Izzy Nobre's Blog, page 24
July 15, 2015
Me ajudem na última etapa daquele concurso lá!
FALAÍ NEGADA. É o seguinte.
Lembra daquele concurso que mencionei há algum tempo? Pra economizar seu tempo, eu resumo aquele post: uma empresa imobiliária aqui de Calgary está revitalizando uma área, o East Village, que tava basicamente abandonada aqui na minha cidade. Os caras tão construindo um parque, uma nova biblioteca, condomínios de luxo e o caralho.
Pra promover esse projeto de urbanização dessa área, os caras bolaram o projeto East Village Resident Ambassador. Eles querem alguém que saiba usar mídias sociais pra morar por um ano em dois dos condomínios de luxo que eles estão montando. A idéia é escolher alguém que gere engajamento na internet, e que saiba contar histórias de uma forma bem humorada pra propagandear o bairro pra a nossa província, e pro mundo.
Eu me inscrevi no concurso, e descobri essa semana que passei pra semi-final, com outras 19 pessoas. E agora é o seguinte!
Para essa próxima fase, os competidores tem três opções: podemos participar de um evento no East Village (parte do projeto de urbanização envolve um monte de atividade gratuita lá; hoje rola uma aula de yoga para mulheres) e narrar a parada no Twitter e Instagram, usando a hashtag #EvLiving; podemos escever um post descrevendo nosso dia ideal lá no bairro, ou um vídeo com a mesma temática.
Fui de vídeo, que é a linguagem com a qual me sinto mais à vontade:
Pra me ajudar nessa rodada crucial, há várias formas:
Você pode dar um RT nesse tweet. Ou você pode tuitar o link do vídeo acima, junto com as hashtags #yyc e #PickIzzy, pra me ajudar a criar volume na campanha. E não — o fato do meu público ser brasileiro não é um demérito. A beleza das hashtags é que ela permite que pessoas contribuam com uma discussão gringa sem necessariamente ter followers gringos.
Esse cara, por exemplo, não me conhece e não me segue — mas veio me congratular pelo impacto que vocês estão causando na rede social de Calgary.

“Parabéns, Mr Nobre, tu movimentou pra caramba a hashtag de Calgary! Acho que tu vai ganhar esse negócio, ein?”
E essa é a beleza. Quanto mais tweets com #PickIzzy e #yyc, MAIS a galera local vê meu vídeo, e mais eu consigo provar pro pessoal do East Village que eu posso promover a marca deles contando a história de morar nesse bairro!
Então é isso. ME AJUDA AÍ NEGADA!
A propósito, morando um ano digrátis lá, eu terei um tempo livre que nunca tive antes pra trabalhar no site e no canal (já que não precisarei trabalhar em tempo integral). Além disso, vou fazer altos Periscopes, resenhas dos locais lá, livestream em festinhas, o caraio. Então todos saímos ganhando!
Vamo botar um brasileiro nesse prédio de luxo gringo aí, porra!

July 13, 2015
Um mundo sem o Uber, ou “Porque velhas soluções precisam morrer”
O Uber, o serviço alternativo de taxi que está causando polêmica legal onde quer que se instale, está rendendo umas notícias tensas no Brasil. Os taxistas, sem querer abrir mão do status quo (alguns menos lisonjeiros chamariam de máfia), estão tocando o puteiro para impedir que o serviço opere.
Isso não é inesperado. Indústrias já estabelecidas comumente tentam, de uma forma ou de outra, impedir novas formas de fazer as coisas, se essas novas formas ameaçam seu negócio.
Mas imagina como o mundo seria se isso se seguisse à regra.
Imagina um mundo sem eletricidade porque os fabricantes de velas determinaram que luz elétrica é “concorrência desleal”.
Imagina um mundo sem PCs porque a comunidade datilógrafa começou a depredar lojas e vendedores de computador, pra coibir a adesão de novos vendedores.
Imagina um mundo sem televisão porque os magnatas do rádio não queriam dividir seu marketshare com um novo tipo de mídia.
Imagina um mundo sem carros porque a indústria equestre organizou protestos na frente das montadoras, dizendo que o negócio deles é “ilegal” já que no momento só existe regulação do transporte por cavalos.
Imagina um mundo sem Netflix porque as locadoras, que precisavam passar por processos burocráticos para regulamentar seu estabelecimento, fizeram um lobby contra o streaming (“a gente paga um monte de tarifa pra manter o comércio e esses caras não precisam nem de uma loja física?!?!”).
Imagina um mundo sem câmeras digitais porque a Kodak e a Fuji arrumaram loopholes legais e lobbistas bem pagos pra garantir que seu negócio mais lucrativo, a venda de filme fotográfico, permaneça em voga.
Imagina um mundo sem celulares porque as empresas de telecomunicação, em vez de adotar a tecnologia, decidiram lutar contra tais aparelhos porque preferem que os usuários continuem pagando pelo uso de orelhões. Afinal, eles já estabeleceram toda a intraestrutura — não podem abrir mão assim “do nada”.
Dá pra aplicar essa lógica a literalmente qualquer nova tecnologia ou serviço que torna obsoleta a solução previamente estabelecida. E olha que eu tenho tio taxista; a ameaça à indústria dos taxis é algo que afeta minha família diretamente, e ainda assim a única coisa que eu posso falar é “tio, aprenda a digitar então porque chorar para que o Estado a defender seu diploma de datilógrafo não vai dar certo”.
Li um texto falando que essa comparação não vale porque o Uber “não é uma tecnologia” — o que é um non sequitur completo. Reduzir a discussão da viabilidade do Uber versus o papel social dos taxistas já estabelecidos simplesmente a “mas o que exatamente conta como ‘tecnologia’, afinal de contas?” é um exercício fútil de pedantismo.
Aliás, fica a dica: qualquer momento em que alguém usar do falastrão ~falsa dicotomia~, a tradução é “eu não quero aceitar sua comparação, porque não e pronto”. Seguindo o mecanismo lógico dessa turma, comparações simplesmente não deveriam existir, já que sempre que se compara algo, compara-se coisas diferentes que tem alguma similaridade entre si. Se tais diferenças arbitrariamente invalidam uma comparação, então não se pode comparar coisa alguma.
A propósito, esse texto é tão intelectualmente desonesto, cheio de espantalhos bobos, que já sinto desgosto de ter rendido a eles alguns views.
O progresso SEMPRE vem às custas daqueles que investiram em soluções arcaicas. Olhe ao seu redor AGORA MESMO e você verá que sua vida depende de inúmeras coisas cujo advento pôs muita gente na rua.
Os taxistas têm (no momento) a sorte de que o estabelecimento legal está do lado deles.
E pra fechar: você já ouviu o termo “ludita“? Não parece ser muito comum no Brasil. A palavra é uma tradução de “luddite“, que eram os trabalhadores da indústria téxtil inglesa do século 19. Os caras se tornaram infames por atacar e até mesmo destruir teares mecânicos, por temer a ameaça que esta tecnologia representava ao seu meio de vida.

Ó os caras tocando o puteiro aí
Hoje, o termo “luddite”/”ludita” significa “aquele que é adverso ao progresso”.
A história se repete mesmo.

