Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 27
December 18, 2017
Twitter começa a combater conteúdo abusivo
O Twitter começa hoje a aplicar uma norma que é uma exigência antiga dos usuários daquela que é uma das redes sociais mais influentes: combaterá o conteúdo abusivo e violento da comunidade virtual.
No passado, a rede conseguiu bloquear algumas contas nitidamente ofensivas.
Como a do grupo nazista alt-right.
O Twitter anuncia que será mais duro com usuários que publicam conteúdo que incitem ódio ou ameacem a integridade das pessoas.
Exigirá a eliminação de textos, links e, se reincidentes, realizará suspensões temporárias, como o Facebook já faz há anos.
Proibirá o uso de símbolos que promovem intolerância e ofensas contra raças ou orientação sexual.
Poderá também expulsar usuários da comunidade.
Trump, que costuma postar conteúdo racista e xenofóbico, estará na mira da empresa?
A conta de Jared Taylor, um notório ativista racista, já foi bloqueada.
December 17, 2017
Pedido de desculpas
Minha mais recente coluna, publicada sábado dia 16 de dezembro no Caderno 2 termina afirmando que, se Lula, processado e condenado em primeira instância, não estiver na cédula da eleição de 2018, poderia indicar um candidato “judeu com sotaque baiano”.
O “sotaque baiano” é que eu queria indicar, ao leitor, de quem eu estava falando.
A referência à religião judaica, colocada solta no final do texto, pareceu sem propósito aparente.
No entanto, minha intenção foi exaltar positivamente o ineditismo e a relevância da chance de termos um presidente de origem judaica, num momento em que país vive um triste momento de intolerância religiosa e cultural.
O fato de ter citado as origens religiosas de um amigo íntimo há mais de 30 anos – o ex-governador da Bahia, o carioca Jaques Wagner – não tinha o intuito de ofender ninguém.
Meu desejo era trazer à tona a beleza da pluralidade.
Num Estado que se pretende laico, mas comemora apenas feriados católicos, cuja uma parte da sociedade não consegue respeitar a liberdade religiosa, acredito que a diversidade é para ser considerada positiva.
Tiveram pessoas que não entenderam o meu propósito e consideraram minha menção à religião judaica como algo ofensivo.
Como se trata de um assunto de que não tenho lugar de fala, gostaria de pedir desculpas a quem tenha ficado ofendido, especialmente à Federação Israelita do Estado de São Paulo, que me enviou uma mensagem, que fez atentar para o meu erro.
E mandar um recado aos meus amigos Jaques Wagner e Fátima, a quem chamo intimamente de Fatinha e visito anualmente, desde antes do marido entrar para a política, que estou com saudades.
Morre uma lenda de São Paulo
Morreu Fofão, o Fofão da Augusta.
Ou melhor, Ricardo
Não sei se ele sabia que a cidade o chamava pejorativamente de Fofão.
Não sei se ele se importava que a cidade o apelidara pejorativamente de Fofão.
Não sei se tinha amigos, família, filhos.
Não sei nada sobre ele.
Nunca parei para falar com ele, nem perguntar seu nome.
Como todos, estava com meus problemas, na minha bolha, não por ali para investigar, mas para ir de A a B, em trânsito.
Tinha curiosidade, mas como todos preferia evitar.
Sei que causava ojeriza em muitos, quando aparecia com seu rosto deformado na esquina da Avenida Paulista com Rocha Azevedo ou Rua Augusta, pedindo dinheiro.
Ele sabia que causava ojeriza? Sabia.
Como é ser alguém que causa ojeriza?
Que habilidades tinha?
Alguma virtude?
Terá sido um travesti cuja cirurgia plástica deu errado?
Fofão, ou RICARDO, sim, ele tinha esse nome, maquiador, que colocou silicone nas bochechas há 30 anos e ficou deformado, morreu ontem, num hospital do Mandaqui, onde estava internado na ala psiquiátrica.
Vinha sofrendo surtos psicóticos.
