Izzy Nobre's Blog, page 30
November 25, 2014
Afinal: por que gostávamos do Jim Carrey?
O texto de hoje é sobre aqueles momentos em que você olha pra trás e pensa “porque diabos eu gostava disso?!”
E dessa vez nem é porque estou revendo playlists que eu criava no iTunes 6-7 anos atrás, cheios de nu metal e tal.
Hoje falaremos do senhor James Eugene Carrey.
Então. Eu estava revendo aqui a filmografia do Jim Carrey e lembrando de como o cara era adorado nos anos 90. Em 1994, especificamente, o cara fez 3 comédias incrivelmente populares — Ace Ventura, O Máscara, e Debi&Lóide. Foi o suficiente pra ele se cimentar como O rei da comédia naquela década.
E isso me faz questionar muito o nosso senso crítico da época. Não dá nem pra dizer que minha opinião negativa sobre os filmes do cara é fruto da minha aproximação da meia idade ranzinza, mas nem é o caso — alguns dos filmes do comediante eu já odiava até naquela época, como Debi&Lóide. Aliás, esse deveria ter entrado na minha lista de filmes com nomes traduzidos escrotamente.
Pra quem talvez só tenha conhecido o filme em sua tradução, o nome original é “Dumb and Dumber“. Um dos personagens do filme se chama Lloyd, e na distribuidora alguém pensou “RAPAZ QUE LEGAL SERIA SE O OUTRO PERSONAGEM FOSSE UMA MENINA CHAMADA “DEBBIE” NÉ?!?!?!“, e aí se entreolharam e decidiram que nem precisava, porque podem simplesmente mudar o nome de um dos personagens na tradução em prol do trocadilho e foda-se.
Não que “Dumb and Dumber” seja um nome genial (porque um filme tão imbecil precisaria de um nome genial, afinal), mas qualquer coisa seria melhor que uma tradução que muda o nome de um personagem só pra favorecer uma piadinha no título.
Enfim. O Jim Carrey foi basicamente o Tom Cavalcante americano — despontou nos anos 90 com um papel favorito da galera e virou expoente do humor durante aquela década inteira, a despeito do fato de que se você prestar bem atenção os personagens dele são muito mais irritantes do que engraçados.
Velho, você já experimentou ver Ace Ventura agora, como adulto? Os personagens do Jim Carrey eram quase todos estupidamente irritantes (culpo os diretores, que após o filme do detetive de animais deviam falar pro cara “Jimcarreyize essa cena totalmente, é isso que o povo quer mesmo!”), mas esse é realmente insuportável.
Sua aparição como Charada no Batman Forever é sem qualquer dúvida o pior elemento do filme, com o Carrey enfiando 2-3 piadinhas freestyle numa cena, na esperança de que ALGUMA cole, e o simplesmente editor mantendo todas na fita final para maximizar o jimcarreyismo da película.
“O Pentelho”, um dos primeiros filmes que vi na DirectTV quando meu pai assinou o serviço, junta os trejeitos irritantes do Carrey com o absolutamente ingostável Matthew Broderick — foda-se Curtindo A Vida Adoidado. Nunca vi e por isso não tenho essa mesma estima nostálgica pelo Bueller de vocês — e consta como um dos primeiros filmes da minha VIDA que eu desisti de ver no meio.
Aí alguém fala “nossa izzy q babak o jim carry fez filmes excelentes como…” como Show de Truman, Mundo de Andy e o Brilho Eterno da Mente Sem Lembranças, correto? Eu sei que é isso que você vai falar.
E eu concordo. Esses três são realmente filmes EXCELENTES, e os três tem algo em comum: não tem jimcarreyismos. Tá lá o Jim Carrey, sim, sustentado por excelentes histórias, e sem os trejeitos e maneirismos e sem falar com a bunda e sem agir, de maneira geral, como alguém com graves problemas mentais/sociais.
Quando você percebe que INDISCUTIVELMENTE os filmes bons do Jim Carrey são os que tem menos Jim Carrey, o meu ponto se torna quase inegável: por que nós, o público pagante de cinema, aparentemente gostava tanto do Jim Carrey do Ace Ventura, Debi&Loide, Batman Forever…?
Me responda.

November 24, 2014
5 sacanagens domésticas que todos fazemos
Morar com nossos pais, a partir da chegada da adolescência, começa a se tornar uma porcaria.
É nessa época que o tradicional espírito de inconformação e de revolta contra imagens de autoridade começa a dar as caras, provocando em tantos lares aqueles confrontos totalmente desnecessários com as figuras paternas. E estes, que por algum motivo estranho recebem o fenômeno com surpresa (como se a insubordinação adolescente fosse algum tipo de evento inédito), respondem à revolta juvenil reforçando sua autoridade numa fútil tentativa de manter as rédeas da família. “Mostrar quem é que manda”, como se diz popularmente, com o sufixo “…nesta porra” geralmente adicionado.
O resultado desse atrito entre pais atingindo a meia idade e filhos chegando à puberdade é uma desagradável guerra fria dentro da sua própria casa — um lado testando os limites do outro, gradualmente aumentando as provocações/punicões, vendo até onde pode antagonizar a outra pessoa até que ela finalmente exploda e retalie arranhando os CDs do Roberto Carlos de um, ou “acidentalmente” atropelando o cachorro do outro. “Sim, eu acidentalmente dei ré e passei por cima do cachorro de novo oito vezes, filho, me desculpe”.

