Denise Bottmann's Blog, page 83

February 13, 2012

a lagarta muito grávida






Diz Darwin, a certa altura da Origin of Species (cap. VIII, sobre o instinto), que, se a gente pega uma lagarta que já fez seu casulo até, digamos, a sexta etapa e põe o bichinho num casulo feito até a terceira etapa, ele vai e retoma o trabalho desde a quarta etapa. Mas que, se você pega uma lagarta que ainda está construindo a terceira fase de seu casulinho e põe num envoltório que esteja construído até a sexta fase, ela se atrapalha toda, fica meio desorientada - much embarrassed, diz Darwin - e se põe a refazer o trabalho que já está pronto.


... Huber found it was with a caterpillar, which makes a very complicated hammock; for if he took a caterpillar which had completed its hammock up to, say, the sixth stage of construction, and put it into a hammock completed up only to the third stage, the caterpillar simply re-performed the fourth, fifth, and sixth stages of construction. If, however, a caterpillar were taken out of a hammock made up, for instance, to the third stage, and were put into one finished up to the sixth stage, so that much of its work was already done for it, far from deriving any benefit from this, it was much embarrassed, and, in order to complete its hammock, seemed forced to start from the third stage, where it had left off, and thus tried to complete the already finished work.


... Huber observou que assim ocorria numa lagarta que faz uma coberta, a modo de rede complicadíssima; pois diz que, quando pegava uma lagarta que tinha terminado sua coberta, suponhamos, até o sexto período da construção, e a punha numa coberta feita até o terceiro, a lagarta voltava simplesmente a repetir os períodos quarto, quinto e sexto; mas se pegava uma lagarta de uma coberta feita, por exemplo, até o período terceiro, e se punha numa feita até o sexto, de maneira que muito da obra estivesse já executado, longe de tirar disso algum benefício, via-se muito grávida e, para completar sua coberta, parecia obrigada a começar desde o período terceiro, onde tinha deixado seu trabalho, e deste modo tentava completar a obra já finda. (A origem das espécies, pág. 222)

A fonte da prenhez da lagarta só podia ser o espanhol (embarazada) - não foi difícil localizar: trata-se de uma tradução de 1921, feita pelo biólogo Antonio de Zulueta, disponível aqui:


Huber observó que así ocurría en una oruga que hace una cubierta, a modo de hamaca complicadísima; pues dice que, cuando cogía una oruga que había terminado su cubierta, supongamos, hasta el sexto período de la construcción, y la ponía en una cubierta hecha sólo hasta el tercero, la oruga volvía simplemente a repetir los períodos cuarto, quinto y sexto; pero si se cogía una oruga de una cubierta hecha, por ejemplo, hasta el período tercero, y se la ponía una hecha hasta el sexto, de modo que mucho de la obra estuviese ya ejecutado, lejos de sacar de esto algún beneficio, se veía muy embarazada, y, para completar su cubierta, parecía obligada a comenzar desde el período tercero, donde había dejado su trabajo, y de este modo intentaba completar la obra ya terminada.



E é essa "lagarta muito grávida" que a Escala está oferecendo às 2.700 bibliotecas públicas inscritas no Cadastro Nacional do Livro de Baixo Preço?



Agradeço a Marcos Gomes por essa história do mais autêntico rir-para-não-chorar.




imagem: lagartas e casulos


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Published on February 13, 2012 15:22

álvaro antunes

Montando o levantamento das obras de Henry James no Brasil, deparei-me com Os papéis de Aspern em tradução de Álvaro Antunes e me lembrei de grandes elogios que eu ouvira, anos atrás, à sua tradução dos Cantos de Leopardi. Acho sempre interessantes essas traduções por paixão à ourivesaria da coisa: costumam ser autênticas preciosidades.



Álvaro Antunes publicou quatro traduções pela Interior Edições, de Além Paraíba, em Minas Gerais (imagino até que era uma editora pessoal sua...).