A notícia saiu apenas na rede social, graças a um post de Chico Felitti, tocado ainda pela emoção da notícia da morte do amigo.
Descobre-se que Ricardo era poliglota, morou em Paris, casado com uma colega, Vânia, e trabalhou num salão de beleza chamado Shirley’s.
Por vezes, era espancado. Por vezes, sofria de surtos psicóticos. Ser ignorado e evitado não é fácil.
São Paulo é impiedosa.
A solidão é fatal, quando milhões fingem que não existimos.
Morreu na tarde de 15 de dezembro. O corpo deve ser cremado e depositado junto às cinzas dos seus pais, em Araraquara.
No hospital, nenhum documento de identificação de Ricardo, “mas toda equipe sabia o seu nome, pelo qual foi chamado até o fim”, conta Felitti, que fez em outubro um perfil sobre ele:
December 14, 2017
Dicas de séries para as férias – com trailer
Uma sequência de séries de gente estranha entra pelas ondas do streaming.
Dicas para o verão nada tranquilo:
Psicopatia, baixo astral, lobos solitários, paranoia extrema, volta da intolerância.
Godless
É isso mesmo, numa terra em que nem Deus está presente, como indica o título, uma gangue de psicopatas aterroriza o Velho Oeste, cidade por cidade, matando e violando, roubando sem dó, movidos por vingança. Até a próxima cidade, em que só moram mulheres, pois seus maridos morreram na explosão de uma mina, resolver se unir e reagir. Pelo menos, dessa vez, o final é… Paro por aqui.
Manhunt
Série sobre a figura mais enigmática americana, que ameaçou sozinho toda a sociedade, Unabomber, iniciando um terrorismo doméstico inédito que colocou abaixo toda a ilusão do sonho americano. Acaba de estrear na Netflix. Seu manifesto questiona os valores de uma sociedade hipócrita. Um terrorista solitário que agrega fãs até hoje.
Dark
Série alemã sobre viagem ao tempo. Casais disfuncionais (todos), traição, uma trilha angustiante, filhos que somem pelo tempo, bullyng… A sensação do ano é também de uma agonia só. Tem hora que dá vontade de desistir. Dicas do meu brother Zé Luiz: assista em alemão, para torna-la mais pesada.
The Deuce
Há muito não se via uma série tão bem produzida (por James Franco) que, apesar de ser de época, aborda um tema contemporâneo, já que a degradação urbana (e humana) do novo capitalismo concentrador de renda chegou até em Paris.
The Sinner
Na primeira cena, uma mãe aparentemente feliz, do nada, levanta-se e dá facadas num rapaz que toma sol numa praia bucólica. Evidentemente boderline, descobre-se que ela rinha razões de sobra para alguns atos que, aparentemente, pareciam fruto de uma histeria sem cura. Ela vai presa, declara-se culpada, mas…
Alias Grace
Outra histérica presa, acusada de assassinar o antigo patrão, revela que, no fundo, tem mais coisas por trás de um crime aparentemente solucionado, mas nada simples de justificar. A mulher é vítima de uma sociedade patriarcal e de abusos contra as mulheres.
Aquarius
Outra daquelas que dá vontade de abandonar. Ótima, mas mega baixo astral. Sobre quem? Claro, Charles Manson e a degradação do movimento flower power. Na segunda temporada, todo episódio começa com cenas nada leves do assassinato brutal de Sharon Tate. Sangue rola pelo chão. Ódio espuma. Insano…
Mindhunter
Agora, sim, a psicopatia passa a ser catalogada por agentes do FBI, que entrevistam presos, para entender uma mente criminosa. Inventaram o termo serial killer. Baseada em fatos reais, também de época. Manson também é citado. Não apareceu ainda. Nova temporada a caminho.
Vouyer
Filme sobre um desgraçado que comprou um motel apenas para observar, do teto, pela passagem de ar, por anos, gente hospedada. Uma besta quadrada que, depois de anos, tornou pública a história a Gay Talese, que, como todo jornalista oportunista, fez uma matéria para a New Yorker e depois um livro, sem se dar conta do absurdo. Foi criticadíssimo, e depois se arrependeu.
