Cristina Torrão's Blog, page 34
May 19, 2018
Contos da Emigração (1)
«Caminhávamos como fantasmas que tinham ido longe demais e para quem não haveria regresso a uma realidade familiar».
In "A Salto", Ana Cristina Silva
Published on May 19, 2018 02:54
May 17, 2018
Memórias de Dona Teresa (4)
«Fui
para Viseu, ainda cismando com doenças e morte. Doei a vila de
Marzovelos a Dona Gouvilde, grande proprietária viseense e mui minha
amiga, que enviuvara de um importante cavaleiro vilão daquela terra.
Vivia com as filhas solteiras, todas mui devotas, e fiz a doação pela
alma de meu pai e de minha mãe. Além disso, dei-lhes instruções sobre o
seu procedimento para a redenção de minha alma e o perdão
dos meus pecados, quando chegasse a hora da minha morte. Agora, que ela
não tarda, recordo em pormenor que lhes ditei rezarem todos os dias por
mim, dar esmola aos pobres no dia de Santiago e fazer cantar todos os
domingos duas missas de defuntos».
In "Memórias de Dona Teresa"
Nota: a recriação do agradecimento de Dona Teresa a Dona Gouvilde e suas filhas foi levada a cabo pelo grupo Portucale Fidelis, a 05 de Maio de 2018, nos claustros do Museu Nacional Grão Vasco.
Published on May 17, 2018 03:37
May 14, 2018
Memórias de Dona Teresa (3)
Terá sido Portugal fundado por uma Mulher?
A pergunta que ressurge de tempos a tempos revela-se, pela força do
debate e da investigação, cada vez menos descabida. Mais do que o conde
Dom Henrique, Dona Teresa foi a preparadora do caminho que seu filho
Afonso haveria de percorrer, ao insistir em dividir a herança de seu pai
com a meia-irmã Urraca. Ainda antes de assumir o poder, Dom Afonso
Henriques intitulava-se infante por sua mãe se intitular rainha. Neste
romance, Dona Teresa, moribunda agonizante, recorda toda a sua vida, na
urgência e na clareza de quem nada tem a perder.
Em breve, nas livrarias.
Pode ser comprado online em
http://poetica-livros.com/loja/index.php?route=product%2Fproduct&product_id=471
Published on May 14, 2018 04:36
May 7, 2018
Memórias de Dona Teresa (2)
«Se não me deixais acabar a minha vida como rainha, só aceito uma derrota pelas armas!»
Desta vez, em Braga, cidade onde a "rainha" está sepultada.
Desta vez, em Braga, cidade onde a "rainha" está sepultada.
Published on May 07, 2018 11:57
May 2, 2018
Memórias de Dona Teresa
Estão todos convidados!
Sábado, 5 de Maio, às 16h00, Museu Grão Vasco em Viseu.
A apresentação do livro será precedida de reconstituição histórica do Paço de Dona Teresa no ano de 1125, pela Associação "Portucale Fidelis" (mesmo local, 15h00).
Sábado, 5 de Maio, às 16h00, Museu Grão Vasco em Viseu.
A apresentação do livro será precedida de reconstituição histórica do Paço de Dona Teresa no ano de 1125, pela Associação "Portucale Fidelis" (mesmo local, 15h00).
Published on May 02, 2018 11:36
May 1, 2018
Calendário 2018 da UZ (6)
Maio é o mês da mães e do sorriso ansioso da Tafetá, também ela mãe logo após ter sido acolhida na União Zoófila.
https://www.facebook.com/uniaozoofila/
http://www.uniaozoofila.org/
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Published on May 01, 2018 02:48
April 4, 2018
Guerreiros de Pedra
Um livro fantástico, essencial para quem se interessa
pelo mundo medieval e se quer livrar de crenças ou mitos, baseando-se em informação
honesta, segundo o conhecimento histórico atual (porque, se há uma área ainda
cheia de equívocos, é a da guerra medieval).
Este livro não é só de leitura, também de consulta,
facilitada pela maneira como está estruturado. Temos descrições de vários
castelos portugueses, como Tomar, Guimarães, Lanhoso, Almourol, Feira, Leiria,
Beja e muitos outros, descrições que nos esclarecem quanto à data da sua
construção e às mudanças que foram sendo operadas ao longo dos séculos. Um dos
erros mais comuns é, por exemplo, assumir que o castelo de
Guimarães era, ao tempo de D. Afonso Henriques, tal e qual como o vemos hoje.
Além das informações sobre os castelos e suas funções,
ficamos a saber como decorria o quotidiano da guarnição, como esta estava
organizada, como se processava a vigilância das praças-fortes, quais as táticas
de ataque e defesa, como funcionavam os cercos (tanto do ponto de vista dos
atacantes, como dos defensores), etc. Muito importante também é verificar quais
as técnicas usadas nas diversas fases medievais, pois, um outro erro grosseiro,
muito comum, é pensar que não houve evolução ao longo da Idade Média.
Numa linguagem acessível, por não ser excessivamente
académica, este é um livro de facto essencial, um livro, no qual muito sublinhei e
anotei, como se pode ver na imagem, e que folhearei e consultarei ainda muitas
vezes.
