Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 20

July 19, 2018

‘Booba’ enfim na Netflix


Por traz do sucesso de algumas animações, uma regra banal: vêm sem fala, com referências do mundo contemporâneo, que agrada adultos e crianças.


Pouco a pouco, as animações que primeiro conquistaram o YouTube, se popularizaram e faturaram, entram em outros grandes canais.


Meu filho Joaquim, agora com 4 anos, xeretando meu tablet, foi quem descobriu quando tinha 2 anos a produção russa Booba, da Sparrow 3D (já tinha descoberto sozinho o genial desenho russo Marcha e o Urso, em russo, que foi para a TV aberta, para os cinemas e agora está dublado nos principais canais de streaming).


Booba entrou no ar no YouTube em 2014, contempla mais de 30 episódios e acaba de entrar na grade da Netflix.


É sensacional. Sem texto, trata-se de uma figura que se comporta como um garoto de cinco anos e pode ser de outro planeta, que desvenda os segredos de ambientes fechados, como garagem, cozinha, escritório, sótão, e espaços vazios.


Adultos não aparecem. Só ele.


Curioso e guloso, come de tudo, menos comida de verdade. Come a casca, não a banana.



Ele passeia também por escolas, shopping, lojas vazias, halls de cinemas. Sempre ambientes vazios.


E vai descobrindo ao seu modo e atrapalhado como as coisas funcionam


A voz é dublada pelo ator Roman Karev. E, apesar de russo, traz um sem número de referências do clássico cinema capitalista (norte-americano), de Missão Impossível a Apocalipse Now.



Os produtores de Bobba investiram pesado no YouTube, com canal próprio; a cada novo episódio, surgia uma compilação com a novidade; vídeos de como desenhá-lo estão na rede; agora, até lojas online de produtos oferecem de tudo, de canecas a camisetas.

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Published on July 19, 2018 07:25

July 17, 2018

Um super-herói controverso para combater a corrupção


“Nenhum corrupto será poupado”, diz a chamada.


Vem aí o filme O Doutrinador, sobre um super-herói que decide combater a corrupção com as próprias mãos.


Eu não tenho opinião formada. Nem quero. Mas no clima em que o país está, vai dar polêmica.


Doutrinador é um super-herói que aparece num protesto político e, por conta própria, ultrapassa a barreira a Tropa de Choque e quebra tudo. Apolítico, arregaça as mangas para agir.


O Mecanismo faz escola. “A corrupção é parte da engrenagem que faz tudo girar nesse país”, diz um personagem.


Alguns o verão como aqueles que negam o caminhos da Justiça e desacreditam os patamares da democracia.


Outros, como um inconsequente blackbloc agitador, incendiário, anarquista sem líder.


Outros, um solitário Sérgio Moro travestido de Homem Aranha.


Estamos “problematizando, fazendo mimimi”: trata-se de uma conhecida história baseada num HQ. Cujo trailer foi lançado hoje.



O longa estreia em setembro e é baseado nos quadrinhos de Luciano Costa.


Numa trama com ação, luta, perseguição, dirigida por Gustavo Bonafé, o ator Kiko Pissolato faz Miguel, perito em armas que, depois de ver sua filha morrer, e sem confiar nas autoridades, como Batman, usa uma máscara e começa a lutar por vingança numa sociedade corroída pelo crime e corrupção.


“O que você chama de assassinato, eu chamo de justiça”, ele diz.


No elenco, Tuca Andrade, Marília Gabriela (faz a ministra Marta Regina), Edu Moscovis, Helena Ranaldi, Tainá Medina.


Tem gente que vai chiar.


Tem gente que vai adorar.


E se sentir representado.

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Published on July 17, 2018 15:06

July 16, 2018

‘Succession’, uma série que pega


Não sei se você sabe, mas cada série de TV, quando confirmada a produção, aprovado o orçamento, tem já pelo menos mais três temporadas desenhadas (escaletadas).


