C.N. Gil's Blog, page 30
May 23, 2016
CTT - Continuação!
E óspois lá fui eu todo lampeiro para finalmente levantar a FDP da encomenda que já atravessou o mundo 2 vezes para vir parar às minhas mãos!
Entro na estação, aguardo, sou atendido, apanho uma seca porque o funcionário foi à procura e foi então que ele voltou e...
...me informou que a encomenda ainda estava na outra estação, o que foi algo que me fez soltar um sonoro "FODA-SE"!
O funcionário, que por acaso era o mesmo que me atendeu na sexta feira, ficou a olhar para mim, algo lívido. Depois perguntei-lhe:
-Agora a sério, os senhores estão mesmo apostados em que eu não receba esta encomenda, não é? Esta trampa já veio da china, foi para a china, e voltou da china, sempre às minhas custas e sem ninguém me dar uma explicação de jeito e agora nem para vir das Olaias para aqui, quando foram vocês que meteram a pata na poça? Os vossos serviços estão com uma qualidade avassaladora...
Ao que o pobre funcionário respondeu com um resignado "pois...".
Lá veio o livro para mais uma reclamação sobre a mesma encomenda. Se isto continuar assim atrevo-me a bater o recorde de reclamações por um simples serviço!
Entro na estação, aguardo, sou atendido, apanho uma seca porque o funcionário foi à procura e foi então que ele voltou e...
...me informou que a encomenda ainda estava na outra estação, o que foi algo que me fez soltar um sonoro "FODA-SE"!
O funcionário, que por acaso era o mesmo que me atendeu na sexta feira, ficou a olhar para mim, algo lívido. Depois perguntei-lhe:
-Agora a sério, os senhores estão mesmo apostados em que eu não receba esta encomenda, não é? Esta trampa já veio da china, foi para a china, e voltou da china, sempre às minhas custas e sem ninguém me dar uma explicação de jeito e agora nem para vir das Olaias para aqui, quando foram vocês que meteram a pata na poça? Os vossos serviços estão com uma qualidade avassaladora...
Ao que o pobre funcionário respondeu com um resignado "pois...".
Lá veio o livro para mais uma reclamação sobre a mesma encomenda. Se isto continuar assim atrevo-me a bater o recorde de reclamações por um simples serviço!
Published on May 23, 2016 05:49
May 20, 2016
CTT!
Acho que a privatização dos CTT daria um óptimo case study de como as coisas podem piorar enormemente quando um serviço universal é privatizado!
Melhoria da qualidade dos serviços? Nota negativa! Pioraram substancialmente.
Melhoria da acessibilidade aos serviços? Nota negativa! Pioraram substancialmente!
Aqui há uns tempos escrevi aqui acerca de um encomenda vinda de fora do país e que, chegada cá, foi devolvida.
Após reclamação responderam-me que teria sido devolvida ou por morada insuficiente ou por qualquer outro motivo, mas que não sabiam especificar qual!
Reclamei da resposta à reclamação exigindo saber o porquê da devolução.
Deram-me a mesma resposta!
Entretanto a encomenda foi-me reenviada, às minhas custas, porque os CTT não assumem porra nenhuma.
Chegou!
Tentaram entregá-la em minha casa, sitio onde não costuma estar alguém durante o dia!
Como os meus horários não são compatíveis com os dos CTT, pedi reencaminhamento para uma estação específica.
No site dos CTT, onde se pode seguir as encomendas, está lá especificado o nome da estação, de forma correcta.
Fui para efectuar o levantamento...
...e a encomenda está noutra estação completamente diferente e a uns bons quilómetros de distância!
Bate certo!
Admito que fiquei um tudo nada indisposto com a informação e estive a um passo de ser indelicado para com o desgraçado do funcionário que não tem culpa nenhuma!
Levando isto como exemplo, é melhor pensar bem no que se quer privatizar...
Melhoria da qualidade dos serviços? Nota negativa! Pioraram substancialmente.
Melhoria da acessibilidade aos serviços? Nota negativa! Pioraram substancialmente!
Aqui há uns tempos escrevi aqui acerca de um encomenda vinda de fora do país e que, chegada cá, foi devolvida.
