Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 97

August 16, 2013

corredores de hotel

Barton Fink ou Iluminado.


Corredores.


Todos viram personagens.


Por que nos dão aquele arrepio na espinha?


Porque atrás de cada porta pode estar o pior entre nós.


O pior de nós mesmos.


Apenas aguardando para sair da hibernação.


O inferno não são os outros.


 


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Published on August 16, 2013 07:22

August 15, 2013

pisou na bola, prefeito


 


Um terreno de 25 mil m² na Rua Augusta foi o colégio de freiras Des Oiseaux.


Em 1974, o prédio foi demolido para que a área fosse vendida.


Chegou a abrigar um circo, uma ‘danceteria’, o PROJETO SP e estacionamento.


Árvores da Mata Atlântica estão lá ainda- jacarandás, seringueiras e ipês nativos. Um pórtico na entrada é tombado.


 



 


A comunidade tentou. Em vão.


Vão se erguer mais duas torres na cidade sem planejamento, verde, área de lazer, que destrói sua natureza única, massacra seus rios e enterra sua essência.


Espaço em área construída não falta.


Bairros degradados poderiam ser revitalizados.


Mas tudo aquilo que poderia virar parque é entregue ao mercado imobiliário.


Desde 1996, a área é do ex-banqueiro Armando Conde, do BCN.


Com as incorporadoras Setin e Cyrela, vão ser erguidosd 2 prédios.


Vence o prazo para que a prefeitura desaproprie a área, como planejado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab. O novo prefeito, Fernando Haddad (PT), diz que não é prioridade.


Os prédios devem ocupar 18% do terreno. O restante serviria como parque, com internet gratuita e “espaço pet”, promete o dono do terreno.


E São Paulo, cidade que já foi linda e, sim, com tanto verde e cercada por rios, continua sem plano e entregue ao caos.


Pisou na bola, Prefeito.


A solução é simples: desapropriar 25 mil m2 de galpões e terrenos de bairros ao redor, como Glicério, Liberdade, Barra Funda, Bom Retiro, Luz.


E trocar por essa joia.


 

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Published on August 15, 2013 06:50

August 13, 2013

biscoito fino prejudica barriga tanquinho


 


 


Dá um nó na cabeça quando fecha uma publicação que assinamos. Nos sentimos como o cara que tenta comprar hoje uma fita cassete, VHS ou para máquina de escrever. Nos sentimos tão inúteis… Estamos por fora. Não sacamos nada, um pária social. O que queremos, já era. Sem contar que desprezam nosso dinheiro. Somos os zumbis de um mercado editorial sempre em movimento. Andamos como mortos-vivos, balançando os braços, em farrapos, enquanto um energético meio publicitário faz as contas, debate se valemos a pena ou se aquele outro nicho é mais dinâmico e lucrativo.


Quem viu o Jornal do Brasil encolher até virar site, o Pasquim, Opinião, Movimento, Em Tempo, Afinal, Jornal da República desaparecerem, a revista Bizz, ícone dos anos 1980, nascer, morrer, renascer, falecer, ressuscitar e sumir em definitivo em 2007, sentiu o baque.


 



Agora, a Bravo foi cremada.


O que me deixou inconformado, pois era das poucas revistas que eu assinava, lia de cabo a rabo, me sentia compelido a ir a exposições, peças, shows ou eventos indicados. Das poucas revistas em que colaboradores colaboravam sem discutir o cachê. E ainda se sentiam honrados pelo convite.


Na reestruturação da Editora Abril, ficaram as revistas Boa Forma, Men’s Health, Women’s Health, Estilo, Manequim, Máxima, Runners, Sou Mais Eu, Saúde, Vida Simples, Viva Mais, Você S/A.


Você S/A que curte saúde, tem estilo, se sente a máxima, é mais você, gosta de estar em boa forma, com o manequim enxuto, no capricho, porque quer viver mais, não ficou brava com a extinção da Bravo. Talvez nem tenha notado.


Biscoito faz mal, fino ou não. Vivemos o fim do biscoito fino.


O fechamento Bravo é a prova de que alimentar o cérebro não está mais entre as prioridades. A reestruturação da maior editora dá sinais de que o brasileiro quer viver mais sem se importar em saber menos. Se então a prioridade é a saúde, a vaidade em lua de mel com a longevidade, será que saber menos prolonga a vida? Ou será que o conhecimento até então considerado engrandecedor, como livros, teatro, exposições e filmes, são dispensáveis quando a sobrevida necessita de outro tipo de conhecimento, entrar em forma, ter saúde e controle do colesterol total e frações, glicemia, ferritina, albumina, TSH, T4L, creatina, ureia?


Nós, assinantes das revistas extintas, recebemos nesta semana pelo correio o COMUNICADO IMPORTANTE, assim mesmo, em caixa alta.