Sem continuidade à vista, raramente uma série sai do papel.


Ganchos são criados para que uma segunda, terceira e quem sabe mais temporadas se sucedam.


Acidentes podem acontecer e interromper um projeto, como Lucky, ou o protagonista ou personagens não cativarem, como Vinil.


Algumas séries têm uma primeira temporada tão rica e instigante, que dão a certeza de que novas temporadas renderão.


Como Succession, criada pelos comediantes Will Ferrell e Jesse Armstrong, considerada a Dallas do novo milênio.


Dallas, os mais jovens não têm ideia, da era da TV aberta (CBS), trouxe num estilo novelão, de 1978 a 1991, intrigas de uma família de magnatas do petróleo e altas audiências. Passava até na Globo depois do Fantástico.


Succession tem uma premissa atualíssima e sedutora: gira em torno do patriarca de uma família problemática, dono de um império de comunicação e parques temáticos (uma mistura de Fox com Disney) muito bem relacionado com o poder (referência a Trump).


Mas enquanto o pai, um simulacro de Rupert Murdoch, quer expandir os negócios de revistas e telejornalismo, adquirir canais de TV menores, os filhos, aterrorizados, tentam a todo custo informá-lo que as TVs estão acabando, e que a empresa deve ampliar os negócios midiáticos.


Os Roy não se entendem. O pai sofre um derrame, mas continua a comandar a empresa.


Os filhos se digladiam pela atenção do pai:


– um ex-viciado (Jeremy Strong) divorciado e ambicioso


– um hiporonga (Alan Ruck, ele mesmo, de Curtindo a Vida Adoidado, hoje um tiozão grisalho) que não quer saber dos negócios e quer se casar com uma ex-prostituta


– o sarcástico e caçula, Roman (Kieran Culkin, genial irmão de Macaulay Culkin)


– e Shiv (Sarah Snook), com ligações com a esquerda que detesta o pai.


Tentaram um golpe no comando da empresa, foram derrotados e humilhados por um pai que, aparentemente, sempre desprezou os filhos.


O Rei Lear contemporâneo, Logan Roy, é o veterano Brian Cox, que já ganhou um Emmy, ator shakespeariano de Identidade Bournie.


Succession de dez episódios é da HBO e passa aos domingos, 23h.

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Published on July 16, 2018 07:54

July 12, 2018

A Croácia e o nazismo


Você admira a raça, a entrega e o futebol praticado pela Croácia? Vai torcer por ela?


Muita gente diz “não” com convicção.


Mesmo com fim da guerra em 1945, o nacionalismo fervia o sangue croata, por conta do racha religioso entre católicos e seguidores da Igreja Ortodoxa. Veio a morte de Tito, a queda do Muro de Berlim e o esfacelamento do país nos anos 1990.


O ódio entre vizinhos surpreendeu: guerra, separação, fuzilamentos, valas comuns e campos de concentração.


Músicas racistas e saudações fascistas passaram a fazer parte da rotina em estádios e, pior, incentivada por jogadores. Ainda hoje cantam a canção de ode ao nacionalismo, como Bojna Cavoglave (da banda de hard rock, Thompson), diz Gabriel Santos do site Esquerda Online.



O capitão da seleção de 2014, Josip Simunic, fez saudações nazistas e cantou com torcedores, quando o país se classificou para a Copa do Mundo no Brasil, música que homenageava o partido nazista croata dos anos 1940. Ele foi suspenso e proibido de jogar a Copa.



A Croácia é hoje um badalado point turístico, com suas ilhas e praias paradisíacas diante do Adriático.


A cidade medieval costeira de Dubrovnik serviu de cenário para a série Game of Thrones.


Mas quando os nazistas atravessaram a fronteira e entraram em 1941 na Iugoslávia, encontraram uma nação empolgada com suas ideias extremas de raça superior e lavagem étnica.