Após reclamação responderam-me que teria sido devolvida ou por morada insuficiente ou por qualquer outro motivo, mas que não sabiam especificar qual!
Reclamei da resposta à reclamação exigindo saber o porquê da devolução.
Deram-me a mesma resposta!
Entretanto a encomenda foi-me reenviada, às minhas custas, porque os CTT não assumem porra nenhuma.
Chegou!
Tentaram entregá-la em minha casa, sitio onde não costuma estar alguém durante o dia!
Como os meus horários não são compatíveis com os dos CTT, pedi reencaminhamento para uma estação específica.
No site dos CTT, onde se pode seguir as encomendas, está lá especificado o nome da estação, de forma correcta.
Fui para efectuar o levantamento...
...e a encomenda está noutra estação completamente diferente e a uns bons quilómetros de distância!
Bate certo!
Admito que fiquei um tudo nada indisposto com a informação e estive a um passo de ser indelicado para com o desgraçado do funcionário que não tem culpa nenhuma!
Levando isto como exemplo, é melhor pensar bem no que se quer privatizar...
Published on May 20, 2016 04:48
Uma coisa que não deixo de achar curioso...
...é que este blog tem mais visualizações nos Estados Unidos da América do que em Portugal...
...e nem é uma coisa pouca...
...é mais do dobro!
Aliás, tem mais visualizações nos EUA do que no resto do mundo inteiro combinado!
Será que há assim tantos Americanos que sabem ler Português?
Há coisas que me deixam, realmente, estufepacto...
...e nem é uma coisa pouca...
...é mais do dobro!
Aliás, tem mais visualizações nos EUA do que no resto do mundo inteiro combinado!
Será que há assim tantos Americanos que sabem ler Português?
Há coisas que me deixam, realmente, estufepacto...
Published on May 20, 2016 03:15
Não tou...
...com pachorra para histórias Nmistas hoje!
Aliás, vendo bem, nem sei se tou com pachorra para continuar esta estupidez...
...sim, porque embora a estupidez seja infinita, cada um deve encontrar os seus limites...
Aliás, vendo bem, nem sei se tou com pachorra para continuar esta estupidez...
...sim, porque embora a estupidez seja infinita, cada um deve encontrar os seus limites...
Published on May 20, 2016 03:04
May 19, 2016
Problem solving!
A meio da manhã o telefone toca.
Atendo.
-Sim?
-Bom dia. – reconheci de imediato a voz – Eu tenho um problema…
-Só um?
-Sim. Porquê?
-Porque eu tenho vários.
-Ah! Mas pode-me ajudar ou não?
-Não faço ideia!
-Porquê?
-Porque ainda não me disse qual é o problema!
-Pois… Bem, é que cada vez que abro o programa X aparece-me uma caixa a dizer “Blá blá blá”. Eu passo à frente mas, quando abro o programa novamente a caixa volta a aparecer…
-E no canto inferior esquerdo da caixa não está uma caixinha?
-Está!
-E o que diz lá?
-“Não mostrar este aviso novamente”!
-Clique na caixa.
-Já está!
-Agora feche e abra novamente.
-Fantástico. Já não dá o aviso! Ok, obrigado!
-De nada!
E desligamos.
Há minutos atrás cruzo-me com a pessoa!
-Pá, obrigado. Aquela caixa era mesmo irritante! Ainda por cima mais nenhum dos meus colegas tinham aquele problema…
-Se calhar eles clicaram na caixa quando o aviso apareceu da primeira vez…
Ele ficou a olhar para mim, muito sério e finalmente disse:
-Pois, se calhar…
-É, cá p'ra mim é o mais provável…
E ficámos assim…
Atendo.
-Sim?
-Bom dia. – reconheci de imediato a voz – Eu tenho um problema…
-Só um?
-Sim. Porquê?
-Porque eu tenho vários.
-Ah! Mas pode-me ajudar ou não?
-Não faço ideia!
-Porquê?
-Porque ainda não me disse qual é o problema!