Do mesmo autor, lerei, com toda a certeza, 1147 - A Conquista de Lisboa na Rota da
Segunda Cruzada e De Ourique a
Aljubarrota.
Mas há mais…
Published on April 04, 2018 03:20
April 1, 2018
Calendário 2018 da UZ (5)
O sorriso da Cuca é de uma alegria sem limites, ao jeito de Abril.
https://www.facebook.com/uniaozoofila/
http://www.uniaozoofila.org/
BOA PÁSCOA!
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BOA PÁSCOA!
Published on April 01, 2018 02:45
March 24, 2018
Escravos
© Foto: Pixabay/SammisReachers
Quem pensa que a escravidão é coisa do passado, engana-se.
Hoje em dia, há cerca de 40 milhões de escravos no mundo! Ficamos
escandalizados, não é? Pois a verdade é que todos nós beneficiamos do trabalho escravo!
Mais irónico ainda é que um escravo nunca foi tão
barato como hoje! Convertendo os preços para valores atuais, pode dizer-se que
um escravo, no século XIX, custava algumas dezenas de milhar de euros. Ora, segundo
a Walk Free Foundation , o preço mais barato de um escravo dos nossos dias é de apenas 20 euros!
Considera-se trabalho escravo quando as pessoas
não recebem salário, são mal alimentadas, exercem o trabalho sob ameaça ou
castigos, não se podem movimentar livremente, assim como não se candidataram
livremente para o trabalho que exercem, nem aceitaram as condições a priori. A maior parte dos escravos trabalha na agricultura, na
pesca, na construção civil, ou como empregados em casas particulares (na sua
maioria, aquilo a que chamamos “criadas de servir”). As mulheres são mais suscetíveis
de cair na escravidão do que os homens, pois são elas as maiores vítimas da
exploração sexual, a que se juntam os casamentos forçados, nos quais a maior
parte delas vive em condições escravizantes.
Por mais que nos esforcemos, é quase impossível para nós,
consumidores, evitar comprar produtos que, em algum momento, dependeram de
trabalho escravo. Só para dar alguns exemplos: muitos dos camarões que
compramos são alimentados com farinha de peixe originária da Tailândia,
confecionada através de trabalho escravo; a carne de porco que consumimos pode
ter origem em animais portugueses, mas estes foram talvez alimentados com soja
brasileira, proveniente de quintas que sobrevivem à custa de trabalho indigno; os
smartphones (telemóveis) existem,
graças a minerais raros provenientes do Congo, extraídos por escravos, não só adultos, como também crianças; muitos carros contêm aço brasileiro, obtido igualmente através de trabalho escravo.
Há situações ainda mais difíceis de detetar, já que
é longa a cadeia de produção e opaca a estrutura laboral ligada a certos
serviços. Quando pensamos, por exemplo, no vestuário produzido em condições duvidosas,
estamos a considerar as trabalhadoras das fábricas têxteis asiáticas. Mas o problema
é muito mais profundo. No caso do algodão, por exemplo, começa na sua colheita
e passa pela preparação e fiação. Por isso, de pouco adianta as lojas fazerem contratos com fábricas, nas quais as trabalhadoras são respeitadas. O mesmo acontece em relação ao chá plantado e
colhido à mão na Índia.
A solução não está à vista. Os responsáveis estão bem
escondidos na densidade das estruturas comerciais do nosso mundo globalizado.
Seriam precisas mudanças estruturais a nível económico, social, cultural e
jurídico. A escravidão assenta na pobreza, no desemprego,
nas crises económicas, nos conflitos armados e nas catástrofes naturais.
Também não adianta exigir leis mais rigorosas. A
escravatura é proibida em todos os países do mundo, com a exceção da Coreia do
Norte.
Mas, afinal, o que podemos fazer? Apoiar políticos,
instituições e organizações que combatam o trabalho escravo, estar atento às
suas recomendações e iniciativas, é um bom começo.
Nota: informações obtidas no jornal católico alemão KirchenZeitung ,
edição nº 4, de 28-01-2018.
Published on March 24, 2018 04:00
March 21, 2018
Contos da Emigração
«Algumas das histórias aqui apresentadas, com uma ou outra exceção,
refletem os estragos sociais, familiares e morais causados pela
emigração: famílias que se estilhaçam, a estranheza cultural, vidas que
ficam pelo caminho, sonhos que se perdem, conquistas que se obtêm, mas,
acima de tudo, a luta ciclópica que os que emigraram sempre têm de fazer
para sobreviver num contexto difícil e desconhecido, para que a decisão
de terem deixado tudo para trás não tenha sido em vão».
Do prefácio de Paulo Pisco, Deputado pela Europa
Os Contos da Emigração - Homens que Sofrem de Sonhos, podem ser encontrados, a partir de hoje, nas livrarias.
Os autores (além de mim):
Ana Cristina Silva (Prémio Fernando Namora 2017)
Eça de Queirós
Gabriela Ruivo Trindade (Prémio LeYa 2013)
Isabel Mateus
José Rodrigues Miguéis
Luísa Coelho
Miguel Szymanski
Nuno Gomes Garcia (Finalista Prémio LeYa 2014)
Rita Sousa Uva
Published on March 21, 2018 03:31


