Joel Neto's Blog, page 76
January 6, 2013
Terra Chã, 6 de Janeiro de 2013
Encantadora jornada, a de ontem. O sábado é, há anos, o único dia da semana que podemos verdadeiramente dedicar a nós próprios, pelo que é preciso o aniversário de um progenitor – e, mesmo assim, só se for data redonda –, ou então pelo menos uma alcatra de feijão à borla, para nos desviarmos da nossa rotina de passeios e bricolages e sessões de cinema.
E, mesmo assim, nem todos os sábados são iguais. O de ontem não foi.
Primeiro porque conheci o senhor Sarmento, da retrosaria homónima, que me trouxe de volta uns Açores feitos de honestidade e de humildade, e que infelizmente se vão encontrando cada vez menos. Contou-me de como se tornou alfaiate, apesar de os rapazes do seu tempo entenderem que apenas os maricas iam para alfaiates, de como se estabeleceu como comerciante e depois alargou o negócio, de como teve de reduzi-lo novamente a seguir ao 25 de Abril, em resultado do declínio da ética de trabalho entre os funcionários, e de como está hoje, aos 85 anos, a aprender finalmente a mexer em computadores.
Sugeri-o ao António. Temos de filmá-lo depressa. Parece o meu avô, de quem aliás se lembra. Apeteceu-me chorar.
Depois, porque a Ana Bárbara, da Coisas & Sabores (que é a Toys ‘R Us da Catarina), havia guardado para me oferecer o catálogo da Johnny’s Selected Seeds, uma empresa norte-americana detida pelos seus próprios funcionários, e que distribui para o mundo inteiro sementes de todos os tipos de vegetais e flores, acompanhadas de fotografias e explicações detalhadas sobre o respectivo modo de cultivo.
E depois ainda porque concluímos a bricolage do dia e nos sentámos à mesa, a ler e a fazer trabalhos manuais, sob os novos candeeiros de palhinha, ao som de Tony Bennett – e porque a seguir a Catarina fez um bolo, e eu vi pela primeira vez o “Belarmino”, do Fernando Lopes, e bebemos um Quinta da Alorna inteiro, ensopando-o com todo o queijo que havia no frigorífico.
E porque a Raquel nos deixou à porta dois sacos de erva-príncipe. E porque é difícil ficar indiferente à generosidade de que temos sido alvo da parte da gente da minha terra, tão gratuita como inesperada. E porque a nova abordagem do romance em curso me deixa cheio de segurança e de desejo de escrever. E porque, passado muito tempo, ainda era sábado, uma vez que aqui o tempo anda mais devagar nos dia maus, mas também nos dias bons.
Na verdade, superámos o teste. O primeiro regresso a Lisboa era o mais desafiante. Foi bom, sim. Mas a nossa casa é aqui.
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Lamentos como o do senhor Sarmento expõem o que há de ridículo no novo sistema de facturação com que o Governo pretende conter a evasão fiscal. Velhos de 85 anos, assim como comerciantes analfabetos ou pequenos negócios nómadas, não deviam ser obrigados a enviar para as Finanças facturas virtuais. Ademais, a evasão fiscal é de facto um flagelo mas, de novo, concentramo-nos nos pequenos desvios e somos impotentes perante aqueles que verdadeiramente vilipendiam o Orçamento de Estado.
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Um pouco decepcionado com as ideias de John Banville para o regresso de Philip Marlowe. Sugere o suposto candidato ao Nobel (pelo qual se percebe que está ansioso, o que há-de ser compreensível), em entrevista à “Ler”, que tem sobre Chandler a vantagem de ser um homem da literatura, e de portanto não precisar de se afirmar nesse campo, podendo transformar em verdadeiramente policial uma personagem apenas nominalmente policial. Tudo bem: eu gosto da insolência, em geral como em particular. Mas prometer como grande declinação para o novo Marlowe um detective mais negro e durão já me parece uma solução demasiado fácil. Isso já o cinema comercial, que é apenas cinema comercial, fez com James Bond. De Banville – peço desde já desculpa aos fundamentalistas do cânone – esperava-se um pouco mais.
