Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 30

October 13, 2017

Filme sobre Salinger flopa

Ele chegou a vislumbrar a possibilidade de adaptar uma das suas poucas obras para o cinema.


Desistiu e proibiu.


Isolou-se da vida pública. Proibia qualquer tentativa de escrever sobre ele. Morreu e, pronto, a primeira obra não é baseada no que escreveu, mas na sua vida fascinante.


Até Oona O’Neill aparece, a paixão que o trocou por Chaplin, enquanto estava enfurnado na academia do Exército, antes de partir para a guerra. Como voluntário.


O filme com nome nada sugestivo, Rebel in the Rye (pode ser Rebelde no Campo de Centeio, alusão a Catch in the Rye, ou no Brasil, Apanhador no Campo e Centeio), retrata 15 anos na vida do talentoso estudante, que luta na Segunda Guerra, na Alemanha, fala alemão fluentemente e volta para se tornar um dos escritores mais cultuados e enigmáticos da literatura mundial.


Trama que começa em 1939, em que J. D. Salinger, interpretado por Nicholas Hoult, faz um curso de “writing” com o editor Whit Burnett (Kevin Spacey).


Foi inspirado no livro J. D. Salinger: A Life.


Dirigido por Danny Strong.


Sei não. Salinger, por falar alemão, servia mais de intérprete do que guerreiro.


Tanto que morou em Berlim no fim da guerra, na caça de criminosos de guerra, e até se casou com uma alemã (que, ironia, descobriu-se ser uma nazista camuflada).


Mas, cinema…


Filme não bombou. Perdeu a sutileza de sua obra.


 

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Published on October 13, 2017 09:26

October 11, 2017

Caetano no Baixo Augusta


 


Caetano baixa no Baixo Augusta para falar das verdades e mentiras tropicais.


Ele sempre se renova.


Inquieto, precisa firmar suas posições há 50 anos (desde 1967).


Num país de idas e vindas e tantos conflitos, precisamos delas.


Caetano relança sua obra prima, Verdades Tropicais, faz shows com os filhos e, agora, que voltou para a sua ex-mulher, a agitadora Paula Lavigne, é uma presença constante nas mídias sociais.


Sua voz hoje é necessária para se exigir o fim de qualquer tipo de censura de manifestações artísticas, só nesta semana atacadas em Porto Alegre, SP, RJ, BH.


Ele que foi vítima da Ditadura Militar; censurado, preso, expulso do país.


Bloco do Baixo Augusta, você sabe, é um bloco de carnaval fundado há menos de dez anos por amigos que frequentavam a boemia do Baixo Augusta.


 



 


Sempre focado no ativismo político e social, tornou-se um dos maiores blocos de carnaval de São Paulo, incluindo no repertório rock & roll e a música que se faz na cidade, de Titãs a IRA! .


Inauguramos a Casa do Bloco do Baixo Augusta (dois andares num antigo prédio-estacionamento reformado na esquina da Consolação com a Rego Freitas) quinta-feira da semana passada.


Cursos, leituras de peça, debates, roda de samba, shows, cinema são parte da programação.


Foram feitas parcerias com as escolas de teatro da Praça Roosevelt.


O grupo de amigos, muitos com um pé na fotografia, figurino e artes-plásticas, resolveu intervir mais.


Quem se mudou para lá? Mídia Ninja.


Segunda-feira, dia 16, para inaugurar a nova sede do Mídia Ninja, que agora ocupa um andar do prédio, Caetano Veloso.


Terça, dia 17, debateremos censura e arte queer com o curador da mostra Queermuseu, Gaudêncio Fidélis.


Vai perder?


 


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Published on October 11, 2017 07:31

October 10, 2017

Doria segue cartilha de Trump


 


Doria já é candidato à Presidência de 2018.


E segue passo a passo o manual eleitoral de alguém como ele, apresentador de TV, rico, não político, que chegou à Presidência dos EUA.


Desacredita tudo o que existiu antes dele.


Como Alberto Goldman, militante contra a ditadura, da antiga ala comunista do antigo MDB, segundo deputado estadual mais votado de 1974, deputado federal eleito seis vezes (1979-1983, 1983-1987, 1991-1995, 1995-1999, 1999-2003 e 2003-2006).


Doria, que nunca antes de 2016 se elegera a nada, o chamou de acomodado, “fracassado”, “improdutivo”, de estar sempre à sombra.


Goldman é fundador do PSDB. Foi vice-governador de SP e governador (2010-2011).


Trump tem uma relação conturbada com históricos do Partido Republicano. Venceu-os nas primárias.


