Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 24
April 3, 2018
Atenção: entrevista de Marcola não é news, é fiction
Fui almoçar com um amigo domingo da turma dos indignados e assustados com o que acontece no país, que me mostrou um zap que recebera.
“Estamos todos do inferno”, dizia o texto alarmista.
Seria uma entrevista que o Marcola, Marcos Camacho, líder do PCC, teria dado ao O Globo.
Que mostrava uma frieza e compreensão de filosofia espantosas.
Citava até Dante.
Eu na hora disse: É fake-news.
Sem saber com certeza. Apenas intuí nos meus 35 anos de trabalho (e convivo) na imprensa.
Não fazia sentido. Marcola está preso num presídio de segurança máxima. Por que permitiriam que O Globo o entrevistasse e ameaçasse a população? Por que O Globo publicaria aquilo.
Meu amigo olhou sem graça e deu um Google.
O suposto entrevistado não era Marcola.
Nem era news, mas fiction.
Trata-se de uma crônica publicada há 11 anos no Estadão e O Globo.
Seu autor? Claro, Arnaldo Jabor, com seu estilo único, espetacular, de palavras precisas, dono de uma cultura ampla.
Crônica publicada dia depois que o PCC paralisou São Paulo, numa onda de pânico coletivo espalhada pelos celulares pré-redes sociais.
Meu amigo ficou envergonhado. Repassara aquele texto a grupos do zap.
Foi reverberador de uma farsa.
O que o medo faz: o que parece tão óbvio para uns, torna-se pânico para outros.
April 2, 2018
Micareta na saída de Doria
O Fórum Aberto de Blocos de Carnaval de São Paulo organiza uma micareta, a Micadória [acentuada, mesmo], para celebrar a saída de Doria da Prefeitura de São Paulo.
Será sexta-feira, 6 de abril, no prazo para o tucano deixar a Prefeitura para se candidatar ao Governo do Estado.
Uma enorme bateria está prometida para começar às 17h no Viaduto do Chá, em frente à sede da Prefeitura.
A relação de Doria com os blocos não foi tranquila.
Mudou itinerários, restringiu acessos, num antes carnaval solto, democrático e descentralizado.
E apertou muitos blocos numa só avenida, a 23 de Maio.
Segundo nota do Forum:
“Após uma conturbada gestão do marketing da Prefeitura de São Paulo, nosso prefeito enfim merece descanso de tantos meses sem entender o real significado do Carnaval de rua de São Paulo. A 23 de maio sentirá sua falta, mas o carnaval seguirá livre, democrático e descentralizado nos diversos bairros de nossa cidade.
Sem conotação partidária, esta ação política é uma demonstração de união e compromisso dos verdadeiros protagonistas da nossa folia: os blocos de São Paulo, que há anos têm construído a festa e que estão organizados – com plenárias na cidade toda – para apresentarem, diante da mudança de gestão, uma agenda e um modelo de carnaval viável para 2019.
Quem faz o carnaval – hoje o maior evento de SP – são os blocos e cabe à Prefeitura dar suporte e atender a sociedade civil organizada nesse grande movimento.
Através dessa brincadeira carnavalizada com quem sai, lançamos um chamamento a uma agenda organizada e a um diálogo efetivo com quem fica, para fazermos um carnaval cada vez maior para a cidade.”
“O atual prefeito e quem vai sucedê-lo precisam entender que administrar a cidade precisa se articular com a sociedade civil”, diz Alê Youssef, no Bloco do Baixo Augusta, um dos articuladores do carnaval fora de época.
March 31, 2018
Metrô dos baladeiros
O metrô de Londres, o mais antigo do mundo, toma uma das atitudes mais contemporâneas e simpáticas: as principais linhas passam a funcionar às noites dos fins de semana.
Segundo a prefeitura, perto de meio milhões de usuários são esperados nos trens noturnos, o Night Tube:
“Pesquisas independentes sobre os benefícios econômicos do Night Tube descobriram que o novo serviço impulsionará os empregos e ajudará a manter o status de Londres como um lugar vibrante e animado para se viver, trabalhar e visitar.”
Trens das linhas Victoria, Central, Jubilee, Northern e Picadilly correm agora nas noites e madrugadas de sexta e sábado.
A tarifa é a mesma. Os acessos a deficientes, às estações que têm, funcionarão normalmente. E no final de cada terminal, os ônibus 24 horas completarão o percurso.
Iniciativa poderia ser imitada.
March 28, 2018
Ações do Netflix caem
Neflix está sob fogo cruzado.
Uma semana depois que uma das empresas que mais crescem na Revolução da Tecnologia da Informação comemorou a ultrapassagem em U$S 17 bilhões o valor da GE, gigante que deu luz à Revolução Industrial, suas ações caíram.
O ano de 2018 não começou bem para as empresas de TI.
Todas elas, especialmente o Facebook, envolto em escândalos, perderam valor de mercado.
Não poderia ser diferente com o mais popular canal de streaming.
Somam-se à tendência de queda algumas particularidades.
O principal astro, Kevin Space, do seu principal produto, House of Card, foi acusado de assédio e eliminado da folha salarial da empresa.