December 13, 2017
Dicas de séries para o verão – com trailers
Uma sequência de séries de gente estranha entra pelas ondas do streaming.
Dicas para o verão nada tranquilo:
Psicopatia, baixo astral, lobos solitários, paranoia extrema, volta da intolerância.
Manhunt
Série sobre a figura mais enigmática americana, que ameaçou sozinho toda a sociedade, Unabomber, iniciando um terrorismo doméstico inédito que colocou abaixo toda a ilusão do sonho americano. Acaba de estrear na Netflix. Seu manifesto questiona os valores de uma sociedade hipócrita. Um terrorista solitário que agrega fãs até hoje.
Dark
Série alemã sobre viagem ao tempo. Casais disfuncionais (todos), traição, uma trilha angustiante, filhos que somem pelo tempo, bullyng… A sensação do ano é também de uma agonia só. Tem hora que dá vontade de desistir. Dicas do meu brother Zé Luiz: assista em alemão, para torna-la mais pesada.
The Deuce
Há muito não se via uma série tão bem produzida (por James Franco) que, apesar de ser de época, aborda um tema contemporâneo, já que a degradação urbana (e humana) do novo capitalismo concentrador de renda chegou até em Paris.
The Sinner
Na primeira cena, uma mãe aparentemente feliz, do nada, levanta-se e dá facadas num rapaz que toma sol numa praia bucólica. Evidentemente boderline, descobre-se que ela rinha razões de sobra para alguns atos que, aparentemente, pareciam fruto de uma histeria sem cura. Ela vai presa, declara-se culpada, mas…
Alias Grace
Outra histérica presa, acusada de assassinar o antigo patrão, revela que, no fundo, tem mais coisas por trás de um crime aparentemente solucionado, mas nada simples de justificar. A mulher é vítima de uma sociedade patriarcal e de abusos contra as mulheres.
Aquarius
Outra daquelas que dá vontade de abandonar. Ótima, mas mega baixo astral. Sobre quem? Claro, Charles Manson e a degradação do movimento flower power. Na segunda temporada, todo episódio começa com cenas nada leves do assassinato brutal de Sharon Tate. Sangue rola pelo chão. Ódio espuma. Insano…
Mindhunter
Agora, sim, a psicopatia passa a ser catalogada por agentes do FBI, que entrevistam presos, para entender uma mente criminosa. Inventaram o termo serial killer. Baseada em fatos reais, também de época. Manson também é citado. Não apareceu ainda. Nova temporada a caminho.
Vouyer
Filme sobre um desgraçado que comprou um motel apenas para observar, do teto, pela passagem de ar, por anos, gente hospedada. Uma besta quadrada que, depois de anos, tornou pública a história a Gay Talese, que, como todo jornalista oportunista, fez uma matéria para a New Yorker e depois um livro, sem se dar conta do absurdo. Foi criticadíssimo, e depois se arrependeu.
Godless
É isso mesmo, numa terra em que nem Deus está presente, como indica o título, uma gangue de psicopatas aterroriza o Velho Oeste, cidade por cidade, matando e violando, roubando sem dó, movidos por vingança. Até a próxima cidade, em que só moram mulheres, pois seus maridos morreram na explosão de uma mina, resolver se unir e reagir. Pelo menos, dessa vez, o final é… Paro por aqui.
Psicopatas pelo ladrão, digo straming
Degradação humana nas novas séries.
Psicopatia é a protagonista do ano.
Um ano baixo astral deu em séries muito baixo astral.
Época de lobos solitários insanos, paranoia extrema, volta da intolerância.
Uma sequência de séries de gente estranha entra pelas ondas do streaming.
