Izzy Nobre's Blog, page 20
December 10, 2015
Atire primeiro, faça perguntas depois — o MO de Bene Barbosa
Este é Bene Barbosa. Talvez tenha um “É” no final desse “Bene”, porque “Bené” (rimando com “Mané”) parece bastante apropriado — tanto gramaticalmente, quanto no âmbito do “faz bastante sentido que o nome dele rime com isso”.
Entretanto, eu considero o cidadão equivalente aos exames de fezes que manuseio lá no laboratório — prefiro limitar minha exposição a ele ao mínimo necessário pra realizar meu trabalho, então não vou voltar no Facebook do cara pra averigurar. Uma vez já foi o bastante. Fica “Bene” sem acento mesmo.
Olha a confusão que este distinto senhor aprontou hoje.
Meu pai, que tem um canal sobre política, entrevistou recentemente o indivíduo no seu canal. Aqui está a entrevista, pra quem quiser conferir. Nos comentários, notei a presença de um velho conhecido, porque hoje pelo jeito a entidade que controla o universo pensou “Quinta feira? Dia de enfileirar vários filhos da puta e colocar no caminho do Izzy Nobre, por que não“.
Eis o comentário.

Clique pra ler maior
Este Victor Gib, que foi bloqueado lá no meu canal e no meu Twitter há anos porque, bem, olha o tipo de babaquice que o cara pratica como hobby. Incapaz de me encher o saco diretamente, ele se presta a ir encher o saco DO MEU PAI sobre algo que ele viu no meu vídeo.
Chocado com esse tipo de babaquice, comentei a respeito dela no meu Twitter.
E comentei no Facebook também.
Elaborei alguns comentários sobre o histórico do cara de me encher o saco, o que em seguida rendeu uma discussão interessante sobre criar filhos bilingues, a manutenção das raízes nacionais, essas coisas mais sérias que alguém cuja fama vem de uma história sobre cagar num tapete sequer tem a envergadura intelectual pra discutir.
EIS QUE DO NADA surge o senhor Bene das Barbosas
Eita porra! Ninguém estava falando de armas, ou do próprio Bernard de Bragança, e DO NADA o cara foi de 0 a 100, metendo família no meio e fazendo combo de 2 Hits juntando com zoação com questões de saúde psicológica. Considerando que ele só teve 140 caracteres pra fazer isso tudo, há de se admitir que é até brilhante.
Por alguns instantes eu nem entendi o que estava rolando. Àquela altura eu não havia visto o vídeo do meu pai ainda, e nem sabia que o Boné de Babbage estava nele. Eu o reconheci de uma discussão antiga que tivemos nos comentários do HBD, mas não entendi a grosseria.
Aí que caiu a ficha. O Bonfá Bonage pensou que meu comentário sobre o Victor Gib se referia a ele. E em vez de se comportar como o intelectual de peso que ele é (não me refiro ao fato de que na primeira foto ele parece um biscoito Maria de terno, aliás — o cara é sim inteligente, já li seus textos e concordo com inúmeros pontos), ele resolveu partir pra porrada já de cara.
Aos desavisados, eu de fato tomo remédios para controle de transtorno de hiperatividade, ansiedade e TOC. Essas condições tornam muito difícil se concentrar num objetivo bem definido, então desde o ano passado estive tomando remédios receitados pelo meu médico, e acompanhamento psicológico com uma terapeuta. Valeu a pena pra caramba.
Pois bem. Eu achei a postagem do cara hilária a priori:
Meus seguidores, que foram bem alfabetizados e conseguem concatenar textos curtos a fim de acompanhar uma narrativa, compreenderam desde o começo o mal entendido e riram da histeria agressiva do Bonjour de Bonjovi.
Só que parei de rir quando vi que o cara foi ao seu Facebook, em postura de orgulho e vitória, celebrar seu feitio — voltando a expor minha família, que NADA TEM A VER COM A PARADA, pro seu séquito de minions.

Clica pra ver grandão
O Brigitte Borneu acredita que minha mulher “não me deixa ter armas”, confirmando que não consegue compreender uma descrição simples (uma vez mencionei que minha esposa não gosta de armas, assim como não gosta também de carros esportivos — o que não me impediu de comprar um Mustang), ou a ordem cronológica de acontecitos — a foto de airsoft a que ele se refere é de 2007, muito antes de qualquer discussão que eu tive com ele sobre armamento.
Não que haja qualquer lógica no argumento — airsoft é um JOGO. Participar de um jogo não significa que você é partidário da aplicação do mecanismo do jogo no mundo real. Imagina que absurdo seria criticar alguém por jogar GTA, mas não gostar quando alguém rouba seu carro. Sendo o Bozo Bilado um exímio debatedor (pelo menos é o que dizem seus apóstolos), eu vou deixar essa passar porque imagino que é o tipo de bobagem que a gente fala no calor do momento.
Fico de certa forma lisonjeado que o sujeito seja meu biografo amador, mas pedirei que ele tenha um apreço maior pela veracidade. Minha ilustre vida merece ser contada com precisão.
Recebi uma porrada de xingamentos dos seus discípulos, muitos acreditando que eu estava xingando o autor do vídeo (que é meu PAI, algo que eu enfatizei continuamente, mas esse pessoal segue a linha do profeta e não gosta muito de ler as coisas ou entender contexto do que está acontecendo).

Deletaram os tweets, o que não é surpreendente
O cara então percebeu que talveeeeez não pegava bem pro seu movimento xingar de forma tão agressiva a esposa ou condição de saúde de alguém, e fez uma semi-retratação no FB, agora já deletada pelo que vi, dizendo algo como “…se bem que ser chamado de babaca por alguém como Izzy Nobre não é um xingamento”. Os ânimos acalmaram, mas a vontade de dar uma última alfinetada num desafeto era ainda intensa.
Só que aí ele percebeu que como uma cebola, sua burrice tinha várias camadas. Depois de levar lenha de seus arautos por mais ou menos uma hora, e tentar constantemente explicar o que havia acontecido (“mano hahah clica no link, eu não tava nem xingando você, não!”), Bebebe Bibibi pareceu perceber que tinha feito uma cagadinha.
Eu consigo ouvir daqui de Calgary os ruídos das engrenagens enferrujadas do Bolinha Bolado finalmente girando e o fazendo perceber que não é que a reação à crítica foi desmedida — não havia crítica nenhuma pra começo de conversa, e ele havia reagido com a agressividade e truculência, sem qualquer proporcionalidade à ofensa sofrida, sem entender o que estava acontecendo e atingindo um inocente.
Que é, olha que curiosa coincidência, justamente aquilo que seus oponentes temem que pessoas como o Bombom Dagaroto fariam com armas.
Então o cara FINALMENTE redigiu um pedido de desculpas sincero.
Novamente Bebenenediditoto Bgomes Bbarbosa não entende ordem cronológica de acontecimentos — eu nunca o bloqueei por consequência de discussões prévias que tivemos no meu site, eu o bloqueei quando ele se revelou da mesma laia do tipo de comentarista anônimo que xinga a família de um YouTuber do qual ele não gosta.
E a metáfora de “dez pedras na mão” é atomicamente irônica, porque o medo que alguns tem é justamente o que o esse tipo de gente faria quando ele não tivesse apenas pedras verbais à sua disposição.
Diga-se de passagem, eu nunca ofendi o Bene de coisa alguma, e sequer sou a favor do desarmamento. Já tive ressalvas, mas hoje sou muito mais partidário da posse de armas do que o contrário. É IMPOSSÍVEL ver a putaria completa que rola no Brasil e ser completamente contra a opção de um cidadão de ter em seu poder algo com o qual possa defender a família.
Na ocasião em que ele se refere, ofereci um contraponto à sua idéia de uma população armada, temendo que enquanto os EUA tiveram duzentos anos para estabelecer uma cultura de que o cidadão tem direito a posse e porte de armas, no Brasil a mudança da lei seria literalmente da noite pro dia. Pra pessoas intransigentes, como já sabemos mas o episódio de hoje confirmou, os que discordam merecem pedras.
O sujeito pediu desculpas (mais pra não ficar ainda feio perante a comunidade dele do que qualquer outra coisa; eu conheço essa raça), mas ainda estou sendo brutalmente atacado pelos amiguinhos do sujeito, tanto no Twitter quando no Facebook, e eles agora começaram até a soltar montagens da minha esposa (?!) e constantes ataques contra minha família.
É sempre curioso quando alguém acidentalmente revela o tipo de gente que apóia suas idéias; é como se um amigo meu pegasse meu celular e tuitasse HEIL HITLER pra me sacanear, e vários dos meus seguidores respondessem de forma positiva.
Eu questionaria seriamente o tipo de público que minha mensagem agrega.
Acho que o mais sensacional de tudo é que o cara sem querer deixou cair essa máscara de “cidadão de bem comedido e que quer apenas métodos para se defender” que faz parte da narrativa do seu grupo. Quando o cara parte pra esse tipo de agressão logo de cara, sem sequer tentar entender o ocorrido, e somente após a campanha de linchamento é que percebe que atirou na direção errada, é impossível não imaginar o que o sujeito faria armado ao pensar que está numa situação requer reação com força máxima.
E como eu considero “meter a família no meio da situação” algo absolutamente imperdoável, sendo agravado pela idade de pai de família que o cara traz nas costas, fica então minha resposta:
Bene, enfie suas desculpas no olho do seu cu. Meter a família dos outros, ou condições de saúde, na berlinda de uma briguinha de internet (que VOCÊ provocou) e depois sair como humilde e magnânimo por postar 2 linhas se justificando não cola.
E parabéns por dar a seus oponentes um excelente argumento CONTRA você ter o direito de andar armado. Será sensacional esse post aparecendo no topo do Google (ter um site em atividade há quase 15 anos ajuda nisso) sempre que alguém quiser saber mais sobre o que você prega.

