C.N. Gil's Blog, page 56
November 4, 2015
Um mês depois

Faz hoje exactamente um mês que fomos todos às urnas para escolher o impossível:
-De entre os candidatos escolhidos pelos partidos e movimentos de cidadãos, escolher um primeiro ministro!
A partida isto era uma tarefa quase impossível. Era uma escolha do género “Vou caminhar descalço sobre cacos de vidro ou sobre carvões incandescentes?”. Os dois principais candidatos defendiam exactamente a mesma coisa, com pequenas divergências de pormenor! As “circunstâncias conjunturais”, como disse o Presidente da Republica ou, por outras palavras, a tentativa de sobrevivência politica do grande derrotado, o segundo partido mais votado, levaram a esta palhaçada em que o país está mergulhado!No entanto, logo após as eleições, saiu o anuncio de que o governo que iria ser empossado (poucas dúvidas havia de que o seria)era a prazo, já que se iria estampar no parlamento. De imediato surge a alternativa, uma esquerda unida contra uma direita minoritária no parlamento.O problema é que um mês depois, como seria de esperar, a esquerda não se entende! Mesmo! coisa que não é de estranhar! Viabilizar um governo do PS significa que o BE e o PCP terão de engolir demasiados sapos! Depois ainda há o pequeno pormenor de não termos dinheiro e termos a dívida externa mais alta de sempre!Um mês de reuniões à porta fechada, com muitos anúncios informais de um acordo que não se vê em lado nenhum! Como esperam eles que o país se una em torno de um objectivo, se eles não o conseguem traçar? Como esperam que o país os apoie se não conseguem perceber que há coisas que tem de ser feitas e não é com aspirações sonhos ou demagogias da treta que os problemas se resolvem!
Como esperam eles sair deste buraco onde todos os dias em que não há um acordo se enterram mais um bocadinho e fazem com que todos, mesmo os que bateram palmas à ideia no começo, olhar para eles e abanar a cabeça com alguma desilusão!
A continuar assim, os partidos de esquerda apenas fazem cair a credibilidade que ainda tinham! Se calhar é de propósito! É uma boa maneira de dar à coligação uma maioria absoluta massiva nas próximas eleições, lá para o verão, com todas as consequências nefastas que isso terá! É que se isso acontecer, podemos dizer adeus ao SNS, à segurança social nos moldes que está, e acredito que até a água venha a ser privatizada, em linha com os desejos da comissão europeia que quer por força beneficiar grandes grupos económicos que vêm na água um negócio mais que apetecível. É abrirmos ainda mais a porta a um capitalismo desregulado e selvagem que nos trouxe, exactamente onde estamos!Não que o capitalismo seja mau……mas capitalismo desregulado é pior que o comunismo que havia escondido para lá da cortina de ferro!É mais ou menos como a democracia em Portugal e na Europa: seria uma boa coisa…
…se existisse!
Talvez fosse bom meditarmos sobre isto um bocadinho......à esquerda e à direita...

Published on November 04, 2015 01:59
Os dias mais estranhos - 19. Culto (religião, adoração, devoção, veneração)
A desenvoltura com que a Magdalena se tinha sentado ao meu lado contrastava com algum desconforto da minha parte que tentei disfarçar. Não porque me desagradasse a companhia dela, mas sobretudo porque acabara de lhe tirar as medidas todas e fui apanhado de surpresa com a maneira com que ela se aproximou, coisa que meros segundos atrás jamais me passaria pela cabeça.- Sou amiga do André, – continuou ela – e tinha quase a certeza de que eras tu na guitarra. Onde é que tá esse gajo?-Foi jantar. Já não deve demorar…-É sempre a mesma coisa, – continuou não tendo parado para ouvir a minha resposta – quando eu chego nunca tá. E ainda por cima eu mandei-lhe uma mensagem a dizer-lhe que vinha…Encolhi os ombros sem saber o que responder. -Vou buscar uma bebida. – Declarou e levantou-se resolutamente encaminhando-se em seguida para a direcção do bar. Fui-a observando enquanto ela se afastava. Não tinha o andar gracioso e flutuante como a Mónica, nem o andar felino da Andreia. Tinha um andar resoluto e ágil. Parecia num primeiro impacto ser uma pessoa afirmativa para si própria e perante o mundo. Ela voltou com qualquer coisa que tinha uma sombrinha e eu achei piada.Ela sentou-se e fomos conversando, ambos puxando tópicos na tentativa de captarmos a atenção um do outro e de estabelecermos uma ligação, como quaisquer outros dois desconhecidos na mesma situação. Ela expunha-me o seu torso de curvas graciosas e generosas o que admito causava alguma perturbação em mim, não estando eu com alguém há já bastante tempo. Durante a conversa dei comigo a tentar flirta-la e suscitar-lhe a atenção com algumas respostas e comentários espirituosos. Ela entrou no meu jogo e às tantas espicaçava-mo-nos mutuamente. A conversa estava já bem animada quando se juntaram a nós os restante membros da banda, o que quebrou o nosso ritmo por inteiro.A chegada do André, que aproveito para explicar, era o vocalista da minha banda, roubou-me instantaneamente toda a atenção de Magdalena.Eu, por meu turno, voltei à minha anterior actividade de contemplar o vazio fingindo ter algum interesse no ecrã de televisão.Apanhei a habitual seca até à hora de actuar. Entretanto o bar foi-se enchendo e eu observava com vivo desinteresse os “entes vivos que se cruzam”(F. Pessoa). Já nada daqueles ambientes me dizia grande coisa com tanta gente absolutamente artificial claramente em busca de algo que não encontrariam ali. Como se fossem todos parte de uma religião que fazia do acto de ir a um bar num dia à noite a sua profissão de fé e que após a mesma sairiam dali purificados. Não pude deixar de anotar para mim mesmo que quase todas as actividades que temos têm um cariz religioso associado, ainda que nada tenham a ver com as religiões instituídas. Penitencia-mo-nos no trabalho e purifica-mo-nos na diversão e entretenimento que damos ao corpo. Seriam todas estas considerações uma tentativa de me enquadrar e mimetizar o grupo?Estava perdido nestas (pseudo) filosofias quando chegou a hora de actuar. O concerto correu normalmente num desfilar de músicas. Pisar o palco sempre foi uma boa sensação. Sentir a energia que vem das pessoas à nossa frente a passar por nós. Dá-nos a obrigação de fingir que somos nós próprios e não a afirmação de outro hipotético alguém. Temos que ser nós, mesmo que no dia-a-dia não o sejamos.O concerto chegou ao fim e ainda tive tempo para uma brevíssima troca de palavras com a Magdalena antes de ela se ir embora onde trocamos números de telefone. Depois veio a penosa tarefa de arrumar e transportar o material para fora dali.Continuei a encontrar-me com ela em quase todos os concertos que demos em seguida, vindo ela sempre acompanhada por uma tribo inteira de gente. À medida que nos fomos conhecendo, os comentários foram ficando mais arrojados chegando mesmo a atingir proporções calientes. Era uma moçoila fixe. Doida mas fixe.
