Denise Bottmann's Blog, page 10
October 22, 2019
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1 Catálogo da exposição 'Arquitetura para cães'Outro20192 Catálogo da exposição 'Beleza sobre Quatro Rodas'Outro20193 Catálogo da exposição 'Chiharu Shiota'Outro20194 Catálogo da exposição 'Experiência Da Vinci'Outro20195 Catálogo da exposição 'O feminismo na arte'Outro20196 ChernobylLivro20197 ChurchillLivro20198 Contra a interpretação e outros ensaiosLivro20199 Espião de mim mesmoLivro201910 Hinos MarianosOutro201911 Livre para voarLivro201912 Mercados radicaisLivro201913 O futuro do capitalismoLivro201914 O gato - quatro estaçõesLivro201915 Redução de danos: A resistência visual de mulheres negras dentro e fora do BrasilArtigo201916 She SaidLivro201917 Sobre ThoreauArtigo201918 Um quarto só seuLivro201919 1984 - Textos complementaresLivro201920 A arte do romanceLivro201821 A cor da liberdade - Os anos de presidênciaLivro201822 Catálogo da exposição 'São Francisco'Outro201823 Dicionário sobre a escravidão e a liberdadeLivro201824 Minha históriaLivro201825 O gato e as orquídeasLivro201826 O teatro da guerraLivro201827 Sobre a vida e a história de TucídidesArtigo201828 UtopiaLivro201829 Vitória, a rainhaLivro201830 A mãe de todas as perguntas - Reflexões sobre os novos feminismosLivro201731 Aqui de dentroLivro201732 Como ler literaturaLivro201733 Considerações sobre o governo representativoLivro201734 História econômica globalLivro201735 No café existencialistaLivro201736 O cânone americanoLivro201737 Os Románov, 1613-1918Livro201738 Para educar crianças feministas - Um manifestoLivro201739 Reforma ProtestanteLivro201740 A oeste do ÉdenLivro201641 Algumas reflexões sobre a filosofia do hitlerismoLivro201642 AnjosLivro201643 As meninas ocultas de KabulLivro201644 BíbliaLivro201645 Contra o realismo histórico, in Peixe-elétrico #4Artigo201646 Duplo retrato - São Francisco em Dante e GiottoLivro201647 MulherzinhasLivro201648 O dono do morroLivro201649 Os melhores contos de Katherine MansfieldLivro201650 Sobre a liberdadeLivro201651 Sobre o exílioLivro201652 Três íconesLivro201653 Uma vida no escuroLivro201654 A arte de pedirLivro201555 A filosofia do hitlerismoArtigo201556 Faça acontecerLivro201557 Moneyball - O homem que mudou o jogoLivro201558 MS encontrado numa garrafa, in Sombras de CarcosaLivro201559 Nan Goldin, entrevista a Philip Larratt-Smith.(ZUM 8)Artigo201560 No final do corredorOutro201561 O gato filósofoLivro201562 O gato zenLivro201563 O pequeno príncipeLivro201564 Para explicar o mundo - a descoberta da ciência modernaLivro201565 Sempre em movimentoLivro201566 Sinatra: o chefãoLivro201567 Três íconesLivro201568 Truques da EscritaLivro201569 Uma garota é uma coisa pela metade (no prelo)Livro201570 Aguapés (Prêmio ABL de Tradução)Livro201471 Arte como terapiaLivro201472 Flash Boys - Revolta em Wall StreetLivro201473 O Bom Livro - uma Bíblia laicaLivro201474 O romance, vol. III (no prelo)Livro201475 SalingerLivro201476 Todos os homens do presidenteLivro201477 A prisão da féLivro201378 A vida oculta das cidades (Zum, 4)Artigo201379 Ao farol (Prêmio Jabuti de Tradução 2014, 3o. lugar)Livro201380 Assim na TerraLivro201381 Bulevar (Zum, 4)Artigo201382 Eu sou MalalaLivro201383 Faça acontecerLivro201384 Mandela: o homem, a história e o mitoLivro201385 O campo ampliado da arquitetura: antologia teórica 1993-2009Livro201386 O guardião da história: Li Zhensheng (Zum, 4)Artigo201387 A dança da solidão - Francesca Woodman (Zum, 3)Artigo201288 A ideia de justiçaLivro201289 AcabadoraLivro201290 Capitalismo e escravidãoLivro201291 CaravaggioLivro201292 Conversas com escritoresLivro201293 Crianças, Anôn. - Revista Zum, 2Artigo201294 Da Enciclopédia à Wikipédia. Uma história social do conhecimentoLivro201295 Duplos, anônimos (Zum, 2)Artigo201296 Entrevista, Zum 2Artigo201297 Isto não é o que parece (Zum, 2)Artigo201298 Mrs. Dalloway (Prêmio Paulo Rónai de Tradução, FBN, 2013)Livro201299 O Brasil no mundo (História contemporânea do Brasil, vol. II)Artigo2012100 O código de honraLivro2012101 O sinal: o Santo Sudário e o segredo da RessurreiçãoLivro2012102 O tubarão de 12 milhões de dólaresLivro2012103 Perseguindo sombras - Santu Mofokeng (Zum, 3)Artigo2012104 Profissões para mulheres e outros artigos feministasLivro2012105 RousseauLivro2012106 Tigres no espelhoLivro2012107 Uma conversa com Errol Morris (Zum, 2)Artigo2012108 Van Gogh - A vidaLivro2012109 Von Kempelen e sua descobertaOutro2012110 A festa ao ar livreOutro2011111 A Nova HistóriaArtigo2011112 Claude Lévi-Strauss: o poeta no laboratórioLivro2011113 Dormindo com o inimigo: a guerra secreta de Coco ChanelLivro2011114 Fascismo e berlusconismo (Novos Estudos Cebrap, 91)Artigo2011115 Junkspace (Serrote, 9)Artigo2011116 KantLivro2011117 O Romance, vol. II (no prelo)Livro2011118 Prefácio a 'Tales of the Grotesque and Arabesque'Outro2011119 Sobre a revoluçãoLivro2011120 Steve Jobs: uma biografiaLivro2011121 Travessias difíceisLivro2011122 Entrevista (introdução a O outono da Idade Média)Artigo2010123 Guerra da SecessãoLivro2010124 Investigando PieroLivro2010125 JesusLivro2010126 MaquiavelLivro2010127 Numa dada situaçãoLivro2010128 O Palácio de InvernoLivro2010129 WaldenLivro2010130 100 fotografias: Juan RulfoLivro2010131 A New Sentimental JourneyLivro2009132 As vidas dos artistasLivro2009133 Cada um na sua leiLivro2009134 Devolvendo as classes populares portuguesas à história da União Ibérica e da RestauraçãoArtigo2009135 Estética relacionalLivro2009136 MatisseLivro2009137 Modernismo, o fascínio da heresiaLivro2009138 NietzscheLivro2009139 O romance, vol. I - A cultura do romanceLivro2009140 Pós-produçãoLivro2009141 Quem escreverá nossa história?Livro2009142 Um outro arabescoLivro2009143 CompreenderLivro2008144 Comunidades imaginadasLivro2008145 Escritos e reflexões sobre arteLivro2008146 Nova York deliranteLivro2008147 O livro das vidasLivro2008148 O realismo de Courbet (no prelo)Livro2008149 O suplício de Papai NoelLivro2008150 Os grandes economistasLivro2008151 ÁrabesLivro2007152 Grid: construção e desconstruçãoLivro2007153 O amanteLivro2007154 Piero della FrancescaLivro2007155 Sobre a verdadeLivro2007156 Tropicália, uma revolução na cultura brasileira (vários artigos)Artigo2007157 Breve mas verídica história da arte italianaLivro2005158 A imagem precáriaLivro1996159 A vida em comumLivro1996160 BarcelonaLivro1995161 Cultura e imperialismoLivro1995162 O vocabulário das instituições indo-europeias - Economia, parentesco, sociedadeLivro1995163 O vocabulário das instituições indo-europeias - Poder, direito, religiãoLivro1995164 Código da naturezaLivro1994165 Ensaio sobre os elementos de filosofiaLivro1994166 Diálogos sobre a pluralidade dos mundosLivro1993167 Maquiavel no infernoLivro1993168 Tratado das sensaçõesLivro1993169 A arte modernaLivro1992170 História da vida privada, vol. VLivro1992171 Antigos cultos de mistérioLivro1991172 Ao longo do riocorrenteLivro1991173 ArielLivro1991174 Religião e declínio da magiaLivro1991175 SamarcandaLivro1991176 Sir Richard Francis BurtonLivro1991177 As leis do crescimento espacial dos EstadosArtigo1990178 Dáfnis e Cloé (versão de Pierre Grimal)Livro1990179 História da vida privada, vol. IVLivro1990180 O beijo de LamouretteLivro1990181 O estilo da históriaLivro1990182 O ressurgimento da narrativa: alguns comentáriosArtigo1990183 O ressurgimento da narrativa: reflexões sobre uma velha questão (RH, 3)Artigo1990184 Viena fin-de-siècle (Finalista Prêmio Jabuti de Tradução 1991)Livro1990185 Cultura popular na Idade ModernaLivro1989186 França revolucionáriaLivro1989187 Modernismo - Guia geral, 1890-1930Livro1989188 Reversibilidade (RH, 1)Artigo1989189 Freud, uma vida para nosso tempoLivro1988190 O lado oculto da RevoluçãoLivro1988191 Os excluídos da históriaLivro1988192 A força da tradiçãoLivro1987193 Homens em tempos sombriosLivro1987194 Memórias de um revolucionárioLivro1987195 O retorno de Martin GuerreLivro1987196 Senhores e caçadoresLivro1987197 A formação da classe operária inglesa - A árvore da liberdadeLivro1986198 A formação da classe operária inglesa - A força dos trabalhadoresLivro1986199 CafeiculturaLivro1986200 Economia e movimentos sociais na América LatinaLivro1986201 O palácio da memória de Matteo RicciLivro1986202 Paisagens da solidãoLivro1986203 Exterminismo e Guerra FriaLivro1985204 O capitalismo históricoLivro1985205 A crise da crise do marxismoLivro1984