Os papéis de Aspern, de Henry James, em 1984:












A caça ao turpente, de Lewis Carroll, também em 1984:












Cantos de Giacomo Leopardi, em 1985 (primeira integral):




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Tudo que restou, de Safo, em 1987:












Alguma editora poderia licenciar essas traduções e reeditá-las, penso eu...




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Published on February 13, 2012 10:56

February 12, 2012

charlotte brontë traduzida no brasil

Aqui consolido num único post as traduções de obras de Charlotte Brontë que comentei em outros posts, aqui.



Começo por Jane Eyre, com nada menos de oito traduções (além de um plágio) entre nós.



I.

A primeira delas saiu pela Vozes, com o nome de Joanna Eyre: não consta a data nem o crédito de tradução, mas há um "prefacio do traductor" datado de 1916, em Porto Alegre. Abaixo, página de rosto da segunda edição, em 1926:










Foi reeditada em 1953, tirando um "n":








II.

Em 1942, veio a tradução de Sodré Viana pela Pongetti (reed. em 43, 44, 46, 54, 56, 58, 60 e 65). Aqui em capa de 1946:








A partir dos anos 70, passa a ser editada pela Ediouro, onde continua em catálogo. O espanto aqui fica por conta da coleção em que foi incluída a obra - Clássicos de Bolso Franceses (!):








III.

Em 1945, sai a tradução de Virginia Silva Lefrève, pela Edições e Publicações Brasil, com o título de Jane Eyre (a mulher sublime).











(A título de curiosidade, em 1953 sai uma quadrinização pela Ebal, em Edição Maravilhosa, n. 69.)

Revista Hq Edição Maravilhosa Jane Eyre Charlotte Bronte





IV.

Em 1971, a Ediouro lança a adaptação infanto-juvenil para a Coleção Elefante, por Miécio Tati:





Jane Eyre-charlotte Bronte- 1971



V.

Em 1983, sai a tradução de Marcos Santarrita, pela Francisco Alves:











VI.

Em 1996, a tradução de Lenita Esteves e Almiro Pisetta sai pela Paz e Terra:











VII.

Em 2008, a Itatiaia lança uma pretensa tradução em nome de Waldemar Rodrigues de Oliveira, na verdade cópia fiel da tradução de Sodré Viana. Veja aquiaqui.












VIII.

Em 2010, sai pela Landmark a tradução de Doris Goettems, em edição bilíngue:





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IX.

Em 2011, é lançada a tradução de Heloísa Seixas pela BestBolso:




JANE EYRE





Passemos a outro romance de Charlotte Brontë: Shirley. Foi lançado em 1949, pela Editora Brasileira, numa esquecida tradução de Fábio Valente:





Shirley - CHARLOTTE BRONTE





The Professor, de publicação póstuma, teve um pouco mais de sucesso entre nós:





I.

Sua primeira tradução, de Raul Lima, saiu pela José Olympio em 1944:









E foi reeditada pela Global em 1983:










II. 

Há outra edição pela Saraiva em 1958, cujo tradutor não consegui descobrir, num curioso volume duplo, junto com A lenda de Ulenspiegel, de Charles de Coster:





O Professor C Bronté e a Lenda de Ulenspiegel, C de Coster




III. 

O professor também saiu pelo Clube do Livro em 1958, com tradução em nome de José Maria Machado, o que, porém, não esclarece muita coisa ("José Maria Machado" significava basicamente uma sapecada do Clube do Livro em traduções alheias, e pronto).




O Professor - Charlotte Brontë







Em 1993, a Nova Fronteira lança dois textos da juvenília de Brontë, O segredo & Lily Hart, em tradução de Maria Ignez Duque Estrada:












Em 2006, sai "Napoleão e o espectro" saiu em O grande livro de histórias de fantasmas, pela Suma de Letras, com tradução de Cristina Cupertino:












Por outro lado, Villette, o terceiro de seus três romances publicados em vida, continua inédito entre nós. 