O partido de extrema-direita, Ustasha, seguia a cartilha nazifascista e nacionalista. Lutava pela independência da Croácia contra a fronteira artificial da Iugoslávia.


Nazistas ajudaram na criação de um estado independente cuja capital era Zagreb.


A fúria dos nacionalistas deu em perseguições a servos, judeus, ciganos, homossexuais e comunistas. Campos de concentração surgiram, como Jasenovac, em que se matou em torno de 100 mil.


O futebol pode enaltecer um nacionalismo extremo.


Mas o filósofo croata de esquerda, Srećko Horvat, é otimista.


Afirma devemos ver a Copa do Mundo como um reflexo invertido da coisa que está faltando na política hoje: a esperança.


“A lição que nós de esquerda devemos tirar desta Copa do Mundo é a sua capacidade de nos fazer sentirmos parte de algo maior que nós mesmos e de recriar o sentido comunitário perdido na política atual”.


“O nacionalismo e o populismo não são, como temíamos, a única forma de mobilização coletiva que pode unir as pessoas com uma crença compartilhada no futuro. O que precisamos fazer agora é aproveitar o sentimento de união que essa Copa do Mundo criou para a política participativa”, escreveu ao The Guardian.


“A questão mais importante para nós da esquerda não é tanto se será possível libertar o futebol do espírito nacionalista, mas como podemos, independentemente das fronteiras nacionais e das identidades nacionais, reinventar a esperança e o espírito coletivo de construir um futuro comum. Se a Copa do Mundo de 2018 está sendo descrita como uma batalha europeia, existe um futuro para a Europa além do bom futebol?”

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Published on July 12, 2018 09:19

July 11, 2018

Os deslumbrantes estádios da Copa do Catar


 


Para os amantes do futebol, a Copa não acabou.


Para a maioria dos torcedores brasileiros, pensa-se já na próxima, a do Catar 2022, a das controversas brigas diplomáticas com vizinhos, uso de trabalho escravo, condições climáticas desfavoráveis, apoio ao terrorismo, jornalistas presos, que só foi escolhida por conta de uma rede de suborno generalizada.


E mais uma em que os direitos dos LGBTs não estarão garantidos.


Talvez a última dos projetos mirabolantes: berçário de elefantes brancos.


Sob supervisão da FIFA, serão 12 estádios em sete cidades, Al-Daayen, Al-Khor, Al-Rayyan, Al-Shamal, Al-Wakrah, Doha e Umm Slal.


Nove serão construídos, e três renovados.


Nada de parcerias privadas. Serão financiados pela universidade e pelo governo: Qatar Olympic Committee.


Todos com clima controlado, emissão de carbono zero, meios para reduzir a radiação solar e ventos, com ar-condicionado por toda parte, prometem.


Alguns serão desmontáveis.


Sem tradição no futebol, planejam depois da Copa desmontar alguns e enviar partes a 22 países em desenvolvimento, dizem.


Custo? Nunca saberemos.


Alguns deles:


Al-Gharafa Stadium em Al-Rayyan, para fase de grupos (renovado)



Al-Khor Stadium em Al-Khor, para fase de grupos (construído)



Al-Rayyan Stadium em Al-Rayyan, para fase de grupos (renovado)



Al-Shamal Stadium em Al-Shamal, para fase de grupos (a ser construído)



Al-Wakrah Stadium em Al-Wakrah, para fase de grupos (a ser construído)



Doha Port Stadium em Doha, vai abrigar as quartas (a ser construído)



Qatar University Stadium em Doha (a ser construído)



Sports City Stadium em Doha, abrigará a disputa pelo terceiro (a ser construído)



Umm Slal Stadium em Umm Slal, quartas



A abertura, a final e semis serão realizadas no Lusail Iconic Stadium em Al-Daayen para 86 mil pessoas (em construção)


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Published on July 11, 2018 08:29

July 9, 2018

Não é obrigado a torcer


Seu time saiu da competição.


E agora, o que fazer?