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1 Catálogo da exposição 'Arquitetura para cães'Outro20192 Catálogo da exposição 'Beleza sobre Quatro Rodas'Outro20193 Catálogo da exposição 'Chiharu Shiota'Outro20194 Catálogo da exposição 'Experiência Da Vinci'Outro20195 Catálogo da exposição 'O feminismo na arte'Outro20196 ChernobylLivro20197 ChurchillLivro20198 Contra a interpretação e outros ensaiosLivro20199 Espião de mim mesmoLivro201910 Hinos MarianosOutro201911 Livre para voarLivro201912 Mercados radicaisLivro201913 O futuro do capitalismoLivro201914 O gato - quatro estaçõesLivro201915 Redução de danos: A resistência visual de mulheres negras dentro e fora do BrasilArtigo201916 She SaidLivro201917 Sobre ThoreauArtigo201918 Um quarto só seuLivro201919 1984 - Textos complementaresLivro201920 A arte do romanceLivro201821 A cor da liberdade - Os anos de presidênciaLivro201822 Catálogo da exposição 'São Francisco'Outro201823 Dicionário sobre a escravidão e a liberdadeLivro201824 Minha históriaLivro201825 O gato e as orquídeasLivro201826 O teatro da guerraLivro201827 Sobre a vida e a história de TucídidesArtigo201828 UtopiaLivro201829 Vitória, a rainhaLivro201830 A mãe de todas as perguntas - Reflexões sobre os novos feminismosLivro201731 Aqui de dentroLivro201732 Como ler literaturaLivro201733 Considerações sobre o governo representativoLivro201734 História econômica globalLivro201735 No café existencialistaLivro201736 O cânone americanoLivro201737 Os Románov, 1613-1918Livro201738 Para educar crianças feministas - Um manifestoLivro201739 Reforma ProtestanteLivro201740 A oeste do ÉdenLivro201641 Algumas reflexões sobre a filosofia do hitlerismoLivro201642 AnjosLivro201643 As meninas ocultas de KabulLivro201644 BíbliaLivro201645 Contra o realismo histórico, in Peixe-elétrico #4Artigo201646 Duplo retrato - São Francisco em Dante e GiottoLivro201647 MulherzinhasLivro201648 O dono do morroLivro201649 Os melhores contos de Katherine MansfieldLivro201650 Sobre a liberdadeLivro201651 Sobre o exílioLivro201652 Três íconesLivro201653 Uma vida no escuroLivro201654 A arte de pedirLivro201555 A filosofia do hitlerismoArtigo201556 Faça acontecerLivro201557 Moneyball - O homem que mudou o jogoLivro201558 MS encontrado numa garrafa, in Sombras de CarcosaLivro201559 Nan Goldin, entrevista a Philip Larratt-Smith.(ZUM 8)Artigo201560 No final do corredorOutro201561 O gato filósofoLivro201562 O gato zenLivro201563 O pequeno príncipeLivro201564 Para explicar o mundo - a descoberta da ciência modernaLivro201565 Sempre em movimentoLivro201566 Sinatra: o chefãoLivro201567 Três íconesLivro201568 Truques da EscritaLivro201569 Uma garota é uma coisa pela metade (no prelo)Livro201570 Aguapés (Prêmio ABL de Tradução)Livro201471 Arte como terapiaLivro201472 Flash Boys - Revolta em Wall StreetLivro201473 O Bom Livro - uma Bíblia laicaLivro201474 O romance, vol. 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Uma história social do conhecimentoLivro201295 Duplos, anônimos (Zum, 2)Artigo201296 Entrevista, Zum 2Artigo201297 Isto não é o que parece (Zum, 2)Artigo201298 Mrs. Dalloway (Prêmio Paulo Rónai de Tradução, FBN, 2013)Livro201299 O Brasil no mundo (História contemporânea do Brasil, vol. II)Artigo2012100 O código de honraLivro2012101 O sinal: o Santo Sudário e o segredo da RessurreiçãoLivro2012102 O tubarão de 12 milhões de dólaresLivro2012103 Perseguindo sombras - Santu Mofokeng (Zum, 3)Artigo2012104 Profissões para mulheres e outros artigos feministasLivro2012105 RousseauLivro2012106 Tigres no espelhoLivro2012107 Uma conversa com Errol Morris (Zum, 2)Artigo2012108 Van Gogh - A vidaLivro2012109 Von Kempelen e sua descobertaOutro2012110 A festa ao ar livreOutro2011111 A Nova HistóriaArtigo2011112 Claude Lévi-Strauss: o poeta no laboratórioLivro2011113 Dormindo com o inimigo: a guerra secreta de Coco ChanelLivro2011114 Fascismo e berlusconismo (Novos Estudos Cebrap, 91)Artigo2011115 Junkspace (Serrote, 9)Artigo2011116 KantLivro2011117 O Romance, vol. II (no prelo)Livro2011118 Prefácio a 'Tales of the Grotesque and Arabesque'Outro2011119 Sobre a revoluçãoLivro2011120 Steve Jobs: uma biografiaLivro2011121 Travessias difíceisLivro2011122 Entrevista (introdução a O outono da Idade Média)Artigo2010123 Guerra da SecessãoLivro2010124 Investigando PieroLivro2010125 JesusLivro2010126 MaquiavelLivro2010127 Numa dada situaçãoLivro2010128 O Palácio de InvernoLivro2010129 WaldenLivro2010130 100 fotografias: Juan RulfoLivro2010131 A New Sentimental JourneyLivro2009132 As vidas dos artistasLivro2009133 Cada um na sua leiLivro2009134 Devolvendo as classes populares portuguesas à história da União Ibérica e da RestauraçãoArtigo2009135 Estética relacionalLivro2009136 MatisseLivro2009137 Modernismo, o fascínio da heresiaLivro2009138 NietzscheLivro2009139 O romance, vol. 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VLivro1992171 Antigos cultos de mistérioLivro1991172 Ao longo do riocorrenteLivro1991173 ArielLivro1991174 Religião e declínio da magiaLivro1991175 SamarcandaLivro1991176 Sir Richard Francis BurtonLivro1991177 As leis do crescimento espacial dos EstadosArtigo1990178 Dáfnis e Cloé (versão de Pierre Grimal)Livro1990179 História da vida privada, vol. IVLivro1990180 O beijo de LamouretteLivro1990181 O estilo da históriaLivro1990182 O ressurgimento da narrativa: alguns comentáriosArtigo1990183 O ressurgimento da narrativa: reflexões sobre uma velha questão (RH, 3)Artigo1990184 Viena fin-de-siècle (Finalista Prêmio Jabuti de Tradução 1991)Livro1990185 Cultura popular na Idade ModernaLivro1989186 França revolucionáriaLivro1989187 Modernismo - Guia geral, 1890-1930Livro1989188 Reversibilidade (RH, 1)Artigo1989189 Freud, uma vida para nosso tempoLivro1988190 O lado oculto da RevoluçãoLivro1988191 Os excluídos da históriaLivro1988192 A força da tradiçãoLivro1987193 Homens em tempos sombriosLivro1987194 Memórias de um revolucionárioLivro1987195 O retorno de Martin GuerreLivro1987196 Senhores e caçadoresLivro1987197 A formação da classe operária inglesa - A árvore da liberdadeLivro1986198 A formação da classe operária inglesa - A força dos trabalhadoresLivro1986199 CafeiculturaLivro1986200 Economia e movimentos sociais na América LatinaLivro1986201 O palácio da memória de Matteo RicciLivro1986202 Paisagens da solidãoLivro1986203 Exterminismo e Guerra FriaLivro1985204 O capitalismo históricoLivro1985205 A crise da crise do marxismoLivro1984
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Published on October 22, 2019 16:17
October 19, 2019
a ver
o facebook me relembra que quatro anos atrás comentei o seguinte, numa postagem lá:
ontem, a título de curiosidade, eu perguntava qual a primeira coisa que vinha à mente dos amiguinhos ao verem o nome de gustavo barroso. sim, como bem lembraram Danilo Nogueira, Éder Silveira, Thiago Alves e outros mais, gustavo barroso foi um dos principais nomes do integralismo, lá com suas divergências com plínio salgado por ser, mais do que fascista, um convicto e militante antissemita e filonazista.
