Izzy Nobre's Blog, page 60

August 16, 2013

5 assustadores mistérios inexplicados. Leia no escuro!

Quando eu era molequinho, ganhei de minha tia (ou surrupiei da coleção dela, não lembro agora) um livro chamado “Mundo dos Fenômenos Estranhos”, ou “Livro dos Fenômenos Estranhos”, de um sujeito chamado Charles Berlitz. Não lembro exatamente a tradução em português, mas aqui está a versão original do livro.


Charles Berlitz foi o primeiro a escrever a respeito do Triângulo das Bermudas, transformando o assunto num fenômeno de pop culture praticamente da noite pro dia. Ao ver que o público americano adorou sua “investigação” do Triângulo, o sujeito decidiu que livros sobre mistérios inexplicados eram um imenso mercado ainda não-explorado.


Ele então escreveu seu segundo livro, aquele que eu roubei da minha tia. Nele, como você deve imaginar, o autor discorria sobre diversos mistérios históricos — desaparecimentos ou mortes estranhas, aparições alienígenas, artefatos arqueológicos de propósito desconhecido, esse tipo de bizarrice. Eu ADORAVA o livro, e nunca conseguia dormir direito após ler alguns capítulos dele.


Há algum tempo eu vinha com vontade de escrever um texto sobre o assunto. Mesmo sabendo que os temas a serem pesquisados provavelmente me levariam a passar algumas noites com a lâmpada do criado-mudo acesa, vasculhei a internet em busca das histórias mais escabrosas da história contemporânea.


Apague todas as luzes da sua casa e embarque nessa viagem pelo estranho e inexplicável.


5) O Caso Das Máscaras de Chumbo


Nada melhor pra começar essa listinha do que um mistério made in Brazil.


Em 1966 um rapazote chamado Jorge da Costa estava empinando pipa no Morro do Vintém, em Niterói, quando fez uma descoberta que provavelmente traumatizou-o pro resto da vida: o moleque esbarrou com dois defuntos.


Os presuntos, mortinhos da silva, estavam caídos lado a lado, levemente cobertos pela grama. Não havia sangue ou outros sinais de luta no lugar. Os caras não mostravam nenhum ferimento, suas roupas não estavam rasgadas nem nada.


Correndo o mais rápido que suas perninhas franzinas permitiam sem que se partissem em dois pedaços, o moleque voltou pra casa e entrou em contato com a polícia local. Os meganhas chegaram ao lugar e encontraram uma cena que até hoje desafia explicação racional.


Os dois corpos trajavam ternos e capas de chuva. Perto do corpo a polícia encontrou uma garrafa de água (que estava vazia), e um pacote com duas toalhas.


Até aqui a história já parece bizarra o bastante (como qualquer morte múltipla sem causa aparente é), mas tem mais. Sabe porque a história ficou conhecida como o Caso das Máscaras de Chumbo?


Porque os defuntos estavam usando justamente isso no meio da cara — estranhas máscaras de chumbo comumente usadas pra proteger o rosto de calor ou radiação.


Ok, então dois malucos subiram no morro com água, toalhas, ternos, capas de chuva e umas máscaras metálicas que devem ter atormentado os pesadelos do pobre Jorge pro resto da vida. Até aqui o negócio é de fato bizarro, mas não TÃO bizarro assim, poderia ser apenas um casal de gays com fetiches incomuns procurando um pouco de privacidade pra violar analmente um ao outro com paixão, intimidade e ternura.


Mas o caderno que os policiais encontraram com um dos corpos deixou claro que o caso nas mãos deles era mais misterioso e sinistro do que um encontro carnal de homossexuais apaixonados.


Além de mensagens crípticas envolvendo códigos, símbolos estranhos e números que pareciam ser frequências de rádio, o caderno trazia uma folha avulsa com seguinte mensagem, copiada aqui na íntegra:


16:00 está no local determinado. 18:30 ingerir cápsulas, após

efeito proteger metais aguardar sinal máscara


Ou seja — o que a primeira vista parecia ser uma pista no caso acabou trazendo mais dúvidas ainda. Assim como o resto das anotações no caderninho, a mensagem jamais foi decifrada.


A polícia continuou investigando, mas nunca descobriu muita coisa além da identidade dos dois homens, que eram técnicos em eletrônica. Como você deve ter imaginado, autópsias dos dois cadáveres não revelou nenhum tipo de toxina. A causa da morte é um mistério até hoje.


4) A Batalha de Los Angeles


A mídia impressa costuma empregar nomes sensacionalistas pra se referir a certas pessoas ou eventos, numa tentativa de atrair o imaginário popular e garantir a circulação máxima da publicação. Foi assim que Francisco de Assis Pereira se tornou o “Maníaco do Parque”, por exemplo. Mais da metade dos inimigos do Homem-Aranha devem seus nomes à mesma prática.


No caso da “Batalha de Los Angeles”, o evento foi tão espetacular que o nome era o detalhe menos importante.


Na noite de 24 de fevereiro de 1942, vários moradores de Los Angeles viram objetos luminosos pairando sobre suas cabeças. A histeria foi geral, e muitas ligações pros serviços de emergência depois,  a cidade de Los Angeles estava sob comando dos militares. Os milicos ordenaram um apagão geral na cidade, numa tentativa de identificar melhor a luz vinda dos objetos voadores.


A foto acima, que foi capa de todos os jornais nacionais na época, mostra os holofotes dos militares apontados pros UFOs. Segundo a Aeronáutica, os objetos se locomoviam a pouco mais de 300 km/h.


Em seguida, a Brigada de Artilharia da Marinha posicionou suas armas (canhões anti-aéreos cuja munição são cargas explosivas de 6kg) e começaram a meter chumbo grosso nos objetos. Mais de 1400 tiros foram disparados, e apesar disso os objetos voadores não se transformaram em objetos cadentes.


Cinco pessoas morreram de ataques cardíacos durante o drama, e vários carros e prédios foram danificados pela munição anti-aérea que eventualmente caiu na cidade abaixo.


No dia seguinte as afirmações das autoridades foram conflitantes. Alguns alegaram ser nada além de um “alarme falso provocado pelo nervosismo da guerra”, sem elaborar sobre a identidade dos objetos. Outros falaram que eram balões japoneses, sem explicar como é que balões se movimentariam a 300 km por hora.


Após mais alguns comentários incongruentes, os militares decidiram que a desculpa oficial seria que os objetos eram aeronaves japonesas designadas pra sobrevoar o céu de Los Angeles, com o objetivo de causar medo em solo americano e abaixar a moral do país.


Bom, sobre a parte de causar medo, eles acertaram. O que continuou não fazendo sentido é como é que os tais aviões sobreviveriam várias horas de bombardeamento pesado sem fazer manobras evasivas de qualquer tipo.


Mencionei que o governo japonês negou envolvimento com o mistério na época, e continua fazendo isso até hoje?


3) O mapa de Piri Reis


A imagem que tu vê aí ao lado é um artefato que tem deixado historiadores sem explicações desde 1929, quando foi descoberto.


O mapa – que todos os testes provavam ser autêntico, antes que você me pergunte – foi produzido no século XVI (1513, pra ser mais exato) pelo famoso almirante Piri Reis, da corte turca. O cara, que aparentemente era também cartógrafos nas horas vagas, traçou o mapa baseado em diversas coletâneas geográficas que, supõem os historiadores, ele teria achado na lendária Biblioteca de Alexandria.


A admissão de que o mapa se trata de um apanhado de outros planilhas cartográficas foi feita pelo próprio Piri Reis, em anotações encontradas com o mapa. O problema é, que outras “coletâneas” seriam essas, que aparentemente ninguém mais na época chegou a ver…? Por que elas não eram usadas como a cartografia oficial do mundo da época?