July 11, 2015
Novo vídeo de Star Wars explode todas as minhas expectativas
Ahh, Star Wars… o relacionamento de um nerd com Star Wars é turbulento. Assim como muitos de vocês, a saga de fantasia espacial (NÃO É FICÇÃO CIENTÍFICA RAPÁ!) fez parte intrínseca da minha infância. Eu vi os filmes quando bem jovem, e eles se fixaram firmemente no nas minhas fantasias infantis. Via e revia as fitas VHS na coleção do meu pai, via os desenhos animados (aliás, que abertura longa essa de Droids!), brincava com os bonequinhos… o que tinha de Star Wars ao meu alcance, eu consumia. Lembro aliás do choque absurdo que foi ver essa referência a Star Wars na cultura popular brasileira. “WTF, como assim, falaram CAVALEIROS DE JEDI numa música brasileira?!”
Espero que VAAAAI POPOZUDA fique preso na sua cabeça hoje também.
Então. Veio 1999, e eu fui ao cinema ver episódio 1. Lembro exatamente qual cinema fomos — o belíssimo Cine São Luís do centro de Fortaleza: imenso, belíssimo, com saguão de mármore iluminado por um imenso lustre e sala de exibição com dois andares. Bem reminescente da época de ouro do cinema.
Fizemos o que muita gente fazia naquela época — chegamos no finalzinho do filme, assistimos esse trecho, e aí ficamos para a próxima sessão e assistir o começo. E mesmo com míseros 14 aninhos de idade, sem grande senso crítico pra porra nenhuma, eu sabia que tinha algo errado com o filme. Os efeitos eram legais, a nova coreografia com o sabre de luz então nem se fala. Mas algo não encaixava direito.
E isso iniciou um ciclo: se empolgar com o próximo Star Wars, se decepcionar quando ele finalmente sair. Episódio 3 foi o mais perdoável dos 3, e ainda assim é horrível tanto como filme tanto quanto a conclusão da saga.
Aqui há uma excelentíssima resenha de uma hora e quarenta minutos que destrincha de forma maestral tudo que há de errado com aquele filme. Se você, como eu, é nerd de Star Wars e de cinematografia, e quer ver suas críticas do filme legitimadas em uma análise que desconstrói todas as falhas de Episódio 3, esse vídeo vai te agradar bastante.
Então. Como sabemos há um novo filme de Star Wars no horizonte. As chances de que eu NÃO assista esse filme no dia de lançamento são literalmente nulas. Eu estarei na frente da fila; irei ao cinema horas antes se for preciso. A última chance que um cinéfilo teve de ver um bom filme de Star Wars foi em 1983, um ano antes de eu nascer. Não perderei essa chance.
Passaram esse vídeo aí lá na San Diego Comic Con.
E este é o melhor tipo de trailer que um filme como Star Wars merece.
NADA da trama foi entregue ao espectador; você mal vê os personagens, não sabem quem eles são exatamente, mas você tem um bom vislumbre de como é o universo do filme. E eles estão acertando em tudo que a Nova Trilogia errou. Aliás, se ESTA agora será a Nova Trilogia, recomendo que nos refiramos à trilogia iniciada por A Ameaça Fantasma como a “Merda Trilogia”. Velha Trilogia, Nova Trilogia, Merda Trilogia. O que acham?
Sets de verdade. Efeitos práticos. Explosões, pessoas usando fantasias. Tangibilidade. Passamos os últimos anos vendo filmes de Star Wars que se resumiam por boa parte em “dois ou três personagens explicando a trama do filme num cenário em CG”, que eu tinha esquecido quanto o enredo e a imersão do filme ganham tendo esse tipo de caracterização mais física, mais real.
Nesse Star Wars, as coisas terão tangibilidade. A luz refletirá de forma realística, e as sombras serão de verdade. Objetos terão peso, se moverão de forma autêntica. Os personagens reagirão ao que acontece em sua frente, ao contrário de filmes em que robôs imensos com 4 sabres de luz fazem piruetas com ele na frente de um personagem, e ele não esboça a menor reação.
Aliás, essa cena é um microcosmo de tudo que há de errado com o uso abusivo de CG num filme. Quando tudo que tu vê na tela são uns e zeros produzidos por um computador durante a pós-produção meses após o encerramento das filmagens, perde-se toda a perspectiva, as reações autênticas dos atores, a tangibilidade da cena. Vou dar um exemplo simples no que diz respeito a composição e fotografia.
No começo dessa cena, o Obi Wan se aproxima do Grievous. Estão bem próximos um do outro.
No meio da fala do Grievous, a câmera muda de ângulo q o Obi Wan claramente sumiu da tomada:
Logo em seguida eles estão frente a frente de novo:
A diferença no tamanho do Grievous indica que os ângulos não são divergentes o bastante pra que o Obi Wan ficasse COMPLETAMENTE fora do frame, só que quando você está animando tudo num computador, é difícil manter uma boa noção espacial de onde cada personagem está. Ou melhor; um bom diretor, com bom olhos pra fotografia, teria ao menos corrigido o time de efeitos especiais, dizendo “não, pera, eu lembro como eu filmei isso, e na real o Obi Wan deveria estar um pouco mais próximo, muda isso aí“.
Já abordei o fato de que o Grievous faz a maior firula com os sabres e o Obi Wan não esboça reação nenhuma — porque não havia nada com o que ele interagir na cena, e é capaz que o próprio Lucas não sabia como a cena final seria, então ele nem pensou em dirigir o ator a mostrar alguma reação qualquer. Na hora da montagem final da cena, ele viu como isso aí ficou e falou “é, tá bom”.
Na cena em seguida, o Grievous dá vários passos avançando pra cima do Obi Wan, e ele então finalmente mostra alguma reação — dá uma tímida cambaleada. Mesmo depois dos 5 ou 6 passos que o Grievous deu (e o Obi Wan demorando a reagir se afastando), essa é a distância que um tem do outro:
TODA a a composição espacial da cena tá errada, e consequentemente a continuidade da cena tá errada. E o pior: o filme é TÃO CAGADO, tão cheio de merda pra você apontar, que isso aqui é um detalhe novo pra mim. Eu literalmente só percebi isso hoje quando fui rever a cena pra argumentar um outro ponto — que o CG exagerado faz o filme parecer um videogame.
Por mais que você não seja um especialista em teoria de cinema e fotografia — e eu definitivamente não sou –, existem certas coisas que nosso cérebro capta subliminarmente. Aliás, esse talvez seja o único exemplo de “mensagem subliminar” que realmente ocorre: nossos cérebros sentindo um certo incômodo, ou falhando em aceitar uma cena porque alguma coisa não faz sentido visualmente.
Um exemplo disso é esse terrível CG do Múmia 2:
Você não precisa ser um expert em animação, ou em anatomia, ou em ótica/reflexão de luz, pra ver logo de cara que tem algo muito errado com essa cena. Nossos olhos e cérebros foram treinados ao longo de milhões de anos de evolução pra reconhecer o que é real e o que é falso, e nosso software mental usa pra essa tarefa pequenas pistas visuais que você pode até não assimilar num nível consciente, mas você de alguma forma SABE que tem algo errado. A parada parece um cutscene de PS2.
Não que a única falha da Merda Trilogia seja o abuso de CG. O enredo era uma bela bosta do começo ao fim:
Anakin criança, o que disperdiça um filme INTEIRO que poderia ter sido usado pra estabelecer melhor sua relação com o Obi Wan, caso ele fosse um pouco mais velho…? Aliás, repare que nos outros filmes faz-se alusões a grandes aventuras que os dois viveram, mas não as vemos de fato. Eles desperdiçaram um filme que poderia ter MOSTRADO essas aventuras dos dois lado a lado, lutando/se ajudando como iguais;
Uma trama que orbita ao redor de uma entediante disputa comercial/política interplanetária…?
Uma cena imensa de uma porra de corrida de pods (além das cenas anteriores estabelecendo as tais corridas, a aposta, o fato de que o Anakin nunca terminou uma corrida antes) pra mostrar as habilidades de pilotagem do pivete…? Essa era a MELHOR forma de mostrar tal coisa?
A presença de um sidekick tão irritante e inútil que virou uma eterna piada cinematográfica?
MIDICHLORIANS?!
Não sabemos o que nos aguarda no roteiro de The Force Awaken, mas se houver nele o mesmo esmero que claramente está sendo mostrado na produção do filme… já fico bem mais animado.