foi, como bem lembrou a Amelina de Aquino, o primeiro diretor do museu histórico nacional; muito culto, autor prolífico, foi também dicionarista, como mencionou o Braulio Tavares. e foi também fundador e dono da civilização brasileira, depois vendida para a nacional, mantendo ligações com a editora, mesmo quando já era de ênio silveira, até sua morte.
depois de vender a civilização para a nacional, ele teve uma pequena editora por alguns anos, a agência minerva. mas bem antes disso já tinha sido tradutor da h. garnier por alguns anos, infelizmente sem assinar suas traduções para a casa, exceto nossa primeira tradução do fausto de goethe, que fez em 1913, mas que, devido à guerra, só saiu em 1920, com os devidos créditos em seu nome.ando rastreando a fortuna histórica d'"a mulher de trinta anos" de balzac no brasil.
ela saiu inicialmente pela h. garnier em 1914, bem na época em que barroso andava trabalhando para a editora, e foi reeditada em 1922 pela agora livraria garnier. gustavo barroso funda a civilização brasileira em 1929 e exatamente o mesmíssimo texto de balzac reaparece lá em 1931. entre 1914 e 1929, a h. garnier já tinha sofrido várias vicissitudes, estava devagar-quase-parando, e não duvido nem um pouco que gustavo barroso pudesse ter-se sentido suficientemente à vontade para levar consigo sua tradução (e tradução em termos: na verdade, um copidesque de uma tradução portuguesa anterior).
depois que a civilização foi vendida para a nacional (em 1932), mantendo o nome como selo editorial da c.e.n, sai outra edição d'"a mulher de trinta anos", em 1937, a mesma que vinha lá desde 1914.é por isso que estou bem achando que aquela edição lá de 1914 fora preparada pelo gustavo barroso - pois, do contrário, como explicar que trafegasse com tanta lepidez e lampeirice da garnier para a civilização? e - note-se - sempre anônima.
acho sempre muito interessantes essas coisas. mas ainda tenho de pesquisar mais e melhor, para ver até que ponto vai essa hipótese.
Published on October 19, 2019 16:15
October 13, 2019
três coleções
saiu agora na revistra tradterm, da citrat/ usp, um artigo meu sobre a série negra, da companhia editora nacional, a seleção labirinto, da editora mérito, e a coleção saraiva, da editora saraiva. disponível aqui.
Published on October 13, 2019 16:07
September 11, 2019
artigo
uma boa geralzona:
A Translation for Our Time?
Tim Parks
Do contemporary approaches to translation tell us something about our times?Samuel Johnson was the first to offer a brief history of attitudes to translation, observing how some periods produce many translations, others very few, and how each period tends to privilege different criteria when translating. He notes that the Greeks did not translate texts from the Egyptians, that eminent Romans tended to learn Greek and experience it directly rather than make or read Latin versions, that “the Arabs were the first nation who felt the ardour of translation,” when they conquered parts of the Greek empire and sought to acquire their new subjects’ knowledge for themselves. Moving to modern times, Johnson analyzed different approaches before and after the Restoration in 1660. The writers before the Restoration, he decided, “had at least learning equal to their genius”; when tackling classical texts, if they couldn’t “exhibit their graces and transfuse their spirit,” they made up for it by translating a great deal, and they “translated literally, that their fidelity might shelter their insipidity or harshness.” The wits of the Restoration, on the other hand, Johnson claims, having “seldom more than slight and superficial views,” hid “their want of learning behind the colours of a gay imagination” hoping “that their readers should accept sprightliness for knowledge, and consider ignorance and mistake as the impatience and negligence of a mind too rapid to stop at difficulties, and too elevated to descend to minuteness.”From the Romantic period onward, such observations on how other times and cultures have translated became commonplace, with both English and German critics remarking on how remorselessly the French reduced any foreign text, however idiosyncratic, to their own way of writing. It was understood at once that this kind of radical domestication had to do with the confidence of French culture, though philosopher and critic Johann Gottfried Herder (1744–1803), biblical scholar Friedrich Schleiermacher (1768–1834), and German language scholar Wilhelm von Humboldt (1767–1835) all believed it prevented the French from learning anything at all from the many translations they made. Schleiermacher was convinced that, in contrast, it was the destiny of “the German people to incorporate linguistically, and to preserve in the geographical center and heart of Europe, all the treasures of both foreign and our own art and scholarship in a prodigious historical totality, so that with the help of our language everyone can enjoy, as purely and as perfectly as a foreigner can, all the beauty that the ages have wrought.” This would be done, he decided, with a radically non-domesticating approach, taking the reader as far as possible toward the foreignness of the foreign text, something German was better equipped to do than other languages, he believed. The poet and critic Friedrich Schlegel (1772–1829) agreed: “Of all the languages into which prose and verse translations of Homer have been made, from the Syriac to the English, none can approach the original text with such happy fidelity as German.” So, while the French appeared to believe that French style was already the proper template for everything, the Germans believed their language was the most flexible instrument to reflect every style.In 1882, Friedrich Nietzsche observed that, “The degree of the historical sense of any age may be inferred from the manner in which this age makes translations and tries to absorb former ages and books.” The more a culture becomes aware of the real differences of other cultures and other times, as the Germans had become, the less likely it is, he wrote, to try to “take possession” of the other the way “in the age of Corneille… the French took possession of Roman antiquity.”But what of our own time and our culture? Are we reducing everything we translate to standard English, whatever that might be? Or are we struggling to get close to the otherness of foreign texts? What strikes anyone listening to the discussion of such issues in the translation world among its academics, practitioners, and publishers is the huge range of opinion and approaches advocated, the extreme eclecticism and general vagueness about what is entailed in translation. Reviewing any number of books in translation over the last thirty years, I’ve come to the conclusion that there is no dominant approach in our age: accurate and inaccurate, fluent and clumsy, all translations seem to be equally praised and criticized (though rather more the former than the latter). Two opinions, however, do emerge as so universally held as scarcely to need articulating. The first is that translation is always a good thing, politically, ethically, aesthetically. The translator brings cultures together, promotes understanding, undermines nationalism, contributes to avoiding conflict. It’s something we should all be doing and feeling good about doing, and congratulating one another for doing.The second is that literary translation is not only entirely possible, but, somewhat surprisingly, that it can often match or even improve upon the quality of the original. The press release announcing shortlists for the UK’s Society of Authors 2019 Translation Prizes uses the verb “capture” again and again to suggest that the winning translations have left nothing of the original unexpressed; hence readers can feel confident they are missing nothing by reading in translation. Of one work we hear that it “equals, and sometimes even surpasses” its original, while another is praised for how it “captures the music of [the original’s] terrestrial spheres, showing that translation is, in fact, our universal language.” Turning to the academic world, one is struck by how rarely translations are carefully compared against originals, how little is said about language competence. Instead, if we consider the kind of texts regularly included in anthologies of translation theory—from Schleiermacher’s seminal work “On the Different Methods of Translating” (1813), through Walter Benjamin’s “The Task of the Translator” (1923), Octavio Paz’s “Translation: Literature and Letters” (1971), and Jacques Derrida’s “Des Tours de Babel” (1985)—it’s not hard to see how a pervasive romantic idealism, mysticism even, comes to underwrite those effusive contemporary panegyrics that would have translations improving on their originals and saving humanity in the process. We’ve already heard Schleiermacher speaking of his dream of “a prodigious historical totality,” in which every book ever written can be enjoyed by everyone. Here is Benjamin: “In translation the original rises into a higher and purer linguistic air… the predestined, hitherto inaccessible realm of reconciliation and fulfillment of languages…” And again: “It is the task of the translator to release in his own language that pure language which is under the spell of another, to liberate the language imprisoned in a work in his re-creation of that work.”Derrida, after giving enormous weight to the Biblical myth of the Tower of Babel, reaches the following conclusion:
disponível aqui.