December 9, 2015
Everyday Carry, meu novo vício internético
Algum espertinho veio me admoestar no Twitter por ter perdido meu streak de um post por dia aqui no site. Acontece que eu trabalho de acordo com o horário de Calgary, que é afinal a sede de operações da HBD Media e Conserto de Bicicletas LTDA, e como aqui ainda são 21h eu não perdi meu streak coisa nenhuma, rapá!
Mas então, vamos falar de Everyday Carry, ou EDC porque já são nove da noite e eu tô cansado né porra?
Eu já conhecia a comunidade de passagem — após mais de 20 anos de uso constante e patológico de internet, é difícil haver alguma subgrupo internético que eu não conheça ao menos superficialmente — , mas hoje um seguidor me passou uma foto de bem bacana de um EDC que ele achou que combinava comigo (sem dúvida por causa do Game Boy Micro), e resolvi me re-familizarizar com a comunidade.
Everyday Carry se traduziria em português pra algo como “as paradas que trago comigo todo dia”. Os fóruns/sites de Everyday Carry são populados por fotografias enviadas pelos usuários mostrando as coisinhas que eles trazem nos bolsos diariamente.
Bem simples, né?
Vai entender por que, mas há algo muito curioso em ver o que completos estranhos carregam por aí. Antes que percebesse eu já estava há horas vendo os EDCs dos malucos.
Uma coisa que percebi é que os EDCers americanos QUASE sempre contém uma arma, e facas — digo no plural porque muitos dos usuários tem duas facas.
Os usuários internacionais costumam questionar essa aparente paranóia dos americanos, ao ponto de que perguntar sobre a onipresença das nove milímetros nas fotos é visto como um faux pas na comunidade.
Tanto que os caras criaram um mega FAQ pra responder isso, e demonstram claro desgosto quando alguém pergunta. Diga-se de passagem, as respostas são até bastante razoáveis — os europeus, em geral, criticam o fetiche ianque por armas, e estes em torno interpretam a pergunta “pra que diabo essa Glock aí mano” como uma crítica velada.
Chega a ser estranho o quanto eu gosto de ficar fuçando nessas fotos. Ok, a maioria da comunidade parece uma amálgama de Tackleberry do Loucademia de Polícia com MacGyver, mas ainda assim há algo muito interessante em ver os pequenos kits que os caras usam no dia a dia — e muitas vezes, as explicações deles pra este ou aquele item te fazem pensar “caralho, eu preciso disso aí!”
Há um espírito constante de “preciso estar preparado pra mil coisas”, que a propósito eu já promovi aqui no blog, que seja talvez o que mais me agrada na comunidade — eu sou, como já mencionei mil vezes, um daqueles paranóicos incuráveis.
Embora você talvez ache o compartilhamento de EDCs um hábito estranho, se tu parar pra pensar isso é comum em qualquer “tribo”. Os nerds adoram mostrar seus setups (as famosas “battlestations”); gamers tem o hábito de postar seus “game rooms”, também. As vlogueiras de moda fazem vídeos de “haul”; músicos compartilham imagens de seus instrumentos, você não é um jogador de airsoft até postar uma foto das suas AEGS num fórum, e por aí vai. Tudo vem do ímpeto de querer compartilhar um pouco do seu mundo.
Minha própria esposa é lolita, e parte da graça da comunidade é mostrar umas pras outras as suas combinações e tal. Se tu parar pra pensar, é meio que uma variação de EDC.

Óia ela aí
Então, vamos ao meu Everyday Carry!

Clica pra ver imenso
Universable Foldable Keyboard da Microsoft. Muito bom pra alguém que está tentando se ater a uma rotina de escrever um post novo TODO DIA;
PSPGo moddado com ScummVM, SNES, Mega Drive, PS1, etc. Meu console favorito, pela versatilidade.
GoPro Hero3+. Como comecei a filmar mais na rua, tá sempre comigo.
Um PenDrive de 16gb.
KoboGlo com uns 2gb de livro (tudo ficção científica, praticamente).
iPad mini Retina de 64gb. Deixei na tela o que mais faço nele — ler HQ. Preciso pegar o de 128gb, que originalmente eu achei ser exagero.
Rapoo H6060, meus fones de ouvido Bluetooth. Já tá BEM surrado, mas ainda funcionando de boa.
Chaves do carro com o R2D2.
Canivete suíço. Eu costumava deixar junto com o chaveiro, mas me informaram que isso FODE a ignição do carro.
iPhone 6 Plus de 128gb.
Qual o seu EDC?
Se você está curioso sobre a comunidade, aqui está o subreddit deles.

December 8, 2015
Agora vai: Blue Yeti + Logitech G930 pra gravar o 99Vidas!
Sabe aquela abertura do 99Vidas em que três pessoas berram desesperadamente instruções pra alguém que joga videogame? Uma coisa que vocês não saibam é que a terceira voz naquela abertura é do meu irmão, o Daniel.

