Denise Bottmann's Blog, page 90
November 27, 2011
Escritablog: Entrevista
Escritablog: Entrevista: Jornalista e esritor, ele traduz obras do inglês e do espanhol. Quando o assunto é tradução Com a palavra Wladir Dupont, que já t...
Published on November 27, 2011 18:38
zaratustra, editora escala III
no post anterior ficou evidente o que são duas traduções diferentes, de direito próprio. vejam-se, em contraste, alguns exemplos comparados da tradução feita ou revista por josé mendes de souza e da tradução que saiu pela editora escala, atribuindo-a a ciro mioranza:
DA REDENÇÃO:
Desde que vivo entre os homens, porém, o que menos me importa é ver que a este falta um olho, àquele um ouvido, a um terceiro a perna, ou que haja outros que perderam a língua, o nariz ou a cabeça. (JMS)
Desde que vivo entre os homens, porém, o que menos me importa é ver que a este falta um olho, àquele um ouvido, a um terceiro a perna, ou que haja outros que perderam a língua, o nariz ou a cabeça. (CM)
Quando, ao sair da minha soledade, atravessava pela primeira vez esta ponte, não dei crédito aos meus olhos, não cessei de olhar e acabei por dizer: "Isto é uma orelha! Uma orelha do tamanho de um homem!" Acercava-me mais, e por trás da orelha movia-se algo tão pequeno, mesquinho e débil que fazia compaixão. (JMS)
Quando, ao sair de minha solidão, atravessava pela primeira vez esta ponte, não dei crédito a meus olhos, não parei de olhar e acabei por dizer: "Isto é uma orelha! Uma orelha do tamanho de um homem!" Acercava-me mais e, por trás da orelha, movia-se algo tão pequeno, mesquinho e débil que dava dó. (CM)
DA CONVALESCENÇA:
Uma manhã, pouco tempo depois do regresso à sua caverna, Zaratustra saltou do leito como um louco: começou a gritar com voz terrível, gesticulando como se alguma pessoa deitada ainda se não quisesse levantar. E a voz de Zaratustra troava em termos tais, que os seus animais se lhe aproximaram espantados e de todos os esconderijos próximos da caverna de Zaratustra todos os animais fugiram, voando, revoando, arrastando-se e saltando, consoante tinham patas ou asas. Zaratustra, porém, pronunciou estas palavras:
"Sobe, pensamento vertiginoso, sai de minha profundidade! Eu sou o teu galo e o teu crepúsculo matutino, adormecido verme! Levanta-te! A minha voz acabará por te despertar!
Varre dos teus olhos o sono e tudo o que é míope e cego! Escuta-me também com os teus olhos. Minha voz é um remédio até para os cegos de nascença.
E quando chegares a acordar, acordado ficarás eternamente. Eu não costumo despertar dorminhocos para que tornem a adormecer." (JMS)
Uma manhã, pouco tempo depois do regresso à sua caverna, Zaratustra saltou do leito como louco. Começou a gritar com voz terrível, gesticulando como se alguma pessoa deitada ainda não quisesse se levantar. E a voz de Zaratustra troava em termos tais, que seus animais acorreram espantados e de todos os esconderijos próximos da caverna de Zaratustra, todos os animais fugiram, voando, revoando, arrastando-se e saltando, consoante tinham patas ou asas. Zaratustra, porém, pronunciou estas palavras:
"Sobe, pensamento abissal, sai de minha profundidade! Eu sou teu galo e teu crepúsculo matutino, adormecido verme! Levanta-te! Minha voz acabará por te despertar!
Tira os tampões de teus ouvidos e escuta! Porque eu quero te ouvir! Levanta-te! De pé! Há aqui trovoadas suficientes para que os túmulos também ouçam!*
Varre de teus olhos o sono e tudo o que é míope e cego! Escuta-me também com teus olhos. Minha voz é um remédio até para os cegos de nascença.
E quando chegares a acordar, acordado ficarás eternamente. Eu não costumo despertar dorminhocos para que tornem a adormecer." (CM)
* Curiosamente, na edição da Guimarães, com tradução de resto muito diferente, encontra-se "Tira os tampões dos ouvidos, escuta! Porque te quero ouvir. A pé, a pé! Há aqui trovoada bastante para que os próprios túmulos ouçam".
CONVERSAÇÃO [DIÁLOGO] COM OS REIS
"...Quando as espadas se cruzavam como serpentes tintas de vermelho, os nossos pais amavam a vida. O sol da paz parecia-lhes brando e tíbio, mas a paz prolongada envergonhava-os.
Como os nossos pais suspiravam quando viam na parede espadas lustrosas e enxutas! Tinham sede de guerra, à semelhança dessas espadas. Porque uma espada quer beber sangue e cintila com seu ardente desejo."
Quando os reis falaram tão calorosamente da felicidade de seus pais, Zaratustra sentiu grandes tentações de zombar daquele ardor: porque evidentemente eram reis muito pacíficos os que via diante de si, com seus velhos e finos semblantes. (JMS)
"...Quando as espadas se cruzavam como serpentes tintas de vermelho, nossos pais amavam a vida. O sol da paz parecia-lhes brando e morno, mas a paz prolongada os envergonhava.
Como nossos pais suspiravam quando viam na parede espadas lustrosas e enxutas! Tinham sede de guerra, à semelhança dessas espadas. Porque uma espada quer beber sangue e cintila com seu ardente desejo."
Quando os reis falaram tão calorosamente da felicidade de seus pais, Zaratustra sentiu grande vontade de zombar daquele ardor, porque evidentemente eram reis muito pacíficos os que via diante de si, com seus velhos e finos semblantes. (CM)
O SINAL
Entrementes tinham os homens superiores acordado na caverna, e dispunham-se a ir em procissão ao encontro de Zaratustra, para o saudar, porque já haviam reparado na sua ausência.Quando chegaram, porém, à porta da caverna, o leão, ao ouvir-lhes os passos, afastou-se rapidamente de Zaratustra e precipitou-se para a caverna rugindo furiosamente. Ouvindo-o rugir, os homens superiores começaram a gritar como uma só boca e, retrocedendo, desapareceram num abrir e fechar de olhos. (JMS)
... Entrementes tinham os homens superiores acordado na caverna e dispunham-se a ir em procissão ao encontro de Zaratustra, para o saudar, porque já haviam reparado em sua ausência.Quando chegaram, porém, à porta da caverna, o leão, ao ouvir-lhes os passos, afastou-se rapidamente de Zaratustra e precipitou-se para a caverna rugindo furiosamente. Ouvindo-o rugir, os homens superiores começaram a gritar como se fossem uma só boca e, retrocedendo, desapareceram num abrir e fechar de olhos. (CM)
Published on November 27, 2011 16:26
zaratustra, editora escala II
release da obra na edição "série filosofar", aqui:
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página inicial da obra na "coleção grandes obras do pensamento universal", tradução de ciro mioranza:
tirando alguns torneios específicos como "a abelha que acumulasse demasiado mel" e um "olho afável" que podem ser mera coincidência, são visivelmente duas traduções independentes, o que prova uma vez mais a grande questão de qualquer autoria: obras de lavra diferente são necessariamente diferentes.
eu teria me dado por satisfeita, e provavelmente acharia que o release havia sido retirado de outra tradução, por descuido, preguiça ou negligência em relação à questão autoral.
acontece, porém, que fui folheando a edição da escala, tendo ao lado a tradução feita ou revista por josé mendes de souza. começou a aparecer uma quantidade de, digamos, coincidências que pareciam numerosas demais para ser, de fato, meras coincidências. e mais adiante, começaram a aparecer semelhanças e identidades que jamais poderiam ser consideradas coincidências. passo aos exemplos no próximo post.
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página inicial da obra na "coleção grandes obras do pensamento universal", tradução de ciro mioranza:
tirando alguns torneios específicos como "a abelha que acumulasse demasiado mel" e um "olho afável" que podem ser mera coincidência, são visivelmente duas traduções independentes, o que prova uma vez mais a grande questão de qualquer autoria: obras de lavra diferente são necessariamente diferentes.
eu teria me dado por satisfeita, e provavelmente acharia que o release havia sido retirado de outra tradução, por descuido, preguiça ou negligência em relação à questão autoral.
acontece, porém, que fui folheando a edição da escala, tendo ao lado a tradução feita ou revista por josé mendes de souza. começou a aparecer uma quantidade de, digamos, coincidências que pareciam numerosas demais para ser, de fato, meras coincidências. e mais adiante, começaram a aparecer semelhanças e identidades que jamais poderiam ser consideradas coincidências. passo aos exemplos no próximo post.
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Published on November 27, 2011 08:44
zaratustra, editora escala I
[image error] encomendei um exemplar, mas, ao invés da edição da "série filosofar", o livreiro enviou outra, integrante da coleção "grandes obras do pensamento universal", da mesma editora, também em tradução de ciro mioranza. não me importei muito, pois imaginei que o conteúdo seria um só.
a primeira constatação é que a abertura de zaratustra no volume das "grandes obras" é muito diferente do que consta no release da "série filosofar" (transcreverei no próximo post). mas logo adiante começam a surgir coisas bizarras: frases idênticas às de josé mendes de souza, intercaladas com frases bem diferentes; frases muito similares às de josé mendes, apenas com um ou outro termo diferente; depois, longos trechos, até páginas inteiras praticamente iguais às de josé mendes. em outro post a seguir, documentarei essas minhas afirmativas com vários exemplos ilustrativos.
diante de muitos indícios estranhos, fiquei com uma dúvida: afinal, de onde teria surgido o texto do release, apresentado como tradução de ciro mioranza, se não é o que consta no volume das "coleção grandes obras"? numa dessas, será que ele não constaria na edição da ''série filosofar"? assim, resolvi encomendar um exemplar desta última (mas a outro livreiro!), que deve chegar na próxima semana. por ora, passemos ao que temos em mãos.
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Published on November 27, 2011 08:20
November 26, 2011
via federico carotti, aqui
Published on November 26, 2011 17:19
November 25, 2011
nietzsche no brasil, complementos interessantes
a tradução portuguesa de araújo pereira - de 1913 até a data presente, pela guimarães - afinal foi publicada no brasil, circa 1936-8, pela cultura moderna:
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é esta tradução portuguesa que julgo ser a "tradução revista e atualizada por josé mendes de souza", que saiu pela brasil em 1950 e depois, em 1967, passou para a ediouro como "tradução de josé mendes de souza", assim permanecendo pelo menos até 1995.
num entendimento muito acertado, a cultura moderna também lançou um volume com assim falava zaratustra acompanhado de os super-homens de ralph waldo emerson, cuja tremenda influência sobre nietzsche às vezes parece um pouco negligenciada em nossos estudos. (aliás, até já comentei como nietzsche e thoreau parecem irmãos a este respeito, o caçula e o primogênito disputando numa arena ideal a concretização vitalista do transcendentalismo paterno.)

