Denise Bottmann's Blog, page 64
September 21, 2012
belas infiéis
sai o primeiro número da revista belas infiéis, publicada pelo programa de pós-graduação em tradução, da universidade de brasília, disponível aqui.
a revista contém uma seção historiográfica chamada "arquivo", que abriga levantamentos bibliográficos de traduções por autor publicadas no brasil. este número traz o artigo "joseph conrad no brasil", disponível aqui.
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Published on September 21, 2012 06:09
September 20, 2012
luto
carlos nelson coutinho, um dos nomes mais íntegros, dignos e esclarecidos do pensamento político brasileiro.[image error]
Published on September 20, 2012 14:35
September 18, 2012
thomas de quincey no brasil
em 2009, em sua coleção "intoxicações", a ediouro lançou confissões de um comedor de ópio, de thomas de quincey, em tradução de luiz roberto mendes gonçalves e introdução (além de capa e projeto gráfico) de joca reiners terron:

chamou-me a atenção uma afirmativa de terron em sua introdução ao angustiado relato autobiográfico de de quincey, tingida com algumas pinceladas um tanto pop ou popizantes: "A publicação no Brasil de clássicos da literatura cabeça-feita estrangeira [...] é relativamente recente" (p. 9) e, quanto às confissões, cita a edição da l&pm nos anos 80. i beg to differ, como dizem.
pois vejamos: de quincey chega ao brasil em 1935, ano em que é lançada a tradução de elias davidovich, aliás um dos primeiros tradutores também de freud entre nós. não encontrei imagem de capa, mas há um exemplar disponível em nosso acervo na biblioteca nacional:
Autor: De Quincey, Thomas, 1785-1859.
Título / Barra de autoria:Confissões de um comedor de ópio.
Imprenta:Rio de Janeiro : Pongetti [1935]
Descrição física:168 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Opiomania.
Entradas secundárias:Davidovich, Elias trad.
Classificação Dewey:
Edição:921
Indicação do Catálogo:I-257,1,21
em 1946, a josé olympio relança as confissões, agora em tradução de ana maria martins, com belas xilogravuras de santa rosa e introdução de brito broca:
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passam-se quase quarenta anos e, sem dúvida, cabe à l&pm o resgate "contracultural" de thomas de quincey, lançando confissões como primeiro volume de sua coleção rebeldes & malditos, em 1982, com tradução de ibañez filho:

e aqui numa capa mais apelativa, de 2000.
em suma, o lançamento da ediouro se deu não duas, mas sete décadas depois da primeira tradução das confissões de um comedor de ópio entre nós. este é um dos pontos que repiso constantemente: nossa bibliografia traduzida é muito mais rica, muito mais variada - e, por que não, até moderna para sua própria época - do que às vezes podemos imaginar, imersos em nossa fatídica desmemória cultural.
ensaísta de vastíssima produção, as únicas outras obras de thomas de quincey publicadas no brasil são, até onde sei:
do assassinato como uma das belas artes, em tradução de henrique de araújo mesquita, pela l&pm (1985),
os últimos dias de immanuel kant, em tradução de heloísa jahn, pela forense universitária (1989)
os últimos dias de immanuel kant, em tradução de tomaz tadeu, pela autêntica (2011)
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chamou-me a atenção uma afirmativa de terron em sua introdução ao angustiado relato autobiográfico de de quincey, tingida com algumas pinceladas um tanto pop ou popizantes: "A publicação no Brasil de clássicos da literatura cabeça-feita estrangeira [...] é relativamente recente" (p. 9) e, quanto às confissões, cita a edição da l&pm nos anos 80. i beg to differ, como dizem.
pois vejamos: de quincey chega ao brasil em 1935, ano em que é lançada a tradução de elias davidovich, aliás um dos primeiros tradutores também de freud entre nós. não encontrei imagem de capa, mas há um exemplar disponível em nosso acervo na biblioteca nacional:
Autor: De Quincey, Thomas, 1785-1859.
Título / Barra de autoria:Confissões de um comedor de ópio.
Imprenta:Rio de Janeiro : Pongetti [1935]
Descrição física:168 p.
Notas:Registro Pré-MARC
Assuntos:Opiomania.
Entradas secundárias:Davidovich, Elias trad.