-Pois… Bem, é que cada vez que abro o programa X aparece-me uma caixa a dizer “Blá blá blá”. Eu passo à frente mas, quando abro o programa novamente a caixa volta a aparecer…
-E no canto inferior esquerdo da caixa não está uma caixinha?
-Está!
-E o que diz lá?
-“Não mostrar este aviso novamente”!
-Clique na caixa.
-Já está!
-Agora feche e abra novamente.
-Fantástico. Já não dá o aviso! Ok, obrigado!
-De nada!
E desligamos.
Há minutos atrás cruzo-me com a pessoa!
-Pá, obrigado. Aquela caixa era mesmo irritante! Ainda por cima mais nenhum dos meus colegas tinham aquele problema…
-Se calhar eles clicaram na caixa quando o aviso apareceu da primeira vez…
Ele ficou a olhar para mim, muito sério e finalmente disse:
-Pois, se calhar…
-É, cá p'ra mim é o mais provável…
E ficámos assim…
Published on May 19, 2016 05:36
Alguns casos interessantes da História Nmista
O reino de Ofídeum estava a braços com um grave problema.
Por todo o lado apareciam serpentes que atacavam indiscriminadamente tudo o que se mexesse.
O problema era tão grave que começou a ganhar contornos de uma epidemia.
Como tal, Viburus, o Bifurcado, rei de Ofídeum, achou boa ideia oferecer recompensas pelas cobras que fossem mortas e entregues.
Ora, a recompensa que era oferecida era muito superior ao custo de criar uma serpente. Os aldeões, através de um raciocínio lógico, aperceberam-se que se criassem serpentes poderiam ter um bom lucro. A consequência foi que um número espantoso de serpentes começou a ser entregue.
Quando Viburus, o Bifurcado, percebeu o que se passava deixou de imediato de oferecer as recompensas.
Os aldeões, por seu turno, ficaram com montanhas de serpentes para as quais não tinham qualquer uso. Como tal, soltaram-nas.
O resultado foi uma epidemia ainda maior de serpentes!
O presidente dos Méricos, Propélius, o Touro, faleceu quando se dirigia à varanda do seu gabinete presidencial para presidir sobre os festejos do dia do peru. Tropeçou no seu vice-presidente e ex-colega de equipa de “Arremesso do Anão”, Nanius, o Entanguido, e caiu da varanda!
Aquando do começo da guerra civil no império Atlénico, um lago entre Faboideae e Messe, numa zona remota, era patrulhado apenas por dois barcos, um de cada nação!
Os comandantes dos barcos eram amigos de longa data e juntavam-se frequentemente para beber produto da fermentação da cevada.
Quando estalou a guerra civil, o capitão do barco de Messe foi informado primeiro que o imperio caía e que as reinos estavam em guerra. Zarpou de imediato, atravessando o lago e abordou o barco do amigo, capturando toda a tripulação. Quando o capitão do barco de Faboideae apareceu, ainda em ceroulas, a perguntar-lhe se ele por acaso se tinha rendido aos costumes dos Selvagens para estar a fazer semelhante coisa, foi informado que estava agora prisioneiro de guerra.
Em seguida ambos os capitães foram beber produto da fermentação da cevada!
Cirurgix, o Cortador, era um médico de guerra que conseguia fazer amputações em tempo record.
Um dia, numa demonstração da sua técnica, ao amputar a perna de um soldado ferido em batalha em pouco mais de 5 segundos, cortou também os dedos do seu assistente.
Aparentemente a operação foi tão chocante que uma das pessoas da assistência teve um ataque e morreu, bem como o paciente e o assistente, vitimas de infecções.
Até hoje é o único médico que conseguiu ter uma taxa de mortalidade de trezentos por cento numa operação!
Por todo o lado apareciam serpentes que atacavam indiscriminadamente tudo o que se mexesse.
O problema era tão grave que começou a ganhar contornos de uma epidemia.
Como tal, Viburus, o Bifurcado, rei de Ofídeum, achou boa ideia oferecer recompensas pelas cobras que fossem mortas e entregues.
Ora, a recompensa que era oferecida era muito superior ao custo de criar uma serpente. Os aldeões, através de um raciocínio lógico, aperceberam-se que se criassem serpentes poderiam ter um bom lucro. A consequência foi que um número espantoso de serpentes começou a ser entregue.