Dicas para o verão nada tranquilo:
Manhunt
Série sobre a figura mais enigmática americana, que ameaçou sozinho toda a sociedade, Unabomber, iniciando um terrorismo doméstico inédito que colocou abaixo toda a ilusão do sonho americano. Acaba de estrear na Netflix. Seu manifesto questiona os valores de uma sociedade hipócrita. Um terrorista solitário que agrega fãs até hoje.
Dark
Série alemã sobre viagem ao tempo. Casais disfuncionais (todos), traição, uma trilha angustiante, filhos que somem pelo tempo, bullyng… A sensação do ano é também de uma agonia só. Tem hora que dá vontade de desistir. Dicas do meu brother Zé Luiz: assista em alemão, para torna-la mais pesada.
The Deuce
Há muito não se via uma série tão bem produzida (por James Franco) que, apesar de ser de época, aborda um tema contemporâneo, já que a degradação urbana (e humana) do novo capitalismo concentrador de renda chegou até em Paris.
The Sinner
Na primeira cena, uma mãe aparentemente feliz, do nada, levanta-se e dá facadas num rapaz que toma sol numa praia bucólica. Evidentemente boderline, descobre-se que ela rinha razões de sobra para alguns atos que, aparentemente, pareciam fruto de uma histeria sem cura. Ela vai presa, declara-se culpada, mas…
Alias Grace
Outra histérica presa, acusada de assassinar o antigo patrão, revela que, no fundo, tem mais coisas por trás de um crime aparentemente solucionado, mas nada simples de justificar. A mulher é vítima de uma sociedade patriarcal e de abusos contra as mulheres.
Aquarius
Outra daquelas que dá vontade de abandonar. Ótima, mas mega baixo astral. Sobre quem? Claro, Charles Manson e a degradação do movimento flower power. Na segunda temporada, todo episódio começa com cenas nada leves do assassinato brutal de Sharon Tate. Sangue rola pelo chão. Ódio espuma. Insano…
Mindhunter
Agora, sim, a psicopatia passa a ser catalogada por agentes do FBI, que entrevistam presos, para entender uma mente criminosa. Inventaram o termo serial killer. Baseada em fatos reais, também de época. Manson também é citado. Não apareceu ainda. Nova temporada a caminho.
Voyer
Filme sobre um desgraçado que comprou um motel apenas para observar, do teto, pela passagem de ar, por anos, gente hospedada. Uma besta quadrada que, depois de anos, tornou pública a história a Gay Talese, que, como todo jornalista oportunista, fez uma matéria para a New Yorker e depois um livro, sem se dar conta do absurdo. Foi criticadíssimo, e depois se arrependeu.
Godless
É isso mesmo, numa terra em que nem Deus está presente, como indica o título, uma gangue de psicopatas aterroriza o Velho Oeste, cidade por cidade, matando e violando, roubando sem dó, movidos por vingança. Até a próxima cidade, em que só moram mulheres, pois seus maridos morreram na explosão de uma mina, resolver se unir e reagir. Pelo menos, dessa vez, o final é… Paro por aqui.
December 11, 2017
Pitacos para indicados do Globo de Ouro séries e minisséries
Não é o prêmio mais importante da TV, mas é o mais maneiro.;
Dia 7 de janeiro, Seth Meyers apresenta o Globo de Ouro 2018. O primeiro a criticar publicamente e com sarcasmo, Harvey Winstein.
Lá vem uma enxurrada de piadas sobre os taradões do ano.
Aqui, alguns indicados apenas para TV, com meus pitacos, são:
Melhor série de TV – Drama:
The Crown
Game of Thrones
The Handmaid’s Tale
Stranger Things
This is Us
The Handmaid’s Tale leva. GoT é demais, mas… Stranger muito teen.
Melhor atriz TV Série – Drama:
Caitriona Balfe, Outlander
Claire Foy, The Crown
Maggie Gyllenhaal, The Deuce
Katherine Langford, 13 Reasons Why
Elisabeth Moss, The Handmaid’s Tale
Maggie. Sem discussão. Aliás, faltaram mais indicações a Duece. Mas, a onda moralista…
Melhor ator TV – Drama:
Sterling K. Brown, This is Us
Freddie Highmore, The Good Doctor
Bob Odenkirk, Better Call Saul
Liev Schreiber, Ray Donovan
Jason Bateman, Ozark
Não tenho ideia. Talvez Bob? Terceira temporada de Better Call é a melhor.