A Translation for Our Time?
Tim Parks
Do contemporary approaches to translation tell us something about our times?Samuel Johnson was the first to offer a brief history of attitudes to translation, observing how some periods produce many translations, others very few, and how each period tends to privilege different criteria when translating. He notes that the Greeks did not translate texts from the Egyptians, that eminent Romans tended to learn Greek and experience it directly rather than make or read Latin versions, that “the Arabs were the first nation who felt the ardour of translation,” when they conquered parts of the Greek empire and sought to acquire their new subjects’ knowledge for themselves. Moving to modern times, Johnson analyzed different approaches before and after the Restoration in 1660. The writers before the Restoration, he decided, “had at least learning equal to their genius”; when tackling classical texts, if they couldn’t “exhibit their graces and transfuse their spirit,” they made up for it by translating a great deal, and they “translated literally, that their fidelity might shelter their insipidity or harshness.” The wits of the Restoration, on the other hand, Johnson claims, having “seldom more than slight and superficial views,” hid “their want of learning behind the colours of a gay imagination” hoping “that their readers should accept sprightliness for knowledge, and consider ignorance and mistake as the impatience and negligence of a mind too rapid to stop at difficulties, and too elevated to descend to minuteness.”From the Romantic period onward, such observations on how other times and cultures have translated became commonplace, with both English and German critics remarking on how remorselessly the French reduced any foreign text, however idiosyncratic, to their own way of writing. It was understood at once that this kind of radical domestication had to do with the confidence of French culture, though philosopher and critic Johann Gottfried Herder (1744–1803), biblical scholar Friedrich Schleiermacher (1768–1834), and German language scholar Wilhelm von Humboldt (1767–1835) all believed it prevented the French from learning anything at all from the many translations they made. Schleiermacher was convinced that, in contrast, it was the destiny of “the German people to incorporate linguistically, and to preserve in the geographical center and heart of Europe, all the treasures of both foreign and our own art and scholarship in a prodigious historical totality, so that with the help of our language everyone can enjoy, as purely and as perfectly as a foreigner can, all the beauty that the ages have wrought.” This would be done, he decided, with a radically non-domesticating approach, taking the reader as far as possible toward the foreignness of the foreign text, something German was better equipped to do than other languages, he believed. The poet and critic Friedrich Schlegel (1772–1829) agreed: “Of all the languages into which prose and verse translations of Homer have been made, from the Syriac to the English, none can approach the original text with such happy fidelity as German.” So, while the French appeared to believe that French style was already the proper template for everything, the Germans believed their language was the most flexible instrument to reflect every style.In 1882, Friedrich Nietzsche observed that, “The degree of the historical sense of any age may be inferred from the manner in which this age makes translations and tries to absorb former ages and books.” The more a culture becomes aware of the real differences of other cultures and other times, as the Germans had become, the less likely it is, he wrote, to try to “take possession” of the other the way “in the age of Corneille… the French took possession of Roman antiquity.”But what of our own time and our culture? Are we reducing everything we translate to standard English, whatever that might be? Or are we struggling to get close to the otherness of foreign texts? What strikes anyone listening to the discussion of such issues in the translation world among its academics, practitioners, and publishers is the huge range of opinion and approaches advocated, the extreme eclecticism and general vagueness about what is entailed in translation. Reviewing any number of books in translation over the last thirty years, I’ve come to the conclusion that there is no dominant approach in our age: accurate and inaccurate, fluent and clumsy, all translations seem to be equally praised and criticized (though rather more the former than the latter). Two opinions, however, do emerge as so universally held as scarcely to need articulating. The first is that translation is always a good thing, politically, ethically, aesthetically. The translator brings cultures together, promotes understanding, undermines nationalism, contributes to avoiding conflict. It’s something we should all be doing and feeling good about doing, and congratulating one another for doing.The second is that literary translation is not only entirely possible, but, somewhat surprisingly, that it can often match or even improve upon the quality of the original. The press release announcing shortlists for the UK’s Society of Authors 2019 Translation Prizes uses the verb “capture” again and again to suggest that the winning translations have left nothing of the original unexpressed; hence readers can feel confident they are missing nothing by reading in translation. Of one work we hear that it “equals, and sometimes even surpasses” its original, while another is praised for how it “captures the music of [the original’s] terrestrial spheres, showing that translation is, in fact, our universal language.” Turning to the academic world, one is struck by how rarely translations are carefully compared against originals, how little is said about language competence. Instead, if we consider the kind of texts regularly included in anthologies of translation theory—from Schleiermacher’s seminal work “On the Different Methods of Translating” (1813), through Walter Benjamin’s “The Task of the Translator” (1923), Octavio Paz’s “Translation: Literature and Letters” (1971), and Jacques Derrida’s “Des Tours de Babel” (1985)—it’s not hard to see how a pervasive romantic idealism, mysticism even, comes to underwrite those effusive contemporary panegyrics that would have translations improving on their originals and saving humanity in the process. We’ve already heard Schleiermacher speaking of his dream of “a prodigious historical totality,” in which every book ever written can be enjoyed by everyone. Here is Benjamin: “In translation the original rises into a higher and purer linguistic air… the predestined, hitherto inaccessible realm of reconciliation and fulfillment of languages…” And again: “It is the task of the translator to release in his own language that pure language which is under the spell of another, to liberate the language imprisoned in a work in his re-creation of that work.”Derrida, after giving enormous weight to the Biblical myth of the Tower of Babel, reaches the following conclusion:
Nothing is more serious than a translation… For if the structure of the original [work] is marked by the requirement to be translated, it is because in laying down the law, the original begins by indebting itself as well with regard to the translator. The original is the first debtor, the first petitioner; it begins by lacking—and by pleading for translation.This mysterious speculation that any written text is immediately “lacking” completion because it is not available in all the other languages of the world has become a staple in translation theory, perhaps because by elevating translation to a categorical imperative it implicitly confers great and solemn importance on a field that was largely ignored in universities until some twenty years ago. In general, it’s astonishing how much respect is still afforded to these bizarre and muddled texts. Paz, though he never reaches the dizzy heights of Benjamin and Derrida, is equally positive and emphatically universalist: “Translation within the same language is not essentially different from translation between two tongues, and the histories of all peoples parallel the child’s experience…” And again: “Although language is not universal, languages nevertheless form part of a universal society in which, once some difficulties have been overcome, all people can communicate with and understand each other. And they can do so because in any language men always say the same things.”Any talk of untranslatability, for Paz, can only be the result of an “inordinate attachment to verbal matter,” or becoming “ensnared in the trap of subjectivity.” “Throughout the ages,” he goes on, “European poets—and now those of both halves of the American continent as well—have been writing the same poem in different languages… a symphony in which improvisation is inseparable from translation and creation is indistinguishable from imitation.”Essentially, then, all these approaches to translation underwrite the age’s appetite for globalization and feed a zeitgeist that favors the cultural melting pot in which any individual can fully possess any cultural expression, and no profound difference or incomprehension is admitted. Is there a problem? Or is my unease mere grumpiness? “To a thousand cavils,” Samuel Johnson wrote, defending Pope’s translation of Homer, “one answer is sufficient; the purpose of a writer is to be read, and the criticism which would destroy the power of pleasing must be blown aside.” That seems a persuasive, salutary, no-nonsense attitude, especially when tempered by Johnson’s insistence on scholarship and accuracy. I’m as ready as anyone for a world teeming with translations. After all, I’ve been responsible for quite a few myself. But let us recall that, for all their enthusiasm, the theorists I’ve mentioned, with the exception perhaps of Paz, are nevertheless aware of an otherness in a foreign text that remains elusive to translation—unconquered, uncaptured. And even as Schleiermacher launches into his vision of a German language adapting itself in a thousand ways to “bring those two utterly unconnected people together”—the original author and the reader of the translation—he nevertheless remembers that at best the reader will only “catch a glimmer … of the original language and the work’s indebtedness to it.” Certainly this is Nabokov’s position in “Problems of Translation: Onegin in English,” when he suggests, lepidopterist as he was, that the translation will have the same relation to the original as a butterfly mounted in a collector’s case will have to a butterfly in its natural state. Nabokov’s analogy is discouraging and I think inaccurate; there are plenty of very lively translations fluttering around. But what underlies both his and Schleiermacher’s thought is the understanding of translation as an invitation toward a meeting that is exciting as it is difficult, between quite different mind sets, different cultures, different languages. “All humans are under the sway of the language they speak,” Schleiermacher acknowledges, “so that it is impossible to think with complete clarity anything that lies beyond its boundaries.”What is exciting about translation, then, is not the notion that it has delivered a hundred percent—something Schleiermacher would never have signed up to—or that the entire world of human feeling can be made available to us in our own idiom—a fantasy that will only induce complacency—but its encouragement to move toward, or at least become aware of, what we do not know; translation as a wake-up call, and an instrument to spur us to more effort, not to have us sit back and applaud another successful worldwide publishing phenomenon.To close on a provocation, it’s perhaps worth observing that current enthusiasm for literary translation in the Anglo-Saxon world has come at the same time as a steep decline in language learning.