Classificação Dewey:
Edição:921
Indicação do Catálogo:I-257,1,21
em 1946, a josé olympio relança as confissões, agora em tradução de ana maria martins, com belas xilogravuras de santa rosa e introdução de brito broca:
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passam-se quase quarenta anos e, sem dúvida, cabe à l&pm o resgate "contracultural" de thomas de quincey, lançando confissões como primeiro volume de sua coleção rebeldes & malditos, em 1982, com tradução de ibañez filho:

e aqui numa capa mais apelativa, de 2000.
em suma, o lançamento da ediouro se deu não duas, mas sete décadas depois da primeira tradução das confissões de um comedor de ópio entre nós. este é um dos pontos que repiso constantemente: nossa bibliografia traduzida é muito mais rica, muito mais variada - e, por que não, até moderna para sua própria época - do que às vezes podemos imaginar, imersos em nossa fatídica desmemória cultural.
ensaísta de vastíssima produção, as únicas outras obras de thomas de quincey publicadas no brasil são, até onde sei:
do assassinato como uma das belas artes, em tradução de henrique de araújo mesquita, pela l&pm (1985),
os últimos dias de immanuel kant, em tradução de heloísa jahn, pela forense universitária (1989)
os últimos dias de immanuel kant, em tradução de tomaz tadeu, pela autêntica (2011)
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Published on September 18, 2012 16:02
September 17, 2012
pois é
encontro aqui uma noticiazinha de 2009.

Millôr Fernandes processou a TV Globo por plágio da tradução de The Play Boy of the Western World, de John Synge (O prodígio do mundo ocidental, Brasiliense, 1968), segundo ele, "quase impossível de traduzir". A Justiça determinou que a emissora se retratasse em horário nobre. Mas Millôr abriu mão da retratação. Segundo ele, não era sua intenção humilhar o empresário Roberto Marinho, mas apenas conquistar seu direito de indenização pelo plágio, como conseguiu.
Published on September 17, 2012 19:00
obras órfãs e abandonadas
uma notícia importante, que eu soube por meio de alexandre pesserl: na quinta-feira passada, dia 13 de setembro, o parlamento europeu aprovou uma diretriz liberando o uso de obras órfãs e abandonadas, para digitalização sem fins comerciais, após busca diligente, segundo critérios estabelecidos por lei.
a resolução do parlamento europeu está aqui, e reproduzo seu teor abaixo:
Orphan works to go public
PLENARY SESSION Free movement of services − 13-09-2012 - 13:13
Photos, films or poems protected by copyright but whose right holders cannot be found could be made available to the public across the EU, under new legislation approved by Parliament on Thursday. The directive will allow anyone to access so-called orphan works, taking forward the project of making Europe's cultural heritage available online.
The text, approved by 531 votes to 11, with 65 abstentions, and informally agreed by Parliament and Council, aims to make it safer and easier for public institutions such as museums and libraries to search for and use orphan works.
Today, digitising an orphan work can be difficult if not impossible since, in the absence of the right holder, there is no way to obtain permission to do so. The new rules would protect institutions that use orphan works from future copyright infringement claims.
"Diligent" searches to protect copyright
Under the new rules, a work would be deemed to be "orphan" if a "diligent" search made in good faith failed to identify or locate the copyright holder. The legislation lays down criteria for carrying out such searches.
Works granted orphan status would be then be made public, for non-profit purposes only, through digitisation. A work deemed to be "orphan" in any one Member State would then qualify as "orphan" throughout the EU. This would apply to any audiovisual or printed material, including a photograph or an illustration embedded in a book, published or broadcast in any EU country.
Compensation if copyright holder shows up
MEPs agreed that the right holder should be entitled to put an end to the orphan status of a work at any time and claim appropriate compensation for the use made of it.
They nonetheless inserted a provision to protect public institutions from the risk of having to pay large sums to authors who show up later. Compensation would have to be calculated case by case, taking account of the actual damage done to the author's interests and the fact that the use was non-commercial. This should ensure that compensation payments remain small.
At the insistence of MEPs, the text includes an article to allow public institutions to generate some revenue from the use of an orphan work (e.g. goods sold in a museum shop). All of this revenue would have to be used to pay for the search and the digitisation process.
Procedure: Co-decision (Ordinary Legislative Procedure), 1st reading agreement

a resolução do parlamento europeu está aqui, e reproduzo seu teor abaixo:
Orphan works to go public
PLENARY SESSION Free movement of services − 13-09-2012 - 13:13
Photos, films or poems protected by copyright but whose right holders cannot be found could be made available to the public across the EU, under new legislation approved by Parliament on Thursday. The directive will allow anyone to access so-called orphan works, taking forward the project of making Europe's cultural heritage available online.
The text, approved by 531 votes to 11, with 65 abstentions, and informally agreed by Parliament and Council, aims to make it safer and easier for public institutions such as museums and libraries to search for and use orphan works.
Today, digitising an orphan work can be difficult if not impossible since, in the absence of the right holder, there is no way to obtain permission to do so. The new rules would protect institutions that use orphan works from future copyright infringement claims.
"Diligent" searches to protect copyright
Under the new rules, a work would be deemed to be "orphan" if a "diligent" search made in good faith failed to identify or locate the copyright holder. The legislation lays down criteria for carrying out such searches.
Works granted orphan status would be then be made public, for non-profit purposes only, through digitisation. A work deemed to be "orphan" in any one Member State would then qualify as "orphan" throughout the EU. This would apply to any audiovisual or printed material, including a photograph or an illustration embedded in a book, published or broadcast in any EU country.