Como publiquei em post anterior.


“De tempos em tempos, fazemos uma análise em nosso portfólio editorial e, em algumas vezes, essa análise nos obriga a um redirecionamento”, explicou o diretor de assinaturas da Abril, Fernando Costa. “Foi uma decisão difícil, acredite, sobretudo porque ela envolve você.” Acredito. A Bravo era a menina dos olhos do publisher Roberto Civita, morto em maio.


O comunicado me deu uma linha direta 0800 para tratar do meu caso.


Eu poderia ter de volta o dinheiro correspondente às dez edições da revista ou migrar para outra. A atendente foi tão simpática, rápida e bem-humorada, que tive a vontade de passar a tarde pedindo conselhos para outros problemas da minha vida.


De primeira, me sugeriu mudar para a Veja. Segundo ela, a Bravo seria incorporada pela Veja. Nada contra a primeira publicação em que trabalhei. Mas eu estava mal intencionado. Ela me deu a lista de revistas para que eu poderia migrar. Revistas de viagem, saúde, beleza. Esperei, nada. Perguntei então encabulado se a Playboy estava neste time. Ufa, estava. Fiquei perplexo por ela não ter me oferecido o leque de revistas masculinas. Vai ver tenho a voz de um pudico conservador. Eu poderia mudar para a revista agora sob nova gestão- do Thales Guaracy, que promete reviver o tempo das grandes musas.


Mas então pensei na reação da minha mulher, da empregada, família, porteiros, hóspedes, vizinhos, do carteiro, da síndica! O fato seria comentado numa reunião de condomínio, eu poderia ser banido da área social: morador de meia-idade pervertido troca a Bravo pela Playboy, alta cultura por loiras ou morenas turbinadas, altas e mignons, em poses escandalosas e sugestivas. Vândalo condominial! Black Bloc do bloco 3.


Mudei de ideia e sugeri o dinheiro de volta, quando a atendente, de quem me arrependo de não ter pedido o telefone, para consultá-la em outras indecisões rotineiras, me sugeriu a revista Piauí. Claro, tudo a ver. O único senão: dez edições da Bravo equivaleriam a dez da Playboy, mas apenas a nove da Piauí. “A Playboy tem mulher pelada”, repliquei. “O papel da Piauí é de melhor qualidade”, justificou.


Fiquei contente em saber que nove Piauís valem dez Playboys. Nem tudo está perdido. No mais, pegará bem ter uma Piauí chegando em casa pelo correio. Minha mulher terá mais orgulho de mim. Minha empregada poderá fazer a faxina sem sustos. E para as visitas e hóspedes vai pegar bem ter uma pilha delas no canto da sala e outra no lavabo. Dependendo deles, teria de esconder a de Playboys. Mesmo revigorada.


O ex-editor da Bravo, meu amigo Armando Antenore, explicou numa carta sincera que a revista deu prejuízo desde quando passou para a Abril em 2004 (foi criada numa pequena editora, a D’Ávila): “Em termos comerciais, Bravo nunca gerou lucro – ao menos, não na Abril. A revista, embora contasse com o apoio da Lei Rouanet, operava no vermelho. Em bom português, dava prejuízo – ora de mihões, ora de milhares de reais.”


Afirmou que a revista contava com cerca de 20 mil assinantes e 8 mil compradores em bancas. No Facebook, a publicação tinha 53.600 seguidores. Perdeu leitores com o avanço das mídias digitais num ritmo menor do que outras. Era mais caro imprimi-la, por causa de formato e papel, e tinha poucos anúncios.


“Grandes anunciantes costumam demonstrar pequeno interesse por títulos dedicados à ‘alta cultura’. ‘O leitor de revistas do gênero, sendo mais crítico, tende a frear os impulsos consumistas’, explicam os publicitários, nem sempre com essas palavras”, resumiu Antenore, que diminuiu de 114 para 98 páginas, encolheu a redação, reajustou o projeto gráfico e editorial.


Em vão.


Vai fazer falta.

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Published on August 13, 2013 18:12

August 9, 2013

prejudicado é o honesto



 


Na ILUSTRADA de hoje, matéria assinada pela JULIANA GRAGNANI, alguns diretórios acadêmicos, os chamados DCEs, que representam os centros acadêmicos de universidades, criticam o monopólio da UNE na emissão de carteirinhas estudantis, a União Nacional dos Estudantes.


Diretórios acusam a UNE de apoiar o limite de 40% de meias-entradas sobre vendas de ingressos em troca da exclusividade na emissão das carteirinhas.


A presidente da UNE, Virgínia Barros, negou que a entidade defenda o monopólio.


Mas deveria defender.


É um escândalo nacional e desvio bilionário de recursos de agentes culturais a quantidade de carteirinha falsa no mercado.


E quem as emite?