O mapa mostra com clareza e precisão o litoral oeste da África, o norte europeu, a costa Leste (e o interior) do Brasil – algo que nem os portugueses conheciam em 1513 -, e até mesmo algo que não existia

pra humanidade naquela época – a Antártica.


Aliás, opto pela grafia de “Antártica” ao invés do comumente ouvido “Antártida” porque este último não faz sentido. Antártica significa “Anti-Ártico”, ou seja, “oposto ao norte”. Não sei porque em português inventaram de substituir o C por um D na palavra. “Ártida” não existe, logo “Antártida” também não.


Mais impressionante do que a cartografia apurada do mapa, é o fato de que ele mostra a costa antártica SEM a camada de 1km de gelo que a cobre. A última vez que o pólo sul não esteve coberto de gelo foi há 6 mil anos, na última precessão axial do nosso planeta. Só após a expedição britânica-suíça de 1949 foi possível descobrir os contornos exatos da Antártica.


Como diabos Piri Reis (ou o criador do mapa que ele copiou) sabia disso?


Em 1953 a marinha turca enviou o mapa pro Departamento Naval Americano de Hidrografia. O diretor do departamento requisitou o auxílio de Arlington Mallery, um especialista em cartografia antiga.


Pra avaliar a precisão do mapa, Mallery transferiu a geometria do mapa pra um globo, usando o método de projeção que ele concluiu ter sido usado por Piri Reis. Com muita surpresa, Mallery descobriu que o mapa era PERFEITAMENTE preciso. Ele declarou que a única maneira de obter esse tipo de precisão é através de aerial surveying.


Em 1960 o professor Charles Hapgood, da Keene College, escreveu à United States Air Force pedindo uma avaliação do mapa de Piri Reis – em especial, ele queria saber o que a USAF achava da cartografia antártica ilustrada no mapa. A resposta do coronel Harold Ohmeyer foi que o mapa é realmente bastante apurado, e que não há como compreender onde esse mapa se encaixa no suposto conhecimento geográfico do século XVI. De maneira simples, o mapa simplesmente não poderia ter sido feito em 1513. O mundo conforme ilustrado pelo mapa de Piri Reis ainda não existia.


Piri Reis não era o único turco com fontes secretas, aparentemente. Em 1559, um sujeito chamado Hadji Ahmed fez um mapa que mostra o estreito de Bering, a faixa de terra que liga o Alasca à Sibéria.


Problem is, essa faixa está submersa há milhões de anos.


Quem estava fornecendo esses dados?


2) O Incidente de Dyatlov Pass


O incidente de Dyatlov Pass se refere à misteriosa morte de 9 esquiadores russos, provocada por um evento até então desconhecido que se deu na noite de 2 de fevereiro de 1959. Dyatlov era o nome do líder do grupo, e não o nome da montanha que eles escalavam, como alguns pensam. Esta se chamava Otorten.


O grupo partiu de trem em direção a Vizhai, o povoado mais próximo à montanha, no dia 25 de janeiro. O combinado seria que Dyatlov enviaria um telégrafo pras famílias dos esquiadores quando voltassem à Vizhai. A data esperada pro retorno era o dia 12 de fevereiro; não houve nenhuma notícia do grupo, mas atrasos eram comuns em expedições como essa. As famílias dos desaparecidos começaram a encher o saco das autoridades e uma operação de resgate foi montada no dia 20 de fevereiro.


Seis dias depois, o grupo de resgate achou o local onde os desaparecidos haviam acampado. A barraca estava rasgada, e uma série de pegadas os levou até um bosque nas proximidades. Lá foram encontrados os corpos de dois dos esquiadores perdidos.


Ambos estavam descalços, trajando apenas cuecas. Permita-me apontar que fevereiro é o mês mais frio do inverno no hemisfério norte, e poucos lugares neste planeta são mais frios que a Rússia durante o inverno. A temperatura média reportada na montanha era de -30 graus Celsius, o que é considerado QUENTE naquela região durante o inverno.


A mais ou menos 400 metros de distância dali jaziam os corpos de outros três esquiadores. A posição em que eles foram encontrados sugeria que eles morreram tentando voltar ao local do acampamento. Eles não caíram todos no mesmo lugar, uma distância de mais ou menos cem metros separava os três corpos. Só em maio os últimos quatro corpos foram encontrados.


A examinação dos corpos trouxe mais dúvidas do que resposta (o que é uma constante em casos de mortes misteriosas). Enquanto cinco dos corpos apresentavam sinais de morte por hipotermia, três dos últimos quatro corpos achados exibiam sinais claros de algum tipo violência.


Não estamos falando de facadas ou pauladas; um especialista envolvido na investigação comparou os ferimentos (crânios estraçalhados e tórax esmagado) com o que se vê resultante de um acidente automobilístico. Os corpos não apresentavam NENHUM sinal visível e violência, todo o dano era interno. Não havia cortes nem arranhões na pele de nenhuma das vítimas. Como se o negócio já não fosse bizarro o bastante, descobriu-se que a língua de uma das mulheres havia sido arrancada.


Nenhum dos corpos se encontrava suficientemente agasalhado. A maioria estava descalça, usando apenas cuecas, ou usando o que pareciam ser tiras de roupas removidas dos que haviam morrido primeiro.


O nome da montanha era Kholat Syakhl, que significa “Montanha da Morte” em dialeto Mansi. I’m not making this shit up.


1) O manuscrito de Voynich


A História é repleta de relatos de falsificações arqueológicas. O homem de Piltdown, as placas Kinderhook, e o próprio Livro de Mórmon são bons exemplos desse tipo de safadeza. No mundo artístico há centenas de casos de falsificações, e é provavelmenteo ramo que atrai os forjadores mais prolíficos.


Entretanto, há algo em comum em todos esses casos: havia um benefício a ser atingido através da falsificação, seja convencendo alguém através do artefato produzido, ou tentando vende-lo por preço altíssimo como produção autêntica.


Como explicar uma falsificação que não almejou alcançar nenhum dos dois objetivos?


Essa é a dúvida que ecoa na cabeça dos estudiosos que analisaram o manuscrito de Voynich, que herdou o nome de Wilfrid M. Voynich, um colecionador de relíquias medievais que obteve o livro em 1912.


O livro tem 272 páginas e foi inteiramente escrito numa língua que jamais existiu. O manuscrito foi apresentado pros melhores criptógrafos americanos e britânicos da Segunda Guerra Mundial, e após meses de tentativas nem uma palavra sequer foi identificada. Como não há nenhuma forma de elucidar o texto, o conteúdo do livro foi deduzido através das ilustrações. A partir dela concluiu-se que o livro trata de botânica, astronomia, e biologia.


Antes que você sugira, não, Voynich não escreveu o livro por si mesmo. Especialistas concordam que o livro foi escrito no século XVI. Há várias teorias a respeito de quem o teria escrito, mas ninguém consegue chegar a um consenso a respeito do motivo da criptografia utilizada.


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Published on August 16, 2013 07:00

August 15, 2013

6 imagens que provam que publicitários não entendem de videogame

Graças a cenas como esta — em que os escritores da série NCIS passam tão longe da verossimilhança no quesito “mundo dos games” que a suspeita vigente é que a sequência inteira é uma tentativa de trollagem –, já estamos acostumados a ver Hollywood como completamente ignorante no assunto de tecnologia.


Só que você sabia que a indústria publicitária é pior ainda?


