C.N. Gil's Blog, page 76
May 19, 2015
Miss Pearly Gates
Já por aqui falei de algumas guitarras famosas, Como A “Greeny”, comprada em segunda mão por Peter Green (Fleetwood Mac), vendida por este a Gary Moore, Vendida por este a um coleccionador privado por $1.200.00 pouco antes de morrer, vendida pelo coleccionador o a outro por $2.000.000, vendida por este ultimo ao Kirk Hammet (Metallica) sabe Deus por quanto…
Mas, se a “Greeny” é um ícone, a Les Paul de 1959 que é, se calhar, a origem do mito acerca destas guitarras é esta:
Nome? Miss Pearly Gates (embora seja costume chamar-lhe só “Pearly Gates”).
E quem é que a tem? Billy F. Gibbons, lendário vocalista e guitarrista da “l’il ol’ band from Texas” ZZ Top.
Para se pôr em perspectiva a importância desta guitarra, em 2009 a guitarra voltou à fabrica da Gibson com o objectivo de ser meticulosamente estudada para ser lançada uma reprodução da mesma. Foram feitas 350 cópias, duzentas e cinquenta em estado impecável, ou seja, como ela saiu originalmente da fabrica, 100 cópias envelhecidas tal e qual a original sendo que destas 50 foram assinadas pelo próprio Billy Gibbons. O preço normal de uma Les Paul Standart anda à volta dos €3000. Estas tinham como preço base €8000.
Como tudo na vida, tão importante como o som da guitarra, espalhado por todos os álbuns de ZZ Top sem excepção (já não segue nas digressões da banda, mas continua a gravar os álbuns de estúdio) é a própria história.
Rezam as lendas que, estavam os ZZ Top ainda no começo, uma amiga da banda, Renee Thomas conseguiu uma audição para um filme em Hollywood.O Billy deu-lhe um carro, um Packard da década de 30 para ela fazer a viagem para Los Angeles. Curiosamente, contra todas as previsões, o carro chegou lá, pelo que todos eles brincaram que aquele carro devia ter algo de celestial e chamaram-no de “Pearly Gates”, referência aos portões dourados do Paraíso.
Entretanto a Renee conseguiu o papel e vendeu o carro, mandando o dinheiro para o Billy. Este, recebendo o dinheiro, fez o que qualquer guitarrista faria: Comprou mais uma guitarra (sim, que guitarras nunca são demais). Naquela altura tinha uma Gibson Les Paul de 59 em segunda mão debaixo de olho e o dinheiro do carro, $250, chegou mesmo a tempo para fazer a compra.
Como é óbvio, visto que o dinheiro da venda do carro foi exactamente o da compra da guitarra, Billy baptizou-a prontamente de Pearly Gates.
Como informação adicional, foram feitas cerca de 1600 Les Paul 1959, sedo que destas apenas se sabe do paradeiro de 600. Portanto existe a possibilidade de existirem $1.000.000.000 perdidos em sótãos e dentro de armários há décadas.
Há cerca de três anos um Australiano, ao remexer o sótão do avô após o seu falecimento, encontrou um estojo castanho com uma guitarra lá dentro que parecia ter sido pouco tocada, estava imaculada. Não sabendo o que tinha levou-a a uma loja de guitarras…
…e foi lá que descobriu que estava $1.000.000 mais rico…
…portanto, se encontrarem um estojo de guitarra castanho num sótão, nunca se sabe…
Mas, se a “Greeny” é um ícone, a Les Paul de 1959 que é, se calhar, a origem do mito acerca destas guitarras é esta:

Nome? Miss Pearly Gates (embora seja costume chamar-lhe só “Pearly Gates”).
E quem é que a tem? Billy F. Gibbons, lendário vocalista e guitarrista da “l’il ol’ band from Texas” ZZ Top.
