Izzy Nobre's Blog, page 16

May 15, 2016

Episódio 6: Anões e Milhos

Olar amigo. Venho trazer ao meio desta mais um episódio d’O MELHOR PODCAST DO BRASIL. Confira abaixo desta imagem em formato .jpg que eu fiz no meu computador:


episodio 6


Nesta semana conhecemos o sujeito que se transformou temporariamente no Tocha Humana brasileiro, cortesia da Petrobrás; uma socialite britânica que pegou um anão no colo achando que era uma criança e deu ruim na comunidade; uma chinesa que teve a brilhante idéia de pôr uma espiga de milho numa furadeira, e a sensacional epopéia de um vereador paranaense que foi pego com cocaína e a história só piora daí pra frente. O cara termina a situação caído no chão sem camisa com uma prostituta impedindo que ele fuga. Jesuis Cristo!



►Notícias comentadas


Embora reagir a assalto não seja uma boa idéia, quando o meliante termina chamuscado podemos dizer que deu tudo certo


Socialite gatinha confunde anão com criança e pega o malandro no colo. Repare a cara de tristeza do rapaz


Já tentou comer uma espiga de milho acoplada numa furadeira? Antes de pegar a Black and Decker do seu pai pra experimentar, veja isto


Um vereador que viveu um dia meio GTAlesco


►Vídeos comentados




►Izzy idiota com a barba zoada



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Published on May 15, 2016 10:46

May 12, 2016

Afinal, o que é esse tal de Reddit?

Com muita frequência meus coleguinhas virtuais do mundo do Twitter me perguntam o que diabos seria exatamente o Reddit. Eu não entendo o que não há pra se entender sobre o site, mas vamo nessa.


reddit

Não deixe que o visual limpo te intimide. Aliás, isso deveria ter o efeito contrário, mas por algum motivo estamos aparentemente mais à vontade com sites visualmente poluídos a la Omelete.


Reddit é um site colaborativo onde pessoas enviam links de notícias, ou vídeos, ou imagens (de todo tipo — engraçadas, trágicas, eróticas, inexplicáveis) e outras pessoas votam positivamente ou negativamente nelas. O efeito disso é que as melhores postagens acabam populando a página principal do site, te dando um bom apanhado de tudo que é relevante na internet em um determinado momento.


Além de ser uma excelente curadoria do que há de mais digno de nota na internet a cada dia, a seção de comentários do Reddit é talvez uma das melhores entre todas as comunidades de internet. Tem uma certa toxicidade, sim (especialmente dependendo do subreddit), mas de forma geral — por causa do mecanismo de upvotes –, os melhores/mais relevantes comentários tendem a ir pro topo, e os mais escrotos ou desnecessários se afundam lá embaixo.


Ah, sim, e os subreddits. Subreddits são como subfóruns sobre um assunto específico, e geralmente nos referimos a eles usando a sintaxe /r/NomeDoSubreddit. Tem, por exemplo, o /r/AskReddit, onde usuários fazem perguntas uns aos outros:



Tem o /r/Movies, onde o pessoal discute tudo relacionado a cinema — novos lançamentos, filmes antigos que merecem ser revisitados, curiosidades, e por aí vai. É um dos meus favoritos, e como mencionei antes, os comentários enriquecem absurdamente as coisas postadas lá.



Tem também o /r/CosplayButts, que eu tenho certeza que receberá um grande fluxo de novos inscritos hoje. O nome é auto-explicativo.



Como vocês sabem, eu sou um grande fã de portáteis em geral e do GameBoy em particular. Obviamente, o /r/GameBoy é também um dos meus favoritos — lá o pessoal discute mods possíveis pro console, jogos, suas coleções, formas de reabilitar GameBoys que sofreram com a passagem dos anos, e muito mais.



Se você ama a série Alien como eu, não pode sair do Reddit sem dar uma passada no /r/LV426, o principal subreddit que debate a franquia. Ultimamente, com as notícias das continuações de Prometheus e de Aliens, a parada anda movimentada por lá.



Donos do smartwatch Pebble, que eu resenhei aqui, tem o /r/Pebble pra trocar idéias, resolver problemas, recomendar aplicativos/watchfaces, e etc:



Como tem um subreddit pra praticamente tudo, uma conta no Reddit basicamente garante que você achará compania e conteúdo relevante seja lá quais sejam os seus interesses. E o sistema de curadoria através de votos economiza seu tempo; quem é da época de fóruns sabe como era chaaaaaaato passar horas garimpando o local, navegando em múltiplas páginas, pra encontrar resposta pra um problema, por exemplo.


Já no reddit, a melhor resposta pra um tópico relatando um problema técnico é catapultada pro topo, e é por isso geralmente o PRIMEIRO comentário que você encontra. E sim, tem diversos subreddits em português.


Como se navega no Reddit? Voltemos pro /r/Movies. Como o trailer de Assassin’s Creed acaba de sair, é o que tá tendo mais destaque lá no momento. Tem esses dois tópicos, por exemplo:



O tópico de cima, com o trailer oficial do filme, tem 4606 pontos de “karma”, que é a “moeda” do Reddit. O que vem embaixo, do poster, tem 3576. Não dá pra fazer nada com essa pontuação, mas é uma pequena fonte de orgulho pessoal ter um número alto, o que alimenta nos usuários o ímpeto de postar coisas relevantes.