July 4, 2015
[ Diário de um (quase) paramédico ] Resgate na floresta, parte 2
E aí cambada. No último episódio desta novela digital, eu estava correndo ofegante no meio de uma floresta no interior canadense quando uma picape da RCMP (o equivalente canadense da polícia federal, ou seja — é como o FBI canadense) veio subindo a trilha atrás de mim.
Continuemos então.
Então. A picape da RCMP parou do meu lado. Olhei pros meus instrutores, que a essa altura já estavam longe na trilha. Não sabia como lidar exatamente com a polícia.
“Aê, tu é o stewie?” perguntou um dos polícia, me olhando de alto a baixo.
“Sim, eu sou” pensei em dizer mais alguma coisa, talvez dar alguma informação sobre o paciente, mas nenhuma palavra me veio. Eu não sabia qual era o protocolo exatamente.
O policial cortou o silêncio.
“São o C e o T ali na frente?” ele perguntou, meneando naquela direção com a cabeça, e depois olhando naquela direção e espremendo os olhos tentando identificar as silhuetas correndo lá na frente. O parceiro dele, digitando algo no celular, parecia completamente desinteressado na situação.
“Sim, são eles” pigarreei, procurando as palavras “a gente estava ind…”
“E esses filhos da puta te deixaram aqui atrás?” ele interrompeu, rindo e dando uma cotovelada no parceiro, que sequer tirou os olhos do celular.
“Poisé…” respondi com vergonha. O policial pelo jeito conhecia os caras, e deveria ter algum tipo de rivalidade amigável com ele — polícia, corpo de bombeiros e paramédicos tem essa relação meio fraternal um com o outro –, então eu sei que ele estava apenas usando isso como oportunidade pra dar uma zuadinha nos colegas. Só que não consegui não me sentir envergonhado, afinal, o que estava implícito no ar (mesmo que não tenha sido a intenção do cara) é que eu não consegui acompanhar os malucos na corrida.
“Haha, vamos dar um susto neles. Entra aí” — dito isso, ele acionou algum dispositivo no painel que destrancou a porta do passageiro da picape.
Foi minha primeira, e espero que última, vez no banco de trás de um veículo policial. Uma divisória de polímero transparente reforçado com barras de metal dividiam o compartimento traseiro do dianteiro, com uma pequena abertura pra permitir comunicação entre os dois ambientes. O interior das portas não era de estofado como num carro comum, mas sim de metal liso de alto a baixo, sem qualquer protuberância, e definitivamente sem a alavanca que abre a porta. Barras de metal protegiam as janelas do assento traseiro.
Era basicamente uma cadeia móvel. Me senti subitamente BEM desconfortável.
Do outro lado do banco, uma caixa comprida de plástico, trancada com dois cadeados grossos. É a caixa do Colt Canada C7, uma variante do AR-15 que é usado por forças policiais no Canadá. Me pareceu bizarra a idéia de que os rifles da polícia são mantidos no mesmo local onde eles prendem os vagabundos, mas se um sujeito com as mãos algemadas atrás das costas conseguir abrir a caixa E tirar os cadeados da arma, talvez ele MEREÇA um C7 novo.
“Me dê o fouroneone aqui” o policial perguntou, voltando a cabeça pro lado enquanto navegava os buracos no meio da trilha com a picape. O barulho da picape, junto com o fato de que o policial falou muito rápido, e de que o pedido veio até mim passando por um buraquinho de 5 por 10 centímetros, fez com que a pergunta fosse inicialmente mal compreendida. Eu não tinha nem total certeza de que ele estava falando comigo na hora. Depois de uns 3 ou 4 segundos de silêncio constrangedor é que caiu a ficha de que ele havia perguntado sobre o “411”, uma gíria que significa basicamente “informação”, ou “detalhes”.
“Ahhh… um capotou num quadriciclo e parece que se arregaçou todo na queda.”
“Eita nóis!” falou o policial em um equivalente qualquer em inglês. “Esses caras que andam nesses negócios são loucos, vivem se fodendo”. O motorista tinha uns 30 e tantos anos, a minha idade, mas era também alto, com bíceps delineando a manga da camisa do uniforme de policial federal. Como se o distintivo no peito e a Glock 18 na cintura já não fossem intimidante o bastante.
“Poisé” foi tudo o que eu consegui falar. Meu conhecimento a respeito de caras que andam nesses negócios é limitado; eu estava a caminho de conhecer meu primeiro, não achei que eu pudesse ficar os julgando de forma generalizada. Nem gosto de atribuir comportamentos a um grupo de pessoas de forma genérica dessa forma, como se eu fosse um corintiano.
“O primo da minha esposa, aquele que mora lá em British Columbia, lembra dele?” o motorista da picape perguntou ao seu parceiro, que continuava totalmente indiferente. “Ele queria que eu fosse andar de quadriciclo com ele no verão passado”.
“Humrum”, grunhiu o parceiro.
“E eu falei que nunca! Prefiro levar um tiro, haha!” disse o policial exageradamente. “Pelo menos um tiro entra e sai, não dá nada! Lembra do Fulano, lá da 16a DP (estou adaptando para a terminologia brasileira, obviamente)? Ele levou um tiro de um vagabundo em 2010 e ele falou que nem dói tanto assim! Foi o que ele falou pra todo mundo. Lembra?” o cara era realmente tagarela.
“Eu lembro”, disse o parceiro dele, pela primeira vez usando palavras de verdade.
“E tu, Stewie, já levou um tiro?” antes que eu pudesse responder, ele continua “QUER LEVAR UM? Hahaha, tô brincando cara, relaxa, a gente precisa de estudantes aqui. Por que de repente agora estão ensinando vocês direitinho, porque esses teus amigos aí são uns açougueiro do caralho! Se duvidar eles vão quebrar mais o coitado lá, hahaha!”
Dito isso, passamos pelos meus instrutores na trilha. Eles AINDA estavam correndo.
Poucos instantes depois, chegamos a um ponto da trilha em que a vegetação era espessa, com uma mini-trilha onde dificilmente passaria alguém de moto. Na beirada dela, estava um cara segurando um capacete, com um macacão jeans todo sujo, cabelo comprido e mal-cuidado semi-escondido embaixo de um boné do Black Sabbath. Era o amigo do acidentado, presumi, nos esperando na beira da trilha pra nos levar ao amigo fodido. Isso é, a menos que estivesse rolando um encontro de fãs do Black Sabbath no meio de uma floresta random no interior do Canadá.
“Chegamos no teu ponto aí, Stewie” disse o motorista, destravando a porta. Saltei pra fora, e alguns instantes depois os instrutores nos alcançaram.
Tomando a iniciativa, me aproximei do metaleiro sujo e perguntei onde estava seu amigo.
“Tá ali embaixo, descendo essa ribanceira” ele apontou pra dentro da trilha com o capacete. “Uns dois quilômetros, acho. É só vocês vindo mesmo?” ele perguntou, apontando pra nós e os dois policiais que acabavam de saltar da caminhonete.
“Por enquanto, sim” meus parceiros já estavam do meu lado, mas tipicamente silenciosos pra me permitir tomar controle da situação. “Vamo lá ver ele.”
Começamos a caminha em fila única, igual aquela turma lá no Senhor dos Anéis, porque a trilha era muito estreita. Dessa vez todos andávamos mais cautelosamente, sem correr, porque o terreno era íngreme e cheio de raizes brotando no chão em ângulos estranhos. A trilha subia, descia, fazia curvas fechadas, e por um tempo achei que o nosso “guia” tinha se perdido e não queria admitir.
Uns 15 minutos depois, a trilha (que eu descobri depois ser um atalho que o broder do acidentado usou pra encontrar com a gente mais rápido) se abriu num “corredor” mais largo, bem íngreme também, com marcas profundas na lama indicando passagem de quadriciclos. Ali devia ser o point da galera quadriciclista.
Ainda se fala isso? “Point da galera”? Virei meu pai, usando expressões arcaicas que revelam minha idade?
Perto do ponto de onde emergimos da folhagem da trilha estreita, estava um quadriciclo de cabeça pra baixo, todo sujo, com partes da carroceria quebradas. E mais acima na ladeira, estava nosso paciente.
E você não vai acreditar no que aconteceu em seguida.
(Continua semana que vem)