Para se pôr em perspectiva a importância desta guitarra, em 2009 a guitarra voltou à fabrica da Gibson com o objectivo de ser meticulosamente estudada para ser lançada uma reprodução da mesma. Foram feitas 350 cópias, duzentas e cinquenta em estado impecável, ou seja, como ela saiu originalmente da fabrica, 100 cópias envelhecidas tal e qual a original sendo que destas 50 foram assinadas pelo próprio Billy Gibbons. O preço normal de uma Les Paul Standart anda à volta dos €3000. Estas tinham como preço base €8000.
Como tudo na vida, tão importante como o som da guitarra, espalhado por todos os álbuns de ZZ Top sem excepção (já não segue nas digressões da banda, mas continua a gravar os álbuns de estúdio) é a própria história.
Rezam as lendas que, estavam os ZZ Top ainda no começo, uma amiga da banda, Renee Thomas conseguiu uma audição para um filme em Hollywood.O Billy deu-lhe um carro, um Packard da década de 30 para ela fazer a viagem para Los Angeles. Curiosamente, contra todas as previsões, o carro chegou lá, pelo que todos eles brincaram que aquele carro devia ter algo de celestial e chamaram-no de “Pearly Gates”, referência aos portões dourados do Paraíso.
Entretanto a Renee conseguiu o papel e vendeu o carro, mandando o dinheiro para o Billy. Este, recebendo o dinheiro, fez o que qualquer guitarrista faria: Comprou mais uma guitarra (sim, que guitarras nunca são demais). Naquela altura tinha uma Gibson Les Paul de 59 em segunda mão debaixo de olho e o dinheiro do carro, $250, chegou mesmo a tempo para fazer a compra.
Como é óbvio, visto que o dinheiro da venda do carro foi exactamente o da compra da guitarra, Billy baptizou-a prontamente de Pearly Gates.
Como informação adicional, foram feitas cerca de 1600 Les Paul 1959, sedo que destas apenas se sabe do paradeiro de 600. Portanto existe a possibilidade de existirem $1.000.000.000 perdidos em sótãos e dentro de armários há décadas.
Há cerca de três anos um Australiano, ao remexer o sótão do avô após o seu falecimento, encontrou um estojo castanho com uma guitarra lá dentro que parecia ter sido pouco tocada, estava imaculada. Não sabendo o que tinha levou-a a uma loja de guitarras…
…e foi lá que descobriu que estava $1.000.000 mais rico…
…portanto, se encontrarem um estojo de guitarra castanho num sótão, nunca se sabe…
Published on May 19, 2015 07:28
B.B. King's First Guitar from B.B. King Museum on Vimeo.N...
B.B. King's First Guitar from B.B. King Museum on Vimeo.
Nasceu Riley Ben King numa plantação de algodão, no sul dos Estados Unidos, em 1925.
Aos nove anos vivia sozinho a apanhava algodão como forma de se sustentar.
Começou a tocar na rua por trocos.
Em 1947 muda-se para Memphis. Queria ser músico e aquela era uma cidade vibrante na altura.
Um dia ouviu T-Bone Walker a tocar “Stormy Monday”numa guitarra eléctrica e ficou maravilhado. Pôs de lado a sua guitarra acústica e dedicou-se à guitarra eléctrica e aos Blues.
Começou a actuar na rádio em 1948. Foi aí que precisou de um pseudónimo radiofónico e foi apelidade de Beale Blues Boy, que mais tarde foi abreviado para Blues Boy King e que passou depois ao nome pelo qual ficou conhecido no mundo B. B. King.
No final de 1949, num concerto num salão de dança no Arkansas, deflagrou um incêndio. Era comum haver bidões com querosene a queimar para aquecer o ambiente. Numa rixa que aconteceu durante o concerto um dos bidões foi entornado, pegando fogo à sala. Já fora do edifício e a salvo, BB King dá conta que a guitarra ainda esta no edifício. Volta para lá, salvando a guitarra e escapando por pouco. No dia a seguir fica a saber que a rixa se deu por causa de uma mulher chamada Lucille. Baptizou a sua guitarra com esse nome, para se lembrar de nunca se envolver em lutas por causa de mulheres e de não entrar de novo em edifícios em chamas.