Por exemplo: geralmente ilustra-se site/catálogos de loja de móveis com uma família feliz sentada no sofá assistindo TV e tal, né? E às vezes, a agência dispensa a imagem tradicional da família feliz vendo filminho e colocam alguns moleques jogando videogame. Pra ficar mais modernete, sei lá.


E as cagadas que eles cometem ao compor estas cenas são iguais aquela cena de NCIS lá em cima: chego a suspeitar que é de propósito, porque teria que ser um senhor de 70 anos de idade pra não entender o básico de como videogames funcionam.


E é nessa hora que vemos que Hollywood não tá tão ruim assim, porque pelo menos não mostram sujeitos digitando com teclado de cabeça pra baixo ou usando o mouse como microfone a la Scotty em Star Trek IV – Voyage Home. Ok, eles mostram sim, vou precisar de outro exemplo.


RS

“Computador, XVIDEOS por favor!”


Olha o tipo de merda que aparecem nesse tipo de foto:


“OPA QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU! TAVA AQUI DE BOA JOGANDO METAL GEAR SOLID 4 USANDO UM CONTROLE DE XBOX 360! BELEZA?”


1


VOCÊ CHEGOU A CONHECER ESTE MODELO WIRELESS DE PS2?


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A MICROSOFT NÃO PODIA DEIXAR BARATO E LANÇOU SEU XBOX TOTALMENTE WIRELESS TAMBÉM


XBOX


E DESSA VERSÃO DE COLECIONADOR DE SONIC PRO GAME GEAR, QUE ERA UM CARTUCHO INVISÍVEL?


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Ok, nessa eu trapaceei porque é cena de filme.


MAS MELHOR AINDA ERA ESSE MARIO DO PS2. COMO ASSIM VOCÊ NÃO LEMBRA? SAIU EXCLUSIVAMENTE PRAQUELE PS2 QUE PARECIA UM DVD PLAYER CINZA!


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FALTAM-ME PALAVRAS


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Pra quem tem TOC como eu, essas imagens fazem o sangue ferver. Foi assim pra você também…?


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Published on August 15, 2013 07:00

August 14, 2013

8 brinquedos de infância que todos tivemos. Você lembra de todos?


Este é o grande e clássico Aquaplay.


Pros noobs, o negócio era o seguinte: havia água dentro dessa cápsula plástica do brinquedo (no shit, Sherlock) e os botões ali embaixo pressionavam bolsas plásticas que criavam jatos dágua dentro da parada. Haviam várias temáticas esportivas; esse aí por exemplo é o de futebol. Você deveria, usando os tais botões, impulsionar a bola pra dentro do gol do adversário. Tinham Aquaplays single player, também, pra filhos únicos e/ou gente sem amigos.


Havia pouquíssimo gameplay real envolvido no negócio, pra era um misto de paciência + sorte. E note o placarzim analógico, hahahaha. E tinha também os Mini-Aquaplays, vendidos em camelôs por todo o Brasil. Tive diversos desses.


“Bebeu água do Aquaplay” era na época sinônimo de “moleque maluco” ou “porra louca lifestyle”.


Praticamente TODO dono de Aquaplay fantasiava em encher o brinquedo com guaraná, mas até one sei ninguém jamais realizou esse sonho.



O Jogo da Vida foi pra muitos de nós um verdadeiro treinamento pra vida adulta. Antes do advento deste clássico, não tínhamos idéia das milhares de coisas que podem dar errado na nossa vida. Como era boa aquela vidinha fácil e sem preocupações…


Aliás, no Jogo da Vida parecia até um exagero cômico a sequência de coisas erradas inesperadas que podiam acontecer com você. Ahhh, a inocência!


Jogo da Vida era um jogo de tabuleiro em que cada casinha te dava ou tirava dinheiro baseando-se em paródias de acontecimentos reais que a essa altura já nos acostumamos — “você bateu o carro, pague X pra conserta-lo”, “seu primo precisa de um empréstimo, mande Y pro vagabundo”, esse tipo de coisa. Não havia nenhum skill envolvido no jogo (como a maioria dos jogos de tabuleiro), era tudo na pura sorte.


O engraçado é que no começo do jogo, você tinha duas escolhas a fazer — meter a cara trabalhando imediatamente, ou ir pelo caminho “acadêmico”: dependendo de que casa tu caia nesse caminho, tu se formava como jornalista, ou médico, ou advogado, ou etc. Havia alguns benefícios pra ambas escolhas, mas lembro que todo mundo escolhia o caminho acadêmico. Se não me engano, os salários eram maiores.


“Por que diabos alguém escolheria NÃO ir pra faculdade?!” a gente pensava na época. Hoje, temos várias respostas.


O jogo acabava com aposentadoria. Sempre me perguntei porque não terminava com a morte imaginária do jogador. Eu era um moleque meio macabro mesmo.


E eu sempre me perguntava quem deveria ser aquela família na imagem da caixa do jogo.



Eu tinha dois Ferroramas — este da foto acima (a única diferença é que a locomotiva era vermelha, igual a que aparece no começo desse vídeo aqui) e o modelo anterior, no qual a locomotiva era uma clássica maria-fumaça. Ela também aparece naquele vídeo, alias.


A criançada mais nova deve até pensar que o Ferrorama não tinha gameplay nenhum e que o negócio era apenas ver os trens zunindo de lá pra cá (e faziam um barulhão, lembram? Isso é, pro tamanho deles, anyway), mas isso não é completamente verdade. Haviam trilhos especiais com chavinhas que mudavam a direção ou o trilho que o trem percorriam; se você tinha vários deles e duas ou mais locomotivas, o legal era gerenciar o fluxo dos trens sem causar uma colisão entre eles.


A locomotiva vermelha era consideravelmente mais potente que a maria-fumaça, e ela tinha mais luzinhas também. Por causa disso, quando eu ia brincar com meu irmão, sempre a escolhia — o que era insignificante, visto que não controlávamos as locomotivas diretamente e reclamar posse de qualquer uma delas não fazia sentido prático.



Meus pais compravam MUITOS jogos de tabuleiro, mas sem duvida o favorito entre eles e seus amigos era Imagem e Ação. Aliás, me veio agora a lembrança de meus pais e seus amigos na mesa de jantar, berrando feito loucos ao redor do tabuleiro de Imagem e Ação. A imagem de um monte de jovem adultos curtindo um joguinho me faz me sentir próximo dos meus pais, psicologicamente e culturalmente falando. Esse é o tipo de coisa que eu faço.


Imagem e Ação era um jogo, como o nome insinua, de desenho e mímica. Tu rodava o dado, caia numa categoria qualquer, e puxava uma carta do monte. O item equivalente à categoria da casa em que você parou era o selecionado na carta (ação/objeto/lugar, era algo assim), e você deveria representa-lo com ilustrações ou pantomima. Se seu time acertasse a imagem ou a ação em 30 segundos — acho que esse era o tempo limite –, você avançava no jogo.


Meu irmão sempre teve vocação pra arte, e quando eu surrupiava o jogo do armário dos meus pais pra jogar com a molecada — algo que meus pais vetavam quando eu era mais novo, sem dúvida por medo de que eu perderia peças do jogo, mas aquiesceram quando eu me tornei mais velho –, meu irmão era sempre disputado aos tapas pelos times. E os desenhos dele eram sempre cheio de firulas, sombras, etc.


Duas coisas marcaram todo mundo que jogou Imagem e Ação — o primeiro contato com uma ampulheta, esse instrumento medieval de medição de tempo, e os jogadores que INSISTIAM em “adivinhar” o desenho/mímica com uma palavra que eles já usaram e já foi rejeitada. Esse sketch do Family Guy explica o fenômeno perfeitamente.