Se você tinha alguma esperança de que eu fosse o único maluco da família, aí está.
Gravamos aquilo quando morávamos juntos, há mais de 5 anos, então de certa forma pode-se dizer que meu irmão participou de mais 99Vidas do que eu — afinal, ele está em TODA abertura.
E gravamos aquilo num netbook asquerosíssimo que eu tinha na época. Tentei lembrar desesperadamente o nome da porra do netbook, até o @ericgg apontar que era um Acer Aspire Mini One. Não sabia como diabos ele lembrava disso e eu não, aí ele mencionou que na época eu escrevi sobre a compra do netbook. Pra você ter uma noção, nem microfone tínhamos — usamos o embutido daquela merda.
De lá pra cá investi num equipamento melhor. E uma das coisas que comprei pra melhorar a qualidade de gravação do podcast foi um Corsair Vengeance alguma coisa. 1300? 1400? 1500? Sei lá. Algum desses número de modelo arbitrários aí.
O microfone não era lá essas coisas toooooodas, eu sou o primeiro a admitir, mas dava pro gasto e a comunidade de ouvintes de podcast não costumava reclamar muito. E se tem algo que essa comunidade sabe fazer, é reclamar.
Só que essa semana o Corsair começou a dar mau contato. O microfone funcionava ainda de boa, mas os alto-falantes só produziam som se eu ficasse fazendo contorcionismos no cabinho. Amarrei uma ziptie daquelas que os Navy SEALS usam pra algemar terroristas, pra prender o cabo uma posição específica, mas pouco a pouco o mau contato piorou e o headset ficou imprestável.
Então decidi investir a sério no 99Vidas. Fui na Best Buy e, depois de passar literalmente mais de uma hora no dilema de qual equipamento levar — aguardem, que rendem vlog lá dentro e tudo –, fui convencido por um seguidor no Twitter que me exortou a comprar algo decente, afinal, “você é host de um dos maiores podcasts de games do Brasil, porra!”
Assim sendo, criei vergonha na cara e peguei o tal do Blue Yeti, que sempre me foi recomendado como um microfone top das paradas. Ó o bicho aí:
Aproveitei e peguei também um par de Logitech G930, que deram uns perrengues pra configurar mas a falta de fios faz valer a pena.
Hoje tem gravação do 99 Vidas. Quero ver todo mundo nos comentários elogiando a qualidade do som, caralho, porque essa porra toda aí custou quase 400 dólares!

December 7, 2015
Pânico na TV, que já passou da validade há alguns anos, escrotiza a Comic Con Experience
Vou confessar um negócio aqui procês: eu tenho uma certa saudade da TV aberta brasileira.
Nunca fui desses que adere a essa malhação de judas que é a constante rejeição do conteúdo da nossa TV aberta. Faustão, Gugu, Xuxa e outros personagens do nosso folclore televisivo me lembram minha vida pré-Canadá, uma vida cada vez mais distante e desbotada. Como esses caras ainda tão em atividade, vê-los hoje recaptura um pouco a “experiência” de viver no Brasil. Parece maluquice mas sempre que estou aí, assisto TV aberta. Penso que outros imigrantes talvez façam o mesmo, e me entenderão.
Aí hoje eu fui obrigado a concordar que o nível da TV brasileira, a julgar pelo que rolou essa semana no Pânico, tá mesmo uma bosta.
Sabe o Pânico na TV? Eu sei pouquíssimo sobre o programa, já que estreou quando eu estava em vias de me mudar pro Canadá, mas até eu sei que parte do brand dos caras é aparecer em eventos e encher o saco de todo mundo por várias horas, na esperança de que rendam uns 10 minutos de filmagem que categorizem algo que possa ser utilizado num programa de “humor”
É uma esperança pífia.
Assisti esta bosta pela primeira vez em 2009, em minha primeira visita à Pátria Amada desde que me mudei pra cá. No caso, vi aquele segmento zoando a Amy Winehouse. Não achei muita graça.
Essa semana rolou em São Paulo a Comic Con Experience, a versão tupiniquim do mais ilustre evento de nerd/cultura pop no mundo. O Pânico na TV compareceu lá, pra fazer o que aparentemente é o MO deles — zoar os participantes.
Eis o vídeo:
Aos 2:40, vemos o que a cosplayer brasileira Myo Tsubasa já tinha denunciado no seu perfil do Facebook: um momento tosquíssimo de assédio que por algum motivo os “repórteres”, a produção, e a emissora em geral achou que tava perfeitamente de boa pra colocar em rede nacional.
Mas não pulemos direto ao momento que rendeu esse vídeo — vamos desgustar por completo a bosta que é esse vídeo, porque tem vários outros momentos memoráveis. Farei isso na esperança que no fim desse post você odeie esses caras tanto quanto eu.
Aos 1:30, o rapaz dá crédito ao Frank Miller por criar o Batman e o Wolverine (?); aos 2:11, ao entrevistar aparentes mãe e filha, o sujeito comenta que “com uma mãe dessa eu mamava até os 30″, que todos podemos concordar não é algo bacana pra falar sobre a mãe de alguém, ainda mais na presença da própria.
Na minha terra isso aí é passível de peixeirada no olho do estômago. Achando que talvez não foi escroto o bastante, o cara adiciona que a presença das duas na Comic Con Experience significa que “a pia de louça tá cheia lá em casa”.
Aos supracitados 2:40, o tal “Selfie Boy” passa o dedo na garota — que, de acordo me consta, é menor de idade ainda por cima — e, não satisfeito, LAMBE o braço dela. Em rede nacional.
Imagina você sendo humilhado assim em público, e a protagonista da parada FILMAR o negócio e passar numa emissora com alcance em todo o país.
A cosplayer, visivelmente constrangida, protesta e sai da entrevista. O assediador, escrotissimamente, zoa a reclamação da menina, ficando então com a “última palavra”. Não me surpreende que coloca “Pânico na TV” em seu currículo seja incapaz de auto-crítica, mas ainda é meio chocante de ver acontecendo.
Pare e pense que em algum momento um editor, diretor, produtor, toda uma equipe que compõe a produção do programa viram esse segmento e acharam que tava de boa pra passar em rede nacional. Isso deixa evidente que o joselitismo não é uma anomalia, é uma característica compartilhada por diversas personalidades do programa.
Aos 2:53, ao entrevistar uma garota asiática, os dois então recorrem ao rebuscado humor de zoar o sotaque estereotípico de um chinês. HAHAHA!
Por volta dos 4:50, os caras mandam um correspondente para o aeroporto, pra registrar a chegada do Jorge Garcia. Fãs de Lost e pessoas que abriram a wikipédia rapidinho durante a autoria desse post o reconhecerão como “o gordinho lá da ilha maldita do JJ Abrams aliás que merda eram aqueles monstros de fumaça?”. Aqui, a grande piada era repetir em inglês macarrônico e sintaxe de perna quebrada “YOU’RE LOST NO MORE!!!!”. Como o seriado acabou tem apenas meia década, a piada ainda está bastante atual.
Não, chega. Não aguento mais essa porra. Me sinto menos inteligente só por ter visto essa bosta e olha que eu já não tinha com um QI muito alto pra começar.
Não há nenhuma piada nessa merda, nenhuma sacada bem bolada, porra nenhuma. O vídeo me lembra aquelas ocasiões na escola em que um bully tenta tirar onda com alguém, e fala algo sem a menor graça mas que mesmo assim é recebida com as risadinhas das hienas decerebradas que orbitam em seu redor.
Myo, se você estiver lendo isso aqui: processe esses malucos. Por favor.
Ah, e meus sinceros parabéns pro Felipe Castanhari pela PATADA MERECIDA que meteu naquela turma aos 11 minutos. O Felipe já tem costume de mandar bem mesmo, mas NESSA ele foi foda. Foi a única coisa no vídeo inteiro que valeu a pena ver.
[ UPDATE ] O pessoal do Omelete mandou bem e baniu o Pânico de futuros eventos. Eu receio, no entanto, que esse tipo de gente sem noção ou auto-crítica é imune a tais medidas. Talvez fosse mais eficiente encrencar com a emissora como um todo, e não apenas com o programa. O diretor/produtores dessa parada já deixaram evidente que não estão nem aí pra nada, já a direção da emissora vendo-se boicotada por um evento de forma mais massiva seja meio difícil de passar pra baixo do tapete. Afinal, essa porra aí já acontece com consentimento dos produtores (talvez o único consentimento que importe pro programa, pelo jeito).
Imagina uma criança aprontando as maiores merdas no prédio sob supervisão do irmão mais velho que permite a palhaçada. Ir reclamar com o irmão mais velho não rende nada. Cê tem que mandar uma bronca nos pais.