Quando Viburus, o Bifurcado, percebeu o que se passava deixou de imediato de oferecer as recompensas.
Os aldeões, por seu turno, ficaram com montanhas de serpentes para as quais não tinham qualquer uso. Como tal, soltaram-nas.
O resultado foi uma epidemia ainda maior de serpentes!
O presidente dos Méricos, Propélius, o Touro, faleceu quando se dirigia à varanda do seu gabinete presidencial para presidir sobre os festejos do dia do peru. Tropeçou no seu vice-presidente e ex-colega de equipa de “Arremesso do Anão”, Nanius, o Entanguido, e caiu da varanda!
Aquando do começo da guerra civil no império Atlénico, um lago entre Faboideae e Messe, numa zona remota, era patrulhado apenas por dois barcos, um de cada nação!
Os comandantes dos barcos eram amigos de longa data e juntavam-se frequentemente para beber produto da fermentação da cevada.
Quando estalou a guerra civil, o capitão do barco de Messe foi informado primeiro que o imperio caía e que as reinos estavam em guerra. Zarpou de imediato, atravessando o lago e abordou o barco do amigo, capturando toda a tripulação. Quando o capitão do barco de Faboideae apareceu, ainda em ceroulas, a perguntar-lhe se ele por acaso se tinha rendido aos costumes dos Selvagens para estar a fazer semelhante coisa, foi informado que estava agora prisioneiro de guerra.
Em seguida ambos os capitães foram beber produto da fermentação da cevada!
Cirurgix, o Cortador, era um médico de guerra que conseguia fazer amputações em tempo record.
Um dia, numa demonstração da sua técnica, ao amputar a perna de um soldado ferido em batalha em pouco mais de 5 segundos, cortou também os dedos do seu assistente.
Aparentemente a operação foi tão chocante que uma das pessoas da assistência teve um ataque e morreu, bem como o paciente e o assistente, vitimas de infecções.
Até hoje é o único médico que conseguiu ter uma taxa de mortalidade de trezentos por cento numa operação!
Published on May 19, 2016 05:08
May 18, 2016
Esclarecimento
Algumas pessoas que leram o post anterior a este ficaram estupefactas com a minha imaginação, perguntando-me onde raio fui buscar a ideia de atirar anões para um colchão ou atirá-los para ficarem colados a paredes de velcro. Uma ou outra até me disse que eu não devia bater bem (o que é verdade, mas não é para andar a espalhar por aí sem mais nem menos) e outros acusaram-me de ser um filho-da-mãe insensível e preconceituoso!
Embora haja a possibilidade de eu o ser, não fui eu que tive esta brilhantíssima ideia, como qualquer pessoa que tenha visto "O Leão de Wall Street" poderá confirmar!
Mas o pior é que também não foi o escritor ou guionista que teve a ideia. Alguém a teve, mas não se sabe quem. E há campeonatos disto pelo mundo afora...
...e na Austrália até há movimentos que querem proibir este desporto tão elevado...
...quer dizer, mais ou menos elevado, dependendo da força do arremesso!
Só para ficarmos esclarecidos, não tenho nada contra ninguém, muito menos contra anões, até porque não conheço nenhum!
Tá dito!
http://www.newschannel5.com/news/national/detroit-topless-bars-dwarf-toss-event-enrages-thousands_
Embora haja a possibilidade de eu o ser, não fui eu que tive esta brilhantíssima ideia, como qualquer pessoa que tenha visto "O Leão de Wall Street" poderá confirmar!


Mas o pior é que também não foi o escritor ou guionista que teve a ideia. Alguém a teve, mas não se sabe quem. E há campeonatos disto pelo mundo afora...
...e na Austrália até há movimentos que querem proibir este desporto tão elevado...
...quer dizer, mais ou menos elevado, dependendo da força do arremesso!


Só para ficarmos esclarecidos, não tenho nada contra ninguém, muito menos contra anões, até porque não conheço nenhum!