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é esta tradução portuguesa que julgo ser a "tradução revista e atualizada por josé mendes de souza", que saiu pela brasil em 1950 e depois, em 1967, passou para a ediouro como "tradução de josé mendes de souza", assim permanecendo pelo menos até 1995.
num entendimento muito acertado, a cultura moderna também lançou um volume com assim falava zaratustra acompanhado de os super-homens de ralph waldo emerson, cuja tremenda influência sobre nietzsche às vezes parece um pouco negligenciada em nossos estudos. (aliás, até já comentei como nietzsche e thoreau parecem irmãos a este respeito, o caçula e o primogênito disputando numa arena ideal a concretização vitalista do transcendentalismo paterno.)
Published on November 25, 2011 15:20
nietzsche traduzido no brasil IV
após 76 anos do ingresso de nietzsche na bibliografia brasileira, chegamos a 2000. nos onze anos desse novo século, há uma enorme proliferação de traduções e retraduções, muitas de boa e ótima qualidade; muitas outras, porém, medíocres, duvidosas ou francamente espúrias. mantém-se ainda um fluxo incessante de reedições de outros anos.
acompanhe o histórico anterior em:
nietzsche traduzido no brasil III
primeiro balanço parcial
nietzsche traduzido no brasil II
nietzsche traduzido no brasil I
em 2000, sai pela relume dumará crepúsculo dos ídolos (ou como filosofar com o martelo), em tradução de marco antônio casanova:

em 2000, a companhia das letras lança humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres, na tradução de paulo césar de souza:
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ainda em 2000, a martin claret lança suas suspeitas traduções em nome de pietro nassetti, agora:
ecce homo:
o anticristo:
em c.2001, sai além do bem e do mal: prelúdio de uma filosofia do futuro, em tradução de armando amado jr. e coordenação de márcio pugliesi, pela wvc.
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em 2001, a landy lança breviário de citações, ou para conhecer nietzsche: fragmentos e aforismos, em seleção, organização e tradução de duda machado:

ainda em 2001, a martin claret lança para além do bem e do mal atribuindo a tradução a "alex marins":

em 2002, a editora da unb lança fragmentos finais, em seleção e tradução de flávio r. kothe:

também em 2002, sai uma edição didática da scipione de para a genealogia da moral, em tradução e adaptação infantil (?) de oswaldo giacóia jr.:

em 2003, noéli correia de melo sobrinho lança sua seleção e tradução de escritos sobre educação, pela loyola e puc-rio:

também em 2003, a segunda consideração intempestiva: da utilidade e desvantagem da história para a vida sai em tradução de marco antonio casanova, pela relume dumará:

ainda em 2003, ecce homo: de como alguém se torna o que a gente é, em tradução anotada de marcelo backes, sai pela l&pm:
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em c.2003 ainda, a planeta deagostini lança a tradução portuguesa de alfredo margarido para assim falava zaratustra. não localizei imagem de capa, mas há um exemplar em nossa biblioteca nacional:
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em 2003, martin claret lança a gaia ciência, em suspeita tradução atribuída a "jean melville":

em 2004, fragmentos do espólio: julho de 1882 ao inverno de 1883-1884, sai pela edunb em seleção e tradução de flávio r. kothe:

em 2005, a martins fontes lança sabedoria para depois de amanhã, seleção dos fragmentos póstumos por heinz friedrich, em tradução de karina jannini:

ainda em 2005, a martins fontes publica a visão dionisíaca do mundo e outros textos de juventude, em tradução de marcos sinésio pereira fernandes e maria cristina dos santos de souza:

em 2005, noéli correia de melo sobrinho lança sua seleção e tradução de escritos sobre história, pela loyola e puc-rio:

ainda em 2005, a centauro lança a genealogia da moral com tradução em nome de josé ângelo de faria:

em 2005, a madras lança a origem da tragédia, proveniente do espírito da música, atribuindo a autoria da tradução ao nome de márcio pugliesi. trata-se, porém, de cópia levemente maquiada da tradução de erwin theodor rosenthal (1949, cupolo; veja aqui). a editora admitiu a irregularidade e retirou a obra de catálogo, embora ainda se encontre à venda em algumas livrarias.

também em 2005, sai uma batelada de nietzsches pela rideel, todos com pretensa tradução atribuída ao nome de heloísa da graça burati (já retirados de circulação pela editora, após admitir a fraude - veja aqui). seguem-se eles:
a gaia ciência: [image error]ecce homo:[image error]o nascimento da tragédia:[image error]humano, demasiado humano:
além do bem e do mal:
assim falou zaratustra:[image error]acerca da verdade e da mentira/ o anticristo:[image error]
em 2006, pela zahar sai introdução à tragédia de sófocles, na tradução anotada de ernani chaves:

em 2006, a achiamé publica o anticristo em tradução de robson achiamé:
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também em 2006, a landy lança uma antologia de vários autores, o amor, receitas práticas e sábias, em tradução de renata cordeiro. não sei qual é o texto de nietzsche.
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no mesmo ano, aparece pela centauro, em tradução de lilian salles kump, além do bem e do mal:

em 2007, sai nova edição de anticristo, incluindo agora ditirambos de dionisio, em tradução de paulo césar de souza, pela companhia das letras:
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em 2007, noéli correia de melo sobrinho lança sua seleção e tradução de escritos sobre política, em dois volumes, pela loyola e puc-rio:

ainda em 2007, sai a vontade de poder:tentativa de uma transvaloração de todos os valores, na tradução de marcos sinésio pereira fernandes e francisco josé dias de moraes, pela contraponto:

em 2007, a hedra lança sobre verdade e mentira, na tradução de fernando de moraes barros:

ainda em 2007, a centauro lança assim falava zaratustra, com tradução atribuída ao nome de sílvio ferreira leite:

em 2008, pela l&pm, sai além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro, na tradução anotada de renato zwick:

ainda em 2008, a l&pm lança também o anticristo: maldição contra o cristianismo, na tradução anotada de renato zwick:

em 2008, a hedra lança a filosofia na era trágica dos gregos, na tradução de fernando de moraes barros:
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ainda em 2008, fragmentos do espólio: primavera de 1884 a outono de 1885, em seleção e tradução de flávio r. kothe, sai pela edunb:

no mesmo ano, a dpl/ golden books lança o crepúsculo dos ídolos, como filosofar com o martelo, em tradução de jacqueline valpassos:

no mesmo ano, a edipro publica além do bem e do mal, em tradução de edson bini:

entre 2005 e 2008, a escala lança em rápida sequência vários outros títulos, que com suas edições anteriores comporão uma "biblioteca nietzsche" em vinte volumes. aqui apresento a coleção já formada, entre parênteses os nomes que constam como autores das respectivas traduções:
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Assim Falava Zaratustra (ciro mioranza)
A Genealogia da Moral (antônio carlos braga)
Crepúsculo dos Ídolos (antônio carlos braga)
Além do Bem e do Mal (antônio carlos braga)
Humano, Demasiado Humano (antônio carlos braga)
A Gaia Ciência (antônio carlos braga)
O Anticristo (antônio carlos braga)
Ecce Homo (antônio carlos braga)
Aurora (antônio carlos braga)
O Nascimento da Tragédia (antônio carlos braga)
O Livro do Filósofo (antônio carlos braga)
O Viajante e sua Sombra (antônio carlos braga e ciro mioranza)
Miscelânea de Opiniões e Sentenças (antônio carlos braga)
O Caso Wagner/ Nietzsche contra Wagner (antônio carlos braga e ciro mioranza)
Da Utilidade e do Inconveniente da História para a Vida (antônio carlos braga e ciro mioranza)
Schopenhauer Educador (antônio carlos braga e ciro mioranza)
Filosofia na Época Trágica dos Gregos (antônio carlos braga)
David Strauss - Sectário e Escritor (antônio carlos braga e ciro mioranza)
Vontade de Potência em 2 vols. (mário d. ferreira santos)
em 2009 sai quarta consideração extemporânea: wagner em bayreuth, em tradução anotada de anna hartmann cavalcante, pela zahar:

em 2009, noéli correia de melo sobrinho lança sua seleção e tradução de escritos sobre direito, pela loyola e puc-rio:

em 2009, sai o crepúsculo dos ídolos (ou como se filosofa com o martelo) na tradução anotada de renato zwick, pela l&pm:

depois de uma adaptação infantil, não poderia faltar uma edição em quadrinhos: o escolhido foi zaratustra, em assim falava zaratustra: dos céus aos quadrinhos, pela devir. ignoro quem fez a adaptação do texto.

em 2011, sai a filosofia na era trágica dos gregos na tradução de gabriel valladão silva, pela l&pm:

pela leya, sai uma coletânea de citações e pensamentos de nietzsche, em tradução a confirmar (org. paulo neves da silva):

em 2011, a portuguesa babel (grupo editorial que inclui a guimarães) se instala no brasil e lança um lote de três nietzsches, imagino que aproveitando as traduções da guimarães (a confirmar):
o anticristo: ensaio de uma crítica do cristianismo, pedro delfim pinto dos santos (a confirmar):
assim falava zaratustra, a verificar:
para além de bem e mal, em tradução de hermann pflüger (a confirmar):
em post futuro, esboçarei uma rápida síntese desses onze anos e arriscarei uma avaliação geral de 1934 a 2011..
acompanhe o histórico anterior em:
nietzsche traduzido no brasil III
primeiro balanço parcial
nietzsche traduzido no brasil II
nietzsche traduzido no brasil I
em 2000, sai pela relume dumará crepúsculo dos ídolos (ou como filosofar com o martelo), em tradução de marco antônio casanova:

em 2000, a companhia das letras lança humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres, na tradução de paulo césar de souza:
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ainda em 2000, a martin claret lança suas suspeitas traduções em nome de pietro nassetti, agora:
ecce homo:

o anticristo:

em c.2001, sai além do bem e do mal: prelúdio de uma filosofia do futuro, em tradução de armando amado jr. e coordenação de márcio pugliesi, pela wvc.
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em 2001, a landy lança breviário de citações, ou para conhecer nietzsche: fragmentos e aforismos, em seleção, organização e tradução de duda machado:

ainda em 2001, a martin claret lança para além do bem e do mal atribuindo a tradução a "alex marins":

em 2002, a editora da unb lança fragmentos finais, em seleção e tradução de flávio r. kothe:

também em 2002, sai uma edição didática da scipione de para a genealogia da moral, em tradução e adaptação infantil (?) de oswaldo giacóia jr.:

em 2003, noéli correia de melo sobrinho lança sua seleção e tradução de escritos sobre educação, pela loyola e puc-rio:

também em 2003, a segunda consideração intempestiva: da utilidade e desvantagem da história para a vida sai em tradução de marco antonio casanova, pela relume dumará:

ainda em 2003, ecce homo: de como alguém se torna o que a gente é, em tradução anotada de marcelo backes, sai pela l&pm:
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em c.2003 ainda, a planeta deagostini lança a tradução portuguesa de alfredo margarido para assim falava zaratustra. não localizei imagem de capa, mas há um exemplar em nossa biblioteca nacional:
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em 2003, martin claret lança a gaia ciência, em suspeita tradução atribuída a "jean melville":

em 2004, fragmentos do espólio: julho de 1882 ao inverno de 1883-1884, sai pela edunb em seleção e tradução de flávio r. kothe:

em 2005, a martins fontes lança sabedoria para depois de amanhã, seleção dos fragmentos póstumos por heinz friedrich, em tradução de karina jannini:

ainda em 2005, a martins fontes publica a visão dionisíaca do mundo e outros textos de juventude, em tradução de marcos sinésio pereira fernandes e maria cristina dos santos de souza:

em 2005, noéli correia de melo sobrinho lança sua seleção e tradução de escritos sobre história, pela loyola e puc-rio:

ainda em 2005, a centauro lança a genealogia da moral com tradução em nome de josé ângelo de faria:

em 2005, a madras lança a origem da tragédia, proveniente do espírito da música, atribuindo a autoria da tradução ao nome de márcio pugliesi. trata-se, porém, de cópia levemente maquiada da tradução de erwin theodor rosenthal (1949, cupolo; veja aqui). a editora admitiu a irregularidade e retirou a obra de catálogo, embora ainda se encontre à venda em algumas livrarias.

