Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 95
September 19, 2013
publicidade e as mulheres subjugadas
Nós que as amamos tanto.
Mas também maltratamos.
DON DRAPER, o publicitário criado pelos roteiristas de MADMEN, tinha em quem se inspirar.
A publicidade não disfarça: já viu a mulher como um ser inferior.
Em anúncios que, hoje em dia, soam absurdos. E burros.
E não faz muito tempo.
Como já subjugaram nossas musas…
Que deveriam ser tratadas, por seus maridos, de outro jeito.
Para se ver que o mundo muda.
Ainda bem.
“Cedo ou tarde, sua mulher vai dirigir de volta pra casa. Uma das melhores razões para se ter um Fusca.”
“Deixe ela onde ela pertence.”
“É ousada, é audaciosa, é a que dá um visual corajoso às camisas.”
“É bom ter uma gata em casa.”
“Se seu marido souber que você não está usando café fresco…”
“O chefe faz tudo menos cozinhar – é para isso que as esposas existem.”
September 18, 2013
o filme brasileiro que vai chacoalhar o mercado
Vem aí o filme brasileiro do ano, AMAZÔNIA, dos irmãos Gullane.
Encerrou o Festival de Veneza e causou um frisson.
Será daquelas produções brasileiras com megassucesso aqui e lá fora, aposta o mercado.
Coprodução da Gedeon Programes, France 2 Cinema e Imovision, em associação com Canal +, o filme de Thierry Ragobert tem roteiro de Luiz Bolognesi [BICHO DE 7 CABEÇAS], Johanne Bernard, Louis-Paul Desanges e Luc Marescottem.
Tem fotografia de Araquém Alcântara, das maiores autoridades sobre a floresta: http://www.araquem.com.br/
E dois diálogos:
“Tchau macaquinho.” – no começo do filme.
“Olha, um macaquinho.” - no final.
Não é animação. Foi filmado em 3D, durante 3 anos.
Um macaco prego de estimação, KONG, com um colar vermelho, é embarcado num avião que cai sobre a Amazônia. É o único sobrevivente.
Enfrentará cobra, águia, onça, e terá de aprender a conviver com outros macacos.
Através dele, com imagens reais, serão desvendados os mistérios da fauna e da flora, num dos maiores registros documentais sobre a Floresta Amazônica. Ao final, o dilema entre a selva e a civilização.
Abrirá o do Rio de Janeiro agora no final do mês.
Se prepare.
Escreveu um dos produtores, Caio Gullane:
Há mais de vinte anos, fui convidado por um amigo de infância para subir o PICO DA NEBLINA… perguntei onde ficava isso e ele disse que não sabia direito, mas sabia que era o pico mais alto do BRASIL, ou um dos mais. Fiquei, claro, muito animado e motivado. Desde o começo de nossa adolescência gostávamos de viajar entre amigos pra lugares naturalmente maravilhosos.
Naquele tempo, cheguei a conhecer diversos parques nacionais, cachoeiras, rios, praias, cavernas, montanhas … uma intensa faculdade da vida – corporal, mental, sentimental e, por que não, espiritual.
Com esse “Curriculum” todo, resolvi de bate pronto aceitar a proposta e, na mesma hora, disse ao meu grande amigo:
- VAMOS!!! quando? quanto gasta? com quem? quanto tempo? COMO?
Juntos, fomos criando as respostas pra transformar em realidade a ideia de subir o PICO DA NEBLINA. Acabei convidando também o Fabiano, meu irmão e sócio, que aceitou o desafio. Fomos os três.