“Mas olha aí, ele tá de boa!”
Na minha casa, o maior motivo das confusões era a minha preguiça e aparente recusa em colaborar com os afazeres domésticos. Me faltava iniciativa pra limpar a casa por conta própria, e eu só fazia isso se fosse diretamente comandado (múltiplas vezes) a executar a tarefa. E, quando finalmente fazia o que me era pedido, fazia da forma mais preguiçosa e desleixada possível, garantindo que alguma outra pessoa teria que refazer a tarefa ao mesmo tempo que resmungava a respeito da minha inutilidade.
Atire a primeira pedra quem não passou os últimos três anos da sua adolescência emulando esse exato comportamento.
Meu pai, compreensivelmente, ficava putíssimo com a minha vagabundagem, mas ele levou minha preguiça como indício de uma malícia maior: ele interpretava meu desleixo como uma declaração oficial de guerra, como se eu estivesse propositalmente ignorando as responsabilidades domésticas para provocá-lo de forma sutil. Ele estava determinado a crer que minha atitude era uma sofisticada tática de guerrilha psicológica que tinha como propósito deixá-lo louco. Louça suja na pia, camiseta no meio da sala, meias sujas abandonadas na escada, DVDs esquecidos embaixo da mesa de centro e por aí vai. Tudo calculado pra provocá-lo, ele pensava.
Realmente não era o caso. Eu tinha apenas preguiça demais de organizar minha própria bagunça, e em alguns casos se tratava até mesmo de uma espécia de cegueira seletiva não-voluntária — é como se eu nem visse a bagunça.
Independente de como eu tentava explicar que meu desinteresse nas tarefas era idôneo, meu pai havia se convencido religiosamente que a minha missão era causar sua raiva. Nem Jesus Cristo em pessoa poderia convence-lo do contrário, nem que usasse todo seu repertório de mágicas.