Compensation if copyright holder shows up
MEPs agreed that the right holder should be entitled to put an end to the orphan status of a work at any time and claim appropriate compensation for the use made of it.
They nonetheless inserted a provision to protect public institutions from the risk of having to pay large sums to authors who show up later. Compensation would have to be calculated case by case, taking account of the actual damage done to the author's interests and the fact that the use was non-commercial. This should ensure that compensation payments remain small.
At the insistence of MEPs, the text includes an article to allow public institutions to generate some revenue from the use of an orphan work (e.g. goods sold in a museum shop). All of this revenue would have to be used to pay for the search and the digitisation process.
Procedure: Co-decision (Ordinary Legislative Procedure), 1st reading agreement
Published on September 17, 2012 16:07
September 15, 2012
via federico carotti, facebook aqui
Published on September 15, 2012 10:25
September 13, 2012
programa de domingo
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a quem estiver em são paulo, não perca transfusão II, na casa guilherme de almeida. a programação completa está aqui e este é o programa de domingo de manhã:
DOMINGO, 16 DE SETEMBRO
TRADUÇÃO LITERÁRIA COMO AUTORIA
Mesa-redonda, das 10h30 às 12h
DIREITOS AUTORAIS DO TRADUTOR
Com Denise Bottmann (Registro – SP) e Luciana Arruda (São Paulo)
Até que ponto se respeitam, na prática, os direitos autorais do tradutor, assegurados por lei, é uma questão que tem gerado discussões e poucos resultados concretos em prol dos tradutores profissionais. A importância da denúncia de abusos contra o trabalho do tradutor, como o plágio, por exemplo, será abordada paralelamente a questões conceituais e jurídicas que respaldam os tradutores na defesa de seus direitos.
a gente se vê lá!

a quem estiver em são paulo, não perca transfusão II, na casa guilherme de almeida. a programação completa está aqui e este é o programa de domingo de manhã:
DOMINGO, 16 DE SETEMBRO
TRADUÇÃO LITERÁRIA COMO AUTORIA
Mesa-redonda, das 10h30 às 12h
DIREITOS AUTORAIS DO TRADUTOR
Com Denise Bottmann (Registro – SP) e Luciana Arruda (São Paulo)
Até que ponto se respeitam, na prática, os direitos autorais do tradutor, assegurados por lei, é uma questão que tem gerado discussões e poucos resultados concretos em prol dos tradutores profissionais. A importância da denúncia de abusos contra o trabalho do tradutor, como o plágio, por exemplo, será abordada paralelamente a questões conceituais e jurídicas que respaldam os tradutores na defesa de seus direitos.
a gente se vê lá!
Published on September 13, 2012 18:41
September 12, 2012
daquelas coisas que me deixam doente
por ocasião da aula inaugural na pós-graduação em estudos de tradução (pget) na ufsc, tentei expor as razões - de fundo conceitual - que me levam a duvidar de um trânsito fecundo ou sequer possível entre teoria e prática de tradução - disponível aqui.
num nível mais simples, volta e meia encontro barbaridades em textos cheios de palavras difíceis, de nomes compridos, de frases altissonantes e propostas grandiloquentes. faz lembrar um pouco a história da montanha que pariu um rato. mas, ainda mais aquém disso, fico assombrada com a facilidade, a leviandade mesmo, com que se trata "a vítima" da ocasião.
pois como é que alguém há de pretender analisar a sério a tradução que augusto meyer fez de don segundo sombra, de ricardo güiraldes, tomando-a e dando-a como se tivesse sido feita em 1997?! mas nem para saber que augusto meyer, a essas alturas, já estava morto fazia quase trinta anos? e nem para se interessar em saber quando fora efetivamente feita ou publicada pela primeira vez? tivesse esse mínimo de curiosidade ou cumprisse essa preliminar tão básica e evidente, viria a saber que o dom segundo sombra de meyer fora publicado mais de cinquenta anos antes da data indicada em sua dita análise: a saber, em 1944.
e talvez assim soubesse avaliar melhor que, naquela primeira metade do século XX, usar um "dê-le pra cá, dê-le pra lá" ou um "só vendo o barulho que fazia aquele cristão" ou um "animalada" exigia desenvoltura e até uma pitada de ousadia. e talvez assim soubesse avaliar a que ponto augusto meyer (aliás usando prodigamente seu mais castiço gauchês) se afastava da chamada norma culta, e talvez assim não se saísse com tal despropósito: "A tradução de Meyer pode ser caracterizada como próxima da linguagem padrão, visto que o tradutor não buscou nenhum tipo de equivalência ou compensação".
às vezes penso que os mais insensíveis, os mais empedernidos ao ofício tradutório são muitos dos que pretendem pontificar sobre ele. às vezes penso que o mais despretensioso dos leitores perceberia com clareza muito maior o frescor regionalista dessa mesma tradução tão sumariamente (e erroneamente) caracterizada pelo autor de Avaliando Traduções [sic!] - disponível aqui.
quanto às várias edições de dom segundo sombra na tradução de augusto meyer, tenho notícias das seguintes:
1944, com reedição em 1952, pelo ministério das relações exteriores;
1981, pela francisco alves;
1997, com reedições em 1999, 2001, 2005 e 2011, pela l&pm
atualização: há, por outro lado, uma avaliação sensível e fundamentada dessa mesma tradução de augusto meyer, feita por um praticante do ofício, pablo cardellino soto: disponível aqui.