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Published on February 12, 2012 17:52

henry james traduzido no brasil

Em Henry James, o peso da tarraxaaqui, apresentei uma rápida listagem das obras de James traduzidas entre nós. Passo agora às traduções individuais e suas primeiras edições.



I. O primeiro James

Até onde sei, o primeiro escrito de James a sair no Brasil foi o conto "Four Meetings", "Quatro encontros", em tradução de Vinícius de Moraes. Saiu na coleção "Contos do Mundo", volume 3, Os norte-americanos: antigos e modernos, com organização do próprio Vinícius, pela editora Leitura, em 1945. Uma pena que não consegui imagem de capa dessa primeira edição. A Ediouro tem reeditado algumas vezes esse volume, com o título de Contos norte-americanos: os clássicos:




Contos Norte-americanos - 2ª Ed. - Col. Os Clássicos





II. O primeiro romance
Em 1955, sai o primeiro romance de Henry James entre nós, Washington Square, com o título de A Herdeira, em tradução de Ondina Ferreira, na Coleção Saraiva, vol. 82:*








III. A amusette, como dizia H. James

A seguir vem a menina dos olhos das editoras, The Turn of the Screw, título este que costuma ser vertido ao pé da letra, resultando num abstruso A volta do parafuso ou Outra volta do parafuso ou ainda A outra volta do parafuso. Há editoras que usam o título Os inocentes, na esteira do filme The innocents, com roteiro de Truman Capote. O aparecimento dessa novela entre nós foi tardio: lançada em 1898, só chegou aqui em 1961. talvez para compensar o atraso, em menos de cinquenta anos sucederam-se nada menos de dez traduções e três adaptações. A primeira delas, e de longe a mais conhecida e reeditada até hoje, é a de Brenno Silveira. Apresento abaixo suas várias edições em várias editoras.




Brenno Silveira, Civilização Brasileira, 1961:










Em 1969, a capa muda para:










Na 3a. edição, em 1972, passa para:




Fotos de Livro - Outra Volta do Parafuso - Henry James





Em 1970, a Abril Cultural licencia a tradução de Brenno

e acrescenta o conto Lady Barberina, em tradução de Leônidas Gontijo de Carvalho,

em sua coleção "Imortais da Literatura Universal" (reed. em 71, 72, 74, 76):




Fotos de Livro - Lady Barberina / Outra Volta do Parafuso - Henry James





Em 1980, a Abril muda a cor da capa e acrescenta um "A" ao título

(reed. em 81, 82, 83):










Em 1985, sai pelo Círculo do Livro, com o título inicial

(reed. em 90):










Em 2002, sai pela Nova Cultural, novamente com Lady Barberina

e o "A" no título (reed. em 2003):




Lady Barberina: a Outra Volta do





Em 2010, a Clássicos Abril retoma o título inicial:




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IV. Volta a herdeira

Em 1967, a BUP (Biblioteca Universal Popular, vol. 66) publica A herdeira (Washington Square) em tradução de Berenice Xavier:













A tradução de Berenice Xavier é licenciada para a Abril Cultural, na coleção "Grandes Romancistas", em 1984:










V. Volta a amusette

Infelizmente não sei em que ano sai A volta do parafuso em tradução de Olívia Krähenbühl, pela Cultrix, tradução esta que é licenciada em 1969 para a Ediouro (então Tecnoprint), onde se mantém até hoje:




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E, surpreendentemente, sai também pelo Clube do Livro em 1971, reed. 72, com os devidos créditos de tradução:**










Em 1979, o Clube do Livro troca o título para Os inocentes, mantendo a mesma tradução de Olívia Krähenbühl:




Clique para ampliar a capa





Em 1987, o mesmo Clube do Livro volta ao título inicial adotado pela tradutora:










VI. Um pouco de novidade

Em 1971 sai A roda do tempo, trazendo também "Lady Barberina" e "O mentiroso", em tradução de Leônidas Gontijo de Carvalho, na Coleção Sempreviva, v. 10, da Civilização Brasileira:




A Roda do Tempo








VII. Começam as adaptações infanto-juvenis

Em 1972, The Turn of the Screw sai com o título de Os inocentes, em adaptação infanto-juvenil de Marques Rebelo, na Coleção "Elefante" da Ediouro:










VIII. A versão espírita

Em 1980, sai mais um Os inocentes, por uma pequena editora de Matão, O Clarim, em tradução de Wallace Leal Rodrigues, com um prefácio expondo sua abordagem kardecista da obra:










IX. Mais um pouco de variedade

Em 1984, finalmente sai um terceiro romance de James, Os papéis de Aspern, em tradução de Maria Luiza Penna, na Coleção "Armazém do Tempo" da Global:










X.

Também em 1984, sai uma tradução de Os papéis de Aspern, de Álvaro A. Antunes, pela pequena editora Interior, de Além Paraíba.










XI. Outros contos

Em 1985, sai A fera na selva, pela Rocco, na Coleção "Novelas Imortais", em tradução de Fernando Sabino:
















XII. Prossegue o James contista

Em 1986, o Clube do Livro lança Os quatro encontros, incluindo o conto de mesmo título e mais "O discípulo" e "O mentiroso", em tradução de Aristides Barbosa (é de se notar que esta tradução segue outra edição, bem diferente da usada por Vinícius de Moraes):










XIII. Agora no segmento dos didáticos

Em 1987, a Scipione lança Os inocentes, com o subtítulo em corpo menor de A volta do parafuso, numa adaptação infanto-juvenil por Cláudia Lopes, na Série Reencontro, para compras do governo de livros didáticos (reedições anuais ininterruptas, até hoje):










XIV. Opa

Em 1991, a Imago lança Daisy Miller / Um incidente internacional, em sua Coleção Lazúli, em tradução de Onédia Célia Pereira de Queiroz:




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XV. Agora vai

Em 1993, saem cinco contos enfeixados em A morte do leão: histórias de artistas e escritores, pela Companhia das Letras, em tradução de Paulo Henriques Britto. Traz "A morte do leão", "A lição do mestre", "A coisa autêntica", "Greville Fane" e "O desenho no tapete".










XVI. Até que enfim

Também em 1993, o Círculo do Livro lança Retrato de uma senhora, em tradução de Gilda Stuart:










Esta tradução é licenciada em 1995 para a Companhia das Letras, onde permanece até hoje:










em edição de bolso, 2007











XVII. Variando um pouco

Em 1994, é lançada uma coletânea de contos selecionados e traduzidos por José Paulo Paes, pela Companhia das Letras, Até o último fantasma: contos fantásticos. Traz "Sir Edmund Orme", "A coisa realmente certa", "Os amigos dos amigos", "O grande e bom lugar" e "A bela esquina":




Até o Último Fantasma





XVIII. Mais um romance

Também em 1994, a mesma editora lança Pelos olhos de Maisie, em tradução de Paulo Henriques Britto:




Pelos olhos de Maisie





Em 2011, sai pela Penguin-Companhia uma versão revista dessa mesma tradução, em formato de bolso:










XIX. Mais novidades

Ainda em 1994, a Ediouro, em sua coleção Clássicos de Bolso, lança Os europeus, em tradução de Laura Alves:










XX. Suspiro...

Em 1995, sai pela Nova Fronteira uma nova tradução de Washington Square, também com o título de A herdeira, feita por Newton Goldman:




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Essa tradução de Newton Goldman é licenciada em 1996 para o Círculo do Livro (reed. 97, 99):










XXI. Começam a se repetir os contos

Ainda em 1995, a Nova Alexandria publica A vida privada e outras histórias, em seleção e tradução de Onédia Célia Pereira de Queiroz (reed. 2001). Contém "A vida privada", "A lição do mestre" e "O desenho no tapete" (uma pena: já dispúnhamos destes dois contos desde 1993).