Tá dito!
http://www.newschannel5.com/news/national/detroit-topless-bars-dwarf-toss-event-enrages-thousands_
Published on May 18, 2016 08:29
O Nmismo e as secas de Sábado à tarde (continuação)
Se é verdade que a modalidade empilha-recipientes-de-sílica-fundida (que mais tarde, para grande alívio dos adeptos recebeu o nome de empilha-canecas para regozijo dos praticantes) era a modalidade mais praticada, levando a que houvesse competições locais, mais tarde regionais e tivesse chegado ao ponto de haver ligas nacionais e mais tarde globais, tendo sido Apinhos de Encastilus talvez o mais famoso praticante, campeão mundial consagrado por sete vezes consecutivas, uma outra modalidade apareceu na cidade de Arrogia que ganhou uma devoção ímpar. De tal forma que, apesar de ser uma modalidade que nasceu nos Templos dos Três Sábios, foram construídas mais tarde arenas inteiras, dedicadas aos Três Sábios, onde não só se podia praticar os rituais mais também assistir a este desporto.
A modalidade tinha o sui generis nome de Arremesso do Anão, que no fundo é auto-explicativo.
Era um desporto de equipa, em que as equipas eram formadas por dois elementos, normalmente um anão e um daqueles tipos que mais pareciam um boi do que um homem. Os anões eram pesados sempre antes de cada prova, porque havia regulamentos em relação ao peso de cada anão para ninguém sair beneficiado.
O outro membro da equipa pegava no anão e tinha de o lançar o mais longe possível para cima de um colchão. Um juiz verificava o local onde o anão tinha batido no colchão e, obviamente, ganhava a equipa em que o anão fosse lançado mais longe.
Se hoje em dia um desporto destes pode ser visto como algo que diminuiria as pessoas que sofrem de nanismo, como preconceituoso ou ofensivo, a verdade é que não faltavam anões a oferecerem-se para este jogo que se tornou tão popular que os praticantes gozavam de um prestígio que transcendia o de alguns Reis. Que o diga Propélius, o Touro, assim chamado porque além do seu tamanho e força descomunais ainda usava em elmo enfeitado com chifres, que, devido à sua enorme popularidade, chegou a presidente dos Méricos, tendo o seu colega de equipa como vice-presidente, Nanius, o Entanguido.
O jogo ganhou ainda um outro impulso pouco tempo depois de Velcrus, o Pega-Monstro, assim chamado porque era um chato do caraças que aparecia em todo o lado sem ser convidado e se fazia de convidado quer o quisessem lá ou não, ter inventado dois tecidos que se agarravam um ao outro com uma firmeza impressionante.
Era feito um enorme alvo com um dos tecidos e um fato para os anões noutro e estes, quando arremessados ficavam colados ao alvo, sendo a pontuação medida pela pontaria ao centro do alvo.
Já tinham feito o mesmo com flechas, mas não tinha a mesma piada…
Grandes campeonatos se espalhavam pelo mundo Nmista e mais além, tendo os Selvagens e os Bárbaros adoptado também este desporto, e foi assim que os Sábados à tarde deixaram de ser uma interminável seca, excepto para os Nmistas Radicais, o que permitiu ao Nmismo Racionalista expandir-se e afirmar-se.
Claro que hoje em dia este tipo de desportos seria impensável…
A modalidade tinha o sui generis nome de Arremesso do Anão, que no fundo é auto-explicativo.
Era um desporto de equipa, em que as equipas eram formadas por dois elementos, normalmente um anão e um daqueles tipos que mais pareciam um boi do que um homem. Os anões eram pesados sempre antes de cada prova, porque havia regulamentos em relação ao peso de cada anão para ninguém sair beneficiado.
O outro membro da equipa pegava no anão e tinha de o lançar o mais longe possível para cima de um colchão. Um juiz verificava o local onde o anão tinha batido no colchão e, obviamente, ganhava a equipa em que o anão fosse lançado mais longe.
Se hoje em dia um desporto destes pode ser visto como algo que diminuiria as pessoas que sofrem de nanismo, como preconceituoso ou ofensivo, a verdade é que não faltavam anões a oferecerem-se para este jogo que se tornou tão popular que os praticantes gozavam de um prestígio que transcendia o de alguns Reis. Que o diga Propélius, o Touro, assim chamado porque além do seu tamanho e força descomunais ainda usava em elmo enfeitado com chifres, que, devido à sua enorme popularidade, chegou a presidente dos Méricos, tendo o seu colega de equipa como vice-presidente, Nanius, o Entanguido.
