Izzy Nobre's Blog, page 28

February 10, 2015

Sony finalmente faz algo certo com o Homem Aranha

aranha


A estratégia da Sony de continuar rebootando o Aranha até dar certo (a contragosto dos fanboys que adorariam que eles passassem 5 anos sem gravar nada com o personagem para que seus direitos retornem à Marvel) parece ter chegado ao fim. Após meses de especulações, a Marvel anunciou ontem orgulhosamente o retorno do filho pródigo.


Mas acalme esse cu aí: o personagem não foi exatamente DEVOLVIDO para a Marvel. Ao contrário do Thor, Ghost Rider e Punisher (que haviam sido vendidos para a Sony e voltaram pra Casa das Idéias em 2006 e 2013, respectivamente), o Aranha será apenas emprestado pra Marvel. Os últimos dois (horríveis) filmes do Andrew Garfield serão esquecidos como um sonho febril de um paciente terminal de pneumonia, e o Aranha terá seu SEGUNDO reboot em menos de 10 anos, dessa vez na mão de quem sabe o que está fazendo.


Depois da aparição do novo Aranha num filme da Marvel (espera-se que seja o Capitão América 3, que adaptará a storyline Civil War), a Sony vai tentar DE NOVO uma nova franquia com o Cabeça de Teia e eu percebo nesse momento que estou ficando já sem sinônimos pro Peter Parker. Assim sendo, o Homem Aranha vai estrear num filme da Marvel, e continuar em “carreira solo” na Sony com mais filmes provavelmente horríveis.


O que eu acho disso: Como fã do Aranha (existe algum leitor de HQ que não é? Sinceramente?), acho excelentíssima a inclusão do personagem entre o panteão do Marvel Cinematic Universe. É onde ele realmente deveria estar, e como a Sony NUNCA vai abrir mão de um personagem que lhe rendeu 4 bilhões de dólares, fazer aparição especial com o Homem de Ferro é melhor que nada.


US$3.9 bilhões. Mesmo com os últimos dois filmes tendo a pior bilheteria de todos, consideremos-nos sortudos que a Sony resolveu dividir o personagem.


Há ainda a questão de que talvez seja tarde demais. Os fanboys estão alucinados com a integração do Aranha ao MCU, mas considerando essas bilheterias decadentes dos filmes solo do personagem sob direção da Sony… que desempenho terá uma TERCEIRA série do herói nos cinemas? Será que ainda cola?


Se a gente decidir unanimemente não assistir mais nada do Aranha na Sony, será que teremos um executivo do estúdio com lágrimas nos olhos jogando o contrato do personagem na mesa da Marvel furiosamente, dizendo “toma logo essa porra então, eu nem queria mesmo!“?


 


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Published on February 10, 2015 07:21

February 8, 2015

O dia em que eu comi um sanduíche velho que achei no meu carro… pela ciência

Photo 2015-01-26, 2 52 02 PM


Eu sempre me considerei um cientista amador, desde criancinha. Tive um daqueles kits de Pequeno Químico quando era criança, assistia o Mundo de Beakman religiosamente (RIP in peace Lester o Rato), e gostava de ler uma enciclopédia que meu pai tinha lá em casa nos momentos de tédio. Aprendi muito com aquela enciclopédia — por exemplo, que o ar na terra é 78% nitrogênio, 20% oxigênio, e o restante é composto de peidos, gás carbônico que escapa daquela latinha de coca cola que você deixou na geladeira e do cheirinho que sai quando você abre boosters de Magic.


Por causa dessa inclinação científica que senti durante toda a minha vida, alguma vezes eu fiz coisas que sabia não serem exatamente a melhor idéia do mundo, mas a curiosidade em relação aos resultados foi irresistível.


A foto acima é de um sanduba de frango do KFC que eu havia comprado alguns dias antes na saída da aula. Não terminei o bagulho e deixei na caixinha, na intenção de termina-lo mais tarde. Com o movimento do carro a caixinha caiu no assoalho e eu não a vi quando saí do carro.


Alguns dias mais tarde, estaciono o carro aqui no estacionamento do prédio e noto a caixinha do KFC que estava abandonada. “Que merda!”, pensei no momento. “Desperdicei meio sanduíche!”. Eu não sabia exatamente quantos dias haviam se passado desde a compra do sanduba. Não sou perito legista mas a consistência borrachuda da “carne” do sanduíche sugeria que ele havia sido esquecido no carro por uns 3, talvez 4 dias.


Subo pro apartamento com o sanduíche na mão, incerto se ele ainda seria próprio para o consumo ou não. A curiosidade, inicialmente inocente, começou a me corroer por dentro. Seria de fato aquele semi-sanduíche impróprio para o consumo humano? Ou os conservantes nos quais esses fast food mantem suas carnes de minhoca submersas derrotaram a microbiologia que leva tudo ao pó?


Photo 2015-01-26, 3 29 39 PM

O sanduíche


Não era mais nem uma questão de não querer desperdiçar este “sanduíche”. A coisa agora era maior que isso.


Eu decidi que se jogasse o sanduíche no lixo, a pergunta “um lanche do KFC continua comestível após 4 dias ao léu?” ficaria eternamente sem resposta. E perguntas sem resposta me causam profunda agonia psicológica.


Não sabemos, por exemplo, se estamos ou não sozinhos nesse universo. Não sabemos o que acontece depois da morte. Não sabemos se a porra da Intelligent Systems vai finalmente lançar um Advance Wars pro 3DS.


Seria eu responsável por adicionar mais uma pergunta sem resposta a essa lista? Não. É uma responsabilidade grande demais. Eu não posso fazer isso.


Eu tenho que comer esse sanduíche.


Photo 2015-01-26, 3 29 15 PM


Coloquei o bicho no microondas por 30 segundos e, disposto a sacrificar meu próprio bem estar pela ciência, comi o sanduíche.





Pela ciência


A video posted by izzynobre (@izzynobre) on Jan 26, 2015 at 2:32pm PST





O sanduíche tinha exatamente a consistência que você esperaria de um sanduíche esquecido no chão de um carro por 4 dias. Parecia uma borracha levemente salgada. O pão já estava praticamente uma torrada de tão duro e esfarelante. Foi possivelmente a pior coisa que já comi na vida.


Aí eu comecei a pensar que não sabia exatamente quanto tempo o sanduíche passou fermentando no meu carro. Eu tenho um absolutamente PÉSSIMO senso de passagem de tempo, nunca sei se algo aconteceu há 3 dias ou no mês passado. Aí lembrei que como paguei o sanduíche no cartão, bastava logar no e-banking pra ver exatamente quando a parada foi comprada.


Com uma certa consternação vejo que o sanduíche havia sido comprado não 3 ou 4 dias como eu imaginei — mas exatamente uma semana antes. O arrependimento começou a bater levemente. Contei pra minha mulher o que havia feito e ela ficou REVOLTADÍSSIMA. Ela não compartilha do meu senso científico, obviamente. Ela reduziu minha importante experiência gastro-biológica a “uma jumentice que vai acabar de levando pro hospital”. Veremos o que a bancada do Prêmio Nobel dirá.