Caso você esteja curioso, o equivalente gringo se chama Pictionary.


Tinha também aquela clássica lenda urbana de que um primo do vizinho do tio do irmão dum colega de escola, curioso sobre a procedência daquela bonita areia azul da ampulheta, quebrou-a e descobriu que se tratava de SABÃO OMO.



Procurei até cansar, mas não achei foto do carrinho de pedalar que eu tinha quando moleque. Era bastante parecido com o acima, porém vermelho e branco. Não lembro mais, mas suspeito que ele era modelado na Williams McLaren do Ayrton Senna. Vai ver era até licenciado oficialmente.


O carro de pedalar é essencialmente uma bicicleta com quatro rodas e volante. Como só tinha uma “marcha” e o carro é relativamente pesado, era um esforço pedalar aquela merda. Mas puta que pariu, COMO ESSA MERDA ERA DIVERTIDA! O ciúme do meu carrinho de pedalar era tamanho que, estando eu na rua brincando com ele entre a pivetada, eu não levantava do banco nem pra mijar. Eu acho que jamais permiti ninguém a dar voltas no meu carrinho.


Quando eu tiver um filho, ele terá um carrinho de pedalar. É uma das coisas que farei questão de dar a ele, tal como comida, teto, e uma profunda doutrinação em Star Wars.



“Mais que um brinquedo, quase um computador”. Lembra desse slogan do comercial do Pense Bem?


(Hahaaha, reassistindo esse vídeo, imagino que os leitores mais jovens do HBD devem estar pensando “wow ISSO era o brinquedo foda na sua época? Que deprimente“)


Eu certamente lembro, porque foi ele que me levou a atormentar meus pais diariamente por três ou quatro meses até que eles decidissem que a única forma de me silenciar seria comprar essa merda pra mim no próximo Natal. Ahhh, 1992, você foi um ano do caralho.


O que era o Pense Bem? Apesar da propaganda evidentemente enganosa, o Pense Bem era exatamente o que alegava não ser (um brinquedo), e estava muitíssimo longe de ser o que alegava ser (um computador). O Pense Bem era um computador na mesma proporção que um relógio de pulso é um computador. As únicas coisas que o Pense Bem tinha em semelhança com um computador é o formato, e o fato de que ambos são escritos com auxílio da letra M.


Além de primitivas funções musicais que me permitiam reproduzir 20% da música tema de Jurassic Park, o “computador” tinha algumas atividades matemáticas (o aparelho jogava uma adição/soma/divisão/subtração com um dos fatores como incógnita, e você tinha que descobrir a resposta.


Tinha um outro joguinho que era essencialmente um “descubra a média aritmética entre estes dois números!” (sério, não tou inventando, assista o comercial de novo), tinha um joguinho de memória no estilo Genius/Simon Says, e alguns outros badulaques que se perderam na minha memória.


Um das brincadeiras mais interessantes do troço eram os livros de atividades. Livrarias e lojas de brinquedos na época vendiam livros com perguntas sobre os mais variados assuntos, e você usava o Pense Bem pra selecionar as respostas entre as múltiplas escolhas. Eu tinha vários livros com personagens da Disney, livros sobre Astronomia, Biologia, e um bizarríssimo “Livro Pense Bem Plebiscito”, talvez produzido na esperança de educar a molecada sobre aquele plebiscito de 1993.


O grande lance do Pense Bem eram realmente os livros de atividade. Como moleque muito curioso, eu me vi numa tarde tentando imaginar como é que o Pense Bem “sabia” as respostas dos livros que eu tinha acabado de ganhar. Conclui que as respostas de todos os livros já deveriam estar programadas no brinquedo, e que o código de 4 dígitos no começo do livro simplesmente acessava um banco de dados específico cujas respostas coincidiam com as perguntas do livro.


OU SEJA — eu poderia escrever meus próprios livros. Bastava bolar um número de 4 dígitos qualquer e ir respondendo as perguntas às cegas, anotando as respostas certas, e inventando perguntas em que as opções de respostas coincidissem. Feito isso, eu roubavas folhas da impressora matricial do meu pai, desenhava uma capa estilosona e escrevia as perguntas com as opções de resposta que batiam com o gabarito que eu escrevi no começo.


Escrevi vários livros, mas os que me lembro mais claramente eram o de Jurassic Park e Back to the Future. Levei os livros pra escola, emprestei pros amigos, e me tornei uma divindade na sala: “O garoto que escreve os próprios livros de Pense Bem”.


Meus amigos eram burrinhos.



Acabo de perceber que eu não tenho motivos pra reclamar dos meus pais. Eu só tinha brinquedo foda. O Armatron estava entre um dos mais fodas.


O Armatron era um briquedo distribuído nos EUA pela extinta Radio Shack, e aqui no Brasil pela Tec Toy ou Gradiente, não consigo lembrar. Ele era um braço robótico articulado que tu podia manobrar com aqueles dois joysticks ali.


Era barulhento pra cacete, levava pilhas IMENSAS cujo nome/formato eu nem sei se ainda existe porque nunca mais vi, e era uma pequena maravilha da engenharia. Só havia UM motor no Armatron, todas as articulações eram movidas por engrenagens conectadas àquele único motor na base do brinquedo. Realmente impressionante.


O brinquedo era na real um joguinho — havia um timer ajustável no Armatron, e você deveria colocar aquelas bolinhas dentro de uma caixa de plástico e fechar a caixa, nem lembro mais. Eu nunca usava o robô daquele jeito, ao invés disso enfileirava meus bonequinhos e tentava leva-los de um ponto a outro na fila usando o Armatron sem derrubar os outros. Os controles eram relativamente complexos pra crianças mais novas — eu tinha 8 ou 9 anos — mas eu manobrava o robô com maestria.


O meu Armatron ainda existe — está na casa do meu primo Matheus, em Fortaleza. Muitos dos meus brinquedos de infância foram parar no quarto dele, o que é algo que eu aprovo 150%, porque o moleque é extremamente cuidadoso com os brinquedos. Vi vários ex-brinquedos meus nas prateleiras do quarto dele, todos em perfeito estado de conservação, sem poeira nem nada. Deu gosto de ver.


O Armatron sugava pilhas que era uma beleza, então meu pai — que tem formação em eletrônica — fez um mod que permitia uso de uma fonte AC externa pra brincar com o bicho, dispensando as pilhas.


E não era mod porco de atar fios nos contatos da pilha, não: ele desmontou o bicho, soldou uns trecos no motor, fez um buraco do lado da carcaça do brinquedo e implatou um plugzinho lá. A fonte podia ser removida caso não fosse requerida no momento e tudo, parecia uma solução oficial do fabricante, tamanho foi o esmero do meu pai no acabamento da parada.


Passei a ver meu pai como um super herói, dotado de habilidades muito cima de mortais comum, a partir desse dia.



Combate era mais um de uma longa lista de jogos de tabuleiro cujo gameplay era quase inteiramente dependente de sorte, mas que a gente adorava mesmo assim. Sério, havia mais skill numa partida de jogo da velha do que de Combate.


Cada lado tinha 40 bonequinhos como os que você vê acima, de variadas patentes militares. O que tu fazia era avançar no campo do inimigo, sem ver que soldados ocupavam as casinhas do lado inimigo. Se você chegar num boneco inimigo com um seu de ranking maior, ele morria e tu avançava. E havia bombas, que não podiam se mover e explodiam a pecinha infeliz que as encontrou. Quando um lado captura a bandeira do outro, o jogo acaba.