num nível mais simples, volta e meia encontro barbaridades em textos cheios de palavras difíceis, de nomes compridos, de frases altissonantes e propostas grandiloquentes. faz lembrar um pouco a história da montanha que pariu um rato. mas, ainda mais aquém disso, fico assombrada com a facilidade, a leviandade mesmo, com que se trata "a vítima" da ocasião.
pois como é que alguém há de pretender analisar a sério a tradução que augusto meyer fez de don segundo sombra, de ricardo güiraldes, tomando-a e dando-a como se tivesse sido feita em 1997?! mas nem para saber que augusto meyer, a essas alturas, já estava morto fazia quase trinta anos? e nem para se interessar em saber quando fora efetivamente feita ou publicada pela primeira vez? tivesse esse mínimo de curiosidade ou cumprisse essa preliminar tão básica e evidente, viria a saber que o dom segundo sombra de meyer fora publicado mais de cinquenta anos antes da data indicada em sua dita análise: a saber, em 1944.
e talvez assim soubesse avaliar melhor que, naquela primeira metade do século XX, usar um "dê-le pra cá, dê-le pra lá" ou um "só vendo o barulho que fazia aquele cristão" ou um "animalada" exigia desenvoltura e até uma pitada de ousadia. e talvez assim soubesse avaliar a que ponto augusto meyer (aliás usando prodigamente seu mais castiço gauchês) se afastava da chamada norma culta, e talvez assim não se saísse com tal despropósito: "A tradução de Meyer pode ser caracterizada como próxima da linguagem padrão, visto que o tradutor não buscou nenhum tipo de equivalência ou compensação".
às vezes penso que os mais insensíveis, os mais empedernidos ao ofício tradutório são muitos dos que pretendem pontificar sobre ele. às vezes penso que o mais despretensioso dos leitores perceberia com clareza muito maior o frescor regionalista dessa mesma tradução tão sumariamente (e erroneamente) caracterizada pelo autor de Avaliando Traduções [sic!] - disponível aqui.
quanto às várias edições de dom segundo sombra na tradução de augusto meyer, tenho notícias das seguintes:
1944, com reedição em 1952, pelo ministério das relações exteriores;
1981, pela francisco alves;
1997, com reedições em 1999, 2001, 2005 e 2011, pela l&pm
atualização: há, por outro lado, uma avaliação sensível e fundamentada dessa mesma tradução de augusto meyer, feita por um praticante do ofício, pablo cardellino soto: disponível aqui.
Published on September 12, 2012 17:16
September 10, 2012
entrevista à aletria

uma longa entrevista que dei a joão camilo, no site do instituto cultural aletria, sobre os saques à nossa produção tradutório-cultural - Traduções e plágios: uma entrevista com Denise Bottmann.
Published on September 10, 2012 08:14
September 9, 2012
a dobradinha FBN/Martin Claret IV
eis o que a fbn aceitou cadastrar e oferecer em seu programa nacional do livro de baixo preço, para abastecer 2.700 bibliotecas públicas de norte a sul do país, à livre escolha delas:
reproduzo abaixo o que venho divulgando faz anos e que apresentei à presidência e à coordenação da fundação biblioteca nacional, quando eu soube das irregularidades em seu programa de abastecimento das bibliotecas públicas (e com verba pública, claro):
02/03/2009
οιδιποθσ
sófocles, rei édipo (j. b. de mello e souza, jackson)
sófocles, édipo rei (jean melville, martin claret)
além de plagiada, a edição usa "chapa fria". sobre o termo "chapa fria", veja aqui.
este parece ser mais um caso de montagem de edições diferentes. a jackson teve surripiadas todas as notas de autoria de mello e souza.
a. notas de mello e souza:
1. conforme antigo costume grego, os que tinham alguma súplica a fazer aos deuses acercavam-se dos altares trazendo ramos de louros, ou de oliveira, enfeitados com fitas de lã.
2. havia em tebas dois templos dedicados a minerva (palas) e um a apolo, junto do ismênio, no qual, segundo heródoto (viii, 134), se colhiam bons oráculos.
3. ter à cabeça uma coroa de louros significava ter ganho um prêmio, ou ser portador de uma notícia auspiciosa.
4. os gregos supunham que, por intermédio da sacerdotisa de delfos, falava pelo oráculo o próprio deus apolo.
5. "causa o sangue o flagelo sobre a cidade" diz, literalmente, sófocles.
6. os interpretadores assinalam esta passagem como sendo das mais notáveis da tragédia, pois édipo vai fazer o contrário do que diz, em uma anfibologia trágica, usada com frequência por sófocles.
