Afirmar que Machado tinha “inveja” de Eça de Queiroz, porque escreveu duas críticas sobre O Primo Basílio, é defender que resenhista que critica inveja.
Quem garante a inveja?
Há relatos, cartas, testemunhos?
Todos os grandes escritores da época, de Tolstoi a Flaubert, se debruçaram sobre a nova burguesia sem moral e sua grande contradição, o adultério.
Como Eça e, depois, Machado.
No mais, antes de Brás Cubas, Machado já experimentava em contos seu novo estilo.
A suspeita levantada hoje pela FOLHA é mais uma carnavalização da Crítica Literária sobre a guinada na vida do antes romântico.
Eça, como Stendhal, foram lidos por Machado.
Apontar quem mudou o seu estilo é um chute de bruxo.
Especular é a essência da crítica.
Que transfere seus sentimentos, como inveja, para escritores ligados no seu tempo e nas transformações das artes.
Machado não virar “realista” seria como Van Gogh desprezar as experiências iluministas.