Em 1951 teve um enorme êxito “Three o’clock blues” que o levaram a torneés sucessivas com medias de 250 concertos por ano.
A sua maneira de tocar, lenta e com poucas, mas muito expressivas notas, o vibrato que tinha na mão, o sentimento e musicalidade que conseguia dar a cada nota fizeram dele um guitarrista impar. Foi uma influência determinante para Eric Clapton, Buddy Guy, Johnny Winter, Albert King, George Harrison, Jeff Beck e Jimi Hendrix, que o considerava o melhor guitarrista do mundo.
Sempre foi generoso para com os outros músicos que partilharam o palco consigo, como atesta Joe Bonamassa, que saltou para a ribalta aos 12 anos quando fez uma primeira parte de um concerto do mestre.
Ganhou inúmeros prémios ao longo da sua carreira e actuou em mais de noventa países.
Faleceu enquanto dormia, aos 89 anos, no passado dia 15 de Maio devido a complicações causadas pela diabetes tipo II.
O seu legado ficará!
Obrigado, Riley King.
B.B King-The Thrill İs Gone from sandinista41 on Vimeo.
Nasceu Riley Ben King numa plantação de algodão, no sul dos Estados Unidos, em 1925.
Aos nove anos vivia sozinho a apanhava algodão como forma de se sustentar.
Começou a tocar na rua por trocos.
Em 1947 muda-se para Memphis. Queria ser músico e aquela era uma cidade vibrante na altura.
Um dia ouviu T-Bone Walker a tocar “Stormy Monday”numa guitarra eléctrica e ficou maravilhado. Pôs de lado a sua guitarra acústica e dedicou-se à guitarra eléctrica e aos Blues.
Começou a actuar na rádio em 1948. Foi aí que precisou de um pseudónimo radiofónico e foi apelidade de Beale Blues Boy, que mais tarde foi abreviado para Blues Boy King e que passou depois ao nome pelo qual ficou conhecido no mundo B. B. King.
No final de 1949, num concerto num salão de dança no Arkansas, deflagrou um incêndio. Era comum haver bidões com querosene a queimar para aquecer o ambiente. Numa rixa que aconteceu durante o concerto um dos bidões foi entornado, pegando fogo à sala. Já fora do edifício e a salvo, BB King dá conta que a guitarra ainda esta no edifício. Volta para lá, salvando a guitarra e escapando por pouco. No dia a seguir fica a saber que a rixa se deu por causa de uma mulher chamada Lucille. Baptizou a sua guitarra com esse nome, para se lembrar de nunca se envolver em lutas por causa de mulheres e de não entrar de novo em edifícios em chamas.
Em 1951 teve um enorme êxito “Three o’clock blues” que o levaram a torneés sucessivas com medias de 250 concertos por ano.
A sua maneira de tocar, lenta e com poucas, mas muito expressivas notas, o vibrato que tinha na mão, o sentimento e musicalidade que conseguia dar a cada nota fizeram dele um guitarrista impar. Foi uma influência determinante para Eric Clapton, Buddy Guy, Johnny Winter, Albert King, George Harrison, Jeff Beck e Jimi Hendrix, que o considerava o melhor guitarrista do mundo.
Sempre foi generoso para com os outros músicos que partilharam o palco consigo, como atesta Joe Bonamassa, que saltou para a ribalta aos 12 anos quando fez uma primeira parte de um concerto do mestre.
Ganhou inúmeros prémios ao longo da sua carreira e actuou em mais de noventa países.
Faleceu enquanto dormia, aos 89 anos, no passado dia 15 de Maio devido a complicações causadas pela diabetes tipo II.
O seu legado ficará!
Obrigado, Riley King.
B.B King-The Thrill İs Gone from sandinista41 on Vimeo.
Published on May 19, 2015 02:18
May 18, 2015
Atão nã é...
...que me achego-me aqui e descubro que esta coisa já tem mais de 10.000 visualizações...?!?
Ao que o mundo está a chegar!
P.S. - Obrigado aos que se dão à pachorra...
Ao que o mundo está a chegar!