E como é óbvio, sendo Magdalena tinha de ser também Maria…
E como é óbvio, sendo Magdalena tinha de ser também Maria…
Published on November 04, 2015 00:30
November 3, 2015
Casualidade - (só para justificar o aviso de entrada no blog... E porque enfim...)
Tinha-mo-nos conhecido há 10 minutos num café do ultimo piso do centro comercial. Meti-me com ela por causa de um livro que estava a ler e que eu já tinha lido. Nem tinha olhado bem para ela, para ser franco.
No entanto estávamos agora à porta do elevador atrás de uma fila de gente que também o esperava e começava a reparar.
Era alta, embora mais baixa do que eu, apesar das botas de salto que usava. As “leggins” pretas colavam-se às suas pernas torneadas. A mini-saia, muito mini, que existia apenas para adensar a curiosidade acerca do que se escondia por baixo. A cintura fina, o peito equilibrado, os cabelos que caiam em cascata até ao meio das costas…
O rosto de uma beleza simples, com apenas um leve toque de maquilhagem em tons de azul, à volta dos seus olhos castanhos vivos.
Mas sobretudo uma pose elegante, calma e serena, despretensiosa.
Se se produzisse mais seria daquelas mulheres em que é impossível deixar de reparar. Assim, como estava, não era impossível, mas era difícil.
O elevador chegou apinhado, vazou, encheu e deixou-nos apeados. Detesto isto. Ainda havia uma carrada de gente à espera o que quer dizer que ainda esperaríamos um bocado.
-Bem, que se lixe. – Disse – Não tenho paciência para ficar aqui à espera. Vou pelas escadas de serviço.
Esperava um “eu fico” e uma despedida formal entre dois estranhos que éramos. Ao invés ouvi um:
-Faço-te companhia. Também detesto esperar.
Empurrei a porta, ao lado dos elevadores e deixei-a passar. Entramos nas escadarias desertas e começamos a descer sem pressas, um ao lado do outro, num silêncio embaraçado. Tínhamos descido três lances de escada quando eu parei. Ela parou também e olhou para mim. Olhei-a nos olhos e ficamos uns instantes os dois sérios. Ela ia para desviar o olhar. Eu levei a mão à sua face e não a deixei. Fixou-se novamente em mim.
Aproximei-me dela. Ela não fez qualquer menção de fugir. Podia ver pelo seu peito que respirava mais profundamente. A face ruborizava. Continuava a não fazer qualquer movimento para se afastar.
Percorri o resto do caminho e beijei-lhe os lábios suavemente. Ela ficou estática como uma estátua, com a respiração suspensa. Beijei-a mais plenamente e a minha língua procurou a dela. A sua boca abriu-se e ofereceu-se-me. Provei a sua saliva e a suavidade da sua língua. Rendida, abraçou-me e eu abracei-a, puxei-a para mim e colamos os nossos corpos. Senti a sua respiração ofegante, o seu peito no meu. As minhas mãos passeavam no seu cabelo, as nossas línguas dançavam por entre os nossos lábios colados. Os nossos corpos reagiam com intensidade, talvez até pela estranheza da situação.
Separá-mo-nos por causa de mais gente impaciente que decidiu usar as escadas. Ainda assim os nossos olhos eram testemunho da tesão que estávamos a sentir um pelo outro. Continuamos a descida em silêncio.
Um pouco abaixo, no patamar de um piso, havia um corredor que saia das escadas com uma placa a dizer “Administração”. O corredor, paralelo às escadas estava apenas separado das mesmas por uma parede. Não me contendo, agarrei-a, puxei-a para esse corredor e ficamos encostados à parede.
Beijá-mo-nos com tesão, muito tesão. Púnhamos nos beijos o que os nossos corpos queriam e que ia para além dos beijos. As minhas mão começaram a percorrer o seu corpo e as suas o meu, até que pararam ao agarrar o meu membro já bem duro, por cima das minhas calças enquanto eu lhe massajava os seios. As nossas bocas não se descolavam uma da outra.
Enquanto estávamos nisto ouvíamos as pessoas que passavam do outro lado da parede enquanto desciam as escadas, completamente alheias à nossa presença. A sensação aumentava ainda mais o tesão que sentia e a excitação dela também.
Desabotoou-me os botões das calças um a um, meteu a mão por dentro delas e procurou a abertura dos meus "boxers". Senti o calor da sua mão a agarrar-me.
Não me contive, levantei-lhe a saia, pus a mão esquerda por dentro das “leggins” e por dentro das cuequinhas que senti serem de renda e procurei o seu clítoris que comecei a massajar. O seu gemido, abafado pela minha boca, mostrou-me que estava no bom caminho. Senti-a completamente encharcada na minha mão.
Ela tornou-se mais afoita, talvez consequência do tesão que sentia, e soltou-me das calças, agarrando-me e começando a masturbar-me. As nossas bocas não se descolavam.
A minha mão direita rodeou-a, fez subir a saia por trás e entrou por dentro das “leggins” correndo ao longo do seu rabo e procurando o ânus que começou a massajar um pouco a medo. No entanto, vi que ela gostou das carícias. Os nossos beijos aumentavam ainda mais de intensidade.
Fiz deslizar a minha mão direita mais abaixo para poder chegar ao seu sexo. Massajei-a com o dedo médio, deixando-o completamente molhado. Depois este voltou ao ânus e a mão esquerda desceu do clítoris e começou a penetrá-la com dois dedos, continuando a massajar o clítoris com a palma da mão. Ao mesmo tempo o dedo médio da mão direita, molhado como estava, deslizou com facilidade, penetrando o ânus. Em menos de trinta segundos teve um orgasmo violentíssimo e teve de se agarrar ao meu pescoço para não cair.