O jogo ganhou ainda um outro impulso pouco tempo depois de Velcrus, o Pega-Monstro, assim chamado porque era um chato do caraças que aparecia em todo o lado sem ser convidado e se fazia de convidado quer o quisessem lá ou não, ter inventado dois tecidos que se agarravam um ao outro com uma firmeza impressionante.
Era feito um enorme alvo com um dos tecidos e um fato para os anões noutro e estes, quando arremessados ficavam colados ao alvo, sendo a pontuação medida pela pontaria ao centro do alvo.
Já tinham feito o mesmo com flechas, mas não tinha a mesma piada…
Grandes campeonatos se espalhavam pelo mundo Nmista e mais além, tendo os Selvagens e os Bárbaros adoptado também este desporto, e foi assim que os Sábados à tarde deixaram de ser uma interminável seca, excepto para os Nmistas Radicais, o que permitiu ao Nmismo Racionalista expandir-se e afirmar-se.
Claro que hoje em dia este tipo de desportos seria impensável…
Published on May 18, 2016 02:26
May 17, 2016
O Nmismo e as secas de Sábado à tarde
Como já foi referido bem lá para trás, uma das coisas que levou a que os Radicais ganhassem um fervor quase religioso em relação ao Necrofagismo Macrobiotico Existencialismo foi o facto de as tardes de Sábado serem incrivelmente chatas! Bebiam, comiam tremoços e ficava-se por aquilo. Alguns ainda tentaram fazer outras coisas, como falar, mas descobriram que aquilo era uma armadilha…
…Afinal, começavam a falar de trivialidades e quando davam por isso estavam a pensar, o que implicava em pesadas penitências! Aliás, as penitências eram de tal forma cruéis e desumanas que acabaram por nunca ser mencionadas nos escritos.
Mas se os radicais se radicalizaram, o resto do mundo não estava disposto a isso.
Foi Vigurax, o Robusto, ilustre filósofo Nmista, quem começou a dar um sentido a esta preocupação crescente, percebendo que a mesma era um perigo para o Nmismo. Se tudo continuasse como estava, muitos dos reinos Nmistas deixariam de o ser, arranjando algo mais interessante para fazer nos Sábados à tarde.
Mas, apesar de se dedicar a filosofar, meditar, discorrer, conjecturar, cogitar, considerar, supor, presumir e calcular uma série de aspectos importantes nesta questão, não foram os seus esforços que resolveram o problema, embora tenham sido fundamentais para se perceber que havia um problema!
Como todos os grandes saltos à frente, tudo aconteceu por acaso, no Templo dos Três Sábios da cidade de Agregos no distante reino de Encastilus, cujo rei, àquela altura, era Empilhus, o Amontoador.
Conta-se que foi aí que um grupo de homens, já bastante aborrecidos numa tarde de sábado qualquer, começaram a fazer apostas acerca de quem conseguiria empilhar mais recipientes de sílica fundida (na altura o nome “caneca” ainda estava longe de vir a ser utilizado) num formato piramidal.
Quando a notícia chegou aos ouvidos de Vigurax, o Robusto, já há muito tempo que ele se debruçava sobre o problema do aborrecimento e percebeu de imediato que a resposta ia por aquele caminho.
Daquele momento em diante passaram a ser encorajadas estas e outras actividades que causassem algum entusiasmo sem que fosse necessário pensar.
O empilhamento de recipientes de sílica fundida passou a ser uma das actividades mais praticadas no mundo Nmista e não teve qualquer competição durante algum tempo até que, sem se saber muito bem como, apareceu em cena aquele que seria o desporto Nmista preferido…
…Afinal, começavam a falar de trivialidades e quando davam por isso estavam a pensar, o que implicava em pesadas penitências! Aliás, as penitências eram de tal forma cruéis e desumanas que acabaram por nunca ser mencionadas nos escritos.