disponível aqui.
Published on September 11, 2019 16:19
July 22, 2019
preciosidade
em "kafka no abrasil: 1946-1979", disponível aqui, mencionei o conto "cruza" entre os primeiros textos de kafka publicados no brasil, publicado na revista goiana agora, em seu primeiro número (agosto de 1946).
eis que, pela extrema gentileza de mário zeidler filho, temos agora as imagens:
eis que, pela extrema gentileza de mário zeidler filho, temos agora as imagens:
Published on July 22, 2019 15:14
July 12, 2019
isso mesmo
bons conselhos de w. focchetto jr., aqui.
"Depois de algum tempo (levei coisa de dois, três anos), você passa a saber, por experiência, que algumas editoras possuem traduções de ampla aceitação (universidades públicas optam por elas); não cito nenhuma delas agora porque não estou sendo pago para isso (risos). Cheguei a essa conclusão após muito ter lido artigos de Denise Bottmann em seu Blog "Não Gosto de Plágio". "Tradução é prótese", nos diz Umberto Eco (2010:39) em seu "Como Se Faz Uma Tese". Tá certo. Mas convenhamos: se o original é grego, alemão, russo ou qualquer idioma não tão acessível assim, deixamos de estudar determinada obra*? Não. Claro que não. Apenas nos apoiaremos em traduções de editoras confiáveis, ok?"
"Depois de algum tempo (levei coisa de dois, três anos), você passa a saber, por experiência, que algumas editoras possuem traduções de ampla aceitação (universidades públicas optam por elas); não cito nenhuma delas agora porque não estou sendo pago para isso (risos). Cheguei a essa conclusão após muito ter lido artigos de Denise Bottmann em seu Blog "Não Gosto de Plágio". "Tradução é prótese", nos diz Umberto Eco (2010:39) em seu "Como Se Faz Uma Tese". Tá certo. Mas convenhamos: se o original é grego, alemão, russo ou qualquer idioma não tão acessível assim, deixamos de estudar determinada obra*? Não. Claro que não. Apenas nos apoiaremos em traduções de editoras confiáveis, ok?"
Published on July 12, 2019 16:44
July 6, 2019
tcc
que simpático!
Bárbara Vieira
; "Plágio e tradução: o trabalho filológico e tradutológico de Denise Bottmann no blog "não gosto de plágio"; ; 2016; Iniciação Científica; (Graduando em Abi - Letras) - Universidade Federal de Minas Gerais; Orientador: Constantino Luz de Medeiros.
Bárbara Vieira
; "Plágio e tradução: o trabalho filológico e tradutológico de Denise Bottmann no blog "não gosto de plágio"; ; 2016; Iniciação Científica; (Graduando em Abi - Letras) - Universidade Federal de Minas Gerais; Orientador: Constantino Luz de Medeiros.
Published on July 06, 2019 16:34
June 11, 2019
"thoreau", de virginia woolf
o artigo de woolf por ocasião do centenário de nascimento de thoreau saiu em tradução minha na revista helena, disponível aqui.


Published on June 11, 2019 13:59
April 22, 2019
entrevista
agradeço a fabiano seixas fernandes pela grande gentileza. entrevista disponível aqui.
Tradutora, investigadora, blogueira: entrevista com Denise Bottmann
22.Abr.2019 . 9 minutos de leitura . Written by Fabiano Seixas Fernandes
A tradutora, escritora e pesquisadora Denise Bottmann é um dos mais importantes nomes da tradução no Brasil. Sua atividade como pesquisadora independente auxilia a resgatar a memória de tradução (como podemos ver em seu blogue
arquivo de traduções
) e também a repensarmos a honestidade intelectual do mercado editorial brasileiro (como fica evidente por meu favorito, o
não gosto de plágio
).Bottmann muito gentilmente respondeu a algumas perguntas sobre sua atividade profissional como tradutora e investigadora.Em sua entrevista ao Digestivo cultural, você comentou que vem desenvolvendo uma pesquisa independente no campo de História da Tradução. Gostaria que falasse um pouco da pesquisa em si, e de como é pesquisar sem vínculos institucionais.Ah, é ótimo, faço o que quero do jeito e no ritmo que quero, sem maiores preocupações e sem ter de prestar contas senão a mim mesma. Por outro lado, como tento manter um mínimo de rigor e solidez nas pesquisas, encontro generoso espaço de publicação dos artigos resultantes dessas pesquisas em diversos periódicos universitários ligados à área. Então sinto-me agraciada com o melhor dos dois mundos: a liberdade do pesquisador independente e a receptividade na academia.Sua última postagem no não gosto de plágio é uma entrevista de José Nunes que detalha o seu processo individual de tradução. Mas você também já traduziu a várias mãos. Quais as diferenças entre traduzir uma obra integralmente e traduzi-la dividindo-a com outras pessoas?Veja, essas traduções a várias mãos se dão basicamente por problemas de prazo. A editora pretende lançar rapidamente aquela obra, por qualquer razão que seja, e avalia que um tradutor só não teria condições de fazer a tradução inteira no curto prazo exigido. Assim, opta por dividir a obra em duas ou mais partes, que entrega a dois ou mais tradutores. Normalmente não há um contato assíduo entre os diversos incumbidos da tarefa, e cada qual faz sua parte. A padronização do texto e a uniformização dos termos costumam ficar, na maioria das vezes, a cargo do preparador – que certamente é quem mais sofre nesse processo. Assim, pelo menos para mim, não faz muita diferença. Traduzo aquela parte como se fosse um todo – e é mesmo um todo, pelo menos como tarefa que me foi atribuída. Não gosto muito do sistema; aliás, imagino que nenhum dos envolvidos goste muito, mas são decisões editoriais que têm lá sua razão de ser e não cabe a mim achar ou deixar de achar nada.Além de tradutora e autora, você também mantém uma intensa atividade nas redes sociais: uma conta bastante ativa no Twitter e alguns blogs—alguns pontuais, como o blogue
a biografia do Van Gogh
, e outros mais duradouros, como o não gosto de plágio. Inúmeras tradutoras e tradutores vêm, nos últimos tempos, participando dessa onda de digitalização, e buscando se tornar influencers em seus campos. Como você encara esse movimento, desde o ponto de vista da quase proverbial “invisibilidade do tradutor”?Na verdade, não uso quase o Twitter. Minha conta no Facebook é vinculada à do Twitter; então o que posto no FB é automaticamente publicado no Twitter, só isso. Quanto aos blogs, tenho especial carinho por eles. Vários são de duração limitada, pois são blogs de acompanhamento da tradução que estou fazendo naquele momento: além da biografia do Van Gogh, há os blogs sobre
Walden
,
Mrs. Dalloway
,
Ao farol
, Como ler literatura,
As mulherzinhas
,
Utopia
, Emily Dickinson… Além desses blogs de acompanhamento de tradução, mantenho alguns blogs, também de duração limitada, sobre essas pesquisas bibliográficas que faço:
A Coleção Amarela da Globo
,
A Série Negra
,
A Coleção Saraiva
, BLM - Biblioteca do Leitor Moderno e outros mais. Não vejo, ou não via, essas iniciativas como parte de uma “onda de digitalização” – são espaços muito práticos, muito fáceis de operar, em que posso ir desenvolvendo questões que me interessam naquele momento, e acabam se tornando repositórios de coisas que posso vir a recuperar mais tarde.O ramo da tradução ainda é um visto como atividade remunerada secundária; ainda há poucas pessoas que se dedicam, como você, à tradução como forma principal ou única de renda. Você acha importante que exista essa dedicação exclusiva para a classe das tradutoras e tradutores de um modo geral?Não, não creio que seja muito importante. Sou grande defensora do que chamo de “diletantismo” e defensora ainda maior da fundamental importância de traduções acadêmicas feitas por docentes conhecedores daquela determinada área. E falar em “classe” de tradutores/as me parece um tanto abstrato. Não vejo o conjunto das pessoas que exercem o ofício de tradução, mesmo como atividade principal ou exclusiva, como uma “classe” ou sequer como uma “categoria”. Ainda mais se se incluírem intérpretes, dubladores, legendadores, o pessoal de língua de sinais, torna-se um campo quase infinito. Mas talvez quem sabe algum dia venha a se criar uma categoria profissional legalmente reconhecida como tal. A ideia não me entusiasma especialmente, de maneira alguma – mas, como dentro desse amplo universo da tradução em sentido geral trabalho num segmento minoritário, qual seja, a tradução de obras lítero-humanísticas para o setor editorial, nem tenho muito o que opinar.Em relação ainda à digitalização da tradução, para além de vermos tradutores e intérpretes tomando as redes com podcasts, canais e blogs, também vemos que estão às