também em 2005, sai uma batelada de nietzsches pela rideel, todos com pretensa tradução atribuída ao nome de heloísa da graça burati (já retirados de circulação pela editora, após admitir a fraude - veja aqui). seguem-se eles:
a gaia ciência: [image error]ecce homo:[image error]o nascimento da tragédia:[image error]humano, demasiado humano:
além do bem e do mal:
assim falou zaratustra:[image error]acerca da verdade e da mentira/ o anticristo:[image error]em 2006, pela zahar sai introdução à tragédia de sófocles, na tradução anotada de ernani chaves:

em 2006, a achiamé publica o anticristo em tradução de robson achiamé:
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também em 2006, a landy lança uma antologia de vários autores, o amor, receitas práticas e sábias, em tradução de renata cordeiro. não sei qual é o texto de nietzsche.
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no mesmo ano, aparece pela centauro, em tradução de lilian salles kump, além do bem e do mal:

em 2007, sai nova edição de anticristo, incluindo agora ditirambos de dionisio, em tradução de paulo césar de souza, pela companhia das letras:
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em 2007, noéli correia de melo sobrinho lança sua seleção e tradução de escritos sobre política, em dois volumes, pela loyola e puc-rio:

ainda em 2007, sai a vontade de poder:tentativa de uma transvaloração de todos os valores, na tradução de marcos sinésio pereira fernandes e francisco josé dias de moraes, pela contraponto:

em 2007, a hedra lança sobre verdade e mentira, na tradução de fernando de moraes barros:

ainda em 2007, a centauro lança assim falava zaratustra, com tradução atribuída ao nome de sílvio ferreira leite:

em 2008, pela l&pm, sai além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro, na tradução anotada de renato zwick:

ainda em 2008, a l&pm lança também o anticristo: maldição contra o cristianismo, na tradução anotada de renato zwick:

em 2008, a hedra lança a filosofia na era trágica dos gregos, na tradução de fernando de moraes barros:
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ainda em 2008, fragmentos do espólio: primavera de 1884 a outono de 1885, em seleção e tradução de flávio r. kothe, sai pela edunb:

no mesmo ano, a dpl/ golden books lança o crepúsculo dos ídolos, como filosofar com o martelo, em tradução de jacqueline valpassos:

no mesmo ano, a edipro publica além do bem e do mal, em tradução de edson bini:

entre 2005 e 2008, a escala lança em rápida sequência vários outros títulos, que com suas edições anteriores comporão uma "biblioteca nietzsche" em vinte volumes. aqui apresento a coleção já formada, entre parênteses os nomes que constam como autores das respectivas traduções:
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Assim Falava Zaratustra (ciro mioranza)
A Genealogia da Moral (antônio carlos braga)
Crepúsculo dos Ídolos (antônio carlos braga)
Além do Bem e do Mal (antônio carlos braga)
Humano, Demasiado Humano (antônio carlos braga)
A Gaia Ciência (antônio carlos braga)
O Anticristo (antônio carlos braga)
Ecce Homo (antônio carlos braga)
Aurora (antônio carlos braga)
O Nascimento da Tragédia (antônio carlos braga)
O Livro do Filósofo (antônio carlos braga)
O Viajante e sua Sombra (antônio carlos braga e ciro mioranza)
Miscelânea de Opiniões e Sentenças (antônio carlos braga)
O Caso Wagner/ Nietzsche contra Wagner (antônio carlos braga e ciro mioranza)
Da Utilidade e do Inconveniente da História para a Vida (antônio carlos braga e ciro mioranza)
Schopenhauer Educador (antônio carlos braga e ciro mioranza)
Filosofia na Época Trágica dos Gregos (antônio carlos braga)
David Strauss - Sectário e Escritor (antônio carlos braga e ciro mioranza)
Vontade de Potência em 2 vols. (mário d. ferreira santos)
em 2009 sai quarta consideração extemporânea: wagner em bayreuth, em tradução anotada de anna hartmann cavalcante, pela zahar:

em 2009, noéli correia de melo sobrinho lança sua seleção e tradução de escritos sobre direito, pela loyola e puc-rio:

em 2009, sai o crepúsculo dos ídolos (ou como se filosofa com o martelo) na tradução anotada de renato zwick, pela l&pm:

depois de uma adaptação infantil, não poderia faltar uma edição em quadrinhos: o escolhido foi zaratustra, em assim falava zaratustra: dos céus aos quadrinhos, pela devir. ignoro quem fez a adaptação do texto.

em 2011, sai a filosofia na era trágica dos gregos na tradução de gabriel valladão silva, pela l&pm:

pela leya, sai uma coletânea de citações e pensamentos de nietzsche, em tradução a confirmar (org. paulo neves da silva):

em 2011, a portuguesa babel (grupo editorial que inclui a guimarães) se instala no brasil e lança um lote de três nietzsches, imagino que aproveitando as traduções da guimarães (a confirmar):
o anticristo: ensaio de uma crítica do cristianismo, pedro delfim pinto dos santos (a confirmar):

assim falava zaratustra, a verificar:

para além de bem e mal, em tradução de hermann pflüger (a confirmar):

em post futuro, esboçarei uma rápida síntese desses onze anos e arriscarei uma avaliação geral de 1934 a 2011..
Published on November 25, 2011 04:21
November 24, 2011
nietzsche traduzido no brasil III
a partir de 1980, há inúmeras reeedições dos vários títulos das várias editoras, em especial hemus, ediouro e abril cultural (a partir de 1987, nova cultural). vou me concentrar apenas em novas traduções de títulos já traduzidos anteriormente (isto é, as chamadas "retraduções") e de títulos ainda inéditos entre nós.
em 1984, a moraes lança a origem da tragédia, sem nome do tradutor, mas com créditos de preparação a joaquim josé de faria, o qual, ao lado de um tal "peter klaus ivanov", ressurge como autor da mesma tradução na centauro - na verdade, não passa de mera cópia da tradução portuguesa de álvaro ribeiro, pela guimarães editora, como mostrei aqui. capa na centauro:

também em 1984, a moraes lança uma anônima tradução de o anticristo, que mais tarde ressurge na centauro em nome de rubens eduardo frias. aqui na capa da centauro:

em 1985, a ediouro lança a tradução de davi jardim jr. de o anticristo:

também em 1985, a max limonad lança ecce homo, como alguém se torna o que é, em tradução de paulo césar de souza:

em 1986, a moraes lança mais uma suspeita tradução, a genealogia da moral, assinada por joaquim josé de faria:

em 1986, paulo césar de souza lança sua tradução de crepúsculo dos ídolos pela companhia das letras:
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em 1987, sai pela brasiliense genealogia da moral em tradução de paulo césar de souza, transitando depois para a companhia das letras:
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em 1987, a moraes lança o livro do filósofo com tradução que reaparece na centauro em nome de rubens eduardo frias, com indicação a partir do francês:

em 1990, a ediouro lança ecce homo, como cheguei a ser o que sou na tradução de lourival de queiroz henkel:

em 1992, ainda a moraes lança o apócrifo a minha irmã e eu, com tradução atribuída a rubens eduardo frias, mera cópia da tradução portuguesa de pedro josé leal, como mostrei aqui.