Foram então dois meses de viagem na Amazônia:
- 2 dias pra chegar em Manaus, entre ônibus e carona de avião;
- 2 dias em MANAUS, onde conquistamos o apoio para a viagem com o Ibama já que, naquele tempo, só garimpeiro e exército subia até o topo;
- 6 dias subindo o RIO NEGRO dentro do ASA BRANCA (um finado barco de passageiros e carga);
- 1 dia de passagem por São Gabriel em carona de caminhão com exército até o Igarape (rio pequeno);
- 4 dias no Tucano subindo de voadeira (pequeno barco de alumínio);
- 22 dias andando com minha casa/mochila nas costas (com comida, rede e lona) pra subir e descer aquela maravilhosa Floresta. Nem no Horto Florestal de SP eu vi tanta orquídia como naquela trilha! Subimos até o cume do pico, onde assinamos o livro que fica embaixo da bandeirinha do exército;
- 2 dias de descanso em São Gabriel para sarar de uma febrinha corriqueira (talvez uma malária fraquinha);
- 4 dias na região do RIO SOLIMÕES (fomos de avião);
- 8 dias descendo o rio AMAZONAS até Belém, com direito a diversas paradas (Parantins, vilarejos e tal);
- 4 dias na região de BELÉM com direito a ALGUDOAL, uma praia próxima a Belém, paradisiaca;
- 4 horas de Avião para a PAULICEIA DESVAIRADA
E não é que deu tudo certo???
Se eu não me engano, o monte Roraima é o pico mais alto do Brasil, mas pra mim quando meu amigo falou “vamos escalar o Neblina? - é o pico mais alto do BRASIL!”, ali nascia um desejo gigante e desafiador… tanto faz se na régua é o primeiro ou segundo pico mais alto.
Alguns anos atrás, nasceu outro desejo e desafio: o de fazer um grande filme sobre a Amazônia. E pensamos: quando? quanto gasta? com quem? quanto tempo? COMO?
A saída foi juntar Franceses e Brasileiros para apresentar a Amazônia de dentro, com seus grandes e minúsculos animais, rios, árvores, cahoeiras, montanhas e algumas surpresas também…
Trata-se da filmagem que acabamos de iniciar, nosso projeto AMAZôNIA – PLANETA VERDE, uma coprodução com a França para a realização de um longa-metragem em 3D em que percorreremos a Amazônia pelo ponto de vista de um Macaco.
Foi uma verdadeira caminhada até aqui. Roteiro, financiamento, estratégia 1,2,3,4 … operação-preparação e, agora, filmagem. Está indo bem e aprendi a pensar: Vai dar tudo Certo!
São mais de 100 pessoas, 7 câmeras, 40 veículos etc e tal… e o importante é ver e ouvir a natureza. Acho que será um belo filme que vai proporcionar boas sensações em 3D para toda a família.
Anos depois, de volta à Amazônia
Muito bom deixar nascer os desejos e desafios…
Selva!
+++
E vem aí, com roteiro do meu parceiro LUSA SILVESTRE, a incrível história do roubo da Jules Rimet.
Esperem até ano que vem. Prodigo Filmes, direção do Caito Ortiz
September 16, 2013
o bom cinema argentino
Tem gente que diz que um filme argentino ruim é melhor do que um bom filme brasileiro?
Como tem aqueles que acham que a qualidade do roteiro é o que nos distancia.
Que, pela grande tradição literária, eles são capazes de contar uma história com mais inteligência, repertório e sutileza. Aliás, sutileza é uma das armas da inteligência nas artes.
LAS ACACIAS é um filme que você assiste, chora, se emociona e diz: realmente, os argentinos são superiores.
É a história mais simples do Cone Sul: caminhoneiro de madeira solitário dá carona a uma amiga de um amigo, do Paraguai a Buenos Aires, que traz, sem ele saber, um bebê.
O roteiro talvez não tenha mais do que 20 páginas, quando o normal é de 90 e 120, já que pouquíssimas frases são pronunciadas.
Os planos são longos. Por minutos, não se diz nada.
Não tem trilha, efeito, edição ágil, truques, pós-produção.
Mas carrega uma densidade dramática que prende a atenção do começo ao fim.
Em parte culpa do elenco incrível; inclusive do magnetismo do bebê. Em parte porque o que está por trás, sem ser dito, move a ação.
Mas alguns nos alertam que o que vem é o BOM filme argentino, filtrado pela ciência do gosto apurado do exigente cinéfilo brasileiro, aquele que vai ver cinema argentino.