Torcer para o algoz (Bélgica), para a zebra (Croácia), para a tradição (Inglaterra) ou o futebol mais bonito (França)?


Não é obrigado a torcer.


Pode assistir aos jogos como um observador do melhor futebol praticado.


Pode torcer para Mbapée (da França de Griezmann), moleque bom de bola, gente boa, de origem humilde, e que apesar da idade já apoia projetos sociais na periferia em que nasceu.


Colega de Neymar no PSG, é o candidato a melhor da Copa.


Pode torcer para a mistura de nacionalidades da Bélgica, de nomes de origem africana, como Lukaku, Batshuayi, de Januzaj, do Kosovo, Dembélé, cujo pai é de Mali, Fellaini, Hazard e Chadi, de origem marroquina.


Uma África no coração da Europa, que hoje expulsa africanos, elege governos duros contra a imigração e xenofóbicos.


Torcer para Bélgica seria torcer para a tolerância étnica, para a inteligência técnica que eliminou o Brasil num nó tático e para Kompany, o zagueiro de ascendência congolesa, líder carismático, que sempre é lembrado para disputar a presidência do país europeu.



Na geopolítica, torcer para a Croácia é torcer para o país que, no passado, teve uma organização mais nazista e aterrorizante do que os próprios, a Ustasha.



Mas isso é História.


A Croácia, do craque Moldric, é governada por uma torcedora fanática, Kolinda Grabar, e populista.


E é o time da camisa bonita.


A Inglaterra de Kane e John Stone e da torcida mais animada (que não foi à Rússia por questões políticas) há tempos não ia tão longe, com um time leve, habilidoso.


Torcer para a final França x Inglaterra é torcer para uma série enorme de implicações históricas entre dois países que se alternam entre a aliança e a guerra.


Torcer para uma final Bélgica x Croácia é admitir mais um país no seleto grupo de campeões mundiais.


Que a sorte seja lançada.


Divirta-se.

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Published on July 09, 2018 07:19

July 4, 2018

O território livre dos youtuberdoidos


Se teu filho passou a te xingar com uma quantidade surpreendente de palavrões, sim, ele deixou de ver Peppa Pig, que se referia ao pai como “papai levado”, e está com os olhos presos pelo YouTube.


O barato dos youtuberloucos é pontuar frases com palavrão, gritar, exagerar, fazer caretas, contestar autoridades, para arrebanhar claques e cliques.


E faturar.


O escândalo em torno de Júlio Cocielo, o digital influencer popular de posts racistas (quem tem mais de 20 anos nunca ouviu falar), acende um alerta.


Ele tem 7,4 milhões de seguidores no Twitter, 11 milhões no Insta e 16 milhões no YouTube e nenhum controle, autocrítica, superego.


É um absoluto sem-noção que não segue um código de ética.


Para nos associarmos no seleto clube dos profissionais de um meio de comunicação, precisávamos de um diploma universitário e cursos profissionalizantes.


Em rádios, jornais, revistas e televisões, editores e subs nos editam, nos aconselham, cortam nossas asas, nos educam.


Nossas palavras passam por revisões.


As empresas com passado têm donos, acionistas, diretores e nome a zelar.


Uma hierarquia rígida estabelece limites do que pode ser publicado: manuais de redação foram escritos; gramáticos contratados circulam nos corredores das redações.


Leitores atentos denunciam, escrevem cartas, e-mails, posts, e somos obrigados a responder.


Algumas empresas têm ombudsman e SACs.


Nas TVs, palavrões davam multas.


Por vezes, somos processados.


Estamos constantemente em julgamento, respondendo pelos nossos erros, em reuniões de pauta, com chefias, almoços, com advogados e nos tribunais.


O YouTube veio para arrebentar a cadeia de comando e liberar geral.


Viva a liberdade de expressão dos influencerirresponsáveis.


Viva tudo! Pode tudo?