em 1996, pela newton compton, sai o anticristo, maldição do cristianismo, em tradução do italiano por mario fondelli:

em 1997, a sette letras lança cinco prefácios para cinco livros não escritos, em tradução de pedro süssekind:

em 1997, a editora martin claret lança um "livro-clipping" chamado nietzsche: vida e pensamentos, uma colagem de excertos extraídos de edições alheias:
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em 1999, sai uma suspeita tradução de assim falou zaratustra, atribuída inicialmente a uma "equipe de tradutores da martin claret" e depois a "alex marins":

também em 1999, sai a tradução de paulo césar de souza de o caso wagner/ nietzsche contra wagner, pela companhia das letras:

ainda em 1999, a companhia das letras lança o nascimento da tragédia, ou helenismo e pessimismo, em tradução anotada de jacó guinsburg:

em 1999, a escala publica humano, demasiado humano em tradução de antônio carlos braga:

aparentemente os anos 80 e 90 consolidam e aprofundam duas tendências da década anterior: de um lado, a proliferação de edições pouco idôneas; de outro lado, a sedimentação de uma bibliografia nietzschiana sólida, com cuidadosas retraduções anotadas. no meio, ininterruptas reedições de décadas anteriores e eventualmente alguma nova tradução íntegra e honesta, de boa qualidade e sem maiores pretensões críticas.
ressalvo uma vez mais que se trata de uma cronologia tal como consegui reconstituir a partir de acervos de bibliotecas, livrarias e sebos. os posts estão sujeitos a alterações para complementar ou eventualmente corrigir dados.
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em 1984, a moraes lança a origem da tragédia, sem nome do tradutor, mas com créditos de preparação a joaquim josé de faria, o qual, ao lado de um tal "peter klaus ivanov", ressurge como autor da mesma tradução na centauro - na verdade, não passa de mera cópia da tradução portuguesa de álvaro ribeiro, pela guimarães editora, como mostrei aqui. capa na centauro:

também em 1984, a moraes lança uma anônima tradução de o anticristo, que mais tarde ressurge na centauro em nome de rubens eduardo frias. aqui na capa da centauro:

em 1985, a ediouro lança a tradução de davi jardim jr. de o anticristo:

também em 1985, a max limonad lança ecce homo, como alguém se torna o que é, em tradução de paulo césar de souza:

em 1986, a moraes lança mais uma suspeita tradução, a genealogia da moral, assinada por joaquim josé de faria:

em 1986, paulo césar de souza lança sua tradução de crepúsculo dos ídolos pela companhia das letras:
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em 1987, sai pela brasiliense genealogia da moral em tradução de paulo césar de souza, transitando depois para a companhia das letras:
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em 1987, a moraes lança o livro do filósofo com tradução que reaparece na centauro em nome de rubens eduardo frias, com indicação a partir do francês:

em 1990, a ediouro lança ecce homo, como cheguei a ser o que sou na tradução de lourival de queiroz henkel:

em 1992, ainda a moraes lança o apócrifo a minha irmã e eu, com tradução atribuída a rubens eduardo frias, mera cópia da tradução portuguesa de pedro josé leal, como mostrei aqui.

em 1996, pela newton compton, sai o anticristo, maldição do cristianismo, em tradução do italiano por mario fondelli:

em 1997, a sette letras lança cinco prefácios para cinco livros não escritos, em tradução de pedro süssekind:

em 1997, a editora martin claret lança um "livro-clipping" chamado nietzsche: vida e pensamentos, uma colagem de excertos extraídos de edições alheias:
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em 1999, sai uma suspeita tradução de assim falou zaratustra, atribuída inicialmente a uma "equipe de tradutores da martin claret" e depois a "alex marins":

também em 1999, sai a tradução de paulo césar de souza de o caso wagner/ nietzsche contra wagner, pela companhia das letras:

ainda em 1999, a companhia das letras lança o nascimento da tragédia, ou helenismo e pessimismo, em tradução anotada de jacó guinsburg:

em 1999, a escala publica humano, demasiado humano em tradução de antônio carlos braga:

aparentemente os anos 80 e 90 consolidam e aprofundam duas tendências da década anterior: de um lado, a proliferação de edições pouco idôneas; de outro lado, a sedimentação de uma bibliografia nietzschiana sólida, com cuidadosas retraduções anotadas. no meio, ininterruptas reedições de décadas anteriores e eventualmente alguma nova tradução íntegra e honesta, de boa qualidade e sem maiores pretensões críticas.
ressalvo uma vez mais que se trata de uma cronologia tal como consegui reconstituir a partir de acervos de bibliotecas, livrarias e sebos. os posts estão sujeitos a alterações para complementar ou eventualmente corrigir dados.
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Published on November 24, 2011 14:39
November 23, 2011
primeiro balanço parcial
nos quarenta e cinco anos decorridos entre 1934, quando saiu o primeiro livro de nietzsche traduzido no brasil, e 1979, ponto em que se encontra meu levantamento, o saldo de traduções brasileiras integrais, sem contar as retraduções, foi o seguinte:
o crepúsculo dos ídolos (persiano da fonseca,1934)
o viandante e a sua sombra (heraldo barbuy, 1939)
vontade de potência (mário ferreira santos, 1945)
aurora (mário ferreira santos, 1947)
além do bem e do mal (mário ferreira santos, 1947)
a origem da tragédia (erwin theodor rosenthal, 1949)
assim falava zaratustra (mário ferreira santos, 1954)
ecce homo (lourival de queiroz henkel, 1959)
a genealogia da moral (a. a. rocha, 1967)
a gaia ciência (márcio pugliesi, edson bini e norberto de paula lima, 1976)
entre essas primeiras traduções, apenas o crepúsculo dos ídolos e a origem da tragédia se perderam nas brumas dos tempos. as demais continuam em catálogo nas seguintes editoras: o viandante e a sua sombra (ediouro), vontade de potência (vozes), aurora (vozes), além do bem e do mal (vozes), assim falava zaratustra (vozes), ecce homo (ediouro), genealogia da moral (ediouro) e a gaia ciência (hemus, ediouro).
ressalvo uma vez mais que se trata de uma cronologia tal como consegui reconstituir a partir de acervos de bibliotecas, livrarias e sebos. estando a pesquisa em andamento, os posts estão sujeitos a alterações para complementar ou eventualmente corrigir dados.
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o crepúsculo dos ídolos (persiano da fonseca,1934)
o viandante e a sua sombra (heraldo barbuy, 1939)
vontade de potência (mário ferreira santos, 1945)
aurora (mário ferreira santos, 1947)
além do bem e do mal (mário ferreira santos, 1947)
a origem da tragédia (erwin theodor rosenthal, 1949)
assim falava zaratustra (mário ferreira santos, 1954)
ecce homo (lourival de queiroz henkel, 1959)
a genealogia da moral (a. a. rocha, 1967)
a gaia ciência (márcio pugliesi, edson bini e norberto de paula lima, 1976)
entre essas primeiras traduções, apenas o crepúsculo dos ídolos e a origem da tragédia se perderam nas brumas dos tempos. as demais continuam em catálogo nas seguintes editoras: o viandante e a sua sombra (ediouro), vontade de potência (vozes), aurora (vozes), além do bem e do mal (vozes), assim falava zaratustra (vozes), ecce homo (ediouro), genealogia da moral (ediouro) e a gaia ciência (hemus, ediouro).
ressalvo uma vez mais que se trata de uma cronologia tal como consegui reconstituir a partir de acervos de bibliotecas, livrarias e sebos. estando a pesquisa em andamento, os posts estão sujeitos a alterações para complementar ou eventualmente corrigir dados.
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Published on November 23, 2011 18:50
nietzsche traduzido no brasil II
continuo a apresentar o levantamento cronológico das traduções de nietzsche publicadas no brasil, que iniciei aqui, agora de 1960 a 1979. traduções das décadas anteriores continuam a ser variadamente reeditadas.
I. a década de 1960
em 1961, saem novas reedições de assim falava zaratustra (brasil) e o pensamento vivo de nietzsche (martins).
em 1962, a tradução de mário ferreira santos de zaratustra, com várias edições pela logos, sai pela católica formar.
em 1965, idem, mais uma reedição de zaratustra pela brasil, o qual, a partir de 1966, transita para a ediouro, onde permanece em incontáveis edições até a data de hoje, passando de "tradução revista e atualizada por josé mendes de souza" para "tradução de josé mendes de souza".
também em 1966, vontade de potência na tradução de mário ferreira santos (1945) passa a ser publicada pela ediouro.
em 1967, a ediouro publica a genealogia da moral, em tradução de a. a. rocha (?), aqui em capa dos anos 80:.
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II. a década de 1970
em 1972, a globo lança uma antologia humanística alemã, com um excerto da primeira das considerações anacrônicas. embora a edição traga os nomes de todos os tradutores, não se especifica quem fez o quê.
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em 1973, em coedição com a presença, a martins fontes lança a tradução portuguesa de humano, demasiado humano, de carlos grifo babo:
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em 1974, surge a coletânea de excertos de nietzsche, selecionados por gérard lebrun, traduzidos e anotados por rubens rodrigues torres filho, na coleção "os pensadores" da abril cultural, com o título de obras incompletas. a antologia traz trechos de O nascimento da tragédia no espírito da música / A filosofia na época trágica dos gregos / Sobre verdade e mentira no sentido extra moral / Considerações extemporâneas / Humano. Demasiado humano (1º) / Humano. Demasiado humano (2º) / Aurora / A Gaia Ciência / Assim falou Zaratustra / Para além o bem e do mal / Para a genealogia da moral / Crepúsculo dos ídolos / O Anticristo / Ecce Homo / Sobre o nilismo e o eterno retorno / Quatro poemas / Apêndice - O portador:

em 1976, aparece pela editora hemus a gaia ciência, em tradução de márcio pugliesi, edson bini e norberto de paula lima:

no mesmo ano, a hemus lança também crepúsculo dos ídolos, ou a filosofia a golpes de martelo, em tradução de edson bini e márcio pugliesi:

em 1977, ainda pela hemus, sai além do bem e do mal, ou prelúdio de uma filosofia do futuro, em tradução de márcio pugliesi:

também em 1977, a mesma hemus lança assim falava zaratustra, com tradução em nome de eduardo nunes fonseca:

em 1978, a martins fontes lança uma seleção variada, fontes de serenidade, incluindo um texto de nietzsche, difícil saber qual, e difícil também saber a autoria da tradução:

nesses vinte anos, nota-se que praticamente desaparece o lançamento brasileiro de traduções portuguesas: há apenas o caso de humano, demasiado humano em 1973. afora este elemento em comum, as duas décadas me parecem bem distintas entre si, e comentarei separadamente.
nos anos 1960, não há nenhuma nova tradução de nietzsche, seja de títulos já publicados ou de obras ainda inéditas entre nós, com a única exceção de uma retradução d'a genealogia da moral. há como que uma consolidação de alguns títulos, em particular de assim falava zaratustra, numa acirrada rivalidade entre as duas traduções, e uma espécie de assentamento de instabilidades no setor, com o fechamento de uma ou outra editora e a absorção de alguns títulos pela ediouro, onde permanecem até hoje.
já os anos 1970 constituem um marco: de um lado, o grande salto qualitativo com as ditas obras incompletas e seu amplo painel das ideias de nietzsche, em seleção e tradução regidas por critérios de um bom scholarship; de outro lado, de escopo modesto e mais popularizador na hemus, uma oferta de vários títulos em simultâneo e trazendo uma obra até então inédita entre nós, a saber, a gaia ciência. embora tais lançamentos pudessem alcançar um público mais amplo, por outro lado deve-se levar em conta que a editora hemus tem um lamentável histórico de fraudes editoriais, envolvendo precisamente eduardo nunes fonseca, desta feita apresentado como autor da tradução de assim falava zaratustra.
de minha parte, considero o ano de 1974, pelo tratamento filosófico sério que moldou a antologia de lebrun e rubens rodrigues, como a data em que nietzsche pensador finalmente ganhou seu visto de permanência no brasil.
ressalvo uma vez mais que se trata de uma cronologia tal como consegui reconstituir a partir de acervos de bibliotecas, livrarias e sebos. estando a pesquisa em andamento, os posts estão sujeitos a alterações para complementar ou eventualmente corrigir dados.
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I. a década de 1960
em 1961, saem novas reedições de assim falava zaratustra (brasil) e o pensamento vivo de nietzsche (martins).
em 1962, a tradução de mário ferreira santos de zaratustra, com várias edições pela logos, sai pela católica formar.
em 1965, idem, mais uma reedição de zaratustra pela brasil, o qual, a partir de 1966, transita para a ediouro, onde permanece em incontáveis edições até a data de hoje, passando de "tradução revista e atualizada por josé mendes de souza" para "tradução de josé mendes de souza".
também em 1966, vontade de potência na tradução de mário ferreira santos (1945) passa a ser publicada pela ediouro.
em 1967, a ediouro publica a genealogia da moral, em tradução de a. a. rocha (?), aqui em capa dos anos 80:.
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II. a década de 1970
em 1972, a globo lança uma antologia humanística alemã, com um excerto da primeira das considerações anacrônicas. embora a edição traga os nomes de todos os tradutores, não se especifica quem fez o quê.
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em 1973, em coedição com a presença, a martins fontes lança a tradução portuguesa de humano, demasiado humano, de carlos grifo babo:
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em 1974, surge a coletânea de excertos de nietzsche, selecionados por gérard lebrun, traduzidos e anotados por rubens rodrigues torres filho, na coleção "os pensadores" da abril cultural, com o título de obras incompletas. a antologia traz trechos de O nascimento da tragédia no espírito da música / A filosofia na época trágica dos gregos / Sobre verdade e mentira no sentido extra moral / Considerações extemporâneas / Humano. Demasiado humano (1º) / Humano. Demasiado humano (2º) / Aurora / A Gaia Ciência / Assim falou Zaratustra / Para além o bem e do mal / Para a genealogia da moral / Crepúsculo dos ídolos / O Anticristo / Ecce Homo / Sobre o nilismo e o eterno retorno / Quatro poemas / Apêndice - O portador:

em 1976, aparece pela editora hemus a gaia ciência, em tradução de márcio pugliesi, edson bini e norberto de paula lima:

no mesmo ano, a hemus lança também crepúsculo dos ídolos, ou a filosofia a golpes de martelo, em tradução de edson bini e márcio pugliesi:

em 1977, ainda pela hemus, sai além do bem e do mal, ou prelúdio de uma filosofia do futuro, em tradução de márcio pugliesi:

também em 1977, a mesma hemus lança assim falava zaratustra, com tradução em nome de eduardo nunes fonseca:

em 1978, a martins fontes lança uma seleção variada, fontes de serenidade, incluindo um texto de nietzsche, difícil saber qual, e difícil também saber a autoria da tradução:

nesses vinte anos, nota-se que praticamente desaparece o lançamento brasileiro de traduções portuguesas: há apenas o caso de humano, demasiado humano em 1973. afora este elemento em comum, as duas décadas me parecem bem distintas entre si, e comentarei separadamente.
nos anos 1960, não há nenhuma nova tradução de nietzsche, seja de títulos já publicados ou de obras ainda inéditas entre nós, com a única exceção de uma retradução d'a genealogia da moral. há como que uma consolidação de alguns títulos, em particular de assim falava zaratustra, numa acirrada rivalidade entre as duas traduções, e uma espécie de assentamento de instabilidades no setor, com o fechamento de uma ou outra editora e a absorção de alguns títulos pela ediouro, onde permanecem até hoje.
já os anos 1970 constituem um marco: de um lado, o grande salto qualitativo com as ditas obras incompletas e seu amplo painel das ideias de nietzsche, em seleção e tradução regidas por critérios de um bom scholarship; de outro lado, de escopo modesto e mais popularizador na hemus, uma oferta de vários títulos em simultâneo e trazendo uma obra até então inédita entre nós, a saber, a gaia ciência. embora tais lançamentos pudessem alcançar um público mais amplo, por outro lado deve-se levar em conta que a editora hemus tem um lamentável histórico de fraudes editoriais, envolvendo precisamente eduardo nunes fonseca, desta feita apresentado como autor da tradução de assim falava zaratustra.
de minha parte, considero o ano de 1974, pelo tratamento filosófico sério que moldou a antologia de lebrun e rubens rodrigues, como a data em que nietzsche pensador finalmente ganhou seu visto de permanência no brasil.
ressalvo uma vez mais que se trata de uma cronologia tal como consegui reconstituir a partir de acervos de bibliotecas, livrarias e sebos. estando a pesquisa em andamento, os posts estão sujeitos a alterações para complementar ou eventualmente corrigir dados.
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Published on November 23, 2011 16:11
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