Fui uma vez no dentista com a família inteira lá pros meus 10 ou 11 anos e o doutor (dentista é “doutor”? Eu sinceramente não sei) se surpreendeu com o fato de eu ser o único entre nos Nobres que não precisava de uma obturação. Ele hipotetizou que meu sistema imunológico era hiperativo e não permitiu que meus dentes fossem dominados pelas cáries.


Por isso, passei a vida inteira me vendo como um Wolverine cearense, totalmente imune a mazelas e essencialmente invencível.


Evidentemente, essa teoria iria por água abaixo umas 12 horas mais tarde, quando me vi no hospital.



Em aula no dia seguinte, comecei a sentir um profundo mal estar. Estômago e cabeça doendo em dueto, detectei o começo de uma enxaqueca. Fui levado ao hospital, onde vomitei aproximadamente 1/3 do meu peso. A enfermeira cuidando de mim substuiu os fluidos perdidos com uma deliciosa mistura de soro fisiológico com uma pitadinha de morfina pra dor de cabeça.


Não faço a MENOR idéia se a enxaqueca e o desarranjo estomacal foram provocados pela minha experiência. Entretanto, vou aconselhar que você não replique meu experimento e não coma um sanduíche que foi abandonado no seu carro por uma semana.


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Published on February 08, 2015 10:16

January 30, 2015

“Life coaching”: conheça (e passe longe) desse novo esquema de pirâmide

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Eu pensei bastante antes de escrever esse post. Por um lado, eu não quero ser aquele cara que aponta na cara das pessoas pra dizer “haha, seu emprego não é um emprego de verdade“; é uma atitude elitista escrota porque nenhuma ocupação honesta é inválida ou desmerecedora. Abro uma notável exceção notável é em caso de golpes como Telexfree/Herbalife e semelhantes, nesses casos eu caio matando mesmo. Se eu tiver impedido UMA pessoa de entrar nessas porras, tudo valeu a pena.


Por outro lado, eu atuo de certa forma como formador de opinião na internet — pelo menos é o que algumas pessoas que discordam do que eu digo acusam (“um formador de opinião não pode falar essas bobagens aí que você falou uma vez!“). Por causa disso, acredito que ocupo uma posição que me imbui com uma certa responsabilidade de alertar a galera que me segue em relação a alguma coisas.


Até porque o tal do life coaching compartilha tantos elementos genéticos do marketing multinivel que praticamente entra na mesma categoria.


Então, falemos sobre o tal do life coaching — ou simplesmente “coaching”, como os entusiastas/praticantes dizem. O coach seria alguém que você contrata pra te prestar auxílio em questões financeiras, de saúde, de fitness, de relacionamentos, etc. O “coachismo” é uma profissão completamente sem protocolos oficiais, sem órgão regulador, sem instituição definindo o que seria o currículo do “profissional” formado ou a validade da instituição de ensino que os formam, e eu suspeito que a informalidade da relação entre o coach e o coachee complicaria até na hora de envolver agências de proteção ao consumidor.


E isso ainda não é a pior coisa sobre o tal do coaching. Mas voltemos a esse assunto mais tarde.


Estava eu passeando no Facebook (um hábito que felizmente está cada vez menor hoje em dia; quanto menos redes sociais roubando minha produtividade, melhor) quando vi este post num grupo de brasileiros que moram aqui em Calgary:


coach1


Aquela época de boom das pirâmides, circa uns 7 ou 8 meses atrás, me tornou extremamente cético de posts em grupo de Facebook com títulos como “oportunidade de carreira”. Esses grupos de brasileiros no exterior foram particularmente prolíficos em tópicos como esses — imagino que os piramideiros saibam que imigrantes recém-chegados, sem muitas opções de ocupação e geralmente com algum capital inicial em forma do pezinho de meia que economizaram por anos pra se manter aqui durante o período de vacas magras, são as vítimas perfeitas.


Já com um pé atrás, fui ler o post da garota. Ela não estava vendendo nada (ao menos não à primeira vista), mas o tópico curiosamente tinha todos os sintomas típicos de ofertas de participação em pirâmides:



Conexão zero com o assunto vigente no grupo (ou seja, com aquele cheirinho de spam que ela deve soltar em milhares de comunidades todo dia);
O viés “empreendedor” — lembra quando vendedores da Telexfree não eram apenas vendedores mas sim INVESTIDORES?;
O ímpeto recrutador “venha trabalhar com o que eu trabalho também”, que não se vê geralmente fora do círculo piramideiro, e
A atraente promessa de uma vida profissional realizada e independente com uma relativa facilidade.

A garota veio a postar OUTRO tópico na comunidade, novamente falando das virtudes do seu mestre, das vantagens de se tornar coach, a mesma ladainha. Nessa ela tomou uma bronca da moderadora que, provavelmente estando tão acostumada quanto eu com esse tipo de papo, estava também com suspeitas piramidescas.


Na página que ela linkou conheci melhor quem seria esse seu tal mentor, o Gerônimo Theml. Novamente, o cara aparentemente não tá vendendo nada, e essa parecia ser a única coisa que diferenciava seja lá o que ele está anunciando de vídeos-palestras sobre marketing multinível.


Quer dizer, eu sabia, instintivamente, que ALGUMA coisa ele tá vendendo — ninguém faz uma produção desse tipo sem uma agenda. Só não estava imediatamente óbvio o que ele tá tentando vender, o que talvez é intencional pra cimentar a impressão de que o sujeito é apenas um cara gente boa que quer te ajudar a realizar seus projetos de vida.


Novamente, vi no vídeo do sujeito mais elementos clássicos do MMN — aquele papo de “eu fazia X mil reais trabalhando com isso aqui mas agora trabalho com ISSO AQUI”, um assunto incrivelmente vago sobre o que exatamente é o que o cara faz, e vídeos instrucionais que impedem comentários.



Cavando um pouco mais eu entendi qual é a do sujeito. Igual na Cientologia, em que se espera que você tenha adentrado círculos mais profundos da hierarquia do negócio pra que revele-se então o cerne da maluquice em que eles acreditam, precisei caçar um pouco (com dicas de seguidores no Twitter) até achar esta página aqui. Repare que o link é um referral. Mais um indício de pirâmide, mas agora mais explícito.


NESSE VÍDEO é que o Gerônimo entrega qual é a real da parada, e vi que minhas suspeitas em relação a esse jeitão pseudo-amigão da galera do sujeito não inspirava confiança: é uma pirâmide mesmo. A imagem que usei no topo do do post vem desse vídeo:


coach2


Traduzo a imagem pra você. O Gerônimo explica que no mundo do coaching, você pode ser “produtor” ou “afiliado”. Produtor seria o life coach fodão que monta as palestras ou programa de aconselhamento ou seja lá exatamente como um coach transfere sua imensa sabedoria adquirida ao longo de 180 horas de treinamento.


Direto do site do Instituito Brasileiro de Coaching, a auto-declarada maior instituição nacional do ramo


Então. Como produtor, você pode bolar um plano de coaching e vender isso pros outros. É a isso que o “2897” no screenshot se refere — esse é o valor, em reais, que o Gerônimo cobra pra dar palpites sobre a vida de completos desconhecidos, tendo como respaldo um “diploma” de 180 horas de “treinamento”.