Talvez o filme argentino ruim não atravesse a Ponte da Amizade.
Mas LAS ACACIAS é daquelas joias que aparecem no cinema e merecem aplauso.
E inveja de Los Hermanos.
Quer saber, temos bons filmes também e outras qualidades.
E se nos unirmos, como o Bracelona fez com MESSI e NEYMAR, podem sair golaços.
O que, aliás, já está rolando, como em A SORTE EM SUAS MÃOS, filme argentino de Daniel Burman, co-produzido pelos irmão GULLANE, produtores brasileiros [CARANDIRU, BICHO DE 7 CABEÇAS].
Os dois mercados saem ganhando.
September 12, 2013
esqueça o amor, vem aí ninfomaníaca
“Forget about love” [esqueça o amor].
Vem aí NYNPH()MANIAC.
É o slogan de lançamento do filme NINFOMANÍACA.
“Em uma noite fria de inverno, Seligman, um homem solteiro, encontra Joe semi-inconsciente e jogada em um beco. Depois de levá-la para o seu apartamento, ele percebe suas feridas e tenta entender o que pode ter acontecido com ela. Depois de acordar, Joe passa a contar toda a história de sua vida.”
Joe é a divina Charlotte Gainsbourg, que desde a infância até os 50 anos é viciada em sexo.
Assim é o release de NINFOMANÍACA, do diretor dinamarquês Lars von Trier [Os Idiotas, Dog Ville, Anticristo, Melancolia].
Que solta aos poucos trechos no site: http://www.nymphomaniacthemovie.com/
Resultado: 5 horas de duração divididas em duas partes; oito capítulos com técnicas diferentes; há um capítulo inteiro filmado com a câmera parada
O roteiro de 268 páginas, quando em média um roteiro tem 90 páginas.
Foram 11 semanas de filmagens e 100 horas cortadas do material bruto.
No elenco ainda tem Uma Thurman, Willem Dafoe, que já trabalhou com o diretor em Antiocristo, Shia LaBeouf, Stellan Skarsgard e Christian Slater.
Ansioso? Não tem data prevista para estreia.
September 10, 2013
grandes mentiras da humanidade
Hoje será ontem.
Ontem já foi amanhã.
Amanhã se tornará hoje e depois ontem.
São verdades imutáveis. Elas existem. Como a que o Sol nascerá todas as manhãs nos próximos oito bilhões de anos. No entanto, uma verdade hoje pode ter sido uma mentira ontem e vice-versa. Pode ter sido uma mentira resgatada. A não ser que se prove o contrário (sob intenso bombardeio).
Como: “A inteligência detectou grande depósito de armas de destruição em massa.”
A capacidade de mentir é eterna. A necessidade de mentir é inerente à espécie. É darwinista; aquele que só falou a verdade é um fóssil extinto há milênios.
Na infância, é que começamos.
O urro que acorda o quarteirão pode ser por uma mamada, cólica, balanço ou absolutamente nada! Urramos para mantermos nossos pais e toda a tribo em alerta, pois nascemos e sabemos que precisamos sobreviver.
Começamos a falar, começamos a mentir:
“Não fui eu.”
“Ele que começou.”
“Não fiz nada.”
“Não peguei.”
“Não quero!”
“Também quero.”
Mentiras sobrevivem ao ontem, que já foi amanhã. Mentiras universais, provincianas, inocentes e nem tanto. Algumas saem de moda, como ombreira, bobs, laquê e a Teoria do Dominó, que vislumbrou muitos Vietnãs em todos os continentes. Porém, a grande maioria delas é atemporal:
“Não vai doer nada.”
“A Justiça é cega.”
“Eu só cumpro ordens.”
“Sei guardar segredos.”
“Saiu para comprar cigarros e não voltou.”
“Quando se casar, sara.”
“Setenta virgens no paraíso só para você, se vestir este colete e apertar o botão.”
“Em ponto.”
“Fiquei preso no trânsito.”
“Dá água com açúcar, que passa.”
“O que não mata, engorda.”