Parece exagero esse GIF mas cê tá ligado que 2 mil anos atrás não era preciso muito pra se tornar um líder espiritual com “super poderes” né?
Hoje, sendo o “homem da casa”, é como se eu tivesse herdado do meu pai o anseio por manter a casa em ordem. Agora entendo por que meu pai sentia tanta fúria ao chegar do trabalho e encontrar nossa casa em estado de completa desordem.
Meu quarto, por exemplo, era um cenário de perene baderna. É como se aquele cômodo, no momento em que me mudei pra ele, tivesse se tornado preso no estado quântico de maior entropia possível.
Pros não-nerds, eu traduzo: meu quarto parecia ter presenciado a explosão de uma bomba cheia de roupas. Era uma lástima; e só agora isso me incomoda o bastante pra fazer algo a respeito. Já cheguei em certas ocasiões a arrumar a casa inteira, sozinho (varrer o chão/aspirar o carpete/passar pano no piso da cozinha/espanar os móveis), logo após chegar em casa do trabalho às 11 da noite, cansado e com fome.
E agora, consigo entender porque meu pai se chateava tanto tentando manter a casa em um estado mínimo de organização enquanto alguém parece chegar em casa disposto a pegar cada item da casa que não esteja colado ao chão ou parafusado à parede, e colocá-lo a dez metros de distância da posição inicial.
Aqui está a lista com os mais odiosos desleixes caseiros acontecem por aí. Seja honesto e admita – quantos desses você cometeu hoje?
Toalha Molhada
Você conhece a cena. Tu acabou de chegar do trabalho, e está cansado porém animadíssimo pra finalmente jogar a cópia do novo Call of Duty que você precisou esperar numa fila por quase duas horas pra comprar. Sapatos removidos através de inércia (você conhece a técnica — um poderoso semi-chute interrompido bruscamente, transferindo a energia cinética através da sua perna até o sapato, que sai voando e acerta o cachorro), gravata afrouxada, paletó precariamente pendurado na maçaneta da porta e testículos meticulosamente coçados.
E não é de qualquer jeito, não. Existe uma técnica.
Primeiro o direito, no hemisfério inferior, depois o esquerdo, finalizando com um rápido porém eficiente remanejo dos seus aparelhos dentro da cueca. A cheiradinha da mão, pra averiguar a condição aromática testicular (e assim poder decidir com precisão cirúrgica quando o próximo banho é necessário), é passo opcional.
Organização genital é uma técnica tal qual a migração dos pássaros — ninguém precisa nos ensinar o procedimento, está no nosso sangue.
E assim como a migração sazonal das aves, é um instinto essencial pra nossa sobrevivência. Por que você acha que TODOS os homens organizam suas bolas? Porque os que não exibiam essa característica não viveram tempo o bastante pra deixar descendentes. O comportamento mais bem adaptado ao ambiente é que acabou se tornando predominante graças à herança hereditária. Seleção natural, fio. IT’S SÁIENSE.
Após o breve ritual de reajuste testicular, você está oficialmente com o resto do dia livre. A namorada está trabalhando, seu irmão desapareceu a duas semanas, seu telefone foi cortado por falta de pagamento e os inconvenientes mórmons que rondavam sua vizinhança foram recentemente empurrados na frente de um trem em movimento por membros da gangue religiosa rival, os Testemunhas de Jeová. Uma tarde inteira de tiros virtuais te espera e ninguém te interromperá por horas.
Mas espere. O que é isso? Alguém jogou uma toalha molhada em cima da sua cama. Seu dia está arruinado e nenhum joguinho eletrônico melhorará seu humor.
Toalhas, como todos sabemos, tem a estranha propriedade de absorver seu mau odor, a despeito do paradoxal fato de que você acabou de tomar banho antes de usá-la. Essa misteriosa propriedade das toalhas (desenvolver uma poderosa nhaca apesar de que só a usamos após estarmos limpos) é potecializada caso você embrulhe-a enquanto ela está molhada e a deixe jogada por aí, fermentando em sua catinga. O pútrido aroma acaba permeando cada milímetro cúbico do ambiente, preenchendo o coração da testemunha do crime com puro ódio que só poderia ser amenizado por intermédio de jogar o culpado dentro de um forno industrial daqueles que se usam pra moldar vidro.
Devo ser sincero: aqui em casa, sou o principal responsável por esse vacilo. Mas desenvolvi uma forma eficiente de desviar da bronca da esposa: quando ela começa a reclamar da toalha, finjo que não sei falar inglês.
Garrafa dágua vazia
Esta é ainda mais insidiosa que a toalha em cima da cama, e já aconteceu com todo mundo aqui ao menos cinquenta vezes na semana passada.
Você acabou de chegar em casa depois do trabalho. O sol é castigante durante toda a caminhada do ponto de ônibus até a sua casa. Seus olhos ardem por causa do suor acumulado nas sobrancelhas. Sua boca está ressecada e você está até meio tonto, tamanha é a sua sede.
Você se dirige à geladeira. Ao abrir a porta do eletrodoméstico, você é recepcionado com uma refrescante baforada de ar gelado.
Infelizmente sua alegria durará pouco, pois em alguns segundos você descobrirá que a garrafa está vazia. Não apenas essa que você pegou, mas todas as outras também.
E como sabemos que não acontece evaporação dentro de uma geladeira, não há mistério sobre a situação: algum filho da puta chegou à garrafa antes que você, e consumiu todo o líquido antes que você pudesse ter a chance. Você não pode provar isso, mas dá quase pra imaginar o desgraçado fazendo isso propositalmente enquanto ri da sua decepção dali a alguns momentos quando chegar à geladeira.
A parte realmente revoltante deste cenário é o fato de que o indivíduo que teve acesso à geladeira antes que você simplesmente não teve o menor interesse em reabastecer a garrafa. Ele esvaziou-a e, tendo saciado a própria sede, decidiu que os outros habitantes da casa não merecem a conveniência de encontrar água gelada no momento em que precisam dela. Encontrar uma garrafa vazia na geladeira é como se o sujeito estivesse dizendo “Tá com sede? FODA-SE se você está com sede; quero mais é que você se engasgue e morra ainda hoje”.
Em matéria de comunicação não-verbal, deixar uma garrafa vazia na geladeira é sem dúvida o melhor método de passar uma longa mensagem com um único gesto de omissão egoísta.
Uma variação dessa prática é não reabastecer as forminhas de gelo no congelador, o que é exponencialmente pior. Falta de água gelada pode ser contornada com cubos de gelo, mas e a falta de cubos de gelo? Assim como a morte e o pagamento de impostos, falta de gelo é um problema que não pode ser resolvido a não ser através do uso de magia negra.
O que trás um importante questionamento: poderia o MacGyver resolver esse problema? Depende — quantos clipes de papel ele tem a disposição? Geralmente um é suficiente pra que o herói resolva qualquer situação, mas como você pode ver o problema da falta de cubos de gelo é realmente bastante complicado.
Não re-encher garrafas dágua é um dos maiores ataques disfarçados na arte da guerrilha doméstica.
Papel higiênico esgotado
Todo mundo já passou por essa: você senta-se à privada, cata o celular pra dar uma olhadinha no Instagram daquela gostosa, tu conduz seus assuntos intestinais sem perceber a falta do papel higiênico até que seja tarde demais.
Os dedos encontram o rolo vazio com total descrença. Dizem que o primeiro estágio psicológico que segue uma grande desgraça é a Fase da Negação, quando o infeliz não consegue (ou se recusa a) acreditar na tragédia que está acontecendo. Freud deve ter inventado essa após ser traumatizado por uma potente feijoada.
Você dá aquela girada no rolo, não querendo aceitar a realidade. E não, aqueles fiapinhos de papel ainda colados ao rolo não servirão. E pouco a pouco a situação se torna mais clara.
O desgraçado que usou o banheiro antes de você esgotou todo o papel. E pior que isso, ele deixou você abandonado à própria sorte, tendo que contemplar a idéia de tomar um banho prematuro ou destruir as próprias cuecas pra escapar da situação.
Poucos outros objetos no banheiro poderiam oferecer ajuda nesse momento. Escovas de dentes? Apesar de ser uma idéia tentadora (ela serviria como solução E vingança ao mesmo tempo), a superfície de contato é pequena demais e você arrisca entrar em contato direto com a massa fecal.
Sabonete? Coeficiente de atrito desconsiderável, impossível alcançar tração suficiente.
Toalhas de mão? Se desfazer da arma do crime é complicado, já que uma toalha não desceria pela descarga e nenhuma quantidade de esguichos de Bom Ar seria capaz de camuflar o distinto odor de uma toalha de mão completamente folheada a bosta. Você teria que cruzar a casa inteira com uma toalha cagada a tiracolo, e ainda assim, onde você a jogaria? Na lixeira da cozinha?
Ou você toma um banho, ou usa as cuecas. Não há meio termo. E quando você finalmente decide usar as próprias cuecas, é como aquele momento nos filmes de guerra em que as circunstâncias obrigam o grupo a deixar alguém pra trás — você sente um misto de tristeza e vontade ainda maior de extrair vingança.
Tal sabotagem é uma das mais danosas aos relacionamentos domésticos, já que sua eficácia depende justamente de explorar a vítima em seu momento mais frágil – mais especificamente, quando o sujeito está todo cagado e humilhantemente dependente de ajuda exterior.
Esse tipo de oportunismo não é esquecido ou perdoado facilmente. A utilização desta manobra deve ser considerada análoga à de uma bomba atômica – utilize apenas quando todos os meios diplomáticos já foram tentados, e apenas se você puder lidar com a possível retaliação.
A preparação da armadilha exige um pouco mais de cuidado, também. Você deverá ir ao banheiro pra um relaxante Número Dois (obrigado, cultura norte-americana, desde 2003 me dando uma alternativa pra dizer “PRECISO CAGAR”) e calcular seu uso do papel cuidadosamente. A idéia é usar todo o papel e terminar de se limpar ao mesmo tempo, deixando para trás nada além do rolo de cartolina. Essa seria a execução perfeita: falta de sincronia te obrigará a substituir o rolo no meio da cagada, estragando o plano.
Essa sacanagem é uma das mais versáteis e não se limita ao território doméstico. Você pode executa-la em locais públicos, como bibliotecas e lojas de departamento. Esse tipo de ambiente provoca uma situação muito mais desesperante do que em seu próprio domicílio, afinal, em casa na pior das hipóteses você pode abandonar a convencionalidade e simplesmente pular no chuveiro. Em território inimigo, a única solução são suas cuecas. Ou as meias.
Obviamente, quando nos vemos forçados a soltar o barro em locais não-familiares, bom senso dita que a checagem de papel antes do serviço é primordial; ela faz toda a diferença entre entrar e sair do banheiro com rapidez e praticidade, e se ver preso ao local à mercê da ajuda de estranhos. Entretanto, todos sabemos que bom senso não é uma capacidade mental compartilhada pela maioria da população. Uma quantidade considerável de infelizes cai nesse truque diariamente fora do seus domínios, o que tráz uma importante lição sobre prestar atenção no ambiente ao seu redor.
Molhar o banheiro inteiro após um banho
Passei minha infância inteira ouvindo duas frases várias vezes por dia — “moleque, desliga essa porra de videogame e vai estudar!” e “quem foi o infeliz que molhou a porra do banheiro inteiro?”.
Por motivos que não consigo explicar, tenho um problema em ficar dentro do banheiro por tempo suficiente pra secar meu corpo de maneira eficiente. Eu suspeito que tem algo a ver com o fato de que quando criança, eu abominava a necessidade de tomar banhos. Por isso, o ato de lavar-se parecia uma supérflua perda de tempo. A única maneira de neutralizar o prejuízo do tempo perdido no chuveiro era não passar nem mais um segundo dentro do box.
Se enxugar? Pfff. A próxima roupa que eu vou vestir cuidará disso.
Por causa disso, após cada banho meu, o banheiro parecia ter sido o palco onde um grupo de oito crianças pré-escolares havia brincado de guerra com balões dágua por cinco horas initerruptas.
Por mais que minha mulher tente me catequizar pra abandonar essa prática, por mais que ela tente me convencer que os dez segundos adicionais dispensados ao ato de se enxugar dentro do box não serão tempo perdido em vão, esse é um daqueles hábitos que eu jamais abandonarei. Ela que se acostume a entrar no banheiro se apoiando firmemente nas paredes.
Peidar na cara dos broders
Ok, eu sei o que você está pensando. “Izzy, ó Izzy, gênio das artes nerds e ícone de virilidade”, você falou, “como é que você convenceria alguém de que uma flatulência expelida diretamente contra a face de alguém é um ato idôneo?”
Sua indagação tem embasamento. Considere por exemplo a situação comum em que o ataque acontece: seu irmão/namorada/amigo de trabalho está esparramado no seu sofá, assistindo alguma porcaria na televisão. Você está sentado do lado dele. De repente, tu sente o incômodo estomacal que antecede uma perturbação intestinal. Acessando uma parte do seu cérebro que só realmente presta pra fazer o que não presta, você faz um rápido cálculo mental e chega à conclusão que o ETA do peido é T minus 10 segundos.
Duas opções são apresentadas ao seu cérebro — levantar a perna, facilitando a ejeção do material gasoso de forma não ofender (muito) o nariz do companheiro, ou posicionar-se diante do infeliz e enfiar o peido na fuça dele de forma que todos os centímetros cúbicos de ar ao seu redor adquiram o odor e textura do feijão que você comeu há poucas horas?
Poisé. Você arruma um pretexto pra levantar do sofá (“opa, vou ali checar meus scraps e já volto!”) e BLLRRRGGH, solta um sonoro peido a poucos centímetros de distância do rosto do sujeito. Se o indivíduo teve o azar de ter aberto a boca pra bocejar naquele instante, a sua leve brincadeira pode ser elevada a crime contra a humanidade, sujeita a condenação pelos magistrados de Genebra.
E caso você faça isso, é praticamente impossível convencer a vítima de que o que acabou de acontecer foi um acidente. Todas as pessoas desse planeta sabem que a sincronia necessária pra depositar um peido diretamente nas narinas de outra pessoa jamais poderia acontecer por acaso; o alinhamento quase eclíptico do cu com a cara não acontece espontaneamente. Não há como peidar “não intencionalmente” na cara de alguém.
Mas você não precisa de uma desculpa. É isso que ele merece por não encher as garrafas dágua.