Mas se os radicais se radicalizaram, o resto do mundo não estava disposto a isso.
Foi Vigurax, o Robusto, ilustre filósofo Nmista, quem começou a dar um sentido a esta preocupação crescente, percebendo que a mesma era um perigo para o Nmismo. Se tudo continuasse como estava, muitos dos reinos Nmistas deixariam de o ser, arranjando algo mais interessante para fazer nos Sábados à tarde.
Mas, apesar de se dedicar a filosofar, meditar, discorrer, conjecturar, cogitar, considerar, supor, presumir e calcular uma série de aspectos importantes nesta questão, não foram os seus esforços que resolveram o problema, embora tenham sido fundamentais para se perceber que havia um problema!
Como todos os grandes saltos à frente, tudo aconteceu por acaso, no Templo dos Três Sábios da cidade de Agregos no distante reino de Encastilus, cujo rei, àquela altura, era Empilhus, o Amontoador.
Conta-se que foi aí que um grupo de homens, já bastante aborrecidos numa tarde de sábado qualquer, começaram a fazer apostas acerca de quem conseguiria empilhar mais recipientes de sílica fundida (na altura o nome “caneca” ainda estava longe de vir a ser utilizado) num formato piramidal.
Quando a notícia chegou aos ouvidos de Vigurax, o Robusto, já há muito tempo que ele se debruçava sobre o problema do aborrecimento e percebeu de imediato que a resposta ia por aquele caminho.
Daquele momento em diante passaram a ser encorajadas estas e outras actividades que causassem algum entusiasmo sem que fosse necessário pensar.
O empilhamento de recipientes de sílica fundida passou a ser uma das actividades mais praticadas no mundo Nmista e não teve qualquer competição durante algum tempo até que, sem se saber muito bem como, apareceu em cena aquele que seria o desporto Nmista preferido…
Published on May 17, 2016 08:35
Os Méricos (continuação)
A guerra civil Mérica lá acabou com uma vitória da facção do norte, liderada por Abraão, o Barbudo! Aquilo até podia ter trazido paz à terra, mas não trouxe porque os Méricos eram casmurros como só eles. Mas, numa nota positiva, deixaram de andar à porrada uns aos outros abertamente!
Os Méricos, além de casmurros, não eram brilhantes! Isso só por si, levando em conta quem continuamente povoava a Mérica, não era surpreendente! No entanto eram espertos o suficiente para perceber que não eram brilhantes. Como tal, importavam pessoas brilhantes de outros países e, assim que os apanhavam lá, tornavam-nos Méricos.
Isto levou a que a Mérica se transformasse numa sociedade com alguns distúrbios bipolares! Por um lado havia o grosso da população que não era propriamente brilhante. Eram razoavelmente honestos, pelo menos a maioria, eram trabalhadores esforçados, pelo menos alguns, eram homens e mulheres de fibra, porque não tinham outro remédio, mas não deviam muito à inteligência.
Por outro lado, havia toda uma classe dirigente importada, com algumas pessoas de intelecto superior e que, praticamente sozinhas, fizeram a Mérica avançar e prosperar!
Se as outras nações já despejavam gente na Mérica que era um disparate, quando a Mérica se tornou prospera todos para lá queriam ir. Espalhou-se pelo mundo a ilusão de que a Mérica era uma espécie de terra prometida, que qualquer um que fosse para a Mérica poderia ser bem-sucedido, que a Mérica era a terra dos sonhos e das oportunidades.
Os jovens dos reinos radicais, por exemplo, tentavam de todas as formas cumprir o sonho e ir para a Mérica como sonho supremo de rebeldia.
