Cristina Torrão's Blog, page 37

January 10, 2018

O Quarto Mandamento




Honrarás Pai e Mãe.





«E se os pais tratam mal os filhos,
humilham-nos, batem-lhes, prendem-nos, obrigam-nos a fazer tarefas indignas? E
se eles nunca se dão ao trabalho de compreender os filhos e de lhes ensinar o
que quer que seja? E se nunca ligam aos filhos, lhes dão a entender que são
merda, que não contam, que só servem para atrapalhar, para os envergonhar? E se
os abandonam? E se os molestam sexualmente, ou consentem que alguém o faça? E
se passam a vida a rir-se deles e a dizerem-lhes que nunca serão nada na vida?
E se os olham com nojo? E se os olham com desprezo? E se lhes incutem
sentimentos de culpa e de vergonha por não serem aquilo que eles desejaram?
E se os castigam por se atreverem
a dizer não? E se os manipulam com falinhas mansas, para que façam apenas o que eles querem, sem lhes darem
hipóteses de desenvolverem o seu carácter, a sua vontade, a sua personalidade?
E se os desprezam, enquanto tratam outras pessoas com carinho e
simpatia? E se, em público, são pessoas agradáveis e, em casa, lhes fazem a vida negra? E se se fartam de elogiar os outros, enquanto não se cansam de pôr defeitos
nos filhos?»



In "Tu És a Única Pessoa"



Talvez Deus tivesse obtido melhores
resultados se se tivesse dirigido aos pais, em vez de aos filhos. Afinal, aqueles já cá estão antes destes, compete-lhes dar o exemplo.









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Published on January 10, 2018 02:32

January 7, 2018

Calendário 2018 da UZ (2)

«O sorriso da Starlight, que ilumina o mês de Janeiro, é discreto, prudente. O ano está apenas a começar...»













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Published on January 07, 2018 02:46

January 5, 2018

Se vires um pobre à beira de um rio...








Pais que se prezam tudo fazem para proporcionar aos filhos uma vida melhor do que a que eles tiveram. Mas incorrem facilmente no erro de os super-protegerem. Apesar de não ter filhos, calculo que não será fácil encontrar uma fronteira entre o desejo de os ver felizes e despreocupados e a obrigação de os preparar para a vida. Penso, no entanto, que, se os pais tiverem consciência de que não podem evitar que os filhos sofram desilusões ou falhanços e enfrentem desafios, apenas essa consciência já poderá ajudar. O importante é que eles, os pais, não os deixem sozinhos, nessas dificuldades, o importante é que estejam lá, quando os filhos perdem o ânimo. Porque a verdadeira ajuda não é evitar que sofram desilusões e, sim, compreendê-los nos seus desgostos e infelicidades, dar-lhes os meios de saberem lidar com as agruras da vida (porque ela traz sempre agruras).



Observo, no entanto, que muitos pais fazem tudo pelos filhos por uma questão de comodismo. É muito mais fácil dar um peixe a um pobre do que ensiná-lo a pescar, já que ensinar implica oferecer tempo, ter paciência para lhe explicar o processo, ficar a seu lado durante essa aprendizagem, apoiá-lo, aturar-lhe as primeiras tentativas desajeitadas, consolá-lo nos falhanços (e este consolo não passa por pescar por ele), às vezes, fingir o resultado (ou melhor, pescar, sim, mas sem ele dar conta) para que ele não perca a motivação, etc. Sim, é bem mais fácil, rápido e cómodo dar-lhe um peixe! Mas esse “pobre” estará novamente cheio de fome no dia seguinte, na margem do rio cheio de peixes.



Nos nossos dias, porém, há pouco peixe, o que põe os jovens numa situação absurda: gordinhos, bem tratados, com telemóveis e carros, mas, quando se vêem na necessidade de pescar, gritam e protestam: “Não sabemos e nem vale a pena aprendermos, porque não há peixes”.



Penso que a melhor solução não é acusá-los de que berram de barriga cheia. Será melhor tentar explicar-lhes que vale a pena aprender, pois os peixes, apesar de poucos, estão lá. Têm é que se dar ao trabalho de os procurar, o que não será fácil, pois estão habituados a sacar da cesta dos paizinhos. Mas lembremos sempre que a responsabilidade não é só deles!



P.S. A solução também não passa por pô-los a pescar, sem lhes ter ensinado antes.






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Published on January 05, 2018 02:51

January 4, 2018

Calendário 2018 da UZ (1)

«Os cães riem. E nenhum ri como ri o outro. Quando os cães nos mostram como riem, ficamos a saber quem são».


«O sorriso do Moulin Rouge é exactamente como o próprio, sem tirar nem pôr, um repto à brincadeira perpétua».

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Published on January 04, 2018 05:04

January 1, 2018

A Citação da Semana (128)

«Não há melhor meio de despertar a bondade de uma pessoa do que tratá-la como se ela já fosse boa».