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Uma frase da crónica de Helder Macedo no JL: “Na televisão (pelo menos nesta ilha, não sei se aí também), a pornografia mais na moda é a gastronómica.” Não é só na televisão. E não, Helder, não é só em Inglaterra também.
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É impressão minha, ou há gente a ganhar dinheiro com o voluntarismo solidário que, a pretexto desta crise, se apoderou dos portugueses?
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A horta resistiu ao mau tempo dos últimos dias. Portanto, esta é a semana dos coelhos. O eixo do mal não deixa de ter o seu sentido de humor.
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Tenho de arrumar a garagem. Ainda não foi hoje.
January 5, 2013
Terra Chã, 5 de Janeiro de 2013
Foi só um teste. Mas, sim, confirma-se: os cabrõezinhos efectivamente já comeram os dez pés de couve plantados ontem à tarde. Portanto, deixou de ter piada. Agora, é guerra a sério.
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"As nossas vidas não nos pertecem. Estamos ligados a outras pessoas, do passado e do futuro." "O que é o mar senão um monte de gotas?" "A verdade verdadeira? Abre os ouvidos." "Acredito que há outro mundo à nossa espera. Um mundo melhor. E eu estarei lá à tua espera."
São frases retiradas ao acaso do filme que vimos ontem à noite no CCCAH, "Cloud Atlas", dos irmãos Wachowski. Eu podia dizer que parece uma espécie de "Cowboys&Aliens", mas em realizado por Terrence Malick, o maior cagão da história da boa vontade. Direi apenas que, às vezes, não há maior solipsismo do que o que se deixa denunciar através da bem-aventurança.
“Às vezes”, digo eu? Não: neste tempo, é a regra. Sim, talvez a maior ironia deste tempo seja essa: a de a bem-aventurança ser tão frequentemente um veículo para o solipsismo.
E, por outro lado, talvez isso nem seja ironia de todo.
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Tenho tantas entradas para escrever neste diário que nem sinto forças. Talvez amanhã.
Terra Chã, 4 de Janeiro de 2013
Foi só um teste. Mas, sim, confirma-se: os cabrõezinhos efectivamente já comeram os dez pés de couve plantados ontem à tarde. Portanto, deixou de ter piada. Agora, é guerra a sério.
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"As nossas vidas não nos pertecem. Estamos ligados a outras pessoas, do passado e do futuro." "O que é o mar senão um monte de gotas?" "A verdade verdadeira? Abre os ouvidos." "Acredito que há outro mundo à nossa espera. Um mundo melhor. E eu estarei lá à tua espera."
São frases retiradas do filme que vimos ontem à noite no CCCAH, "Cloud Atlas", dos irmãos Wachowski. Eu podia dizer que parece uma espécie de "Cowboys&Aliens", mas em realizado por Terrence Malick, o maior cagão da história da boa vontade. Direi apenas que, às vezes, não há maior solipsismo do que o que se deixa denunciar através da bem-aventurança.
Às vezes, digo eu? Não: neste tempo, é a regra.
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Tenho tantas entradas para escrever neste diário que nem sinto forças. Talvez amanhã.
January 3, 2013
Terra Chã, 4 de Janeiro de 2013
A Unicol Factores de Produção começa a tornar-se a minha EuroDisney. Ontem, vinte e quatro euros bastaram para renovar os cabos a dois alviões e uma enxada, acrescentar um sacho ao arsenal, abastecer-me de luvas para a Primavera toda e ainda trazer vinte pés de couve merciana (cujos primeiros plantios os coelhos devoraram) e alface (cujos primeiros plantios os coelhos destruíram esgravatando a terra).