June 30, 2015
[ Além do Vídeo ] Como uma campanha de doação em prol de crianças despertou ódio
Vou ser breve neste aqui porque lidar com essa situação durante o fim de semana me deu uma úlcera já.
O vídeo é este:
Não gostei muito do thumbnail desse vídeo, aliás. Geralmente fico bem satisfeito com eles, mas essa pegada meio cor pastel não me agradou muito. Enfim.
Como tu já deve saber, a Suprema Corte americana liberou o casamento gay em todo os EUA. E amigo crente, eu sei que é difícil pra você aceitar que a lei permita algo que você considera pecado, mas você precisa admitir pra si mesmo que não faz sentido o Estado advogar contra direitos pessoais baseado no que a sua religião acha pecaminoso. Imagina se tatuagem, ou beber cerveja, divórcio, sexo antes do casamento fossem ilegais. Não faz sentido, convenhamos!
Acho, ou ao menos quero acreditar, que a maioria dos cristãos são pessoas boas, e com compaixão, e entendem que gays finalmente terem um direito que eu e você também temos não te afeta taaaaaanto assim. E a maioria das pessoas, após pensar um pouco sobre o assunto, vão concordar que se são humanos no Brasil ou na China que eram discriminados legalmente e agora não são mais, é um motivo para algum celebração, por menor que seja.
E muitas pessoas ao redor do mundo fizeram um pequeno gesto de celebração. Pra mostrar seu apoio aos seus broders gays, como uma pequena forma de dizer “eu tô ligado que tem um bando de filho da puta que te despreza mas é nóis na fita aí, parça“, eu e inúmeras outras pessoas mudamos nossa foto no Facebook pra mostrar o arco íris que simboliza a comunidade gay.