Ah, mas quase esqueço que há uma formação que seria equivalente ao PhD do mundo do coach. Esse é o Master Coach, que o praticante pode adquirir em… seis dias.



Então. O Gerônimo cobra de você quase três mil reais pra te dar alguns pitacos sobre a sua vida. Você pode comprar o “Produto” dele, e depois pode também fazer propaganda do produto — ou seja, tu entra na coluna “Afiliado”. Isso corresponde aos 700 reais que ele escreveu na lousa. Aliás, vamo combinar que apresentação de “empreendimento” no YouTube com lousa e valores mirabolantes por si só já deixa patente que a parada é uma pirâmide.


Enfim. Entendeu como é? Cada vez que você vende uma palestra/pacote de coaching dele pra alguém, ganha 700 reais.


(Se não vender nada, vai trabalhar de graça um tempão anunciando o cara — o que explica a motivação da garota do Facebook em sair fazendo spam em comunidades de brasileiros que moram em Calgary, mas suponho que essa parte é inconveniente mencionar.)


Os “3 emails” que o rapaz escreveu ali embaixo são pra ilustrar a facilidade com qual um de seus afiliados teria ganho os 13 mil reais que ele escreveu na lousa. Enviando apenas 3 emails, seu aprendiz lucrou 13 mil reais. Nessa parte do vídeo o Gerônimo mal consegue conter a euforia ao explicar que você também pode ganhar o salário de um vereador trabalhando ainda menos que eles.


Ao longo do vídeo você percebe que foi-se a pretensão de ajudar pessoas e fica apenas um sorriso quase malicioso ao debater valores a serem lucrados


Aí ele revela que ele próprio ganhou 46 mil reais como afiliado de algum outro peixe grande que está acima dele na hierarquia da parada.


Os gringos tem uma expressão que se traduz em português pra “se parece um pato, anda como pato, e soa como pato, é pato”. Ela se aplica perfeitamente pro Gerônimo e sua apresentação de youtube em lousa de pincel atômico e sorriso de charlatão e promessas de remunerações estupendas por pouco trabalho.


Em suma: é pirâmide. Esse GIF aí é o prego final no caixão; nenhuma proposta legítima de trabalho convence os outros com essas forçações de barra sobre o potencial de rendimento. Essa metodologia é praticamente exclusiva de pirâmides.


O tal Gerônimo vende a mesma coisa que Telexfree, Herbalife, BBOM, Multiclicks e ademais vendiam: a promessa de liberdade financeira. Ele fala isso explicitamente no final do vídeo. A vida mansa com dinheiro no bolso está a um passo de distância, basta pagar 2897 reais (a posição de afiliado é exclusiva pra alunos do curso dele, ou seja…) e divulgar o esquema pros outros.


E essa talvez seja a mais genial pirâmide que eu já vi, aliás. Todas as outras tem como um produto-chamariz (com inúmeras aspas) que “sofre” com regulamentações que atrapalham o andamento da parada. O tal do coaching é tão indefinido e informal que vai demorar MUITO pra que as autoridades competentem arranjem uma forma de enquadrar o que o cara tá fazendo.


É realmente genial. Oferecendo “gratuitamente” a oportunidade de afiliação apenas aos alunos que já pagaram, ele meio que circunavegou de forma realmente maestral as definições clássicas de “precisa comprar X pra entrar no negócio”.


Em resumo, o modelo de negócios do rapaz sorridente e carismático é um golpe.


E o “produto” que ele oferece? Há valor no coaching? Dá pra concluir de cara que qualquer coisa vendida sob essas circunstâncias não vale a pena, ou que é extremamente overpriced; no meu próximo texto entrarei em maiores detalhes sobre a furada de pagar alguns milhares de reais pra alguém te dizer como viver a sua vida.


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Published on January 30, 2015 18:18

January 25, 2015

[ Joguinho viciante da semana ] Hero Emblems, um match-3 mesclado com RPG

Photo 2015-01-24, 4 31 43 PM


Quando ouvi falar do Hero Emblems pela primeira vez, pensei “CARALHO A PORRA DA INTELLIGENT SYSTEMS LANÇOU SUA SÉRIE CLÁSSICA DE RPG NO IPHONE MAS ADVANCE WARS NO 3DS QUE É BOM NADA NÉ?!“. Aí eu notei que é HERO Emblems e não FIRE Emblem o nome da porra do jogo e que talvez esteja na hora de trocar o grau do meu óculos.


Hero Emblems é um joguinho charmoso de match-3 (ou seja, aqueles puzzles estilo Bejeweled ou Candy Crush) com um twist inteligente — a porção match-3 do jogo é como você faz ataques com a sua party. Há 4 símbolos (que seriam os “Emblems” do título) no joguinho — um escudo, um coração, uma estrela e uma espada. Combine 3 espadas, e o personagem cavaleiro dá uma espadada no inimigo. Junte 3 corações, e o healer cura HP da sua turma. 3 estrelinhas fazem o mago soltar uma macumbinha nos vilões e combinar 3 escudos recarrega sua defesa. Juntar 4 ícones faz o personagem respectivo a eles dar um ataque duplo, e juntar 5 ícones produz um mega-ícone que, ao ser “trocado” por algum outro, ativa um mega especial baseado por este outro. Ou seja, se tu fez um mega-ícone e o “troca” por uma estrelinha, o mago joga um ASTERÓIDE nos oponentes.


Photo 2015-01-24, 4 15 40 PM


O jogo tem uma historinha mais ou menos que eu estou skipando (não tenho a capacidade de atenção/paciência necessária pra apreciar esses pormenores), personagens com um estilo artístico super charmoso — lembrou bastante a arte do Battleheart, que já comentei aqui no HBD, mas melhorada — e um gameplay realmente diferente.


Todos os outros elementos RPGísticos estão lá: levelação de personagens, skill trees pra ir destravando, lojinhas pra comprar itens, “random encounters”, etc. É uma inovação muito bem vinda num gênero que saturou logo nos primeiros meses da AppStore. Naquela época só se sabia fazer esse estilo de jogo, lembra?


E mais importante, o jogo é bastante desafiador — do tipo que te obriga a repetir o mesmo chefão 5 ou 6 vezes, bolando novas estratégias pra detona-lo, o famoso fator “ok vou tentar SÓ MAIS UMA VEZ“.


Eu joguei TANTO essa porra que após um certo momento o efeito Tetris foi ativado e sempre que eu estava de volta na tela principal do iPhone, eu sentia um ímpeto instintivo de combinar os apps com ícones parecidos.


Verdadeiramente viciante. Recomendo fortemente. Custa US$ 3.99


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Published on January 25, 2015 11:41

January 20, 2015

[ A Hora da Justiça ] Invadiu a casa alheia, tomou BALA

Admito que já esbocei opiniões bem contrárias à idéia do armamento civil como uma alternativa ao combate a criminalidade. Continuo achando que não é essa solução mágica que alguns proponentes do conceito parecem achar — até o melhor dos remédios ainda tem efeitos colaterais nocivos… –, mas sou obrigado a dar o braço a torcer que existe, sim, precedente pra acreditar que um “cidadão de bem” (odeio essa expressão) armado não é a pior idéia do mundo.