November 23, 2014
[ Highlight da Semana ] Chegada triunfal em Cerulean!
Pra quem está por fora — tenho certeza que você tem mais o que fazer da vida do que ficar a parte de TUDO que eu faço pela internet –, eu finalmente atendi os pedidos que me faziam há muito tempo de transmitir joguinhos pela internet/jogar com os leitores. Você poderá encontrar minhas lives neste meu perfil do Twitch.
Por que Twitch e não YouTube? Eu tentei originalmente YouTube, mas encontrei inúmeros problemas. Fui convencido a usar o Twitch.
E felizmente, você não precisa também se preocupar taaaanto em acompanhar as lives porque existe o highlight — um momento particularmente bacana da transmissão que o sujeito, no caso este que vos fala, salva pra que você possa assistir posteriormente. Tipo os Gols do Fantástico, saca?
Então, neste fim de semana joguei bastante CS com os broders do HBD; é realmente sensacional voltar a jogar esse clássico das lanhouses após tanto tempo — e mostrando toda a ferrugem acumulada ao longo da década passada com a falta de prática no jogo. E embora as jogatinas de CounterStrike tenham rendido highlights fenomenais, o Highlight da Semana vai pra minha chegada em Cerulean.
Estamos zerando PokeMMO juntos, e um dos primeiros momentos emocionantes do jogo foi finalmente chegar em Cerulean (após aquela passada cansatiiiiiva por Mt Moon) onde um grupo de leitores e inscritos me aguardavam. É difícil explicar POR QUE exatamente tanta gente ficou tão feliz porque meu bonequinho pixelizado de um jogo de 10 anos atrás foi do ponto A ao ponto B; é o tipo de coisa que você precisava estar lá pra compreender o espírito da coisa.
Mas como tu não tava, vai ter que se contentar com o highlight:
Watch live video from izzynobre84 on Twitch
Acho que a parada gera essa reação porque eu já comentei, em diferentes ocasiões, minha dificuldade em zerar Pokemon. É inexplicável, já que é um joguinho pra crianças basicamente. Minhas repetidas tentativas já viraram parte da mitologia do HBD.
Talvez seja por isso a galera esteja tão empolgada em não apenas me ver falando “aê gente, finalmente zerei pokemon“, não apenas me assistir fazendo isso, mas de fato caminhar do meu lado zerando o game junto comigo.
E diz aí, com a musiquinha no fundo a parada pareceu realmente bem emocionante!