A minha ficou assim
Então. Algumas pessoas, absolutamente iradas porque seus amigos estavam mostrando apoio a um segmento marginalizado da população, resolveram contra-atacar com o despeito reacionário que esse tipo de gente geralmente mostra.
Essa imagem foi compartilhada milhares de vezes. A filhadaputice que mais me irrita é que a pessoa poderia MUITO BEM criar uma imagem semelhante, talvez incluindo informação de uma ONG que ajudasse a combater a fome na África, SEM precisar dessa passivo-agressividade de “bem, com os problemas REAIS no mundo vocês não se incomodam né. Já eu, por outro lado, é só ser chamado que ajudaria. Não tou ajudando ainda porque não chamaram, claro.”
E eu ainda pensei em elaborar um bom argumento pra responder a essa babaquice, mas eu achei que mesmo a mais eloquente desconstrução dessa babaquice reacionária não seria melhor que forçar os lixos humanos que postaram essa bosta na minha timeline a mostrar publicamente a sua hipocrisia.
Fui ao Paypal. Tinha uma graninha sobrando lá, 50 contos. Doei à Save The Children Federation, uma ONG que ajuda a dar apoio a crianças necessitadas ao redor do mundo (inclusive no Brasil).
Antes que você pense em contra-argumentar que “nossa Izzy doando só pra poder aparecer na internet que babaca“, invente um argumento melhor. Eu SOU babaca, mas não por isso. Sou um gordo idiota que vive falando merda na internet, e não pense que eu acho que doar uma mixariazinha (comparado ao que eu ganho num mês de trabalho) uma vez na vida me torna moralmente superior que ninguém. Eu sou provavelmente a pior pessoa da minha família. Eu sou um bosta. Estou ciente disso. Não estou tentando me imbuir de superioridade moral alguma. Se existir um inferno eu sei que estou indo pra lá.
Só que isso é irrelevante ao ponto que eu estou tentando fazer.
Após mandar essa grana pra alguém que definitivamente fará mais proveito que eu, criei a seguinte imagem:
E soltei lá naquele antro desgraçado que eu já nem sei mais por que frequento chamado Facebook, junto com o link para a Save The Children.
O argumento é simples: ok, beleza, de repente uma criança morrendo de inanição (parabéns por usar essa imagem sem qualquer cerimônia pra fazer um argumento ideológico tão mesquinho, aliás!) é uma causa mais urgente do que gays podendo se casar nos EUA. Eu suspeito que na real ela não é tão urgente pra você, e que você está falando isso porque é um lixo de ser humano, mas darei a você chance de provar que eu estou errado.
E ADIVINHA O QUE ACONTECEU.
Subitamente, pipocaram nos comentários daquela imavem INÚMEROS malucos dando as mais variadas desculpas de por que não precisam doar para ajudar as crianças que eles disseram que ajudariam se os chamássemos. A medida que pessoas iam marcando na imagem os amigos que fizeram essa promessa, mais desculpinhas (algumas com notável ódio) iam aparecendo.
Todos os screenshots inclusos aqui são de pessoas que postaram a tal imagem da criança morrendo. Eu preciso deixar isso bastante claro: todas as pessoas abaixo disseram que participariam na causa das crianças com fome se fossem chamadas. Vontade de ajudar elas insinuam que tem, o que faltava era alguém chamar.
“Fodam-se aquelas crianças cara, quero saber se VOCÊ VAI DAR A BUNDA TAMBÉM RSRS SUA BICHA”
“Eu falei que participaria da ajuda, e estou participando: fazendo greve de fome”
“Eu sei que botei uma foto dizendo que participaria de caridade se fosse chamado, e sei que estou sendo chamado, mas se é assim você tem que dar o cu antes rsrsrsrs”
“Estou falando ‘ditadura gay’ pra ficar mais fácil de você automaticamente ignorar qualquer coisa que eu diga”
“Você estão ajudando, mas não estão ajudando O BASTANTE”
“Eu postei uma foto dizendo que é só ser chamada pra contribuir com caridade que participaria, e estou enfatizando que DE FATO JÁ CONTRIBUO pra que ninguém esqueça, mas vocês é que são os bobocas que querem aparentar engajamento”
“Sim eu falei que ajudaria mas não vai adiantar nada mesmo então foda-se e a propósito, você é um animal por me convidar a cumprir minha palavra”
“Ok ajudaram a criançada na África mas NÃO AJUDARAM O BASTANTE AINDA”
“Fodam-se as crianças que eu falei que ajudaria se fosse convidada: quero saber se você é bonzinho mesmo e doa pros gays também!”
Nessa a seguir eu já tava tão irritado com a onda de desculpinhas e xingamentos — olha essa. Estão xingando um cara que está tentando incentivar doações pra uma instituição de caridade — que perdi a paciência com essa idiota.
“Quando eu falei que participaria se fosse chamada, o que eu quis dizer é que daria duas desculpas cretinas pra não participar”
“Vocês são uns babacas por ficar anunciando por aí que doam pra caridade Ô MAS SÓ PRA CONSTAR EU TAMBÉM DÔO TÁ?”
“Você queria doação ou textão? Era textão, né? Então taí, conforme prometido”
?????????????????????????
Teve uma particulamente canalha, aliás. A página Dollynho Puritano (se o Mark Zuckerberg proibisse definitivamente que IPs brasileiros abram páginas no Facebook, isso seria de fato uma coisa 100% ruim?) se incomodou com meu convite, e disponibilizou essa montagem pra ser usada por quem quer continuar argumentando e ao mesmo tempo se omitindo a cumprir o que prometeu.
Enquanto isso, a turminha arco-íris sendo acusada de não se importar com as criancinhas com fome na África levantou mais de três mil reais em um dia de doações. Eu parei de contabilizar nos 3 mil, quando percebi que outras pessoas estavam postando os recibos nos comentários desse vídeo. Fiquei com preguiça de contabilizar tudo de novo. E aí eu percebi que a cotação do dólar tava em R$3,14, e que eu estava multiplicando por 3 pra facilitar a conta mas que no final ela ia ficar bem abaixo do valor final real. Entre doações vistas mas não computadas porque eu já tava cansado, doações que vi postadas em outros locais mas eu já tinha fechado o app da calculadora, e esse erro de câmbio, eu chuto que rolaram mais de 4 mil reais nessa campanha.
Em um dia.
Enquanto isso, vi UMA doação vinda de alguém que postou aquela imagem desgraçada — e uma outra doação que se revelou ser um photoshop.
E aí está o resultado que eu imaginava. As pessoas postando aquela foto e enchendo o peito num arroubo de “olha só esses burros, eu sim sei qual a REAL causa a qual precisamos nos unir” são nada senão hipócritas da pior estirpe. Não tinham nenhuma intenção de realmente ajudar se fossem chamados para tal, ou seja: estão cagando para os gays E para as crianças cuja morte eles erguem nas redes sociais como um estandarte ideológico.
Eu estou na internet há literalmente vinte anos, experimentando com bate papo na web desde 1995, mantendo esse blog já desde 2002, e vlogando desde 2008. Eu já vi MUITA babaquice na internet. Mas muita mesmo.
Já vi muita coisa escrota. Seria impossível catalogar todas as demonstrações de desgraçabilidade da raça humana que eu já tomei conhecimento através da minha conexão com a internet.
Mas ISSO AÍ foi o que finalmente me quebrou. Ver tanta hipocrisia, tanta gente usando imagens de uma criança morrendo pra se perfazer de bom samaritano (e recusar agressivamente ajudar de fato), e pior, ser ATACADO por tentar levantar uma grana em prol de uma causa nobre… esse texto era pra sair ontem, mas eu simplesmente não consegui escreve-lo.
Fui dormir ontem pensando “que bosta, amanhã terei MESMO que reler todos aqueles comentários malditos pra atualizar o HBD“. A falta de vontade era tamanha que pensei em escrever o post SEM inclui-los, o que eu sabia que seria uma omissão grave.
É preciso ler esses comentários. É preciso ver o que há de fato a falta de solidariedade desses canalhas. É preciso que a lição fique aprendida.
Porque não vai ser a última vez que alguém levanta a bandeira do “mas e as criancinhas da África! Com elas você não se preocupa né”. E na próxima vez você vai poder esfregar esse texto na cara dessa pessoa e dizer “cale a boca, porque quando o tipo de pessoa que faz esse argumento tem a oportunidade de provar que de fato se importa, o que ouvimos são desculpas e xingamentos”.
E que alívio poder fechar essas abas do Facebook aqui e nunca mais ter que ler essa enchente de chorume.

June 26, 2015
[ Além do Vídeo ] Dossiê Completo Albertinho Gazio
Aê, turma. Hoje o assunto é mais sério do que eu costumo abordar aqui. Vou deixar esse cara bonito aí falar por mim:
Não fiz grande edição, não corrigi as cores, não fiz thumbnail pro vídeo, nada. Por ser uma denúncia mais urgente, minha prioridade foi coloca-la no ar.
O que rola é o seguinte. Existe um sujeito chamado Alberto “Albertinho” Gazio no YouTube. O sujeito mora nos EUA há quase 20 anos e faz, como muitos outros imigrantes vloggers, vídeos falando sobre como é a vida fora do país.
Sua especialidade são vídeos em que ele se propõe a fazer os não-imigrantes chorarem, presumivelmente de inveja, com o preço de frivolidades nos EUA.
Pensei “porra. O cara mora nos EUA há duas décadas e ainda tá deslumbrado com preços de Walmart e Dollar Stores?“, mas ok. Não é a pior coisa que ele já fez no YouTube, ao menos — esse mérito vai pro vídeo em que ele fala que as vítimas do incêndio da Boate Kiss não teriam morrido se estivessem na igreja.
Tem também o vídeo em que ele culpa negros (a quem ele chama repetidamente de “vagabundos” e “preguiçosos” em inúmeros de seus vídeos) por incidentes que acontecem em seu prédio. Ele não viu quem derrubou sua moto ou arrombou seu carro, mas como fez um censo completo na região e sabe que é definitivamente o único branco “num raio de 30 milhas daqui”, só pode ter sido um negro que zoou o veículo dele.
Como você pode ver, falar asneira na internet já é o MO do Albertinho Gazio. Entretanto, ele recentemente migrou do “falar bobagens preconceituosas” pra “induzir seus inscritos a viver irregularmente nos EUA, sem conta-los exatamente o risco que estão passando”.
É o seguinte. O Albertinho está há algum tempo oferecendo um serviço de “consultoria de imigração”. Ele não gosta de explicar exatamente qual é o “esquema” — uma palavra que ele mesmo usa repetidamente ao se referir ao seu serviço –; o que ele sugere, como aos 5:19 desse vídeo, é que a pessoa vá aos EUA e chegando lá, SEM SABER EXATAMENTE O QUE ELE ESTÁ PROMETENDO, o contate pra então contratar seu serviço.
O “esquema” do Albertinho é explicitado por seu comparsa, um sujeito chamado Fábio Pinheiros que foi aos EUA recentemente através da “consultoria” do vlogger, e está agora fazendo às vezes de assistente do cara.
O sotaque carregadíssimo de malandragem não é coincidência.
Em resumo: Albertinho e este sujeito aí estão induzindo brasileiros a pedirem vistos de turismo com intenções ilegais (pedir visto B-2 com intenção de permanecer indefinidamente no país), trabalhar ilegalmente com visto de turista, e ficar ilegalmente além do período permitido.
Repare que literalmente tudo nessa frase após “vistos de turismo” é ilegal.
E o problema é que Albertinho não deixa isso explícito pros milhares de desesperados entrando em contato com ele diariamente buscando ajuda pra sair do Brasil, alguns deles provavelmente se desfazendo de bens pessoais pra levantar a grana/cortando laços com a família pra sair o país.
Em seus vlogs, o picareta mente à sua audiência sobre inúmeros conceitos de imigração americana. Em primeiro lugar, ele induz o pessoal a pensar que trabalhar com visto de turista, ou ir pra lá com esse visto com intenção de ficar indefinidamente, é uma prática perfeitamente regular.
Não é.