Tá vendo aqueles links embaixo do tópico? O “comments” é auto-explicativo. Ao clicar nele, você vai pros comentários da “notícia”. Costumeiramente, os comentários do topo são os mais engraçados sobre a matéria, que é um reflexo do tipo de senso de humor que você vai encontrar por lá:



E aí você pode sair fazendo os seus comentários e contribuindo pro debate, e votando nos dos outros.


O meu Reddit tem uma aparência que atende aos meus interesses — nerdice, filmes, eletrônicos, umas mulheres nuas aqui e ali. O seu, dependendo do tipo de coisa que te interessa, provavelmente será bem diferente do meu. E isso que é o legal da parada: o mesmo site pode ter uma atmosfera completamente diferente, é tudo feito sob medida pra te trazer as coisas que você acha mais interessantes.


Os meus subreddits favoritos, pra te dar alguma idéia do que explorar lá:


/r/CaseyNeistat: enquanto os comentários do YouTube são um jeito bem bosta de debater o trabalho do cara — especialmente no caso desses youtubers grandes –, os do subreddit dedicado ao vlogger são muitíssimo melhores. Mais focados, com melhor grafia, e com um senso mais crítico em vez da adulação sem fim que se vê em outros ambientes.


/r/Calgary: esse é o subreddit da minha cidade. Tudo que acontece por aqui é comentado lá, então é uma forma prática de se manter informado sobre o local onde eu moro (lembrando que o sistema de upvote de comentário torna as opiniões mais informativas e relevantes sempre no topo, economizando seu tempo).


/r/TheyDidTheMath: esse aqui é sensacional. Os redditors postam perguntas como:


/r/ThatHappened: sabe esse tipo de fanfic maluca que a galera inventa pra promover este ou aquele ponto ideológico? Então, o ThatHappened é a CENTRAL disso. Imperdível.


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Published on May 12, 2016 11:51

May 10, 2016

5 países que estão bem mais fodidos que o Brasil

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Costuma-se dizer que nós latinos fazemos tudo intensamente. Aliás, brasileiros são latinos ou não? Já vi argumentos acirrados defendendo os dois lados da discussão. Uns dizem que não porque (motivos pelos quais não me importo), já outros insistem categoricamente que sim porque (não faço a menor idéia, eu joguei a pergunta no Twitter e fui jogar Mortal Kombat 2).


Enfim. Essa intensividade latina se manifesta de várias maneiras; no que diz respeito a brasileiros e sua identidade nacional, é 8 ou 80 — temos os brasileiros ultra-ufanistas que vociferam que americanos são imperialistas invasores culturais (obrigado, décadas de história e geografia sendo ensinadas por esquerdistas!), e temos os brasileiros que se auto-odeiam e veneram qualquer coisa de fora (obrigado, Plano Real e o êxodo turístico da classe média em direção à Flórida nos anos 90). Vai me falar que você não teve um parente que passou duas semanas em Orlando naquele itinerário clichê de outlet-parque de diversão e voltou torcendo o nariz pra TUDO no nosso país? Então.


Se você interage bastante com a galera nesse segundo grupo, você certamente terá a impressão de que o Brasil é o país mais fodido DO MUNDO. Entretanto, existem inúmeros países que fazem o Brasil parecer a Suécia do Hemisfério Sul. Por exemplo…


Eritrea


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Começo logo com o país mais enigmático da lista. Eu seria capaz de apostar que você nunca ouviu falar da Eritrea na vida, e é assim mesmo que eles querem — não existe nenhuma rede de mídia privada lá, é tudo controlado pelo governo. A Eritrea chega a ser pior que a Coréia do Norte no contexto de liberdade jornalística; não existe literalmente nenhum correspondente de nenhuma emissora lá. Uma total catástrofe social pode estar acontecendo lá neste exato momento, e jamais saberíamos.


Pra você ter uma noção da miséria que é o país, 32% do produto interno bruto é composto de dinheiro que imigrantes mandam de volta pra alimentar suas famílias lá.


Somália


somalia


Sabe aquele seu amigo da universidade metido a intelectual de YouTube que juuuuuuuuuuuuura que todos estaríamos em situação melhor se não existisse governo algum? Não que o maluco esteja inteiramente errado em pôr grande parte da culpa dos problemas sociais no Estado, mas a fé de que uma anarquia completa resolveria a situação é mais fantasiosa que o credo socialista.


Então, você poderia convidar este seu amigo a se mudar pra Somália! Virtualmente sem governo desde 1991, o país africano vive em quase completa anarquia — não existe nenhuma regulação de comércio ou indústrias, por exemplo. Não existe nenhum tipo de licenciamento ou fiscalização para indivíduos que exercem profissões formais, também. Se você precisar de uma cirurgia ou de uma viagem de avião na Somália, tudo que eu posso te dizer é “boa sorte”.


A propósito, a expectativa de vida na Somália é 50 anos. E apenas 24% da população adulta é alfabetizada.