Vim para casa e enfiei-me na garagem, a encabar – diz-se “encabar”? – as ferramentas. Depois passei o resto da tarde pela horta, com o velho pai, a sachar: as batatas, que continuam a crescer admiravelmente, e as cebolas, que todos os dias tombam e se reerguem, e os alhos, que desde o princípio se mantêm ali, orgulhosos e determinados.
Cheguei à conclusão de que, afinal, as telas plásticas são inúteis. Sachar é duro e pode ser chato, mas não quando se está com o pai e se conversa com ele e se o vê contente por estar ali, a conversar e a ensinar e até a legar, enfim, as histórias da família, como era suposto ter acontecido ao longo do tempo que passámos afastados.
[Parágrafo para ser lido apenas depois da minha morte.]
Hoje à tarde, se a chuva parar, ainda vamos sachar o que falta e tratar dos plantios, a que entretanto adicionei o funcho apanhado sobre um muro da Ladeira de Entre Terras, ao longo da caminhada matinal.
A cerca contra o vento e os coelhos, essa, fica para o final do mês. Com certeza perderemos ainda muitas culturas, com ou sem ela. Mas já ganhámos isto. Deixou de ser feita de elipses, esta relação. Bem vistas as coisas, uma relação feita de elipses é sempre incompleta.
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Não, a minha horta não é de permacultura. Eu nem sequer sei o que seja permacultura, a não ser que parece uma coisa mesmo à medida para se transformar em mais uma religião moderninha.
Não, amigos: nem sequer totalmente biológica a minha horta é. O que ela procura ser é apenas o mais parecida com as hortas que faziam os meus antepassados, e antes destes os antepassados deles.
Mas isso não é suficientemente autêntico para vós, pois não?
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Reservei mesa para dez no Ti Choa e desatei a convidar amigos para jantar no dia 17. Tentei sempre festejar o Dia de Amigos, como qualquer emigrante – e, como acontece com qualquer emigrante, o problema costumava ser a escassez de açorianos nas redondezas.
Pois, agora, não há escassez. Haverá, eventualmente, alguma heterogeneidade entre os putativos convidas, o que talvez me obrigue ao jogo de equilíbrios em que a certa altura me especializei, em Lisboa, para a salvação de sucessivos serões (o que, felizmente, valeu a pena).
Mas, pronto, perante a alcatra de feijão do Ti Choa, até xiitas e sunitas acamaradavam em pleno. E esta é a Terceira, não é uma ilha qualquer.
Terra Chã, 3 de Janeiro de 2013
O temporal desta semana é de Sul, com ventos acima dos 50 quilómetros por hora e bastante chuva, concentrada numa janela temporal relativamente curta. É a direcção menos conveniente. Vai entrar-me a água pela porta da frente, cuja solução milagrosa da pingadeira se revelou, afinal, menos milagrosa do que o desejável. E, sobretudo, é mais uma ameaça para a horta. O Luciano, por exemplo, dá as suas batatas de Inverno por positivamente perdidas. “Lá se vão elas…”, lamentou-se há pouco. Às minhas, já as vejo abanando, aqui da janela.
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Lisalla Montenegro é a resposta às minhas preces. Mas eu mandei entregar na Terra Chã, caramba – não em Goiás, ou lá em que recanto de mundo foi que um dia os anjos vieram a anunciá-la.
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Não consigo encontrar a Smooth no meu Roberts. Mas tenho a Marginal. E as BBCs todas. E a Jazz-O-Matt Radio, de Nashville, Tennessee, e a Conzertzender Hard Bop, de Amesterdão, e a RFI Monde, para quando quero sentir-me de esquerda, e todas as demais rádios portuguesas e europeias e do mundo com emissão online. Foi a melhor compra que fiz nos últimos anos, o meu receptor wi-fi. E, hoje, enquanto quatro quintos dos portugueses jantam a ver o Telejornal e quase todos os restantes a babar em frente às séries americanas, fugindo a sete pés das notícias, eu e a Catarina jantamos a ouvir rádio, com o vento fazendo ranger ao de leve o telhado. Não conheço uma só rotina que pudesse ser mais romântica.