voltas com um processo de uberização de seus serviços, recebendo encomendas por meio de plataformas semelhantes ao Uber, e vendo seus vencimentos serem achatados em decorrência. A inteligência artificial também é uma aliada ambígua, que, a longo prazo, poderá contribuir com a obsolescência desta e de muitas outras profissões. Como você enxerga a classe dos tradutores frente a esses desafios?Repito, não consigo ver a soma dos mais variados tradutores, intérpretes, legendadores das mais variadas áreas para os mais variados fins como uma “classe”. De todo modo, essa uberização, como você diz, decorre da maciça terceirização de serviços que se iniciou nos anos 1970-1980. Um grande número de tradutores exerce hoje em dia funções que eram realizadas pelas antigas secretárias bilíngues e trilíngues (uso o feminino, pois era uma profissão ocupada majoritariamente por mulheres). A profissão da secretária executiva, da secretária de diretoria, altamente qualificada, hoje em dia está quase à beira da extinção, em decorrência, justamente, desse processo de terceirização. Então, até é possível que hoje o número de homens realizando tarefas antes realizadas pelas secretárias mulheres seja maior, em termos relativos, do que era trinta ou quarenta anos atrás. Quanto à tecnologia, sim, talvez. Não conheço a área de tradução técnica, comercial e financeira, que, até onde sei, é a que mais utiliza os novos recursos tecnológicos, como programas de tradução, memórias de tradução e assim por diante – se bem que o uso dessas ferramentas de auxílio à tradução parece estar abrindo caminho também na tradução editorial. Mas eis aí mais um assunto sobre o qual não posso falar, pois não estou bem a par.O não gosto de plágio oferece uma importante contribuição à produção intelectual, denunciando casos de apropriação indevida no meio editorial. Curiosamente, isso é feito de forma extra-institucional: em um país onde a universidade controla o grosso da produção intelectual, uma das defesas mais contundentes dessa produção vem, por assim dizer, de fora, de alguém que se afastou da carreira docente, e que emprega um meio a que as instituições de ensino e pesquisa não costumam recorrer. Como você encara a contribuição do não gosto de plágio não só à tradução, mas à pesquisa e às instituições onde é mais comumente realizada no Brasil?Por uma série de circunstâncias, o gravíssimo problema das apropriações indébitas de traduções alheias encontrou ouvidos muito receptivos nas instituições acadêmicas. Para essa receptividade, sem dúvida contribuiu muito o fato de que centenas e centenas de traduções espúrias eram, precisamente, de obras utilizadas nas bibliografias de cursos universitários, sobretudo nas áreas de ciências humanas, filosofia, letras e direito: desde Aristóteles, Platão, Santo Agostinho, Descartes, Hume a Shakespeare, Emerson, Marx, Weber, Von Ihering e dezenas de outros autores de presença obrigatória na academia. Assim, houve um maciço apoio de muitas universidades e de muitas centenas de docentes, chocados com a extensão da fraude. Creio que Alfredo Bosi, na época, sintetizou bem o problema: tratava-se de um atentado “à integridade mesma da vida intelectual no Brasil”. Então creio que a contribuição do não gosto de plágio foi reconhecida nas e pelas esferas mais fortemente atingidas por tais contrafações. Não foram poucos os professores – e não só universitários – que, a partir de então, redobraram sua atenção e muitos passaram a adotar a prática sistemática de incluir os créditos de tradução em suas bibliografias de curso, bem como de exigir dos alunos que os incluíssem em seus trabalhos.Gostaria que comentasse uma impressão pessoal que vou compartilhar. A tradução é uma tarefa de mediação cultural: entrega-se a um público o texto de outrem; nosso ato de fala basilar parece ser: “eis aqui o que Fulana disse em obra tal”. Isso contribuiu para nossa invisibilidade: quem lê Kakfa deseja ler Kafka, não Carone; quem lê Virginia Woolf deseja ler Woolf, não Cecília Meireles ou Denise Bottmann. Assim, embora seja intelectualmente impreciso e desonesto que não se mencione quem traduziu, dar ênfase demasiada ao tradutor também pode gerar uma espécie de quebra de confiança: se Haroldo é mais importante que Homero no Homero de Haroldo, a quem estou lendo? Não vejo solução fácil a essa contradição, e pediria que discorresse a respeito.Bem, não vejo nenhuma contradição. Pois haverá alguém que julgue Haroldo mais importante do que Homero no Homero de Haroldo? Pode ser, e é, interessante como questão referente ao ofício e à prática da tradução, mas ninguém (a não ser algum estudante com algum projeto de mestrado ou doutorado muito específico ou algum estudioso da prática tradutória ou da produção específica de um determinado intelectual brasileiro), repetindo, ninguém vai ler Kafka por causa do Modesto – vai ler Modesto por causa de Kafka; nem vai ler Woolf por causa da Denise – vai ler Denise por causa da Woolf (no caso da Cecília Meirelles, é possível e até provável que leiam sua tradução de Orlando por causa dela mesma, mas aí é outra história: quem faz isso é porque está interessado na obra da Cecília, na qual se incluem suas traduções). Não vamos inverter as prioridades, os verdadeiros interesses, nem confundir literatura e obras de pensamento com suas várias e múltiplas versões em diferentes línguas: isso fala mais da riqueza da obra original do que de qualquer eventual mérito de suas diversas traduções, fala mais da historicidade e variabilidade das línguas do que das escolhas feitas numa tradução x ou y.Quanto ao primeiro aspecto que você havia levantado, concordo: tradução também é, ou pretende ser, esse “eis aqui o que Fulana disse em obra tal”. Em certa medida e em alguns aspectos, tradução também é isso, sem dúvida. Agora, mesmo limitando-nos a essa acepção mais restrita da tradução, esse “o que ela disse” vai variar muito: um vai dizer que, naquela passagem, Fulana disse “o tempo estava encoberto”, outro vai dizer que Fulana disse “o dia estava nublado” ou que “as nuvens toldavam o céu”. Ninguém vai dizer que, naquela passagem, Fulana disse “o navio chegou atrasado ao porto”. Mas as escolhas, as soluções, os fraseados já constituem outro assunto, bastante complexo. E daí, entre outras coisas, a dificuldade em decidir o que “de fato” Fulana teria dito.Agora, se você não se importar, vou comentar um detalhe. Quando você fala em “invisibilidade”, a famosíssima invisibilidade do tradutor, está-se referindo, pelo que entendi, ao papel quase ignorado da atividade tradutória para o acesso à leitura em determinada língua de textos originalmente escritos em outra língua. De minha parte, entendo que a expressão significa um hipotético desideratum, isto é, que a mão, a pena do tradutor não se faça demasiado visível na tradução, e se aplica em oposição àquelas traduções geralmente muito decalcadas ou com muitos cacoetes desnecessários. Até onde sei e até onde consigo lembrar, foi apenas a partir de Lawrence Venuti que se desenvolveu ou se passou a divulgar aquela outra acepção quase, digamos, vitimista do pobre tradutor que tanto trabalha, tanto se esfalfa e ninguém vê – e Venuti até recomenda que o tradutor calque fortemente a mão para se fazer bem visível e deixar bem evidente que aquilo é uma tradução. Bom, não é de Venuti que estamos falando e deixemos isso de lado. Gostaria apenas de comentar que entendo a “invisibilidade do tradutor” naquele outro sentido, a meu ver mais preciso e mais objetivo, de um trabalho que não reproduza mecanicamente estruturas sintáticas próprias da língua original ou outros “vícios” do ofício, nem se exiba demais com um cartaz dizendo – ou nem precisando de cartaz nenhum, mas simplesmente alardeando: vejam, vejam, isso é uma tradução! Agora, que da invisibilidade do tradutor, nessa acepção que considero mais objetiva, se possa inferir que, então, o tradutor não deixa, não pode, não deve deixar sua marca pessoal... bom, são outros quinhentos. Seria uma tolice imaginar isso, e felizmente, ao que parece, as correntes tradutórias mais normativistas vêm deixando de lado algumas noções um tanto fantásticas como, por exemplo, a de “equivalência”. Eu proporia, só para não parecer muito implicante e para fazer um pouco de graça, algo como “a marca invisível” ou “a marcada invisibilidade” ou, ainda, “a marcante invisibilidade do tradutor”, naturalmente denotando um valor positivo.