Mesmo na fronteira sul de Mérica havia um território enorme chamado Agávius, terras dos povos mais selvagens entre todos os povos selvagens. Eram tão selvagens, mas tão selvagens que a bebida que eles faziam, produto da destilação da fermentação do sumo de um cacto chegava a ser tão forte que após um trago era possível ver elefantes voadores cor-de-rosinha a saltar levemente de nenúfar em nenúfar através dos lagos. Era tão potente que, depois de a beber havia quem afirmasse ter visto Deus, embora ninguém se lembrasse nunca de como ele era, excepto pelo facto de ser mesmo, mas mesmo muito grande! Era tão potente que havia quem afirmasse que em bebê-la se poderia chegar à unicidade com o Universo…
…Haver, havia, mas que se saiba nunca ninguém lá chegou mas todos tinham valentes ressacas depois de tentarem. Era tão potente que todos os que a bebiam juravam no dia seguinte que nunca mais beberiam uma gota, marcados pelo arrependimento atroz e que durava, normalmente, até ao fim da tarde, altura em que já se tinham esquecido das promessas da manhã.
O sucesso de Mérica levava a que enormes quantidades de Agavianos tentassem de todas as maneiras possíveis emigrar para lá. Mas com o seu enorme sucesso, com tanta procura, algo que não deixava de ser irónico, visto que foi uma nação fundada por quem não queria para lá ir, Os Méricos começaram a não deixar que lá entrasse toda a gente, mas apenas quem lhes convinha. Mas isso não impedia os Agavianos de tentarem de todas as maneiras possíveis.
Isto começou a ser um problema, sobretudo quando os próprios Méricos começaram a acusar os Agavianos de lhes roubar os trabalhos que eles não se dispunham a fazer de qualquer maneira.
Queria isto dizer que, apesar da evolução de Mérica enquanto nação, os Méricos continuavam a não ser brilhantes! Isto reflectia-se, sobretudo, na sua escolha por governantes. Se durante bastante tempo escolhiam pessoas proeminentes, heróis da nação, generais com provas dadas nos campos de batalha, chegou a uma altura em que escolhiam os governantes mais pela sua figura e popularidade do que por capacidades comprovadas.
E foi assim que um dia chegou à presidência Trumphas, o Descabelado!
Trumphas, o Descabelado, era um estalajadeiro que conseguiu fortuna criando uma rede de estalagens. Depois foi investindo e diversificando, conseguindo sólidas posições na produção se cevada e tremoço o que aumentou o seu pecúlio para níveis quase obscenos. A única coisa que lhe faltava era poder político, e usou de todas as armas que tinha à disposição para ser eleito, sobretudo o medo que os Méricos sentiam de serem invadidos por populações Bárbaras ou Selvagens. Apresentou-se como uma alternativa aos que faziam da política uma carreira e foi eleito porque afirmava que queria uma Mérica diferente! Uma Mérica mais em contacto com o seu povo. Uma Mérica mais voltada para si. Uma Mérica que valorizasse os Méricos!
Uma vez eleito, mandou Fazer um enorme muro a toda a volta de Mérica para impedir que lá entrasse fosse quem fosse! A Mérica era dos Méricos!
O problema que teve foi que, graças à Nascença Nmista, o mundo estava cada vez mais pequeno. As diferenças entre Nmistas e Bárbaros esbatiam-se e, mesmo com os Selvagens, à excepção de uns quantos conflitos que tinham origem sobretudo no negócio do contrabando de tremoços, havia uma paz relativa e uma cada vez maior abertura!
Mas a Mérica fechou-se!
Mais, expulsou todos os que não eram Méricos.
Foi então que a Mérica colapsou. Uma vez que eram maioritariamente os Agavianos que faziam os trabalhos que os Méricos não queriam fazer, uma vez expulsos levaram o seu conhecimento de volta para Agávius enquanto a Mérica se tornou no local mais sujo e nauseabundo do mundo Nmista. Isto levou a que, progressivamente, As terras fossem sendo abandonadas.
Já bem perto do grande cataclismo, os únicos que ainda viviam em Mérica eram os descendentes dos que já lá estavam antes de Mérica ter sido fundada…
…e esses refutavam acerrimamente quando os chamavam de Méricos!
E quanto a Trumphas, o Descabelado? Bem, esse ficou para a história como um exemplo do que a falta de noção pode fazer a uma grande nação!
A história de Mérica foi contada por gerações como o pior exemplo daquilo que uma democracia pode fazer a um grande país, sobretudo se os seus governantes não forem, no mínimo, brilhantes…
…Coisa que, como sabemos, os Méricos não eram!
Published on May 17, 2016 02:37