me foi roubada pela internet) é uma das perdas que mais lamento. Pra alguém tão mentalmente hiperativo quanto eu, 200 abas abertas no Opera me satisfazem mais que acompanhar uma única e longa trama literária.
E por falar na trama de Mundo Perdido: além de excelente pelo seu enredo em si, ela também me deu umas noções básicas de biologia, processo evolutivo, e exploração da metodologia científica. Era um conhecimento muito acima da minha faixa etária (eu tinha míseros 10-11 anos).
Além disso, um trecho do livro que me chocou particularmente é quando uma das personagens diz a outra (uma criança negra prodigiosa nos estudos mas com baixa auto-estima por causa da condição socioeconômica em que se encontra) que professores — os adultos em geral, na real — não fazem a menor idéia do que estão realmente fazendo na vida.
Um ensinamento incrivelmente subversivo pra uma criança de 10 anos (“como assim, meus pais não sabem o que estão fazendo da vida…?”), mas mesmo assim um insight que eu só veria se confirmando através de minhas próprias experiências no “mundo dos adultos” quase duas décadas depois.
Crichton foi uma entidade na minha infância; ser presenteado por meus pais com seus livros assim que eram lançados era uma tradição inquebrável da minha época formativa. Lembro exatamente quando meu pai me deu Mundo Perdido, lembro de quando minha mãe me deu Linha do Tempo e Presa, ambos recém lançados na época.
Curiosamente, o último livro escrito inteiramente pelo autor foi também me dado de presente por meu pai. Pirate Latitudes, uma aventura de piratas que ficou mofando na minha estante por mais de um ano porque, por mais que eu apreciasse o gesto do meu pai e a obra do autor, o tema não me interessou.
Muito tempo depois decidi dar uma chance ao livro — é sério, foi mais de um ano depois mesmo — e li em 4 dias sem parar. Apresentei-o pra minha esposa (que tem um gosto literário 506% diferente do meu) e ela não apenas o devorou, mas o livro virou um símbolo no nosso relacionamento de que às vezes ela pode confiar em minhas recomendações.
Não deveria ter duvidado da habilidade do Dr. Crichton.
Meus pais sempre assinavam a dedicatória do livro pra mim com alguma mensagem inspiradora e carinhosa. Mesmo na época, eu já percebia que era relativamente incomum uma criança tão nova quanto passar TANTO tempo lendo; meus broders de colégio se animavam mais com futebol e tal. Era um hábito mais intelectual do qual meus pais claramente se orgulhavam e se esforçavam pra adubar.
Presa, o único que sobreviveu as inúmeras mudanças do nosso processo de naturalização canadense, é infelizmente o único que eles se omitiram a escrever na contracapa. Uma pena.
Nos últimos anos o Crichton se envolveu com discursos políticos meio… estranhos. Inventou de negar o aquecimento global e suas tramas, que desde o começo eram cautionary tales sobre tecnologia descontrolada, passaram a soar fortemente anti-científicos.
Pra cagar de vez o legado dele, o livro no qual ele trabalhava logo antes de morrer (Micro) foi completado por um zé ruela chamado Richard Preston que esculhambou o livro de forma absurda. Pra você ter uma noção da nítida diferença entre os dois autores, você percebe EXATAMENTE o momento em que a trama mudou de mãos. É tipo observar a pororoca, sabe? Há uma linha clara separando a história em duas: a introdução da premissa do Crichton, e a bosta que o Preston escreveu.
Aliás, o anúncio de que o Crichton estava trabalhando num último tecnosuspense antes de morrer me animou pra caralho. Saiu Micro e o desgosto foi impossível de descrever. Até escrevi uma resenha pra Amazon na época que foi rejeitada porque meu tom era “desnecessariamente agressivo”. Calcule aí minha raiva.
(Autor famoso emprestar o nome pra ir na capa de livro escrito por outro zé ruela é algo que me traumatiza, aliás. A série Rama que o diga!)
A “presença” do Crichton na minha infância o rendia um status de incrível importância; enquanto a turma da minha idade idolatrava jogadores de futebol ou artistas da novela, o autor na minha cabeça era O homem mais importante do mundo.
Mais do que Senna, mais do que os Mamonas, a morte do Crichton me deixou muito triste MESMO. Foi a morte célebre que mais me impactou. Eu fiquei o dia inteiro mal.
Qual foi a sua, e por que?

August 28, 2013
[ Maravilhas da Mother Russia ] Olha como esse maluco faz wraps em Moscou!