Não à toa, ele agride também os próprios meios de comunicação:



Cocielo tinha patrocínio do Itaú, Coca-Cola, Submarino, Adidas e do governo brasileiro, Embratur, para promover o turismo no Brasil.


E uma coleção de grosserias postadas desde 2010, que depõe contra as marcas que já o patrocinaram, como McDonald’s, Foster, Gillette, Tic-Tac e outras.


Grosserias que estão sendo apagadas, mas foram salvas por alguns usuários (veja abaixo).


Cocielo está entre as personalidades da rede que mais influenciam os jovens, como Flavia Calina, Felipe Castanhari e Felipe Neto.


Perdeu patrocínios em 1 de julho, quando repercutiu um dos seus comentários racistas, contra o jogador francês Mbappé.


Segundo Meio & Mensagem, as empresas que o patrocinaram se defendem:


O site Submarino repudia veementemente qualquer manifestação racista e tomará as providências necessárias.


Para a Coca-Cola, o respeito à diversidade é um dos principais valores da companhia, em campanhas que celebram as diferenças e promovem a união: “Manifestações preconceituosas não são toleradas. Repudiamos qualquer forma de racismo, machismo, misoginia ou homofobia.”


O Itaú repudia toda e qualquer forma de discriminação e preconceito: “Esperamos que o respeito à diversidade sempre prevaleça.”


Adidas repudia toda e qualquer tipo de discriminação e decidiu suspender a parceria com Júlio Cocielo”.


McDonald´s disse que já realizou ações com Cocielo, mas que a relação já não existe.


Os posts do influenciador são abomináveis e vêm de longa data. Prepare o estômago:



A pergunta é como nenhum patrocinador se ateve a eles, financiando práticas de discursos preconceituosos.


Como o YouTube ou o Twitter deixam isso rolar? E o Ministério Público, sempre atento ao que rola nas TVs? Como conviver com liberdade e ética?


Poucos defendem o (traumático) controle dos meios de comunicação.


Mas até onde vai tamanha indecência?


Em nota, ele se defende:



 

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Published on July 04, 2018 05:15

July 2, 2018

SP sedia o Festival Internacional de Mulheres no Cinema


Começa o Festival Internacional de Mulheres no Cinema, FIM18.


Entre 4 e 11 de julho no Cinesesc e Espaço Itaú-Augusta, em São Paulo.


O nome FIM não é à toa.


Quer-se o fim da sub representatividade das mulheres e do predomínio masculino atrás das câmeras e no mercado cinematográfico.


É a primeira edição da mostra competitiva, nacional e internacional, de longas dirigidos por mulheres.


Diretoras como Julia Rezende, Lúcia Murat, Alice Riff, Amanda Kamanchek, Bia Lessa, Eliane Caffé, Fernanda Frazão, Lívia Perez, Mônica Simões e Susanna Lira presentes.


Tereza Villaverde (Portugal), Ursula Meier (Suíça), Naomi Kawase (Japão), Léonor Serraile (França), María Novaro (México) e Kris Niklison (Argentina) estão na competitiva internacional.


Destaque também para A Moça do Calendário, de Helena Ignez (de 2017).



Na abertura, Que Língua Você Fala?, primeiro filme da artista plástica Elisa Bracher, documentário que cruza Brasil, Índia e Inglaterra sobre o atual movimento migratório.


Monique Gardenberg encerra a mostra dia 11 com Paraíso Perdido (de 2017).



O público escolhe o filme vencedor, e a produção ganha R$ 15 mil.


Em foco a diversidade cultural, social e étnica: Zezé Motta, de Xica da Silva de 1976, e Quilombo de 1984, de Cacá Diegues, é homenageada.


Promovem-se também debates e cursos com profissionais mulheres que trabalham em vários estágios da produção cinematográfica, da criação, direção, distribuição à crítica.


Programação completa: http://fimcine.com.br/br/pag/festival


Iniciativa da Casa Redonda, Associação Cultural Kinoforum, Grupo de Mulheres do Audiovisual, Avon e Sesc SP.