January 2, 2013
Terra Chã, 2 de Janeiro de 2012
Primeira caminhada do ano. Os mesmos rostos, os mesmos automóveis, a mesma empregada do café, as mesmas vistas e a mesma arquitectura, os mesmos cães ladrando. O mesmo banho de saúde. O mesmo dia inteiro pela frente, já com seis quilómetros nas pernas. A rotina é o bem mais subavaliado do século XXI.
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Ao ar do tempo, encontro-o também nesta moda da fotografia. Não há muito tempo, éramos todos escritores: os que sabiam escrever e os que não sabiam escrever, os que tinham uma história para contar e os que estavam convencidos de que a sua vida dava um filme. Agora já não há escritores: é tudo fotógrafo. Gente com um olhar e gente com olhar nenhum, tipos com uma ideia ao menos vaga do que é uma fotografia e tipos que nunca sequer tinham parado dois segundos em frente a um retrato – não há um só colarinho branco que não tenha em casa um tripé e que não goste de chamar-se a si próprio "o fotógrafo". Aparentemente, escrever dava muito trabalho. Ainda bem que a autolegitimação tem imensos expedientes.
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Os Açores são a região portuguesa com mais crimes contra as pessoas, de acordo com as estatísticas reunidas por RASI, PSP, GNR e SEF. Violência doméstica, abuso sexual, agressão física e verbal, coação – em nenhum outro lugar do país esses crimes têm um peso tão grande nos resultados gerais da criminalidade. É um dos balanços inevitáveis do "modelo de desenvolvimento" de Carlos César, e para já nada nos indica que o de Vasco Cordeiro possa ser diferente. De resto, não imagino sequer como consegue essa gente deitar a cabeça na almofada e efectivamente pregar olho. Chegámos ao ponto em que as próprias fronteiras entre o Bem e o Mal começam a diluir-se, em particular nas novas gerações de filhos e netos de subsidiados absolutamente desprovidas de referências e desafios. E, se calhar, é altura de pormos os olhos na Córsega e no tipo de organização social que resultou de um modelo similar. A região com maior índice de criminalidade em toda a Europa, incluindo dezenas de assassinatos por ano, acumulados ao ritmo das rivalidades políticas e da disputa de território entre gangues rivais – eis aquilo que é, hoje, a chamada "Ilha da Beleza". Será alarmismo a mais ter em conta o seu exemplo?
January 1, 2013
Terra Chã, 1 de Janeiro de 2013
Há alguma coisa de cósmico nisto de a Hermès e um rapaz da Terra Chã terem nascido tão claramente um para o outro.
December 31, 2012
Terra Chã, 31 de Dezembro de 2012
Regresso a casa a tempo do primeiro Réveillon com os velhos pais em vinte anos exactos. O primeiro regresso a casa, sendo a casa na Terceira, em mais de quinze. Tempo suave à chegada. As famílias transatlânticas todas juntas no mesmo avião: o Miguel e a Kika com os miúdos, o Paulo José e a mulher, os outros todos. A horta, apesar de tudo, segurando-se de pé: as batatas respirando saúde apesar da chuva que lhes impediu a sulfatagem, as cebolas tentando reerguer-se depois das ventanias, os alhos ainda hirtos, muito orgulhosos, a salsa e o funcho despontando sob os caules devorados pelos coelhos. E as camélias quase em flor, e as hortênsias iniciando o seu novo ciclo, já muito verdes, e o jacarandá e a araucária quase impantes, e o plátano fazendo olhinhos. E o cheiro inconfundível da terra, essa maravilhosa mistura de erva fresca e leite morno e bosta de vaca a que já não conseguirei chamar outra coisa senão morada. Tudo está bem quando acaba bem. Tudo está certo se está no seu lugar.