Quando acabou, tirei os dedos do seu sexo e levei-o as nossas bocas. Lambe-mo-los com fervor. Deliciei-me com o seu sabor. Deliciá-mo-nos.
Em seguida, já mais recomposta, baixou-se e engoliu-me por inteiro. Depois começou a masturbar-me enquanto me chupava a glande, forçando-me a ter um orgasmo na sua boca. Quando me sentiu a vir, engoliu-me novamente por inteiro e senti-me a derreter na sua boca.
Levantou-se, ainda com a boca cheia do meu sabor e voltou a colá-la à minha.
Um grupo ruidoso de putos começou a descer as escadas e arrumá-mo-nos rapidamente. Em boa hora. Quando passavam, um resolveu espreitar para o corredor, vendo-nos abraçados num beijo longo. Quando ele se foi embora, desatamos à gargalhada.
Saímos dali, com algum custo, e fomos acabando de descer as escadas, trocando beijos atrás de beijos. Chagados ao fundo, abrimos a porta de segurança e voltamos a entrar no bulício do centro comercial.
Ela ia para a esquerda, e eu para a direita. Demos um último beijo e seguimos.
Não ficamos com contactos um do outro. Nem sequer fiquei a saber o seu nome.
Nunca mais a vi…
…com grande pena minha…
No entanto estávamos agora à porta do elevador atrás de uma fila de gente que também o esperava e começava a reparar.
Era alta, embora mais baixa do que eu, apesar das botas de salto que usava. As “leggins” pretas colavam-se às suas pernas torneadas. A mini-saia, muito mini, que existia apenas para adensar a curiosidade acerca do que se escondia por baixo. A cintura fina, o peito equilibrado, os cabelos que caiam em cascata até ao meio das costas…
O rosto de uma beleza simples, com apenas um leve toque de maquilhagem em tons de azul, à volta dos seus olhos castanhos vivos.
Mas sobretudo uma pose elegante, calma e serena, despretensiosa.
Se se produzisse mais seria daquelas mulheres em que é impossível deixar de reparar. Assim, como estava, não era impossível, mas era difícil.
O elevador chegou apinhado, vazou, encheu e deixou-nos apeados. Detesto isto. Ainda havia uma carrada de gente à espera o que quer dizer que ainda esperaríamos um bocado.
-Bem, que se lixe. – Disse – Não tenho paciência para ficar aqui à espera. Vou pelas escadas de serviço.
Esperava um “eu fico” e uma despedida formal entre dois estranhos que éramos. Ao invés ouvi um:
-Faço-te companhia. Também detesto esperar.
Empurrei a porta, ao lado dos elevadores e deixei-a passar. Entramos nas escadarias desertas e começamos a descer sem pressas, um ao lado do outro, num silêncio embaraçado. Tínhamos descido três lances de escada quando eu parei. Ela parou também e olhou para mim. Olhei-a nos olhos e ficamos uns instantes os dois sérios. Ela ia para desviar o olhar. Eu levei a mão à sua face e não a deixei. Fixou-se novamente em mim.
Aproximei-me dela. Ela não fez qualquer menção de fugir. Podia ver pelo seu peito que respirava mais profundamente. A face ruborizava. Continuava a não fazer qualquer movimento para se afastar.
Percorri o resto do caminho e beijei-lhe os lábios suavemente. Ela ficou estática como uma estátua, com a respiração suspensa. Beijei-a mais plenamente e a minha língua procurou a dela. A sua boca abriu-se e ofereceu-se-me. Provei a sua saliva e a suavidade da sua língua. Rendida, abraçou-me e eu abracei-a, puxei-a para mim e colamos os nossos corpos. Senti a sua respiração ofegante, o seu peito no meu. As minhas mãos passeavam no seu cabelo, as nossas línguas dançavam por entre os nossos lábios colados. Os nossos corpos reagiam com intensidade, talvez até pela estranheza da situação.
Separá-mo-nos por causa de mais gente impaciente que decidiu usar as escadas. Ainda assim os nossos olhos eram testemunho da tesão que estávamos a sentir um pelo outro. Continuamos a descida em silêncio.
Um pouco abaixo, no patamar de um piso, havia um corredor que saia das escadas com uma placa a dizer “Administração”. O corredor, paralelo às escadas estava apenas separado das mesmas por uma parede. Não me contendo, agarrei-a, puxei-a para esse corredor e ficamos encostados à parede.
Beijá-mo-nos com tesão, muito tesão. Púnhamos nos beijos o que os nossos corpos queriam e que ia para além dos beijos. As minhas mão começaram a percorrer o seu corpo e as suas o meu, até que pararam ao agarrar o meu membro já bem duro, por cima das minhas calças enquanto eu lhe massajava os seios. As nossas bocas não se descolavam uma da outra.
Enquanto estávamos nisto ouvíamos as pessoas que passavam do outro lado da parede enquanto desciam as escadas, completamente alheias à nossa presença. A sensação aumentava ainda mais o tesão que sentia e a excitação dela também.
Desabotoou-me os botões das calças um a um, meteu a mão por dentro delas e procurou a abertura dos meus "boxers". Senti o calor da sua mão a agarrar-me.
Não me contive, levantei-lhe a saia, pus a mão esquerda por dentro das “leggins” e por dentro das cuequinhas que senti serem de renda e procurei o seu clítoris que comecei a massajar. O seu gemido, abafado pela minha boca, mostrou-me que estava no bom caminho. Senti-a completamente encharcada na minha mão.
Ela tornou-se mais afoita, talvez consequência do tesão que sentia, e soltou-me das calças, agarrando-me e começando a masturbar-me. As nossas bocas não se descolavam.
A minha mão direita rodeou-a, fez subir a saia por trás e entrou por dentro das “leggins” correndo ao longo do seu rabo e procurando o ânus que começou a massajar um pouco a medo. No entanto, vi que ela gostou das carícias. Os nossos beijos aumentavam ainda mais de intensidade.
Fiz deslizar a minha mão direita mais abaixo para poder chegar ao seu sexo. Massajei-a com o dedo médio, deixando-o completamente molhado. Depois este voltou ao ânus e a mão esquerda desceu do clítoris e começou a penetrá-la com dois dedos, continuando a massajar o clítoris com a palma da mão. Ao mesmo tempo o dedo médio da mão direita, molhado como estava, deslizou com facilidade, penetrando o ânus. Em menos de trinta segundos teve um orgasmo violentíssimo e teve de se agarrar ao meu pescoço para não cair.