[ Vídeos da Semana ] Celulares gigantes e “step up to the plate”
Olá amigos! É domingo (bom, é domingo ainda onde eu moro, anyway), o que significa um post detalhando os vídeos que publiquei essa semana! Algumas pessoas não tem tempo/paciência pra acompanhar todos os vídeos, então imaginei que uma lista com os vídeos semanais — junto com uma descrição sobre eles — agradaria muitos leitores.
Primeiro, minha opinião sobre o novo paradigma de celulares gigantes.
Celulares grandes já estão aí há muito tempo, sendo oferecido por várias empresas diferentes — e em sua maioria, oferecendo excelente experiências. Eu mesmo sempre achei o Note um celular excelente, desde que o usei pela primeira vez. O Note é o tipo de celular que me faria largar o iOS. HTC One M8 e o Nexus 6 não ficam atrás, excelentíssimos aparelhos também.
Acontece que havia um segmento considerável do público consumidor de celulares que, talvez por causa da resistência da Apple em lançar aparelhos maiores, se convencia que o “tamanho certo” de celular é o do iPhone 5S. Eu penso que muitos desses talvez mudarão de idéia agora, o que no geral aumenta a “aceitabilidade” de celulares grandes.
Muitos nos comentários me entenderam errado e acharam que eu queria dizer que celulares grandes só prestam agora porque a Apple entrou no jogo. Não é exatamente isso; eu particularmente SEMPRE gostei de celulares grandes. Mas eu acho que muitos no público em geral acharão isso.
No Engrish Challenge dessa semana, expliquei uma expressão que nasceu no baseball — “step up to the plate”.
Uma expressão que se encaixa perfeitamente como sinônimo dessa, e que eu não mencionei no vídeo, é “rise to the occasion” ou “rise to the challenge”. Funciona literalmente da mesma forma, totalmente intercambiável.

November 21, 2014
Eu, você e vários outros vamos zerar pokemon JUNTOS
Então, galera! Manja que eu dei o bizu de como jogar Pokemon FireRed online com os broders? Aquele é possivelmente o texto mais importante da internet.

E aqui o resultado daquele post
Agora vamos DE FATO jogar juntos. Através da minha conta no Twitch, onde estive transmitindo joguinhos de SNES e jogatinas de CounterStrike com meus leitores.
Aliás, diga-se de passagem, o CounterStrike com a galera foi de um nível inacreditável de tão divertido.
Confira um dos melhores momentos:
Watch live video from izzynobre84 on Twitch
(Quem quiser jogar é só me adicionar no Steam — nick IzzyNobre — ou entrar no nosso grupo)
Em outra ocasião, joguei Slenderman ao vivo com minha querida mamãe e demos berros desesperados quando levamos um mega susto do bicho:
Watch live video from izzynobre84 on Twitch
MAS ENFIM: Pokemon.
Hoje entrei lá no PokeMMO com vários leitores do site e inscritos do canal e foi SENSACIONAL. Após a live minhas bochechas doíam de tanto rir das palhaçadas da galera, ou de simplesmente sorrir pelo simples fato de que vivemos num mundo onde é possível jogar Pokemon FireRed online.
Aí um trechinho da live, pra você que perdeu e/ou precisa ainda ser convencido a instalar o PokeMMO:
Watch live video from izzynobre84 on Twitch
Como foi absolutamente sensacional, decidi tornar esta jornada conjunta por Kanto numa nova série do meu canal no Twitch. Sempre que possível nos reuniremos pra avançar mais entre ginásios e aqueles treinadores vagabundos que ficam naquelas estradas só de esperando pra comprar briga.
Vai ser bom demais.

