Denise Bottmann's Blog, page 78
April 5, 2012
dickens VIII

imagem aqui
alguns avulsos...
I.
em 1942, sai o volume contos ingleses, com organização de jacob penteado, sem indicação de tradutor, trazendo o conto "os sete viandantes pobres" (edigraf, coleção primores do conto universal):

as antologias organizadas por jacob penteado e publicadas pela edigraf ou pela livraria martins costumavam utilizar traduções portuguesas sem dar a fonte nem os créditos de tradução. eu não ficaria muito surpresa se estes "sete viandantes pobres" tivessem vindo da antologia organizada por joão gaspar simões e publicada pela portugália, que suponho ser em tradução de cabral do nascimento:
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como assinalei aqui, o clube do livro lança este mesmo conto no volume a aventura de natal, em 1956, atribuindo sua tradução a josé maria machado, coisa de que duvido bastante:

II.
em 1944, em os ingleses - antigos e modernos, coletânea organizada por rubem braga para a companhia leitura, sai "história de um parente pobre", em tradução de clóvis ramalhete. desde 1963, essa coletânea passou a ser publicada pela tecnoprint, como o livro de ouro dos contos ingleses e, depois, pela ediouro, renomeada como contos ingleses - os clássicos:

também pela ediouro, nos anos 70, sai "horácio sparkins" na coletânea contos ingleses, com seleção e tradução de aurélio buarque de hollanda e paulo rónai:

III.
em 1945, sai um conto na coletânea os mais belos contos alucinantes dos mais famosos autores, mas não localizei qual é, pela vecchi. costumavam ser traduções inéditas - e bem boas, ou pelo menos bem razoáveis:

IV.
em 1957, é lançado um volume de contos, chamado apenas dickens, contendo "o duelo", "mrs. tugg e sua família em ramsgate", "a morte do bêbado", "sentimental" e "o véu preto", em tradução de hermilo borba filho, pelo editorial andes:

V.
em 1959, sai uma coletânea chamada histórias humanas, em seleção e tradução de josé paulo paes, pela cultrix. se for o mesmo conteúdo - que imagino que seja - da edição lançada pelo círculo do livro com o nome de os melhores contos de charles dickens, os contos são extraídos de:
- sketches by boz: "a modista equivocada", "mr. minns e seu primo", "sentimento", "o véu negro", "batizado em bloomsbury";
- cenas de aventuras de mr. pickwick: "a história do ator ambulante", "o manuscrito de um louco", "a história do viajante", "a história dos duendes que raptaram um coveiro", "a verdadeira lenda do príncipe bladud";
- dos christmas books, "os carrilhões";
- das christmas stories: "a história do parente pobre", "a história da criança", "a história de ninguém", "a história do limpador de botas":

em 1966, esses contos na tradução de josé paulo paes ressurgem pela tecnoprint/ediouro como os mais brilhantes contos de dickens:

e em 2005 como o manuscrito de um louco e outras histórias (ediouro):

VI.
só para não passar em branco, fica registrada a tradução e adaptação de dombey & filho de c. ferrário, para a coleção primavera, da paulinas, em 1960:

VII.
em 1961, mais um o carrilhão, em tradução de maria lúcia de mello e souza para a paulinas, coleção primavera:

VIII.
em 1978, o mistério de edwin drood, em tradução de aristides barbosa para o clube do livro:

acompanhe as traduções de dickens no brasil aqui.
Published on April 05, 2012 16:22
April 2, 2012
dickens VII

da série das surpresas quanto à escassez, destacam-se - ora vejam só - the pickwick papers, com a dupla dinâmica que dostoiévski comparava a dom quixote e sancho pança, i. é, mr. pickwick e sam weller; e hard times.
I.
curtas adaptações há de orígines lessa, paulo mendes campos e outros, mas tradução propriamente dita, na íntegra, localizei apenas uma - as aventuras de pickwick, de octavio mendes cajado, para a globo, em 1951:

renomeado como as aventuras do sr. pickwick no licenciamento para a abril cultural em 1970 e incontáveis reedições subsequentes até 1982:
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e depois no círculo do livro, em 1993.
em 2004, finalmente a tradução volta a ser lançada pela globo, com reedição em 2007:

II. quanto a hard times, a situação é mais precária. localizei apenas a tradução de e. jacy monteiro, pela paulinas, em sua coleção "fio de erva", em 1968:

em 1969, até saiu uma adaptação de tempos difíceis pelo clube do livro, mas era uma editora muito complicada e fica difícil ter alguma certeza sobre a legitimidade da edição.
acompanhe as traduções de dickens no brasil aqui.
Published on April 02, 2012 19:19
dickens VI

quanto a great expectations (1861), temos:
I.
em 1942, grandes esperanças em tradução de alceu masson, com várias reedições até 1962, pela globo:

publicada pela tecnoprint/ ediouro a partir de 1966 até 1993:

licenciada para a abril cultural em 1983 e 1984:

II.
em 1966, as grandes esperanças, em tradução de cosette de alencar (itatiaia):

III.
em 1982, o círculo do livro lança a tradução portuguesa de armando de morais:

IV.
também em 1982, sai grandes esperanças em nova tradução, agora de josé eduardo moretzsohn (francisco alves):
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em 2010, essa tradução é relançada na coleção clássicos da abril:
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(agradeço a informação de raquel sallaberry)
V.
em 2002, sai uma tradução em nome de um misterioso "daniel r. lehman", pela martin claret, na qual até valeria a pena dar uma conferida :

acompanhe as traduções de dickens no brasil aqui.
Published on April 02, 2012 18:36
April 1, 2012
dickens Va.
a tale of two cities saiu inicialmente em fascículos em 1859:

e no mesmo ano foi publicada em livro. aqui frontispício e página de rosto da primeira edição:

como bem lembra nilton resende, como é bonito o começo - justamente famoso. ei-lo (estamos em 1775):
It was the best of times, it was the worst of times, it was the age of wisdom, it was the age of foolishness, it was the epoch of belief, it was the epoch of incredulity, it was the season of Light, it was the season of Darkness, it was the spring of hope, it was the winter of despair, we had everything before us, we had nothing before us, we were all going direct to Heaven, we were all going direct the other way [...]
apenas a título de curiosidade, eis como ficou nas três traduções que tenho em casa:
enéias marzano
Era o melhor dos tempos, era o pior dos tempos, era a idade da sabedoria, era a idade da estupidez, era a época da crença, era a época da incredulidade, era a estação da luz, era a estação das trevas, era a primavera da esperança, era o inverno do desespero, tinha-se tudo e nada se tinha, seguíamos todos diretamente para o Céu, seguíamos todos diretamente pelo outro caminho...
berenice xavier
Era a melhor e a pior das épocas, era o século da loucura e da razão, da fé e da incredulidade; era um período de luz e de trevas, de esperança e desespero, em que se tinha tudo diante de si e nada se tinha em perspectiva, em que se ia em linha reta para o céu e também para o inferno diretamente [...]
sandra luzia couto
Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos; aquela foi a idade da sabedoria, foi a idade da insensatez, foi a época da crença, foi a época da descrença, foi a estação da Luz, a estação das Trevas, a primavera da esperança, o inverno do desespero; tínhamos tudo diante de nós, tínhamos nada diante de nós, íamos todos direto para o Paraíso, íamos todos direto no sentido contrário [...]
atualização (obrigada, débora!)
débora landsberg
Aquele foi o melhor dos tempos, foi o pior dos tempos, foi a idade da razão, a idade da insensatez, a época da crença, a época da incredulidade, a estação da Luz, a estação das Trevas, a primavera da esperança, o inverno do desespero, tínhamos tudo diante de nós, não tínhamos nada diante de nós, todos iríamos direto ao Paraíso, todos iríamos direto no sentido oposto [...]
Published on April 01, 2012 18:40
dickens V
se old curiosity shop parece ausente de nossas letras traduzidas - o que me parece inacreditável e só posso tributar a alguma falha minha ou dos registros que consultei - e se o david copperfield integral, até onde vi, só se encontra na tradução de costa neves, de setenta anos atrás, a tale of two cities tem nada menos que SETE traduções no brasil! e, se pensarmos que afinal nem é um romance tão amplamente conhecido, o fato é no mínimo surpreendente.
I.
o romance aparece pela primeira vez entre nós em 1943, pela vecchi, em tradução - bem legalzinha - de enéas marzano, com o título de morrer por ela (a queda da bastilha). essa tradução teve algumas reedições até 1963. aqui, em capa meio apelativa com uma cena do filme:

II.
em 1945, sai como paris e londres, pela anchieta. desconheço o nome do tradutor. aqui, na ficha catalográfica do nosso acervo na biblioteca nacional:
Autor: Dickens, Charles, 1812-1870.
Título / Barra de autoria:Paris e Londres.
Imprenta:São Paulo, Ed. Anchieta, 1945.
Descrição física:486 p.
III.
em 1946, o romance aparece com o título mais literal de uma história em duas cidades, com tradução (meio fraquinha) de berenice xavier, pela josé olympio:

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IV.
em 1957, é lançada mais uma tradução de a tale of two cities, agora como amor e guilhotina, em tradução de liano tevoniuk, pela cultura mundial:

V.
em 1982, sai um conto de duas cidades, na tradução de raul de sá barbosa, pela nova fronteira:
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VI.
em 1995, sai um conto de duas cidades em tradução de sandra luzia couto na coleção "imortais da literatura universal" da nova cultural, com reedição em 1996 e 1997:
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essa tradução sai em 2002 e em 2003 na coleção "obras-primas" da mesma editora:

ao que parece, a equipe da nova cultural andou fazendo uns enxertos da tradução de berenice xavier, inclusive com uns erros meio disparatados, em alguns trechos da tradução de sandra couto, por razões que só os santos padroeiros das editoras hão de saber. veja aqui.
VII.
em 2010, sai mais um conto de duas cidades, em tradução de débora landsberg, pela estação liberdade:*

* agradeço a retificação de johnny5, nos comentários.
acompanhe as traduções de dickens no brasil aqui.

I.
o romance aparece pela primeira vez entre nós em 1943, pela vecchi, em tradução - bem legalzinha - de enéas marzano, com o título de morrer por ela (a queda da bastilha). essa tradução teve algumas reedições até 1963. aqui, em capa meio apelativa com uma cena do filme:

II.
em 1945, sai como paris e londres, pela anchieta. desconheço o nome do tradutor. aqui, na ficha catalográfica do nosso acervo na biblioteca nacional:
Autor: Dickens, Charles, 1812-1870.
Título / Barra de autoria:Paris e Londres.
Imprenta:São Paulo, Ed. Anchieta, 1945.
Descrição física:486 p.
III.
em 1946, o romance aparece com o título mais literal de uma história em duas cidades, com tradução (meio fraquinha) de berenice xavier, pela josé olympio:

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IV.
em 1957, é lançada mais uma tradução de a tale of two cities, agora como amor e guilhotina, em tradução de liano tevoniuk, pela cultura mundial:

V.
em 1982, sai um conto de duas cidades, na tradução de raul de sá barbosa, pela nova fronteira:
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VI.
em 1995, sai um conto de duas cidades em tradução de sandra luzia couto na coleção "imortais da literatura universal" da nova cultural, com reedição em 1996 e 1997:
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essa tradução sai em 2002 e em 2003 na coleção "obras-primas" da mesma editora:

ao que parece, a equipe da nova cultural andou fazendo uns enxertos da tradução de berenice xavier, inclusive com uns erros meio disparatados, em alguns trechos da tradução de sandra couto, por razões que só os santos padroeiros das editoras hão de saber. veja aqui.
VII.
em 2010, sai mais um conto de duas cidades, em tradução de débora landsberg, pela estação liberdade:*

* agradeço a retificação de johnny5, nos comentários.
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Published on April 01, 2012 17:35
March 31, 2012
dickens IV
retomando os primeiros lançamentos de dickens no brasil, entre 1908 e 1911, que listei aqui, eis as outras traduções das mesmas obras:
I.
a. para scenas da vida ingleza, em 1996 sai uma curta seleção de retratos ingleses feita por maura sardinha, traduzidos por josé paulo paes, pela ediouro:

b. em 2003 vamos ter histórias londrinas (sketches by boz), em tradução de marcello rollemberg, pela record:

II.
o abysmo e o homem e o espectro ressurgem:
a. o abismo em 1943, em tradução de e. p. fonseca, pela pongetti:

esta tradução atualmente está no catálogo da ediouro:
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b. no mesmo ano, sai o abismo (clube do livro), sem identificação do tradutor, mas, a julgar pelos padrões da casa, não me surpreenderia se fosse cópia d'o abysmo da garnier.

a. em 1946 sai uma coletânea do clube do livro, a voz dos sinos, que traz o conto do título (em tradução de elsie lessa), "aventuras de alguns marujos ingleses" (em tradução de isak mielnick) e "o homem e o espectro", este sem crédito de tradução. meu palpite é que é cópia da edição da garnier.

b. em 1947, o clube do livro lança um volume com o homem e o espectro, sem créditos, seguido dos "marujos" na tradução de mielnick. mesmo palpite.