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A meritocracia plena em ação


E as armas que os anarcocapitalistas amam? Tem bastante lá na Somália, também. Aliás, com todos esses fatores, é de surpreender que o maior produto de exportação da Somália é a pirataria?


Etiópia


etiopia


A gente sabe por senso comum que a vida na África não é fácil. Mesmo o brasileiro mais reclamão poderá admitir que as coisas no nosso país são bem melhores do que até o melhor país africano. O que eu não sabia é que a existência etíope é essencialmente um pesadelo, especialmente se você é mulher.


Na Etiópia, quase 70% dos matrimônios são fruto de uma prática cultural chamada “CASAMENTO POR SEQUESTRO”, que é exatamente o que parece. O maluco surge na calada da noite na casa da menina que ele gosta e, com ajuda de amiguinhos, rapta a menina e a esconde até que esta engravide. Uma vez que a menina engravidou, culturalmente o cara fica legitimizado como “pai” da criança e dono da garota. A Etiópia criminalizou a prática (em 2004!!!!), mas é como se ainda fosse perfeitamente legal. Caso alguém reclame, é só o malandro pagar um “dote” pro pai da moça e tá tudo resolvido.


A propósito, 3 entre cada 4 mulheres etíopes tiveram seus clitoris amputados através de outra prática cultural grotesca que só foi ilegalizada em 2004. Me dá arrepios nma espinha imaginar as condições precárias em que esse procedimento é realizado (lâminas enferrujadas em copinhos de requeijão vêm à mente) e eu sequer tenho um clitoris.


Mas por favor, me conte aí nessa sua fanfic de Facebook como o Brasil é o país mais misógino do mundo.


Serra Leoa


serra leoa


Ok já tô começando a ficar deprimido aqui. A África foi plenamente fodida pelos poderes europeus de várias formas diferentes, e em nenhum país isso é mais prontamente visível que a Serra Leoa. Dois terços da população precisa viver de agricultura de subsistência, apenas 8% das estradas são asfaltadas, menos de 20% da população tem água encanada em casa.


A infraestrutura lá é tão fodida que quando rolou aquela epidemia de Ebola em 2014, o sistema precário de saúde dos caras ficou tão sobrecarregado que mais pessoas morreram de negligência médica do que de Ebola. Por outro lado, considerando o tipo de condição miserável em que os hospitais lá se encontram, a morte do paciente pode ser em alguns casos encarada como uma melhoria.


Coréia do Norte


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Só pra não dizer que só tem país ruim na África.


A Coréia do Norte não é nem exatamente um país; ela é na real como se alguém tivesse lido 1984 e resolveu fazer um cosplay de Oceania em escala nacional. Dos campos de trabalho forçado a la Auschwitz, à miséria da população enquanto o governo gasta dinheiro com obras grandiosas pra manter a aparência de que tudo está indo bem (tipo você encolhendo a barriga após deixar a churrascaria de rodízio no vermelho), e até essa foto do espaço que mostra o quão atrasado o país é em matéria de infraestrutura:



Como a Coréia do Norte é meio fechada pro mundo, quase tudo que sabemos sobre a parada vem de relatos de gente que conseguiu escapar. Tais relatos envolvem experimentos médicos em prisioneiros políticos, estupros, escravidão, reeducação política (eu falei que era igual a 1984, né?), entre outras coisas.


O Brasil tem muito no que melhorar, você teria que ser maluco pra negar isso. Mas é bom ter um pouco de perspectiva do que é um país realmente fodido antes de sair fazendo aquele textão revoltado no Fêice dizendo que está com as malas prontas pra Miami.


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Published on May 10, 2016 17:54

May 8, 2016

Episódio 5: Zebras e Bonecas Infláveis

Sim, eu sei — na semana passada não teve O MELHOR PODCAST DO BRASIL. Eu e o Evandro pedimos um humilde perdão pelo vacilo, e tentaremos fazer o máximo pra que isso não se repita com frequência. Mas é a vida né mano, quando a parada é hobby a gente nem sempre tem o tempo/energia pra fazer assiduamente. Minha outrora estelar carreira em CouterStrike que o diga.


Episodio 5


O bom de atrasar a semana é que a gente acumulou um monte de notícias sensacionais. Temos a trágica história do rapaz atormentado por nudes incessantes de uma ex-namorada gostosa, um esquema meio 11 Homens e um Segredo pra vender uma zebra falsa na Baixada Fluminense, o mistério de um 3DS cheio de pornozões, e uma boneca inflável confundida com um anjo.



►Notícias comentadas


Mulher meio doida atormenta ex com centenas de ligações e nudes


Algum malandro pintou um cavalo de zebra, e por motivo idôneo DEFINITIVAMENTE não pode ter sido


Sujeito compra 3DS e se “surpreende” com pornozões instalados do aparelho. No meu tempo videogame vinha com Sonic 2 na memória e olhe lá


Boneca inflável aparece na Indonésia e é confundida com um anjo, o que me lembra a pensar que essa galera tem uma religião mais bacana que as nossas


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Published on May 08, 2016 09:07

May 6, 2016

[ Com o que estou procrastinando hoje? ] Com a arte tosca do Liefeld

Eu deveria estar editando um vídeo, mas estou googleando capas de HQs desenhadas pelo infame Rob Liefeld.