7. literalmente: "às plagas do deus ocidental" porque, para os gregos, o hades, região dos mortos, ficava na zona escura do mundo, isto é, no ocidente, visto que a luz vinha do oriente.
8. justifica-se essa alegoria, visto que marte, além de ser deus da guerra, era-o também da peste, a que se refere o sumo sacerdote, em sua primeira fala.
9. um dos títulos conferidos ao deus apolo, por ter nascido na lícia (cf. horácio, iii, ode iv).
10. segundo a lenda a que se refere heródoto, (l. v., 59), agenor era um rei da fenícia. seu filho cadmo fundou tebas, dando seu nome à colina principal, e ao recinto fortificado da cidade (cadméia). de cadmo foi filho polidoro, pai de lábdaco. a este rei sucedeu o infeliz laio.
11. tirésias tinha, com efeito, o tratamento de rei, prova de que o sacerdócio o igualava aos reis de fato, se não o punha acima deles. isso explica a altivez e o desassombro com que, por vezes, falava tirésias a édipo.
12. "este dia te dará o nascimento e a morte" - diz o original, literalmente, mas a idéia evidente é a de que édipo iria descobrir na mesma ocasião os dois terríveis lances de sua trágica existência.
[...]
27. que édipo se houvesse ferido com um simples colchete do manto real, não admira, visto que essa peça do vestuário grego era muito maior que os atuais colchetes, e bastante forte para ser assim utilizada. heródoto conta em suas histórias, (v, 87) que as atenienses mataram um covarde, servindo-se dos próprios colchetes de suas roupas como punhais. para isso bastava forçar a fita metálica, dando-lhe a forma de um gancho ou de um estilete pontiagudo.
b. notas de mello e souza pirateadas pela martin claret:
1. conforme antigo costume grego, os que tinham alguma súplica a fazer aos deuses acercavam-se dos altares, trazendo ramos de louros ou de oliveira, adornados com fitas de lã.
2. havia em tebas dois templos dedicados a minerva (palas) e um a apolo, junto do ismênio, onde, segundo heródoto (viii, 134), se colhiam bons oráculos.
3. os gregos supunham que, por intermédio da sacerdotisa de delfos, falava pelo oráculo ali existente o próprio deus apolo. [vasta trapalhada, a claret trocou a nota 3 pela 4]4. ter à cabeça uma coroa de louros significava ter ganho um prêmio ou ser portador de uma notícia auspiciosa.
5. "causa o sangue o flagelo sobre a cidade" diz, literalmente, sófocles.
6. os comentadores assinalam esta passagem como sendo das mais notáveis da tragédia, pois édipo fará o contrário do que diz, em uma anfibologia trágica, usada com frequência por sófocles. 7. literalmente: "às plagas do deus ocidental" porque, para os gregos, o hades, região dos mortos, ficava na zona escura do mundo, isto é, no ocidente, visto que a luz vinha do oriente.
8. justifica-se essa alegoria, visto que marte, além de ser deus da guerra, era-o também da peste, a que se refere o sacerdote em sua primeira fala.
9. um dos títulos conferidos ao deus apolo, por ter nascido na lícia (cf. horácio, iii, ode iv).
10. segundo a lenda a que se refere heródoto, (1. v., 59), agenor era um rei da fenícia. seu filho cadmo fundou tebas, dando seu nome à colina principal e ao recinto fortificado da cidade (cadméia). de cadmo foi filho polidoro, pai de lábdaco. a esse rei sucedeu o infeliz laio.
11. tirésias tinha, com efeito, o tratamento de rei, prova de que o sacerdócio o igualava aos reis de fato, se não o punha acima deles. isso explica a altivez e o desassombro com que, por vezes, falatirésias a édipo.
12. "este dia te dará o nascimento e a morte" - diz o original, literalmente, mas a idéia evidente é a de que édipo iria descobrir na mesma ocasião os dois terríveis lances de sua trágica existência.
[...]
27. que édipo se houvesse ferido com um simples colchete do manto real, não admira, visto que essa peça do vestuário grego era muito maior que os atuais colchetes, e bastante forte para ser assim utilizada. heródoto conta em suas histórias (v, 87), que as atenienses mataram um covarde, servindo-se dos próprios colchetes de suas roupas como punhais. para isso bastava forçar a fita metálica, dando-lhe a forma de um gancho ou de um estilete pontiagudo.
se, conforme reza a lei 9610/98, "quem vender, expuser a venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depósito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, será solidariamente responsável com o contrafator, nos termos dos artigos precedentes", então algumas solidárias responsáveis são, por exemplo, a saraiva, a fnac, a cultura, a travessa, a curitiba.