Doria derrotou na convenção o candidato à Prefeitura do Palácio dos Bandeirantes e da ala histórica do PSDB, Andrea Matarazzo.


A relação conturbada de Doria com o PSDB começou em 1989, quando foi flagrado fazendo campanha para Collor, enquanto o candidato do partido era Covas, seu padrinho político, que depois apoiou Lula no segundo turno.


Eleito prefeito de São Paulo, aproximou-se mais da direita (como Trump), elegeu Lula seu sparing (o que Trump fez de Hillary), assumiu o discurso conservador de outro candidato, Jair Bolsonaro.


Defende a privatização dos serviços, como Trump.


Como Trump, usa mídias sociais sem economia.


Por vezes, de forma atabalhoada, o que o humaniza.


E não sai do foco: está sempre na manchete, nas capas, consegue três a quatro lides por dia de matérias que falam dele e suas ações, muitas delas falsas, mentindo ou não, expondo-se ao ridículo ou não, polêmico ou não, pouco diplomático ou não.


Anuncia ações do seu governo por ela; chegou a demitir uma secretária, Soninha, por um vídeo postado.


O importante, como Trump, é nunca deixar que NÃO falem dele.


Apesar de ser casado com uma artista-plástica, defendeu a censura da exposição de 250 artistas, a Queermuseu, e de uma performance no MAM.


Sua tática é atacar o extremo, o petismo, roubando aliados de outro extremo, do bolsonarismo, associando-se a uma nova direita, o MBL.


Históricos do partido que nasceu da aliança de combatentes da ditadura com a USP, não confiam nele.


Não tem problema. Doria se aproximou do DEM, que o quer em suas fileiras.


O sucesso subiu à cabeça. Não aparenta ser o poste de alguém ou de um grupo.


Se Trump conseguiu, contradizendo todas as previsões, por que Doria não conseguiria?


O que chamam de poste na verdade quer ser uma rede de distribuição.

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Published on October 10, 2017 07:07

October 6, 2017

Programa dá livros gratuitamente


 


Começou nesta semana a distribuição de livros infantis do projeto “leia para uma criança”.


Iniciativa conhecida e admirável da Fundação Itaú Social, que investe há tempos, entre outros programas, na importância de se ler para uma criança, anuncia em comerciais.


Realiza a distribuição de livros gratuitamente.


Não é preciso ser correntista do banco.


Quem se cadastrar no link recebe em casa, sem custo algum, livros selecionados pela equipe de curadores do projeto, que já distribuiu mais de 40 milhões de exemplares:


 


https://www.itau.com.br/crianca/


 


Entre eles, O Menino Azul (Cecília Meireles), um poema sobre um menino que quer um inusitado burrinho como pet.


 



 


As Coleções também podem ser solicitadas por organizações da sociedade civil e por secretarias municipais de educação que realizem projetos de  leitura para crianças.


Cadastre-se.

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Published on October 06, 2017 09:27

October 4, 2017

50 anos da morte de Che


 


As esquerdas andam meio em baixa. A ideia revolucionária, com ação de guerrilhas, também.


Depois dos anos 1970, organizações descambaram para o terrorismo puro, impopular, como Brigadas Vermelhas, Baader Meinhof.


Outras viraram braço do crime organizado, com roubos e sequestros, como a Frente Patriótica Manuel Rodrigues, com membros por trás do sequestro de Washington Olivetto, ou Movimento de Esquerda Revolucionário, sequestradores de Abílio Diniz.


Outras se associaram ao narcotráfico, como a FARC, para sobreviver.


Che, a inspiração de uma geração, anda meio esquecido.


Apesar das camisetas, tatuagens, pôsteres.


Achavam que tinha morrido no dia 8 de outubro.


Descobriu-se com o tempo que pode ter sido no dia 7, e sua morte em La Higuera, Bolívia, nebulosa na época, agora foi mais que reportada e esclarecida, assim como seu corpo, desenterrado e devolvido a Cuba.


No dia 07 de outubro, o Memorial da Resistência, da Secretaria da Cultura do Estado de SP, lembrará os 50 anos da morte de Che Guevara.


Parte de mais uma edição do evento Sábado Resistente, em parceria com o Núcleo de Preservação da Memória Política.


O documentário Carabina M2, Uma Arma Americana – Che na Bolívia será exibido, com a presença do diretor.


O filme fala do tempo de Che na Bolívia e traz entrevistas com general Gary Prado, responsável pela captura do comandante, e os guerrilheiros José Castillo (Paco) e Salustio Choque.