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Rob Liefeld é o homem que olhou para a anatomia humana e disse “a mãe natureza não sabe de nada. Essa mão aqui devia ser menor, a coxa tinha que ter duas vezes a largura do torso, e tive umas idéias aqui pra uns 50 músculos novos”.


Nada é mais universalmente aceito do que a total falta de talento do Rob Liefeld — e ainda assim, o sujeito fez uma lucrativa carreira na indústria de quadrinhos, o que é bastante inspirador pra nós que também não temos talento em nada. O Rob Liefeld me faz pensar que o único motivo pelo qual eu não estou dando autógrafos na ComicCon é porque nunca tentei desenhar nada.


Em vez de terminar meu vídeo de hoje, estou me deleitando com o absurdo que é a noção de que esse sujeito ficou RICO desenhando algo que ele claramente não sabe desenhar. Por exemplo:


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O Liefeld é completamente incapaz de desenhar capas em que os personagens estejam tocando o chão, sabe-se lá por que. Alguns defensores (sim, tem gente que defende o Liefeld. Mas tem fanboy do Charles Manson também, essa humanidade é inacreditável mesmo) alegam que o desenhista está exercendo algum tipo liberdade artística a prova de críticas. O que está realmente acontecendo, mais provavelmente, é que o sujeito não consegue conectar os pés do boneco com o chão, vá entender por que.


O que DIABOS tá rolando com a mão direita do Fantasma, aliás? Tente colocar a mão nessa posição e você entenderá meu ponto.



Os nomes dos personagens do Liefeld são a coisa mais anos “quadrinho dos anos 90” do mundo. Por isso, se você me dissesse que o nome desse cara é STRIKEBLADE ou WOLFBLOOD ou FIREFUCK, eu nem duvidaria. O que eu acho um pouco mais incomum é esse poder mutante de ter 79 dentes e orelhas de croissant.


A propósito, alguém avise o Kaneda que ele estacionou a moto dele em local proibido.



Esta aqui é um bom exemplo das principais coisas que o Rob Liefeld não sabe desenhar, no caso, mãos, rostos, espadas, armas, proporção, senso de profundidade, personagens encostando no chão, anatomia humana em geral e expressões faciais.



Vejamos — tem o cara do meio, que além de uma protuberante piroca tem duas lanternas em formato de pistola. Vemos mais uma vez o fenômeno dos bonecos flutuantes, seja lá qual o motivo.



Me responda rápido — a espada na mão direita da garota está sendo apontada pra frente ou pra trás? E qual o tamanho dela em relação à espada na mão esquerda?


O Rob Liefeld é como um MC Escher da escrotice. A geometria do mundo que ele desenha simplesmente não faz o menor sentido.



Olha outro exemplo aí. Primeiro: qual exatamente é a posição do corpo do Homem de Ferro…? Literalmente não dá pra entender.


Segundo. Por que tantos personagens desenhados pelo Liefeld parecem estar no meio de uma daquelas cagadas verdadeiramente destruidoras que requerirão cirurgia de reconstrução anal? Olha a CARA do Steve.


Terceiro. Por que a máscara do Homem de Ferro está fazendo expressões faciais?!



Eu não sei quantos personagens do Liefeld tem o poder de fazer o olho brilhar. Ou de flexionar todos os músculos do corpo simultaneamente. Lembra o negócio da cagada de esvaziar todo o sistema digestivo de uma vez? Então.



Personagens com trajes genéricos ao extremo, check.


Pistola-lanterna, check.


Personagens flutuando no éter/com os pés escondidos, check AND CHECK.



Tente entender essa pistola. Ou o braço direito minúsculo que a segura.


A propósito, repare que esse quadrinho é dos New 52. Ou seja, é recente.


Vá se foder, Rob Liefeld.


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Published on May 06, 2016 20:29

May 2, 2016

PORRA SOUNDCLOUD: serviço desativa RSSs sem aviso, deixa vários podcast na merda

porra caralho


Há um pensamento popular na internet, no que diz respeito a criação de conteúdo — quanto menos você puder depender de terceiros pra manter qualquer coisa, melhor. E hoje eu aprendi isso de uma forma inédita.


Antes de mais nada, peço perdão pelo sumiço. Hoje é o sétimo dia de plantão (dois deles de 12 horas), e eu passei a última semana como um zumbi. O único tempo “livre” que tive foi pra gravar o 99Vidas, e aparecer no Calgary Comic and Entertainment Expo, uma espécie de Comic Con daqui da minha cidade. E vou te falar, ir pra esse negócio saindo de um plantão e tendo outro logo na manhã do dia seguinte foi a PIOR forma de curtir o evento. Enfim.


Hoje acordei com um monte de mensagens no Twitter; ouvintes d’O MELHOR PODCAST DO BRASIL me perguntando o que houve com o programa. Expliquei que o dessa semana atrasou por motivos de força maior, mas o problema não era esse — o que rola é que os episódios já disponíveis o deixaram de ser. Fui dar uma investigação e a verdade surgiu:


A porra do SoundCloud, onde hospedo o MPB, resolveu fazer uma manutenção que sabe-se lá como desativou os RSS de tudo lá. Não bastasse isso ser um aparente sinal de gritante incompetência (parece o tipo de coisa que eu faria tentando ajeitar o layout do meu site), não há previsão definitiva de quando o feed retornará, e o maior agravante é o seguinte:


ESTES CORNOS JAMAIS INFORMARAM OS CLIENTES DA PARADA.