Havia uma certa estratégia no posicionamento dos bonequinhos, mas uma vez que o jogo começava, era simplesmente avançar com os bonecos e torcer pra chegar em pecinhas inferiores às suas. Tinha um certo blefe também — haviam os marotos que colocavam suas bombas beeem longe de onde a bandeira se encontrava, pra despistar os oponentes.


Tinha também a manha de mover TODOS os soldados exceto quatro pecinhas arbitrárias na linha de frente do seu campo. Como as bombas não podem se mover, o oponente interpretava suas manobragens em volta desses quatro soldados como se eles fossem as próprias bombas — e com isso, passavam longe deles. Imagina a surpresa do cara quando as “bombas” começavam a avançar pra cima do campo oponente — e sem que ele estivesse preparado pra intercepta-los.


Ok, falei merda: tinha uma estratégia, sim! Preciso comprar um novo. Aqui ele se chama “Stratego”, mas tem temática medieval. Não curto.


É engraçado ver que os anos se passaram e eu continuo tão fissurado por brinquedos quanto era quando moleque. Tenho plena certeza de que não sou o único.


Ihh, faltou falar do Autorama. E dos Lango-Langos. E do Udi Grudi. E de Detetive. E do Detetive Low Budget. E da Coleção Vagalume, que não era brinquedo mas fez parte também.


Ahhh, fuck it, esse texto terá continuação.


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Published on August 14, 2013 06:10

August 13, 2013

REVOLTANTE: Radialista humilha moradores de rua ao vivo em seu programa. Adivinha o que ele fez!


Opie and Anthony são uma dupla de radialistas americanos que alguns fóruns gringos que eu frequento (ou frequentava, ando sem tempo pra fóruns) parece idolatrar unanimemente — até recentemente. No momento os caras estão sendo odiados por boa parte da internet.


Pelo que captei do contexto, eles fazem o papel típico de “radialista polêmico meio arrogante e cheio de razão que às vezes arrisca fazer humor”. Algo como o Adam Carolla ou o Ralph Garman — duas referências mais dispersas que um peido na ventania, já que nenhum dos dois é muito conhecido no Brasil.


Não sei quando misantropia virou sinônimo inquestionável de humor ou de infalibilidade moral; culpo o George Carlin e humoristas que seguem a mesma linha (o Doutor House da TV tem uma pitada de culpa também, aliás). Não que haja algo de errado com esse tipo de comédia ou personagem — o problema é que ela inspira wannabes sem talento a concluírem que crueldade é inerentemente engraçada, dispensando o timbre e o timing cômico pra fazer essa caricatura funcionar.


Enfim. O loirinho aí em cima é a parte “Opie” da dupla. Conhecia bem pouco do rapaz quando comecei a escrever este post e continuo não sabendo tanto assim, além do fato de que ele é um desperdício de órgãos funcionais cuja maior contribuição para a raça humana será o dia em que o vazio de sua vida miserável o faça apontar uma arma para a própria cabeça e puxe o gatilho. E se posssível dentro duma banheira ou algo assim, pra não incomodar tanto o responsável pela limpeza.


O motivo de minha completa e absoluta repulsa por este excremento humano é o seguinte. Desde 1999, os radialistas inventam quadros polêmicos pro seu programa de rádio. Quão polêmicos, você me pergunta? Bem, esta dupla dinâmica que é a prova cabal da inexistência de uma divindade benevolente gosta de explorar a miséria de moradores de rua para o próprio deleite.


Lembra quando aqueles malucos atearam fogo no índio em Brasília e usaram a defesa “é que a gente achou que era só um morador de rua“? Como se um desabrigado fosse um sub-humano que não merece a gentileza de não ser queimado vivo? Pois bem, então, estes dois desgraçados — me envergonho até de dividir a mesma gravidade com eles — transformaram esse espírito (“é um morador de rua, foda-se”) num verdadeiro show de horrores.


E pior, com milhões de fãs e inúmeros patrocinadores.


Então, sobre os moradores de rua. Em 1999 estes futuros portadores de câncer de cu (cruzemos os dedos!) deram início ao Homeless Shopping Spree, um evento em que dão uma grana na mão de mendigos, colocam-nos num shopping e saem gravando os caras. É um freakshow do caralho que tem a intenção única de ridicularizar a condição do morador de rua (há formas melhores e menos vexatórias de fazer caridade, antes que você me venha com esse argumento).


Mas isso não é o bastante. Eles gostam de ridicularizar mendigos em formato freestyle, sem a necessidade de um evento e de uma logística ao redor da humilhação.


O vídeo abaixo faz meu sangue entrar em ebulição quando o assisto. Ele é constantemente deletado do YouTube; se for o caso, procure usando os termos “Opie Cake Stomp



http://www.youtube.com/watch?v=227FLTfTS8c



É o seguinte. Alguns desses mendigos que se submetem às humilhações da dupla (o cara que não tem nenhuma outra opção na vida acaba se sujeitando a essas indignidades em troco de algumas migalhas mesmo, infelizmente) são figuras já conhecidas pelos apresentadores. Este homem, no caso, é o Homeless Andrew. Ele apresenta problemas de dicção; como é o caso com muitos moradores de rua, é bem possível que tenha problemas mentais.


Os radialistas notam que o padrão de fala do Andrew é meio não-convencional e perguntam se ele está bêbado. Ele diz que bebeu na noite anterior, mas que está sóbrio — o que confirma minha crença de que seu padrão de fala é por virtude de algum distúrbio neurológico.


Estes dois vagabundos que um dia presentearão a raça humana com as próprias mortes reparam uma caixa ao lado do mendigo e perguntam o que tem lá dentro. O mendigo abre a caixa orgulhosamente, mostrando um bolo. Num momento que, em retrospecto, torna o vídeo ainda mais deprimente e revoltante, o Andrew diz “treat yourselves!” (algo como “pega um pedaço aí!”) e oferece o bolo pra eles.


Este sujeito, que está vestindo basicamente 80% das posses que vem nessa vida maldita, que provavelmente é do tipo que não sabe exatamente o que terá pra comer até o fim da semana, ofereceu o bolo pros radialistas. Por sua interação semi-frequente com eles, Andrew vê os algozes como amigos.


Um dos radialistas menospreza a oferta do mendigo, dizendo “eca, eu não, come você, rsrs”. O outro, o Opie, cuja alma é mais suja que o filtro de um aquário que não é trocado há 7 meses, sugere que ele coloque o bolo no chão rapidinho “só pra eu ver um negócio aqui”. O mendigo obedece.


O radialista vai e pula com os dois pés juntos em cima do bolo.


cake stomp


De forma grotescamente previsível, câmera e microfones se voltam imediatamente para o morador de rua, pra registrar e explorar a desgraça dele naquele momento. Tudo que o Andrew consegue dizer é “pô… isso foi sacanagem…” com uma voz completamente derrotada. Em seguida ele tenta apontar pros desgraçados que “earned that [cake]“, ou seja — ele “fez por merecer ter aquele bolo”. Não é imediatamente claro o que ele fez pra conseguir o bolo — um dos filhos da puta insinua que ele teria tirado do lixo –, mas a expressão deixa implícito que o bolo é o resultado de algum esforço por parte do rapaz.


Ai este dejeto humano lamentável que tem o valor aproximado daquela gosma que é o resultado do acúmulo de sujeira do corpo, pelos pubianos e colônias bacteriais que se encontra no ralo do chuveiro dá o último golpe na dignidade do Andrew — ele atira algumas cédulas de dólares na direção do mendigo.