Quando acabou, tirei os dedos do seu sexo e levei-o as nossas bocas. Lambe-mo-los com fervor. Deliciei-me com o seu sabor. Deliciá-mo-nos.
Em seguida, já mais recomposta, baixou-se e engoliu-me por inteiro. Depois começou a masturbar-me enquanto me chupava a glande, forçando-me a ter um orgasmo na sua boca. Quando me sentiu a vir, engoliu-me novamente por inteiro e senti-me a derreter na sua boca.
Levantou-se, ainda com a boca cheia do meu sabor e voltou a colá-la à minha.
Um grupo ruidoso de putos começou a descer as escadas e arrumá-mo-nos rapidamente. Em boa hora. Quando passavam, um resolveu espreitar para o corredor, vendo-nos abraçados num beijo longo. Quando ele se foi embora, desatamos à gargalhada.
Saímos dali, com algum custo, e fomos acabando de descer as escadas, trocando beijos atrás de beijos. Chagados ao fundo, abrimos a porta de segurança e voltamos a entrar no bulício do centro comercial.
Ela ia para a esquerda, e eu para a direita. Demos um último beijo e seguimos.
Não ficamos com contactos um do outro. Nem sequer fiquei a saber o seu nome.
Nunca mais a vi…
…com grande pena minha…
Published on November 03, 2015 08:08
Os dias mais estranhos - 18. Magdalena
O meu sonho infância era vir a ser guitarrista. Este sonho vinha desde os meus oito anos, altura em que o meu irmão, mais velho que eu 18 anos, entrou em casa com o álbum “The Wall” dos Pink Floyd. Eu, que até à data tinha ouvido praticamente apenas música clássica, fiquei deliciado e maravilhado com o som da guitarra de David Guilmour. A música daquele álbum hipnotizava-me por completo.Só mais tarde vim a aprender a tocar, por volta dos catorze anos e por influência do Zeca, que numa visita a minha casa descobrira que eu tinha uma guitarra clássica a ganhar pó em cima do meu guarda-fatos. Foi ele que me desgraçou ao ensinar-me os primeiros dois acordes. Nunca mais parei de aprender a tocar.Mas o sonho sempre esteve lá, e embora não tocasse com nenhuma banda, a maior parte dos meus conhecimentos e amigos de copos era pessoal que tocava. Os meus fins-de-semana não eram passados no engate, mas sim a ver bandas ao vivo em bares das redondezas, que eram normalmente de pessoal conhecido.Tinham já passado três meses desde os relatos do capítulo anterior e, a custo, conseguira relegar a situação para o fundo da minha memória. Não tinha voltado a estar com ninguém desde essa altura, em parte porque a chocante descoberta da minha consciência não mo permitia. À noite era constantemente assombrado pela imagem da Mónica, no que parecia uma paixão assolapada de puto, pelo que a minha consciência me ditava que estar com qualquer outra pessoa não poderia dar bons resultados.Foi então que o “Alhos”, alcunha dada pelo facto de andar com um frasco de alho ralado dentro do bolso para juntar a tudo o que comesse (fosse o que fosse), num encontro casual me falou na necessidade que tinha de um outro guitarrista para um projecto que tinha. Uma vez que havia disponibilidade da minha parte, ofereci-me para o lugar e de repente, ser saber muito bem como, tinha uma banda.Mas vêm isto a propósito de quê?... Áh!Da Magdalena.Um dos primeiros concertos que demos foi num bar que fica perto da fonte-da-telha. Ao contrário do resto do pessoal, que foi jantar a casa, eu deixei-me ficar por ali mesmo, sentado a ver televisão num bar ainda vazio por completo, enquanto desfrutava de uma bebida qualquer que não me consigo já lembrar. Reparei pelo canto do olho a porta a abrir e voltei-me com algum desconforto.Pela porta passa uma moçoila dos seus vintinhos. A única coisa que me passou pela cabeça quando olhei para ela foi:-Que granda traço!E era. Cabelo loiro com uma ondulação muito suave que lhe conferia algum volume, e um corpo que parecia absolutamente desenhado e firme. Podia-se descrever a moçoila como voluptuosa. Creio ser este o termo correcto.Não tinha nada a ver com a Mónica ou a Andreia, mas irradiava uma simpatia natural com que ela parecia contagiar os espaços que ocupava.Ela entrou por um momento, olhou em volta e saiu novamente. Não chegou a dar-me tempo para apreciar devidamente as suas curvas marcadamente femininas.Fiquei novamente entregue aos meus pensamentos enquanto fingia estar absorto num ecrã de televisão. Eis que não quando a criatura entra novamente pela porta e fica à mesma a falar com o segurança. Tenho de admitir que houve em mim uma pequena pontinha de contentamento pelo facto de a poder apreciar devidamente, coisa que tentei fazer o mais discretamente possível, algo que não era fácil tendo em conta que naquele espaço estávamos apenas os dois. Mas mesmo assim lá fui tentando tirar-lhe as medidas enquanto tentava que essa minha acção passasse despercebida.Estava eu a sentir-me orgulhoso do facto de aparentemente estar a ser bem sucedido quando ela se dirige directamente e decididamente a mim.-Olá. Não és da banda do André?-Olá. Sou.-Bem que me parecia. Já vos tinha visto a tocar.Sem qualquer tipo de cerimónia puxou de uma cadeira e sentou-se na minha mesa.-Sou a Magdalena.-Olá Magdalena, sou o Pedro.
-Olá Pedro.
-Olá Pedro.