P.S. - Obrigado aos que se dão à pachorra...
Published on May 18, 2015 00:16
May 13, 2015
Louco?... Ou lúcido?
-Qual achas ser o sentido da vida?
-Viver...
...e viver é um mistério.
Encontrar propósito.
Viver no presente.
A Magia do agora.
-Qual a tua memória mais aventurosa?
-ISTO! Isto é uma aventura. Isto é a memória.
-Que conselhos tens para as gerações mais novas?
-Viver no momento!
Não envelheças.
Não julgues os outros.
Porque não podes ser livre se julgares os outros.
Ama AGORA!
CRIA!
INSPIRA!
-Como defines a liberdade?
-Fazendo o que amas.
-E o que amas?
-ISTO!
O momento!
AMA... AGORA!
Repete-se!
-Que outros conselhos tens para nós?
-Já estás a fazer, estás sempre a fazer o que está no teu coração. Não podes fugir ao teu coração. Porque a vida é um paradoxo!
É um espelho de confusão!
Por isso... ama AGORA!
-Quem amas?
-Eu amo... todos vós!
-Viver...
...e viver é um mistério.
Encontrar propósito.
Viver no presente.
A Magia do agora.
-Qual a tua memória mais aventurosa?
-ISTO! Isto é uma aventura. Isto é a memória.
-Que conselhos tens para as gerações mais novas?
-Viver no momento!
Não envelheças.
Não julgues os outros.
Porque não podes ser livre se julgares os outros.
Ama AGORA!
CRIA!
INSPIRA!
-Como defines a liberdade?
-Fazendo o que amas.
-E o que amas?
-ISTO!
O momento!
AMA... AGORA!
Repete-se!
-Que outros conselhos tens para nós?
-Já estás a fazer, estás sempre a fazer o que está no teu coração. Não podes fugir ao teu coração. Porque a vida é um paradoxo!
É um espelho de confusão!
Por isso... ama AGORA!
-Quem amas?
-Eu amo... todos vós!
And now, inspiring advice from a mentally insane person.Disturb RealitySubscribe for new videos when they're posted!!http://bit.ly/1hXH68w
Posted by Disturb Reality on Terça-feira, 24 de Junho de 2014
Published on May 13, 2015 13:22
May 4, 2015
Três pequenas palavras acerca dos meus últimos dias de trabalho:
FO
DA
-
SE!
...e é só!
:)
DA
-
SE!
...e é só!
:)
Published on May 04, 2015 08:53
April 28, 2015
Os Chop Suey duraram uns quantos anos...
...se a memória não falha começaram os ensaios em Dezembro de 2000 com um concerto já marcado para final de Janeiro de 2001. E duraram até algures na primeira metade de 2008...
Foram tocadas largas dezenas de músicas pelo colectivo...
...e cada concerto tinha um alinhamento diferente.
Mas, rezam as lendas e os pergaminhos que, em todos os concertos, todos, todos, todos, mas mesmo, mesmo, mesmo todos uma música foi sempre tocada...
Há quem diga que alguns dos membros dos Chop Suey ficaram de tal forma traumatizados que essa música ainda é um assunto tabu...
Mais, diz-se que nunca mais Ninguém a conseguiu ouvir!
A música é esta:
It's my life - Chop Suey (Bon Jovi Cover)
Os Chop Suey duraram uns quantos anos......se a memória não falha começaram os ensaios em dezembro de 2000 com um concerto já marcado para final de Janeiro de 2001. E duraram até algures na primeira metade de 2008...Foram tocadas largas dezenas de músicas pelo colectivo......e cada concerto tinha um alinhamento diferente.Mas, rezam as lendas e os pergaminhos que, em todos os concertos, todos, todos, todos, mas mesmo, mesmo, mesmo todos uma música foi sempre tocada...Há quem diga que alguns dos membros dos Chop Suey ficaram de tal forma traumatizados que essa música ainda é um assunto tabu...Mais, diz-se que nunca mais Ninguém a conseguiu ouvir!A música é esta, #ChopSuey
Posted by Treta de Cabos - Vidas de Rocker on Segunda-feira, 27 de Abril de 2015
Published on April 28, 2015 12:07
April 26, 2015
Treta de Cabos - Vidas de Rocker
(para aqueles que, tal como São Tomé, duvidam dos escritos, eis a prova provada!)