Como se dinheiro substituísse o sentimento básico de decência humana. Você percebe que o Andrew tá tão anestesiado por esse ato de crueldade gratuita que, apesar de paupérrimo, nem faz esforço de pegar o dinheiro. Um contra-regra qualquer é que recolhe o dinheiro e põe no copinho do mendigo.


Ah, eles fizeram algo similar com esta outra moradora de rua, durante um “show de talentos de mendigos”. Repare a reação dela quando percebe que ninguém está apreciando seu talento, e que ela está ali pra servir de alvo de humilhação.


E não, não faz muita diferença que estão dando dinheiro pra substituir o patrimônio destruído. Ela não parece muito consolada pelo fato de que deram algum dinheiro pra ela. Sabe por que?


Ignore por um momento que essas pessoas já são vitimadas o bastante pela sociedade; se alguém te humilha no meio dos amiguinhos escrotos dele, apontando pra você e rindo, se aproveitando do fato de que você tem pouco ou nenhum recurso pra se defender, e depois fala “ahhh tomaí esse dinheiro e sai fora daqui”, como você se sentiria…?


Você se sentiria como o lixo humano que, ironicamente, os engraçaralhos por trás dessas crueldades é que são.


E pior é saber que tem quem defenda esse tipo de coisa.


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Published on August 13, 2013 08:00

August 12, 2013

Bomba: Toda a sociedade ocidental caga errado. Eis a forma certa!

A vida no mundo contemporâneo ocidental tem muitos features convenientes e práticas: O disk pizza. A putaria internética facilitada por sites de streaming. A pílula anticoncepcional. O Instagram. Nossos antepassados morreram sem experimentar o progresso que é tirar uma foto da sua comida e experimentar com 340 filtros, até ela esfriar, antes de finalmente mandar a imagem pros seus amigos que não ligam a mínima pro que você está comendo.


Entretanto, alguns dos nossos “progressos” tiveram custos altos para a raça humana.


Não estou falando do buraco da camada de ozônio (que imagino ter sido resolvida, porque desde 1999 não ouço mais falar dessa merda. A gente consertou essa porra, afinal? O Capitão Planeta estava certo então, o poder era mesmo nosso?). Não estou falando também do momento que você achava que sua mãe tinha saído de casa e então você vai pra um dos supracitados sites de putaria e ela entra no seu quarto sem anunciar sua chegada.


Estou falando do cocô.


Como você talvez saiba, talvez não, a posição em que nós do Ocidente cagamos está errada. E não apenas errada no sentido boçal e arrogante “bom TECNICAMENTE a gente tá fazendo isso errado cê sabe né”, com aquele pedantismo chato pseudo-culto do cara que corrige que fulano não morreu de AIDS porque “tecnicamente ninguém morre de AIDS” — poisé, “ninguém morre de AIDS” na mesma proporção de que “ninguém morre baleado”: tecnicamente não é ser penetrado por um objeto estranho, e sim a perda de sangue que geralmente leva o indivíduo ao óbito.


Enfim, não estou fazendo uma correção chata como essas. O “cagar errado” acarreta problemas REAIS, rapaz!


A invenção da privada está diretamente conectada com problemas como hemorróidas, por exemplo. Existe até uma doença cuja incidência é quase exclusiva de países “modernos” com seus aparelhos modernos de defecação. Como você pode ver, o câncer aparentemente já foi resolvido e eu não sabia, porque tem médico queimando neurônio tentando debugar o ato de cagar.


E nessas ondas de cientista examinando a fisiologia e logística da cagada rendeu este vídeo aqui:



Squatty Potty-Toilet Stool- Educational video from Judy Edwards on Vimeo.




Este é o mais bem produzido vídeo sobre cocô que já vi desde que baixei acidentalmente aquele pornô alemão no finado Kazaa. O vídeo ilustra o perigo desconhecido de sentar pra cagar: aparentemente, esta postura faz um origami intestinal em suas entranhas:


CRUIS CREDO

Só de ver essa imagem me deu dores.


Poisé. De acordo com este vídeo, sentar numa privada provoca um nó nas suas tripas. E este nó, assustadoramente, é uma das causas de câncer do cu, um dos mais crueis cânceres que o indivíduo pode ter.


Era só o que me faltava mesmo. Como se eu precisasse de mais motivos pra ter medo de cagar!


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Published on August 12, 2013 07:00

August 11, 2013

Agora o HBD tem newsletter! Tou fazendo tudo que vocês sempre pediram nesta porra!

Os homens que realmente manjam de internet e social media e o caralho dizem que newsletter é uma das coisas mais importantes de um site. Segundo eles, a newsletter estabelece uma conexão firme com seu público — afinal, uma coisa é alguém cair no seu site de paraquedas após uma busca frustrada no Google e sair do site sem nem ter visto direito a cor do fundo do seu layout.


Outra coisa completamente diferente é um leitor que já sabe quem você é e que já endossa o seu material assinar sua mailing list. Este cara já foi conquistado, então é uma boa idéia criar um laço mais direto com aquele “consumidor”.


Outro motivo pelo qual newsletter são importantes é que leitores às vezes “perdem” um site ou um criador de contéudo de quem eles gostam. Já recebi INÚMEROS (ao longo dos anos, centenas!) de comentários de leitores que diziam algo como “nossa Izzy, eu lia seu blog em 200X, mas passei anos sem lembrar qual era a URL e finalmente esbarrei contigo de novo, que massa!


Favoritos se perdem com uma formatação mal planejada. Leitor de mailing list é fiel pra sempre — contanto que seu conteúdo continue agradando-o, claro.


Além do mais, posso oferecer conteúdo exclusivo pra quem assina a newsletter, o que é uma forma de recompensar os leitores mais próximos. Capítulos inéditos do meu vindouro livro “Todo Dia Tem Uma Merda parte 2″, por exemplo…?


Por isso, criei uma newsletter pro HBD! Pra se cadastrar, vai naquele espacinho ali do lado, ó:



Como usarei a newsletter?


Sei que muitos de vocês são gente ocupada que não tem tempo de ficar sempre verificando o que eu escrevo aqui. POR ISSO, mandarei um email semanal com um resumão do que rolou no HBD.


Se vocês tem mais idéias de formas legais de usar esta ferramenta, sou todo ouvidos!


E não, não vou te encher o saco mandando email com muita frequência (será um por semana, talvez dois em algum caso extraordinário — se eu estiver lançando algum algum novo ebook, algo do tipo).


Não, eu JAMAIS venderei seu email. Isto está completamente e definitivamente fora de cogitação.


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Published on August 11, 2013 13:13

August 10, 2013

Pronto, agora tem layout mobile nessa merda!

Pra alguém que mantem um site há mais de 10 anos, é bastante impressionante o quão pouco eu entendo desse mundo. É quase um talento ao inverso; como se eu tivesse me esforçado ativamente eu aprender o mínimo possível em relação a HTML, diagramação, web design e tudo o mais. Sei fazer itálico, negrito, e só.


Por causa disso, uma vez que meu site pelo menos carregue normalmente num navegador, eu me dou muito por satisfeito e paro de mexer no negócio. Evito sequer navegar no painel de controle fora das áreas seguras (ou seja, a área de criação de post).


Eu já fui capaz de, através de completa inépcia, destruir meu próprio site inúmeras vezes executando tarefas totalmente triviais como mudar uma imagem no layout ou instalar um plugin. Aliás, eu já consegui estragar meu layout ATUALIZANDO um plugin, veja você.


Por causa desse trauma, muitas recomendações dos leitores passam em branco. Não é por desmerecer o input designerístico de vocês — tendo em vista que até o Lucas Radaelli, que é cego, seria capaz de elaborar um layout melhor do que eu seria capaz. É por simples medo de mexer no que está quieto e FODER o HBD pela milésima vez.