Published on November 03, 2015 07:41
Os dias mais estranhos - 17. Constatação (apurar, atestar, verificar, reconhecer)
Entramos e a Mónica levou-nos para a sala. -Querem beber alguma coisa?-Tens água tónica? – Perguntou a Andreia.-Sim…-Então pode ser um gin tónico.-E para ti? - Perguntou-me.-Um whisky puro, sem gelo.-Tá bem. Estejam à vontade. Afastou-se para a cozinha para ir preparar as bebidas. Eu e a Andreia sentámo-nos no sofá. Mal nos sentamos a Andreia puxou-me para junto dela e beijou-me. Foi um beijo longo, lânguido, que me deixou completamente fora de mim. Apeteceu-me agarra-la, mas limitei-me a abraça-la e a saborear o momento. Paramos de nos beijar quando a Mónica entrou.-Meninos, comportem-se. - Disse com um ar brincalhão.Tinha voltado com as bebidas, tendo-se servido a si própria uma vodka com pisang, e sentou-se junto a nós. Ligamos a televisão e fomos vendo um filme qualquer que passava. O tempo foi passando e, quer a Mónica quer a Andreia foram bebendo bem. Notava-se que estavam já bem quentes, sendo que a Mónica era quem mais denunciava os efeitos do álcool. Quanto a mim abstive-me de beber mais além do primeiro whisky. Nunca gostei muito de beber nem dos efeitos que o álcool provoca. Beber sim, mas na conta certa.O cansaço acabou por dar conta de nós e elas levaram-me ao quarto onde eu passaria a noite. Instalei-me e derivei suavemente para o sono.A meio da noite acordei com sede. Levantei-me e vesti-me, dirigindo-me para a cozinha. A porta do quarto a seguir ao meu estava entreaberta. Espreitei pela abertura que dava directamente para um roupeiro espelhado do chão até ao tecto. Via claramente o quarto todo através do espelho a uma luz difusa. No reflexo via a cama onde a Mónica e a Andreia dormiam aconchegadas uma na outra. Fiquei estático perante aquela imagem.Observei-as por alguns momentos enquanto dormiam. Foi então que me apercebi que, embora a Andreia fosse uma mulher absolutamente deslumbrante e fascinante, quem me tinha agarrado desde o primeiro momento tinha sido a Mónica. Senti-me algo perdido com esta constatação. Sabia que a Mónica estava com outro homem e por isso completamente fora do meu alcance. Sabia que não estaria a ser verdadeiro para com a Andreia a partir daquele momento. E isso seria terrivelmente injusto“Merda” – pensei para comigo – “porque é que tenho que ter uma consciência?”Posto isto, desviei o olhar da cena que observava no espelho, voltei para trás para o quarto onde houvera passado pelas brasas, agarrei nas minhas coisas e, como se fosse não mais do que um ladrão furtivo, saí da casa.Entrei no meu carro e arranquei. À saída de Cascais parei numa bomba de gasolina onde comprei um maço de tabaco. Pelo caminho pensei numa desculpa plausível para lhes dar. Mas sabia que, fosse qual fosse, nem elas nem eu acreditaríamos nela.Cheguei a minha casa com uma raiva inimaginável de mim próprio. No dia seguinte o carro da Mónica desapareceu do pé de minha casa. Nem uma palavra…
Nos meses seguintes não vi nenhuma das duas. Tentei evitar ao máximo cruzar-me com a Mónica. Penso que ela também.
Nos meses seguintes não vi nenhuma das duas. Tentei evitar ao máximo cruzar-me com a Mónica. Penso que ela também.
Published on November 03, 2015 05:35
Os dias mais estranhos - 16. Ir (abalar, figurar, ocorrer acontecer)
Quando chegamos a minha casa, eu e a Andreia saímos do carro. A Mónica deixou-se ficar pesadamente no banco de trás. ir-Acho que bebi demais! – Acabou por dizer. Respirou fundo e fez uma pausa. –Leva-me a casa. – Disse-me. – Não tou em condições de conduzir.-Então e o carro…?-Amanhã logo se vê. Podias ficar tu por lá e amanhã vinha para cá contigo para o vir buscar.-Já viste o trabalho? Por que é que vocês não ficam por cá? Podem ficar as duas na minha cama, que é de casal, e eu durmo no sofá…-Amanhã o Francisco vai-me ligar logo de manhã e eu vou ter que estar em casa. A minha casa é grande, ficas tu por lá à vontade, se quiseres passas o dia com a Andreia e depois eu venho contigo.-Anda. – Disse a Andreia. – Tens que admitir que a ideia dela é razoável…-Tá bem, - disse a contra-gosto – eu vou.Arrancamos logo em seguida. Durante o caminho a Andreia ia cantarolando as musicas que iam passando na rádio. Volta e meia olhava pelo espelho para a Mónica que parecia dormitar no banco de trás, embora desse sinal de vida de vez em quando cantarolando junto com a Andreia. Eu entretanto fui-me perdendo em pensamentos enquanto as marcações da estrada passavam rapidamente.
Não podia deixar de olhar de relance para a Andreia e admirar-me com a sua beleza. E depois olhava para a Mónica e pura e simplesmente parava a olhar para ela. A sua languidez do sono fazia-a parecer ainda mais sensual. Enquanto me perdia nestes pequenos gestos de pura adoração por estas duas mulheres que estavam comigo a estrada voou por baixo do carro e chegamos ao nosso destino. Era 01:00 da manhã…
Não podia deixar de olhar de relance para a Andreia e admirar-me com a sua beleza. E depois olhava para a Mónica e pura e simplesmente parava a olhar para ela. A sua languidez do sono fazia-a parecer ainda mais sensual. Enquanto me perdia nestes pequenos gestos de pura adoração por estas duas mulheres que estavam comigo a estrada voou por baixo do carro e chegamos ao nosso destino. Era 01:00 da manhã…
Published on November 03, 2015 00:37
November 2, 2015
Os dias mais estranhos - 15. Amigos (aliados, protectores, defensores, caros)
Eram sete e meia quando chegamos ao nosso destino. O Raul e a Patrícia eram mais dois conhecidos de escola. A casa deles era o poiso de tertúlias intermináveis, pelo meio de petiscadas e sessões de cinema caseiras. O Zeca já lá estava, sabendo eu que seria ele o cozinheiro de serviço essa noite.O Raul estava à porta, à nossa espera, e a expressão do rosto dele quando viu a Andreia e a Mónica foi impagável. Apresentei-lhas e ele levou-as a conhecer a “Tisha”, que estava na sala de estar, enquanto eu me dirigi à cozinha para cumprimentar o Zeca, que estava entretido a fazer uns petiscos para o pessoal. -Atão puto, tas cá?-Que é que te parece…?-Parece que sim, parece que sim… e constou-me que acompanhado…?-É, acompanhado. Que é que tas a fazer? Cheira bem…-Tou a fazer uma carninha de porco à Alentejana.-Fazes bem, fazes bem…Nisto apareceram atrás de mim a Mónica e a Andreia. A expressão de gozo do Zeca mudou subitamente. Apresentei-lhas.-Cheira bem! – Disse a Mónica.-Este malandro está a fazer carne de porco à Alentejana.