 



 


Começa às 14h com Boas-vindas de Marília Bonas (Memorial da Resistência de São Paulo) e Ivan Seixas (Núcleo de Preservação da Memória Política)


Memorial da Resistência de São Paulo fica no Largo General Osório, 66.


Entrada Gratuita

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Published on October 04, 2017 15:47

October 2, 2017

O Estado precisa defender a liberdade.


 


Quando o Estado, guardião do direito sagrado de Liberdade de Expressão, se posiciona contra a manifestação artística, o pior se instalou.


O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, soltou um vídeo dizendo que o Rio não receberá exposição que “promove pedofilia e zoofilia”.


Referia-se a Querrmuseu, convidada para se apresentar no MAR (Museu de Arte do Rio).


“Só se for no fundo do mar”, finaliza o prefeito no vídeo.


O prefeito de São Paulo, João Doria, com os olhos voltados para 2018, manifestou-se contrário à performance do MAM, museu que não está sob sua administração.


Poderia defender o sagrado direito de livre manifestação, independentemente de gostar ou não da performance a que não assistiu.


Preferiu cair na graça da onda conservadora que reverbera em parte do eleitorado.


O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, ao invés de estar do lado dos 250 artistas prejudicados pelo cancelamento da exposição Queermuseu em Porto Alegre, fala numa classificação etária em museus.


Não seria mais digno do cargo Leitão, meu amigo, egresso do jornalismo cultural, um homem que entende da burocracia estatal, estar ao lado da Constituição e dos artistas?


Ele é uma esperança de luz num governo impopular e envolto em escândalos.


De que lado o Estado está?


Exposições recebem protestos.


Exposições sempre receberam protestos.


A maioria, contra a estética proposta, por romper demais com as normas vigentes.


Até a primeira apresentação de Nijisnky em Paris, da coreografia de Pássaro de Fogo Stravisnski) foi vaiada.


Como os modernistas foram vaiados no Municipal, em SP.


No Brasil, segundo pesquisa da Fecomércio/RJ:



92,5% não costumam ir a uma exposição de arte
91,25 não vão a espetáculos de dança
88,6% não frequentam o teatro
A compreensão de representação está evidentemente deturpada.

A confusão entre realidade e arte se manifesta no dia a dia.


Atores são xingados por conta das ações de seus personagens impopulares telenovelas.


A Justiça, através juiz da 1ª Vara Cível do Foro de Jundiaí, Luiz Antônio de Campos Júnior, sentenciou que exibição da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu ia de “encontro à dignidade cristã, posto apresentar Jesus Cristo como um transgênero, expondo ao ridículo os símbolos como a cruz e a religiosidade que ela representa”, se exibida pagaria pena de multa diária de R$ 1 mil e risco de um novo processo por crime de desobediência.


O Estado não promove assim o rompimento de um direito constitucional?


O Estado precisa escolher o lado da liberdade.


 

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Published on October 02, 2017 07:04

October 1, 2017

No Brasil, temos medo do juiz

Sou do tempo em que tínhamos medo dos humores e doutrinas militares. Em tempos democráticos, temos medo de juízes destemperados. Estranho o país que se teme a Justiça. Como nos defendermos dela?


Já fui ameaçado por aquele ministro do Supremo que processa jornalistas e artistas. Já tive a estreia de uma peça de teatro embargada em 2001 por um juiz de menor, hoje desembargador do RJ, denunciado ao Conselho Nacional de Justiça por vender sentenças a milicianos.


“Chefe, não vou trabalhar hoje porque estou gay”. A comunidade LGBT não perderia por nada a oportunidade de fazer piada contra a decisão excêntrica do juiz federal da 14ª Vara do Distrito Federal, Waldemar Cláudio de Carvalho, que passou a considerar possível o tratamento psicológico de gays, ou “reorientação sexual”.


Se para o Conselho Federal de Psicologia (resolução 001/1999), “psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a ‘patologização’ de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados”, para o juiz sofrem de uma doença.


Está aprovada a prática da reversão sexual. “Não me curem, porque não tenho roupa para virar hétero”, gozou um amigo. “Mamãe, acordei meio gayzinho, não consigo sair da cama”, gozou outro.


Em caráter de urgência, o juiz da 1ª Vara Cível do Foro de Jundiaí, Luiz Antônio de Campos Júnior, sentenciou que exibição da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu ia de “encontro à dignidade cristã, posto apresentar Jesus Cristo como um transgênero, expondo ao ridículo os símbolos como a cruz e a religiosidade que ela representa”.