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Published on July 02, 2018 09:06

June 27, 2018

1968 no Canal Brasil


 


Às segundas-feiras, 19h30, entre 2 de julho e 13 de agosto, o Canal Brasil exibe a Mostra Cinema de 68.


Em cartaz, sete filmes do ano que o mundo mudou: política, existencialismo, sexo e rock and roll.


Antes de cada obra, Rodrigo Fonseca, crítico de cinema, produtor editorial e roteirista, bate um papo com algum artista envolvido, ou ator ou o próprio diretor.


São eles:


02 de julho. Helena Ignez falara do clássico O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla. Baseado na história real do assaltante de residências de luxo de São Paulo, personagem que aliás entrevistei nos anos 1980, no Carandiru, com o Olhar Eletrônico, já doidinho de pedra. Que se envolve com a sensual Janete Jane (Helena Ignez). Paulo Villaça o representa.



09 de julho. Entrevista Maria Lucia Dahl, de O Bravo Guerreiro, do marido Gustavo Dhal. Em que Miguel Horta (Paulo Cesar Pereio), deputado da oposição, decide mudar de partido para ser da base da situação. Acha que só assim poderá ajudar na causa pública. Bem atual, por sinal.



16 de julho. Antônio Carlos Fontoura fala do seu filme, Copacabana Me Engana, um Doce Vida da Zona Sul carioca dos anos 60, sobre um jovem alienado e ocioso, que vive em Copacabana com os pais e o irmão Hugo (Cláudio Marzo). Sem trabalhar ou estudar, está sempre envolvido em farras e bebedeiras com sua turma de amigos. Certo dia, numa lanchonete, depara-se com a vizinha Irene (a diva Odete Lara). Os dois trocam olhares, e começa o tórrido caso.


23 de julho. A lenda viva, Domingo de Oliveira, fala do seu longa Edu, Coração de Ouro, com o casal Leila Diniz e Paulo José, que se envolve com várias mulheres, até ter o coração fisgado pela uma garota tímida, misteriosa.



30 de julho. Luiz Carlos Lacerda fala do filme Fome de Amor, do recentemente falecido, Nelson Pereira dos Santos, pai do cinema novo. Outra chance de ver a musa Leila Diniz.



06 de agosto. Sylvio Back fala da sua própria obra, Lance Maior. Em que Mário (Reginaldo Faria), um bancário e estudante universitário, enfrenta uma greve, uma crise existencial e a dúvida da década: o nós (engajamento político) ou o eu (a ambição pessoal). A novata Regina Duarte está no elenco. E escute a trilha:



13 de agosto. Othon Bastos fala da obra de Machado de Assis adaptada por Paulo Cesar Saraceni, Capitu e, você sabe, do ciúme doentio de Bentinho (Bastos) por sua namorada de infância e esposa, Capitu (Isabella Campos). Entre eles, Escobar (Raul Cortez), amigo e/ou amante da mulher.



 

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Published on June 27, 2018 06:03

June 25, 2018

O rock não morreu

Rita Oliva


Macaco Bong


My Magical Glowing Lens


 


Muitos se perguntam o que aconteceu com o rock brasileiro, que “sumiu” do protagonismo cultural.


Está vivo, renova-se, acompanha tendências mundial, faz retrô, só não é protagonista.


Como foi nos anos 1960 (Jovem Guarda), 1970 (Raul Seixas, Mutantes) e 1980 (RockBR, punk).


Qualquer roqueiro que dançou como um alucinado Inocentes, Legião, Titãs, Blitz, IRA!, Paralamas, Lobão, Ultraje, lembra que saía às noites para ouvir e dançar rock&roll.


Era uma rotina: entrar numa danceteria, num clube, numa casa de shows, num ginásio, encontrar amigos, beber e dançar.