As produções originais do Netflix, em torno de 700 em 2018 entre séries e filmes, foram proibidas de participar do Festival de Cannes em maio, se não estrearem antes nos cinemas.
Okja participou do festival no ano passado sem estrear numa sala de cinema, foi vaiado e causou a ira de exibidores.
Nesta semana, o todo poderoso Steven Sipelberg, que tem a maioria dos filmes no catálogo do canal, afirmou que o Netflix não deveria mais participar o Oscar.
E, depois da estreia da série brasileira O Mecanismo, uma campanha nas redes de boicote ao canal, com o cancelamento de assinatura, foi iniciada ontem e virou notícia em todos os sites do mercado, como Bloomberg.
https://www.bloomberg.com/news/articl...
Só ontem, dia 27/03, as ações caíram 6,14%.
Hoje, o pregão ao abrir e já caíram 2%.
Pode ser tudo coincidência. Os humores dos mercados de ações são imprevisíveis.
Os organizadores ou os que se sentiram ultrajados com a “licença poética” (isso é uma ironia) da série sobre a Lava Jato comemoram.
Ou tudo não passa dos ventos especulativos de um mercado volátil.
Atualizado às 17h35:
As ações caíram hoje, dia 28/03, em torno de 5%
March 26, 2018
SOS Tablado
Tablado é sinônimo de teatro de alto nível.
Ter em seu currículo o diploma do Tablado emenda a uma atriz ou ator prêmio de excelência.
Sem fins lucrativos e sem apoio, numa cidade falida, a hoje associação, depois de passar por um processo de gestão fraudulenta, pede socorro.
Sua escola formou mais de cinco mil atores, que estudaram com a própria Maria Clara e surfam na nata da TV, cinema e teatro brasileiro, como Andréa Beltrão, Cláudia Abreu, Felipe Camargo, Malu Mader e Marcelo Serrado, da chamada geração Anos Dourados e Anos Rebeldes, séries da Globo que revelaram uma leva enorme de excelentes atores.
Drica Moraes, Fernando Caruso, Guilherme Fontes, Leandro Hassum, Leonardo Bricio, Louise Cardoso, Luísa Thiré, Marieta Severo e Rubens Correa, Miguel Falabella, Sophie Charlotte vieram de lá.
Como o super diretor Guel Arraes.
Até o dono de escola de teatro, Wolf Maia, e o comediante Marcelo Adnet vieram de lá.
Fundada em 1951 no Rio de Janeiro por Maria Clara Machado, funcionava num galpão da Gávea em que o público usava bancos para se sentar. Depois se fixou numa sede na Lagoa e abriu uma segunda Na Barra, na Cidade das Artes.
Pluft, o Fantasminho foi a peça de 1955 que fez do grupo amador dos mais premiados do país.
A associação mandou a carta:
O Tablado foi fundado e se mantém até hoje sobre os principais pilares do teatro amador: trabalho em grupo e amor ao teatro. Somos uma associação sem fins lucrativos, portanto, a receita das nossas bilheterias é revertida para a montagem do espetáculo seguinte. São muitos os desafios que enfrentamos para garantir a manutenção deste teatro e o legado inestimável de Maria Clara Machado.
Agora, aos 67 anos, O Tablado não conta com nenhum apoio, seja ele público ou privado. Isto se deve, em parte, à falta de uma política cultural efetiva voltada para crianças e adolescentes.
As portas do Tablado são abertas a todos que queiram aprender, criar, somar, colaborar. É um lugar que valoriza a amizade, a ética, o respeito e a arte. Porém, recentemente, devido a ações desleais de uma pessoa que considerávamos dignas de nossa confiança, sofremos sérios prejuízos.
Por conta disso, o Teatro O Tablado se encontra hoje em uma situação financeira grave que ameaça a sua continuidade. Reunimos forças e criamos estratégias para juntos conseguirmos superar e sairmos mais fortes desta experiência. Convidamos você, amigo do Tablado, a se unir a nós através da Campanha S.O.S. O Tablado que realizará 2 sessões beneficentes do infantil “O Camaleão e as batatas mágicas”, de Maria Clara Machado.
Dia 21/04, às 17 horas
Dia 22/04, às 17 horas
Colaboração: R$ 200,00 (um ingresso)
Formas de adquirir seu ingresso:
No Tablado
Com Cris Chevriet, de segunda a sexta de 14h às 19h, em dinheiro ou cheque.
Depósito na conta do Tablado
Banco Bradesco
Teatro Amador O Tablado
CNPJ: 03.393.2039/0001-04
Agencia: 1444
Conta corrente: 0027505-0
March 20, 2018
Associação teatral de cem anos perde sede e pede socorro

Chiquinha Gonzava e os fundadores
A Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT) perdeu a sede histórica da Almirante Barroso, 97, Rio de Janeiro, e pede perdão das dívidas.
Enquanto isso, organiza a mudança do escritório e trabalha para garantir a preservação da parte do Acervo da SBAT.
Houve um tempo em que a era das associações mais poderosas do país.
Ne norte a sul do Brasil, cada peça, balé, ópera que estreava, um fiscal da SBAT aparecia para cobrar a porcentagem do autor, associado.
Se fosse um brasileiro ou não.