Melhor Série – Comédia
Black-ish
The Marvelous Mrs. Maisel
Master of None
SMILF
Will & Grace
Não vi nenhuma.
Minissérie ou filme para TV
Big Little Lies
Fargo
FEUD: Bette and Joan
The Sinner
Top of the Lake: China Girl
Big Little, of course; apesar de eu ter adivinhado o final no primeiro capítulo.
Ator Minisserie ou filme
Robert De Niro, The Wizard of Lies
Jude Law, The Young Pope
Kyle MacLachlan, Twin Peaks
Ewan McGregor, Fargo
Geoffrey Rush, Genius
De Niro?
Atriz Minissérie ou filme
Jessica Biel, The Sinner
Nicole Kidman, Big Little Lies
Jessica Lange, FEUD: Bette and Joan
Susan Sarandon, FEUD: Bette and Joan
Reese Witherspoon, Big Little Lies
Jessica. Mas vão dar para Nicole. Se bem que não vi FEUD.
Atriz Minissérie ou filme
Laura Dern, Big Little Lies
Anne Dowd, Handmaid’s Tale
Chrissy Metz, This Is Us
Michelle Pfeiffer, The Wizard of Lies
Shailene Woodley, Big Little Lies
Michele, deslumbrante.
December 8, 2017
Onde está a Dancinha do Impeachment?
Dancinha do impeachment sempre esteve envolta em mistérios.
Veio de Fortaleza, CE. Os passos lembram uma micareta, uma folia, um bloco de carnaval.
A música Seja Patriota teve a coreografia ensaiada num galpão na Comunidade Católica Obreiros da Tardinha, “muito conhecida em Fortaleza”, tuitou Edson Rômulo.
Coreografia ensinada pelas redes sociais em vídeo produzido por colaboradores do grupo Consciência Patriótica.
Que hoje revela aquilo de que se suspeitou na época: é um grupo anticomunista ferrenho, que apoia teses conservadoras, como a de ser contra a identidade de gênero.
E, sim, demonstra simpatias pelo candidato Jair Bolsonaro.
O porta voz, o publicitário Diego Rebouças, disse na época ao jornal O Povo, o mais antigo do Ceará: “Não damos ouvidos às críticas. Música é uma forma válida de unir as pessoas em torno do combate ao comunismo e ao socialismo, à corrupção e ao governo federal”.
Pessoas foram agregadas em panfletagens num bairro nobre de Fortaleza, para manifestação contra o governo Dilma e o PT.
Em 16 de agosto de 2015, a performance ao estilo flash-mob foi exibida e difundida nas redes sociais.
Até hoje, perguntam-se quem são aquelas pessoas, e como reagem ao que está acontecendo.
O grupo Consciência Patriótica tem hoje 90 mil seguidores no Facebook, numa conta ativa, e está associado a outros grupos de extrema-direita que defendem o combate ao comunismo.
Agora em novembro, defendeu em sua página que “meninos e meninas são diferentes”, anunciou com alarde o pedido de prisão de Cristina Kirchner e criticou ataques de Reinaldo Azevedo contra Jair Messias Bolsonaro.
Defende a prisão de Lula, “pilantra”, “comunista”.
Uma seguidora pede que Lula seja enforcado.
O grupo criticou a decisão do STF de permitir que um transexual mude de nome e associou a “indústria das multas” a táticas “socialistas comunistas”: “Além de perseguir, confundir, humilhar e desrespeitar as pessoas, o esquerdismo aproveita para tomar o dinheiro dos trabalhadores através da Indústria da Multa.”
Claro, citam Olavo de Carvalho e se indignaram com a exposição Querrmuseu, do Santander Cultural.
Mas não se encontra o perfil de Rebouças.