Em vez da imagem do sujeito gente boa que se renderia à tentação de fazer merda num momento impensado caso estivesse armado, admito que existiriam diversos outros casos em que a pessoa usaria sua arma de forma plenamente defensiva para proteger sua família.


E o motivo são vídeos como este.



No vídeo, os moradores acompanhavam o chilique de um vizinho encrenqueiro. Sendo algo já corriqueiro no prédio, ou talvez tendo ouvido ameaças veladas no passado, dessa vez o cara resolveu montar a câmera apontada pra porta, tranca-la, e deixar a arma próxima.


O rapaz não tentou “dar jeito” na situação, pagar de valentão armado, coisa alguma — em vez disso, fez o possível pra registrar o acontecimento, armou-se (com o cuidado de seguir o “trigger discipline”, o dogma de que não se põe o dedo no gatilho a menos que se esteja no meio de um combate), e trancou a porta.


Só que ele certamente não esperava que a porta fosse feita de biscoito wafer e batata palha. Twain Noel Thomas, o agressor armado com uma pexeira imensa, passou pela porta feito o Jason — com bicudos intensos e decidos, o maluco esfarelou a porta em segundos.


Mostrando um auto-controle impressionante, o morador se limitou a alertar o invasor de que ele estava armado. Eu possivelmente já teria atirado ali mesmo, no susto/reflexo. Twain entrou no apartamento e partiu pra cima do morador armado, que sentou o dedo e disparou três vezes contra o vagabundo. Nossa Senhora, que embora rogue pelos pecadores desse aí não teve pena, guiou os projéteis pro meio do peito do Twain e a ameaça foi neutralizada à base de chumbo quente.


Enquanto o maluco agoniza no chão, o morador expressa claro arrependimento, berrando frustrado contra o invasor dizendo que “não queria ter que fazer isso“.


Twain Noel Thomas tá internado, prestes a ter que responder por duas acusações de tentativa de homicídio.


E eu fechei a aba pensando “se o maluco não tivesse uma arma, ele e sua esposa estariam mortos”. O próprio Twain admitiu, enquanto manchava o carpete da casa do vizinho com alguns litros de sangue arterial, que a sua intenção ali era assassinato.


É difícil manter impassivelmente a opinião de que o cidadão correto deve estar completamente desarmado vendo um vídeo como esse.


ESCALA CAPITÃO AMÉRICA DE JUSTIÇA: Nunca fiz isso aqui antes no site, mas terei que dar um 10 pra esse. O agressor não foi apenas neutralizado de forma comedida e ponderada, mas também viverá para encarar a justiça/pagar seu débito com a sociedade. Foi realmente o melhor resultado possível; só falta mesmo alguma alma caridosa substituir a porta de papelão molhado do casal.


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Published on January 20, 2015 17:57

January 16, 2015

9 maneiras em que De Volta Para o Futuro II previu o futuro

Perdoem minha falta de atividade aqui no site. MAS EU VOLTEI!


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De Volta Para o Futuro é uma das séries favoritas de todos os tempos; uma que consegue o feito raríssimo de manter ou exceder a qualidade do primeiro filme nas continuações. Salvo por pequeníssimas incongruências e contradições na forma como o filme trata das viagens no tempo (um deslize completamente inevitável quando se aborda o tema), a série é basicamente perfeita; numa época em que usamos o termo de forma muito liberal, posso dizer com toda segurança que De Volta Para o Futuro é verdadeiramente icônico.


Nos anos 90, tínhamos lá em casa uma fita VHS naquela configuração que resultava numa qualidade cagada, mas que rendia tipo 6 horas de gravação (era o formato EP? SP? Algo assim. Refresquem minha memória!); nela, meu pai gravou os 3 De Volta Para o Futuro. Aliás, posso usar a sigla da série em inglês, BTTF, daqui pra frente? Posso? Ok. É pra evitar a fadiga.


Então. Em algum ponto de 1993 ou 1994, meu pai copiou os 3 BTTF nessa tal fita, grudou um adesivinho da Kodak com os nomes de cada um dos filmes, e adicionou-a à nossa coletânea de filmes piratas. Aliás, vamos visitar rapidamente a sala de estar da Família Nobre nos anos 90:



À esquerda temos um rack de madeira clássico compartilhado por 95% das famílias brasileiras nesse período. Temos também ali uma vitrola pra discos de vinil (!), uma mini árvore de natal (devia ser final do ano), um sistema de som, um videocassete, e inúmeras fitas VHS que mencionei mais cedo. À direita, a “telona” que meu pai comprou em 1994 pra assistir a copa — um tubão de míseras 29 polegadas.


Sim, amigos mais novos: nos anos 90, uma TV de 29 polegadas era como uma dessas TVs curvas de 4K hoje. Era o tipo de coisa que você não via por aí. Minha mãe passou meses criticando meu pai pela “extravagância”.


E acima da TV, uma Millenium Falcon que meu pai comprou nos EUA. Essa aqui, aliás. Eu adorava brincar com ela quando meu pai não estava em casa, e no processo fui destruindo-a aos poucos. Hoje tenho uma idêntica.


(Gadgets, ficção científica e brinquedinhos baseados em filmes — já dá pra sacar de quem eu puxei a nerdice, né?)


VOLTANDO AO ASSUNTO: BTTF 2 fez algumas previsões bastante acertadas. Por exemplo…


Lixo como combustível



BTTF 2 abre com o Doc chegando na casa do Marty e alertando que precisa de sua ajuda pra evitar algo que acontecerá no futuro com seus filhos. O que não faz taaaaanto sentido assim, porque visto que a parada ainda não aconteceu, bastava simplesmente explicar a situação pra que o Marty fizesse uso da informação 30 anos mais tarde pra impedir o incidente. Enfim.


O Doc Brown começa a revirar uma lixeira, explicando que precisava de combustível. Ele começa a jogar o lixo dentro do Mr Fusion, uma modificação no Delorean que o Doc fez no futuro. Mais tarde no filme, vemos outro reator da Fusion Industries:


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A implicação era que no futuro, descobrimos uma forma de converter lixo em combustível. E isso não é exatamente ficção científica. Ainda não chegamos lá, mas é uma possibilidade bem mais realistica hoje do que era em 1989.


Mídia física no lixo



Assim que Marty chega no futuro, ele dá uma olhada ao redor e vemos várias pilhas laser discs e CDs compactados para coleta de lixo — o que parece ser uma referência de que muita mídia física não é comprada pelos habitantes do futuro. Por que inserir TANTOS laser discs na tomada, quando poderia ser literalmente qualquer outra coisa sendo jogada no lixo…?


Não é novidade que a mídia física está indo pro caralho no ramo fonográfico. DVDs e Bluray tem vendido cada vez menos, também.


Gadgets pessoais



Esse aparelhinho que o Doc tira do Delorean pra filmar/observar o Marty Junior parecia bastante futurista pro público de 1989; naquela época, o máximo que um gadget pessoal fazia era tocar fitas. Perto dos smartphones de hoje, o binóculo eletrônico do Doc parece até antiquado, mas ele ilustrava algo comum hoje — usar aparelhos eletrônicos pessoais portáteis para tarefas do dia a dia.