Caso não pagassem o agenciado, ela tinha o poder de fechar a casa.
Representava os grandes, de Dias Gomes, Plínio Marcos a Nelson Rodrigues, das lendas, Eugene O’Neil, Tennessee Williams, Sam Shepard, ao teatro independente ou alternativo.
Aos estrangeiros, ela repassava os direitos a associações estrangeiras ou agentes deles.
Os ruídos dessa relação de confiança e duradoura começaram a se aprofundar nos anos 1980.
Incapaz de pagar, problemas de câmbio, funcionários corruptos e planos econômicos danosos, como duas moratórias, perdeu autores e deixou de agenciar.
Escrevíamos uma humilhante carta aos produtores de nossas peças: “Como não sou mais filiado, deixo de receber parte meus direitos pela SBAT, desobrigando a produção a receber seu fiscal”.
Uma reunião com colegas cariocas foi marcada para 9 de abril, segunda-feira, às 16h, na sede da SBAT, à Rua Almirante Barroso, 97, 3º andar.
Diz a convocação:
“Como sabem, A SBAT está passando por um período de reestruturação e recuperação. Desde agosto do ano passado, um novo grupo de artistas voluntários, reunindo atores, diretores e autores, juntou-se ao Aderbal [Freire] no seu incansável esforço de salvamento da Sociedade.
De lá para cá, algumas ações foram propostas e estão sendo encaminhadas, houve reveses, como o que se lê acima, mas também avanços como se verá a seguir. Mas precisamos encontrar um modo de engajar a nós todos autores de teatro, cariocas e brasileiros nesse esforço que estamos fazendo, ou fechar a Sociedade de vez.
Em pouco mais de seis meses, destacamos algumas das ações do grupo de trabalho atual:
1) Realizamos um levantamento completo do passivo da Sociedade, incluindo dívidas com Autores Filiados e levantamos os custos atuais de manutenção das atividades da SBAT.
2) Encaminhamos um adendo a um Projeto de Lei que poderá significar o perdão de milhões de reais em Dívidas Tributárias Federais do passivo da Sociedade. O projeto já foi encaminhado e está na Comissão de Cultura da Câmara Federal, com parecer favorável do relator.
3) Encaminhamos junto à Câmara Municipal um pedido para o perdão de dívidas milionárias de IPTU dos últimos imóveis ainda em nome da SBAT nessa cidade. Pedido já aceito pela Comissão de Cultura da Câmara, dependo de documentação sobre a posse das salas para o início da sua tramitação.
4) Começamos uma Campanha de Novos Sócios e Reativação das Filiações. “
A Taxa atual da anuidade foi recalculada para R$ 100,00 e garante a filiação por um ano.
Organizam o Clube de Leitura, que se reúne todas às terças-feiras para leitura de textos de autores nacionais filiados à SBAT.
Ativaram a Página Oficial da SBAT no Facebook: https://www.facebook.com/sbat100anos/
E o instagran @sbat100anos.
Trabalham na modificação dos estatutos atuais para “modernizá-los e trazer para a SBAT a representação também sobre atores, diretores e outros participantes do processo de criação do Espetáculo.”
A ideia é transformar a SBAT em Sociedade de Classe.
Realizaram um primeiro encontro sobre Direitos Conexos.
E continuam a campanha pelo respeito aos direitos autorais e pela manutenção do recebimento das porcentagens de bilheteria dos teatros pelo valor bruto auferido nas sessões; a Associação dos Produtores do Rio de Janeiro pede que o percentual de direito autoral passasse a ser descontado pelo líquido.
Acabaram de marcar a primeira Oficina de Dramaturgia, com o Márcio de Sousa.
March 19, 2018
O livro mais importante da literatura recente

Foto: MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO
Geovani Martins fala de O Sol na Cabeça hoje em São Paulo.
Já deve ter chegado nos seus ouvidos que é o livro do ano, fenômeno literário, vendido para vários países…
Também você deve ter ouvido falar que se trata de relatos de um escritor que mora numa comunidade da Gávea e transcreve, em 13 contos, o dia a dia do enfrentamento entre cidadãos comuns, traficantes e polícia, numa cidade refém da violência.
É um pouco de tudo isso e muito mais.
Eu diria que O Sol na Cabeça é o livro mais importante da literatura recente.
Ah, Macerlão, você está tocado pelos últimos acontecimentos, pela morte de Marielle, a intervenção no Rio de Janeiro.
É condescendente com a “literatura de favela”. Autor genial é Dostoiévski, Kafka, Guimarães, Campos de Carvalho, Rubem Fonseca, Foster Wallace…
Esqueça o papo de, ó, o autor ousou, arriscou uma narrativa numa linguagem cheia de gírias e palavras inventadas, que remete a Joyce, Faulkner, e.e.cummings.
Aliás, toda narrativa, qualquer que seja, é por princípio experimental, já que antes dela era o papel (ou a tela) em branco: o nada.
O Sol na Cabeça é fundamental para, sim, entender os acontecimentos recentes. Mudará seu jeito de pensar, sua visão do todo.
Mas se você ficar apenas no primeiro conto, Rolézim, terá uma visão deturpada do conjunto.