XXII. Alvíssaras

Continuando em 1995, sai A arte da ficção, excertos de The Art of Novel selecionados por Antonio Paulo Graça e traduzidos por Daniel Piza, pela Imaginário, na Série Olhar Crítico (reed. 1996):









Em 2011, é reeditada pela Novo Século:









XXIII. Mais alvíssaras

Em 1996, sai pela Sette Letras o estudo Gustave Flaubert, em tradução de Léa Viveiros de Castro, abaixo em capa na reedição de 2000, quando a editora já passara a se chamar 7Letras:










XXIV. Outra repetição

Em 1996, reed. 1997, sai mais uma A lição do mestre, agora pela Paz e Terra, Seção Leitura, em tradução de Afonso Teixeira Filho e Rui Costa Pimenta:










XXV. Boas novas

Em 1997, a Imago publica A Madona do futuro, um dos contos favoritos do próprio autor, em tradução de Arthur Nestrovski:




A Madona do Futuro





XXVI. Mais boas novas

Em 1998, sai aquele portento que é As asas da pomba, em tradução de Marcos Santarrita, pela Ediouro:










XXVII. Variando um pouco

Em 2000, sai uma edição bilíngue de The Pupil, O pupilo, em tradução de André Cardoso, na Coleção Biblioteca Alumni, da Imago/ Alumni:










XXVIII. Ufa!

Em 2002, finalmente sai The Golden Bowl, A taça de ouro, pela Record, em tradução de Alves Calado:










Em 2009, é reeditada pela BestBolso:










XXIX. Continuam as alvíssaras

Em 2003, sai pela Globo A arte do romance: antologia de prefácios, em seleção, apresentação e tradução de Marcelo Pen, com oito textos.




Henry James: A arte do romance, I.S.B.N.: 8525036420





XXX. Mais uma retradução

Em 2004, sai o conto "A decisão correta" na coletânea Clássicos do sobrenatural, em seleção e tradução de Enid Abreu Dobránszky, pela Iluminuras:









XXXI. Ainda The Turn


Em 2005, a Companhia das Letras lança Contos de horror do século XIX, onde comparece A volta do parafuso em tradução de Marcelo Pen - que, aliás, lucidamente comenta em seu prefácio que a tradução do título, embora a tenha mantido como tal, é "um grande equívoco" e, "a rigor, não quer dizer nada em português":











XXXII. Mais um

Ainda em 2005, a Landmark publica em edição bilíngue A volta do parafuso, em tradução de Chico Lopes:










XXXIII. Novidades

Também em 2005, a Planeta lança Um peregrino apaixonado e outras histórias (as outras são "Eugene Pickering" e "O último dos Valérios"), em tradução de Marcelo Pen:










XXXIV. Mais uma adaptação

Em 2005, a Rideel publica A volta do parafuso na adaptação de Ana Carolina Vieira Rodriguez (reed. 2010):










XXXV. 

Em 2006, sai pela Cosac Naify  A fera na selva, em tradução de José Geraldo Couto:




Título do Livro





XXXVI. Mais do mesmo

Ainda em 2006, outra A volta do parafuso, pela editora Martin Claret, em tradução de Luciano Alves Meira (reed. 2007, 2010):













XXXVII. Mais um

Em 2007, a L&PM publica A volta do parafuso (seguido de Daisy Miller), em tradução de Guilherme Braga e Henrique Guerra (reed. 2008, 2010):










XXXVIII. Novidades

Em 2008, Os espólios de Poynton saem pela Companhia das Letras em tradução de Onédia Célia Pereira de Queiroz:










XXXIX. 

Finalmente sai em 2010 o aguardado Os embaixadores, pela Cosac Naify, em tradução de Marcelo Pen:










XL. Mais uma volta

Em 2010, a Hedra lança A volta do parafuso em tradução de Marcos Maffei:













XLI. Tantas voltas...

Em 2011, pela Penguin-Companhia, sai A outra volta do parafuso, em tradução de Paulo Henriques Britto:










XLII. Quase espanando

Em 2011, a Atual, em sua Coleção Três por Três, lança um volume de adaptações infanto-juvenis com o título Três fantasmas, contendo "O capote", "A volta do parafuso" e "Alavasto ou Morrer não é bonito":















* Localizei uma referência a 1950, mas não pude comprová-la.