Se exibida, o SESC pagaria pena de multa diária de R$ 1 mil e risco de um novo processo por crime de desobediência. Na mesma semana, a exposição de arte Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira foi cancelada pelo Santander Cultural de Porto Alegre.


Numa pesquisa informal realizada no Twitter em 12 de setembro, a grande estrela da Globo News, Maria Beltrão, que comanda o programa vespertino que sempre apoia a diversidade, Estúdio i, perguntou se aprovavam o cancelamento da exposição. Vinte e um mil seguidores votaram. Disseram sim 62%. Não, 38%.


O brasileiro atolou no passado. Um retrocesso comportamental emerge, enquanto emerge movimentos políticos de intolerância. “Psicólogo não cura gay. Psicólogo ajuda a curar o preconceito”, apareceu nas redes sociais.


O diretor-presidente do Mackenzie, José Inácio Ramos, universidade que formou inclusive politicamente meus pais, constantemente homenageados por ela, escreveu ao presidente do Banco Santander, Sérgio Rial, em 11 de setembro, carta de repúdio à exposição de arte sobre diversidade (que fora cancelada um dia antes).


Ao se descrever como parceiro, já que tem uma agência do banco dentro de suas instalações, expressa “perplexidade” ao descobrir que o banco abriu ao público “uma exposição que promoveu valores totalmente antagônicos àqueles que asseguram a preservação de uma sociedade honrosa e ordeira”.


“[O Santander] mostrou-se insensível à perturbação que essas correntes causam à instituição da família e abraçou causas condenáveis. Em algum momento o Santander deve escolher: qual a comunidade de clientes o banco quer almejar, com aquela que abraça valores judaico-cristãos ou com os cantos obscuros que militam contra tudo que exala moral, propriedade, respeito, recato, progresso, sustentabilidade e tantos outros valores…”


Quanto tomou posse em 2016, o diretor-presidente teria dito: “Temos a certeza de que o Mackenzie não faz parte da história, o Mackenzie é a história”. Pelo visto, uma história em que vale apenas a sua interpretação da moral e não o pensamento universal.


Como se sentem os alunos gays da instituição? E em que momento eles atentam contra a preservação de uma sociedade honrosa e ordeira, propriedade, respeito, progresso e sustentabilidade?


Perdemos o bom-senso. A dissolvição da ética na política e nas relações do Estado com o indivíduo, promovida por partidos que se apossaram do bem público, em alianças com o que há de podre no Capital (empresários gananciosos, corruptos, ladrões, máfias), contaminou a sociedade.


O desrespeito ao dinheiro público se transforma em desrespeito ao indivíduo, às diferenças e, também, à natureza. Índios veem suas reservas atacadas por empreendimentos compactuados com o Poder. Gays veem seus direitos e, principalmente, o respeito, tolhidos. Religiões africanas são atacadas. Meninas atacadas são culpadas, enquanto abusadores, inocentados.


O juiz Leandro Jorge Bittencourt Cano considerou que o pai que espancou a filha de 13 com um fio elétrico, depois que descobriu que ela não era mais virgem, exerceu o “direito moderado de correção”, gerando uma lesão de “natureza leve”.


Com oito lesões nas costas de até 22 centímetros de comprimento, além de ter os cabelos cortados com uma tesoura, o membro do Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Guarulhos escreveu que “na verdade, a real intenção do pai era apenas corrigir a filha”.


Antes, o juiz José Eugenio do Amaral Souza Neto, em audiência de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda, soltara um jovem conhecido pelas delegacias, que se masturbou num ônibus e ejaculou no pescoço de uma passageira, alegando que o ato não era violento nem constrangia a vítima.


Quem são esses juízes, onde estudam (são 1,3 mil escolas de direito no país), como conseguem passar nos exames da Ordem e em concursos públicos? O que se perguntam nessas provas? Por que princípios fundamentais do direito constitucional, como liberdade de expressão, estão sendo agredidos? O que se ensinam nas escolas de magistratura? Quem controla abusos?


Senhor juiz, pare, agora! Discernimento.

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Published on October 01, 2017 15:55

September 28, 2017

‘Cura Gay’ condenada por psicanalistas


 


Primeiro, o Conselho Regional de Psicologia lembrou que qualquer interferência de psicólogos em reversão sexual, a chamada “cura gay”, vai contra o estatuto e orientação da OMS..


Agora, são os psicanalistas, através da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, que se manifestam contrários “às propostas que visam qualquer tipo de cura da orientação sexual das pessoas”.


Lembram Freud, um “pioneiro” em reconhecer a “diversidade do desejo”.


