Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 98

July 30, 2013

garotinho de novo?!


 


 


Não se sabe se os agradecimentos devem ir aos vândalos, ao Black Bloc ou à eficiência questionável da PMRJ.


Política horizontal, sem programa, ideologia e liderança, é uma nova forma de fazer política, e por dar nisso: o grande beneficiário dos protestos contra o governador SERGIO CABRAL é…. GAROTINHO!


Pesquisa Vox Populi encomendada pelo PT para conhecer a posição dos cariocas sobre os pré-candidatos ao governo do Rio de Janeiro, revelou que a maioria prefere Anthony Garotinho para assumir o cargo de Sérgio Cabral.


 


Garotinho (PR) vem em primeiro, com 24% de votos favoráveis.
Lindbergh Farias (PT), em segundo, tem 21,2%.
Cesar Maia (DEM), 11,4%.
O atual vice-governador do Rio, Pezão (PMDB), aparece com 8,8% dos votos.

Segundo Sidney Rezende:


“De acordo com o presidente do diretório do PT-RJ, Jorge Florêncio, a liderança de Garotinho é natural, já que foi governador e é muito popular. Sobre a vice-liderança de Lindbergh, Florêncio disse que o partido está confiante e o número é positivo, já que o candidato ainda nem entrou em campanha.”

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Published on July 30, 2013 11:46

July 28, 2013

repensar o carro


 


Quem não se lembra do primeiro carro?


Eu me lembro: um Corcel II vermelho usado, que comprei com meu primeiro dinheiro.


Me lembro do segundo, um Voyage branco usado, do terceiro, uma Parati grafite usada.


Depois veio uma Caravan cinza usada, o primeiro com ar condicionado.


Me lembro com mais facilidade dos carros que tive do que das casas em que morei, lista que precisa de silêncio e concentração para ser elaborada.


Dos endereços, não me lembro da maioria.


Cada carro tem uma história própria, como um ser vivo que vem com um comportamento genético programado. Tem defeitos recorrentes, humores, personalidade. Pode ser rápido, abusivo, confiável ou surpreendente. Bebe muito ou pouco, é competitivo ou não, responde rápido como um corcel, ou é lento como um leão marinho na praia.


Viveu aventuras conosco: deu caronas, fez viagens, nos fez companhia, nos salvou à noites, viu os primeiros beijos e outros agarros. Dialogamos com ele na solidão, pedimos conselhos para o seu painel, às vezes descontamos alguma frustração nele, ouvimos músicas que marcaram, gols que comemoramos, notícias que chocaram. Viu nascer e morrer paixões. Nos testemunhou na euforia, na dor, no gozo. Nos levou a casamentos, batizados e velórios. A lugares fascinantes. Vimos paisagens através do para-brisa e nos despedimos já com saudades pelo retrovisor, deixando para trás alguma história de amor. Já bateram sua porta com raiva. Já entraram nele eufóricos. Já nos apertamos de um jeito que não caberia uma mosca. Já dormimos nele. Já comemos nele. E, se alguém contabilizar, descobrirá que passou parte da vida num.


Hoje, ele é o vilão.


Não podemos tocá-lo quando estamos altos. Nem quando demos só aquela prova. Não se encontram vagas nas ruas para guardá-lo. Ele retém impostos. Precisa de inspeção anual. Precisa de seguro contra roubo, enchente, terceiros. Ele pode ser riscado, porrado. Ele polui. Na imprudência, ele desgraça com a vida de alguém, com a família de alguém. Tem que pagar para rodá-lo numa estrada. Precisa de lavagem e polimento, por causa da sujeira do mundo. De calibragem, extintor no prazo de validade, palhetas, recarga, troca de óleo e filtros, água no radiador.


Rohit Jaggi, colunista de carros do Financial Times, escreveu em junho que pagamos caro por fomentarmos o crescimento de zero para um bilhão da “população de carros” em pouco mais de um século. Carro que faz parte da paisagem, mudou a infraestrutura do campo e da cidade, é ainda vendido como “a máquina de liberdade”, mas em muitos lugares se transformou numa jaula imóvel por causa do trânsito, sem contar que virou o inimigo número um do meio ambiente.