É, o HBD ficou sem atualizações por alguns dias. Podia estar roubando, matando, ou mentindo pros leitores, mas prefiro ser honesto: desta vez nem foi tanto a falta de tempo. Tava sem saco pra escrever mesmo!
Mas vamos ao post de hoje.
A grande maioria de nós, em geral, não se esforça taaaaaanto assim em seus trabalhos. O que há de mais comum na força trabalhista mundial — sim, mundial. Vagabundice não é produto exclusivo de brasileiros — é achar a forma mais fácil ou conveniente de executar suas tarefas, aquela permita cultivar a maior preguiça possível enquanto ainda mantendo o emprego. Uma vez que se encontra este método, o indivíduo passa o resto da vida empregando-o — sem jamais por grande esforço na performance, sem nunca se desafiar.
Este Boris aqui é outra história!
http://www.youtube.com/watch?v=KVWH8c2sOaI
Este sujeito expressa tanto entusiasmo em sua profissão que você imaginaria que ele é o embaixador russo dos vendedores ambulantes ou coisa do tipo. A velocidade com a qual o fazedor de wraps prepara os quitutes é estonteante. Aliás, este combo de rapidez com precisão remete àqueles vídeos de braços robóticos montando microchips ou instalando portas em automóveis na linha de produção.
Você já foi num fast food qualquer e comeu um hamburger tão mal projetado que parece que o rapaz do McDonalds o montou com os cotovelos? E olhe que ele estava dedicando 100% da sua capacidade a montar a porra do lanche, sem firulas ou malabarismos como esse russo aí!
Tem uma hora ali aos 36 segundos que o maluco joga as duas espátulas (sei que não é espátula mas não sei o nome disto em português) na sua mesa de trabalho, e as duas retornam DAREDEVILMENTE às suas mãos de forma LITERALMENTE ninja. Não tenho dúvidas de que este rapaz poderia empregar seus talentos como assassino profissional se a demanda por wraps não fosse tão alta ali na Sibéria onde ele mora.
E quando o sidekick dele coloca os wraps no grill, este incrível artista marcial gourmet pega aquela pexeira de resolver encrenca no Ceará* e começa a fazer as mais acrobáticas firulas.
Deu pena é do pobre ajudante sem talento, que se limita a operar o grill em total humilhação perante o skill de seu chefe.
*Antes que algum desavisado resolva me denunciar pro Ministério Público por xenofobia: eu e minha inteira família somos cearenses, caraio. MONTESE REPRESENT (se bem que morei em todo canto daquela cidade)

August 27, 2013
Daily Vlog: Médicos brasileiros escrotizando médicos cubanos!
Olhaí um vlog novo, turma! Vamos assistir juntinhos aí:
Como sempre, imploro: deixe joinhas, favorite, espalhe o vídeo entre seus amiguinhos pra ajudar essa porra a crescer. Quanto mais feedback um vídeo recebe, mais empolgado eu fico pra criar mais. Não te custa nada, porra!
Caso você prefira assistir no youtube, basta clicar aqui!
Grato e tenha um belo dia.

August 24, 2013
Um brasileiro perna de pau (eu) tenta lamentavelmente jogar futebol no exterior
Como emigrante em uma terra estrangeira, há sempre algumas expectativas sobre você (algumas que beiram o racismo, diga-se de passagem). Por exemplo, todo asiático é visto como descendente direto da linhagem sanguínea dos monges que criaram o kung fu. Há também o estereotipo de que asiáticos são muito bons em matemática.
Russos tem fama de beberrões, americanos são célebres por sua arrogância e ignorância, e por aí vai. E como brasileiro, espera-se que eu seja um exímio futebolista.
Pelos últimos 8 anos eu aprendi um padrão: após ser apresentado a algum novo amigo e contar que sou brasileiro (ou confirmar quando alguém diz “…e ele é brasileiro! Conta pra ele, Izzy!” que, por algum motivo, sempre acontece), a próxima coisa que eu sempre sou obrigado a dizer é “não, eu sou péssimo em futebol”. A imagem mental que todo mundo aqui fora tem quando pensa no Brasil é o Ronaldinho deixando um oponente tonto com suas habilidades.
(Tem as meninas que se assanham também, fique ligado)
Pois bem. Como eu não gosto de dar falsas ilusões aos meus amigos, sou o primeiro a admitir que sou uma vergonha nacional em relação a futebol. Não sei jogar, não gosto, não tenho time favorito, não acompanho nada. Assisto os jogos da Copa — porque não gostar nem disso é coisa de hipster bunda-suja que diz que tá torcendo pra Alemanhã ou pra Moçambique; não fodam — e só.