Tirar um visto de turista com “dual intentions”, trabalhar nos EUA com visto de turista, e ficar no país após o visto expirar — tudo isso é ilegal. Alguém que seja pego pode ser deportado, perder suas posses (a imigração não volta com você em casa pra pegar suas coisas, rapá — tu volta pro Brasil com a roupa do corpo e SÓ), e ser permanentemente impedido de voltar pra lá.
Evidentemente, ele sabe disso (ninguém mora por duas décadas nos EUA sem saber algo elementar como “visto de turista é pra turismo”); ele omite esse detalhe porque honestidade com os “clientes” não é financeiramente inteligente pro lado dele.
Em vários vídeos, o Albertinho enfatiza que não se deve “ir ilegal” pros EUA. Ele não está errado nisso, a desonestidade no entanto é a distinção arbitrária que ele faz entre “ir ilegal” (que ele define simplesmente como “atravessar a fronteira do México na calada da noite”) e “ficar sem status”.
Embora tecnicamente não sejam exaaaaatamente a mesma coisa, AMBOS SÃO ILEGAL.
Alguém com visto de turista não pode trabalhar, sob pena de deportação. Alguém “fora de status” está no país ilegalmente, não pode trabalhar, também sob pena de deportação. Ou seja: na prática, ambos estão quebrando a lei do país e ambos estão se submetendo a punições se forem pegos.
E convenhamos que a chance de ser pego quando o sujeito te ajudando a arrumar emprego ilegalmente põe a sua cara no YouTube é alta.

E a turma provavelmente aceita de boa ser filmado peo vlogger por não estar completamente ciente de que estão fazendo algo irregular.
O Albertinho Gazio está mentindo para seus inscritos (gente ignorante sobre o processo de imigração, e desesperada) e os induzindo a cometer um crime em país estrangeiro pra ganhar lá seus míseros 250 dólares de comissão.
Este é o único vídeo do Albertinho Gazio no qual ele fala algo sensato

Desconfie especialmente desse aí
Ah, um bônus pra vocês. Avance para os 9:10 do vídeo.
Já tem um tempo que o Albertinho inventa qualquer motivo pra falar mal de negros em seus vídeos. Nesse vídeo, seu amigo/comparsa Fábio fala que duas mulheres negras não disseram “obrigado” a Albertinho por segurar uma porta “por eu ser branco”.
Ignore o salto lógico de que se duas pessoas foram rudes com ele, a raça INTEIRA é culpada. Ignore o quão hilário é esse imigrante ilegal recém chegado interagir brevemente com DUAS pessoas e tirar então uma conclusão sobre TODOS os outros negros do país.
O real delírio é o Albertinho, com essa gritante cara de latino e inglês rudimentar, achar que é visto como “branco” nos EUA.
A propósito, assista o vídeo completo, é um festival de vergonha alheia e malandragem. O ponto alto é o Albertinho filmando a funcionária do banco escondido, rindo da própria estripulia, e fazendo piadinhas de cunho sexual em seu portunhol lamentável.
E um disclaimer: embora eu não recomende qualquer tipo de estadia ilegal em país estrangeiro, eu entendo que a coisa está preta no Brasil, e por isso não discrimino alguém que se preste a correr esse risco. Desejo boa sorte, porque a vida de ilegal é uma vida de MERDA — ficar com medo sempre que vê a polícia, quando precisa de atendimento médico, quando é parado no trânsito, não poder estudar, ficar condenado a uma vida inteira de empregos braçais sem grande remuneração e nenhum direito trabalhista, não poder JAMAIS sair do país pra visitar a família, etc.
Meu problema aqui, o que me deixa PUTO, é este sujeito estar mentindo para seus inscritos (frequentemente enfeitando seu sales pitch com um ângulo religioso, do tipo “Deus vai te ajudar, irmão! Ele quer que você saia do Brasil!”, por saber que essa pegada rende) pra tirar uma graninha de gente desavisada.
E ainda tem a cara de pau de fazer vídeos criticando a corrupção no Brasil.
[ UPDATE ] Fábio Pinheiro, que falou explicitamente no vídeo de ontem que “o negócio é trabalhar ilegal”, agora joga panos quentes na situação e fala que jamais sugeriu a ninguém a fazer nada ilegal, e arremata com o clássico “bom, ele é meu amigo, mas nem concordo com tudo que ele diz não…”
[ Update 2 ] Ihhh, rapá. A parada é mais séria do que eu pensava. Neste vídeo, aos 10 minutos, este outro imigrante ilegal sobre conseguir documentação falsa pra ficar nos EUA.
O sujeito é mais um cliente do Albertinho, conforme vemos neste vídeo de abril. Hmmm.