December 29, 2012
Lisboa, 30 de Dezembro de 2012
Parte do trabalho do Paulo e do Tito, desde que me deram o privilégio de constituí-los como meus agentes, tem sido convencer os interlocutores de que eu não sou uma besta. Há um evento, uma iniciativa, uma edição e, quando sugerem o meu nome, a avaliação do temperamento surge sempre antes de quaisquer considerações sobre qualidade da obra.
“O Joel Neto?” , perguntam-lhes. “Mas esse tipo é intratável, não?”. Caracterizam-me, naturalmente, a partir das crónicas de jornal: das crónicas sobre o quotidiano e das opiniões sobre futebol, das considerações a pretexto dos restaurantes moderninhos, da mania de defender o execrável golfe como uma aventura filosófica e – acima de qualquer outra coisa – das críticas de televisão.
Que não, respondem: que sou inofensivo, em bebendo um copito até terno, e em todo o caso isento de dívidas fiscais e acusações de violação. Como são bons agentes, para além de personalidades respeitadas no meio, o convite, mesmo que receoso, acaba por surgir. E, em regra, os que me conhecem ao longo do dito evento, da dita iniciativa ou da dita edição acabam por perceber que o risco de atentados bombistas era efectivamente mínimo, chegando a sugerir depois eles próprios, aos organizadores de novos eventos, iniciativas ou edições, a participação desse açoriano-irascível-que-afinal-pessoalmente-até-é-um-gajo-porreiro-salvo-ser-um-pouco-malandro-com-as-raparigas.
E eu podia achar tudo isto deprimente, sobretudo na medida em que revela a velha confusão lusa entre pessoa e persona. Mas escolhi divertir-me. E rio-me abundantemente.
No fundo, só me resta um receio: o de que demasiada gente venha a descobrir que não sou tão cabrão como esse sacana desse “Joel Neto”. É ele quem paga as contas cá em casa, e que se deixe decifrar como uma obra de ficção não deixa de encerrar os seus perigos.
Lisboa, 29 de Dezembro de 2012
Sabemos que estes tempos são absurdos quando o ministro da Administração Interna, o mais massacrado membro do Governo desde que temos democracia, é considerado pela opinião pública o melhor do Executivo. E logo a seguir, para reforçar a perplexidade, vem o da Saúde, ao qual apenas o da Educação costumava pedir meças na luta pelo segundo lugar entre os mais impopulares. Que isto possa ser obra dos homens, mais do que da conjuntura, é coisa que não me verão subscrever. Apesar de Relvas.
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Eu ia dizer "portuguesa", mas talvez seja "humana". Portanto: toda a bestialidade humana se concentra, de alguma maneira, nesse gesto de "guardar lugar". Mostrem-me o boi sentado, aquele que fica a ocupar uma mesa enquanto a mulher vai buscar os pastéis de nata ao balcão, e ter-me-ão mostrado o meu primeiro inimigo.
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Nunca perceberei a obsessão dos portugueses com as horas. Para os compromissos, chega toda a gente atrasada – sempre. E, no entanto, um tipo dá bons-dias ao meio-dia e dez e logo alguém observa, em tom de reprimenda: "Boa tarde!" Depois o locutor da rádio engana-se e diz: "Bip, bip, bip, são três da tarde, duas nos Açores", e de imediato se manifesta um tipo lá ao fundo: "Três da tarde? Três da tarde?! Quatro da tarde, ó palhaço. Quatro da tarde aqui e três nos Açores! Este gajo é um borra-botas. Não tens relógio, grandessíssimo burro? Quatro da tarde, porra!" Isto é o quê? Raiva? Falta de assunto? Simples ócio?
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Às vezes, a melhor maneira de duvidar é dizendo: "Fica descansada. Tenho a certeza de que ele vem..." E, de igual modo, as palavras "Confio em si" também nunca quiseram dizer outra coisa senão: "Portanto, caramba, veja lá se não me vai falhar agora..."