O conto é o relato na linguagem do morro de uma ida à praia, vigiada pela polícia, em que pode acontecer de tudo, de arrastão a assaltos menores, em que a tensão social está no limite, e o dia de lazer sob um calor de maçarico pode ter a paz a qualquer momento rompida.
Martins não é bobo. Participou de oficinas e feiras literárias, publicou em revistas, esteve duas vezes na Flip, leu os livros certos.
Rolezim é evidentemente inspirado em Grande Sertão. Lê-se no mesmo ritmo frenético.
Brotam os “rolé”, “tava osso”, “papo reto”, “memeia”, “apertei no talento”, “os menó”, “os comédia”, “xisnovar”.
Polícia é “cana”, “cu azul”, “os verme”.
Mesmo é “mermo”.
Brotam as expressões: “Calote pra nós é lixo, tu tá ligado, o desenrolo é forte”.
Os personagens são Vitim, Poca Telha, apelidos que sugerem como foram dados.
Papel de lanchonete para enrolar baseado é “sedanapo”; o autor ainda elucubra que ficaram todos exigentes, lembrando que antes se fumava um baseado até com papel de pão, mas agora tem que ter vestimenta, “smoking”.
E é então que o talento começa a florescer no segundo conto, Espiral.
Sai a linguagem de morro. O racismo que sofre o morador da favela desemboca numa trama tensa. Aqui, Martins certamente se inspirou em Crime e Castigo, romance que mudou a literatura para sempre, ou Memórias do Subsolo.
Um sujeito comum decide aterrorizar uma vítima escolhida ao acaso. Cansado do olhar atravessado dos moradores do Leblon, passa a segui-los, numa ameaça invisível. Até elaborar um plano.
Martins fala de algo sobre o qual nunca percebemos.
Morar numa favela da zona sul não é privilégio, comparada às da norte e oeste. Talvez seja pior, pois o abismo social é ampliado no maior grau de desigualdade: o metro quadrado mais caro da cidade é vizinho a uma comunidade do morro.
O racismo está no final da ladeira.
A História do Periquito e do Macaco relata a vingança elaborada por Periquito, o melhor atirador da gangue, contra Macaco, policial maldoso que tem humilhado os maconheiros da comunidade.
As invasões, os pipocos, as guerras de facções e as tréguas são parte da rotina.
UPPs só funcionaram nos primeiros dias. Depois, voltou tudo ao normal.
Quer entender o Brasil? Aí está uma chance de praticar o que Nicolau Sevcenko, o maior crítico literário da minha geração, defendeu: literatura é a versão dos vencidos.
O bate-papo com Geovani Martins será mediado por Antônio Prata
É hoje, segunda-feira, 19 de Março, 19h, no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura.
PS> Se você tem mobilidade reduzida, ligue ante, pois desde sábado elevador que leva ao teatro está quebrado.
March 16, 2018
“Não acabou, tem que acabar, quero o fim da Polícia Militar”
O que se viu ontem pelo Brasil, nos protestos contra a morte de Marielle Franco, é simples: quer-se uma nova política.
Não tinha bandeiras do PT ou centrais sindicais. Nem dos partidos comunistas.
Não tinha camelôs com seus isopores.
Nem a PM estava por lá (apareceu no final).
Foi uma manifestação espontânea, convocada horas antes pelas redes sociais, e que juntou multidões no Brasil todo.
Tinha uma palavra de ordem uníssona.
“Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar” ganhou uma nova versão: “Não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar – e racista”.
Bandeira de Marielle.
Era muita gente, que jamais será contabilizada (especialmente pela PM, em que se pedia o fim).
Jornalistas, perplexos, não sabiam por onde começar.
Participo de manifestações políticas desde 1975 (a missa do Herzog foi a primeira). Nunca vi tanta gente. Viam de todos os cantos. E nunca me emocionei tanto.
Era revolta contra o racismo. Era a vez das mulheres. Era a esperança de um novo e justo Brasil.
Nem carro de som tinha.
A manifestação que ocupou toda a Avenida Paulista nem tinha roteiro.
Conseguiu-se um carro de som ali mesmo do bloco de carnaval Tarados Ni Você, que costuma sair pelo centro da cidade cantando Caetano Veloso.
Carro de som que, como toda cidade, ficou preso no congestionamento.
A liderança do PSOL não discursou, não segurou bandeira, nem arrastou a multidão.
Sacou que o protagonismo era das mulheres, especialmente das mulheres negras.
Quem puxou uma caminhada foi o bloco de afoxé só de mulheres, Ilú Obá de Min.
Bloco que sai no Carnaval na Praça de República e, em outro dia, na Barra Funda.
Paramos todos no final da Paulista.
O carro de som conseguiria chegar na Praça Roosevelt.
Enquanto uma manifestação que vinha da Prefeitura chegava no rabo da passeata, na Brigadeiro Luiz Antônio, decidiu-se seguir para o centro.
Começamos a descer a Consolação.
Não parava de chegar gente.
A indignação só aumentava.
“Coincidência é o cara%&$, mataram um preto, pobre e favelado…”, entoavam.
“Machista, fascista, não passarão!”