June 24, 2015
[ Além do Vídeo ] Está na hora de banir armas?
Ontem eu postei esse vídeo:
Como eu esperava, iniciou-se um shitstorm nos comentários do vídeo, com as já esperadas acusações de esquerdopatia, comunismo, etc.
Acho que uma das partes mais frustrantes de criar conteúdo na internet é ser obrigado a lidar com esse tipo de pessoa — alguém que sequer compreendeu o ponto que você fez (ou seja, que parece incapaz de processar o significado de um simples vídeo de alguns minutos), mas que acha que analisou todas as nuances delicadas da situação socio-cultural de um país com 200 anos de existência e sabe exatamente o que se deve fazer pra consertar um problema endêmico que dura várias gerações. E cujas conclusões são tão infalíveis que você precisa ser obviamente burro e/ou investido cegamente em algum partido político pra negar.
Essa arrogância lamentável no discurso político atual brasileiro me deixa triste por vocês, que tem que aturar isso diariamente na vida real.
Caso seja necessário explicar mais cuidadosamente: eu não sou favor do desarmamento. Já argumentei mais em favor dos seus méritos, mas aceito a situação de que condições desesperadas requerem medidas desesperadas. Eu continuo rejeitando todos os pseudo-argumentos das grandes figuras em favor do armamentisto — que se resumem a comparações míopes dos níveis de segurança em países onde posse de armas é menos regulada, e a conclusão apressada de que um é a causa do outro. Soa mais ou menos como dizer “carros tem antenas, e carros andam rápido, logo, o motivo pelo qual carro andam rápido é a antena!”, mas eu não acho que eles percebem isso. E o constante apelo por esse tipo de “argumento” me deixa sem vontade de da-los razão no debate.
Eu continuo convencido que o PRINCIPAL fator na qualidade de vida de um país são as condições econômicas. Sem querer soar muito como os Daniels Fragas da internet afora, (quase) tudo se deriva, inevitavelmente, das políticas econômicas de um país. É através de medidas econômicas falidas que se caga um país, e igualmente, é consertando essa base que teremos esperança de um Brasil melhor. Educação tá ali pertinho no páreo, também.
Aí vem um grande porém.
O processo de mudança socioeconômica é um plano a longo prazo, coisa de 50 anos ou mais. Não dá pra ficar assistindo impassível 50 mil assassinatos anuais na esperança de que quandos seus NETOS estiverem terminando a faculdade o Brasil TALVEZ será o país melhor.
O ideal seria uma mudança socioeconômica que tornasse a “empreitada criminosa”, digamos assim, algo indesejável ou desnecessária. Meter bala na vabagundagem seria menos eficiente do que não ter tanto vagabundo pra começo de conversa.
Veja o caso do Canadá, por exemplo — onde a economia é bastante livre (embora com algumas medidas estatais de cunho social ainda rolando; seria desonesto omitir esse detalhe) o salário do cidadão médio é de 50 mil dólares por ano. No Brasil, a família média ganha 25 mil dólares por ano. Com menos oportunidades e menos dinheiro, a vida de crime parece uma opção viável.
O problema é, primariamente, econômico. Só que não dá pra ver cenas como as do vídeo acima e pensar “ah, não, coitados. São pessoas sem oportunidades, são vítimas da sistemática opressão do status quo” e não sei o que mais. Eu posso entender, do ponto de vista teórico, os mecanismos que levam alguém a recorrer ao crime — mas não preciso aceitar isso, ou ficar impassível diante da situação. Eu sei que a galera de Humanas se recusa a atribuir qualquer responsabilidade pessoal a um marginal que sai na rua com uma faca na intenção de perfurar o fígado de um trabalhador que voltava pra sua esposa e dois filhos ao fim do expediente, mas EU não preciso me recusar.
Aliás, posso aceitar ambos fatores: o sujeito está realmente em clara desvantagem social se comparado a mim, mas isso não o dá aval pra esfaquear alguém em plena luz do dia pra roubar um cordão de ouro — e algo precisa ser feito AGORA em relação a isso.
Por isso, e chegando ao cerne do debate do vídeo, talvez esteja na hora SIM de dar ao povo uma chance de se defender. Não encaro isso como a solução final; o discurso de alguns é que isso é A saída para o problema da segurança pública no Brasil e eu sinto uma vontade simultânea de rir e chorar porque esse tipo de miopia vinda de pessoas com um certo alcance político não tem como gerar bons resultados.
Só que é pelo menos uma alternativa enquanto a Terra Prometida da plena igualdade socioeconômica não chega, se é que um dia chegará ao Brasil.
Aliás, acho que a maior ironia de todo esse debate é que a galera da esquerda socialmente consciente com diploma de Humanas prega incondicionalmente que se dêem a todos oportunidades iguais… a menos que esta seja a oportunidade igual de se defender.

June 23, 2015
[ Além do Vídeo ] Resenha de Jurassic World
Aê pessoal! Foi bom o fim de semana? Espero que sim. Fim de semana é um dos pequenos prazeres que todos temos acesso; um fim de semana ruim me faz pensar que a semana toda foi em vão.
Cês viram o Jurassic World? Aparentemente o filme fez 874 bilhões de dólares na bilheteria, então a menos que o público pagante do filme tenha se limitado à família real da Arábia Saudita assistindo o filme repetidamente, estatisticamente falando é impossível que você não tenha visto essa merda ainda.
E fiz uma resenha em vídeo. Olhaí:
Já mencionei bastante aqui: eu sou um grande fã da obra do Michael Crichton, ao ponto de que a morte dele foi a primeira vez na vida em que lamentei imensamente o falecimento de uma celebridade.
A escrita do Crichton é um misto de ficção científica com explicações plausíveis e ação frenética hollywoodiana. Eu diria que lembra um pouquinho o Dan Brown, no sentido de que o Crichton é o que o Dan Brown CLARAMENTE queria ser, e falha miseralmente. Sim, eu sei que os livros do Dan Brown não são exatamente sci fi, mas você que leu os livros de ambos sabe perfeitamente do que estou falando. Quando o Crichton fala sobre algum conceito científico — seja verídico ou inventado para a trama do livro –, ele passa a impressão de que pesquisou sobre o assunto. Quando o Dan Brown faz o mesmo, ele soa como se tivesse visto uma chamada de 10 segundos de um documentário do Discovery Channel sobre o assunto.
Por isso, mesmo que você não seja um grande fã de ficção científica (como é o caso da minha esposa) eu ainda recomendo.
Eu não gostei tanto de Jurassic World quanto queria ter gostado. Parte disso é porque, embora Jurassic Park (livro e filme) tenham habitado perenemente na minha cabeça infantil, hoje em dia os dinos perderam um pouco do apelo pra mim. Também pudera: tu já viu o que é a aparência que os dinossauros tinham, de acordo com nossas pesquisas paleontológicas?