December 4, 2015
Hunter Moore, o rei do “pornô de vingança”, vai pro chilindró!
Lembram desse malandro?
Esse é o Hunter Moore, um marginal do qual já falei aqui no HBD alguns anos atrás. O que você precisa saber, pra poupar tempo, é que este lixo humano era responsável por um site que divulgava fotos íntimas de garotas sem sua autorização — junto com informações pessoais, links das redes sociais e o caralho, numa incitação flagrante de assédio contra as vítimas. Aparentemente a casa finalmente caiu pro rapaz, porque ele vai ver o sol nascendo quadrado em breve.
2 anos e meio de detenção, multa de dois mil dólares, e… 145 dólares de indenização. O BO era mais grave — crime federal de hackeamento pra roubar fotos privadas de umas minas aí –, mas ele foi esperto e fechou um acordo com a promotoria. Basicamente ele admite culpa em acusações “menores”, o que garante a prisão (ainda que por menos tempo do que ele poderia pegar), e assim não oneriza tanto o sistema legal. Se parece que ele tá escapando
E se você ainda não está completamente certo se deve ou não odiar este franco desperdício de células-tronco (e de cabelo, a julgar por esse penteado aí), tem essa também: quando perguntado se ele sofreria remorso se alguma garota eventualmente se suicidasse pelo bullying causado pelas publicações do site do vagabundo, ele falou sem cerimônias que pelo menos ganharia bastante dinheiro por causa disso.
Se você está decepcionado com as configurações de justiça desse Universo claramente abandonado por seu criador, não fique triste — eu estou disposto a ir até Las Vegas pra apostar meu carro no fato de que assim que o vagabundo sair da cadeia ele vai voltar a aprontar.
Eu não consigo entender o mindset de alguém tão porra-louca assim. Eu sou o tipo de paranóico que deletava ROMs do SNES dentro de 24 horas como os sites mandavam, com medo do FBI chutar a porta da minha casa e me levar algemado na frente dos vizinhos. Como que alguém divulga publicamente fotos íntimas de outrem junto com informações pessoais e tudo, mostrando a cara e o nome completo pra facilitar o trabalho das autoridades, eu jamais entenderei.

December 3, 2015
E aí está o trailer do Batman dando porrada no Superman
…ou pelo menos é isso que eu espero ver ano que vem no cinema — se o Zack Snyder for fundo nessa paráfrase cinematográfica de The Dark Knight Returns misturado, aparentemente, com A Morte do Superman.
Warner, cê sabe que não precisava daquela spoileada absurda ali no final, né? Esse filme já vai arrecadar 2 bilhões de dólares de qualquer forma.
Mas vamos ao trailer:
Bom, o que posso dizer? Além do óbvio, isso é: é um recado de 3 minutos da Warner, não muito sutil aliás, que berra “EI PESSOAL OLHA SÓ, A GENTE SABE FAZER FILME DE SUPER-PESSOAS SE BATENDO E CONTANDO PIADINHAS AO MESMO TEMPO TAMBÉM!”
Goste ou não — e eu gosto –, o tom de filmes da Marvel sempre fez um equilíbrio competente entre ação quadrinística alucinante e humor galhofeiro pra fazer a pivetada rir. Você pode até torcer o nariz, mas se você lembrar que o nome da mídia que veicula a matéria prima desses filmes é “COMIC book”, você não tem nada que ficar reclamando não. Ature as piadinhas.
Aliás, é óbvio que você atura, porque estatisticamente falando é impossível que você não tenha visto os filmes da Marvel. Essa a atmosfera mais leve do Marvel Cinematic Universe se traduz em montanhas de dinheiro — das 10 maiores bilheterias da história, 3 são de filmes da Marvel. The Dark Knight, que é objetivamente melhor filme de super herói da história (tem a mais alta nota da categoria no IMDb e é o único filme de super-herói a render um Oscar a um dos atores), fica na mísera 23a posição nas maiores bilheterias.
Perde até pra A Ameaça Fantasma, o que é um esculacho.
Então não é de se surpreender que a Warner beba um pouco da água da Marvel e enfie umas piadinhas e chistes nesse crossover aí. Mesmo que pra isso subverta completamente o tom do Homem de Aço que estabeleceu a franquia. Se a Marvel arrecada quantias titânicas de dinheiro fazendo a criançada rir com o Thor levando um soco do Hulk do nada, foda-se então — bota uns gracejos aí, Zack Snyder! Bota o Batman pra fazer gracinha, por que não.
O que eu não esperava, por outro lado, é que o estúdio entregasse basicamente toda a trama do filme. Por dois motivos: o principal, como mencionei no começo, é que o público não precisa realmente de muito convencimento. A primeira aparição cinematográfica do Clark Kent com o Bruce Wayne não precisa se rebaixar a esse nível pra colocar bundas nas cadeiras do cinema.
Se duvidar até minha vó vai querer ver esse filme. Você ri, mas acontece que Batman e Superman são ícones culturais que transcendem umas 3 gerações a essa altura do campeonato. Sua avó não sabe nada desse tal de Snapchat e PS4 e meme de internet e Wesley Safadão que você tanto curte, mas ela sabe quem é o Super Homem.
O segundo motivo é porque eu estava achando que Hollywood já havia decidido coletivamente que entregar TUDO do filme no trailer tá meio demodê.
Mas enfim, a história tá toda aí. Lex Luthor (mais canastrão do que nunca, eu diria) tenta fazer Batman e Superman se matarem. Eles ficam amiguinhos, e o Lex diz “ah é, caralho? Então toma um Doomsday na tua cara!” no terceiro ato do filme. Aí vem a Mulher Maravilha pra ajudar os caras a segurarem a barra. Presumivelmente, como é sempre o caso nesses filmes, ela foi apresentada anteriormente, aí sumiu da película, e aparece no último instante pra salvar o dia.
Isso é, esta é a cena que o trailer tenta montar, só que trailers sempre mentem. Tive uma longa discussão com o Jurandir Filho e postulo que a cena não ocorre como o trailer insinua. Algo mira no Batman (presumivelmente, o Doomsday); e aí algum outro evento ou personagem impede o Doomsday de atirar — é por isso que o prédio atrás do Batman continua em pé e não há fogo por toda parte, ao contrário da cena da Mulher Maravilha em que TUDO ao redor foi demolido após uma explosão arrasadora.
Sem contar que na cena, não há ninguém realmente atrás da Maravilha — o Superman tá meio que à direita dela, e o Batman sequer aparece no frame.
A continuidade simplesmente não bate; eu esperaria que se o Batman estivesse presente na mesma cena, o cenário atrás dele deveria estar completamente arrasado também. Acompanhe:

Prédio intacto atrás…

Explosão acontecendo e devastando TUDO…

Tudo devastado em consequência da explosão…

Prédio ainda intacto, nada em chamas
A cena seguinte, dos dois fazendo piadinha e implicitamente elogiando a Diana, foi inserida ali pra sugerir que eles estão impressionados com algo que ela acabou de fazer — só que o Batman está totalmente fora do Batmóvel. Ou seja, é outra cena totalmente diferente.
(Lembrando que tem outro trailer que monta uma cena em que a própria Sra Maravilha causa a aquela explosão. Como confiar em trailers?)
O que eu ACHO que vai rolar naquela cena: O Doomsday mira no Batman, mas o Superhomem chega e dá uma porrada nele, impedindo-o de atirar — e é por isso que o ambiente ao redor do Batman quando ele manda o “eita, tô vivo ainda?!” tá intacto, o que é incongruente com a cena montada que mostra uma explosão sendo efetuada e arregaçando tudo.
Aliás, e esse Doomsday? A gente sabe que é o Doomsday, mas vamos ser sincero que se tu visse isso aí descontextualizado você ia achar que uma daquelas Tartarugas Ninjas lá do Michael Bay sofreu um acidente de carro e bateu a cara no painel. Puta merda.
E a Mulher Maravilha, mano? Caiu de paraquedas no meio do clímax do trailer, sem muita justificativa ou explicação (custava uma cena apresentando a personagem? Ou mostrando-a fazendo ALGUMA coisa, além de pose?), e ainda por cima forçando a brincadeirinha do PÁRA A MÚSICA, HUH?! ELA TÁ CONTIGO? NÃO CARA ACHEI QUE ELA TAVA CONTIGO RSRSRSRS”.
Faltou só aquele barulho de disco arranhando e não estou completamente convencido de que o Snyder não vai acabar colocando isso na versão final pra “ficar mais Marvel hehehe”.
Eu vou assistir essa parada, óbvio. E vou provavelmente até gostar.
Mas porra Warner.

December 2, 2015
[ Recomendações ] Três podcasts gringos legais pra você conhecer
Constantemente me perguntam que podcasts — particularmente podcasts gringos — eu assino. Penso que a curiosidade sobre os programas gringos é porque o público geek brasileiro já tá bem acostumado com as figurinhas tarimbadas da podosfera nacional. Fazer um artigo sobre podcasts recomendando Nerdcast, Rapaduracast, MRG, 99Vidas seria basicamente um desperdício de ATP.
VAMOS DIRETO AO PONTO.
Apesar de ser um nerdão inveterado de física e astronomia (ainda tenho minha carteirinha da UNES de quando cursei bacharelado em Física na UFMA pra provar, aliás!), demorei muito pra finalmente assistir o novo Cosmos. Quando finalmente sentei pra ver, devorei a série inteira em dois dias, e passei a gostar mais do Neil DeGrasse Tyson. Já tinha uma certa simpatia por ele — apesar de que no Twitter ele às vezes parece um pouco não-intencionalmente cheio de si; justamente por parecer sem querer que eu deixo passar de boa –, e aí passei a gostar mais do cara.
Fui atrás do podcast dele, que eu já conhecia mas nunca tinha me interessado muito em ouvir. É um formato interessante; basicamente, ele geralmente entrevista celebridades relativas à temática do programa, e aí faz comentários sobre a entrevista. Seria melhor se ele não interrompesse a entrevista pré-gravada de 3 em 3 minutos pra dar os comentários “ao vivo”, mas como um podcaster que interrompe os outros com frequência eu não posso falar nada.
No Brasil estamos mais acostumados ao “formato Nerdcast” de podcast — debate estilo “mesa de bar” de um assunto específico com piadinhas e começando com “eu sou o (nome do participante) e (frase qualquer relacionada ao tema)”.
Como todo pioneiro, o Nerdcast determinou um padrão — e não há nada de errado com isso, evidentemente, mas é uma pena que não no Brasil não se explore tanto com esse formato de mídia. Eu queria ver mais coisas como o The Message em português; e talvez até existam, eu é que não conheço mesmo.
O The Message é meio que um radio-drama podcastizado. O programa conta a história de um time de cientistas que está tentando decifrar e interpretar uma mensagem alienígena recebida 70 anos atrás.
Me diz aí se isso não é uma premissa FODA. Mal comecei a acompanhar, mas já tou curtindo absurdamente o clima de sci fi misterioso. E são episódios curtinhos, 10-12 minutos só.
Esse é mais curioso: Dan Carlin, historiador e comentarista político, pega um evento qualquer da história — digamos, a Segunda Guerra — e dá praticamente uma aula sobre o assunto, destrinchando inúmeros fatores que contribuíram pra uma situação ou outra, com aquela ênfase e animação que poucos professores tinham e que deixavam a aula irresistivelmente interessante. Ele não posta episódios com muita frequência, mas quando posta, são verdadeiras audionovelas de 3-4 horas.
O podcast-irmão do HH é o Common Sense, em que o Dan fala de assuntos mais atuais, quase sempre com o viés político, mas a mesma energia. Recomendo!
Deixem aí sugestões dos seus podcasts gringos favoritos!

December 1, 2015
[ Pergunta do Dia ] Que música você sabe que jamais ouvirá de novo?
No episódio Oldies But Young ‘Uns da icônica Married with Children, o protagonista Al Bundy é atormentado com um fragmento de uma melodia que ouviu no rádio e não conseguia identificar. Eis um compilado das cenas em que ele tenta usar seus amigos e familiares como uma versão analógica do Shazam, e falhando miseravelmente. Aliás, vocês ainda usam o Shazam pra isso? Eu migrei pro Soundhound.
(Eu era ao mesmo tempo atormentado pelo demônio da puberdade, provocado pela Christina Applegate em seu papel mais famoso.)
Hoje em dia, essa frenética e desesperadora busca por uma canção não-identificada é apenas mais um desses plot devices de sitcom antiga que, graças aos smartphones, se tornaram comicamente datados. Assista um episódio de Seinfeld, ou de Friends, e você perceberá que os inúmeros desencontros, mal entendimentos, e correrias de um lado pro outro pra resolver alguma confusão seriam completamente anulados se alguém tivesse um iPhone no bolso.
Eu estava pensando nisso outro dia, mas aí reparei que ainda existe, sim. Voltemos ao ano de 2005.
Como já mencionei aqui no blog, quando eu cheguei aqui no Canadá eu passei por uma “segunda adolescência”. Eu já tinha quase 20 anos, mas o grupo de gringos que me acolheu em seu círculo social era mais novo (15-16 anos), então eu entrei no “way of life” da pivetada, porque afinal de contas eu não tinha escolha.
Paupérrimo — já comentei que minha primeira cama no Canadá foi um sofá que tirei do lixo, né? — e sem saber falar inglês direito, eu tinha é que agradecer aos deuses o fato de que ALGUÉM queria ser meu amigo.
A galera era tudo metaleira (a Bebba, pros leitores novatos, era inclusive gótica!), e ir aos showzinhos locais nos muquifos lá de Oshawa (a primeira cidade em que morei no Canadá) era um programa comum nosso.
O local onde mais íamos é um clube chamado The Dungeon, que era um nome ambicioso pra definir o ambiente do estabelecimento: era o porão de um prédio onde operava um salão de laser tag.
Laser tag, pra quem não sabe, é tipo paintball — mas ainda MAIS sem graça. Acredito que a parada foi popularizada nas terras brasileiras graças ao How I Met Your Mother. Não assisti muito a série, mas se lembro bem o pouco que vi, a série deixava claro que um entusiasta assíduo do “esporte” é alvo de chacota.
Então. Num desses shows no Dungeon, ia tocar a bandinha de um amigo da minha mulher. O cara tocava violino clássico, mas era fã de metal, então ele incorporava a melodia característica do instrumento ao som mais pesado e 190% mais satânico que é o som do rock pauleira.
O show foi foda. Tocaram alguns covers do Metallica, do Tool, de algumas outras bandas que não lembro, e aí finalizaram com uma música deles. Era meio melódico (talvez por causa da adição do violino), com uma pegada mais “dirty”, mais grunge; aliás, lembrava um pouco o próprio Tool que eles fizeram cover.
A música era foda; a adição de violino dava aquele toque meio etéreo, meio “épico”, à música. Mas até onde sei os caras nunca gravaram um disco, então não tenho como descobrir que música era, não lembro NADA da melodia, afinal isso rolou uma década atrás. Não sei nem o nome do maluco, já que minha esposa perdeu contato com ele há anos.
Eu NUNCA MAIS vou ouvir aquela música na vida. Pior, se algum dia ouvisse novamente por acidente (digamos, na extremamente rara circunstância dos caras ficarem famosos e a música entrar no topo das paradas das rádios com um feat. Nikki Minaj ou sei lá quem), eu nem seria capaz de reconhecer a música mais, a essa altura.
Me sobrou apenas a lembrança de que a música era foda. E como gostos mudam, é possível que ouvindo-a hoje eu nem gostasse mais tanto. Aí entra num assunto filosófico ainda mais cabuloso (simulacros e o caralho), mas isso é intelectualidade demais pras 8 da manhã de uma terça feira quando eu ainda estou de cueca na frente do computador.
Você tem alguma “música perdida” também? Vamos debater nos comentários. A minha é sem esperança, já que eu duvido que havia no ambiente um leitor do HBD que gravou um bootleg da apresentação (mas se tiver, me manda no email aí plis); já a sua música perdida, alguém pode te ajudar a identificar. Mande seu “hmm hmm hiiim…” nos comentários!