Muita gente planeja viver sem ele; a página Como Viver em SP Sem Carro tem já 50 mil seguidores no Face:


https://www.facebook.com/ComoViverEmSaoPauloSemCarro


Se a China é atualmente onde se compra mais carros, e no Brasil a indústria ainda é o motor de uma economia que, por enquanto, mantém um índice de desemprego relativamente baixo, Detroit, a cidade do carro nos EUA, entrou em concordata.


Muitos jovens de países desenvolvidos perdem o interesse em aprender a dirigir, tendência que preocupa a indústria. A BMW, por exemplo, bolou uma versão de carro compartilhado, inspirando-se no sucesso do Zipcar, alternativa para o sistema de aluguel de carros, de que você fica sócio. É um “car club” que já existe em Atlanta, Boston, Chicago, Londres, Los Angeles, Nova York, Filadélfia, San Francisco, Seattle, Toronto, Vancouver, Washington, entre outras, e em muitas universidades: o associado pega o carro emprestado e devolve em zonas demarcadas; como já acontecem em bicicletários:


http://www.zipcar.com/


Tenho três sobrinhos franceses em idade para dirigir. Nenhum tirou carta de motorista (ou carteira, como dizem em outros estados). Se fossem americanos, tirariam suas “driver licenses” com 16 anos, que é considerada o documento de identificação oficial do país.


A cultura do carro envelheceu.


E uma coisa é certa: do jeito que as coisas não andam, o amor acabará, e a separação será litigiosa.


A cultura do carro para um jovem parisiense faz tanto sentido quanto a cultura da bicicleta para um jovem esquimó. Meus sobrinhos não movem uma palha para aprender a dirigir.


Pra quê?


Vivem na cidade em que corre um dos mais extensos transportes subterrâneos. Vivem num país ligado por trens “à grand vitesse” (TGV). Sem contar as inúmeras companhias de aviação “low-fare”, tarifa baixa, que não têm lugar marcado, serviço de bordo e cujas comissárias fazem shows nos corredores, como num farol de rua brasileira, para vender produtos isentos de impostos a 30 mil pés.


Uma pesquisa da ADEME (Agence de l’Environnement et de la Maîtrise de l’Energie), de Paris, mostra que 10% dos carros que rodam pelas ruas da cidade estão em busca de uma vaga para estacionar. O mesmo acontece em Nova York, cidade bem servida de metrô e trem, com ônibus 24 horas e cujo táxi é barato. Quando se acha uma vaga, nunca mais se tira o carro de lá- piada recorrente do seriado Seinfeld.


Antes da guerra, o Brasil seguia o padrão Europeu. Havia uma malha ferroviária considerável. Prédios antigos nem tinham garagens para carros. Menos antigos tinham apenas uma vaga. A implantação da indústria automobilística nacional começou na era JK. Mais precisamente com a criação do Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Decreto 39.412 de 1956), que aprovou 12 fábricas de caminhões, ônibus, utilitários e automóveis, como FNM, Ford, GM, Mercedes, Scania, Simca, Toyota, Vemag, Volkswagen, Willys. No feriado da Proclamação da República de 1957, foi para as ruas o primeiro carro fabricado no Brasil (motor dois tempos, três cilindros, com tração dianteira e 40 CV), a perua DKW.


Foi o primeiro carro da minha mãe.


Que me trouxe da maternidade.


Foi o começo da minha história.


 


+++


 


CARROS NACIONAIS [fonte: http://www.carroantigo.com/portugues/conteudo/curio_hist_carro_brasileiro.htm]:



1956 – Romi-Isetta


1956 – Perua DKW-Vemag


1957 – Kombi – Volkswagen


1957 – Ford F-100 – Ford


1957 – Jeep Willys


1958 – Chevrolet Brasil 3100 – Chevrolet


1958 – Rural Willys


1959 – Fusca – Volkswagen


1959 – Simca Chambord


1960 – Aero Willys


1960 – FNM 2000 JK


1961 – Willys Interlagos


1962 – Karmann Ghia – Volkswagen


1962 – Renault-Willys Gordini


1964 – Chevrolet Veraneio – Chevrolet Pick Up


1964 – GT Malzoni – Lumimari/Puma


1965 – Brasinca GT 4200 Uirapuru


1966 – Puma GT – Puma


1966 – Willys Itamaraty


1967 – Galaxie – Ford


1968 – Corcel – Ford


1968 – Opala – Chevrolet


1969 – VW 1600, Variant, TL – Volkswagen


1969 – Dodge Dart


1969 – Puma GT4R – Puma


1970 – Belina – Ford


1970 – Puma GTE – Puma


1971 – Puma GTS – Puma


1971 – Dodge Charger


1972 – SP1 – SP2 – Volkswagen


1973 – Chevette – Chevrolet


1973 – Maverick (automóvel) – Ford


1974 – Brasília – Volkswagen


1974 – Passat – Volkswagen


1975 – Chevrolet Caravan – Chevrolet


1976 – 147 L – Fiat


1977 – 147 Pick-up – Fiat


1977 – Miúra


1978 – 147 Rallye – Fiat


1979 – Chrysler-Dodge Magnum e Le Baron


1979 – 147 Álcool – Fiat


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Published on July 28, 2013 15:32

July 26, 2013

os marcelos

Adoro estes Marcelos.


Intrépidos:


 




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Published on July 26, 2013 18:59

July 25, 2013

americano não sabe perder

 



 


“Perdemos para isso?”


Foi a capa de ontem da edição do jornal americano “Chicago Sun-Times”.


A foto parece ser do quebra quebra do dia 17 no Leblon.


A cidade de Chicago também disputou, com empenho de Obama, o direito de sediar a Olimpíada de 2016.


O Comitê Olímpico Internacional (COI) decidiu em 2009 entregar ao Rio. 


O colunista do jornal, Neil Steinberg, escreveu um texto se dirigindo ao COI, perguntando se a entidade se arrependeu da escolha.


Reproduz um sentimento que muitos conhecem: americano não sabe perder.


 

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Published on July 25, 2013 12:54

July 24, 2013

o agente infiltrado

Foram identificados.


 



 


Foram fotografados.


 



 


Foram filmados.


 


https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=7kkgK9eY7Lo#at=64


 


E filmados


 


http://www.youtube.com/watch?v=Bn1zpTvaWJ0


 


Segundo nota oficial:


 


Esclarecimentos quanto ao emprego de Agentes de Inteligência (P-2) nas manifestações.


A POLÍCIA MILITAR INFORMA:


1- No conflito da noite de segunda-feira (22/07), a PM prendeu em flagrante Bruno Ferreira, sob acusação de ter atirado o coquetel molotov que deixou dois policiais com queimaduras no corpo. Bruno foi solto pela Justiça na noite desta terça-feira por falta de materialidade.


2- Em nenhum momento a PM negou que a Inteligência tivesse agentes acompanhando a manifestação, com o objetivo de obter informações e prever movimentos. Estas informações são importantes para as decisões de comando.


3- Estes agentes de inteligência trabalham apenas com a observação. Imaginar que um policial vá atirar um coquetel molotov em colegas de profissão, colocando suas vidas em risco, é algo que ultrapassa os limites do bom-senso e revela uma trama sórdida para justificar a violência criminosa desses vândalos.


 


Quer a PMRJ ajudar a instabilidade do Governo carioca, tumultuar a visita do papa, cumprir seu dever?


Os agentes infiltrados não ajudaram em nada no quebra-quebra da manifestação do dia 17/06 na ALERJ.


Muitos os acusam de ter promovido a quebradeira.


Mas continuam infiltrados, atuantes, a despeito das instituições democráticas.


O comportamento esdrúxulo desses cadetes não se justifica.


Proteger e servir.


Quanta tinta será gasta para reafirmar que o Brasil precisa de outra polícia, não essa?


 


 

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Published on July 24, 2013 08:56

July 22, 2013

imagem nem sempre é tudo

Quando o design e a utilidade não se conheciam.


Você investiria neste negócio?


Não é o instrumento de trabalho de um sapateiro.


É o primeiro computador pessoal da Apple.


 


 

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Published on July 22, 2013 09:22

diretor da globo faz intervenções

Sexta-feira fará 50 anos que a primeira novela produzida no Brasil, 2-5499 OCUPADO, foi exibida. Pela TV Excelcior.