Consideram que as decisões do juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara do Distrito Federal, ao autorizar tratamento psicológico a gays que gostariam de uma “reorientação sexual”, revelam “posturas discriminatórias e ideológicas alheias à clínica e ao pensamento psicanalítico”.


Aqui, a nota na íntegra.


 


 


NOTA OFICIAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PSICANÁLISE DE SÃO PAULO


A Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, através de sua diretoria, vem esclarecer à população que é contrária às propostas que visam qualquer tipo de cura da orientação sexual das pessoas. Consideramos que tais propostas revelam posturas discriminatórias e ideológicas alheias à clínica e ao pensamento psicanalítico.


Sigmund Freud e seus continuadores foram pioneiros em reconhecer a diversidade do desejo humano abrindo espaço para declarações como a da OMS, que descarta a tese de que a orientação sexual dos indivíduos esteja relacionada a uma doença.


O psicanalista, através da sua escuta clínica, promove a aproximação à singularidade do desejo de quem o procura, acolhe e busca compreender as fontes da sua angústia e sofrimento psíquico. Propicia a construção de um saber próprio que diz respeito a cada indivíduo e que contribui, na medida das possibilidades, para um viver mais livre e criativo.  Fiéis a esta ética psicanalítica não cabe a nós, psicanalistas, adotar qualquer postura normatizadora em relação ao comportamento ou à sexualidade de nossos pacientes.


Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo

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Published on September 28, 2017 12:03

September 27, 2017

Exposição brasileira Queermuseu projetada em NY

Fotos NY Loves Queermuseu Facebook



 


Obras da Queermuseu, exposição cancelada depois de protestos de grupos conservadores, como o MBL, pelo Santander Cultural de Porto Alegre, foram projetadas em Nova York.


A provocação, com o slide de protesto Brazil, the world is watching (Brasil, o mundo está vendo), e folhetos explicando a censura, foi de Cibele Vieira, uma das artistas da exposição.


Num evento marcado pelo FACEBOOK e batizado de NY Loves Queermuseu, algumas das 250 obras da exposição foram projetadas na fachada do New Museum, do Whitney Museum of American Art e do Bushwick Museum.


 



 


No Bushwick Museum, muros do bairro de Brooklin também tiveram as obras projetadas, com slides Ditadura Nunca Mais e NY Loves Querrmuseum.


O protesto vai até domingo, e teve ajuda dos museus.


Acompanhe na página do FACEBOOK: NY Loves Queermuseu

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Published on September 27, 2017 14:40

September 26, 2017

‘Mãe’ é a tragicômica história da civilização


 


Darren Aronofsky em Mãe, com Jennifer Lawrence, Javier Bardem, Ed Harris e Michelle Pfeiffer, ainda está sub judice.


Cannes vaiou. A crítica se divide. O público vai ver; está entre as maiores bilheterias nos cinemas.


Aronofsky é daqueles que não abre mão do humor para abordar grandes dramas.


Não poderia ser diferente em Mãe.


Fui preparado para ver um filme de medo. Tem truques para assustar a plateia, como aparições de surpresa.


Mas ri em grande parte do filme. Gargalhei no final.


Sou agnóstico e entendi a ironia com a necessidade de se criar religiões, acreditar em algo, ter messias e cometer antropofagia com a carne do salvador (comemos o corpo de Cristo em rituais cristãos).


Terence Malik contou a história da vida em Árvore da Vida, do Big Bang à constituição da família, da criação da moral invisível como força para manutenção de poder.


Alexander Sukorov contou a história da Rússia em Arca Russa através de um plano sequência único num museu.


Aronofsky decide contar a história da maternidade da civilização judaico-cristã por alegorias.


Uma casa é construída onde antes havia o nada.


Um poeta em busca da perfeição seria o profeta que, com suas palavras, seduz, mobiliza e indica um sentido para a vida.


Pronta a escrita, cultos e religiões surgem para ganhar adeptos e seguidores.


Que não abrem mão da violência, guerras e terrorismo, para se firmar.


Altares e rituais são criados.


Muitos disputam a casa do criador, querem um pedaço dela (como em Jerusalém).


Nada é de ninguém, todos são filhos de uma mesma fé: a mensagem que unifica.


Até nascer um messias, cuja vida (morte) nos é doada em sacrifício como lição.


Por fim, um apocalipse é anunciado, já que povos não se entendem e deturpam as palavras do senhor.


Aterrorizante.


Brilhante.

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Published on September 26, 2017 07:50

Marcelo Rubens Paiva's Blog

Marcelo Rubens Paiva
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