Se eu estivesse usando meramente a versão gratuita do serviço, vá lá — os gringos sabiamente dizem que você “recebe o que paga”, então embora seja uma escrotice que tira qualquer confiança no serviço, você não pagou nada.


Não é o meu caso. Pra liberar downloads ilimitados, eu pago a versão Pro Unlimited, que custa 16 dólares por mês:



E eu fiz isso especificamente porque o SoundCloud me pareceu a opção mais user friendly. Embora tudo de forma geral tenha ficado mais fácil na internet, manter um podcast é ainda ridiculamente complexo, e o SoundCloud me ofereceu uma solução simples e elegante. E agora eles me fodem no cu desta forma, sem jamais notificar os usuários premium da mudança. Isso é o que me dá mais raiva. Nem um emailzinho, SoundCloud? Foda-se a minha audiência, é isso mesmo…?


Agora é explorar outras opções, porque mesmo que a parada volte AGORA, já cagaram em cima da confiança que eu tinha no serviço.


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Published on May 02, 2016 08:36

April 25, 2016

[ Recomendação de banda ] Bring Me The Horizon

Eu estava passeando no stream do Twitch da @TaraBabcock (que recentemente deu RT num dos meus vídeos em inglês E me seguiu no meu twitter gringo! Eita porra irmão!) quando descobri Bring Me The Horizon.


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Calma, calma! Eu sei o que você vai dizer. Aliás, sei até a cara que você fez aí.


emo


E você tem uma certa razão. Com essa aparência de quem não tava nem vivo ainda quando as torres gêmeas cairam, e ainda por cima trazendo a estética emo de volta de 2007 onde a cultura popular a abandonou, é fácil de determinar logo de cara que é uma bandinha mequetrefe poucos graus acima de uma boy band mesmo.


Mas o som dos caras é legal. Juro! Ok, tem aquela pitadinha de teen angst Linkin Parkiana “ninguém me entendec grrrr” que eu sou PELO MENOS 10 anos velho demais pra ainda me identificar, mas o som mesmo é bem porrada.


Vamo começar com a música que está me fazendo desgastar o botão de replay do iTunes: Doomed.



Novamente: eu serei o primeiro a admitir que uma letra como “Cut off my wings and come lock me up/Just pull the plug yeah, I’ve had enough” é algo de envergonhar um sujeito com mais de 17 anos. Mas a melodia é bacana, mesclando o som tipicamente emo com uma pegada mais pesada/post grunge. 


Outra que habita essa região dicotômica de “emo que eu sou claramente muito velho pra estar curtindo mas com um som bacana, dá um desconto” é a faixa True Friends.



Consideravelmente menos emo (tanto na letra quanto na melodia) é a Happy Song:



Dá uma explorada no catálogo dos cara aí. É bem supimpa, esse álbum inteiro é bem bacana.


Embora esse retrocesso musical ao território emo pareça uma estranha imaturidade, o flipside disso é que há na real um sinal de amadurecimento em não se preocupar em projetar uma certa imagem em relação a música. No meu tempo de METALEIROZÃO, de ir pro shopping encontrar com os amigos vestido todo de preto com corrente na carteira e tal, tinha uns sons que eu tinha medo que descobrissem que eu gostava, porque havia toda aquela questão da imagem cuidadosamente arquitetada pra não perder ponto com os amiguinhos — ou pior ainda, ser taxado de “poser”. A ironia é que estavamo fazendo exatamente o que o termo condenava: fazendo pose.


Olha como a vida é interessante.


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Published on April 25, 2016 09:42

April 23, 2016

Episódio 4: Terroristas e Escavadeiras

O domingo, outrora um dia de bosta sem muito o que se possa aproveitar em questão de entretenimento, é dia de O MELHOR PODCAST DO BRASIL!


EPISDIO 4


O que temos essa semana? Bom, novamente trazemos uma história de terror de dentista — conheça Bilal, o doutor (eu e Evandro não conseguimos decidir) que botou a estrovenga na boca de um paciente desacordado. Depois, a trágica história da moça que desceu rolando na Serra do Rola Moça. Acompanhe uma emocionante briga de escavadeiras que geralmente não vemos fora do GTA, e entenda por que o Estado Islâmico deveria ter mais medo dos brasileiros do que o contrário.



►Notícias comentadas


Dentista filho da puta é preso sob acusação de ter posto pênis na boca de paciente anestesiado


Se seu namorado te chamar pra uma DR na beira de um penhasco, NÃO VÁ!


Gladiadores modernos na China entram na porradaria com ESCAVADEIRAS


WhatsApp do time dos terror cai na mão de brasileiros, que então abrasileiram a porra toda


► Vídeos comentados



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Published on April 23, 2016 20:53

A anatomia de um block

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Por ter uma audiência na internet, existem algumas experiências com as quais eu me acostumei ao longo dos anos. Algumas delas são legais; outras, nem tanto.