O brasileiro é um mentiroso costumaz. Desde a nossa origem, em que se disse que estavam a caminho das Índias, encontraram terra à vista por acaso, e que em se plantando tudo dá (uvas selecionadas para um bom tinto, como carménère, só dão no vizinho), a mentira esteve entre nós:
“Se é para o bem da Nação, diga ao povo que fico.”
“Todo Poder emana do povo.”
“Liberdade de expressão é garantida pela Constituição.”
“Deus é brasileiro.”
“Vamos investigar a fundo todas as denúncias.”
“Parece gato, mas é filé.”
“Não é margarina, é manteiga.”
“Acabou de sair do forno.”
“O preconceito no Brasil é social.”
“Pode pôr, a pimenta é fraca.”
“Brasileiro é um povo cordial.”
“No meu governo, não haverá privilégios.”
“Posso só experimentar?”
“Não existe racismo no Brasil.”
“Esqueci os documentos lá em casa, seu guarda.”
“Vou acabar com os marajás!”
“Podem quebrar meu sigilo bancário, não encontrarão nada.”
“Se ficar comprovado que outras empresas participaram desse conluio, todas serão processadas, doa a quem doer.”
“A porção é individual.”
“Eu estava justamente indo comprar o talão de Zona Azul.”
“Se acharem alguma conta no estrangeiro em meu nome, dou tudo para a Santa Casa.”
“Eu não sabia de nada.”
“Meu partido não faz alianças escusas.”
“Tenho certeza de que estava abaixo do limite de velocidade.”
“Seu guarda, foi só uma tacinha…”
“As alianças foram feitas em nome da governabilidade.”
“Não estou furando fila, só queria uma informaçãozinha.”
“Não ficaremos no poder, vamos organizar eleições e o devolveremos aos civis.”
“Sei que está vencida, mas já renovei, e a nova não chegou.”
“Só um minutinho.”
Porém, existem indícios na mitologia e história antiga de que já se mentia bem antes da primeira missa em Porto Seguro. Ou seria em Cabrália?
“Abram os portões. É apenas um cavalo. Presente dos troianos.”
“A Terra é plana.”
“Vejam, índios! Chegamos na Índia.”
“Vou dar só uma cutucada.”
“Que vença o melhor.”
“Vou dar só uma olhadinha.”
“Está em promoção.”
“Elvis não morreu.”
“Pra você, faço um preçinho camarada.”
“Liquidação!”
“Compre três ao preço de dois.”
“O prato só dá para uma pessoa.”
“Só falando com o meu gerente.”
“Posso provar?”
“O gerente deu uma saída.”
“Não foi eu quem deu as ordens, agiram por conta própria.”
“O senhor fica muito bem com este bigode, meu früher, dá um ar soberano.”
“O senhor fica muito bem com este vasto bigode, camarada Stalin, dá um ar poderoso.”
“Dali, este bigode é surreal.”
“Chaplin, não está na hora de tirar este bigode?”
“Paul McCartney está morto.”
“Hitler não quer guerrear contra nós, mas contra os comunistas.”
“Hitler não vai nos invadir, só quer a França e a Inglaterra.”
“Hitler é nosso aliado.”
“Hitler, claro que você pinta direitinho.”
“Marco Antônio, César foi apenas uma aventura.”
“César, Marco Antônio seria apenas uma aventura.”
“Meu povo, César e Marco Antônio são apenas aventuras pelo bem do Egito.”
“Somos mais famosos do que Jesus Cristo.”
“Vim, vi e venci.”
“Acabou de sair do forno.”
“Não fiz sexo com Monica Lewinski.”
“Não me importo com as críticas.”
“Foi feito lá em casa.”
“O Universo gira em torno da Terra.”
“Pode pegar que está fresquinho.”
“Antes do inverno, estaremos marchando sobre Moscou.”
“Esperança é a última que morre.”
“Se eleito, os soldados voltarão para casa antes do inverno.”
“A mentira tem perna curta.”
