C.N. Gil's Blog, page 9
October 19, 2016
October 18, 2016
Há minutos...
...deparei-me com uma inundação no piso onde trabalho, que é tão só o penúltimo num edifício de 9 andares.
Quem me fez reparar nisso foi uma colega que passava para se ir esfumaçar!
Eu avisei quem tinha de avisar acerca do assunto e juntei-me a ela.
-Espero é que a D. M, não passe agora para ir à casa de banho... - disse ela expressando a sua preocupação com a telefonista cega (ia para escrever invisual mas já ando enjoado com tanta linguagem politicamente correcta que escamoteia as coisas dando-lhes outra aparência)
-Sim senão vamos ter ali um verdadeiro teste de equilíbrio...!
-Ou de desequilíbrio!
-Não, de equilibrio! O desiquilibrio é como o sono; é um efeito secundário!
-Pois, és capaz de ter razão! - disse ela, e beberricou o cafá, deu mais uma passa e perguntou-me - Como o sono?
-Yá!
-Explica lá isso!
-Então, o sono é um efeito secundário da falta de cafeína!
-Pois, mas não só... Há dias em que por mais cafeína que bebas a coisa não se endireita!
Fiquei a olhar para ela durante um bocado, só depois dizendo...
-Bem, quando pões as coisas nesses termos...
E foi a vez de ela parar, deu mais uma passa e disse:
-Já viste que o tempo hoje nem tá mau de todo? Até tá um solinho fixe!
-Boa saída estratégica! O tempo resulta sempre...
-É, não é?
E foi!
P.S. - ninguém caiu mas deu para fazer patinagem (muito pouco) artística
Quem me fez reparar nisso foi uma colega que passava para se ir esfumaçar!
Eu avisei quem tinha de avisar acerca do assunto e juntei-me a ela.
-Espero é que a D. M, não passe agora para ir à casa de banho... - disse ela expressando a sua preocupação com a telefonista cega (ia para escrever invisual mas já ando enjoado com tanta linguagem politicamente correcta que escamoteia as coisas dando-lhes outra aparência)
-Sim senão vamos ter ali um verdadeiro teste de equilíbrio...!
-Ou de desequilíbrio!
-Não, de equilibrio! O desiquilibrio é como o sono; é um efeito secundário!
-Pois, és capaz de ter razão! - disse ela, e beberricou o cafá, deu mais uma passa e perguntou-me - Como o sono?
-Yá!
-Explica lá isso!
-Então, o sono é um efeito secundário da falta de cafeína!
-Pois, mas não só... Há dias em que por mais cafeína que bebas a coisa não se endireita!
Fiquei a olhar para ela durante um bocado, só depois dizendo...
-Bem, quando pões as coisas nesses termos...
E foi a vez de ela parar, deu mais uma passa e disse:
-Já viste que o tempo hoje nem tá mau de todo? Até tá um solinho fixe!
-Boa saída estratégica! O tempo resulta sempre...
-É, não é?
E foi!
P.S. - ninguém caiu mas deu para fazer patinagem (muito pouco) artística
Published on October 18, 2016 06:57
A fervilhante vida nocturna da Marateca!
A Marateca era, no final do milénio passado, como sempre foi e continuou a ser, um local com uma fervilhante vida nocturna.
As coisas por ali eram de tal forma agitadas que os cães se abstinham de ladrar à noite, uma vez que o silêncio era pesadíssimo e, caso o quebrassem, alguém se poderia cortar nos estilhaços!
Quando os Undercover foram contratados para ir tocar a um bar na Marateca Ninguém ficou surpreendido! Não por serem contratados para lá ir, diga-se, que por esta altura os Undercover começavam a ser uma máquina bem oleada, apesar da ocasional ferrugem nas dobradiças, mas pelo facto de existir um bar na Marateca!
Ei-los que, chegados lá em final de tarde de verão, constatam que o bar é, na realidade, um snack bar! No fundo, e se pensarmos bem, um snack bar é uma espécie de upgrade a um bar, não é verdade?
Não percebendo muito bem onde podiam montar o material, foram informados que o poderiam fazer no espaço que ficava logo a seguir à vitrina dos bolos e ao lado da porta. A porta, ou por outra, as portas, que faziam lembrar as portas de um saloon nos western spaguetti, faziam o curioso efeito de, cada vez que alguém as empurrava para entrar no bar taparem a banda. Ainda assim, quase como que por milagre, lá conseguiram montar o material no espaço exíguo e fazer o som para o concerto à noite.
A simpatia dos donos e o acolhimento foram ímpares, vivendo ainda na memória o jantar (frango de cerveja com batata cozida) feito pela jovem dona do estabelecimento.