Inflação louca



Doc explica o plano pro Marty, e um dos elementos do plano depende dele ir ao Cafe 80’s e comprar uma Pepsi. O cientista oferece uma nota de 50 dólares pro moleque, insinuando que o dólar perdeu e muito o seu valor.


Os 50 dólares são um exagero — a inflação americana foi de “apenas” 120% nos 30 anos entre 1985 e 2015; uma Pepsi que custava 1 dólar no ano em que o filme se passa custaria só US$2.20 em 2015 — mas hipérbole não é necessariamente um erro.


Talvez eles estavam querendo ilustrar a inflação brasileira, que de 1985 pra cá foi uma das maiores do mundo — 800 bilhões porcento. É sério.


E você aí achando que 50 dólares por uma Pepsi parecia exagero.


Aliás, em 1985 especificamente o Brasil tinha a pior inflação do mundo.


Logo em seguida vemos um USA Today de 2015, e abro um pequeno parêntese pra uma previsão errada:



Entre as manchetes do jornal vemos uma referência à Rainha Diana. Erraram porque a Diana morreu em 1997, né?


Nope! O erro é o seguinte: na monarquia inglesa (e acredito que em outras também), o cônjuge do monarca não ganha também o título de monarca. Quem se casa com um rei será eternamente princesa; quem casa com rainha, príncipe. É por isso que apesar de ser casado com a rainha Elizabeth, o príncipe Phillip é apenas um príncipe até hoje. A única exceção foi a mãe da Rainha Elizabeth, que talvez por ser muito gente boa ou algo assim era referida como rainha.


E assim sendo, Diana jamais se tornaria rainha. Os filmes da Disney nos ensinaram errado! Voltando ao tema…


Sequels e 3D



Fazer filmes se tornou um exercício extremamente caro e talvez por isso Hollywood não gosta de arriscar; mais de 20 dos filmes lançados no ano passado se baseiam em material previalmente existente ou são continuações. Estamos vivendo uma época aparentemente infindável de sequels, remakes e reboots.


E BTTF2 previu tanto as continuações sem fim, quanto o retorno do cinema 3D com o Jaws 19, dirigido pelo Max Spielberg, filho do Steve.


Aqui o filme errou de novo; o Max . E todos em games produzidos pela Dreamworks, a empresa do papai.


Veículos aéreos não-tripulados



Depois que a gangue do Griff arregaça o tribunal de Hill Valley, um drone do USA Today aparece tirando fotos do evento para a edição do dia seguinte do jornal.


A presença de veículos áereos não-tripulados com aplicações civis (muitos deles equipados com câmeras) estão mais presentes do que nunca, e não é só isso: já temos alguns drones jornalísticos também.


Biometria com aplicação civil



Usuários de celulares com sensores biométricos concordarão comigo que é a forma mais segura e ao mesmo tempo conveniente (dois adjetivos que raramente combinam) de destravar o celular ou fazer compras. Trancas de casa com biometria ainda não são tão populares, mas já os temos também.


Orgia de conteúdo 



Nesta cena o Marty Jr pede à TV (usando comando de voz, algo também já trivial hoje em dia — não lembro a última vez que procurei um trajeto via GPS sem pedir à Siri) 6 canais simultaneamente. Na época parecia um negócio bem exagerado, né? Aí eu olho pro meu próprio computador, com DOIS monitores — pra maximizar as informações jogadas na minha cara — e um navegador com TREZE abas abertas, além de uma barra do Windows mostrando 8 aplicativos rodando ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo que edito esse post, estou com o Twitter aberto em um monitor, acompanhando o papo nas redes sociais.


Isso faz os seis canais do Marty Jr parecer fichinha, até porque são entretenimento passivo. Dessas minhas 13 abas no Chrome, cinco são conversas ativas em fóruns/Facebook/Reddit…


Wearables



O Google pode ter tirado o Google Glass do mercado recentemente pra focar em melhorar as versões futuras, mas isso não quer dizer que os gadgets “vestíveis” estarão fora do nosso futuro. Smartwatches estão dominando as notícias de tecnologia ultimamente, e isso provavelmente se tornará mais intenso com o iminente lançamento do Apple Watch.


O mais profético nessa cena não é tanto o form factor de gadget-óculos, ou a forma como a os irmãos McFly os usam pra atender ligações — é o fato de que os moleques estão vidrados nos aparelho durante uma refeição com a família.


Agora, sabe qual a merda? O futuro nos deu TUDO ISSO, mas não a única coisa que queríamos — a porra do hover board.


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Published on January 16, 2015 13:49

January 9, 2015

Milhares de joguinhos de DOS gratuitos pra você jogar direto no browser!

Rapaaaaaaaz, vocês já viram o lindíssimo trabalho histórico que o Archive.org está fazendo no momento?



Clicando na linda imagem acima tu chegarás numa página contendo literalmente mais de 2 mil joguinhos clááááássicos de DOS que sem dúvida permearam sua infância.


Tem Carmen Sandiego, um ícone das aulinhas de informática na escola:



Tem o tal do Stunts, que eu não curtia mas tou ligado que vocês se amarram pra caralho:



Tem o ALLEY CAT, cujo gameplay já mostrei num vídeo:



Tem até o Life and Death 2, um joguinho de cirurgias que na época foi incrivelmente revolucionário pelo realismo nos procedimentos médicos:



Tem nada pra fazer hoje? Agora tem.


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Published on January 09, 2015 10:14

January 3, 2015

Este foi o método mais MacGyver pra encontrar um celular que usei na vida

Meu fim de semana consiste em estudar, fazer vídeo e atualizar o blog pra vocês. Essa semana eu balanceei mal essa equação e acabei estudando mais do que qualquer outra coisa, mas cá estou de volta com um conto em que eu QUASE me fodi.


QUASE. Esses dias aí eu perdi meu celular e o achei de uma forma que faria ninguém menos que o próprio Angus MacGyver se orgulhar deste cearense expatriado que vos escreve.


macgyver

Se bem que se ele perdesse o celular, o MacGyver construiria outro usando dos clipes de papel, uma batata e 3 folhas de jornal, então tem isso.


Foi o seguinte. Ontem, ou acho que anteontem, sei lá, depente de quando você ler esse artigo né? Então, nesse dia misterioso qualquer — que agora que eu paro pra pensar foi provavelmente na quinta feira –, eu e a patroa decidimos ir ao YMCA (que é melhor conhecido em terras nacionais como ACM, ou “aquela música lá do Village People”). Eu, como já expliquei, tornei-me um adepto da natação, e agora a Bebbinha quer entrar na onda também. Aliás, se eu fosse mais gordo e causasse maior deslocamento de água, ela entraria na onda literalmente.


Ao chegar na YMCA, puxo o celular do bolso pra verificar algo e encontro nada senão vento nos bolsos.


Pavor.


Começo aquele movimento quase epilético de bater simultaneamente em todos os bolsos (num país frio em que somos obrigados a usar jaquetas POR CIMA de suéters, você acaba com uns 13 bolsos pra verificar). O pulso cardíaco vai aumentando consideravelmente, e aí cai a ficha de que eu não sei onde está meu celular.