Tradutora, investigadora, blogueira: entrevista com Denise Bottmann
22.Abr.2019 . 9 minutos de leitura . Written by Fabiano Seixas Fernandes
A tradutora, escritora e pesquisadora Denise Bottmann é um dos mais importantes nomes da tradução no Brasil. Sua atividade como pesquisadora independente auxilia a resgatar a memória de tradução (como podemos ver em seu blogue
arquivo de traduções
) e também a repensarmos a honestidade intelectual do mercado editorial brasileiro (como fica evidente por meu favorito, o
não gosto de plágio
).Bottmann muito gentilmente respondeu a algumas perguntas sobre sua atividade profissional como tradutora e investigadora.Em sua entrevista ao Digestivo cultural, você comentou que vem desenvolvendo uma pesquisa independente no campo de História da Tradução. Gostaria que falasse um pouco da pesquisa em si, e de como é pesquisar sem vínculos institucionais.Ah, é ótimo, faço o que quero do jeito e no ritmo que quero, sem maiores preocupações e sem ter de prestar contas senão a mim mesma. Por outro lado, como tento manter um mínimo de rigor e solidez nas pesquisas, encontro generoso espaço de publicação dos artigos resultantes dessas pesquisas em diversos periódicos universitários ligados à área. Então sinto-me agraciada com o melhor dos dois mundos: a liberdade do pesquisador independente e a receptividade na academia.Sua última postagem no não gosto de plágio é uma entrevista de José Nunes que detalha o seu processo individual de tradução. Mas você também já traduziu a várias mãos. Quais as diferenças entre traduzir uma obra integralmente e traduzi-la dividindo-a com outras pessoas?Veja, essas traduções a várias mãos se dão basicamente por problemas de prazo. A editora pretende lançar rapidamente aquela obra, por qualquer razão que seja, e avalia que um tradutor só não teria condições de fazer a tradução inteira no curto prazo exigido. Assim, opta por dividir a obra em duas ou mais partes, que entrega a dois ou mais tradutores. Normalmente não há um contato assíduo entre os diversos incumbidos da tarefa, e cada qual faz sua parte. A padronização do texto e a uniformização dos termos costumam ficar, na maioria das vezes, a cargo do preparador – que certamente é quem mais sofre nesse processo. Assim, pelo menos para mim, não faz muita diferença. Traduzo aquela parte como se fosse um todo – e é mesmo um todo, pelo menos como tarefa que me foi atribuída. Não gosto muito do sistema; aliás, imagino que nenhum dos envolvidos goste muito, mas são decisões editoriais que têm lá sua razão de ser e não cabe a mim achar ou deixar de achar nada.Além de tradutora e autora, você também mantém uma intensa atividade nas redes sociais: uma conta bastante ativa no Twitter e alguns blogs—alguns pontuais, como o blogue
a biografia do Van Gogh
, e outros mais duradouros, como o não gosto de plágio. Inúmeras tradutoras e tradutores vêm, nos últimos tempos, participando dessa onda de digitalização, e buscando se tornar influencers em seus campos. Como você encara esse movimento, desde o ponto de vista da quase proverbial “invisibilidade do tradutor”?Na verdade, não uso quase o Twitter. Minha conta no Facebook é vinculada à do Twitter; então o que posto no FB é automaticamente publicado no Twitter, só isso. Quanto aos blogs, tenho especial carinho por eles. Vários são de duração limitada, pois são blogs de acompanhamento da tradução que estou fazendo naquele momento: além da biografia do Van Gogh, há os blogs sobre
Walden
,
Mrs. Dalloway
,
Ao farol
, Como ler literatura,
As mulherzinhas
,
Utopia
, Emily Dickinson… Além desses blogs de acompanhamento de tradução, mantenho alguns blogs, também de duração limitada, sobre essas pesquisas bibliográficas que faço:
A Coleção Amarela da Globo
,
A Série Negra
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A Coleção Saraiva
, BLM - Biblioteca do Leitor Moderno e outros mais. Não vejo, ou não via, essas iniciativas como parte de uma “onda de digitalização” – são espaços muito práticos, muito fáceis de operar, em que posso ir desenvolvendo questões que me interessam naquele momento, e acabam se tornando repositórios de coisas que posso vir a recuperar mais tarde.O ramo da tradução ainda é um visto como atividade remunerada secundária; ainda há poucas pessoas que se dedicam, como você, à tradução como forma principal ou única de renda. Você acha importante que exista essa dedicação exclusiva para a classe das tradutoras e tradutores de um modo geral?Não, não creio que seja muito importante. Sou grande defensora do que chamo de “diletantismo” e defensora ainda maior da fundamental importância de traduções acadêmicas feitas por docentes conhecedores daquela determinada área. E falar em “classe” de tradutores/as me parece um tanto abstrato. Não vejo o conjunto das pessoas que exercem o ofício de tradução, mesmo como atividade principal ou exclusiva, como uma “classe” ou sequer como uma “categoria”. Ainda mais se se incluírem intérpretes, dubladores, legendadores, o pessoal de língua de sinais, torna-se um campo quase infinito. Mas talvez quem sabe algum dia venha a se criar uma categoria profissional legalmente reconhecida como tal. A ideia não me entusiasma especialmente, de maneira alguma – mas, como dentro desse amplo universo da tradução em sentido geral trabalho num segmento minoritário, qual seja, a tradução de obras lítero-humanísticas para o setor editorial, nem tenho muito o que opinar.Em relação ainda à digitalização da tradução, para além de vermos tradutores e intérpretes tomando as redes com podcasts, canais e blogs, também vemos que estão às voltas com um processo de uberização de seus serviços, recebendo encomendas por meio de plataformas semelhantes ao Uber, e vendo seus vencimentos serem achatados em decorrência. A inteligência artificial também é uma aliada ambígua, que, a longo prazo, poderá contribuir com a obsolescência desta e de muitas outras profissões. Como você enxerga a classe dos tradutores frente a esses desafios?Repito, não consigo ver a soma dos mais variados tradutores, intérpretes, legendadores das mais variadas áreas para os mais variados fins como uma “classe”. De todo modo, essa uberização, como você diz, decorre da maciça terceirização de serviços que se iniciou nos anos 1970-1980. Um grande número de tradutores exerce hoje em dia funções que eram realizadas pelas antigas secretárias bilíngues e trilíngues (uso o feminino, pois era uma profissão ocupada majoritariamente por mulheres). A profissão da secretária executiva, da secretária de diretoria, altamente qualificada, hoje em dia está quase à beira da extinção, em decorrência, justamente, desse processo de terceirização. Então, até é possível que hoje o número de homens realizando tarefas antes realizadas pelas secretárias mulheres seja maior, em termos relativos, do que era trinta ou quarenta anos atrás. Quanto à tecnologia, sim, talvez. Não conheço a área de tradução técnica, comercial e financeira, que, até onde sei, é a que mais utiliza os novos recursos tecnológicos, como programas de tradução, memórias de tradução e assim por diante – se bem que o uso dessas ferramentas de auxílio à tradução parece estar abrindo caminho também na tradução editorial. Mas eis aí mais um assunto sobre o qual não posso falar, pois não estou bem a par.O não gosto de plágio oferece uma importante contribuição à produção intelectual, denunciando casos de apropriação indevida no meio editorial. Curiosamente, isso é feito de forma extra-institucional: em um país onde a universidade controla o grosso da produção intelectual, uma das defesas mais contundentes dessa produção vem, por assim dizer, de fora, de alguém que se afastou da carreira docente, e que emprega um meio a que as instituições de ensino e pesquisa não costumam recorrer. Como você encara a contribuição do não gosto de plágio não só à tradução, mas à pesquisa e às instituições onde é mais comumente realizada no Brasil?Por uma série de circunstâncias, o gravíssimo problema das apropriações indébitas de traduções alheias encontrou ouvidos muito receptivos nas instituições acadêmicas. Para essa receptividade, sem dúvida contribuiu muito o fato de que centenas e centenas de traduções espúrias eram, precisamente, de obras utilizadas nas bibliografias de cursos universitários, sobretudo nas áreas de ciências humanas, filosofia, letras e direito: desde Aristóteles, Platão, Santo Agostinho, Descartes, Hume a Shakespeare, Emerson, Marx, Weber, Von Ihering e dezenas de outros autores de presença obrigatória na academia. Assim, houve um maciço apoio de muitas universidades e de muitas centenas de docentes, chocados com a extensão da fraude. Creio que Alfredo Bosi, na época, sintetizou bem o problema: tratava-se de um atentado “à integridade mesma da vida intelectual no Brasil”. Então creio que a contribuição do não gosto de plágio foi reconhecida nas e pelas esferas mais fortemente atingidas por tais contrafações. Não foram poucos os professores – e não só universitários – que, a partir de então, redobraram sua atenção e muitos passaram a adotar a prática sistemática de incluir os créditos de tradução em suas bibliografias de curso, bem como de exigir dos alunos que os incluíssem em seus trabalhos.Gostaria que comentasse uma impressão pessoal que vou compartilhar. A tradução é uma tarefa de mediação cultural: entrega-se a um público o texto de outrem; nosso ato de fala basilar parece ser: “eis aqui o que Fulana disse em obra tal”. Isso contribuiu para nossa invisibilidade: quem lê Kakfa deseja ler Kafka, não Carone; quem lê Virginia Woolf deseja ler Woolf, não Cecília Meireles ou Denise Bottmann. Assim, embora seja intelectualmente impreciso e desonesto que não se mencione quem traduziu, dar ênfase demasiada ao tradutor também pode gerar uma espécie de quebra de confiança: se Haroldo é mais importante que Homero no Homero de Haroldo, a quem estou lendo? Não vejo solução fácil a essa contradição, e pediria que discorresse a respeito.Bem, não vejo nenhuma contradição. Pois haverá alguém que julgue Haroldo mais importante do que Homero no Homero de Haroldo? Pode ser, e é, interessante como questão referente ao ofício e à prática da tradução, mas ninguém (a não ser algum estudante com algum projeto de mestrado ou doutorado muito específico ou algum estudioso da prática tradutória ou da produção específica de um determinado intelectual brasileiro), repetindo, ninguém vai ler Kafka por causa do Modesto – vai ler Modesto por causa de Kafka; nem vai ler Woolf por causa da Denise – vai ler Denise por causa da Woolf (no caso da Cecília Meirelles, é possível e até provável que leiam sua tradução de Orlando por causa dela mesma, mas aí é outra história: quem faz isso é porque está interessado na obra da Cecília, na qual se incluem suas traduções). Não vamos inverter as prioridades, os verdadeiros interesses, nem confundir literatura e obras de pensamento com suas várias e múltiplas versões em diferentes línguas: isso fala mais da riqueza da obra original do que de qualquer eventual mérito de suas diversas traduções, fala mais da historicidade e variabilidade das línguas do que das escolhas feitas numa tradução x ou y.Quanto ao primeiro aspecto que você havia levantado, concordo: tradução também é, ou pretende ser, esse “eis aqui o que Fulana disse em obra tal”. Em certa medida e em alguns aspectos, tradução também é isso, sem dúvida. Agora, mesmo limitando-nos a essa acepção mais restrita da tradução, esse “o que ela disse” vai variar muito: um vai dizer que, naquela passagem, Fulana disse “o tempo estava encoberto”, outro vai dizer que Fulana disse “o dia estava nublado” ou que “as nuvens toldavam o céu”. Ninguém vai dizer que, naquela passagem, Fulana disse “o navio chegou atrasado ao porto”. Mas as escolhas, as soluções, os fraseados já constituem outro assunto, bastante complexo. E daí, entre outras coisas, a dificuldade em decidir o que “de fato” Fulana teria dito.Agora, se você não se importar, vou comentar um detalhe. Quando você fala em “invisibilidade”, a famosíssima invisibilidade do tradutor, está-se referindo, pelo que entendi, ao papel quase ignorado da atividade tradutória para o acesso à leitura em determinada língua de textos originalmente escritos em outra língua. De minha parte, entendo que a expressão significa um hipotético desideratum, isto é, que a mão, a pena do tradutor não se faça demasiado visível na tradução, e se aplica em oposição àquelas traduções geralmente muito decalcadas ou com muitos cacoetes desnecessários. Até onde sei e até onde consigo lembrar, foi apenas a partir de Lawrence Venuti que se desenvolveu ou se passou a divulgar aquela outra acepção quase, digamos, vitimista do pobre tradutor que tanto trabalha, tanto se esfalfa e ninguém vê – e Venuti até recomenda que o tradutor calque fortemente a mão para se fazer bem visível e deixar bem evidente que aquilo é uma tradução. Bom, não é de Venuti que estamos falando e deixemos isso de lado. Gostaria apenas de comentar que entendo a “invisibilidade do tradutor” naquele outro sentido, a meu ver mais preciso e mais objetivo, de um trabalho que não reproduza mecanicamente estruturas sintáticas próprias da língua original ou outros “vícios” do ofício, nem se exiba demais com um cartaz dizendo – ou nem precisando de cartaz nenhum, mas simplesmente alardeando: vejam, vejam, isso é uma tradução! Agora, que da invisibilidade do tradutor, nessa acepção que considero mais objetiva, se possa inferir que, então, o tradutor não deixa, não pode, não deve deixar sua marca pessoal... bom, são outros quinhentos. Seria uma tolice imaginar isso, e felizmente, ao que parece, as correntes tradutórias mais normativistas vêm deixando de lado algumas noções um tanto fantásticas como, por exemplo, a de “equivalência”. Eu proporia, só para não parecer muito implicante e para fazer um pouco de graça, algo como “a marca invisível” ou “a marcada invisibilidade” ou, ainda, “a marcante invisibilidade do tradutor”, naturalmente denotando um valor positivo.
Published on April 22, 2019 15:25
April 11, 2019
Um guia do melhor da web literária
hoje por acaso encontrei uma linda menção ao blog:
Falando em tradução, o Não gosto de plágio vai direto ao assunto, e sem papas na língua. É um dos espaços mais corajosos da web, denunciando as picaretagens de várias editoras, como fraudes de tradução, apropriação indevida de direitos autorais e cópias. O blog é abastecido por Denise Bottmann, que atua como tradutora de inglês, francês e italiano desde 1985. aqui
Falando em tradução, o Não gosto de plágio vai direto ao assunto, e sem papas na língua. É um dos espaços mais corajosos da web, denunciando as picaretagens de várias editoras, como fraudes de tradução, apropriação indevida de direitos autorais e cópias. O blog é abastecido por Denise Bottmann, que atua como tradutora de inglês, francês e italiano desde 1985. aqui
Published on April 11, 2019 17:28
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