Vídeos dos ensaios foram apagados.
Nomes, perfis, mais detalhes?
Nada.
Alguém tem notícia deles?
December 6, 2017
Black Mirror 4 – em breve
Chega dia 29 de dezembro no Netflix.
A série mais intrigante, futurista, distópica.
E como o uso obsessivo da tecnologia (especialmente da informação) entre nós pode dar errado.
Vem com seis novos episódios: Black Museum, Arkangel, Hang the D.J., Crocodile, U.S.S. Callister e Metalhead.
December 5, 2017
Criança “sexualizada” é obrigada a cobrir fantasia
O constrangimento que viveu Bárbara Poskus, professora da escola infantil do meu filho, e sua filha de três anos, coleguinha dele, retrata o momento em que o Brasil vive.
No país em que já teve Xuxa como Rainha dos Baixinhos, nudez na abertura de novela e do Fantástico, teledramas calientes, a pequena foi censurada por uma funcionária do Sesc 24 de Maio por estar de Ariel.
Quando a criança saiu do banheiro vestindo o top da fantasia de Pequena Sereia, a mãe escutou num “tom nada amigável”: “Ela não pode entrar de top. Ela tem que entrar com uma camiseta”.
A menina não entendeu direito e correu para dentro do banheiro.
A mãe perguntou se havia alguma norma escrita sobre vestimentas; ao redor, meninos sem camisa, bebês usando apenas fralda, garotas de maiô.
A funcionária argumentou dizendo que alguém poderia tirar uma foto dela.
A criança, que mora na região, não quis mais entrar no espelho d’água, onde sempre se molha, até em dias frios.
Encolheu-se no colo da mãe, procurando esconder ombros.
“Conversamos com outros funcionários, eu e minha irmã [Renata], porque ficamos revoltadas e tristes por ver a minha filha, tão pequena, ser tolhida em sua liberdade e constrangida, porque uma mulher adulta sexualizou uma criança de três anos…. Ai a gente fala ‘feminismo pra quê’? No dia de hoje, pra mim, é para que parem de sexualizar nossas meninas.”
Ao postar seu desabafo numa rede social, um representante do Sesc 24 de Maio ligou, pediu desculpas em nome da instituição e elucidou:
Não existe uma norma. O que existe é uma orientação para que as crianças não estejam de roupa de banho no espelho d’água, pelo simples fato de não ser uma piscina para fins de piscina, e sim um espelho d’água para fins de espelho d’água.
A mãe explicou que ela não estava de biquíni, era a princesa Ariel, e que nada justifica o constrangimento a que ela foi submetida apenas por estar com a barriga de fora.
O representante disse que o ocorrido é um importante indicador de que algumas diretrizes precisam ser revistas com os funcionários.
“Pode haver pedófilos em qualquer local, em qualquer ocasião. Pode ter um pedófilo no ônibus, pode ter um pedófilo na praça, pode ter um pedófilo na porta da escola, pode ter um pedófilo dentro da sua casa… E a criança tem que ser livre pra ser criança em todo e qualquer lugar. QUEM NÃO TEM QUE ESTAR LÁ É O PEDÓFILO. É o pedófilo que deve ser identificado, ter sua liberdade cerceada, barrado e constrangido se for o caso”, desabafa a mãe.
“Estou falando tudo isso porque eu luto por um mundo onde minha filha, que ainda tá longe da puberdade, possa andar com a barriga de fora se quiser, pelo simples fato de ela querer. Ela está certa. Quem está errado é quem sexualiza a barriga de fora. Que ela não seja sexualizada, ainda tão pequena, diferentemente dos meninos que podem circular sem camiseta. E que na puberdade ela também possa usar roupas curtas no calor sem ter seu corpo sexualizado. E na vida adulta. E que ela simplesmente S E J A R E S P E I T A D A. Não quero que ela tenha medo de sair de roupa curta num dia de neve ou de calor, simplesmente por ser mulher.”
Obrigado, Bárbara.
Mandou bem.
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