November 23, 2015
Gods of Egypt, o filme que eu não consegui nem acreditar que era um filme

DAT CHROMA KEY
O que você acha que acontece se tu mistura Fúria de Titãs, Percy Jackson, Imortais, com a cinematografia de A Ameaça Fantasma, salpicando um pouco de mitologia egípcia em cima?
Uma parada que eu literalmente não consegui acreditar que era um filme de verdade. Acompanhe o quase inacreditável trailer de Gods of Egypt:
Cara, eu não sei nem por onde começar.
Vi essa porra pela primira vez num ad do YouTube outro dia. Apesar dos logotipos de estúdios no começo, eu JURO pra você que achava que era alguma propaganda ambiciosa desses joguinhos escrotos freemium de celular, nessa pegada aqui.
O que foi um engano injusto porque esse comercial de Game of War consegue literalmente ser melhor filmado. Sem exagero.
Tudo no trailer de Gods of Egypt é horrível; da cinematografia/fotografia, à atuação, à escolha de atores (por que diabos os deuses egípcios seriam britânicos, caraio?! Cadê os bichos com cara de cachorro, de águia…?), é tudo uma bosta pela qual alguém gastou 140 milhões de dólares.
Broder, com sinceridade: Chaves já experimentava com Chroma Key lá nos anos 70. Como demônios no Ano de Nosso Senhor 2015 ainda se faz filmes com uma cena como essa?

140 milhões de dólares. Não esqueça isso.
Broder, tem cena do filme que literalmente lembra aquelas FMVs chinfrins de Command and Conquer. E alguém vai pagar dinheiro pra ver isso no cinema, eu não consigo acreditar nisso.
Tudo é claramente digital, a iluminação é perfeitamente uniforme, os ambientes são HIPER-SATURADOS, dando aquela aparência de “cutscene de jogo de computador lançado em 2002″, que eu não acho que é exatamente o visual que o diretor tinha em mente.
Quem dirigiu essa bosta, aliás?
PORRA, O ALEX PROYAS?! O cara que dirigiu O Corvo e Cidade das Sombras?!
E pior, o cara nasceu no Egito. Tu acha que o Egito era assim, Alex?!

THIS. IS. EGYPT!
E Gerard Butler. Puta que pariu, Gerard Butler. O cara é um nome conhecido até, mas faz quase que exclusivamente filmes bosta. O que me leva a pensar que ele deve muito dinheiro a um agiota em Las Vegas ou algo assim. O cara assina os contratos já falando pra colocarem no cheque o nome lá do sujeito.
“Quem é esse tal ‘Sr Giovanni’, Gerard Butler?”, pergunta o executivo lá da Lionsgate. “Não se preocupe com isso, só escreve o nome direitinho. Giovanni com dois I’s. E eu tenho que ir correndo porque os cassinos abrem já já!”.
E essa merda ainda vai ser 3D, mano. Se eu descobrir que algum de vocês pagou pra ver essa porra eu vou bloquear você do servidor do HBD.