imagem: http://www.interney.net/
24/05/2010
"ó labuta infecunda"
o artigo de alfredo monte sobre antígona, que indiquei como leitura de sábado, traz um trecho comparativo das quatro traduções da tragédia de sófocles existentes no brasil: a compilada por j.b. de mello e souza (jackson), a de mário da gama khoury (zahar), a de domingos paschoal cegalla (difel) e a de donald schüler (l&pm). muito instrutivo, para quem gosta de comparar soluções e também para quem não tem muita ideia do grau de irrepetibilidade e irredutibilidade entre elas.
a editora martin claret apresenta em seu catálogo um pastiche em nome de "jean melville", calcado na tradução compilada por mello e souza, incluindo a cópia fiel e integral das notas elaboradas pelo mestre para a edição da jackson.
para exemplificar o que chamo de "pastiche", reproduzo aqui o trecho apresentado por alfredo monte. assim, o leitor poderá avaliar o tipo de cosmético aplicado na edição em nome de "jean melville" e poderá também consultar no link dado acima as outras três soluções (gama khoury, cegalla e schüler).
j.b. de mello e souza, jackson, disponível para download aqui:
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/antigone.pdf
O CORIFEU
Oh! Agora é tarde! Parece-me que o que estás vendo é a justiça dos deuses!
CREONTE
Ai de mim – agora sei – que sou um desgraçado! Sobre mim paira um deus vingador que me feriu! Ele me arrasta por uma via de sofrimentos cruéis… ele destruiu toda a alegria de minha vida! Ó esforços inúteis dos homens!
(entra um MENSAGEIRO que vem do Palácio)
O MENSAGEIRO
Senhor! Que desgraças caem sobre ti! De uma tens a prova em teus braços… as outras estão no teu palácio… creio que tu deves ver!
CREONTE
Que mais me poderá acontecer? Poderá haver desgraça maior do que a fatalidade que me persegue?
O MENSAGEIRO
Tua esposa acaba de morrer… a mãe que tanto amava este infeliz jovem.. Ela feriu-se voluntariamente para deixar a vida.
CREONTE
Hades, que a todos nós esperas, Hades que não perdoas, nem te comoves… dize: por que, por que me esmagas por essa forma? Mensageiro das desgraças, que nova desgraça me vens anunciar? Ai de mim! Eu já estava morto, e tu me deste mais um golpe ainda…
"jean melville", martin claret:
CORIFEU
Oh! Agora é tarde! Talvez o que agora vemos seja a justiça dos deuses!
CREONTE
Ai de mim, agora sei que sou um desgraçado! Paira sobre mim um deus vingador que me feriu e me arrasta por uma senda de atrozes sofrimentos… ele destruiu toda a alegria de minha vida! Ó labuta infecunda dos homens!
Entra um Mensageiro que vem do palácio.
MENSAGEIRO
Senhor! Mais desgraças caem sobre ti! De uma tens a prova em teus braços… a outra está no teu palácio… creio que deves ver!
CREONTE
Que mal ainda poderá se abater sobre mim? Haverá maior infortúnio do que a fatalidade que me persegue?
MENSAGEIRO
Eurídice acaba de morrer… a mãe que tanto amava este infeliz jovem... Ela voluntariamente se feriu, para abandonar este mundo...
CREONTE
Hades, que a todos nós esperas, Hades implacável, dize: por que, por que me esmagas assim? Mensageiro agourento, que novas desgraças me vens anunciar? Ai de mim! A quem já estava morto, feriste de novo…
segue-se um exemplo de apropriação das notas de mello e souza na edição da ed. martin claret:
mello e souza:
(28) Segundo a lenda citada nas Fenícias, de Eurípedes, Tirésias teria dito a Creonte que só reinaria, vitorioso, em Tebas, se sacrificasse o seu filho Megareu. Creonte não queria tal sacrifício; mas, por sua própria vontade, ou por acidente, o jovem morreu nas fortalezas da cidade. Como se vê, Eurídice considerou o marido culpado também por esta morte.
"jean melville":
28 Segundo a lenda citada nas Fenícias, de Eurípedes, Tirésias teria dito a Creonte que só reinaria, vitorioso, em Tebas, se sacrificasse o seu filho Megareu. Creonte não queria tal sacrifício; mas, por sua própria vontade ou por acidente, o jovem morreu nas fortalezas da cidade. Como se vê, Eurídice considerou o marido culpado também por essa morte.

reproduzo abaixo o que venho divulgando faz anos e que apresentei à presidência e à coordenação da fundação biblioteca nacional, quando eu soube das irregularidades em seu programa de abastecimento das bibliotecas públicas (e com verba pública, claro):
02/03/2009
οιδιποθσ
sófocles, rei édipo (j. b. de mello e souza, jackson)sófocles, édipo rei (jean melville, martin claret)
além de plagiada, a edição usa "chapa fria". sobre o termo "chapa fria", veja aqui.
este parece ser mais um caso de montagem de edições diferentes. a jackson teve surripiadas todas as notas de autoria de mello e souza.
a. notas de mello e souza:
1. conforme antigo costume grego, os que tinham alguma súplica a fazer aos deuses acercavam-se dos altares trazendo ramos de louros, ou de oliveira, enfeitados com fitas de lã.