** Digo isso porque o Clube do Livro era notório por suas "traduções especiais", isto é, traduções portuguesas apenas adaptadas ao português brasileiro, ou antigas e apenas com a grafia atualizada, porém atribuídas a colaboradores da editora, sendo o mais constante deles José Maria Machado.




Provavelmente - certamente, espero! - há muito mais coisas que não localizei. Por exemplo, cadê A princesa Casamassima? E Roderick Hudson? E Os bostonianos? Tenho uma vaga lembrança de ter lido The Golden Bowl em português no começo dos anos 80 - que edição seria? O altar dos mortos só saiu em Portugal? 



Atualização: Legal! Jonas Lopes me informa que "O altar dos mortos" está em Contos de amor do século XIX, em tradução de José Rubens Siqueira, pela Companhia das Letras, 2007:








Encontro ainda "O romance de uns velhos vestidos", em Obras-primas do conto de terror, seleção de Jacob Penteado, sem indicação de tradutor (possivelmente de Portugal), Livraria Martins, 1958. Aqui em capa de 1962:




Obras primas do conto de terror Martins







Só para dar uma ideia, eis a bibliografia listada na Wiki:












[edit]Novels


Watch and Ward  (1871)
Roderick Hudson  (1875)
The American  (1877)
The Europeans  (1878)
Confidence  (1879)
Washington Square  (1880)
The Portrait of a Lady (1881)
The Bostonians  (1886)


The Princess Casamassima (1886)
The Reverberator  (1888)
The Tragic Muse  (1890)
The Other House  (1896)
The Spoils of Poynton  (1897)
What Maisie Knew  (1897)
The Awkward Age  (1899)
The Sacred Fount  (1901)


The Wings of the Dove  (1902)
The Ambassadors  (1903)
The Golden Bowl  (1904)
The Whole Family  (collaborative novel with eleven other authors, 1908)
The Outcry  (1911)
The Ivory Tower  (unfinished, published posthumously 1917)
The Sense of the Past  (unfinished, published posthumously 1917)







[edit]Short stories and novellas


A Tragedy of Error  (1864)
The Story of a Year  (1865)
A Landscape Painter
A Day of Days
My Friend Bingham
Poor Richard
The Story of a Masterpiece
A Most Extraordinary Case
A Problem
De Grey: A Romance
Osborne's Revenge
A Light Man
Gabrielle de Bergerac
Travelling Companions
A Passionate Pilgrim  (1871)
At Isella
Master Eustace
Guest's Confession
The Madonna of the Future
The Sweetheart of M. Briseux
The Last of the Valerii
Madame de Mauves  (1874)
Adina
Professor Fargo
Eugene Pickering
Benvolio
Crawford's Consistency
The Ghostly Rental
Rose-Agathe
Daisy Miller  (1878)
Longstaff's Marriage
An International Episode
The Pension Beaurepas
A Diary of a Man of Fifty
Four Meetings  (1879)
A Bundle of Letters  (1879)
The Point of View
The Siege of London


Impressions of a Cousin
Lady Barbarina
Pandora
The Author of Beltraffio  (1884)
The Romance of Certain Old Clothes (1885)
Georgina's Reasons
A New England Winter
The Path of Duty
Mrs. Temperly
Louisa Pallant
The Aspern Papers  (1888)
The Liar
A Modern Warning
A London Life  (1888)
The Pupil  (1891)
Brooksmith
The Marriages
The Chaperon
Sir Edmund Orme
The Patagonia
The Solution
The Lesson of the Master  (1892)
Nona Vincent
The Real Thing  (1892)
The Private Life
Lord Beaupré
The Visits
Sir Dominick Ferrand
Greville Fane
Collaboration
Owen Wingrave
The Wheel of Time
The Middle Years  (1893)
The Death of the Lion  (1894)
The Coxon Fund  (1894)
The Next Time  (1895)
Glasses  (1896)