September 9, 2013
fotógrafo flagra PM atirando em manifestantes
Fotógrafo flagra PM atirando com 38 em manifestantes.
Foi sábado, na Praça João Mendes, atrás da Catedral da Sé.
A descoberta foi casual.
Quando JARDIEL CARVALHO [R.U.A Foto Coletivo] analisava material que registrara a manifestação de 7 de Setembro, viu que o policial não mirava o chão.
Mais do portifólio do fotógrafo em: https://www.facebook.com/jardielcarvalhofotojornalismo
Já o fotógrafo UIRÁ TIAGO ALENCAR flagrou este momento. Sábado na Av Joana Angélica. Salvador – Bahia.
September 8, 2013
não passo para o lado do black bloc
Ontem, dia de manifestações por todo país.
Na Paulista, grupos iam de um lado para o outro, escoltados pela polícia. Helicópteros sobrevoavam a avenida.
Chamam agora de ATIVISTAS. Acho um lindo nome. Foram vândalos, arruaceiros. Ativistas, agora.
Saindo do Cine Sesc, à beira da Augusta, eu e 300 velhinhos tínhamos acabados de ver o incrível filme argentino LAS ACACIAS.
Atordoados ainda pela simplicidade e delicadeza do filme, nos acumulamos na calçada.
Quando o clima pesou, vemos lojas se fechando, bares baixando a porta, e um grupo de uns 200 manifestantes mascarados descendo a AUGUSTA.
Lá estão eles, os BLACK BLOCS. Até Caetano entrou na bossa e se mascarou.
O pipoqueiro recolheu o carrinho, os velhinhos voltaram, muitos correram para dentro do cinema, que começou a baixar as portas. Fiquei do lado de fora. Ao lado de um poste.
Na primeira fila de ATIVISTAS, alguns com barras de ferro. São jovens. Mais jovens do que eu imaginava. Mal-encarados. Não carregavam bandeiras, cartazes.
Tudo podia acontecer.
Podiam achar que o Cine Sesc do grupo S deve ser apedrejado, que o pipoqueiro é agente do capitalismo, que a igreja evangélica, ao lado, deve ser invadida em incendiada, que sou agente da PIG e devo ter a cadeira de rodas pichada.
Diante de mim, só as máscaras negras. Um sujeito no meio do grupo começou a gritar: “Você que é explorado, passe para o nosso lado”. Grito que escuto desde os anos 1970.
Não, cara, eu não vou passar para o seu lado.
Aliás, ninguém ali iria.
Estávamos, sim, com medo de vocês.
Morrendo de medo.
A militância horizontal é uma ideia poética, utópica.
Mas vocês são uns seres estranhos à política, depredam metrô, lixeiras, bancos, cercaram a sede de uma editora, cuja revista falou mal de vocês, e tacaram pedra, o que é isso?!
Picharam o monumento do Itamaraty, tacaram pedra, tentaram invadir nossas instituições democráticas, tacam fogo.
Não, cara. Não vou passar pro seu lado.
Vocês me metem medo.
E olha que já tive a casa invadida por agentes da ditadura com metralhadora, já fugi do DOI-Codi, Dops, Cisa, Cenimar, já fiquei exilado em embaixada, já levei porrada da polícia do Erasmo Dias, bombas, cacete, vi o diabo.
Já fui cercado pela ROTA no show punk da PUC.
Testemunhei a ascensão do anarquismo na ECA-USP.
Aliás, meu bisavó, GUISEPE DONATI, era um líder anarquista de Modena, que teve que fugir da Itália e veio parar no Brasil.
Black Bloc? Tô fora.
Hi, será que vão apedrejar a minha casa?
September 5, 2013
bons filmes em cartaz
O melhor de PAIN GAIN, no Brasil SEM DOR, SEM GANHO (Dá & Leva, em Portugal) é que a comédia surreal protagonizada por narcisistas trapalhões, a alma de uma América obcecada pelo sucesso, bíceps e umbigo, é baseada numa história real.
Na verdade, numa reportagem publicada em 1998 num jornal de MIAMI.