2. havia em tebas dois templos dedicados a minerva (palas) e um a apolo, junto do ismênio, no qual, segundo heródoto (viii, 134), se colhiam bons oráculos.
3. ter à cabeça uma coroa de louros significava ter ganho um prêmio, ou ser portador de uma notícia auspiciosa.
4. os gregos supunham que, por intermédio da sacerdotisa de delfos, falava pelo oráculo o próprio deus apolo.
5. "causa o sangue o flagelo sobre a cidade" diz, literalmente, sófocles.
6. os interpretadores assinalam esta passagem como sendo das mais notáveis da tragédia, pois édipo vai fazer o contrário do que diz, em uma anfibologia trágica, usada com frequência por sófocles.
7. literalmente: "às plagas do deus ocidental" porque, para os gregos, o hades, região dos mortos, ficava na zona escura do mundo, isto é, no ocidente, visto que a luz vinha do oriente.
8. justifica-se essa alegoria, visto que marte, além de ser deus da guerra, era-o também da peste, a que se refere o sumo sacerdote, em sua primeira fala.
9. um dos títulos conferidos ao deus apolo, por ter nascido na lícia (cf. horácio, iii, ode iv).
10. segundo a lenda a que se refere heródoto, (l. v., 59), agenor era um rei da fenícia. seu filho cadmo fundou tebas, dando seu nome à colina principal, e ao recinto fortificado da cidade (cadméia). de cadmo foi filho polidoro, pai de lábdaco. a este rei sucedeu o infeliz laio.
11. tirésias tinha, com efeito, o tratamento de rei, prova de que o sacerdócio o igualava aos reis de fato, se não o punha acima deles. isso explica a altivez e o desassombro com que, por vezes, falava tirésias a édipo.
12. "este dia te dará o nascimento e a morte" - diz o original, literalmente, mas a idéia evidente é a de que édipo iria descobrir na mesma ocasião os dois terríveis lances de sua trágica existência.
[...]
27. que édipo se houvesse ferido com um simples colchete do manto real, não admira, visto que essa peça do vestuário grego era muito maior que os atuais colchetes, e bastante forte para ser assim utilizada. heródoto conta em suas histórias, (v, 87) que as atenienses mataram um covarde, servindo-se dos próprios colchetes de suas roupas como punhais. para isso bastava forçar a fita metálica, dando-lhe a forma de um gancho ou de um estilete pontiagudo.
b. notas de mello e souza pirateadas pela martin claret:
1. conforme antigo costume grego, os que tinham alguma súplica a fazer aos deuses acercavam-se dos altares, trazendo ramos de louros ou de oliveira, adornados com fitas de lã.
2. havia em tebas dois templos dedicados a minerva (palas) e um a apolo, junto do ismênio, onde, segundo heródoto (viii, 134), se colhiam bons oráculos.
3. os gregos supunham que, por intermédio da sacerdotisa de delfos, falava pelo oráculo ali existente o próprio deus apolo. [vasta trapalhada, a claret trocou a nota 3 pela 4]4. ter à cabeça uma coroa de louros significava ter ganho um prêmio ou ser portador de uma notícia auspiciosa.
5. "causa o sangue o flagelo sobre a cidade" diz, literalmente, sófocles.
6. os comentadores assinalam esta passagem como sendo das mais notáveis da tragédia, pois édipo fará o contrário do que diz, em uma anfibologia trágica, usada com frequência por sófocles. 7. literalmente: "às plagas do deus ocidental" porque, para os gregos, o hades, região dos mortos, ficava na zona escura do mundo, isto é, no ocidente, visto que a luz vinha do oriente.
8. justifica-se essa alegoria, visto que marte, além de ser deus da guerra, era-o também da peste, a que se refere o sacerdote em sua primeira fala.
9. um dos títulos conferidos ao deus apolo, por ter nascido na lícia (cf. horácio, iii, ode iv).
10. segundo a lenda a que se refere heródoto, (1. v., 59), agenor era um rei da fenícia. seu filho cadmo fundou tebas, dando seu nome à colina principal e ao recinto fortificado da cidade (cadméia). de cadmo foi filho polidoro, pai de lábdaco. a esse rei sucedeu o infeliz laio.
11. tirésias tinha, com efeito, o tratamento de rei, prova de que o sacerdócio o igualava aos reis de fato, se não o punha acima deles. isso explica a altivez e o desassombro com que, por vezes, falatirésias a édipo.
12. "este dia te dará o nascimento e a morte" - diz o original, literalmente, mas a idéia evidente é a de que édipo iria descobrir na mesma ocasião os dois terríveis lances de sua trágica existência.
[...]