XXIX
Como é do conhecimento geral, no final de 2004, mais concretamente no dia 26 de Dezembro, houve um Tsunami ali para os lados da Asia que devastou aquilo tudo!
A paróquia de Fernão Ferro, sítio onde Ninguém vivia à altura, teve a ideia de fazer uma colecta de fundos para as vítimas e, em conversas avulsas com pessoal da paróquia e após consultar o resto dos elementos, Ninguém ofereceu os préstimos dos Chop Suey para fazer uma actuação.
O Padre lá do sítio, ao ouvir falar de tal coisa, quis de imediato falar com Ninguém.
Após se terem cumprimentado o Padre foi directo ao assunto:
-Pois, então ofereceram-se para um concerto de angariação de fundos…
-Sim. Achamos que é o mínimo que podemos fazer…
-Pois, mas eu queria falar consigo porque estamos a tentar juntar dinheiro para mandar o grupo de jovens da paróquia para o encontro mundial da juventude, onde vai estar o Papa… Os fundos podiam ser para isso…
Depois daquilo registar na mente de Ninguém, o que demorou alguns segundos, este acabou por dar a mais elaborada resposta de que se lembrou ao Padre, por forma a não ferir susceptibilidades:
-Não.
O padre, que não estava à espera de algo tão elaborado contrapôs:
-Não?!
-Não!
-Mas porquê?
-Porque a banda em si não é muito católica, e uma coisa é ajudarmos pessoas que ficaram sem casa e sítio onde viver, que perderam tudo, outra é mandarmos miúdos a passear, por mais altos e nobres que sejam os objectivos do passeio.
O Padre lá se resignou e o concerto prosseguiu!
A igreja daria o espaço para o concerto que era…
…na igreja!
O salão paroquial era um anexo ao corpo principal da igreja em si, já demasiado pequena para tantos paroquianos, pelo que as portas de correr que separavam um espaço do outro costumavam estar abertas para permitir que mais pessoas assistissem aos serviços religiosos. A banda, junto com o pessoal do som e luzes, chegaram no meio de uma missa e tiveram que esperar que serviço fosse concluído para montar o material.
Os Chop Suey estavam a encarar aquele concerto como qualquer outro…
…pelo menos até ao momento em que, em cima do palco, iam para começar a tocar a famosa música de AC/DC “Highway to hell”! De repente as “bolas” foram-se e a letra foi alterada na altura, passando o refrão a “I’m on a higway to heaven”, o que diga-se surpreendeu mas divertiu os grupos de malta que se tinham deslocado de propósito e encheram a igreja…
Desse dia em diante, em cada concerto que deram, a música foi cantada com a letra alterada!
Mas ainda assim, o melhor desse concerto, para além da soma que realizaram e que foi entregue à Caritas Internacional para auxílio das vítimas do Tsunami, foi ter uma igreja cheia de gente aos pulos a rockar, muitos deles pessoal gótico e com cruzes invertidas ao peito, que, quase de certeza, nunca tinham estado dentro de uma igreja antes!
Mas aquilo que deu mesmo, mesmo, mesmo gozo a Ninguém eram os olhares que as beatas lá da terra faziam quando passavam por ele e comentavam umas com as outras:
-Onde é que já se viu, concertos de música do Demo dentro de uma igreja…
Só mesmo quem o conhecesse sabia que Ninguém se ria por dentro…
Highway to Heaven (AC/DC cover... In a Church!) from C. N. Gil on Vimeo.
XXIX
Como é do conhecimento geral, no final de 2004, mais concretamente no dia 26 de Dezembro, houve um Tsunami ali para os lados da Asia que devastou aquilo tudo!