Comecemos com as legais, pra isso aqui não ficar com cara de choramingo de “celebridade” que não aguenta mais ser famosa, ai meu deus que suplício!!!!111. Já é difícil levar a sério gente REALMENTE FAMOSA falando isso (Brad Pitt, tá achando ruim ser rico e famoso? Paga minhas conta e faz meus plantões por mim então, filho da puta), imagina então um vlogueiro de merda igual eu.


O carinho que eu recebo da galera é muito bacana. Por questões geográficas (sempre fui ruim de geografia na escola e por isso hoje não sou pago um salário que me permita viajar) tive poucas oportunidades de interagir pessoalmente com a galera que gosta do que eu faço. Mas em todas eu me senti rodeado não de admiradores ou fãs, mas de amigos que se importam comigo.


Tem a questão financeira, óbvio — não é possível transformar um hobby em uma fonte de renda sem que pessoas gostem do que você produz, e por extensão, gostem de você. Eu não mencionei isso até hoje, mas a minha esposa largou um trampo horrível pra voltar a estudar e isso só foi possível por causa do apoio monetário que o site/vlog/podcast geram.


(Eu colocaria uma foto dela dando joinha mas ela não está aqui em casa pra posar pra mim.)


Mas tal qual aquele lanche delicioso do podrão da esquina da faculdade, há um lado sombrio da fama de internet também — você vira um para-raios de gente raivosa.


Acontece por vários motivos. Tem o clichezaço “É TUDO INVEJA!!!!“, que eu particularmente jamais uso como argumento porque soa deveras arrogante. O sentimento não é fictício, evidentemente; existem pessoas que pegam antipatia por alguém literalmente DO NADA, simplesmente por ver a pessoa em posição de destaque, mas eu acho que apontar alguém como “invejoso” é de uma falta de auto-crítica gritante.


Tem a questão de que comunicadores como eu são pitaqueiros profissionais; está em nosso sangue e na nossa descrição de trabalho dar opiniões sobre isso e aquilo. É impossível dar opiniões públicas com frequência sem esbarrar com a rejeição do argumento. O problema é que quando alguém com um grande público fala algo “errado”, e você tem certeza plena de que o SEU ponto de vista é mais ponderado, com mais experiência no assunto e com melhor contexto, mas você SABE que a voz “errada” será mais ouvida, é impossível não sentir um ressentimento imediato.


E tem os momentos em que eu sou abertamente escroto com alguém, acidentalmente ou de propósito. Que é, eu diria, o motivo mais honesto pra alguém não gostar de mim. Tem algumas pessoas na internet que me odeiam que eu não sou capaz de dar nenhuma outra explicação além de “nope, aquele lá tem razão. Eu fui escroto mesmo“.


Enfim. A questão é que muito frequentemente eu estou na situação de ouvir impropérios nas minhas mentions do Twitter — aliás, é curioso como o imediatismo do Twitter facilita o hate mail. O que faz sentido, o Twitter é meio que uma “stream of consciousness“. Comentário raivoso no HBD? Poucos. Email revoltado? Há anos não recebo um. Já tweets revoltados… é todo dia.


Eu recebo o desacordo e a discussão de braços abertos, porque eu sempre fui chegado a um judô verbal. Acontece que às vezes dá pra notar que o sujeito está afim de algo mais agressivo.


O debate é produtivo, às vezes — quer eu consiga mudar a opinião de alguém ou ele muda a minha, de alguma forma algo transformativo, produtivo, aconteceu. Quando a pessoa vem com sangue nos olhos querendo CONFRONTAR em vez de debater, nada de útil sai. Geralmente é fácil notar a diferença em tons;  o Tom 1 é “bom, tem isso, mas você já considerou X e Y? Como você concilia sua opinião com estes fatos?”, enquanto o Tom 2 é mais pro lado do “COMO VOCÊ OUSA TER ESSA OPINIÃO BEM AQUI NA MINHA FRENTE?”.


Meu tempo é limitadíssimo, então não posso me dar ao luxo da conversa não-produtiva. Quando noto que o terreno é infértil pro intercâmbio de idéias, eu tasco um mute no cidadão, deixando-o falando sozinho, e parto pra próxima. O mute é mais interessante porque o mutado não tem idéia do que aconteceu; ele pensa que é tão insignificante que você nem se dá ao trabalho de reconhecer sua existência. Isso se tornou necessário porque existe nas redes sociais um hábito curioso de empunhar bloqueios como medalha de honra ao mérito.


De todas as “realizações” internéticas que se usam como instrumento de gabolice (por pessoas que só posso imaginar que tem pouquíssimas realizações tangíveis no mundo real), o block é talvez a mais patética.


Patético.


Já já abordo isso novamente.


Hoje o fenômeno aconteceu de novo. Alguém me confrontou por ter feito/dito algo. Eu falei, de forma meio desinteressada (por notar aquela altivez característica do Tom 1, que a pessoa tem como alternativa me dar unfollow, e é isso aí mesmo, grande abraço.