III.
há inúmeras adaptações e condensações de david copperfield. mas a obra propriamente dita, na íntegra, só teve mais uma tradução depois da de 1909 - aliás, a rigor, esta seria a única tradução brasileira!* foi feita por costa neves e saiu em 1941 pela pongetti, com várias reedições até 1962:

foi licenciada para a jackson para algumas edições entre 1947 e 1963:

e depois para a tecnoprint em 1987 e para a ediouro em 1993:
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IV.
finalmente, para the old curiosity shop, que tinha saído como o armazém de antiguidades em 1910/11, muitíssimo incrivelmente não encontrei nenhuma, nenhuma tradução brasileira* - um espanto! e pensar que a pequena nell é um dos personagens mais famosos da literatura, responsável pelo maior número de lenços encharcados de que se tem notícia na história... já traduções portuguesas, há às pencas.
* em ambos os casos, espero que eu esteja errada.
acompanhe as traduções de dickens no brasil aqui.

I.
a. para scenas da vida ingleza, em 1996 sai uma curta seleção de retratos ingleses feita por maura sardinha, traduzidos por josé paulo paes, pela ediouro:

b. em 2003 vamos ter histórias londrinas (sketches by boz), em tradução de marcello rollemberg, pela record:

II.
o abysmo e o homem e o espectro ressurgem:
a. o abismo em 1943, em tradução de e. p. fonseca, pela pongetti:

esta tradução atualmente está no catálogo da ediouro:
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b. no mesmo ano, sai o abismo (clube do livro), sem identificação do tradutor, mas, a julgar pelos padrões da casa, não me surpreenderia se fosse cópia d'o abysmo da garnier.

a. em 1946 sai uma coletânea do clube do livro, a voz dos sinos, que traz o conto do título (em tradução de elsie lessa), "aventuras de alguns marujos ingleses" (em tradução de isak mielnick) e "o homem e o espectro", este sem crédito de tradução. meu palpite é que é cópia da edição da garnier.

b. em 1947, o clube do livro lança um volume com o homem e o espectro, sem créditos, seguido dos "marujos" na tradução de mielnick. mesmo palpite.

III.
há inúmeras adaptações e condensações de david copperfield. mas a obra propriamente dita, na íntegra, só teve mais uma tradução depois da de 1909 - aliás, a rigor, esta seria a única tradução brasileira!* foi feita por costa neves e saiu em 1941 pela pongetti, com várias reedições até 1962:

foi licenciada para a jackson para algumas edições entre 1947 e 1963:

e depois para a tecnoprint em 1987 e para a ediouro em 1993:
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IV.
finalmente, para the old curiosity shop, que tinha saído como o armazém de antiguidades em 1910/11, muitíssimo incrivelmente não encontrei nenhuma, nenhuma tradução brasileira* - um espanto! e pensar que a pequena nell é um dos personagens mais famosos da literatura, responsável pelo maior número de lenços encharcados de que se tem notícia na história... já traduções portuguesas, há às pencas.
* em ambos os casos, espero que eu esteja errada.
acompanhe as traduções de dickens no brasil aqui.
Published on March 31, 2012 16:19
dickens III
continuando a comemoração dos 200 anos de nascimento de charles dickens, vale a pena rememorar sua história entre nós.
dickens entra no brasil em 1870 pela mão de machado de assis. aliás é um caso bem engraçado, porque machado estava fazendo a tradução de oliver twist para o folhetim do jornal da tarde, a partir de uma versão em francês. a certa altura, enfartou-se daquilo e simplesmente largou a tarefa no meio, sem nem terminar o capítulo que estava traduzindo, o 28 (de um total de 53) - sem contar que os capítulos publicados já tinham sido bastante mutilados, não sei se por machado (pun unintended) ou por algum editor do feuilleton.
tirando essa estreia canhestra de dickens no brasil (que pode ser conferida aqui), é a h. garnier a primeira a publicá-lo, como carlos dickens:
em 1908, sai cenas da vida ingleza, em dois volumes, em tradução portuguesa de k. d'avellar:


ainda em 1908, a mesma h. garnier lança o abysmo, seguido de o homem e o espectro. não localizei os créditos de tradução; valeria a pena consultar as traduções portuguesas de câmara lima e pedro dos reys:

em 1909, sai david copperfield em 2 volumes, em tradução do português joão de oliveira:
Autor: Dickens, Charles, 1812-1870.
Título / Barra de autoria:David Copperfield.
Imprenta:Rio de Janeiro, H. Garnier, [1909]
Descrição física:2 v.
em 1910/11, é a vez d'o armazém de antiguidades, em dois volumes, também em tradução do lusitano joão de oliveira, pela h. garnier (livraria garnier):

estas quatro volumes já são matéria suficiente para um próximo post, sobre outras traduções das mesmas obras até a data presente.
acompanhe as traduções de dickens no brasil aqui.