A paróquia de Fernão Ferro, sítio onde Ninguém vivia à altura, teve a ideia de fazer uma colecta de fundos para as vítimas e, em conversas avulsas com pessoal da paróquia e após consultar o resto dos elementos, Ninguém ofereceu os préstimos dos Chop Suey para fazer uma actuação.
O Padre lá do sítio, ao ouvir falar de tal coisa, quis de imediato falar com Ninguém.
Após se terem cumprimentado o Padre foi directo ao assunto:
-Pois, então ofereceram-se para um concerto de angariação de fundos…
-Sim. Achamos que é o mínimo que podemos fazer…
-Pois, mas eu queria falar consigo porque estamos a tentar juntar dinheiro para mandar o grupo de jovens da paróquia para o encontro mundial da juventude, onde vai estar o Papa… Os fundos podiam ser para isso…
Depois daquilo registar na mente de Ninguém, o que demorou alguns segundos, este acabou por dar a mais elaborada resposta de que se lembrou ao Padre, por forma a não ferir susceptibilidades:
-Não.
O padre, que não estava à espera de algo tão elaborado contrapôs:
-Não?!
-Não!
-Mas porquê?
-Porque a banda em si não é muito católica, e uma coisa é ajudarmos pessoas que ficaram sem casa e sítio onde viver, que perderam tudo, outra é mandarmos miúdos a passear, por mais altos e nobres que sejam os objectivos do passeio.
O Padre lá se resignou e o concerto prosseguiu!
A igreja daria o espaço para o concerto que era…
…na igreja!
O salão paroquial era um anexo ao corpo principal da igreja em si, já demasiado pequena para tantos paroquianos, pelo que as portas de correr que separavam um espaço do outro costumavam estar abertas para permitir que mais pessoas assistissem aos serviços religiosos. A banda, junto com o pessoal do som e luzes, chegaram no meio de uma missa e tiveram que esperar que serviço fosse concluído para montar o material.
Os Chop Suey estavam a encarar aquele concerto como qualquer outro…
…pelo menos até ao momento em que, em cima do palco, iam para começar a tocar a famosa música de AC/DC “Highway to hell”! De repente as “bolas” foram-se e a letra foi alterada na altura, passando o refrão a “I’m on a higway to heaven”, o que diga-se surpreendeu mas divertiu os grupos de malta que se tinham deslocado de propósito e encheram a igreja…
Desse dia em diante, em cada concerto que deram, a música foi cantada com a letra alterada!
Mas ainda assim, o melhor desse concerto, para além da soma que realizaram e que foi entregue à Caritas Internacional para auxílio das vítimas do Tsunami, foi ter uma igreja cheia de gente aos pulos a rockar, muitos deles pessoal gótico e com cruzes invertidas ao peito, que, quase de certeza, nunca tinham estado dentro de uma igreja antes!
Mas aquilo que deu mesmo, mesmo, mesmo gozo a Ninguém eram os olhares que as beatas lá da terra faziam quando passavam por ele e comentavam umas com as outras:
-Onde é que já se viu, concertos de música do Demo dentro de uma igreja…
Só mesmo quem o conhecesse sabia que Ninguém se ria por dentro…
Published on April 26, 2015 05:13
April 23, 2015
O estranho caso da chave saltitona - Capítulo XVI *
Trailer: Palmier EncobertoPrólogo - Xilre
Capítulo I - Calma com o andor
Capítulo II - Dúvidas Cor de Rosa
Capítulo III - A Mais Picante
Capítulo IV - Mirone
Capítulo V - Pasme-se quem puder
Capítulo VI - A Uva Passa
Capítulo VII - Kiss and Make Up
Capítulo VIII - Amor Autista
Capítulo IX - Talqualmenteoutro
Capítulo X - Linda Porca
Capítulo XI - Sister V
Capítulo XII - A elasticidade do tempo
Capítulo XIII – A vez da Maria
Capítulo XIV - Teias de Folhas de PapelCapítulo XV - Imprópria para consumo
CAPÍTULO XVI
-Olha o “Johnny”. Já não aparecias por aqui há uns tempos pá. Ké que tens feito, puto? – Disse o Zé “Diabo” de trás do balcão.