November 20, 2015
[ Resenha ] Pebble Time Steel
Desde que vi smartwatches pela primeira vez, achei que era o cúmulo do “tenho muito dinheiro e não sei o que fazer com ele”. O primeiro Pebble, que foi uma das maiores histórias de sucesso do Kickstarter, até me fez pensar “putz, pena que não funciona com o iPhone. Maldito Steve Jobs…” por alguns instantes. Só que no geral, parecia custar demais e fazer de menos.
Talvez por isso eu preciso explicar por que finalmente embarquei nos wearables pra começo de conversa. No meu trabalho temos direito a algo chamado Flexible Spending. O artigo na wiki, que eu só li por cima porque estou sem paciência, se refere ao modelo dos EUA, e parece bem diferente do exercido pelas empresas canadenses. Então deixa eu explicar rapidim.
Todo ano, a empresa para qual eu trabalho dá uma “mesada” para os funcionários. O valor varia com o tempo que a pessoa tem de “casa”. Alguns que tão lá há muitos anos ganham 3 mil dólares. Eu, ainda recentemente novato, recebo apenas 600 dólares.
A idéia por trás disso é incentivar o crescimento profissional ou de saúde do funcionário. Você pode usar essa grana pra comprar qualquer coisa que possa ser razoavelmente justificada como uma compra profissional ou de fitness. O pessoal dos Recursos Humanos manda todo ano o PDF com artigos permitidos pelo Flex Spending; na prática, a única coisa que você não pode comprar é videogame.
Vale praticamente tudo. Quer um iPad? Você compra, manda o recibo pro RH, e marca num curtíssimo formulário uma caixinha que diz “leitura” (eles explicitamente permitem comprar iPads pra essa função; tá descrito por nome no tal PDF que eles passam).
Quer uma esteira nova, no mesmo formulário tu marca “fitness”. Tá afim de uma nova câmera, tem uma caixinha que diz “fotografia”.
No ano passado, eu usei a grana pra pagar meu curso de EMR — que embora não tenha NADA a ver com meu emprego, ainda é considerado pela empresa como “crescimento profissional” e eles honram o recibo –, e com o restante comprei uma Nike Fuel Band. Como ela não é a prova dágua, tratar pacientes com o troço se tornou inviável, e eu parei de usar no trabalho. Em seguida, parei de usar de vez, que é o destino de 99% dos instrumentos comprados com intenção de se exercitar mais.
O cabide no formato de bicicleta ergométrica na minha sala que o diga.
Recebi o email da galera do RH dizendo “ei, só pra lembrar, estamos já quase em novembro e você ainda não usou a grana que estamos literalmente dando pra você, acorda Izzy!”, e subitamente comecei a pensar em smartwatches. Sendo essencialmente de graça, peguei um Pebble, o original lá do Kickstarter.
E já de cara gostei tanto da experiência que devolvi e peguei então o Pebble Time Steel, uma versão mais recente.
Logo de cara: por que esse Pebble Time Steel, e não um Moto 360, um Samsung Gear S2 ou um Apple Watch? O primeiro motivo é o preço. Por exemplo, o Apple Watch mais barato aqui no Canadá custa 450 dólares. O Samsung Gear S2, 400 conto. O Moto 360, 380 dólares (novamente, esse é o mais barato).
Em contrapartida, o Pebble MAIS CARO — ou seja, o com mais features, mais recente, e mais bonito — custa 300 dólares. Há até uma versão de 100 dólares, que é o Pebble original. Ou seja, o Apple Watch mais barato é mais de quatro vezes mais caro que o Pebble mais barato.
Por mais que o meu trampo esteja pagando a parada, eu não quero torrar minha “mesada” inteira com algo cuja utilidade é questionável. Então, comprar o mais baratinho me parece uma idéia sensata.
Em segundo lugar, ser a prova dágua. Parece bobagem, mas como eu literalmente não posso usar um relógio que não seja a prova dágua no trabalho, isso inviabiliza vários modelos de smartwatch. Ouço muito dizer por aí que o Apple Watch é “não-oficialmente a prova dágua!”, mas eu não arriscaria entrar numa piscina com um brinquedo de 450 dólares sem saber com certeza absoluta que ele não se tornará um peso de papel.
O Pebble Time Steel não é apenas “resistente” a água, que é o máximo que a maioria dos smartwatches (todos?) podem oferecer. Ele tem certificação pra até 3ATM, ou seja: dá até pra nadar tranquilamente.
Parece bobo que ser a prova dágua é um feature tão importante…
Em terceiro lugar, o Pebble ser mais como um relógio, enquanto os outros smartwatches tentam (e falham) ser um computador no seu pulso. O que eu passei a ver, após essas semanas com o Pebble, como a direção errada. Vou explicar lá mais tarde, porque eu acho que isso é o âmago da questão “pra que comprar um smartwatch, afinal?”Em quarto lugar, o Pebble passou do que convencionei a chamar de “o teste do subreddit”. É o segunte:
Em 2012 eu tava louco por um Nexus 7; fui e comprei. Me juntei ao subreddit do tablet e percebi rapidamente que, ao contrário do /r/ipad, onde discutíamos diariamente os melhores apps, joguinhos, wallpapers bacanas, que tipo de uso mais se adequam a um iPad, no /r/nexus7 era todo dia uma constante choradeira por causa de apps que não funcionava, bateria que não durava, problemas de manufatura (o famoso screen lift, por exemplo, que de acordo com os relatos afetava literalmente todos os Nexus 7’s).
Não vi subreddit pro Samsung Gear S2 (que, em sua defesa, é um dos smartwatches mais bonitos, embora aparentemente não funcione com o iPhone), mas o do Moto360 segue o MESMO padrão que notei no /r/nexus7 — uma front page repleta de reclamações.
E isso me desestimulou de comprar um Moto 360. De lá pra cá, antes de comprar um gadget, eu fico dando uma olhada no subreddit correspondente pra já ir manjando quais os problemas mais comuns, e a incidência deles.
E em quinto lugar, o Pebble (ao contrário da maioria dos outros smartwatches no mercado) aceita pulseiras comuns de 22mm. Fui numa Fossil aqui em Calgary e comprei 3 pulseiras, que troco com frequência de acordo com humor/ocasião.
Começando do canto superior esquerdo: Uma de nylon com esquema de cores que combina com uma das minhas watchfaces favoritas. Uma de borracha, que é ideal pra natação. Uma de couro, mais estilosa, e a pulseira comunzona que vem com o relógio. E não chiliquem com o Blastoise e o Charizard lvl5, eles vão subindo de level.
Se você usa relógio como um adereço de moda — um dos poucos que homens podem usar sem qualquer preconceito, aliás), poder usar pulseiras convencionais é bem massa.Então, o Pebble. Este é o Pebble Time Steel:
Esse é um dos watchfaces mais útil: mostra constantemente o próximo compromisso no seu Google Calendar. O que me faz querer usar o Google Calendar com mais frequência, porque isso tem uma utilidade IMENSA pra um amnésico como eu.
O relógio tem uma tela de e-paper, que se entendo bem é mais ou menos como e-ink, mas colorida, e com refresh rate melhor. Ou seja, é melhor em todos os aspectos — especialmente vida de bateria.O Pebble Time Steel tem a promessa de até 10 dias de funcionamento numa única carga. Compare isso à longevidade (curtavidade?) do Apple Watch, que é descrita simultaneamente como “all day” e “up to 18 hours”. Eu achava que um dia tinha 24 horas, mas enfim.
E considere que a tela do Pebble está SEMPRE ligada, sempre mostrando informação, ao contrário da maioria dos outros smartwatches que fica constantemente desligado, até detectar movimento do seu pulso pra só então ligar a tela.
Alguns dizem que “mas Izzy, que bobagem, é só carregar todo dia durante a noite e pronto“. Não é tão simples por dois motivos — um, eu já tenho TANTA coisa pra carregar diariamente que literalmente me faltam tomadas no quarto. Não precisar remanejar os outros carregadores diariamente é uma mão na roda.
Tem a questão de paradigma de uso, também. Pra mim, ficar se preocupando com a bateria de um relógio acabar é um retrocesso sem tamanho. A vida INTEIRA usei relógios cujas baterias duravam literalmente anos; ver-me subitamente com battery life anxiety é muito anacrônico; é o tipo de coisa que eu acharia normal lá em seja lá qual foi o ano que relógios com baterias foram inventados. É como se de repente existissem no mercado um monte de notebooks com baterias que duram 40 minutos de uso. Por MELHOR que seja o notebook, é difícil aceitar isso.
O foda dessa bateria anêmica dos outros smartwatches é que não poder usar o relógio durante a noite derrota um dos principais motivos pelo qual eu o comprei: o aplicativo de monitoração de sono.
E aí entramos no assunto de aplicativos. O Morpheuz, no caso, é um app que detecta sua movimentação durante seu sono, te dando uma análise de que porcentagem do seu sono é leve, ou pesada.
Não apenas isso, mas ele tem uma função de alarme inteligente que literalmente mudou a forma como eu acordo todo dia. É tão eficaz que eu penso que num futuro com smartwatches popularizados, veremos a forma antiga de acordar como algo meio medieval.
É o seguinte. No app, quando você seta um alarme pra acordar, você não dá uma hora exata — tu coloca um intervalo. Digamos, de 7:00 às 7:30. O que acontece é que durante esse período, o relógio ficará de olho na sua atividade de sono, esperando os movimentos corporais que evidenciem que seu sono é leve.