The Altar of the Dead  (1895)
The Figure in the Carpet  (1896)
The Way It Came  (also published as The Friends of Friends)
The Turn of the Screw  (1898)
Covering End
In the Cage  (1898)
John Delavoy
The Given Case
Europe  (1899)
The Great Condition
The Real Right Thing
Paste  (1899)
The Great Good Place  (1900)
Maud-Evelyn
Miss Gunton of Poughkeepsie
The Tree of Knowledge
The Abasement of the Northmores
The Third Person
The Special Type
The Tone of Time
Broken Wings
The Two Faces
Mrs. Medwin  (1900)
The Beldonald Holbein
The Story in It
Flickerbridge
The Birthplace  (1903)
The Beast in the Jungle  (1903)
The Papers
Fordham Castle
Julia Bride
The Jolly Corner  (1908)
The Velvet Glove
Mora Montravers
Crapy Cornelia
The Bench of Desolation
A Round of Visits







[edit]Other


Captaine John Smith  (1867)[51]
A Passionate Pilgrim and Other Tales  (1875)
Transatlantic Sketches  (1875)
French Poets and Novelists (1878)
Hawthorne  (1879)
Portraits of Places  (1883)[52]
A Little Tour in France  (1884)
Partial Portraits  (1888)
Essays in London and Elsewhere  (1893)
Picture and Text  (1893)
Terminations  (1893)
The Real Thing and Other Tales (1893)


Theatricals  (1894)
Theatricals: Second Series  (1895)
Guy Domville  (1895)
The Soft Side  (1900)
William Wetmore Story and His Friends  (1903)
The Better Sort  (1903)[53]
English Hours  (1905)
The American Scene  (1907)
News and Reviews  (1908)[54]
New York Edition  (1907–1909), selected "definitive" edition of James's fiction


Italian Hours  (1909)
A Small Boy and Others  (1913)
Notes on Novelists  (1914)
Notes of a Son and Brother  (1914)
Within the Rim  (1918)
Travelling Companions  (1919)
Notebooks  (various, published posthumously)
The Middle Years  (unfinished, published posthumously 1917)
A Most Unholy Trade  (1925, published posthumously)[55]
The Art of the Novel : Critical Prefaces (1934)[5
























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Published on February 12, 2012 10:41

February 10, 2012

poe contista em livro no brasil

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comecei a publicar a listagem dos livros de contos de poe traduzidos e publicados no brasil, com título, nome do tradutor, editora, data da primeira edição, conteúdo e, quando possível, capa também da primeira edição.



acompanhe essa listagem no blog Edgar Allan Poe, aqui.



na imagem acima, tem-se, por exemplo, a primeira edição de mar de histórias, vol. II, em seleção e tradução de aurélio buarque de hollanda e paulo rónai, de 1951, quando essa coleção antológica ainda estava na josé olympio. poe comparece nesta coletânea com dois contos: "o homem da multidão" e "a carta furtada".
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Published on February 10, 2012 16:44

February 7, 2012

desmontando chavões








artigo muito simpático de carola saavedra, valente tradutora de herta müller, entre outros, sobre "a terrível missão enfrentada por tradutores diante das inúmeras possibilidades que um texto ficcional apresenta", no jornal rascunho, aqui.


Por essas e outras sempre me pareceu curioso que se fale tanto da angústia diante da folha em branco, mas tão pouco da angústia diante da folha escrita. O que fazer diante do texto que nos encara exigente e cheio de recriminações? O que fazer diante de Watten? Ou de um Ungeziefer? Que solução encontrar para aquilo que não tem solução? É a pergunta que o tradutor se faz a cada página, sabendo que faça o que fizer, ele (assim como o mordomo) sempre será o culpado.
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Published on February 07, 2012 04:23

February 5, 2012

anônimo ou invisível?