-Olha, nã faço nado, compro tudo já feito que dá menos trabalho!
O “Diabo” riu-se, revelando a sua extensa falta de dentadura.
-És sempre o mesmo, páh. Vai alguma coisa?
João Carlos meditou um pouco decidindo-se logo em seguida:
-Pá uma bica e uma aguardente, mas vê lá, quero daquela especial, daquela que tens guardada lá atrás, não quero a zurrapa que vendes ao pessoal…
-É para já… - respondeu o "Diabo" retirando-se momentaneamente com um sorriso maquiavélico no rosto, enquanto pensava “Deves mesmo pensar que a aguardente que tá lá atrás é diferente da que está cá à frente” ao mesmo tempo que enchia o cálice que serviria ao João de uma garrafa de aguardente martelada pelo seu primo, o Quim de Abreijadas de Cima, famosíssimo por nunca ter usado uma única uva no vinho e aguardentes que fazia.
Voltou para o balcão com o cálice já cheio e foi tirar o café. O João, enquanto esperava, foi molhando os lábios.
-Granda pomada quist’é, páh. Onde é que arranjas isto?
-Pá, isto é caseirinho. É do meu primo Quim, lá do Norte – respondeu o “Diabo” rindo-se para dentro enquanto pensava “e é por isso mesmo que isso nem me chega aos lábios, xiça…” – Mas, mudando de assunto,… - continuou enquanto espetava com a chávena de café no pires que já a aguardava no balcão - …o que é que te trás por aqui? Já não davas à costa há uns tempos, e gaivotas em terra…
-Olha, meti-me aí numa confusão entre duas gaijas…
-Poizé, tu não eras para te ter enforcado há uns dias?
-Nem me digas nada, páh, nem me digas nada…
-A coisa anda mal?
-Oh s’anda!
-Vai uma puta? Tenho umas frequinhas que chegaram há pouco, ainda não foram muito marteladas…
-Não páh, farto de gaijas ando eu…
-Não falava da gaija toda, só da parte que interessa…
O João fez-lhe um olhar estranho.
-Ya! Mas a parte que interessa trás sempre o resto agarrado, e é à pala do resto que eu tou aqui.
-Atão mas o que é que aconteceu?
-Olha, sabes que tava pr’a me casar, mas enrolei-me com a Maria…
-Maria?
-Sim, páh!
-A “vai-com-todos”? Fosga-se, ficavas mais bem servido com uma das minhas putas. Sempre são menos rodadas…
João olhou-o com cara de poucos amigos. Está bem que era verdade, mas não era preciso andar a espalhar isso à boca cheia, assim sem mais nem menos.
-Prontus, prontus, já cá não tá quem falou… Mas olha, já que falas nessa gaja, lembrei-me de uma coisa… - …e saiu disparado para as traseiras, deixando o João sozinho ao balcão.
Este, aproveitou o momento e virou-se na cadeira, vendo o resto do bar, quase vazio. Ao fundo, num mini-palco improvisado uma tipa que parecia já ter passado o prazo de validade tentava por alguma sensualidade num strip, mas via-se que era uma batalha perdida. Entretanto o “Diabo” voltou.
-Deixaram aqui isto para ti. – disse ele, abanando um envelope que tinha na mão.
João pareceu não ligar nenhuma ao envelope.
-Olha lá, aquilo é um bocado triste, não? – disse ele, apontando para a stripper ao fundo da sala.
-Páh, yá, mas vai lá dizer à minha mãe que já não tem idade nem corpo praquilo…
Encolheram ambos os ombros.
-Percebo-te. Ké ke s’hade fazer, né?
-Yá…
João abanou o envelope e reparou que havia algo pesado lá dentro.
-Kéisto?
-Sei lá. Tás-me a perguntar a mim? Achas que eu abria isso?
-Acho!
-Pois, mas não abri. O raio do velho ainda me rogava alguma praga…
-Velho?
-Sim, páh, foi o Jorge dos livros que deixou aí isso.