Sabe o que é separation anxiety? É uma desordem que causa profundíssima agonia se o doente mental que a tem está separado de alguma coisa da qual ele gosta muito. Aliás, o artigo da Wiki não inclui separation anxiety de celular mas eu mesmo posso corrigir esse defeito lá pra eles.


Não que eu tenha isso, na verdade. Eu não tenho piripaques só por precisar ficar sem usar o celular — eu acho, já que nunca fico longe do celular pra verificar isso empiricamente –, mas não saber onde está a porra do iPhone novinho em folha é de causar taquicardia em qualquer um.


Começo a reverificar os bolsos desesperadamente pra encontrar o bicho. A essa altura o staff da YMCA deve estar imaginando que estou dançando uma misteriosa Macarena silenciosa em velocidade Créu Número 5.


É: não sei onde está o celular. Não há como negar a realidade do fato.


O desespero é que eu lembrava claramente de ter saído com o celular no bolso. Minha mulher, já ciente da minha completa agonia, pergunta “mas você tem certeza que trouxe o celular?” e eu dou um olhar que diz “você está realmente perguntando se EU saí de casa com o celular? O cara com quase meio milhão de tweets? Você já me viu alguma vez fora de casa, ou até mesmo em casa, sem o celular na mão?”


Puta que o pariu. Saí de casa com o celular, e cheguei no meu destino sem. Onde estaria essa merda? Batendo a mão nos bolsos futilmente pela milésima vez (o MO clássico de quem perdeu algo mas simplesmente não quer aceitar a realidade), sinto a chave do carro e me vem o estalo: caiu dentro do carro, claro! Saí voando em direção ao meu veículo.


A esperança durou pouco. Revirei o carro inteiro e nem sinal do celular. Só aí me veio a idéia de usar o iPhone da muié pra, através do Find My iPhone, localizar meu celular perdido. Se o blipzinho do “radar” apontasse lá pra casa, TÁ DE BOA.


Volto correndo pra YMCA e peço o celular da muié. Ela, já impaciente com a perda de tempo, me dá o aparelho e vai pra piscina. Me sentindo como um funcionário da NSA tentando localizar o paradeiro de um importante informante que sumiu do mapa, entro no Find My iPhone e vejo, com alívio, que a bolinha do GPS do celular indica que sua posição é lá no meu apartamento mesmo.


Só que… tem um problema.


A triangulação do Find My iPhone não é perfeita. Frequentemente, ela não indica o local exato onde o celular está — ele mostra, em vez disso, a área geral onde o celular se encontra. O problema é piorado se o aparelho está dentro de um prédio, o que é o meu caso, forçando o sinal a atravessar inúmeros andares. O app interpreta esse sinal mais fraco como um círculo verde, dizendo “teu celular tá mais ou menos dentro desse círculo aí”.


Pior que isso, esse sinal errático faz a localização do celular oscilar entre alguns pontos aleatórios dentro da área geral onde ele se encontra. A maioria das pessoas normais, sem problemas crônicos e debilitantes de overthink as coisas, aceitaria o diagnóstico do aplicativo como “é, o celular tá lá em casa mesmo, e ele apenas aparenta estar se teleportando dentro do meu quarteirão por causa de idiossincrasias da tecnologia de GPS”.


Só que eu sou o Izzy Nobre, o cara que consegue pegar o cenário mais inócuo e, após pensar fixamente, obsessivamente, doentiamente nele por uns 2 ou 3 dias seguidos, achar que ele vai resultar na minha morte.


Veio-me a seguinte constatação: esse aparente movimento do celular pelo quarteirão, embora bem limitado e com epicentro bem próximo do meu apartamento (ou seja, confirmação não-oficial de que tá lá em casa mesmo), seria consistente com ter deixado o celular cair na rua ao entrar o carro, e algum vizinho o encontrou e tá perambulando lá perto com ele no bolso.


Pronto. Lá vem a ansiedade de novo. Find My iPhone não seria suficiente pra alguém paranóico como eu. Eu precisava de algo mais concreto, uma evidência daquelas que o advogado dos filmes leva no tribunal e o juri fala “Ohhhhh! Mas que advogado foda ele é!” e o juiz bate o martelinho pra eles se acalmarem porque isso aqui não é a casa da Mãe Joana.


Ok. O que eu posso fazer, daqui da YMCA e apenas com o celular da minha esposa, pra ter uma confirmação de que o celular tá lá em casa.


Já sei. Posso controlar meus computadores remotamente, e usar a webcam pra dar uma olhada no meu escritório. É uma idéia maluca, mas ir pra Lua ou fazer um filme baseado numa série dos anos 80 que ninguém mais dá bola também eram e deu bem certo.


Loguei no PC do escritório, abri o OBS (o software que uso pra transmitir joguinhos no meu canal do Twitch) e liguei a webcam.


Photo 2015-01-01, 7 05 49 PM


Mas é óbvio que não daria pra ver porra nenhuma. Que idéia imbecil, Izzy.


AÍ EU PENSEI: Peraí. Posso não VER o celular, mas posso OUVI-LO! O Find My iPhone tem uma função de disparar um alarme remotamente no celular perdido. Ligo essa merda, volto pro acesso remoto, e se ouvir o celular apitando, é sucesso!


Fiz o processo, voltei pro app de acesso remoto e… nada. Nenhum som. E aí eu lembrei porque — porque havia desconectado o microfone momentos antes de ir pra natação pra usar o headset com outro computador.


Puta que pariu. Tudo está contra mim hoje, vai tomar no cu! E agora?


Aí lembrei que minha webcam tem um microfone também! Bastaria então habilita-lo como fonte de captura de áudio nas configurações do OBS. E foi o que fiz.


Photo 2015-01-01, 7 05 41 PM


Imediatamente a estratégia mostrou sinais de funcionamento — o marcador de áudio do microfone, que antes estava sem atividade, começou a captar pequenos ruídos no quarto. Cooler do PC, aquecedor do apartamento estalando, o Marshmallow cagando em cima dos meus quadrinhos ou algo assim, há toda uma ópera de sons pitorescos num apartamento vazio.


Pingo o celular no Find My iPhone de novo. Volto pro TeamViewer e percebo claras oscilações no nível de áudio — algo está sendo captado! É o celular! OBA!


Só que lembra que eu falei que sou um ultra paranóico? Então. O TeamViewer não transmite sons sendo capturados ao vivo, então eu não teria como confirmar que os picos sonoros estavam sendo gerados pelo celular. Os picos PARECIAM consistentes com o som do ping do Find My iPhone, mas lembra que eu queria confirmação 100%?


Como então ouvir o som da parada se o TeamViewer não captura som “ao vivo”?


JÁ SEI! Removo o “ao vivo” dessa equação! O OBS permite fazer gravações usando a webcam; basta então ativar o Find My iPhone pela milésima vez, voltar pro app de acesso remoto, ativar a captura de vídeo, gravar alguns segundos, e então dar play.


Foi o que fiz.