Alguém é punido?


O crime de falsidade ideológica não foi cometido?


O dinheiro que deveria ir para o bolso de técnicos, atores, músicos, autores, pagar as despesas de um produto cultural, gente que dá o sangue, é desviado com o aval de entidades estudantis corruptas.


Unificar o documento seria uma forma de a sociedade controlar a emissão e falsificação.


Ter alguém sob a responsabilidade de um direito.


Enquanto diretórios de faculdades mal-intencionados emitem carteirinhas a rodo.


A nova lei – Estatuto da Juventude, sancionado esta semana pela presidente Dilma Rousseff- dita uma padronização para as carteirinhas dá “preferência” à sua emissão por parte de UNE, UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos) e outras entidades filiadas a essas, como os DCEs.


O Executivo tem seis meses para regulamentar a lei.


O documento emitido pela UNE custa R$ 20. Se em 2011 existiam 6,7 milhões de estudantes do ensino superior segundo o MEC, são R$ 134 milhões a serem faturados por uma entidade, que poderia pôr ordem nessa roubalheira.


Situação que deveria constranger as entidades estudantis, já que o prejudicado é o honesto [que paga um ingresso caro para cobrir a fraude]

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Published on August 09, 2013 08:48

August 8, 2013

machado invejava quem?


 


Afirmar que Machado tinha “inveja” de Eça de Queiroz, porque escreveu duas críticas sobre O Primo Basílio, é defender que resenhista que critica inveja.


Quem garante a inveja?


Há relatos, cartas, testemunhos?


Todos os grandes escritores da época, de Tolstoi a Flaubert, se debruçaram sobre a nova burguesia sem moral e sua grande contradição, o adultério.


Como Eça e, depois, Machado.


No mais, antes de Brás Cubas, Machado já experimentava em contos seu novo estilo.


A suspeita levantada hoje pela FOLHA é mais uma carnavalização da Crítica Literária sobre a guinada na vida do antes romântico.


Eça, como Stendhal, foram lidos por Machado.


Apontar quem mudou o seu estilo é um chute de bruxo.


Especular é a essência da crítica.


Que transfere seus sentimentos, como inveja, para escritores ligados no seu tempo e nas transformações das artes.


Machado não virar “realista” seria como Van Gogh desprezar as experiências iluministas.


 

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Published on August 08, 2013 08:46

August 7, 2013

no seu silêncio, entendo tudo o que quer dizer


 


Por que quando vamos dormir, sonho estar acordado para te ter?


Por que quando está escuro, eu sei com que olhar você me vê?


Por que no seu silêncio, entendo tudo o que quer dizer?


Por que o seu corpo não se apaga na escuridão?


Por que a noite tem mais sons que qualquer dia?


Por que quando você vai, leva tudo, me esvazia demais?


Por que não fica e vive comigo por toda a vida?

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Published on August 07, 2013 08:31

August 6, 2013

August 5, 2013

paisagem: arte

Quem não tem praia nem montanha, tem parede grafitada


A arte de rua assada


 



 


A Avenida Sumaré de São Paulo tinha sido inaugurada há pouco.


Era um cenário futurista, idealizado para abrir rotas de fugas, desentupir artérias. Passava por baixo do metrô, invertendo a dependência. Andar de carro por ela virou uma atração. Ver seus grafites, também.


Numa tarde, vi o próprio Keith Harring com Vallauri grafitando na pilastra do viaduto do metrô. Ao lado, morava Nick Cave.


O que eles buscavam?


Muito mais do que desenhos que provocam a discussão do sentido da arte proposto por Duchamp, depois Warhol, Lichtenstein, Pop Art e Basquiat. Tiravam a arte do universo elitista e fechado dos museus e galerias. Interagiam com a poluição visual e o caos urbano.


Arte era parte da cidade.


 





 


Warhol e Vallauri, que morreram no mesmo ano (1987), estão agora juntos no Museu de Arte Moderna, ao lado da Bienal, em que Vallauri foi monitor em 1969, museu onde ele fez sua primeira exposição individual, em 1970, aos 21 anos de idade. São 170 obras em técnicas e suportes variados selecionadas pelo curador João Spinelli, amigo e colega de faculdade de Artes Plásticas [FAAP] de Vallauri


“Rendam-se terráqueos” era a pichação que no final dos anos 1970 abriu caminho para a livre expressão em tempos difíceis e provocar inquietude numa classe média urbana acomodada em expansão, que andava obcecada por um ideal: o consumo.


Vallauri grafitou com fôrmas de placas de PVC ranhuras do delírio entre o real e a fantasia. Televisores, botas, bidês [olha a influência...], secadores de cabelo, pichado nos muros, passaram a fazer parte do mobiliário urbano kitsch e da nossa rotina: um aparte no corre-corre, uma distração que emitia mensagens.