-O pai da Maria?
-Yá! Nem mexi nisso, que sabes que o velho não bate… - disse enquanto rodava o dedo indicador em redor de têmpora direita.
Curioso, Jorge abriu a carta e, de lá de dentro caiu uma chave dourada, ricamente decorada, que parecia velha. O “Diabo” viu a chave e sentenciou logo:
-Eh láhhh! Olha Cuma coisa dessas deve valer uns tostões, se for verdadeira…
-Cala-te páh, e traz outra aguardente.
-Queres da do meu primo?
-Evidentemente…
Junto com a chave vinha uma carta escrita numa letra impecavelmente desenhada.
“Caro João,
Sei que tens andado enrolado com a Maria.
Infelizmente, apesar de todos os meus esforços, a Maria é quem é. Gostava que ela não tivesse seguido alguns caminhos mas não a pude acompanhar como devia e o resultado é esta galdéria conhecida no bairro inteiro e arredores, e não pelos melhores motivos.
Por isso mesmo não pude até hoje dizer-lhe muita coisa acerca do passado dela, mas sinto a obrigação de passar esta informação, e sei que tu és um bom menino.
Esta chave que está em teu poder é de uma extraordinária importância. Essa chave pode decidir o futuro do mundo. Sei que estão no meu encalço, e que já não vou durar muito…”
-Olha lá, tens visto o velho por aí? – Perguntou ao “Diabo”
-Desde que deixou o envelope para ti nunca mais o vi…
Pôs-se a pensar e na verdade também já não o via desde uns dias antes de ter ficado fechado no quarto com a Maria. E a verdade é que estavam tão preocupados com a chave que nem se deram conta que o velho nunca tinha ido a casa… Continuou a ler:
“…por isso, na impossibilidade de passar a chave à legitima dona, entrego-ta. Para perceberes o que essa chave é, por baixo da terceira tábua a contar da porta da entrada da minha sala está a uma caixa onde está a chave de um cofre que está na dependência do BES, ou Novo Banco, ou lá o que é, de Xabregas, bem como as instruções para acederes à mesma. Lá encontrarás a explicação.
Entretanto, protege a Maria. Quem anda atrás de mim não demorará a perceber quem é a Maria, portanto a vida dela estará em perigo. Rogo-te para que cuides dela.
Deste teu velho amigo
Jorge de Burgos”
João sentiu uma súbita urgência em sair dali. Pagou o café e os dois bagaços, deu uma ultima olhadela de relance à mãe do Diabo, por esta altura já quase nua, abanou a cabeça, olhou para o “Diabo” que lhe respondeu com um encolher de ombros e disse-lhe:
-Vou-me! A gente vê-se!
-Yep! Hasta…
-…la baby vista! – e seguiu para casa da Maria em busca da terceira tábua…
Continua AQUI
*Post partilhado - batata quente passada por Imprópria para Consumo
Published on April 23, 2015 03:42
April 22, 2015
Proverbio Chinês:
Só quando um mosquito nos pousa nos tomates percebemos que nem todos os problemas se resolvem com violência
Published on April 22, 2015 04:10
April 21, 2015
...com bastante Rock Clássico à mistura...
ACHAS QUE EU SEI QUEM SOU?
Vives no passado,Esqueces o presente,Nada sabes,Nada dizes,Nada fazesPara ser diferente
Vives indiferenteAo que se passa à tua voltaE é a tua atitudeQue causa revolta
E eu nem faço ideia de para onde vou
Sempre achei o mundo vazioFiquei distante e frio
Vives convencidoQue o mundo está perdidoE nem vês que és tuque o faz perder
Vives alheadoDo que se passa ao teu ladoNão sabesNem queres saber
Perdido na realidadeAusente pelas ruas desta cidade
Não estranhes a distância no meu olharÉ quem eu sou,Não vou mudar
Vives no escuro,Com receio da luzMas sentes-te puroE nem vêsQue é o medoQuem te conduz...
Achas que eu sei quem sou?
Published on April 21, 2015 05:44