-Tou a ver que também tens uns amigos muito multifacetados. – Disse a Andreia.-Muito multifacetados. – Afirmei eu.Entreolharam-se e riram-se. De seguida saíram, escoltadas para a sala pelo Raul. O Zeca não disse uma palavra. De seguida puxou de um cigarro e dirigiu-se à janela. Acendeu o cigarro, virado para a rua, deu uma baforada vagarosa e virou-se para mim.-E estas são…? – Perguntou.-A morena é a Mónica. – O seu rosto fez uma expressão esquisita – A loira é a Andreia.-E a Andreia é…?-A melhor amiga da Mónica.-Bem, – disse ele – “melhor” deve ser mesmo a expressão.Antes que ele dissesse mais alguma coisa de que arrependesse a seguir apressei-me a acrescentar – E a modos que me parece que ando com ela…-Com a Andreia? – Disse com um ar semi-estupefacto.-Sim… – disse eu encolhendo os ombros à espera do que ia ouvir a seguir.Mas não ouvi nada. À minha frente ele dava mais uma baforada longa como se esperasse que o cigarro lhe desse o entendimento do que acabara de ouvir e lhe sussurrasse uma resposta para me dar. Aparentemente o cigarro ficou mudo por algum tempo. O Zeca também.-Mas tu tas parvo? – Acabou por perguntar – Como é que aconteceu uma coisa dessas?Como qualquer homem que se preze consegui fazer um resumo da situação em menos de cinquenta meias palavras. Resumo esse que, diga-se, de tão brilhante e hábil foi totalmente entendido pelo Zeca. Da sala vinhas as vozes do resto do pessoal em amena cavaqueira.Nisto juntou-se a nós o Raul.-Deixei as gajas todas na sala na treta umas com as outras. – Disse enquanto puxava de um cigarro e o acendia junto a nós, à janela. Depois olhou para o ar aparvalhado do Zeca. Eu mantive-me em silêncio. – O que é que se passa aqui?O Zeca agarrou-o e voltou-o para mim. – Tas a ver este gajo? – Perguntou-lhe.-Sim…-É o gajo mais parvo que eu conheço.O Raul olhou bem para mim. Eu mantive o silêncio.-Ah! Atão e tens alguma novidade.-É que não tas bem a ver. Este gajo é mesmo parvo.-Pá, “mesmo” é, se calhar, um bocado forte. Eu diria que é só um bocado parvo… – depois olhou para mim novamente. Pensou por um pouco antes de continuar – Claro que eu não estou na posse de factos que tu possuis, portanto, se calhar, tens razão…-Obrigado. - Agradeci eu ao Raul.-Espera, – disse o Zeca – eu conto-te o que se passa.E posto isto fez um resumo da história mais alargada com metade das palavras que eu tinha usado, demonstrando um poder de síntese raro.-Não sei se percebi muito bem, mas se percebi, então és mesmo, mesmo parvo. E sublinho a repetição do “mesmo”.Ficaram os dois a olhar para mim, eu que, com uma cara, admito, um bocado parva, os encarava sem saber como dar uma resposta objectiva às interrogações que eram óbvias.Fomos então interrompidos, para meu alívio, pelas mulheres que se juntavam a nós em busca da refeição cujo aroma se espalhava pela casa e que já deixaria qualquer um a salivar.Seguiu-se prontamente uma refeição bem regada com tinto Alentejano, e acompanhada por conversas banalíssimas, mas das quais ressaltava um humor apurado que fazia com que comêssemos sempre com um sorriso, e nos sentíssemos mais compelidos e regá-la com o dito tinto. No entanto, eu como condutor responsável abstive-me do néctar a partir de determinado ponto.
O resto do serão decorreu sempre com uma nota de bom humor e quando chegou a hora de sairmos a Mónica e a Andreia despediram-se dos restantes convivas como se se tratassem já de velhos amigos.
O resto do serão decorreu sempre com uma nota de bom humor e quando chegou a hora de sairmos a Mónica e a Andreia despediram-se dos restantes convivas como se se tratassem já de velhos amigos.
Published on November 02, 2015 06:10
Os dias mais estranhos - 14. Programa (projecto, plano, desígnio, prospecto)
Acordei um pouco sobressaltado e desorientado por não saber o sítio onde estava. Só depois me recordei. Ela já não estava ao meu lado. Pela janela entravam raios de sol que me anunciavam uma manhã primaveril. Que horas seriam? Senti o cheiro de ovos mexidos. Levantei-me e segui o cheiro. Fui dar com ela na cozinha, vestindo um robe azul-escuro, enquanto preparava os ditos ovos. -Bom dia. – Disse ainda com voz de sono.-Bom dia, dorminhoco. Fiz-nos uns ovos. Não sei se gostas, mas eu adoro!-Por mim tá fixe. – Disse eu enquanto me tentava habituar à luz. – Que horas são?-É quase meio-dia…-Dormiste que nem um anjo… – disse ela. – Queres tomar um duche? Se quiseres tens toalhas lavadas na prateleira de cima do móvel. E escusas de fazer cerimónia…Na verdade apetecia-me tomar um duche, e aceitei a sua proposta. Soube-me bem sentir a água quente a correr pelas minhas costas. Quando saí sentei-me com ela a comer o pequeno-almoço e informei-a de que tinha de ir.-Porquê?-Ainda tenho trabalho para fazer em casa e logo já tenho umas cenas combinadas…-É pena! – Disse ela fazendo beicinho.-Pois é. – Disse-lhe eu.-Estava à espera que passasses o dia por aqui…Não lhe respondi.-O que é que tens combinado mais logo? Alguma coisa que eu não possa saber?-Não. É só um jantar em casa de uns amigos.Não me disse ou perguntou mais nada. Acabamos de tomar o pequeno-almoço e saímos para ir beber um café. Pelo meio fomos falando de tudo um pouco. Quando finalmente chegou a hora de eu ir, ela levou-me ao carro. -Gostei que tivesse cá passado a noite. – Disse-me ela, com um olhar ternurento.-Eu também gostei deste bocadinho.Sem mais ela deu-me um beijo e virou-se caminhando em direcção a casa. Foram precisas todas as minhas forças para entrar para dentro do carro e não ir atrás dela. Não pude deixar de reviver toda esta situação enquanto guiava para casa. Não conseguia parar de pensar nela. Ao chegar a casa telefonei aos meus amigos a perguntar se faria mal levar mais alguém. Afiançaram-me que não e que até teriam todo o gosto. Posto isto, telefonei-lhe.-Olá! – disse-lhe.-Olá. -Olha, só para saber se me queres tu fazer companhia hoje…-Mas não tinhas o tal jantar?-Sim, mas o pessoal convidou-te também.-Pois, mas agora sou eu que já tenho programa…-Há…-O Francisco não tá cá, e a Mónica telefonou a perguntar se eu não queria ir lá…-Bem, mas se a Mónica não tem programa, também pode vir… Podes crer que é uma noite gira. É tudo gente fina.Ela hesitou um momento. Não quis insistir, fiquei apenas à espera da sua resposta.-Vou ligar à Mónica e já te ligo.-O.K.!Desliguei. Pelo menos não me deu logo uma tampa de caras, o que podia ser sinal de que até lhe apetecia estar comigo. Fiquei à espera de uma resposta ansiosamente. A resposta apareceu em breve via SMS.“A QUE HORAS EM TUA CASA?”