Chegaram notícias de que o Governo Temer usava a manifestação e a execução para justificar a intervenção militar no Rio de Janeiro; sem a Reforma da Previdência, a intervenção, que Marielle era contra, transforma-se no único possível legado de um governo impopular.
Chegou a notícia de que a Executiva Nacional do PT associou o assassinato da vereadora ao “mesmo processo político que levou à condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.”
Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
PT não larga o osso.
Lula não larga o osso.
O PT não estava naquela manifestação.
Ao contrário, querem uma nova política.
Querem de volta a pauta dos direitos civis, justiça social e da democracia nas ruas.
Aquelas que estão caladas.
Retomar o protagonismo da luta política.
Este é o legado de Marielle.
Esta é a missão que se pode tirar da execução covarde: reacender no Brasil a esperança vencida pela corrupção e privilégios de uma classe há muito no Poder.
March 14, 2018
Volta pra Cuba!
Segundo o governo cubano, em torno de 13 mil exilados pediram repatriação em 2017. E número não para de crescer.
A maioria vive nos EUA e tem mais de 50 anos de idade.
O sistema de saúde do regime comunista cubano tem atraído exilados. E mais. O governo inventiva a volta. Não o de Trump, mas o de Castro
O incentivo ao retorno é um dos projetos da nova reforma de imigração proposta por Rául Castro em 2013 e resultado do afrouxamento da relação entre os dois países, promovida por Obama.
Alguns querem se aposentar em dólares na Ilha. Outros, precisam do sistema de saúde pública gratuita. E tem até aqueles que retornam ao ativismo político, com o afrouxamento da dureza do regime castrista.
Cubanos que retornam também podem levar produtos livres de importação. O que os leva a experimentar o ofício de sacoleiro e oferecer remédios e produtos que faltam aos cubanos e parentes.
Cubanos que queiram voltar devem procurar os consulados e pedir a repatriação.
Histórias saíram no inquestionável jornal Miami Herald, em paz com a comunidade de exilados cubanos da Flórida.
Que têm voltado a Cuba, depois de experimentarem o exílio no “mundo livre”.
Personagens revelam solidão, doenças terminais e falta de apoio a cubanos idosos que moram nos EUA. Ou apenas é a chance de realizar um bom negócio.
Rene foi para Miami como refugiado político em 2004. Aos 78 anos, a solidão bateu. Nascido em Guantánamo, perdeu a mulher. Viveu com a filha e neto. Em julho pediu permissão ao governo cubano para voltar.
Apesar da cidadania americana conquistada, quer morar com seus quatro irmãos, sobrinhos e netos na Ilha.
Não demostra arrependimento de ter se exilado. Porém disse que em Cuba é diferente. “Você anda ao redor, fala com as pessoas. Nos Estados Unidos você pode passar meses sem ver seus vizinhos”.
Iliana Hernandez é ativista do movimento Somos+. Voltou da Espanha em 2016 com a vantagem de, diferentemente dos cubanos não exilados, poder viajar para fora.
Outros lembram que, enquanto o passaporte americano custa 400 dólares, o cubano custa cem.
Nem todos podem voltar.
Ofelia Acevedo, que mora em Miami, viúva do ativista Oswaldo Payá, teve o visto proibido.
Payá que tentou reformar a constituição cubana, fundou um partido católico e o Internacional Democrata de Centro, na ilha, morreu de forma suspeita num acidente de caro em 2012.
Veja relato dos que querem ou voltaram: http://www.miamiherald.com/news/local...
March 12, 2018
Simpósio destrincha 1968
O marcante ano de 1968, em que as ilusões acabaram, ganha três dias de debates intensos.
Na efeméride cinquenta anos de 1968.
Fim das utopias, descrédito num mundo bipolar, guerras, ortodoxia na cultura, cinema, a contracultura, revolta dos jovens, o protesto contra autoritarismo e colonialismo…
Depois de 1968, o mundo nunca mais foi o mesmo.
Que começou em 1967.
Em Cuba, a Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS) uniu movimentos revolucionários e anti-imperialistas da América Latina e ofereceu suporte para expandir a revolução.
Queriam muitos Vietnãs pelo mundo dominado pelo imperialismo (Marighella representava o Brasil e recebeu apoio de Fidel para iniciar a guerrilha por aqui).
Na verdade, paradoxalmente, em 9 de outubro de 1967, a notícia do fuzilamento de Che Guevara chegou na reunião de lideranças do mundo todo.
A ideia de que, com poucos amigos, companheiros, uma banda, um grupo, podia-se quebrar um sistema e mudar o mundo, vinga ou entra em crise?
A ERA DE TODAS AS VIRADAS será um simpósio internacional entre os dias 6 a 8 de junho de 2018 na Fefelech USP, no Departamento de História (FFLCH).
Quando foi aceso o pavio de um ano tão explosivo na política e cultura?
Em cada país, sua realidade opressora resultou numa onda de protestos.
No Brasil, a ditadura, a censura e a repressão a estudantes. Que deram no AI-5.
No México, o massacre na Praça Tlatelolco, na Cidade do México, em que a polícia investiu contra estudantes e grevistas.
Nos EUA, o assassinato de Mr King, Malcon X de klíderes dos Panteras Negras, a luta contra a Guerra do Vietnã (que começou em Berkeley, CA).