27. que édipo se houvesse ferido com um simples colchete do manto real, não admira, visto que essa peça do vestuário grego era muito maior que os atuais colchetes, e bastante forte para ser assim utilizada. heródoto conta em suas histórias (v, 87), que as atenienses mataram um covarde, servindo-se dos próprios colchetes de suas roupas como punhais. para isso bastava forçar a fita metálica, dando-lhe a forma de um gancho ou de um estilete pontiagudo.
se, conforme reza a lei 9610/98, "quem vender, expuser a venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depósito ou utilizar obra ou fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, será solidariamente responsável com o contrafator, nos termos dos artigos precedentes", então algumas solidárias responsáveis são, por exemplo, a saraiva, a fnac, a cultura, a travessa, a curitiba.
imagem: http://www.interney.net/
24/05/2010
"ó labuta infecunda"
o artigo de alfredo monte sobre antígona, que indiquei como leitura de sábado, traz um trecho comparativo das quatro traduções da tragédia de sófocles existentes no brasil: a compilada por j.b. de mello e souza (jackson), a de mário da gama khoury (zahar), a de domingos paschoal cegalla (difel) e a de donald schüler (l&pm). muito instrutivo, para quem gosta de comparar soluções e também para quem não tem muita ideia do grau de irrepetibilidade e irredutibilidade entre elas.
a editora martin claret apresenta em seu catálogo um pastiche em nome de "jean melville", calcado na tradução compilada por mello e souza, incluindo a cópia fiel e integral das notas elaboradas pelo mestre para a edição da jackson.
para exemplificar o que chamo de "pastiche", reproduzo aqui o trecho apresentado por alfredo monte. assim, o leitor poderá avaliar o tipo de cosmético aplicado na edição em nome de "jean melville" e poderá também consultar no link dado acima as outras três soluções (gama khoury, cegalla e schüler).
j.b. de mello e souza, jackson, disponível para download aqui:
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/antigone.pdf
O CORIFEU
Oh! Agora é tarde! Parece-me que o que estás vendo é a justiça dos deuses!
CREONTE
Ai de mim – agora sei – que sou um desgraçado! Sobre mim paira um deus vingador que me feriu! Ele me arrasta por uma via de sofrimentos cruéis… ele destruiu toda a alegria de minha vida! Ó esforços inúteis dos homens!
(entra um MENSAGEIRO que vem do Palácio)
O MENSAGEIRO
Senhor! Que desgraças caem sobre ti! De uma tens a prova em teus braços… as outras estão no teu palácio… creio que tu deves ver!
CREONTE
Que mais me poderá acontecer? Poderá haver desgraça maior do que a fatalidade que me persegue?
O MENSAGEIRO
Tua esposa acaba de morrer… a mãe que tanto amava este infeliz jovem.. Ela feriu-se voluntariamente para deixar a vida.
CREONTE
Hades, que a todos nós esperas, Hades que não perdoas, nem te comoves… dize: por que, por que me esmagas por essa forma? Mensageiro das desgraças, que nova desgraça me vens anunciar? Ai de mim! Eu já estava morto, e tu me deste mais um golpe ainda…
"jean melville", martin claret:
CORIFEU
Oh! Agora é tarde! Talvez o que agora vemos seja a justiça dos deuses!
CREONTE
Ai de mim, agora sei que sou um desgraçado! Paira sobre mim um deus vingador que me feriu e me arrasta por uma senda de atrozes sofrimentos… ele destruiu toda a alegria de minha vida! Ó labuta infecunda dos homens!
Entra um Mensageiro que vem do palácio.
MENSAGEIRO
Senhor! Mais desgraças caem sobre ti! De uma tens a prova em teus braços… a outra está no teu palácio… creio que deves ver!
CREONTE
Que mal ainda poderá se abater sobre mim? Haverá maior infortúnio do que a fatalidade que me persegue?
MENSAGEIRO
Eurídice acaba de morrer… a mãe que tanto amava este infeliz jovem... Ela voluntariamente se feriu, para abandonar este mundo...
CREONTE
Hades, que a todos nós esperas, Hades implacável, dize: por que, por que me esmagas assim? Mensageiro agourento, que novas desgraças me vens anunciar? Ai de mim! A quem já estava morto, feriste de novo…
segue-se um exemplo de apropriação das notas de mello e souza na edição da ed. martin claret:
mello e souza:
(28) Segundo a lenda citada nas Fenícias, de Eurípedes, Tirésias teria dito a Creonte que só reinaria, vitorioso, em Tebas, se sacrificasse o seu filho Megareu. Creonte não queria tal sacrifício; mas, por sua própria vontade, ou por acidente, o jovem morreu nas fortalezas da cidade. Como se vê, Eurídice considerou o marido culpado também por esta morte.
"jean melville":
28 Segundo a lenda citada nas Fenícias, de Eurípedes, Tirésias teria dito a Creonte que só reinaria, vitorioso, em Tebas, se sacrificasse o seu filho Megareu. Creonte não queria tal sacrifício; mas, por sua própria vontade ou por acidente, o jovem morreu nas fortalezas da cidade. Como se vê, Eurídice considerou o marido culpado também por essa morte.
Published on September 09, 2012 17:31
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