“AS 19:00!” – foi a resposta.
“AS 19:00!” – foi a resposta.
Published on November 02, 2015 00:44
November 1, 2015
Há uns anos atrás fiz isto para trailer do meu primeiro romance editado
Published on November 01, 2015 13:48
October 30, 2015
Os dias mais estranhos - 13. Estar (ser, consistir, achar-se, encontrar-se)
Sexta-feira ao fim da tarde. O telemóvel tocou, estava eu à porta do meu prédio para entrar. A Andreia.-Sim?...-Fazias-me levitar, como o Mike fez à Jill?-Desculpa?...-Tu entendeste.Ela referia-se claramente uma passagem do livro que eu lhe tinha emprestado.-Já leste isso tudo? Depende do que é que te põe nas nuvens…-Um jantar e um cinema a seguir seria um bom começo…-Quando?-Agora…Hesitei apenas por um momento.-Onde?-Vem-me buscar a casa. – e deu-me a direcção.Desligamos o telefone e eu dei meia volta e dirigi-me para o carro. Vinte e cinco minutos depois estava à sua porta. Como combinado, dei-lhe um toque para ela descer.Vê-la aparecer à porta do prédio fez valer, só por si, a viagem. Ali estava uma das mulheres mais deslumbrantes que eu já vira. Ela entrou no carro, sentando-se, e olhou para mim.-Oi, estranho. - Disse num cumprimento. Seguidamente deu-me um beijo rápido nos lábios.Fomos para o Centro comercial perto dali. Ela vestia perfeitamente casual, tal como eu. Mas uma mulher como a Andreia não deixa de ser notada por causa das roupas que usa. Conforme andávamos pelos corredores ela captava a atenção de todos os homens, assim como eu granjeava respeito em todas as mulheres. Isso era de facto o mais curioso, como se o simples facto de eu estar ali com ela me tornasse num homem mais interessante.Fomos jantar num restaurante do Centro.-Tinha saudades de fazer isto.-O quê? – perguntei-lhe.-Vir assim a um centro comercial e ver um filme…-Porquê? Podes fazer isto quase todos os dias…-Mas não me apetecia vir sozinha.-Não devem faltar pretendentes a tirar-te da solidão.-Pois não, mas eu gosto de homens que não pensem só em sexo.Eu fiz-lhe uma cara malandra.-Em que é que estas a pensar?-Nada de especial. Só que acho que é difícil não pensar nisso ao pé de ti.-Mas pode-se não pensar só nisso não achas?-Acho.Ela sorriu.-Boa resposta…Entramos para o cinema. O filme era uma comédia ligeira. À saída falamos sobre o filme enquanto bebíamos um café. Falar com ela era fácil e os tópicos iam passando ao longo da conversa, fluindo com uma tal facilidade que a conversa parecia não ter fim, mesmo quando já estávamos tão longe do começo. Já dentro do carro, a caminho de casa dela a conversa começou a fluir para um tópico comum: a Mónica. Estacionei à porta do seu prédio. A conversa foi-se prolongando dentro do carro.-Não queres subir? – perguntou-me a uma dada altura. – Lá em cima estaríamos mais confortáveis de certeza.Acedi.Subimos as escadas e entramos no elevador. Quando este arrancou ela encostou-se a mim e deu-me um beijo na face. O elevador parou no sexto piso. Saímos e ela guiou-me até à porta do seu apartamento. Não pude deixar de a admirar enquanto caminhava à minha frente. Tinha um andar felino, que não era sensual propositadamente, mas que a sua figura desenhava seguro e firme. Segura e firme era também a sua confiança em si própria que lhe dava uma aura magnetizante. Entramos e ela guiou-me para a sua sala. Estava decorada com um extremo bom gosto, onde pontuavam alguns motivos orientais. As luzes suaves davam uma quentura ao ambiente que parecia que aconchegava quando se entrava. Sentámo-nos no seu sofá e continuámos a nossa conversa.-Sabes que se diz, onde eu trabalho, muita coisa sobre a Mónica.-Calculo… Mas a Mónica também tem muito que se lhe diga…-Nota-se nela…-…sim, mas é mais que isso…-…mais que isso, o que?-Por exemplo, o Francisco.-Eu não te queria falar disso…-Que impressão é que te deu a relação deles?-É esquisita. Ele parece não lhe dar muito crédito.-Mas vê como são as coisas. O Francisco, quando a Mónica o conheceu, tinha a empresa dele de rastos. A Mónica achou que o podia ajudar. Ela nem queria nada com ele, mas depois foram-se conhecendo, e ela foi-o ajudando. A certa altura, a autoconfiança dele já estava em alta, e ela começou a envolver-se com ele. Foi ela que o trouxe para cima outra vez…-…e agora ele trata-a assim…- Exacto! Achas que a Mónica esta bem neste momento?-Acho que eu não estaria.-E ela não está. Acredita que não está.Compreendi melhor o que se passara naquele outro dia. Não era atracção da minha parte, mas uma ponta de frustração da sua. E ajudou-me a limpar esse facto de vez da minha cabeça, o que, de algum modo, me fez apreciar ainda mais a mulher que tinha ali ao meu lado. Como que adivinhando os meus pensamentos ela disse:-Eu sei do vosso beijo.-Sabes?-Somos confidentes uma da outra. Sabes como é, somos amigas desde a escola…-E mesmo assim estamos aqui?...-Eu sei porque foi o beijo e sei o que significou. E também sei que tu acabaste de ter plena consciência de uma coisa que já intuías, não é?