O sujeito continou mandando mensagens furiosas, escalando a animosidade. Eventualmente decidi que era um caminho sem volta; bloqueei o sujeito. Enquanto eu prefiro atualmente dar o tal mute, o Tweetdeck me fode a vida deixando ambas opções próximas no cardápio de “leve este sujeito pra longe de mim”, e eu cliquei em um quando deveria ter clicado no outro.


um babaca qualquer que jamais fará algo de valor na vida

Vamo ajeitar isso aí, Tweetdeck


Como manda a cartilha, o sujeito começou a berrar histrionicamente sobre o block. E eu mais uma vez confirmei que ninguém é bloqueado e fica quieto. Ninguém reage a um block com a indiferença que a pessoa frequentemente berra sentir sobre o ocorrido. Em vez disso, a pessoa (aparentemente se sentindo injustiçada?) tenta reestruturar o ocorrido numa verdadeira ginástica olímpica de dissonância cognitiva.


Primeiro, a pessoa se pinta como vencedor que triunfou numa batalha retórica — “sou tão bom no debate, mas TÃO BOM, que este desgraçado me bloqueou!” A entrelinha aqui é “EU VENCI!“, talvez uma forma de compensar fracassos na vida real. Nesta caixinha hermeticamente fechada em que ele monta um pequeno diorama do que aconteceu, ele é o protagonista e herói.


Após implorar pro seu pequenino círculo social (novamente, gente com esse tipo de alma venenosa raramente tem um grande grupo ao seu redor. Curiosa coincidência…) que validem sua versão dos fatos, quase clamando pelo reconhecimento de sua superioridade argumentativa, começa a sessão de “troca de figurinha”.


A pessoa inevitavelmente tem vários outros amiguinhos também traumatizados por um block do mesmo autor e estes começam a acalentar o companheiro, com uma linguagem que em muito lembra (tanto em formato quanto conteúdo) aquela clássica figura da mãe acalmando o filhinho que chora após um desentendimento na escola.


“Não liga não, eles não merecem você! Você é muito bacana, ELES é que são escrotos, óbvio!”, pontuado aqui e ali por suas próprias histórias de como foram bloqueados (mas que não se importam NADA, NADINHA, absolutamente nada!)


Por que diabos o sujeito manteria a lembrança e amargura de uma situação que insiste que não dá a mínima é no mínimo peculiar.


Hoje eu tive um insight sobre esse fenômeno, e isso me faz ver toda a situação de outra forma.


A reação exagerada perante rejeição — e não se engane; um block é uma rejeição — faz muito sentido quando você examina o contexto maior da relação que alguém como eu tem com alguém que gosta do meu conteúdo.


Por via de regra, é um relacionamento desigual. Você sabe quem eu sou, talvez admira a mim, ou o que eu produzo. Por algum motivo ou outro, você se interessa por mim.


Por questões meramente matemáticas, eu não posso retribuir o mesmo sentimento a TODO MUNDO que me acompanha. Eu tento conversar com todo mundo (meu Twitter é a prova disso; respondo tantos quanto posso), mas é literalmente impossível conhecer tanto dos seguidores quanto eles conhecem de mim, nem que eu fizesse disso meu trabalho em tempo integral.


A pessoa me segue, mas eu não a sigo. Ela acompanha minha vida, meu dia a dia, meus relacionamentos, e eu frequentemente não sei sequer o nome da pessoa. É um típico relacionamento unilateral — um termo que, embora seja mais frequentemente usado pra descrever relações românticas, também se aplica ao relacionamento entre amigos.


A maior parte das pessoas aceita isso como a natureza fundamental do relacionamento de produto de conteúdo/admirador do conteúdo, e segue sua vida sem jamais pensar na coisa. Alguns, por qualquer motivo (carência, talvez…?), nutrem no adubo dessa desigualdade um crescente ressentimento. E esse ressentimento vem à tona quando o sujeito pensa (às vezes, sem perceber) “ah, foda-se, agora vou falar mesmo!!!!”.


Quando isso é respondido com um block, que é essencialmente descartar a pessoa, parece que aquele nervo exposto do “eu me importo mais com ele do que ele se importa comigo” é atingido com a força de 1000 Carretas Furacões. Esse gesto deve ser interpretado pelo bloqueado como “eu já cagava pra sua existência antes, agora eu não quero sequer ter contato com você”, e talvez daí venha aquele ímpeto de recontar a história.


Sabe aquela típica piada sitcomzística do cara que, enquanto conta a história de como a namorada o largou, inverte os papéis e conclui que ELE é que deu um pé na bunda dela? É mais ou menos isso, mas acontecendo quase simultaneamente; o cara convence-se a si mesmo (e a quem mais puder, por que lembre-se: o bloqueado NUNCA leva seu block em silêncio. N U N C A) de que ele é o gente boa da situação, e que a pessoa que o descartou é que é um bobão.


É um mecanismo de defesa, basicamente.


Da próxima vez que você ver alguém celebrando um block de alguém que ela costumava seguir, entenda que na verdade o sujeito está tentando apenas se defender. E repare também que o bloqueado FREQUENTEMENTE se refere novamente ao bloqueadosr, repetidamente, com uma palpável mágoa.