Pois bem, ontem fui convidado pra uma partida com os amigos aqui perto. Eles vivem me convidando, mas tou sempre ocupado com uma coisa ou outra (a internet ou internet). Ontem o dia estava sensacional e eu não via os colegas há algum tempo, portanto topei.
Chego lá no campo e noto meus amigos peruanos trajando orgulhosos as camisetas de sua seleção, e pensei “caralho, quando eu finalmente tenho um bom motivo pra usar minha camiseta pirata da seleção comprada por 10 reais na Feirinha do Artesanato em Fortaleza, não uso!“. Mas tudo bem.
Apresentações rápidas entre os caras que ainda não se conheciam (tudo gente boa), e os times foram escolhidos.
Os capitães disputaram a minha posse avidamente, e como justificativa argumentavam que o outro já tinha escolhido o Fulano ou o Sicrano, e portanto pegar também o brasileiro não era justo. Observei o impasse com nervosismo; a decepção seria imensa quando eu pegasse a bola pela primeira vez. Enquanto me aquecia, estava na esperança de ter escondido em meu DNA algum resquício de habilidade esportiva que até então não havia se manifestado. Tipo um gene mutante dos X-Men.
Pois bem, começa o jogo. Assim que nosso atacante se vê marcado e impedido de prosseguir, obviamente a bola passa pra mim. Matei no joelho desengonçadamente e manobrei-a pra frente sem pisar nela — o que pra mim é um achievement incrível — e lá na frente perdi a bola pra um zagueiro muito mais habilidoso.
O tempo inteiro, o time berra incentivos a quem está com a bola. VAI FULANO, É TUA, CORRE PRA CIMA, METE NELES! O espírito de camaradagem é contagiante, e por mais que eu não dê a mínima pra esportes ou trabalho em equipe de qualquer forma (aliás eu não gosto de elogiar ou encorajar ninguém), em pouco tempo eu estava também gritando palavras de aprovação às boas jogadas dos amigos.
E isso é muito bacana. Vocês que viveram a vida toda em algum esporte devem ser bastante familiarizados com a experiência, mas pra alguém que nunca jogou nada (nem na escola), é uma situação nova.
Por isso eu me sentia realmente o herói futebolesco que meus companheiros achavam que eu era. Sabe quando você assiste um jogo de futebol e a comoção do estádio aumenta automaticamente no momento que um atacante invade a área adversária? Então, era isso que acontecia sempre que eu sequer passava PERTO da bola ontem.
Até então eu estava ativamente FUGINDO da bola pra evitar vexame e/ou fracassar no domínio dela e entrega-la sem querer pro outro time. Acontece que toda essa animação acabou me motivando pra tentar alguma coisa um pouco mais ousada. E eu tive minha chance quando, enquanto avançava com a bola, fui bloqueado por dois jogadores oponentes.
Fiz um search mental por todos os vídeos de tributo ao Ronaldinho que já vi no youtube e MIRACULOSAMENTE, executei aquela drible em que o sujeito engana a defesa oponente passando as pernas por cima da bola. Esse tal do “pedalada”.
http://www.youtube.com/watch?v=_stRZk5UdSo
Poisé. O problema é que exauri toda a minha pouca habilidade esportiva na execução (muito boa até, e olha que eu não sou de elogiar o que eu mesmo faço, porque sei que não tenho talento pra nada) do drible, e em seguida errei o passe: essencialmente entreguei a bola pra um jogador adversário cuja cor da camiseta me confundiu. Achei que era um broder nosso.
(Aliás o nosso goleiro foi jogar sem óculos e duas vezes cometeu o mesmo erro, um deles resultando em um gol contra a gente)
Mas enfim. Não fiz mais porra nenhuma no jogo, mas a impressão que os amigos tiveram é que eu sou um mega mestre do futebol que esconde o ouro por ser muito humilde.
Perdemos de 5 a 3 no final, não fiz nenhum gol — mas o simples fato de que eu aguentei correr por duas horas praticamente initerruptas, e que não pisei na bola e caí vergonhosamente nenhuma vez, já teria sido considerado uma vitória por mim.
Sem contar que o espírito de camaradagem entre o time é um negócio muito legal. Como já falei, pra mim que me isolei de todo tipo de atividade esportiva a vida inteira, é uma sensação completamente nova. Voltarei na semana que vem pra jogar com os broders, e assistirei mais vídeos do Ronaldinho até lá.

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