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Construímos um sistema educacional no coração de nossas famílias que se apoia no distanciamento emocional, no autoritarismo aleatório e na conivência com abusos para formar seres humanos. Precisamos apostar numa criação que humanize não só as crianças, mas seus pais e mães perante seus olhos.

A qualidade do nosso relacionamento é diretamente proporcional à qualidade do tempo e do carinho investidos por cada um na nossa relação.

O sexo, para o homem, é sempre compulsório. E isso, por si só, já é uma violência sexual.

A expressão da beleza e das identidades viaja por uma escala de muitas medidas em que masculino e feminino são apenas extremos.

Não é porque os homens são naturalmente maus, sexuais, violentos ou incontroláveis. É porque somos homofóbicos e iniciamos nossos meninos na vida sexual antes que tenham maturidade para tal.

ou embaraca comigo nessa para essa coisa assustadora que é entregar-se a outro, ou admite que está com medo e me deixa ir.

Homens que pareciam profundamente cativados por mim até, sem explicação nenhuma, refugiarem-se em casulos nos quais eu claramente não era bem-vinda. Eu, sem entender o porquê, era punida pela minha capacidade de entrega com uma sentença de silêncio e sumiço.

A religiosidade majoritária, hoje, é uma antiespiritualidade, porque nos conforma a um padrão que é o avesso da celebração do caráter único de cada ser e a jornada de autoconhecimento que deveriam ser a marca essencial da espiritualidade.

A espiritualidade em massa está tão doente quanto nossa cultura. Em vez de ser usada para libertar o ser humano e permitir que ele se enxergue e cuide de si de forma integral, ela é manipulada pelos poderes vigentes para controlar e encarcerar a alma (...)

Há +- 3 mil anos na cultura ocidental, a Deusa de muitos nomes, que era Hera na Grécia pré-helênica, é forçada a um casamento infeliz com Zeus quando invasores de culturas patriarcais chegam do Norte. Depois, povos nórdicos e arianos desagregam sua identidade, enfraquecendo seus poderes: não há mais a Deusa múltipla, poderosa e criadora, com D maiúsculo, mas a deusa do amor, da guerra, da caça, da fertilidade.

Cada um dos gêneros assumia, assim, uim dos pilares definidores da história dos quais falava Engels: os homens, a subsistência e o avanço material do presente; as mulheres, a subsistência e o avanço material do futuro - a continuidade, o legado. Ambos transcendiam.

"Senhor dos escravos e da terra, o homem torna-se também proprietário da mulher. Nisso consiste 'a grande derrota histórica do sexo feminino' (...) É o aparecimento da família patriarcal baseada na propriedade privada", Simone de Beauvoir em O segundo sexo.

A mulher era toda milagre e mistério

No princípio, era a deusa, e a fertilidade de toda a terra estava com a deusa, a terra era a deusa. E as mulheres eram a representação humana dos poderes criadores da deusa.

É isso que chamo de "treinamento de gênero". Projetamos sobre as crianças nossas próprias expectativas sobre como meninos e meninas deveriam se comportar. Roubamos de seus cérebros oportunidades de se desenvolverem plenamente e com liberdade e propiciamos treinamentos de habilidades de maneira desigual para manter uma estrutura social desigual.

todo menino tem um tremendismo de afetos

Uma das curas mais efetivas para o machismo seria curar, veja só, os maiores perpetuadores dele

"A violência dos homens com relação às mulheres pode ser reflexo da violência que os homens exercem sobre eles mesmos."

Foi então que me dei conta de que toda a minha luta pelos direitos das mulheres se alicerçava igualmente num amor louco e teimoso pelos homens. E na fé inabalável de que a maior necessidade de qualquer ser humano é poder olhar e ser olhado como igual por aqueles a quem mais ama

E que régua seria capaz de medir, com justiça, as interseções de acontecimentos, sentimentos e características que fazem cada dor doer de um jeito tão exclusivo em cada pessoa? Que pudesse dizer com justiça que uma dor transferida de mim a você ia doer na mesma intensidade ou no mesmo lugar?

No desejo sincero de que seja dono de todas as cores, que saiba ser possuído e não seja posse de ninguém e que se perca sempre no caminho do encontro.

Deixei fugir a minha mocidade, deixei passar o espírito de viagem, sem o qual é vão percorrer as sete partidas do mundo. Ou por conta, comecei a viajar por dentro, à minha maneira.

esta cidade é uma promessa de conhecimento, talvez de amor.

solto na jaula
o tigre observa
o jardim zoológico
do mundo.

que vontade antiga de ir a Roma ver as coisas antigas, sentir a alma antiga das coisas.

que pretendem os homens: descobrir um novo mundo, onde se possa rir? brincar de amor? jogar de ser feliz? tirar diploma de deus-aprendiz?

o poder é sempre jovem quando é alguma coisa mais do que o poder

pensar é exercício de alegria entre veredas de erro, cordilheiras de dúvida, oceanos de perplexidade,

e a vida
quando se recolhe aos livros
é para voltar mais vida

este não é um protesto. e um timtim no copo cheio de saudade.