A Revolta de StoneWall, em NY, que deu o ponta pé das manifestações pelos direitos civil da comunidade LGBT está na pauta.
Assim como a ascensão do movimento feminista.
Na França, claro, nem preciso discorrer sobre.
Primavera de Praga, Lacan, drogas, Revolução Cultural Chinesa, Marcuse…
A maratona rola no Anfiteatro de História (AH), Anfiteatro de Geografia (AG), Anfiteatro Nicolau Sevcenko (ANS), Auditório de Geografia (AUDIG), Centro de Apoio à Pesquisa Histórica (CAPH) e na Sala de Vídeo (SV), todos na Cidade Universitária.
No último dia, 22h30, espetáculo Sons e Fúrias de 1968 do Grupo Ô de Casa encerram os trabalhos no vão do prédio.
Osvaldo Coggiola, Milton Pinheiro, Francisco Alambert, Lincoln Secco, Rodrigo Ricupero, Luiz Bernardo Pericás, Antonio C. Mazzeo, Denise Paraná, Rodrigo Medina Zagni, Luiz Renato Martins, Luiz E. Simões de Souza, Gilberto Maringoni são da comissão organizadora.
Inscrições no site da USO: http://1968.fflch.usp.br
Apoio: PPGHE – GMarx – Prolam USP – Boitempo Editorial – NEPH – CAHIS – CEDHAL – LEHDA – DCE Livre da USP.
Programação abaixo.
6 de junho (4ª Feira)
9:00 hs. (AH): 1968 ALÉM DA LENDA: Osvaldo Coggiola – Comentários: Rodrigo Ricupero
9:00 hs. (ANS): MÉXICO 1968: O MASSACRE DE PRAÇA DE TLATELOLCO: Waldo Lao Fuentes Sanchez – Azucena Citelli Jaso – Everaldo de Andrade
9:00 hs. (AG): A CRISE DO NACIONAL-DESENVOLVIMENTISMO: Alexandre de Freitas Barbosa – Lúcio Flavio de Almeida – André Kaysel – Robério Paulino – Roberto Bitencourt da Silva
9:00 hs. (AUDIG): O ASSASSINATO DE MARTIN LUTHER KING E A LUTA PELOS DIREITOS CIVIS: Maria Clara Carneiro Sampaio – Comentários: Maria Helena Machado e Gabriel Rocha Gaspar
9:00 hs. (CAPH): O FIM DO CICLO ECONÔMICO DE PÓS-GUERRA: Luiz Eduardo Simões de Souza – José Menezes Gomes – Alberto Handfas – Apoena Cosenza
14:00 hs. (AH): O MOVIMENTO ESTUDANTIL BRASILEIRO EM 1968: Vladimir Palmeira – José Dirceu – Gilson Dantas
14:00 hs. (AG): DO RETORNO À NATUREZA À AGROECOLOGIA: Antonio Carlos Colângelo – Valéria de Marcos – Larissa Bombardi – Átila Miklós
14:00 hs. (ANS): A REVOLTA DE BERKELEY E A LUTA CONTRA A GUERRA: Ruy Braga – Flavio Francisco Ribeiro – Sean Purdy
14:00 hs. (AUDIG): STONEWALL E A LUTA DOS HOMOSSEXUAIS: Wilson Honório da Silva – Comentários: Gisele Sanfroni
14:00 hs. (CAPH): 1968 E O MOVIMENTO COMUNISTA INTERNACIONAL: Antonio C. Mazzeo – Milton Pinheiro – Mauricio Parisi – Anderson Deo
14:00 hs. (SV): 1848 E 1968: DA PRIMAVERA DOS POVOS ÀS REBELIÕES ESTUDANTIS: Rogério Perito – Paulo Yasha – Sílvia Murad – Carlos Alberto Borba – Yuri Martins Fontes – Daniel Nunes Leal
17:00 hs. (AH): A SAGA DO TEATRO OFICINA: José Celso Martinez Correia – Comentários: Jean Tible – Osmar Araújo
17:00 hs. (AG): A ERA DE WOODSTOCK: Adrián Fanjul – Álvaro Pereira Júnior – Fernando Sarti – Rogério de Campos
17:00 hs. (ANS): O MAIO FRANCÊS DE 1968: Olgária Matos – Erick Correa – Marcelo Hoffman
17:00 hs. (AUDIG): EMÍLIA VIOTTI DA COSTA, CASSADA EM 1968: Sylvia Bassetto – Zilda Iokoi – Rafael Bivar Marquese – João Ricardo de Castro Caldeira – Ana Maria Camargo
17:00 hs. (CAPH): O “OUTONO QUENTE” NA ITÁLIA: Silvia de Bernardinis – Elisabetta Santoro – Barbara Balzerani – Homero Santiago
17:00 hs. (SV): O ANARQUISMO EM 1968: Felipe Correa – Acácio Augusto – Edson Passetti – Ricardo Rugai
19:30 hs. (AH): A CENA DOS QUADRINHOS BRASILEIROS NOS ANOS 1960: Rogério de Campos – Maringoni – Laerte