Uma das coisas que vocês me pediam há muito tempo era um layout mobile. Tive uma experiência ruim com o WP Touch há alguns anos (elementos do layout desktop se mesclaram com o Mobile, graças à minha já mencionada inabilidade, e ficou uma cagada quântica) e preferi voltar à minha política de não mexer no que está quieto.


Mas vocês continuaram pedindo, e o Analytics indica que mais de 20% de vocês lêem o site pelo celular, então criei coragem. Se você acessou o HBD hoje no seu celular, o que você viu foi isso aqui:


Photo 2013-08-10 11 18 01 AM


Meu perfeccionismo debilitante me impede de passar mais de 10 segundos sem trocar a cor do título do site; me parece que NADA vai bem com esse azul calcinha do HBD. Se você tiver uma recomendação, solta a idéia aí — se puder sugerir uma cor já colando o código hexadecimal pra ajudar este pobre retardado, melhor ainda!


Agora, confirmem uma suspeita que eu tenho: o aparentemente baixo número de 20% de visitas via celulares é justamente por causa da falta dum layout smartphone-friendly? Quantos de vocês realmente queriam muito essa porra? Vai que na real era só a típica minoria que fala mais alto…


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Published on August 10, 2013 10:47

August 8, 2013

Foodfight!, possivelmente o pior filme animado da história

No longínquo ano de 2002, a produtora Threshold Entertainment teve uma visão: um filme de animação levemente baseado em Toy Story onde veríamos o que acontece num supermercado uma vez que as luzes se apagam. A oportunidade ímpar pra product placement agressivo de marcas reais de produtos alimentícios — os produtos não seriam apenas mostrados; os mascotes das marcas seriam os protagonistas da porra do filme — era praticamente o motivo por trás de todo o negócio.


O filme se chamaria “Foodfight!“, e estava programado pra sair no Natal de 2003.


Considerando que “threshold” significa “limite”, não seria de todo errôneo imaginar que toda a história era uma experiência Andy-Kaufmanística pra descobrir os limites do que se considera “entretenimento”.


Mas calma. A história piora.


Entre 2002 e 2003, o diretor do filme revelou que os HDs da produtora foram roubados num ato de “espionagem industrial”. Anunciaram que o filme seria adiado até 2005; o filme foi adiado novamente pra 2007. O filme acabou saindo em 2012. Eis a capa do DVD.



Se você acha que a arte dessa capa está horrivelmente incompatível com um filme de animação lançado no mesmo ano que Wreck-It Ralph e Brave, você está certo.


Se você tenta dar uma de advogado do diabo dizendo que “bem, o filme era pra ter sido lançado 10 anos atrás, né…”, lembre-se que em 2003 saiu Finding Nemo e Animatrix. Não deixe que a passagem da última década embace suas memórias; em 2001 a indústria do entretenimento já era capaz de animação computadorizada como aquele filme lá do Final Fantasy que eu vi no cinema e não lembro de porra nenhuma.


Você deve estar curioso pra ver a porcaria que é esse filme. Pois bem, aqui está. Deleite-se:



http://www.youtube.com/watch?v=uROQ9nplxIY



Olha, você pode criticar esta porcaria da forma mais superficial se quiser e apenas rir dos gráficos repugnantes que parecem uma CG de jogo de lançamento do PS2. Entretanto, Foodfight! tem uma camada ainda mais perniciosa. Para entende-la, você precisa entender a cultura dos “generic brand“, ou “na cultura canadense.


Os links da wikipédia tão lá, mas eu explico: generic brand/no-name brand é exatamente o que o cognato indica: são marcas genéricas.



Não sei se a prática é difundida no Brasil; aqui é bem comum. Essas comidas genéricas são produzidas pelos próprios supermercados; não tem propaganda, não tem embalagem bonitinha, vende por um preço bem mais baixo e é geralmente mais voltado pras famílias de baixa renda. Algumas dessas comidas genéricas tem sabor indistinguível de marcas mais caras; outros são imprestáveis (cereal matinal genérico é uma bosta). Enfim.


A trama do filme é basicamente o seguinte: uma marca genérica (Brand X) aparece no supermercado onde os protagonistas moram, e querem tomar o lugar deles. E cabe a aos mascotes dessas marcas lutar contra os invasores — que são essencialmente nazistas no universo do filme. Sério.


Lembre que essa porra é um filme infantil. A idéia, podemos deduzir, é converter a criançada a reconhecer e idolatrar as marcas caras, e ver a comida genérica como vilões hitlerísticos dignos de antipatia.


O que é uma mensagem HORRÍVEL. Imagina o pai de família tendo que sustentar uma família de 5 com um salário de fast food, vai no supermercado com as crianças e vê os pirralhos tirando as paradas genéricas do seu carrinho e berrando pro pai que esses são “os do mal” e ele tem que comprar as marcas famosas?


Tudo por causa duma porra dum filme maldito que os moleques assistiram na casa dalgum amiguinho? E você achando que o pior do filme era a animação desgraçada.


Historicamente, a maioria do conteúdo que a criançada consome é feito com interesses consumistas descarados. Transformers foi feito exclusivamente como veículo pra vender bonequinho, por exemplo. He-Man? Mesma história).


Cars, então? O filme lucrou “apenas” 461 milhões de dólares, mundialmente, durante o período de exibição.  Já os brinquedinhos da marca venderam 8 bilhões de dólares até agora.


E nós sabemos disso. Até hoje tenho certeza que a cena da corrida de pods em Ameaça Fantasma, por exemplo, foi basicamente uma desculpa pra que a Lucasarts pudesse desenvolver um jogo de corrida baseado em Star Wars, um gênero gamer até então não tinha o selo da franquia.


Ou seja, a gente sabe que esse mundo de entretenimento infantil é uma doutrinação consumista do caralho mesmo. Mas mesmo considerando o contexto em que está inserido, Foodfight! é vergonhoso em seu descaramento.


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Published on August 08, 2013 21:04

August 6, 2013

[ Pergunta do dia ] O que te fez dizer “nunca mais volto nessa loja/restaurante/boate”?

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Estou ficando velho, e com isso minhas memórias estão mais desbotadas que um poster de Exterminador do Futuro 2 que passou pregado na vidraça da locadora do bairro e exposto ao sol. Com isso, coisas que acabaram de acontecer já parecem que rolaram quando eu tinha 12 anos.


Por exemplo, estava relembrando aquele papelão da blogueira que tentou filar entrada franca na boate usando seu prestigioso status de “escrevo uns negócios na internet e às vezes algumas pessoas lêem”. Pra mim isso tinha acontecido em 2005.


Uma breve recapitulada: naquela lamentável história, de qual a blogueira certamente já se arrepende de ter protagonizado, a menina apelou pros dois clichês máximos de insatisfação com a forma que você está sendo tratado: “você sabe com quem está falando” mesclado a “nunca mais piso aqui de novo!”.


(Sendo que ela não chegou a pisar lá da primeira vez, mas tudo bem)


E aí eu lembrei que também tenho uma boa história de “nunca mais eu volto aqui!”


Era uma tarde de, sei lá, digamos que era outubro. Eu estava preso naquele ciclo vicioso de sente fome -> vai à geladeira -> descobre decepcionado que não há comida -> volta resignado ao computador -> sente fome e checa a geladeira novamente.