November 20, 2014
Hoje aprendi sobre a tumba do soldado desconhecido, e vou te explicar
É o seguinte.
Muitos soltados que morrem em guerras são achados aos pedaços, irreconhecíveis, e isso quando são achados. Por causa disso, existe a necessidade de um monumento pra celebrar o sacrifício deles.
Existem várias “tumbas do soldado desconhecido” ao redor do mundo (tem uma no Brasil, e uma na Itália celebrando os soldados brasileiros), mas provavelmente a mais conhecida — e também mais bad ass, eu diria – é a tumba americana.
Embora curiosamente não tenha um nome oficial, o monumento é conhecido como a Tumba do Soldado Desconhecido e é uma espécie de atração turística de bastante peso nos EUA, especialmente durante feriados que comemoram o sacrifício dos militares, como o Memorial Day.
O significativo histórico e cultural da tumba é TÃO grande que a tumba é protegida literalmente 24 horas por dia, mesmo sob chuva como na foto acima, ou neve na foto abaixo:
Aliás, chuva e neve não é nada. Mesmo durante um furacão, a guarda é mantida:
Parte do ritual é que, quando não virados para a tumba, os soldados devem manter seus rifles virados pra fora, ou seja, na direção do público. Isso é pra simbolizar que o rifle fica sempre entre a tumba e uma possível ameaça (embora se ficasse “pra dentro”, continuaria entre a tumba e um hipotético ataque, especialmente porque não há como saber de que lado um malfeitor viria, mas eu não vou discutir com um cara armado).
Além disso, os soldados que patrulham o túmulo não usam nenhuma insígnia, que é pra que jamais tenham patente maior que o soldado desconhecido.
Essa é a insígnia de identificação que os guardas usam. Os requerimentos pra se tornar guarda da tumba são TÃO espartanos, e o cargo tão inalcançavel pra maioria da população militar, que essa insígnia aí é a SEGUNDA mais rara nos EUA.
Sabe qual a PRIMEIRA? A de astronauta.
Mas isso não é tudo. O cargo dos guardas não é apenas pra enfeite, não; eles também estão lá pra dar broncas sensacionais em turistas desrespeitosos. Por exemplo…
E não se leva bronca só por risadinhas não. Passou da barreira que separa o monumento e o público? Toma berro também:
Entrou no monumento pelo lado errado? Vai levar esporro também:
A única coisa permitida é observar o ritual com silêncio e respeito pela morte dos soldados desconhecidos. Se ultrapassar a barreira, ficar conversando, rir ou qualquer coisa do tipo, leva um cagaço com a intensidade característica de uma professora de matemática alegando que a sua é a pior classe que ela já teve que ensinar.
Como o americano médio que visita esse tipo de monumento tem bastante reverência pelo significado do monumento, é possível aliás que os turistas sem modos nem sejam americanos. Em geral, o monumento goza de uma das atmosferas mais solenes possível. A maioria das pessoas respeita bastante a Tumba do Soldado Desconhecido.
Bom, eu falei A MAIORIA.

November 18, 2014
Já imaginou um MMO de Pokemon FireRed? Pare de imaginar e venha jogar
É o seguinte. Deixarei que a imagem abaixo fale por mim.
THAT’S FUCKING RIGHT. Já existe, no nosso planeta, sem que você tivesse conhecimento, um MMO GRA-TUI-TO de Pokemon FireRed. Meras palavras em idioma humano não são capazes de ilustrar bem este conceito magnífico. Segura essa outra imagem aí:
MMO. GRATUITO. DE POKEMON. A gente sairá alegremente passeando por Kanto, jogando juntinhos nas livestreams que ando fazendo. Jogaremos ao vivo, nas minhas livestreams, perante centenas de malucos que nos darão dicas e/ou aloprarão nossa falta de skill.
VAI SER LEGAL DEMAIS, CARA.
Vou te passar o esquema todo, passo a passo.
1) Crie uma conta no site do PokeMMO
Clique aqui e crie sua continha. É moleza — username, email, senha, confirma senha, e acerta o Captcha pra o serviço saber que tu é um ser humano de carne e osso e não uma das máquinas que nos matará um dia.
Depois disso, você…
2) Baixe o cliente do jogo

Isso aqui.
Aqui está o link pra Windows. Se sua praia é Mac, clique aqui.
Feito isso, agora…
3) Pegue a ROM do joguinho
Mano, já estamos QUASE capturando Rattatas e Pidgeys junto, lado a lado, como fomos destinados por Deus a fazer.
Clique aqui pra pegar a ROM do Pokemon FireRed. Esta é a versão que você tem que pegar:
Sacou? É a GBA Pokemon Fire Red Version ROM Download (U) (V1.0).zip
Estamos quase lá. Agora…
4) Extraia o .zip do cliente do joguinho

Estes são os arquivos do ZIP
Como a sua vida a partir de agora será jogar PokeMMO conosco, jogue dentro de uma pasta no desktop para fácil acesso.
Lembra da ROM que tu baixou? Tá vendo que tem uma pasta “ROMS” do cliente?
Este próximo passo deveria ser óbvio, mas vou explicar anyway porque né?
5) Coloque a ROM do FireRed dentro da pasta ROMS

Assim.
Não tem nem o que explicar. Apenas siga o GIF instrucional.
6) Clique no PokeMMO.exe e cabou-se
E é isso aí. Ao abrir o jogo, logue com a conta que você criou e tu verás duas opções de servidores:
Como o servidor “PTS” parece estar perenemente offline, não é exatamente uma “opção de servidores”, e sim “opção de clicar obrigatoriamente no servidor SERVER-0“. Mas mano, você vai jogar FireRed online, pare imediatamente de reclamar.

A escolha correta
Mano. Pokemon online. OLHA ISSO.

ESTOU PASSEANDO POR KANTO COM OUTROS JOGADORES
INACREDITÁVEL. Uma imensa galera correndo por aí, batalhando, vendendo/comprando/trocando pokemons…

O livre mercado em ação
É como se todos os coleguinhas dos tempos da escola subitamente ganhassem GameBoys com Pokemon pra jogar com você.
FODA PRA CARAIO. Aguarem nossa gangue tocando o terror em Kanto!

November 17, 2014
[ Pergunta do Dia ] Que tecnologia você levaria para o passado com você?
Outro dia eu estava assistindo Robin Hood (aquele com o Russell Crowe cujas resenhas na época não foram tão boas ou algo assim…? Olha, eu até que gostei!) e durante uma das cenas de batalha campal, eu pratiquei um dos meus hobbies mais antigos e baratos:
Simular mentalmente qual seria o resultado da batalha caso um dos lados tivessem tecnologia bélica atual.
Claro que se a guerra fosse entre um exército da Idade Média versus um pelotão de Marines americanos, não teria nem graça. O que eu imagino exige um pouco mais de desafio: e se UM dos participantes da luta tivesse, sei lá, um fuzil de assalto moderno como o M4? Sem dúvida o lado desse viajante do tempo estaria em vantagem, mas sendo ele apenas um homem (e que poderia ser, sei lá, acertado por uma flecha e tal), ainda haveria uma chance pro outro lado.
Se o sujeito tivesse um TANQUE a sua disposição, por outro lado, eu vejo como literalmente impossível a vitória do exército medieval oponente, independente do seu tamanho.
Mesmo com munição e combustível limitado, bastaria alguns disparos certeiros do blindado (além da desmoralização completa de ver suas flechas e lanças provocando ZERO efeito no monstro metálico) pra debandar um exército de milhares de homens. Além do canhão principal esse M1 Abrams ainda vem em configurações que colocam umas M60 ali na turret; não haveria qualquer chance pra um inimigo de séculos atrás.
Aí eu levei o exercício pra outra esfera. Digamos que você se vê transportado para o Brasil do século 18, no período colonial e tal.