"anônimo ou invisível? escriba ou autor?" é o nome do texto que ivone benedetti, uma das grandes tradutoras lítero-humanísticas que temos no país, publicou em seu blog a grenha:

veja aqui.



aqui no blog, algum tempo atrás fiz algumas considerações pessoais mais ou menos relacionadas ao tema, embora de outro ponto de vista:


parturient montes, nascetur mus
dicta iii
marca pessoal e invisibilidade


.
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Published on February 05, 2012 14:33

February 2, 2012

bonitinho!





via interpreting for europe




e, diria eu, o tradutor literário-ensaístico também!



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Published on February 02, 2012 18:35

January 31, 2012

puerilidades

Outro tipo de intervenção que, embora não tão absurdo quanto o puro e simples alopramento que comentei aqui , é aquele que troca seis por meia dúzia - ou melhor, em minha opinião, por três ou quatro.



Ainda no livro de John Boyne, na página seguinte, o narrador comenta que, no século XIX, imperícias médicas eram usuais no interior da Rússia, que volta e meia as mães morriam no parto, que não era coisa incomum na época. Mas: "Hoje, seria algo inesperado e motivo de ação judicial" (Today, it would be unexpected and worthy of litigation). Acho que está bom, correto, passa.



Saiu: "Hoje, seria algo inesperado e processo na certa". Parece meio gíria, um coloquial meio datado, mas vá lá - embora, a rigor, worthy esteja longe de assegurar a certeza de qualquer coisa, "processo na certa" até pode passar mais ou menos a ideia da coisa. Só que eu jamais traduziria assim e jamais forçaria a barra seja no coloquialismo, seja na taxatividade da afirmação.



Em suma, não me reconheço nisso. Foi uma miudeza boba e pueril da revisão, que acabou destoando do tom geral do livro, e é mais um exemplo de minhas razões para ficar com o pé atrás com esse tipo de intervenção.*



*No caso deste livro, parece que depois da segunda ou terceira página felizmente a revisão se cansou e não mexeu em mais nada.
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Published on January 31, 2012 15:03

alopramentos






Já comentei aqui algumas gafes fragorosas que cometi e das quais só me dei conta depois de publicado o livro. Em Lendo Walden também comento algumas divertidas e que deixam a gente meio envergonhada.



Agora vou comentar algumas gafes fragorosas que a revisão cometeu, tendo me atropelado no processo. Uma das mais espantosas está em O palácio de inverno, de John Boyne. O livro começa descrevendo uma isbá miserável, perdida nas estepes russas. A família de camponeses semifeudais é pobre, pobre feito Jó. Como o narrador vai comentar à frente, a isbá tinha um aposento só, onde a mãe e as irmãs preparavam a comida num fogãozinho a lenha, e todos comiam e dormiam no mesmo local, nuns amontoados de palha no chão.



Logo no começo, o narrador fala do pai: "ele se engasgava, tossia e cuspia o catarro no fogo que ardia em nosso fogãozinho" (he choked and coughed and spat his phlegm into the fire burning in our small stove). Ok. A própria editora encarregada do livro fez suas marcações, me passou, beleza, tudo certo. Pego o exemplar impresso, está lá: "ele se engasgava, tossia e cuspia o catarro na pequena fornalha que ardia em nossa sala de estar". Aaaaahnnnn? Não acreditei quando vi isso. E fiquei ainda mais perplexa ao pensar que a pretensa revisão teria lido todo o livro, poucas páginas adiante estaria descrito o miserê do ambiente e o mínimo a fazer, depois dessa intervenção tão maluca, seria voltar atrás e cancelar aquela sala de estar com fornalha e tudo, naquela isbá pequeno-burguesa criada por uma fértil imaginação.



Avisei a editora, a qual também ficou perplexa, disse que só haviam feito as alterações autorizadas por mim, que não fazia ideia de onde tinha saído aquilo e que a editora assumiria toda a responsabilidade. Mas é por essas e outras que tenho lá minhas dúvidas quanto a esse tipo de revisão.



imagem: aqui


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Published on January 31, 2012 11:04

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Denise Bottmann
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