François Rabelais




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Published on January 01, 2018 03:47

December 31, 2017

Feliz Ano Novo!

Vivemos num mundo cheio de injustiças e ódios, a que se juntam catástrofes naturais. As más notícias são diárias, o que nos deixa revoltados, deprimidos, desmotivados. Por isso, talvez seja boa ideia pensarmos igualmente naquilo que é bom e pelo qual devíamos estar agradecidos.



Este mundo pode não ser perfeito, mas é o único que temos. Urge preservá-lo. É isso que nos diz a canção Look At The World, aqui interpretada pelo Coro Gospel Lightfire, ao qual pertenço.


E é a minha mensagem de Ano Novo, desejando, a todos vocês, um excelente 2018!
















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Published on December 31, 2017 02:41

December 28, 2017

Retrocesso Civilizacional em Democracia




Agora, que o Natal já passou e nos preparamos para iniciar um novo ano, uma época que poderá servir de reflexão, publico um resumo da minha palestra do passado dia 2 de Outubro, no Rotary Clube da Feira, a convite da sua Presidente Carla Pinto:













Considera-se que, quanto mais
evoluímos, mais solidariedade e companheirismo desenvolvemos e melhor sabemos
viver em comunidade. Infelizmente, nem sempre se verifica tal e um dos nossos
grandes males, a meu ver, é a memória curta.

Verifica-se um
crescimento de partidos radicais e xenófobos, ou seja, um retrocesso
civilizacional que muitos de nós não julgavam possível. Estamos perante um
fenómeno estranho na nossa democracia: há como que um desejo de regresso a
regimes autoritários. E, o que é realmente perigoso, a palavra ditadura parece
ter perdido muito do seu verdadeiro significado.

«É o medo que nos torna
agressivos», escreve a minha personagem Helena, numa das suas cartas, no meu
romance parcialmente epistolar Tu És A
Única Pessoa
. Muitos de nós parecem ter capitulado a um medo ancestral,
nomeadamente, o medo do desconhecido. Não nego que vivemos tempos complicados,
em que o terrorismo é uma ameaça a ser encarada com toda a seriedade. Impõe-se,
porém, discernimento, que ajude a separar o trigo do joio e não nos leve a ver
um terrorista em qualquer refugiado que procure a nossa solidariedade (muitas
vezes, até nos esquecemos que muitos desses refugiados são cristãos).

O medo procura soluções radicais,
como a instauração de uma autoridade suprema, que proteja a vida daquelas que
são consideradas “pessoas de bem”. Confesso ter dificuldades com a
expressão “pessoas de bem”, altamente subjetiva e que, afinal, nada diz. Muitos
de nós parecem dispostos a prescindir de liberdade, em nome de uma segurança,
que aliás é sempre ilusória, pois não existe a segurança absoluta. E, numa
ditadura, a segurança de alguns paga-se com a insegurança de outros, cujo único
“crime” é discordar do sistema vigente.

Assusta-me que o comodismo em que
vivemos vá ao ponto de desejar uma ditadura, desejar que haja uma autoridade
suprema que nos resolva os problemas, sem nos preocuparmos com que métodos. Considero
gravíssima essa ilusão de vivermos em segurança, sem querermos saber dos
métodos aplicados, a ilusão que possibilitou o regime nazi.

Nós portugueses também já tivemos
uma experiência ditatorial. Penso que é imprescindível manter viva essa memória
e ir à procura de testemunhos que não nos deixem esquecer as barbaridades que
se cometeram em nome de uma pretensa segurança, em nome da proteção das
famílias e das tais “pessoas de bem”.





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Published on December 28, 2017 03:05

December 25, 2017

A Citação da Semana (127)

«Quem é forte, pode permitir-se falar baixo».



Theodore Roosevelt




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Published on December 25, 2017 03:44

December 21, 2017

Coleção Essencial INCM











Há seis anos, comprei, na Feira do Livro do Porto,
seis livrinhos da Coleção Essencial da INCM, a 1 € cada. Entretanto,
constatei que alguns títulos estão à disposição para descarregamento gratuito no
site do Instituto Camões , outros podem ser
comprados na Loja
Online da INCM
.




Li, finalmente, os títulos que, na altura, escolhi, pelo
que dou aqui a minha opinião sobre cada um deles.




- O essencial
sobre José Saramago
, de Maria Alzira Seixo








Foi interessante ler um livro publicado em 1987 sobre
a obra de Saramago, bem antes de ele ter ganho o Prémio Nobel. A Jangada de Pedra surgira havia pouco
tempo (1986) e já tinham sido dados à estampa outros dois grandes romances: Memorial do Convento (1982) e O Ano da Morte de Ricardo Reis (1984).