dickens entra no brasil em 1870 pela mão de machado de assis. aliás é um caso bem engraçado, porque machado estava fazendo a tradução de oliver twist para o folhetim do jornal da tarde, a partir de uma versão em francês. a certa altura, enfartou-se daquilo e simplesmente largou a tarefa no meio, sem nem terminar o capítulo que estava traduzindo, o 28 (de um total de 53) - sem contar que os capítulos publicados já tinham sido bastante mutilados, não sei se por machado (pun unintended) ou por algum editor do feuilleton.
tirando essa estreia canhestra de dickens no brasil (que pode ser conferida aqui), é a h. garnier a primeira a publicá-lo, como carlos dickens:
em 1908, sai cenas da vida ingleza, em dois volumes, em tradução portuguesa de k. d'avellar:


ainda em 1908, a mesma h. garnier lança o abysmo, seguido de o homem e o espectro. não localizei os créditos de tradução; valeria a pena consultar as traduções portuguesas de câmara lima e pedro dos reys:

em 1909, sai david copperfield em 2 volumes, em tradução do português joão de oliveira:
Autor: Dickens, Charles, 1812-1870.
Título / Barra de autoria:David Copperfield.
Imprenta:Rio de Janeiro, H. Garnier, [1909]
Descrição física:2 v.
em 1910/11, é a vez d'o armazém de antiguidades, em dois volumes, também em tradução do lusitano joão de oliveira, pela h. garnier (livraria garnier):

estas quatro volumes já são matéria suficiente para um próximo post, sobre outras traduções das mesmas obras até a data presente.
acompanhe as traduções de dickens no brasil aqui.
Published on March 31, 2012 13:01
March 30, 2012
dickens II
animada com o levantamento que bruno gabriel fez das traduções de a christmas carol em português, aqui, fui procurar as capinhas e aproveitei para ver as outras obras também. é impressionante a quantidade de traduções, adaptações, condensações de dickens que temos no brasil! mesmo para um romance não tão amplamente conhecido como a tale of two cities, localizei pelo menos cinco traduções diferentes entre 1945 e 2010!
desisti de minha ambição de montar um post único com todo o dickens no brasil. ficaria gigantesco e um tanto confuso. melhor ir por partes; assim, comecemos pelo christmas carol, aproveitando o levantamento já feito.
I.
o conto sai pela primeira vez no brasil em 1920 com o nome de canto do natal, na tradução da escritora e tradutora portuguesa d. virgínia de castro e almeida. não encontrei imagem de capa; abaixo, a ficha catalográfica da biblioteca de arte da gulbenkian:
CANTO DO NATAL / CARLOS DICKENS ; TRAD. DE VIRGÍNIA DE CASTRO E ALMEIDA
AUTOR(ES):
Dickens, Charles, 1812-1870; Almeida, Virgínia de Castro e, 1874-1945, trad.
PUBLICAÇÃO:
Rio de Janeiro : Annuario do Brasil, 1920
DESCR. FÍSICA:
82, [5] p. : il., [1] est. ; 17 cm
COLECÇÃO:
Anthologia Universal ; 7
II.
em 1935, é lançada a tradução do português radicado no brasil miguel ângelo de barros ferreira, com o título conto de natal, pela melhoramentos. essa tradução teve diversas reedições; abaixo, capa de 1958:

III.
em 1940, sai um hino de natal, em tradução e condensação de cecília meirelles para a editora das seleções do reader's digest, aqui em capa de 1947 :

IV.
em 1944, é publicado o volume contos de natal, trazendo "a canção de natal" e "o grilo na lareira", em tradução de ruth rowe, pela editora vitória. abaixo, a ficha catalográfica em nosso acervo na biblioteca nacional:
Autor: Dickens, Charles, 1812-1870
Título / Barra de autoria:Contos de natal.
Imprenta:[Rio de Janeiro] Ed. Vitória, 1944.
Descrição física:303 p.
V.
em 1956, sai uma aventura de natal, seguido de os sete viandantes pobres, em tradução de tito marcondes e josé maria machado, pelo clube do livro:*

* entendo que tito marcondes seja o responsável por uma aventura de natal e josé maria machado por os sete viandantes pobres. voltarei ao tema quando tratar especificamente deste último.
VI.
em 1970, sai conto de natal, com adaptação de elsie pinheiro lessa, pelas edições de ouro (ediouro), em sucessivas reedições até hoje:

VII.
em 1971, sai o adorável avarento, em tradução de sandro pivatto, pela bruguera. o título certamente foi inspirado no filme scrooge, de 1970, que recebeu esse nome no brasil. não encontrei imagem de capa; fica uma imagem do filme que inspirou o título:

VIII.
também em 1971, sai três espíritos do natal, com tradução de wallace leal rodrigues, pela editora espírita o clarim:

IX.
em 1988, sai conto de natal na tradução portuguesa de jorge vidal pessoa (publicada pela ed. verbo com o título de "cântico de natal"). incluo essa edição aqui porque a biblioteca de ouro da literatura universal foi uma coleção que a cochrane/ américa do sul desenvolveu especificamente para venda no brasil, pelo selo da editora minha:

X.
em 1993, sai um conto de natal, em tradução de mário fondelli, pela clássicos econômicos newton (muito provavelmente feita a partir do italiano, como soíam ser as traduções da newton):

XI.
em 1995, sai uma história de natal em tradução de ana maria machado, pela ática:

XII.
no mesmo ano, heloísa jahn lança sua canção de natal pela companhia das letrinhas:

XIII.
em 1997, sai cântico de natal a partir da adaptação da escritora americana anne de graaf, pela editora dimensão:
Autor: De Graaf, Anne.
Título / Barra de autoria:Cântico de Natal / [Charles Dickens ; recontado por Anne De Graaf] ; ilustrado por José Pérez Montero -
Imprenta:Belo Horizonte : Dimensão, 1997.
Descrição física:64p. : il. col. ; 25cm. -
Série:(Clássicos de Charles Dickens)
XIV.
em 2000, temos o natal do avarento, em adaptação de telma guimarães para a scipione:

XV.
em 2003, sai conto de natal em adaptação de isabel vieira para a rideel:

XVI.
também em 2003, é lançado um conto de natal, em tradução de carmen seganfredo, pela l&pm:

XVII.
em 2004, sai um espaventoso cântico de natal pela editora martin claret, atribuindo a tradução a um fantasmagórico "john green", sendo cópia literal de uma aventura de natal de tito marcondes, de 1956 (veja aqui):

XVIII.
em 2010, sai um cântico de natal em tradução de fábio cyrino, pela landmark:

XIX.
em 2011, é lançada uma canção de natal em adaptação de tatiana belinky, pela editora caramelo:
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há ainda aquelas edições sem referências ao tradutor, que seria preciso comprar e conferir com outras para tentar descobrir a autoria da tradução. por exemplo:
o "canto do natal" em livro de natal: as mais lindas histórias de natal dos maiores escritores do mundo, que saiu pela martins em 1947, com seleção de araújo nabuco e sem crédito de tradução (meu palpite é que seja a tradução portuguesa de d. virgínia de castro):
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o "cântico de natal" na antologia os melhores contos de natal, que saiu pelo círculo do livro de 1986 a 1996 (meu palpite é que seja a tradução portuguesa de vidal pessoa)

isso sem contar gibis e histórias em quadrinhos. eis dois, o mais antigo e o mais recente, com mais de meio século entre eles:
cântico de natal, edição maravilhosa 181, ebal, 1959:
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um conto de natal, tradução de alexandre boide, da quadrinização francesa, l&pm, 2011:


desisti de minha ambição de montar um post único com todo o dickens no brasil. ficaria gigantesco e um tanto confuso. melhor ir por partes; assim, comecemos pelo christmas carol, aproveitando o levantamento já feito.
I.
o conto sai pela primeira vez no brasil em 1920 com o nome de canto do natal, na tradução da escritora e tradutora portuguesa d. virgínia de castro e almeida. não encontrei imagem de capa; abaixo, a ficha catalográfica da biblioteca de arte da gulbenkian:
CANTO DO NATAL / CARLOS DICKENS ; TRAD. DE VIRGÍNIA DE CASTRO E ALMEIDA
AUTOR(ES):
Dickens, Charles, 1812-1870; Almeida, Virgínia de Castro e, 1874-1945, trad.
PUBLICAÇÃO:
Rio de Janeiro : Annuario do Brasil, 1920
DESCR. FÍSICA:
82, [5] p. : il., [1] est. ; 17 cm
COLECÇÃO:
Anthologia Universal ; 7
II.
em 1935, é lançada a tradução do português radicado no brasil miguel ângelo de barros ferreira, com o título conto de natal, pela melhoramentos. essa tradução teve diversas reedições; abaixo, capa de 1958:

III.
em 1940, sai um hino de natal, em tradução e condensação de cecília meirelles para a editora das seleções do reader's digest, aqui em capa de 1947 :

IV.
em 1944, é publicado o volume contos de natal, trazendo "a canção de natal" e "o grilo na lareira", em tradução de ruth rowe, pela editora vitória. abaixo, a ficha catalográfica em nosso acervo na biblioteca nacional:
Autor: Dickens, Charles, 1812-1870
Título / Barra de autoria:Contos de natal.
Imprenta:[Rio de Janeiro] Ed. Vitória, 1944.
Descrição física:303 p.
V.
em 1956, sai uma aventura de natal, seguido de os sete viandantes pobres, em tradução de tito marcondes e josé maria machado, pelo clube do livro:*

* entendo que tito marcondes seja o responsável por uma aventura de natal e josé maria machado por os sete viandantes pobres. voltarei ao tema quando tratar especificamente deste último.
VI.
em 1970, sai conto de natal, com adaptação de elsie pinheiro lessa, pelas edições de ouro (ediouro), em sucessivas reedições até hoje:

VII.
em 1971, sai o adorável avarento, em tradução de sandro pivatto, pela bruguera. o título certamente foi inspirado no filme scrooge, de 1970, que recebeu esse nome no brasil. não encontrei imagem de capa; fica uma imagem do filme que inspirou o título:

VIII.
também em 1971, sai três espíritos do natal, com tradução de wallace leal rodrigues, pela editora espírita o clarim:

IX.
em 1988, sai conto de natal na tradução portuguesa de jorge vidal pessoa (publicada pela ed. verbo com o título de "cântico de natal"). incluo essa edição aqui porque a biblioteca de ouro da literatura universal foi uma coleção que a cochrane/ américa do sul desenvolveu especificamente para venda no brasil, pelo selo da editora minha:

X.
em 1993, sai um conto de natal, em tradução de mário fondelli, pela clássicos econômicos newton (muito provavelmente feita a partir do italiano, como soíam ser as traduções da newton):

XI.
em 1995, sai uma história de natal em tradução de ana maria machado, pela ática:

XII.
no mesmo ano, heloísa jahn lança sua canção de natal pela companhia das letrinhas:

XIII.
em 1997, sai cântico de natal a partir da adaptação da escritora americana anne de graaf, pela editora dimensão:
Autor: De Graaf, Anne.
Título / Barra de autoria:Cântico de Natal / [Charles Dickens ; recontado por Anne De Graaf] ; ilustrado por José Pérez Montero -
Imprenta:Belo Horizonte : Dimensão, 1997.
Descrição física:64p. : il. col. ; 25cm. -
Série:(Clássicos de Charles Dickens)
XIV.
em 2000, temos o natal do avarento, em adaptação de telma guimarães para a scipione:

XV.
em 2003, sai conto de natal em adaptação de isabel vieira para a rideel:

XVI.
também em 2003, é lançado um conto de natal, em tradução de carmen seganfredo, pela l&pm:

XVII.
em 2004, sai um espaventoso cântico de natal pela editora martin claret, atribuindo a tradução a um fantasmagórico "john green", sendo cópia literal de uma aventura de natal de tito marcondes, de 1956 (veja aqui):

XVIII.
em 2010, sai um cântico de natal em tradução de fábio cyrino, pela landmark:

XIX.
em 2011, é lançada uma canção de natal em adaptação de tatiana belinky, pela editora caramelo:
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há ainda aquelas edições sem referências ao tradutor, que seria preciso comprar e conferir com outras para tentar descobrir a autoria da tradução. por exemplo:
o "canto do natal" em livro de natal: as mais lindas histórias de natal dos maiores escritores do mundo, que saiu pela martins em 1947, com seleção de araújo nabuco e sem crédito de tradução (meu palpite é que seja a tradução portuguesa de d. virgínia de castro):
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o "cântico de natal" na antologia os melhores contos de natal, que saiu pelo círculo do livro de 1986 a 1996 (meu palpite é que seja a tradução portuguesa de vidal pessoa)

isso sem contar gibis e histórias em quadrinhos. eis dois, o mais antigo e o mais recente, com mais de meio século entre eles:
cântico de natal, edição maravilhosa 181, ebal, 1959:
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um conto de natal, tradução de alexandre boide, da quadrinização francesa, l&pm, 2011:

Published on March 30, 2012 19:27
dickens I

neste ano comemora-se o bicentenário de nascimento de charles dickens. bruno gabriel deixou uma ótima sugestão aqui, fornecendo um ótimo levantamento das traduções do conto a christmas carol publicadas em português (principalmente no brasil). ei-lo:
1920 - Canto do Natal, ed. Annuario do Brasil - trad. Virgínia de Castro e Almeida
1944 - Contos de Natal, ed. Vitoria - trad. Ruth Rowe
1947 - Um Hino de Natal, ed. Seleções do Reader's Digest - trad. Cecília Meirelles
1947 - Balada do Natal, ed. Gleba - trad. Margarida Barbosa (Port.)
1956 - Uma Aventura de Natal, ed. Clube do Livro - trad. Tito Marcondes e José Maria Machado
1958 - Conto de Natal, ed. Melhoramentos - trad. Barros Ferreira
1959 - Cântico de Natal, ed. Ebal (Edição Maravilhosa 181 - HQ) - HQ
1970 - Conto de Natal, ed. Ediouro - adap. Elsie Lessa
1971 - Cântico de Natal, ed. Verbo - trad. Jorge Vidal Pessoa (Port.)
1971 - Três Espíritos do Natal, ed. O Clarim - trad. Wallace Leal V. Rodrigues
1988 - Conto de Natal, ed. América do Sul - trad. Jorge Vidal Pessoa
1989 - O Cântico de Natal, ed. Dom Quixote - trad. João Costa (Port.)
1993 - Um Conto de Natal, ed. Clássicos Econ. Newton - trad. Mario Fondelli
1995 - Uma História de Natal, ed. Ática - trad. Ana Maria Machado
1995 - Canção de Natal, ed. Companhia das Letrinhas - trad. Heloísa Jahn
1997 - Cântico de Natal, ed. Dimensão - ?
2000 - O Natal do Avarento, ed. Scipione - adap. Telma Guimarães Castro Andrade
2003 - Conto de Natal, ed. Rideel - adap. Isabel Vieira
2003 - Um Conto de Natal, ed. L&PM - trad. Carmen Seganfredo e Ademilson Franckini
2004 - Cântico de Natal, ed. Martin Claret - trad. John Green
2010 - Um Cântico de Natal, ed. Landmark (bilingue) - Fabio Cyrino
2011 - Um Conto de Natal, ed. L&PM (quadrinhos) - trad. Alexandre Boide
2011 - Uma Canção de Natal, ed. Caramelo - adap. Tatiana Belinky
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Published on March 30, 2012 16:52
March 28, 2012
in memoriam
La dernière translation
Quando morre um velho tradutor
Sua alma, anima, soul,
Já livre do cansativo ofício de verter
Vai direta pro céu, in cielo, to the heaven,
au ciel, in caelum, zum himmel,
Ou pro inferno, Holle, dos grandes traditori?
Ou um tradutor será considerado
In the minute hierarquia do divino (himm'lisch)
Nem peixe nem água, ni poisson ni l'eau,
Neither water nor fish, nichts, assolutamente niente?
Que irá descobrir de essencial
Esse mero intermediário da semântica
Corretor da Babel universal?
A comunicação definitiva, sem palavras?
Outra vez o verbo inicial?
Saberá, enfim!, se Ele fala hebraico
Ou latim?
Ou ficará infinitamente no infinito
Até ouvir a Voz, Voix, Voce, Voice, Stimme, Vox,
Do Supremo Mistério partindo do Além
Voando como um pássarobirduccelopájarovogel
Se dirigindo a ele em...
E lhe dando, afinal,
A tradução para o Amém?
Millôr Fernandes
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Quando morre um velho tradutor
Sua alma, anima, soul,
Já livre do cansativo ofício de verter
Vai direta pro céu, in cielo, to the heaven,
au ciel, in caelum, zum himmel,
Ou pro inferno, Holle, dos grandes traditori?
Ou um tradutor será considerado
In the minute hierarquia do divino (himm'lisch)
Nem peixe nem água, ni poisson ni l'eau,
Neither water nor fish, nichts, assolutamente niente?
Que irá descobrir de essencial
Esse mero intermediário da semântica
Corretor da Babel universal?
A comunicação definitiva, sem palavras?
Outra vez o verbo inicial?
Saberá, enfim!, se Ele fala hebraico
Ou latim?
Ou ficará infinitamente no infinito
Até ouvir a Voz, Voix, Voce, Voice, Stimme, Vox,
Do Supremo Mistério partindo do Além
Voando como um pássarobirduccelopájarovogel
Se dirigindo a ele em...
E lhe dando, afinal,
A tradução para o Amém?
Millôr Fernandes
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Published on March 28, 2012 16:23
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