-É. Compreendo melhor…-…pois é por isso que estamos aqui. Queres beber alguma coisa? – Disse levantando-se abruptamente-O que é que tens?-Muita coisa. -Qualquer coisa sem álcool. Ainda tenho que conduzir hoje…-Tás à vontade. Somos ambos crescidinhos, não é? Não faz mal se cá ficares.-Tás a confiar bastante em mim…-Tou a confiar muito na Mónica.Ri-me com a afirmação.-Tá bem. Trás o que fizeres para ti.Trouxe dois copos que aparentavam ser de cola. Provei a bebida. Tinha realmente cola, mas misturada com alguma bebida que eu não reconhecia.-O que é isto? – Perguntei-lhe.-Tás com medo, é?-Não, só não reconheci o sabor.-É cola com licor de laranja e chocolate.-É bom…-…e enganador. É apetitoso mas é forte.-Parece quase não ter álcool.-Mas tem…-Foste mázinha…-Achas?Não lhe respondi e fitei-a com um olhar malandro. Ela riu-se.-Nem penses nisso… Mesmo que fiques tens de te portar bem. Prometes?-Eu prometo. - disse sem hesitar.-Mesmo?Aí já hesitei um momento. –Mesmo! – Acabei por dizer.-Tá bem.Já sem pesos na consciência desfrutei a bebida e o seu aroma, algo de exótico, sendo que o doce se sobrepunha ao álcool fazendo com que apetecesse bebê-la mais depressa, visto ser tão refrescante.Começámos a falar acerca do livro que eu lhe tinha emprestado e a trocar pontos de vista sobre algumas passagens que a tinham intrigado. Expliquei-lhe algumas coisas que não implicavam com o desenvolver futuro da história e furtei-me a falar-lhe de outras que implicavam, visto ela não ter ainda acabado de o ler. Descobri-a verdadeiramente fascinada pelo livro. Algum tempo depois ela foi preparar mais dois copos de bebida. O sono acabou por nos vencer enquanto víamos um filme já a altas horas da madrugada. Quando dei por mim estava mal deitado e torcido, com ela aninhada em mim. Mexi-me e ela acordou num pequeno salto, deixando-se ficar depois com a preguiça.-É melhor ires-te deitar. -Não, tou aqui bem. – Disse quase choramingando.-Mas eu não, tou todo torcido.Ela escorregou preguiçosamente por mim acima e abraçando-me de olhos fechados, procurou os meus lábios beijando-os com uma doçura que quase me entorpeceu.-Não faças isso… - disse-lhe eu em tom de gozo.-Porquê? – Perguntou ela languidamente.-Porque depois ainda dizes que eu sou mau…Ela levantou-se e espreguiçou-se. – Chato! – Disse abrindo finalmente os olhos.-Já viste como é que eu tou?Ela olhou finalmente para mim.-Tás todo torto, realmente.-Vês? Eu tinha razão… – disse eu ajeitando-me.-Tá bem, pronto. Ganhaste. Mas eu tava tão aninhadinha. – Disse levantando-se. Agarrou-me pela mão e arrastou-me.-Vem. – Disse.-Para onde?-Deixa tár que eu não te faço mal. Anda.Levantei-me e segui-a. Ela levou-me para o seu quarto. Deixou-se cair pesadamente em cima da cama de casal. Fiquei a olhar para ela sem saber o que fazer. Só chegava a nós uma luz difusa proveniente da sala, que deixava ver a silhueta de todos os objectos mas que não era forte o suficiente para se ver todos os pormenores. -Deita-te. Estas melhor aqui que no sofá, de certeza. – Disse enquanto se espreguiçava languidamente.Sentei-me na cama ao seu lado. Tirei os ténis e recostei-me meio receoso da situação. Ela levantou-se, e tão preguiçosamente como se sentia começou a tirar a camisa, de costas para mim. Ao meu lado distinguia claramente os contornos do seu corpo, assim como conseguia ver numa semi-obscuridade o reflexo da sua imagem no espelho que estava em frente a si. Fosse de propósito ou não, a cena era em si tão sensual que senti o meu corpo reagir. Ela virou-se para mim, enquanto começava a desabotoar as calças.-Vais dormir assim vestido?Encolhi os ombros.-Tás com vergonha, é?A minha face deve ter ruborizado. Na verdade estava. Ela riu-se. A custo lá comecei a tirar a camisa, deixando a minha camisola interior. Neste momento o meu receio maior era tirar as calças. Mas naquela quase escuridão, e de costas para ela, lá consegui tira-las. Quando me voltei estava ela já só vestida em roupa interior a enfiar-se dentro dos cobertores. Estaria ela de alguma maneira a pôr-me à prova?Entrei também para dentro dos cobertores. Ela de imediato se aninhou em mim. Deu-me mais um suave beijo nos lábios e de seguida apoiou a sua cabeça no meu ombro. Não tive mais nenhuma reacção a não ser abraça-la, deixando o meu braço envolve-la acima da cintura. Sentia o seu corpo completamente colado ao meu. Ela levantou uma perna, deslizando-a ao longo do meu corpo e sentiu a minha perturbação. Sorriu.
-Não sejas malandro. - Disse baixinho ao ouvido. Aninhou-se melhor e deslizou suavemente para o sono. Fiquei ali sozinho e nervoso o suficiente para não saber o que fazer. Deixei-me ficar quieto e tentei relaxar. Algum tempo depois também eu deslizei para o sono, à medida que me acalmava.
-Não sejas malandro. - Disse baixinho ao ouvido. Aninhou-se melhor e deslizou suavemente para o sono. Fiquei ali sozinho e nervoso o suficiente para não saber o que fazer. Deixei-me ficar quieto e tentei relaxar. Algum tempo depois também eu deslizei para o sono, à medida que me acalmava.
Published on October 30, 2015 09:24