Interessante foi também conhecer o percurso e a
evolução no nosso único Nobel, que começou discreto, com poesia pouco digna de
nota e uns primeiros passos atabalhoados na ficção, ainda sem o estilo que o
haveria de caracterizar. O escritor construiu uma carreira ao longo de várias
décadas, à custa de muito esforço e perseverança, pois não se movia entre a
nata do mundo editorial português, se bem que a sua ligação ao jornalismo lhe
facilitou um pouco a vida.




- O essencial
sobre a Cultura Medieval Portuguesa (séculos XI a XIV)
, de José Mattoso




Devido à falta de espaço, este estudo é pouco, ou
nada, aprofundado. O autor limita-se a dar algumas informações, frisando a diferença
entre o «Norte cristão e rural» e o «Sul moçárabe e urbano» e traçando, em
linhas gerais «o processo de aculturação», sem esquecer, claro, que a cultura
erudita estava ligada ao meio eclesiástico. Quem pretende iniciar-se neste
tema, o livrinho pode ser útil; para quem se ocupa da Idade Média há mais de quinze
anos, nada acrescenta. Mas é sempre bom ler José Mattoso. De notar que a edição
é de 1993.




- O essencial
sobre Filosofia Política Medieval
, de Paulo Ferreira da Cunha




Há uma grande preocupação, por parte do autor, de
condensar muita informação em pouco espaço. Este volume, publicado em 2005, é
mais grosso do que os outros, o tipo de letra é mais pequeno e há longas listas
bibliográficas, para quem quiser aprofundar o tema. No seu conteúdo, o livro
não passa de uma listagem de filósofos mais influentes, começando com (Aurélio)
Agostinho (sécs. IV-V), passando pelo inevitável São Tomás de Aquino (séc.
XIII) e acabando com Guilherme de Ockham (sécs. XIII-XIV) que serviu de
inspiração a Umberto Eco para a personagem principal de O Nome da Rosa.




- O essencial
sobre o Romanceiro Tradicional
, de J. David Pinto-Correia




Uma boa base para a iniciação no Romance Tradicional,
um género narrativo-dramático popular, de tradição oral (pelo que, muitas
vezes, há várias versões para o mesmo enredo) que teve as suas origens na Baixa
Idade Média, alimentado por «episódios de antigos cantares de gesta, fragmentos
de histórias noticiosas elaboradas por jograis e sequências de intrigas
provenientes do fundo baladístico europeu». De salientar a transcrição integral
de alguns romances (edição de 1986).




- O essencial
sobre o Cancioneiro Narrativo Tradicional
, de Carlos Nogueira




Este volume, editado em 2002, dedica-se às cantigas
narrativas difundidas por cantores populares e cegos pedintes, cuja origem remonta
aos séculos XVI e XVII e que eram promotoras «das ideologias, das normas de
comportamento e dos valores religiosos basilares para a vida individual e
social». Fazer uma inventariação destas cantigas narrativas não é fácil, já que
não há registos escritos. As cantigas transcritas neste volume são resultado de
uma recolha de vários investigadores que, ao longo do século XX, visitaram
várias localidades portuguesas, a fim de ouvirem as cantigas pela voz de
populares.




- O essencial
sobre a Literatura de Cordel Portuguesa
, de Carlos Nogueira




Em conjunto com os últimos dois volumes citados, este
livro, ou será melhor dizer, o estudo da literatura de cordel, é mesmo
essencial para se entender a cultura popular e o modo de vida de gerações de
portugueses, cultura e costumes que influenciaram as mentalidades e a cultura
denominada erudita. À altura da publicação, em 2004, o autor lamentava estar
«ainda por fazer uma reflexão de conjunto sobre a literatura de cordel
portuguesa», que, «fecundado por uma óptica transdisciplinar, traria com
certeza dados surpreendentes para o esclarecimento de várias zonas sombrias ou
intocadas da nossa teoria literária ou textual, bem como do comportamento
social e da mentalidade portuguesas».

Este tipo de literatura costuma ser
menosprezado e, no entanto, «os textos que circulavam sob a forma de folheto
alcançavam um público vasto e de condição socioeconómica muito diversa»,
começando pela própria corte. Resta acrescentar que a literatura de cordel contou
com a participação de autores hoje consagrados, como Camilo Castelo Branco,
que, em 1848, publicou um folheto, que não assinou, com o curioso título (os
títulos longos não eram raros, neste tipo de publicações): Maria, Não Me Mates Que Sou Tua Mãe! Meditação sobre o espantoso crime acontecido
em Lisboa; uma filha que mata e despedaça sua mãe. - Mandado imprimir por um
mendigo, que foi lançado fora do convento, e anda pedindo esmola pelas portas.
Offerecido aos paes de famílias e àqueles que acreditam em Deus
.





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Published on December 21, 2017 03:06

December 18, 2017

A Citação da Semana (126)

«O contacto com os próprios sentimentos é condição essencial para desenvolver empatia».



Stepahnie Stahl (psicóloga alemã), no seu livro Das Kind in dir muss Heimat finden .


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Published on December 18, 2017 02:41