19:30 hs. (AUDIG): A CRISE CONJUNTA DO CAPITALISMO E DA BUROCRACIA: Jorge Altamira (Universidad Obrera, Buenos Aires) – Comentários: Henrique Canary
19:30 hs. (ANS): A FFCL-USP EM 1968: Paulo Arantes – Carlos Guilherme Mota – Francisco Alambert – Marcia Bassetto Paes
19:30 hs. (AG): PAULO FREIRE: EDUCAÇÃO E LIBERTAÇÃO: Carmen Sylvia Vidigal de Moraes – Carolina Catini – Angela Antunes – Maria Amélia Cupertino
19:30 hs. (CAPH): PORTUGAL: DA REVOLTA ANTIDITATORIAL À REVOLUÇÃO DOS CRAVOS: Valério Arcary – Erick Correa – Tales Pinto dos Santos – Augusto Bonicuore
19:30 hs. (SV): PSICANÁLISE E POLÍTICA: LACAN EM 1968: Miriam Debieux – Caterina Koltai – Comentários: Maria Luisa Sandoval Schmidt
7 de junho (5ª Feira)
9:00 hs. (AH): DROGAS, CONTRACULTURA E CONTROLE SOCIAL: Henrique Carneiro – Comentários: Júlio Delmanto
9:00 hs. (ANS): 1968, FEMINISMOS E MEMÓRIA: Danielle Tega – Amelinha Teles – Maira Luisa Abreu – Rosane Borges
9:00 hs. (AG): 1968 E AS COLÔNIAS: Muryatan Barbosa – Mustafá Yazbek – Helena Wakim Moreno – Gustavo Velloso
9:00 hs. (AUDIG): A REVOLUÇÃO CULTURAL NA CHINA: Andrea Longobardi – Luiz Paulino – Marcio Naves – José R. Mao Jr.
9:00 hs. (CAPH): ESPANHA: OS ESTUDANTES CONTRA O FRANQUISMO: Fernando Camargo – Ana Lúcia Gomes Muniz – Antonio Rago
9:00 hs. (SV): 1968 EM CUBA: POLÍTICA EXTERNA E POLÍTICA CULTURAL: Silvia Miskulin – Comentários: Idalia Morejón
14:00 hs. (AH): O AI-5 E A CONSOLIDAÇÃO DA DITADURA: Marcos A. Silva – Angélica Lovatto – Isa Grinspun Ferraz – David Maciel – Sergio Alves de Souza
14:00 hs. (ANS): PANTERAS NEGRAS, BLACK POWER E LEGADO DE MALCOLM X: Raquel Barreto – Flavio Ribeiro – Henrique Goulart – Hertz Dias – Silvio Luiz de Almeida
14:00 hs. (AG): A MORTE DE CHE GUEVARA E SUA PROJEÇÃO SIMBÓLICA MUNDIAL: Luiz Bernardo Pericás – Nélida Hernández Carmona – Breno Altman – Marcelo Buzzetto
14:00 hs. (AUDIG): A PRIMAVERA DE PRAGA: Edgardo Loguercio – Eleonora Gosman – Comentários: Cícero de Araújo
14:00 hs. (CAPH): A OLAS E AS GUERRILHAS NA AMÉRICA LATINA: Mariana Villaça – Ana Carolina Ramos – Ramón Peña Castro – Gabriela Pellegrino
14:00 hs. (SV): MONIZ BANDEIRA E A REVOLUÇÃO BRASILEIRA: Angélica Lovatto – Paulo Barsotti – Luccas Maldonado – Nildo Ouriques
17:00 hs. (AH): CINEMA NOVO E CINEMA DE VANGUARDA: Helena Ignez – Fernando Frias – Mauricio Cardoso – Adilson Mendes
17:00 hs. (AG): 1969: O CORDOBAZO NA ARGENTINA: Néstor Pitrola (FIT – Argentina) – Comentários: Ramiro Caggiano
17:00 hs. (ANS): AS MULHERES NA RESISTÊNCIA À DITADURA: Guiomar Lopes – Elionora Menicucci – Ana Corbisier – Danielle Tega
17:00 hs. (AUDIG): AS GREVES DE OSASCO E CONTAGEM: Carlos Bauer – Sebastião Neto – Alessandro de Moura – Sérgio Luiz Santos de Oliveira
17:00 hs. (SV): A JUVENTUDE DE 1968: Kimi Tomizaki – Agnaldo dos Santos – Heloisa Martins – César Minto
17:00 hs. (CAPH): CHILE 1968: SIGNOS DE REVOLUÇÃO: Horácio Gutiérrez – Joana Salém – Luccas Maldonado – Margarida Nepomuceno
19:30 hs. (AH): FLORESTAN FERNANDES EM 1968: Deni Rubbo – Silvia Adoue – Maria Orlanda Pinassi – Ailton Teodoro
19:30 hs. (AUDIG): A FORMULAÇÃO DA TEORIA DA DEPENDÊNCIA (IN MEMORIAM THEOTÔNIO DOS SANTOS): Plínio de Arruda Sampaio Jr. – Nildo Ouriques – Luiz Eduardo Simões de Souza
19:30 hs. (AG): MÚSICA DE VANGUARDA E MÚSICA ENGAJADA NOS ANOS 1960: Carlos Zeron – Comentários: Willy Corrêa de Oliveira