NESSA HORA, o alarme dispara na forma de uma vibração branda, mas crescente em intensidade, no seu pulso. Você acorda na hora, sem aquela letargia que eu (como qualquer pessoa que dorme pouco) conheço tão bem.
Chega a ser uma sensação estranha até, porque o acordar é meio que instântaneo — justamente porque a vibração vem logo quando seu sono está leve. É tipo PÁ ACORDEI OK TÔ DE PÉ RUMBORA.
Isso literalmente mudou a minha vida, eu te digo sem exagero. E o alarme em forma de vibração no pulso feels like alguém te dando tapinhas; é uma forma infinitamente melhor de acordar do que estar enfiado até o talo no sono REM e de repente a música do Halo toca no volume máximo acordando minha esposa e os vizinhos.
Eu já conhecia a funcionalidade através do Sleep Cycle, um app de celular que funciona em fundamento semelhante, só que encontrei alguns problemas com ele. O principal é que ter que deixar o celular na cama faz com que ele frequentemente vá parar no chão porque eu tô me mexendo demais, fodendo completamente a funcionalidade da parada, e o secundário é que ele não diferencia tão bem o meu movimento na cama, do movimento da minha esposa.
Ainda recomendo que você experimente, porque é realmente foda, mas monitorar seu sono com algo que está preso no seu pulso é definitivamente um método melhor. Em sua defesa, a “apresentação” do Sleep Cycle é mais polida, e os gráfico mais detalhados.
Aquele pico de atividade às 3 da manhã é exatamente o que você acha que é. E sim, eu ri pra caralho na manhã seguinte quando fui dar uma olhada no gráfico.
Aliás, o site do Morpheuz tem uma aparência bem amadora até. Mas é grátis, fazer o que.Em contrapartida, ele tem uns comandos de voz daora — e eles tornam o uso mais prático e direto do que ficar mexendo na tela do celular apertando botão aqui e ali e depois passar uns 3 minutos decidindo a melhor posição do celular na cama, com receio de que ele vai cair no chão de novo.
That being said, um update recente do Sleep Cycle promete monitorar seu sono usando o microfone, em vez da vibração do colchão. Ainda não testei, fica a dica aí pra vocês.
Enquanto o Morpheuz é bem foda, o mesmo não pode ser dito de 90% dos aplicativos do Pebble Time Steel. Não é que sejam ruins — é que você rapidamente percebe que não há literalmente NADA que você queira ficar usando na telinha de um relógio. Baixei tudo, e não vi um grande motivo pra usar nada.
O Notes, um programa que faz anotações de voz, é bem bacana — mas eu já faço isso com a Siri no iPhone de qualquer forma. Tem uns joguinhos, mas qualquer pessoa que realmente passe mais de 2 segundos jogando um jogo numa porra de um relógio precisa de ajuda psicológica. Não tem muito que você realmente precise fazer num app de smarwatch.
E aí entra no que eu falei láááá no começo — o paradigma “certo”, eu venho percebendo após esse quase um mês de uso, é um aparelho que seja primeiro de tudo um relógio, e que como um leve adicional permita receber notificações/usar uma tela diferente dependendo do seu humor naquele dia em particular.
A backlight não está ligada. Essa é a aparência normal da tela do Pebble quando você tá na rua, exposto ao sol.
Smartwatches como o Apple Watch estão tentando ser mais um mini-celular no seu pulso (mas fazendo tudo de forma inferior ao seu celular), e por isso tem um preço equivalente. Isso te força a ver o aparelho como um mini-celular, e inevitavelmente você vai querer usa-lo como mini-celular.Ou seja, você vai ficar inconscientemente se reeducando a fazer nele o que você fazia mais confortavelmente no iPhone; vai querer ficar baixando apps e o caralho, e fuçando no bicho meio que num impulso de justificar a compra do novo brinquedo.
Se o Apple Watch custasse só uns 200 dólares, ok — eu aceitaria a proposição de não esperar tanto dele. Mas custando quase 500 pau, fica difícil NÃO querer ficar usando e acidentalmente descobrindo que fazer numa tela de 1 polegada o que você fazia tranquilamente numa de 5 não tem muito benefício.
O Pebble, por outro lado, vai em outra direção. Você olha pra ele e ele meio que te fala “Oi. Eu sou só um relógio. São 15 pras 3 da tarde. Ah, e além disso, como um adicional caso você no momento não queira/não possa usar o celular, aqui está o último email que você recebeu/seu próximo compromisso no calendário“.
De forma resumida, o Pebble não te incentiva a ficar interagindo tanto com ele de uma forma tão diferente de como você interagia antes com relógios.
E isso faz toda a diferença, eu acho. Coloco o Pebble no braço e simplesmente esqueço que ele é um aparelho de tecnologia; na maior parte do tempo, olho pra ele quando quero ver as horas, e pronto. Não preciso o tirar pra carregar toda noite, ou ficar desligando recursos pra faze-lo durar mais como é a estratégia de donos do Apple Watch. Que, resumidamente, “pegue esse seu relógio de quase 500 dólares e desligue TODAS as funcionalidades que te fizeram gastar os quase 500 dólares, assim transformando-o num relógio completamente normal com a diferença que agora você tá devendo mais pra Visa“.
Mas tem as watchfaces, que são as telas dos relógios. A loja da Pebble oferece um MONTE de “caras” diferentes pro seu relógio; basta baixar através do aplicativo do celular, e enviar pro aparelho.
Pra passar aplicativos ou watchfaces pro Pebble (e confie em mim, você realmente só vai usar com frequência esse segundo item), tu acessa o aplicativo do Pebble no seu celular — aliás, o Pebble funciona com Android E iPhone, algo que a maioria dos smartwatches também não faz). Baixa a watchface, e joga pro relógio.
Algumas watchfaces são mais ativas que as outras — tem uma do Street Fighter em que os bonequinhos ficam lutando e soltando magias um no outro, uma de pokemons lutando, as analógicas tem o ponteiro dos segundos se mexendo o tempo todo –, e de forma geral esses gastam mais bateria. Mas, como falei antes, consumo de bateria não é uma grande complicação com o Pebble.
É bacana. Tem tela pra tudo que é gosto: as mais “adultas”, as inspiradas em videogame, filmes, seriados, as abstratas, as super minimalistas… enquanto a Apple não liberar a criação de watchfaces pro Apple Watch, o Pebble segue com a maior variedade nesse quesito.
Tem até uma watchface que simula aquele localizador de Aliens, mano.
O mais chato de ter um Pebble é que sempre perguntam se é um Apple Watch, e minha vida seria mais fácil se eu dissesse apenas “SIM, É“, e não “não, é outro modelo de smartwatch“, que resulta em eu tendo que explicar quase tudo que eu acabei de te explicar aqui.
Pra finalizar:
Pebble Time Watch
Prós
– Bateria com maior duração da indústria;
– Possibilidade de usar pulseiras convencionais, pra quem curte ficar trocando o estilo do aparelho;
– Tela sempre ligada e disponível;
– Maior variedade de telas;
– Mais barato;
– A tela de epaper é sensacionalmente visível mesmo sob a luz direta do sol; aliás, ela é MAIS visível sob luz direta do sol;
– À prova dágua*
– Eu me esforcei pra pensar em todas as coisas que me incomodam no relógio pra inserir na lista de contras e não consegui pensar em muitas. Isso é um bom sinal;
Contras
– A integração com o iOS, por causa das típicas limitações da Apple, não é plena (você não pode usar Siri sem jailbreak, ou responder mensagens no relógio. Embora eu não veja grandíssima utilidade em responder um email numa tela de 1 polegada). Se você usa Android, ignore este item;
– Não tem tela de toque, você interage com o aparelho apenas com os botões (dois direcionais, um de seleção, e um de “voltar”);
– O bezel (ou seja, o friso ao redor da tela) é consideravelmente grande, o que o torna menos bonito que outros smartwatches. Se dessem um jeito de reduzir esse bezel ficaria irado;
– Comparado ao Samsung Gear S2, não é o smartwatch mais bonito do mercado;
– Não tem um alto-falante, ou seja, ele só te alerta de notificações através de vibração.
Conclusão: pode não ser o mais bonito, mas com longa bateria, à prova dágua, podendo mudar o estilo livremente com pulseiras convencionais, e simplesmente não ficar te distraindo tanto pra ficar mexendo na parada compulsivamente, o Pebble é o smartwatch mais “relógio” de todos os outros — e eu acho isso seu ponto mais forte.
*Tecnicamente, a própria Pebble diz que o aparelho é apenas “resistente a água”. Acontece que a definição de “waterproof” na gringa é uma questão legal espinhosa — pra que eles possam REALMENTE chamar de “à prova dágua”, plenamente, o bicho tem que ser essencialmente um relógio especial pra mergulhadores, daqueles que vão a profundidades de mais de 30 metros, e você possa sair apertando os botões embaixo dágua sem qualquer problema. A Pebble recomenda que você não fique apertando botões embaixo dágua, mas a menos que você seja mergulhador profissional ou queira MUITO jogar Pixel Miner na piscina, pra fins práticos o bicho é à prova dágua sim.

Izzy Nobre's Blog
- Izzy Nobre's profile
- 5 followers