Dirigido por Michael Bay e escrito por Christopher Markus e Stephen McFeely.
A dupla de fisiculturistas Mark Wahlberg e Dwayne Johnson sequestram um empresário 50% judeu e 50% colombiano, Tony Shalhoub, tiram todos seus bens e são tão amadores que nem matá-lo conseguem.
O empresário sobrevive e é desprezado pela polícia. Um evidente caso de xenofobia da MIAMIPD.
Na trilha, David Bowie e Rolling Stone.
Os personagens só falam besteiras, como “malhar é um dever patriótico”, se vestem como idiotas, dirigem um simulacro de carro esportivo, planejam crime como amadores. “Pode confiar, vi muitos filmes, sei como funciona”m, explica o líder da gangue.
A diferença com BLING RING é que este é um filme assumidamente cômico.
Os fãs de Mark vão se lembrar de BOGGIE NIGHT. Tem a mesma levada.
FRANCIS HA lembra os bons filmes de Woody Allen.
Nova York é uma personagem presente. A protagonista, uma bailarina desengonçada que não é bailarina, mas coreógrafa, que pula de casa em casa, por não ter onde morar, doidinha e carismática, FRANCIS [a atriz GRETA GERWIN, forte candidata ao Oscar], que fala o que pensa e sente falta da inconsequência da vida universitária, precisa focar, crescer, ter uma meta.
Correndo pela cidade, num Corra Francis Corra, taxada por amigos como uma garota “undating”, isto é, ‘inamorável”, fuma e bebe sem parar, é bagunceira e se veste mal, e vai se enrolando até não ter outra saída a não ser virar uma garota normal.
Ou melhor, crescer.
Noah Baumbach é o diretor do filme, que já tinha mostrado seu jeitão comovente e alto astral em A LULA E A BALEIA, de 2005.
O ótimo filme tem mãos brasileiras na produção, as do nosso produtor RODRIGO TEIXEIRA.
Muitos dos diálogos são da própria atriz.
Que compõe um personagem complicado, complexo, uma espécie de Holden Caulfield [de APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO] dos novos tempos.
Ambos são da boa safra de filmes em cartaz
September 4, 2013
desperdício chinês
Custo chinês é alto.
Graças a um regime centralizado, acostumado a dar ordens e manipular sua população.
Constroem cidades, mas se esquecem de consultar se alguém deseja se mudar para lá.
A arrogância das autoridades gera um desperdício de causar inveja em países com déficit habitacional e de infraestrutura.
E cria um enorme paradoxo macroeconômico.
Em 2001, a cidade de Ordos, no noroeste da China, foi construída para abrigar 1 milhão, ao custo de US$ 160 bilhões. Apenas uns 20 mil se mudaram pra lá.
Em Dongguan, construíram o que seria o maior shopping do mundo.
Só que a clientela não apareceu.
A cidade planejada de Kunming também não fez sucesso.
Nem a simpática vila abandonada de Zhangmutou.
Nem a vila inspirada de Veneza, Wuqing
[dica de Ronaldo Bressane]
September 3, 2013
anúncios racistas
Comercial do novo chocolate branco, o Küsschen, foi tirado do ar na Alemanha depois de críticas pelo tom racista.
O slogan do produto da Ferrero é “A Alemanha vota branco”.
Justamente no mês em que um candidato negro, Karamba Diaby, do partido SPD, tem chances de ser o primeiro parlamentar a ser eleito para o Bundestag, Parlamento alemão, no dia 22
http://www.youtube.com/watch?v=7YcfBBgK_TY
O comercial foi criado pela agência M&C Saatchi, uma das maiores empresas de publicidade do mundo.
Não foi o primeiro nem o último anúncio racista.
Como se vê abaixo em comerciais antigos de sabão, até gravatas:
“Você é um garoto sujo, por que não se lava com Vinolia Soap?”
“Por que sua mãe não te lava com o sabão apropriado?”
“4 entre 5 homens quer gravatas Oxfords.”
do arquivo de Felipe Agnello Ceranto
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