19:30 hs. (ANS): ESQUERDA E MOVIMENTO OPERÁRIO EM TEMPOS DE DITADURA: Gilson Dantas – Ricardo Antunes – José Welmovick – Artur Scavone
19:30 hs. (CAPH): 1968 E O NOVO CINEMA AMERICANO: Marcos Soares – Comentários: Adilson Mendes
19:30 hs. (SV): A POLITIZAÇÃO DA POP-ART: Carmela Gross – Dora Longo Bahia – Gustavo Motta – Izabela Pucu – Cauê Alves – Luiz Renato Martins
8 de junho (6ª Feira)
9:00 hs. (AH): A IV INTERNACIONAL EM 1968: Alexandre Iturbe – Néstor Pitrola – André Ferrari – Gilson Dantas – Julio Turra
9:00 hs. (AG): DOS HIPPIES AOS YUPPIES: A RECUPERAÇÃO DA CONTRACULTURA: Paulo Rizzo – Comentários: Elvio Rodrigues Martins e Paulo Barsotti
9:00 hs. (ANS): O PCB EM 1968: Marly Vianna – Antonio Bertelli – Carlos Quadros – Ricardo Rodrigues Alves – Sofia Manzano
9:00 hs. (AUDIG): O ACORDO MEC-USAID E AS UNIVERSIDADES BRASILEIRAS: Lalo Minto – João Zanetic – Otaviano Helene
9:00 hs. (CAPH): GUY DEBORD, SITUACIONISMO E SOCIEDADE DO ESPETÁCULO: Gabriel Zacarias – Ricardo Baitz
14:00 hs. (AH): 1968 E A LITERATURA BRASILEIRA: Walnice Nogueira Galvão – Comentários: Francisco Alambert
14:00 hs. (AG): DE MARIGHELLA A LAMARCA: José Luiz del Roio – Takao Amano – Mário Magalhães – Edson Teixeira
14:00 hs. (ANS): SARTRE E FOUCAULT EM 1968: Margareth Rago – Alessandro Francisco – Acácio Augusto – Sara Albieri – Silvio Luiz de Almeida
14:00 hs. (AUDIG): LIVROS VERMELHOS: EDIÇÃO E REVOLUÇÃO DEPOIS DE 1968: Lincoln Secco – Marisa Midori Deaecto – Dainis Karepovs – Horacio Tarcus (Universidad de Buenos Aires)
14:00 hs. (CAPH): DITADURA, REPRESSÃO E RESISTÊNCIA: Gegê – Paulo Malerba – Ricardo Festi – Fagner Firmo Santos
14:00 hs. (SV): DITADURA MILITAR, DESAPARECIDAS E DESAPARECIDOS: Janaína Telles – Crimeia de Almeida – Marta Nehring – Susana Lisboa
17:00 hs. (AH): A OFENSIVA TET E A GUERRA NO VIETNÃ: José Mao Jr – Apoena Cosenza – Breno Altman – Rodrigo M. Zagni – David Maciel
17:00 hs. (AG): ANOS DE CHUMBO E IMPRENSA ALTERNATIVA: Bernardo Kucinski – Flamarion Maués – Rosalina Santa Cruz Leite – Igor Fuser – Gilberto Maringoni
17:00 hs. (ANS): FESTIVAIS, MPB E TROPICÁLIA: Celso Favaretto – Marcelo Ridenti – Tom Zé – Daniela Vieira dos Santos
17:00 hs. (AUDIG): A GUERRILHA DO ARAGUAIA 1967-1974: José Genoíno – Comentários: Hermes Leal
17:00 hs. (CAPH): 1968 E A ESCOLA DE FRANKFURT: Silvia Viana – Francisco Machado – Eduardo Socha – Ailton Teodoro
17:00 hs. (SV): O TRABALHO NO CINEMA PÓS-1968: Ana Paula Pacheco – Comentários: Luiz Renato Martins
19:30 hs. (AH): O MARXISMO ENTRE ALTHUSSER E MARCUSE: Paulo Arantes – Luiz Eduardo Motta – Armando Boito – Jean-Pierre Chauvin
19:30 hs. (AG): A RESISTÊNCIA À DITADURA NO BRASIL: Clóvis Castro – Aton Fon – Antonio R. Espinosa – Edgard Telles Ribeiro
19:30 hs. (ANS): 1968 NA ALEMANHA E NO LESTE EUROPEU: Bernhard Bayerlein (Bochum Universität) – Comentários: Isabel Loureiro
19:30 hs. (CAPH): CRISES ECONÔMICAS: 1968 E 2018: Glaudionor Barbosa – Fernando Leitão – Marcos Cordeiro Pires – Fernando Almeida – Ana Paula Salviatti – Luiz Eduardo Simões de Souza
19:30 hs. (SV): FRANCISCO JULIÃO E AS LIGAS CAMPONESAS: Claudio Maia – Manoel Fernandes – Edson Teixeira
19:30 hs. (AUDIG): 1968, CINQUENTA ANOS DEPOIS: Jorge Altamira – Valério Arcary – Plínio de Arruda Sampaio Jr. – Valter Pomar – Mauro Iasi – Eduardo Almeida
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