Esta seria a sua realidade
Digamos que o transporte fosse irreversível, ou seja — tu ia ter que se virar no passado. Que objetos você traria consigo pra garantir que se tornaria um homem influente/poderoso na cultura do local?
Pense bem. Ah, e a regra da parada é que não pode ser nada ABSURDO — cê não vai ter um AH-64 pra dominar tudo na base exclusiva da força e terror. Tente se manter a algo relativamente fácil de obter.
Fiz a pergunta no tuíter e deram umas respostas bem interessantes. Eis a minha lista:
- Um ereader com inúmeros artigos sobre o Brasil colonial daquele período. Personalidades, empresas, associações, eventos importantes, todos os detalhes históricos possíveis sobre a região. Conhecimento é poder, e sendo um total recém chegado eu precisaria de todas as informações possíveis pra me estabelecer no local.
– Uma lanterna. Dispensa explicar porque, né?
– Um carregador solar pra calar a boca de quem vai falar “MAS A BATERIA DESSES ELETRÔNICOS IA ACABAR IZZY“.
– Um canivete. Aliás, teve uma época da minha vida que eu sempre deixava um no chaveiro (tirei quando alertaram que isso ia detonar a ignição do carro), imagina então viajando no tempo. Seria obrigatório.
– Uma Beretta M92F com 10 magazines carregadas de balas hollow point. Não, uma arma de fogo simples não entra na categoria de “absurdo”. Penso que aquele período era meio sem lei, ainda mais pra um forasteiro desconhecido. Auto-defesa seria importante.
(Não venham encher meu saco sobre minhas opiniões de dúvida sobre a eficácia de uma população armada, o contexto aqui é completamente imaginário)
– Um colete de kevlar. Sim, já tinham armas de fogo naquele tempo (embora primitivas), e alguém com a influência e dinheiro que eu teria em pouco tempo atrairia muita atenção negativa. Melhor previnir que remediar.
– Um isqueiro. O combustível ia acabar eventualmente, sim, mas melhor que nada.
– Todas as joias de ouro que tenho em minha posse. Não são muitas (duas alianças de casamento, uns dois colares da Bebba. Nenhum de nós dois é muito chegado nessas coisas), mas seriam o suficiente pra conseguir ALGUM dinheiro e não ter que dormir na rua.
– 500g de penicilina. No século 18, mais de cem anos antes da invenção do antibiótico, isso seria praticamente a CURA DA MORTE.
– Uma mochila pra jogar essas porras todas dentro.
– Meu treinamento como paramédico (esse aí valeria mais que o ouro que citei antes. Ainda incompleto, mas já ajudaria muito)
E acho que isso. Alguém no tuíter sugeriu (possivelmente como galhofa) levar camisinhas também; com tanta penicilina e quase 200 anos antes do surgimento da AIDS, eu não me preocuparia tanto em gastar espaço com caixas de Jontex. Foda-se.
O importante logo de cara seria conseguir roupas da época, pra não chamar muita atenção. Feito isso, iria pra capital (que era o Rio nessa época, sempre quis morar no Rio) e tentaria arrumar emprego na área de saúde.
Com meu detalhado conhecimento sobre as empresas e personalidades da época, não deveria demorar nem um ano pra que alguns investimentos bem posicionados me colocassem pelo menos no nível de classe média.
E olha que estou indo pelo lado Lawful Good da parada, claramente. Com tanto conhecimento sobre a galera da região, uma pistola semi-automática e um colete à prova de balas, não seria difícil ir pro Lado Negro e manipular a galera de formas antiéticas/ilegais. Se eu encarnasse meus antepassados cearenses e partisse pra CANGACEIRICE, seria certamente o fora-da-lei mais bem sucedido da história do Brasil — mais de cem anos antes do Lampião.
O que você levaria pra uma viagem ao passado do Brasil? Seja criativo!

November 15, 2014
Chris Chan, o maior maluco que a internet já conheceu
Aperte os seus cintos, porque você está prestes a ser apresentado a um mundo que você jamais poderá des-ver. Hoje eu vou contar pra vocês a história do infame Chris Chan. Ele é bem conhecido nos círculos internéticos gringos, mas eu percebo que a galera brasileira não conhece bem o cara.
E olha, eu não sei nem por onde começar. Poucas pessoas são tão infames que ganharam uma wiki inteira dedicada a detalhar suas desventuras.

Meu browser fica assim rapidinho quando começo a ler as merdas sobre esse cara
É TANTA coisa pra falar sobre o maluco que suas estripulias são literalmente divididas em “sagas”, como se fossem arcos de Dragon Ball Z. Existiram ao longo da História Humana monarcas cujas vidas foram menos documentadas que a do Chris Chan, e olha que eles construíram pirâmides e deram nomes a países e tudo.
Vamos começar do começo então.