Photo 2015-01-01, 7 05 29 PM


Perfeita solução, né? Só que DESGRAÇADAMENTE a função de tocar sons sendo executados remotamente via TeamViwer, que eu já usei no passado, parece não funcionar mais. A essa altura o iPhone 5 velhinho de guerra da minha esposa já tá com tipo 15% de bateria. Já percebeu que pessoas não-viciadas em tecnologia CAGAM se os aparelhos deles estão com pouca carga, e frequentemente deixam o bicho morrer antes de recarregar? Então.


Comecei a googlear desesperadamente uma forma de reativar a transmissão de áudio através do TeamViewer. Achei a solução: era uma mísera caixinha que de alguma forma se auto des-selecionou no meu aplicativo.


A primeira


Depois de TODA ESSA NOVELA DESGRAÇADA eu dei play no vídeo capturado remotamente. E eis o som estridente e monótono que soou como os cânticos sagrados dos anjos pros meus ouvidos ansiosos:



ACHEI A PORRA DO CELULAR, CARALHO!


E aí saí correndo pra piscina, com a sensação de que ninguém mais no mundo jamais se deu a TANTO TRABALHO só pra garantir que havia deixado um celular em casa.


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Published on January 03, 2015 21:19

December 26, 2014

Tentando arrumar comida no Natal — uma saga canadense

fome


Então é (ou melhor, era) Natal, amigos! Natal! O aniversário de Jesus Cristo, um judeu que nasceu há mais ou menos dois mil anos atrás e que, de acordo com uns amigos próximos, fazia altas mágicas e tentou deixar uma mensagem de amor ao próximo (que seus fanboys seguintes de alguma forma transformaram numa estranha obsessão com a sexualidade alheia).


Você já parou pra pensar que se Deus é Pai, e criou tanto Jesus quando o Diabo… Satanás é irmão de Jesus? É assim que funciona, não é? Satanés seria então o irmão vagabundo, marginal, que tira nota baixa na escola, que deixa o cabelo crescer a contragosto do avô, que usa o gelo e não enche a forminha de volta.


Voltando à minha aventura natalina. Troquei os presentes com a Bebbinha, mandei SMSs para pessoas importantes e algumas não tão importantes assim mas que os contratos sociais obrigam a troca de mensagens de felicitações natalinas, e fui pra casa do meu pai tomar café da manhã. Chegando lá gravei esse videozinho com o Kevin, meu meio-irmão.


(Como SEMPRE tem alguém pra perguntar o que isso significa — é o filho do segundo casamento do meu pai)





VIRA BAIXO PARA QUE


Um vídeo muito excelente publicado pelo Izzy Nobre (@izzynobre) em Dez 12, 2014 at 12:39 PST





Depois disso voltei para casa com a patroa para uma noite de preguiça no sofá assistindo filmes natalinos (Duro de Matar ou Esqueceram de Mim, faltava decidir qual — embora, se tu parar pra pensar, são BASICAMENTE a mesma história: um herói inesperado e em desvantagem numérica combate bandidos e prepara armadilhas, pulando de esconderijo a esconderijo).


Só que não é uma boa noite de preguiça no sofá assistindo filmes sem COMIDINHAS, como diríamos no 99 Vidas. Vou investigar a geladeira e encontro-a completamente deserta. Se isso fosse uma cena de filme, eu teria ouvido o barulho de um grilo montado numa bola de feno.


Essa aí ainda tá em melhor condição. Eu acho que a minha geladeira tá até sem a lâmpada.


Não há problema“, pensei burramente, que é uma tendência comum aos meus pensamentos, “vou pedir um deliveryzim esperto“.


Após ligar pra 3 pizzarias diferentes — em ordem de preferência, claro –, a ficha caiu de que sendo apenas o MAIOR feriado do ano, eu não encontraria delivery funcionando. A mulher começa a lamentar-se da fome, mas ainda não há problema: existem 1,3 bilhão de pessoas que contribuem com a cultura mundial com sua culinária e que convenientemente não celebram Natal: os chineses!


Agora, eu não gosto muito de comida chinesa. A única comida chinesa que eu como nesses restaurantes é chicken balls, que sequer é genuinamente chinesa. Tal qual o Bear Grylls, que bebe urina para sobreviver, terei que me sujeitar a ingerir algo que não gosto para me manter vivo. Um Bear Grylls cearense.


Ligo para os seis restaurantes próximos (é o que acontece quando você mora perto da Chinatown de Calgary) e nenhum faz delivery. Primeiro os chineses se escravizam uns aos outros em fábricas de iPhones, e agora isso? Começo a me decepcionar com a nação asiática.


A mulher começa a ficar impaciente. Começa a ficar claro que


1) Eu deveria ter feito compras antes do Natal;


2) É possível que eu vá dormir com fome como meus tataravós retirantes o fizeram muitas vezes em seu êxodo de Quixadá pra Fortaleza décadas atrás.


Tal qual Desmond Miles, eu aceito as responsabilidades de reviver as experiências de meus antepassados, mas deixar minha pobre esposa com fome? Por mais que a essa altura ela seja praticamente uma cearense honorária, eu não posso permitir que ela passe fome. Então me resigno ao inevitável: terei que me arrumar pra sair e procurar comida.


É incrível como eu sou retardado o bastante pra fantasiar sobre as situações mais triviais. Enquanto pegava as chaves e me agasalhava pra enfrentar o inverno canadense (que tá até bem tranquilo esse ano, aliás), eu me imaginava um membro de um “away team”, sabe coé? Aquela turma do Star Trek que entra nas navinhas pra ir consertar a Enterprise ou explorar a superfície de um planeta, entende? Eu estaria igualmente abandonando a segurança da minha casa quentinha pra sair na rua procurando mantimentos.


Chego no carro, dou a partida, luzinhas acendem, barulhos apitam. O painel do carro me dá diagnósticos do status da máquina — nível do óleo indica que não preciso troca-lo por mais dois meses, o indicador de combustível mostra que posso correr outros 200km antes de precisar encher o tanque, e um embrulho de chocolate do lado direito informa que preciso limpar meu carro com mais frequência.


Engato a ré e tiro o carro da vaga com o mesmo cuidado que um piloto espacial sairia da landing bay da Enterprise, rumo ao restaurante mais próximo que ainda esteja aberto.


Eu tirando o carro da vaga


É por isso que eu não posso assistir filmes de ficção científica sem passar os próximos dias vendo tudo ao meu redor como um análogo dos equipamentos espaciais do filme. Depois que assisti Interstellar, passei umas duas semanas achando que estava ativando retrofoguetes ao ligar o aquecedor do carro, ou imaginando uma docking sequence ao parar o carro no estacionamento do hospital onde trabalho.


Outro dia reassisti Apolo 13 e sempre que estou numa situação em que a bateria do celular está acabando e não terei uma chance de recarrega-la em breve, saiu desligando features do celular pra economizar energia me imaginando como os astronautas do filme.


É foda.


Então. Meu primeiro destino foi o Chicken on the Way. Isso aí:



Não parece grandes coisas, correto? Entretanto, você estaria julgando o livro pela capa se pensasse isso. O Chicken on the Way é o provedor da mais suculento frango frito que eu já comi na minha vida, com perfeitos temperos e crocância ímpar. Confie em mim, como gordo profissional eu entendo dessas coisas.