Como é possível aceitar isso? AS ASINHAS, MANO!
O filme é divertido, e acerta em trazer a tona discussões interessantes do livro original sobre a prática de “modificar” os dinossauros para atender as expectativas do público do parque.
E uma parada que não mencionei no vídeo é o fato de que originalmente, o livro Jurassic Park teria sido quase inteiramente do ponto de vista de uma criança, sabe-se lá por que. Eu percebi um certo resgate dessa premissa quando o filme focou tanto nas desventuras daqueles dois moleques lá. Que, aliás, não tem uma gota do carisma da Lex e do Tim — tanto que já esqueci seus nome. E olha que a presença da Lex e do Tim (além daquele Spielbergesco arco de “protagonista não gosta de crianças/não sabe lidar com elas direito, mas passou por uma aventura com eles e agora mudou de idéia e será um bom pai!”) é uma das coisas que mais me incomoda no Jurassic Park.
Aliás, vou soltar uma blasfêmia aqui logo — é chover no molhado apontar que um filme foi inferior ao livro que o deu origem (isso, afinal, é a norma). Só que chega a ser difícil gostar REALMENTE do Jurassic Park do Spielberg quando você leu o livro. O bate-papo sobre ciência (que é justamente o que os nerds mais curtem no livro) é resumido a um monólogo insatisfatório de alguns segundos, inventa-se um final feliz açucarado onde vários personagens que se foderam no livro sobrevivem…
Aliás, alguns personagens e suas dinâmicas são completamente diferentes. No livro, Allan Grant e Ellie Sattler são simplesmente professor e assistente; no filme, como é obrigatório de dois personagens de sexo diferente, insinua-se que são par romântico.
Já o John Hammond (interpretado como um idealista romântico com ares de vovô boa gente) era no livro um sujeito mesquinho, arrogante e irresponsável. O que é uma constante nos livros do Crichton, aliás — o dono babaca da empresa de tecnologia que bolou algo que sairá do controle. A propósito, sabe o “não poupamos nenhuma despesa!” que ele fica constantemente repetindo no filme? O livro deixa claro que aquilo era um blefe pra impressionar os visitantes. O parque era bem gambiarrado, funcionava à base de automatização (experimental e não devidamente testada, justamente pra economizar), era uma merda. O filma não explora esse ângulo da trama, o que é natural porque não dá pra falar de TUDO.
Leia o livro, vai por mim. Tu vai se apaixonar pelo Crichton. E ele foi BASTANTE variado na sua obra, aliás — tem Airframe, que foi um mistério coorporativo envolvendo uma empresa aérea; já Sphere é um terror excelente meio HP Lovecraft/Além da Imaginação, e Pirate Latitudes é uma aventura de piratas no século XVIII que faz você desejar que Piratas do Caribe tivesse sido baseado na obra dele, em vez de uma atração da Disney.
Fica aí a recomendação.

June 19, 2015
[ Hora da Justiça ] Porrada no skatepark!
Os skateparks (eu pensei em traduzir mas se você jogou Tony Hawks Pro Skater você não precisa, e se não jogou não deveria estar acessando meu site) normalmente são locais onde a molecada vai aprender o quão implacáveis são as leis da física, ou quão cara é a instalação de pinos de titânio no fêmur.
Hoje, no entanto, veremos alguém aprendendo uma outra lição tão ou mais importante: a lição da JUSTIÇA.
O vídeo começa com um rapaz se arregaçando no chão violentamente a 10m/s², um ritual que faz parte integral do “esporte” do skatismo — divido esportes em duas categorias, o esporte esportivo (como futebol feminino, pega-pega e natação sincronizada) e o esporte não-esportivo (Fórmula 1, futebol de salão e League of Legends). Como ainda não decidi a qual categoria o skatismo pertence, dou-lhe uma terceira definição: “esporte” com aspas.
Então. Entre o skatista acidentado e o rapaz documentando sua possível fratura, dois outros rapazes dialogam.
O cameraman parecia inicialmente indeciso: registro a briga que está prestes a eclodir aqui perante meus olhos, ou documento aquele garoto ali atrás que possivelmente quebrou a fíbula? Através de um breve zoom, o garoto operando a câmera viu que não havia grandes ferimentos no skatista caído, e então volta sua atenção à dupla discutindo em sua frente.
Temos um garoto alto de camiseta branca e cabelo raspado, e um menino baixo de camiseta preta com cabelo comprido. Perceba que esses moleques são extremos extremos opostos em todos os aspectos — se um gosta de pizza, o outro odeia; se o nome de um fosse João, o do outro provavelmente deve ser Oãoj. Eles são o yin e o yang de si próprios.
E o yin e yang estão a meros segundos de distância de sentar a porrada na cara um no outro.
Nunca entendemos completamente o contexto dessas brigas, já que os cinematografistas amadores sempre começam a filmar depois que as primeiras ofensas foram trocadas. Mas, pelo que consegui entender da discussão, um dos dois teria falado algo a respeito do outro, e este outro não gostou. O rapaz baixinho (chamarei-o de Cabeludo) em um momento diz “o que você faria se eu dissesse que (…)”, com um tom que insinua que ele não gostou de algo que o rapaz alto (o Careca) teria dito sobre ele. Em seguida o Cabeludo diz que “I motherfucking called you out“!.
Uma explicação: “Call out” é uma expressão idiomática que é meio difícil de traduzir. É mais ou menos assim: imagine que alguém faz algo que você reprova. Tu vai lá e esculacha o cara, em público, refutando o que ele está dizendo, ou confrontando-o a repetir o que ele falou. Isso seria um “call out”. O termo também é usado quando alguém mente, e outra pessoa o na mentira e o expõe.
Pois bem. De acordo com esse diálogo, me parece que o Careca teria dito algo sobre o Cabeludo, este não gostou, e decidiu passar a limpo. COM SOCOS.
O Careca acerta um soco logo no começo, mas claramente as artes marciais não são sua especialidade porque o soco teve o impacto de uma pena caindo em cima de uma bolinha de algodão. O Cabeludo revida simultanemaente com um esquerdo no queixo. Um a um.
O Careca continua avançando, e no recuo o Cabeludo acerta outro esquerdo (claramente, sua especialidade) na cara de seu antagonista. O Careca, este noob das lutas de rua, vai ao chão como um candelabro mal instalado. O Cabeluco monta em cima do oponente e acerta diversos socos, com auxílio da sonoplastia do cinegrafista. BOOM BOOM BOOM BOOM.
Aos 36 segundos perceba que o Cabeludo pensa em meter um bicudo daqueles que permite um gol chutado do meio de campo. Entretanto, ele se contem. O Careca, visivelmente tonto, ensaia uma recuperação, mas é recepcionado com o prato do dia: vários outros esquerdos. O Careca vai ao chão de novo.
Alguém espevita o Cabeludo pra continuar sentando o cacete, ao que este se recusa, dizendo que “não vai chuta-lo quando ele está caído” (seja chutar aqui usado em sentido literal, ou figurado — “kick him while he’s down” é também uma expressão idiomática que significa “detonar o cara quando ele já está na merda”).
O Careca se levanta, sangrando e derrotado. Cambaleia timidamente pra cima do Cabeludo, mas este não abusa da posição de superioridade bélica: com punhos em riste, aguarda um possível ataque do adversário em vez de sair demolindo ele de novo. E sobra a ele apenas sair com o rabinho entre as pernas, enquanto o Cabeludo fica com os espólios de uma batalha vencida (apertos de mão dos coleguinhas).
ESCALA CAPITÃO AMÉRICA DE JUSTIÇA: Dou 9/10. Teria sido um 10/10 perfeito se o Cabeludo tivesse sido antagonizado pelo Careca de forma completamente gratuita e covarde, mas pelo que vimos ele estava tirando satisfação de algo que o Careca teria supostamente falado, então ele aparentemente antagonizou o rapaz/desencadeou a briga, ou seja: foi quem de fato “chamou pro pau”. A Justiça é maior quando o sujeito é relutante em entrar na confusão.
Entretanto, por sua habilidade no combate, e principalmente, por exercer em DOIS momentos distintos a parcimônia e auto-controle que são critérios importantíssimos para a ECAJ, dou um 8/10 — e um ponto extra por ele ser visivelmente menor que o outro combatente, chegando aí ao 9/10.
Você concorda? Discorda? Se manifeste nos comentários.

June 12, 2015
IGNORE ESSE POST. É UM TESTE!
Não comente nada neste post. É só um teste de automatização

Izzy Nobre's Blog
- Izzy Nobre's profile
- 5 followers