Vieram esqueletos, telefones, luvas e figuras dos quadrinhos, como Mandrake, além de cantores pop como Freddie Mercury e Madonna.


Arte estava ao lado do povo, como lixeiras, orelhões e pontos de ônibus.


Até a “a rainha do frango assado”, em colunas gregas, colorida, divertida, surgir para oferecer carne sem sabor aos olhos, como uma dura lição lúdica da falta de funcionalidade da arte.


Sua arte também militava. Era ditadura no Brasil. Suas araras apareceram em prol das Diretas Já. As pintas de onça, a textura sensual do brega, surgiram para negar a imposição do gosto e estética burguesa; Jardins era o bairro em que ele mais grafitava.


Fugaz como uma cidade que é demolida e reconstruída periodicamente, as intervenções também se foram.


As placas de PVC cortadas no formato do desenho, a “Panterete”, o “Caranguejo” e um “Coração”, são o que restaram, além de gravuras.


 



 


[publicado na falecida Bravo]


 

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Published on August 05, 2013 16:59

August 2, 2013

o que seria de nós sem as promessas?


 


Os egípcios observaram a repetição dos fenômenos naturais, o ciclo da Lua e do Sol, e inventaram um calendário, não apenas para a agricultura -determinar as datas para o plantio e a colheita.


Inventaram também para as egípcias saberem o dia ideal para cortar os cabelos, lerem o horóscopo às manhãs e, sobretudo, fazerem previsões nas festas de Réveillon que embalavam as margens do Rio Nilo e, para os VIPs, as pirâmides.


Pensando nisso, imagino qual teria sido o desejo de Cleópatra no Réveillon de 42 a.C., antes de pular as sete ondas na orla de Alexandria?


“Eu, filha de Ptolomeu XII, prometo parar de dar em cima desse gostoso do Marco Antônio. Os romanos só me dão dor de cabeça.”


Claro que Marco Antônio, no Réveillon do ano anterior, depois de se deitar com três romanas e quatro legionários bem gatos, prometeu:


“Neste ano, vou ao Egito descobrir por que César voltava de lá sorridente e falante.”


Milhares de anos antes, a previsão do Faraó Quéops, vestido de branco, fumando charuto e molhando os pés no Nilo, todos conhecem: “Prometo, depois da meia-noite, começar a maior pirâmide de todas, custe o que custar.”


Promessas nunca serão 100% satisfeitas.


Quer provas?


Na Grécia Antiga, seres mitológicos também tinham as suas promessas de ano novo.


Hércules: “Começarei a fazer os 12 trabalhos, nada de preguiça. Preciso apenas acordar mais cedo.”


Prometeu Acorrentado: “Ano que vem, juro que vou arrebentar estas correntes. Não aquento mais estes pássaros me bicando a barriga.”


Sísifo: “Deu meia-noite. Prometo levantar esta pedra até o topo e arrumar um calço nela, para ela não rolar novamente.”


Helena de Tróia: “Vou cuidar da pele, malhar bastante, deixar o cabelo crescer, ficar bem gata. Quero ser a mais bela de todas. É a chance de um troiano me tirar do tédio que é o meu casamento…”


Não se preocupe em pagar um micão e prometer aquilo que você não pode cumprir.


Na história da humanidade, a maioria das promessas não se concretiza.


Ora, vai dizer que você não sabia que o Paul McCartney jurou tratar melhor aquela japonesinha mala e calada, que não saía do lado do John, pelo bem do rock inglês, e que Mick Jagger prometeu andar sempre com um envelope de camisinhas no bolso?


Muitas promessas não se realizam. Mas o que seria de nós sem elas?


Promessa não necessariamente deve ser cumprida.


Deve sim ser prometida.


 


[trechos desse texto foram publicadas na recém-falecida Revista Gloss]

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Published on August 02, 2013 08:14

August 1, 2013

casal precisa se comunicar na cama


 


“Amor…”


“Oi?”


“Fala comigo.”


“Fala…”


“Amorzinho?”


“Quê?”


“Presta a atenção.”


“Tô prestando.”


“Amor, para de ler.”


“Agora?”


“Conversa comigo.”


“Mas é que estou embalado.”


“Só um pouquinho.”


“Bem no meio…”


“Toda a vez é a mesma coisa.”


“O que foi?”


“Quando eu quero conversar, você começa a ler.”


“Não é o contrário, quando começo a ler, você quer conversar?”


“Chega! Agora tô mandando. Conversa comigo.”


“Tá, tá… Então, sobre o que você quer conversar?”


Fecha o livro e espera. Então:


“O que você está lendo?”


 


+++


 


Já este casal passa o dia na cama e se comunica por câmeras.


Reestreia amanhã:


 


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Published on August 01, 2013 08:04

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Marcelo Rubens Paiva
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