Coitado.
Chris Chan, nascido como Christopher Weston Chandler (ele eventualmente mudou o nome pra “Christian”, aliás), é um suposto autista de 32 anos que lá nos idos de 2007 atraiu a atenção da internet gringa por causa desta desgraça aqui:
O Chris Chan é o desenhista da infamíssima “Sonichu”, uma revistinha manuscrita que relata as aventuras do personagem de mesmo nome. Sonichu é, como você talvez deva ter concluido, uma mescla do Sonic com o Pikachu. E o próprio Chris Chan aparece no quadrinho.
Repare que o quadrinho (todos os aspectos, da concepção à execução) sugerem que se trata da obra de uma criança de 7, talvez 8 anos de idade. Chris Chan tinha 25 anos quando desenhou esta merda. Sonichu se tornou a obra prima do maluco; se o Chris Chan fosse o Steve Jobs, Sonichu seria o seu iPod.
Aliás, você percebeu que o cara usa um medalhão no pescoço, né? É o próprio Sonichu, que ele fez com durepox ou algo assim.
Através de postagens de blogs, a internet descobriu que o nosso amigo Chris Chan estava engajado no que ele chama de “love quest“, ou seja, uma busca pelo amor. Extremamente carente, o cara procura obsessivamente uma namorada há anos, e alienando todas as amigas que conseguiu fazer durante esse período. Teve o caso particularmente lamentável da Megan, esta garota aí…

OLHA A CARA DA MENINA
…uma garota a quem o Chris Chan se apegou e acabou enojando (mais ainda) quando foi revelado que ele fazia auto-retratos “eróticos” incluindo a garota. Aliás, entre amigas reais que ele afugentou e trolls que fingiram ser meninas pra zoar o cara, ele já teve inúmeros pseudo-namoros com finais tão ou mais lamentáveis que esse aí. No auge do desespero pra arrumar uma namorada, o cara fez inúmeras placas propagandeando a própria solidão e saiu em público com essa merda, tentando puxar assunto com meninas.
O maluco começou a usar isso na faculdade, pro desespero das outras estudantes. Uma das reitoras proibiu o maluco de continuar com essa putaria, e como resultado o Chris Chan a transformou numa vilã no seu quadrinho. Em suas inúmeras tretas com a mulher, o cara fez uso de uma versão mongolóide do kamehameha de Dragon Ball Z.

O cara fez isso em público, mano.
Agora, alguns talvez pensem que é maldade relatar dessa forma as desventuras de um sujeito com aparentes problemas mentais. Os críticos do Chris Chan apontam que o suposto autismo dele já vem sendo usado há anos pra passar a mão na cabeça dele em relação a seu racismo, misoginia, homofobia, mal-uso de fundos governamentais, e pra não mencionar assédio de mulheres em público. Como a maioria de pessoas com problemas mentais NÃO faz essas coisas, não se deve então dar carta branca pro Chris Chan fazer.
O post já tá com mais de 600 palavras e eu só falei de tipo, uns 10% das merdas em que esse maluco se mete. A wiki lá dele é riquíssima em detalhes, eu basicamente só mostrei aqui a pontinha do iceberg.
Só pra você ter uma noção melhor da vida miserável que este pobre coitado vive, olha a condição da casa dele:
Seja sincero: É exatamente assim que você imaginava a casa dele.
Aliás, eu deveria dizer ex-casa. Um mês após filmar esse vídeo lamentável, a casa dele pegou fogo e o desgraçado perdeu TUDO.
Na próxima vez que você quiser reclamar da vida, pense que ao menos você não é o Chris Chan.

November 14, 2014
Lembram do garoto do “Pintinho Piu”? Se fodeu LEGAL no final das contas
Manja o dilema: originalmente este texto seria adicionado na sessão “Vergonha Alheia da Semana”. O problema é que ao decorrer do vídeo, eu parei de sentir vergonha e me compadeci DE VERDADE com a situação.
É o seguinte. Em 2011, um dos virais brasileiros mais inescapáveis foi o “Pintinho Piu”. Não a música original, de uma coletânea de musiquinhas daquelas que novos pais dão pra criança sem saber a maldição que acabaram de convidar para a própria casa. Me refiro ao lip syncing do garoto Dheymerson, do interior do Ceará. Esse aqui, lembra?
O vídeo original — removido por copyright claim da Globo — tinha alguns milhões de views. Os pais do garoto (ou, pelo que percebo melhor, O PAI do garoto), crente que tinha um pequeno Justin Bieber cearense nas mãos, meteu na cabeça que a brincadeira do filho poderia ser convertida numa carreira “de verdade”.
O pai então vendeu todas as posses da família pra tentar a sorte na cidade grande. E o resultado, bem…
Mano, que parada incrivelmente lamentável. Normalmente aqui no Hoje é um Bom Dia eu alopro toda e qualquer situação (mesmo que seja comigo mesmo; às vezes, alopro PRINCIPALMENTE essas), mas isso aí é deprimente demais pra fazer piadinhas. A ganância do pai só é rivalizada por sua miopia; era bastante óbvio pra qualquer pessoa que conheça alguma coisa sobre cultura de internet que o tipo de viralização desse moleque é efêmera demais, e sem qualquer base em real talento, pra ser um investimento inteligente.
Olha a merda: o pai pagou pela gravação de um CD com músicas infantis cantadas pelo moleque. E agora tá devendo aos autores das músicas.
O problema, óbvio a todos exceto o pai do pirralho, é que o moleque não é cantor. Ele apenas fez o tipo de bobeira idiota que uma criancinha acidentalmetne faz apenas pra ser eternamente pressionada pelos pais a repetir na presença de visitas. No caso dele, infelizmente, a “bobeira idiota” e os brados de “dance, monkey, dance!” tiveram projeção nacional:
A facada final no bucho desse segundo vídeo que linkei aí é quando a família (que já tá no nível “usuário de crack” de miserabilidade, ou seja, precisa se desfazer de pertences pra conseguir algum dinheiro) leva o garoto pra um produtor musical, e este diz de forma polida que o moleque tem mais é que estudar e se alimentar em intervalos constantes e não ficar preocupado em continuar famoso.
Que desgraça mano. Coitado do moleque. Com um pai desses não se precisa de inimigos.

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