No elenco, o casal símbolo do gênero, Tarcísio Meira e Glória Meneses, atores do teatro paulistano.


O gênero pegou.


Alguns diretores, como Dennis Carvalho e Wolf Maia, gostam de atuar nas próprias novelas.


Outros escalam parentes, filhos ou cônjuges.


MAURO MENDONÇA FILHO, diretor de teatro, da novela das 9, AMOR À VIDA, e ganhador do EMMY, inovou.


Faz intervenções inusitadas no seu próprio set. E postou no FACE.


A brincadeira começou, pelo visto, em o ASTRO, remake da novela que passou em formato série às 11, que dirigiu, continuou por GABRIELA.


Aparece com Juliana Paes, Marco Ricca e a diva Regina Duarte.


Aguardamos o que virá por aí.


Será que rolou entre as pedras de Machu Picchu?


 





 


 

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Published on July 22, 2013 07:11

July 20, 2013

opção juvenil

cartaz de cabaret berlinense de 1921


 


Tem jovem que vai pra conhecer cafés da Holanda, cabarés de Berlim, clubs de Londres, casas de blues de Chicago.


A salsa de Havanas e o mojito de Havana Velha.


Baladas em Moscou, Ibiza, Paris.


A noite da Cidade Alta de Lisboa.


A noite sem hora pra acabar de Barcelona.


E tem jovem que vem rezar com o papa.

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Published on July 20, 2013 13:05

July 19, 2013

a colegial

 


 


Era uma aula de Geografia.


Acidentes geográficos. Picos e morros, enseadas, restingas e placas, como os continentes se separaram, juntaram-se, comem-se, atropelam-se, terremotos e vulcões. Ela tinha muito sono. Estava no canto da sala, na primeira fileira, a voz da professora só piorava. Ela dormira tarde. Ela andava com insônia, e vinha depois o preço, o sono. Ela andava atormentada por um namoro fixo, muito nova, ainda. Ele era ciumento, daqueles, não a deixava olhar para os lados, conversar com outros, ter amigos. Ela andava com insônia, porque não sabia se a vida era assim, ou se mudava de.


Encostou a cabeça na janela, olhou o jardim do pátio regado, fechou os olhos. Placas tectônicas. Cruzou as pernas. Imaginou sozinha na sala. A porta aberta. E entraria alguém. Se deu conta, estava já molhada. A vista do jardim sumiu, a voz da professora se apagou. Ela sente tesão por algo que não sabe o quê, apenas isso, sozinha na sala, e entra alguém. O tesão aumenta, ela aperta as pernas, não emite um “a”, só pensa nisso, como assim, de repente, do nada?


Tesão, tesão, tesão…


Até esmagar uma perna na outra, vibrar com espasmos todo quadril, as cochas, as unhas cravadas na pele, como se tentasse impedir, não ali, não naquele instante, instante quer parece não acabar nunca, que não devia terminar, que dá sentido a tantas coisas e não faz sentido vir do nada, como uma rebelião das células, dos pensamentos secretos, segurando a bandeira do desejo, que vence a razão, a revolta do tesão hibernado. Como um terremoto que anuncia uma erupção, arrancando a paz de um campo em harmonia. Jorra larva que escorre, aquece. Magma.


Gozou. Sem ninguém perceber. Depois de minutos. Pelo jeito, ficou para sempre.


Isso aconteceu anos atrás. Ela nunca mais viu o namorado ciumento. Ela me contou com um ar superior:


“Vocês homens não conseguem gozar sem se tocar.”


Não. Acho que não.

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Published on July 19, 2013 08:07

July 17, 2013

tédio é uma arte

A  internet revelou ao mundo um passatempo para ocupar o tempo.


O de fabricar ilusões.


Como no mito da caverna de Platão.


A diferença é que as sombras projetadas nas paredes das cavernas por fogueiras ganharam um aliado que esbanja criatividade.


Os programas de fotomontagem.


Que delícia que é a falta do que fazer…


 





 


 

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Published on July 17, 2013 17:18

Marcelo Rubens Paiva's Blog

Marcelo Rubens Paiva
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