Há algum tempo, quando eu empregava o block com mais frequencia, era corriqueiro ir ao Search do twitter e buscar as mensagens que a pessoa havia mandando pra mim. É batata — mentions diários apareciam, quase todos deixados no vácuo, o acúmulo dos mesmos fertilizando o ressentimento do relacionamento desigual que um dia explode num QUER SABER? VÁ SE FODER raivoso.


Eu já presenciei isso no meu próprio trabalho. O relacionamento desigual, no caso, é o paciente todo lascado de câncer, virtualmente preso ao hospital, dependente (física e emocionalmente) dos parentes sadios que os vem visitar aqui e ali, a quem eles inevitavelmente veem em posição mais afortunada, “superior”. O fulano ainda tem sua saúde, sua força, seus cabelos, sua liberdade, ainda vai ver os filhos crescerem, ele tem tudo que eu queria ter e tudo que eu ganho em troca desse relacionamento são migalhas de sua atenção de vez em quando.


O ressentimento de ver-se naquela situação de dependência enquanto nutre a impressão de que os parentes não se importam tanto assim com ele explode na aparentemente contraditória situação do paciente expulsar os parentes do quarto aos gritos por causa de uma mínima “ofensa”.


A primeira vez que vi isso eu achei estranhíssimo. Hoje, já é totalmente compreensível.


Isso explica o fenômeno de “se gabar de block”. A pessoa não está realmente se gabando no senso comum da palavra; ela está buscando validação. O que ela busca é ouvir o relato de outro amargurado, pra que confirme sua narrativa de “tá vendo?!??!!?!? Eu estava certo — aquele cara é um escroto mesmo!!!!!


É triste, mas fascinante. Igualmente curioso é o fato de que esse comportamento raramente vem de alguém profissionalmente/emocionalmente realizado. Você não vai ver, digamos, um Elon Musk, ou Jovem Nerd, ou um George RR Martin lamentando-se público e ruidosamente porque aquela pessoa que eles curtiam na internet se sentiram importunadas com sua presença e se livraram dela permanentemente.


Isso é porque gente realizada tá ocupada demais criando coisas pra dar alguma importância a isso.


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Published on April 23, 2016 14:57

April 21, 2016

Porque ainda não lancei meus outros livros

  

A essa altura do campeonato, a versão física de Todo Dia Tem Uma Merda está em vias de ser enviada aos compradores (aliás, muito obrigado a você que comprou o livro). O que muitos não sabem, no entanto, é que eu tenho três outros projetos de livro a caminho. 


Acima você vê a capa de Crônicas da Sex Shop, um relato sobre os três peculiares anos em que trabalhei no turno de madrugada numa loja de putarias e dildos. Entre as maluquices a que fui submetido, rolou um assalto à mão armada (com um MACHADO), uma stripper me oferecendo um boquete como meio de pagamento, um cara sendo assassinado do lado de fora da loja — o que me colocou na bizarríssima posição de ser testemunha no julgamento do meliante — e um mendigo que peguei fazendo amor com uma buceta portátil de plástico. 


Que diabo de vida maluca.


Há também o Todo Dia Tem Uma Merda: Parte 2.  


Esse é auto-explicativo. É também o motivo pelo qual eu não posto mais aqui as histórias em que eu me fodo. Tão tudo indo pro TDTUM2.


Além disso, tem também o Caralho, Ele Morreu de Quê?, uma coletânea das histórias mais bizarras que levaram alguém ao óbito. O subtítulo do livro já deixa claro o tipo de maluquice que ele conterá: “O homem que foi esfaqueado por um galo e outras histórias”.

Hiperativo como sempre, estou escrevendo os três simultaneamente. Todos estão em pontos variados de produção, com o Crônicas saindo na frente com 6 capítulos prontos. Olhaí:  


Se você curte bastante o HBD e talvez até comprou o TDTUM, você deve ser um dos que me perguntam diariamente onde estão meus outros livros. E o problema é tão besta quanto é paralisante.


Eu tenho um medo completo do fracasso.


Tenho medo de gastar tanto do meu limitado tempo produzindo algo que ou não terá qualidade, ou não venderá uma cópia sequer.


Geralmente quando alguém diz que não teve tempo para algo, todos sabemos (mas omitimos por causa do contrato social) que isso é uma desculpa esfarrapada. Não é o caso comigo: blog, dois canais no YouTube, dois podcasts, um trabalho em tempo integral, e uma esposa que constantemente disputa minha atenção com tudo isso. Uma noite de sono de 6 horas é uma noite excelente pra mim. 


Uma coisa é produzir um texto/vídeo/podcast. Você investe lá umas 3 horas, e a parada sai no ato. Você recebe o feedback na hora, vê o que funciona, o que não funciona, sente rápido satisfação do trabalho completo — ou está rapidamente de volta à prancheta de desenho preparando outra coisa caso a primeira saiu uma merda.


Livro não. Livro é compromisso. Toma o tempo que eu uso pra produzir coisas com rotatividade maior. E, se sair uma merda/ninguém comprar, foi um mal investimento do meu escasso tempo. 


Enfim. Os livros vão sair, eu prometo. Só não posso dar uma data definitiva. 


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Published on April 21, 2016 19:12

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Izzy Nobre
Izzy Nobre isn't a Goodreads Author (yet), but they do have a blog, so here are some recent posts imported from their feed.
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