Algumas pessoas sem imaginação brincam com isso, ironizando a aparente expectativa de que comida apareça mágica e espontâneamente na geladeira na sua quarta ou quinta viagem até lá. Entretanto, a real explicação para consultar a geladeira repetidamente é simples: a sua tolerância com as parcas opções de alimentação vai mudando com cada ida à geladeira.  Aquelas sobras do almoço de domingo, que originalmente não causaram grande interesse, começam a aparentar mais apetitosas com cada viagem à cozinha — até que você finalmente desiste, joga uma farofinha por cima pra disfarçar o fato de que o frango tem consistência e sabor aproximado disto aqui:



Enfim. Tava nessa ladainha maldita de ir à geladeira de 10 em 10 minutos, até que decidi que se trabalho nessa vida maldita, é justamente para poder financiar pequenos luxos da vida ocidental contemporânea — ir à pizzaria que fica aqui perto, por exemplo.


Joguei alguma roupa qualquer e fui ao estabelecimento — onde trabalha a ex namorada do meu irmão. Este detalhe se tornará relevante já já.


Chego lá e esbarro com a mãe da ex do meu irmão. Esqueci de mencionar que ela trabalha lá também. A velha é muito gente boa, e gostava MUITO do meu irmão. O problema disso é que é impossível esbarrar com a véia sem que ela enche meu ouvido com suas esperanças que meu irmão um dia volte com a ex. Peço minha comida e a muié vai embora.


Eu estava sentado no balcão, e de onde eu estava podia ver uma boa parte da cozinha. O ditado popular é que cozinha de restaurante é igual histórico de mulher: se você conhecesse, não comia. Esta curiosa anedota provou-se verdadeira para mim naquela tarde.


Do balcão avistei um dos cozinheiros preparando meu prato — filés de frango empanado cujo nome em inglês (“chicken fingers“) me levou à horrível realização que gringos são selvagens sem modos que comem até as patinhas das galinhas.


Pois bem. É neste ponto na história em que o cozinheiro mete a mão no meu prato sem qualquer cerimônia, apanha uma das minhas fritas e mete na boca cara-de-paumente.


Eu não podia crer em meus olhos. Tudo bem que tenho uns 3 graus de miopia em cada olho, e que se eu tirar esses óculos aparentemente fabricados com os fundos de garrafas de Coca Cola eu não reconheceria nem minha própria esposa a 10 metros de distância, mas meus olhos ainda merecem algum crédito. E este olhos me diziam que este cozinheiro era um filho da puta.


Enquanto estou lá perdido em minhas considerações, o cozinheiro mete sua mão no meu prato, e apanha um punhado de fritas. Tal qual aqueles brinquedos de garrinhas no shopping, seus dedos inábeis deixaram metade das batatas fritas caírem de volta no prato. Enfiou-as na boca vorazmente, as batatinhas se dobrando em sua boca como um V maiúsculo pingando óleo.


Agora eu já estava consideravelmente inconformado. No final das contas o filho duma meretriz repetiu o gesto umas 4 ou 5 vezes. Em sua defesa, ele reabasteceu as batatinhas roubadas; entretanto, eu continuo preferindo que um cozinheiro não meta a mão na porra do meu pratoLÁ VAI ESSE CORNO ROUBAR MAIS BATATINHAS MANO. EU NÃO ACREDITO NISSO.


E pior dessa última vez: ele brincou com minhas emoções. Após o último furto,  ele lambeu os dedos ostensivamente — de forma quase cartunesca, eu diria até — e os enxugou no avental. Ora, o contrato social entre nós seres humanos de bem é que ao lamber os dedos e enxuga-los na roupa, você decidiu encerrar o consumo de seja lá o que você estava comendo. Os restinhos na ponta dos dedos são como a sobremesa, e enxuga-los na calça simboliza o fim da refeição.


Calcule então minha revolta quando o desgraçado, aparentemente amnésico, mete os dedos recém-limpos de volta no prato (agora portando partículas de cuspe de cozinheiro!) e roubou uma última batatinha.


Como sou um idiota de proporções incalculáveis, não falei nada e voltei pra casa com o marmitex. Eu e meus apegos sociais. As vezes que meu pai reclamou em restaurantes na minha presença quando eu era moleque me traumatizaram, acho.


Ao voltar pra casa, mandei uma SMS pra ex do meu irmão, reclamando — em posição de cliente — do atendimento. Ela deu de ombros e mandou um “ahhh esse cara é assim mesmo mas ele sempre coloca mais batatinhas no prato de volta”, revelando que este MO do cozinheiro é não apenas conhecido mas também perfeitamente aceito pelo restaurante.


Falei pra ela — novamente, não como um broder, como CLIENTE – que fico chocado que ao reclamar de um funcionário do restaurante que meteu a mão sebosa em minha comida, sou respondido com um indiferente “ahhh é assim mesmo”. Deixei claro que depois dessa não sei se voltaria mais lá, e ela manda um “ahh beleza” com todo o envolvimento emocional de alguém que acaba de descobrir, ao bater o olho numa revista Caras de 2004 no consultório do dentista, que um ex-BBB passou férias em Guarujá.


E desde então cumpri minha palavra: nunca mais pisei no restaurante. O que é um saco, porque é aqui do lado de casa e a broderagem frequentemente vai lá para suas pizzas dominicais.


O que te encheu de revolta ao ponto de você nunca mais visitar um estabelecimento novamente?


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Published on August 06, 2013 21:15

August 5, 2013

[ Vergonha alheia da semana ] Um político americano que NÃO ENTENDE COMO ILHAS FUNCIONAM!

Nos EUA existe um cargo político chamado “congressman”, que do alto da minha ignorância política vou concluir que deve ser algo próximo a um deputado federal. Pelo menos uma coisa eles têm em comum: não sei o que nenhum dois dois faz.


Mas o que eu sei é que um congressman ganha US$174 mil por ano — o equivalente a 400 mil reais, ou 33 mil reais por mês. Não é pouca merda.


Geralmente, espera-se que alguém com um salário desse calibre seja um sujeito de cérebro singular. Geralmente, a galera que habita esse patamar salarial são os übermenschen intelectuais da nossa sociedade — médicos, engenheiros, esse tipo de gente.


Esta lei social, como tantas outras leis, são constantemente quebradas por políticos. Estes desgraçados ganham pra caralho mas geralmente tem educação e domínio intelectual equivalente a alguém que opera o grill dum McDonalds — enquanto ganham aproximadamente 12 vezes mais (nos EUA, pelo menos. A diferença no Brasil é provavelmente maior).


Então. Ao ver o vídeo abaixo, tenha em mente que o sujeito falando estas merdas PUBLICAMENTE ganha o equivalente a um médico.



http://www.youtube.com/watch?v=cesSRfXqS1Q



Para os que não manjam inglês: o congressman Hank Johnson está esboçando a cpreocupação de que a ilha de Guam (um território americano no meio do Pacífico, e que curiosamente tem um vilarejo chamado BARRIGADA) ficará tão super-populada, mas tanto, mas TANTO, que existe o risco de que a ilha vai “virar e afundar”.


O que tem duas implicações assustadoras: ou os habitantes de Guam são TÃO GORDOS que sua aglomeração ameaça as placas tectônicas em que a ilha se encontra… ou que o político acredita que ilhas FLUTUAM no mar.


O que, pra ser sincero, era algo em que eu também acreditava — quando tinha 7 anos.


E no tempo que eu demorei pra escrever este curto post o desgraçado deve ter ganhado o que eu faço num dia inteiro de trabalho. Não vou nem fazer as continhas pra não ficar deprimido.


(Aliás, essa é uma boa desculpa pra esconder falta de habilidade matemática, devia ter usado na escola)


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Published on August 05, 2013 16:22

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Izzy Nobre
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