Dançava-se a banda atração da noite e as músicas antes e depois que saíam das vitrolas. Em São Paulo, Napalm, Carbono 14, Rose BomBom, Madame Satã, AeroAnta, Bar Avenida, CCSP (Centro Cultural São Paulo), eram dos muitos espaços que se espalhavam pela cidade.


Mas sair à noite ficou caro e perigoso. Veio a década de 1990, de Collor e o boom do pagode e sertanejo. Veio a internet e a crise da indústria fonográfica.


As casas novas optaram pelo eletrônico. Bem mais barato contratar um DJ. E podemos ver as mesmas bandas em casa pela internet.


Mega shows roubam fatia do nosso orçamento. De Metallica a Radiohead. Passando pelos dinossauros Paul McCartney, Stones, Pink Floyd, que agora fazem visitas periódicas ao país que ignoraram décadas atrás.


Festivais, como Lollapalloza, trazem das independentes às novidades da cena mundial. Shows foram para teatros, inclusive os do Sesc.


Uma das “vítimas”, Cadão Volpato, jornalista, escritor, e da banda Fellini, banda pós-punk das mais criativas e elegantes da época, hoje comanda o CCSP.


Que fará do inverno gelado da cidade de São Paulo o inverno quente na rua Vergueiro, 1000, Paraíso, estação de metrô Vergueiro (curadoria do jornalista Alexandre Matias).


Serão 30 bandas de rock independentes entre as quartas e os domingos de julho.


Bandas de norte a sul emergentes brasileiras, do rock clássico, psicodélico, new metal, alternativo, hardcore, instrumental, pós-rock, progressivo ao pós-punk.


Shows (atenção!) GRÁTIS na mítica Sala Adoniran Barbosa, um dos templos do rock em São Paulo.


As bandas tocarão em duplas:


Na quarta-feira, 4 de julho, 21h: o new metal potiguar, Far from Alaska, encontra o garage paulistano, Deb and the Mentals.


Na quinta-feira, 5 de julho, 21h, do ABC, Giallos abre o show do instrumental fino dos pernambucanos do Kalouv.



Sábado, 7 de julho, 19h, a voz será delas, Rita Oliva-Papisa e as curitibanas do grupo Cora.


Domingo, 8 de julho, 18h, shows das bandas paulistanas que voltam quase cinquenta anos no tempo: o rock progressivo do Stratus Luna e a psicodelia do Bombay Groove.


Quinta-feira, 12 de julho, 21h, o indie do Oruã, novo projeto de Lê Almeida, divide o palco com o grupo psicodélico paulistano, Goldenloki.


Sexta-feira, 13 de julho, 19h, o noise do Sky Down e o grunge dos mineiros do Lava Divers.


Sábado, 14 de julho, 19h, rock feminino das paulistanas In Venus e as mineiras Mieta.


Domingo, 15 de julho, 18h, o indie rock de duas bandas cariocas: Gorduratrans e Def.



Quinta-feira, 19 de julho, 21h, os mineiros do Black Pantera com os paraenses do Molho Negro.


Sexta-feira, 20 de julho, 19h, duas forças do pós-rock cearense, Maquinas e Astronauta Marinho.


Sábado, 21 de julho, 19h, de Goiás, Salma Jô, o grupo Carne Doce, com abertura da cantora Bruna Mendez.


Domingo, 22 de julho, 18h, duas bandas psicodélicas: a capixaba My Magical Glowing Lens e a paulista Bike.


Quinta-feira, 26 de julho, 21h, o rock cuiabano Macaco Bong e o paulista Odradek.


Sexta-feira, 27 de julho, 19h, o grupo paulista Picanha de Chernobill, e o ex-guitarrista da Cachorro Grande, o gaúcho Marcelo Gross.


Sábado, 28 de julho, 19h, o novo metal brasileiro encerra a programação: o goiano Frieza e o paulista Basalt.


Pra bater cabeça.

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Published on June 25, 2018 07:17

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Marcelo Rubens Paiva
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