Uma vez que você comeu Chicken on the Way, nenhum outro frango jamais te satisfará, e isto não é um exagero ou tentativa de piadinha. Não desconsidero a possibilidade de que estão colocando crack na receita.


CotW inclusive tem uma mega fama na minha cidade. Tente ir lá num fim de semana e a fila sai da loja e passa da calçada. Pra colocar em outros termos, CotW faz KFC parecer um balde de vômito com pedacinhos de câncer estomacal flutuanto entre aglomerados de muco.


Dirijo animado em direção ao Chicken on the Way, mas a vida mais uma vez me decepciona — aquela plaquinha de neon “Open” está claramente apagada, assim como as luzes dentro do estabelecimento. Estaciono na frente do restaurante de qualquer forma, incrédulo, sem saber o que fazer em seguida. Engulo frustrado a saliva que minhas glândulas estavam produzindo em overtime desde que decidi passar no CotW.


Desanimado com minha própria existência e novamente indagado se existe de fato um deus justo neste universo, me resignei a ir ao Subway próximo. Que estava igualmente fechado. O McDonalds da esquina? Também fechado. Dois restaurantes no meio do caminho? TUDO FECHADO ESSAS PORRAS.


Meu raio de atividade na missão era de apenas NO MÁXIMO 5km da minha casa. Decidi contrariar os parâmetros e acelerei, rumo a um McDonalds que eu SABIA que estaria aberto.


Cheguei lá e pelo jeito aquele restaurante estava absorvendo todos os outros andarilhos esfomeados, porque tinha — sem putaria — uns 10 carros em fila no drive through. A fila saia da área normalmente designada ao drive through e chegava à avenida; na prática, uma das faixas da avenida era uma extensão do drive through a porra do restaurante.


Quase meia hora depois finalmente consigo comprar a comida. Volto pra casa alegremente, enfiando batatas fritas na boca enquanto dirijo, e noto que, assim como Interstellar, o final dessa minha aventura deixou um pouco a desejar.


Mas o vídeo do autorama lá em cima valeu a pena, diz aí.


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Published on December 26, 2014 11:50

December 21, 2014

[ Pergunta do Dia ] Seria o Natal gringo o Natal “de verdade”?

natal


Este ano minha mãe finalmente imigrou para o Canadá, finalizando uma década de distância entre nós. Por isso, a Bebba estava super empogadada pra fazer um Natal em família, mas não apenas isso — ela queria saber como é o Natal no Brasil, pra preparar algo similar aqui. A Bebba é dessas que curte fazer artes caseiras e tal; no apartamento antigo a mesa da sala era completamente dominada pelas miçanguinhas e tecidos e cola plástica e whatevers dela. Então ela já estava planejando abrasileiras nossas decorações natalinas pra melhor recepcionar minha mãe.


“Bom”, falei, “o Natal brasileiro é meio que igual ao daqui, de certa forma. Os símbolos são os mesmos — pinheiro, (boneco de) neve, Papai Noel, etc”.


Ela franziu a testa.


“Mas não tem nada especificamente típico do Brasil nas celebrações de Natal de vocês que a gente possa fazer aqui pra ela se sentir mais em casa…?”


Nunca fui ao Brasil com ela durante o Natal (aliás, o último Natal que passei no Brasil foi em 2002), então subitamente caiu a ficha de que ela nunca viu um Natal brasileiro.


Puxei um pouco mais na memória e balancei a cabeça negativamente.


“Nem tem. As nossas imagens natalinas são 100% baseadas no que vemos nos filmes americanos, então a gente adota toda aquela iconografia…”


Ela fez uma cara de dúvida e eu respondi a próxima pergunta dela antes que ela a fizesse.


“Sim, eu sei que não faz nenhum sentido. Não apenas não neva no Brasil*, mas o Natal cai no nosso verão — o que torna a decoração natalina que a gente vê no shopping ainda mais incongruente.”



Expliquei pra ela que isso acontece porque o Natal brasileiro não tem nenhuma identidade própria; a gente basicamente emula o que vemos em filmes americanos.


Deixa logo eu esclarecer antes que os chatos de sempre rasguem os cus de ódio nos comentários: não acho que haja nada de errado com isso. Não sou desses ativistas Carta Capital-style que brada furiosamente que o imperialismo estadunidense estraga tudo e mimimi e sim, são estadunidenses porque “TODOS SOMOS AMERICANOS, ELES NÃO SÃO DONOS DO CONTINENTE INTEIRO!!111″ e etc.


Eu não vejo nada de errado em por algodão na vitrine da loja pra simular neve. É como conhecemos o Natal, afinal de contas. Vão usar o que?


Mas o ponto é inegável: o Natal “de verdade”, o Natal conforme conhecemos através de Esqueceram de Mim e O Grinch e Milagre na Rua 34 e pinheiros e neve e gorrinho e velho agasalhado pra entregar presentes, é o Natal americano mesmo. Nós não temos uma identidade natalina nacional, e por isso emprestamos a de alguém que tem.


É tão bizarra a nossa falta de espírito de natal que comerciais como esse passam no Brasil e ninguém acha estranho — mesmo com música em inglês e tudo, porque foda-se, não vão botar Simone – Então É Natal.mp3 na porra do comercial né?



O processo de assimilação do Natal americano já é tão velho, e portanto aceito sem qualquer ressalva, que a gente não vê nada de estranho num comercial de uma data comemorativa completamente lotado de referências estrangeiras. Por mais que cause revolta ouvir que nosso Natal “não é de verdade”…


Essa garota no Twitter, por exemplo, que não entendeu o ponto de forma alguma e está revoltada até agora.


…é algo que já aceitamos como norma. Não é que o “natal de verdade” PRECISE ter neve — é que, por bem ou por mal, essa é a única interpretação que existe, quer isso faça sentido no seu país ou não.


Pra que você realmente aprecie o quão sem sentido aquele comercial de Natal da Coca Cola é, imagine que este vídeo terminasse com um letreiro dizendo “FELIZ FESTAS JUNINAS!”


Por causa disso, quando eu cheguei aqui em 2003 — especialmente porque cheguei no final do ano –, minha primeira impressão foi “nossa, o Natal aqui é igual ao dos filmes!”. O que, meio que por tabela, o torna o Natal “real”; o que nós convencionamos no Brasil a emular, embora não faça muito sentido num país tropical.


A pergunta real aqui é — se não fosse a onipresente influência norte-americana, como seria um autêntico Natal brasileiro…? Essa padronização do Natal americano como o Natal “real” é global…? Existe algum país que celebre Natal com iconografia diferente? Ou padronizou geral já? Se o estilo já é usado no mundo inteiro, ainda vale sequer classifica-lo como “Natal americano”?


*Sim, eu sei que você vai se ater à literalidade e mencionar que nevou uma vez em 1900 e alguma coisa e outra vez dois anos atrás. O ponto é que neve não é um fenomeno meteorológico comum o bastante no nosso país pra que representações natalinas nevadas façam sentido para um país tropical.


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Published on December 21, 2014 11:55

Izzy Nobre's Blog

Izzy Nobre
Izzy Nobre isn't a Goodreads Author (yet), but they do have a blog, so here are some recent posts imported from their feed.
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