Quando estavam já todos refastelados e de barriga cheia, o Caracolinhos foi falar com a Senhora para saber a que horas deveriam começar a tocar. Ela respondeu:
-Entre um quarto para as dez e as dez.
Percebeu-se claramente que, devido à tipologia do estabelecimento este provavelmente encerraria pouco depois da meia-noite, pelo que era uma hora razoável para se começar. Ninguém ficou feliz. Chegaria mais cedo à sua cama…
Algures entre um quarto para as dez e as dez da noite os Undercover começaram a sua primeira actuação na Marateca, entre a vitrina dos bolos e a porta, num snack-bar tão cheio, mas tão cheio, que a proximidade do público se fez verdadeiramente sentir. Estavam a uns dez centímetros dos executantes!
Durante duas horas os Undercover desfilaram os sucessos mais recentes de bandas antigas e os temas mais antigos de bandas recentes num sítio que tinha uma lotação para umas quarenta pessoas mas onde estavam seguramente mais de duzentas, onde toda a gente falava de tal maneira aos gritos para se ouvirem por cima da música que era tocada que acabavam por a abafar.
Ainda assim, quando acabava uma música e a FF pedia, como começava a ser o seu costume e com um ar de radioso contentamento “PALMIIIIIINHAAAAAAAS!”, o resultado era uma curta salva de palmas que era seguida de imediato por um “Atão?!” colectivo que indiciava que o silêncio da banda se estava a prolongar por demasiado tempo. Aliás, todos os intervalos entre músicas que tivessem uma demora superior a dez segundos eram logo brindados com um “Atão?!” colectivo.
Claro que, assim que a música recomeçava, também recomeçavam as conversas aos gritos, pelo que é seguro dizer que ninguém fez sequer a mínima ideia do que foi tocado naquela noite…
E eis que, às cinco para a meia-noite (não, não tem nada a ver com o programa de televisão, que ainda não existia no final do milénio passado) a FF, que foi renomeada nessa noite para Palminhas, fruto do número de vezes que repetiu o pedido, ao todo vinte e oito, uma vez para cada música do reportório, anuncia o último tema da noite, o que faz levantar um coro de protestos, que quase conduziu a um motim!
A jovem dona do estabelecimento lá põe água na fervura e vem ter connosco afirmando:
-Vocês têm de tocar até à uma!
-Até à uma? Nós temos duas horas de reportório... Quanto tempo é que as outras bandas que cá vem costumam tocar?
-Mais ou menos duas horas, como vocês.
-Então e eles acabam à uma?
-Sim, mas costumam começar já depois das onze. Vocês é que começaram cedo…
-Começamos à hora que nos disse…
Ela fez um sorriso amarelo, meio culpado e encolheu os ombros.
-Vocês têm de tocar até à uma. – Repetiu.
Tendo em conta o ambiente que se começava a viver no bar, foram repetidas umas quantas músicas do inicio da noite e, quando já não se sabia mais o que fazer, começou um dos maiores improvisos na história do Metal Nacional, com uma musica instrumental escrita na hora a que foi dado o nome de “Mi menor”, onde houve solos de guitarra à fartazana, de baixo e até a estreia do Giga num maravilhastico e bestofenomenal solo de bateria de quase quinze minutos!
E depois disto, finalmente o silêncio e a possibilidade de respirar ar no exterior.
Ninguém estava com o Especiaria, ambos sentados a apanhar o fresco da noite num banco de jardim à porta do bar, perdão, do snack-bar, quando são interpelados por uma multidão de fãs em delírio que perguntam curiosos:
-Aquela música instrumental era vossa?
Ambos os dois olham um para o outro em sincronia. Se fossem “animes” Japoneses teriam, sem dúvida, um ponto de interrogação e um de exclamação por cima da cabeça. Uma vez que não o são, só tinham mesmo cara de parvos, e por fim respondem:
-Ya!
-Fosga-se, e a música tá editada?
-Nop!
-Este país é mesmo uma treta! Gajos que fazem músicas como a vossa andam por aí sem serem editados e depois só se ouve é trampa na rádio…
E foi assim que nesse dia os Undercover descobriram o poder brutal que o acorde de mi menor tem…
In "Treta de Cabos - Vidas de Rocker" © 2014 C. N. Gil
As coisas por ali eram de tal forma agitadas que os cães se abstinham de ladrar à noite, uma vez que o silêncio era pesadíssimo e, caso o quebrassem, alguém se poderia cortar nos estilhaços!
Quando os Undercover foram contratados para ir tocar a um bar na Marateca Ninguém ficou surpreendido! Não por serem contratados para lá ir, diga-se, que por esta altura os Undercover começavam a ser uma máquina bem oleada, apesar da ocasional ferrugem nas dobradiças, mas pelo facto de existir um bar na Marateca!
Ei-los que, chegados lá em final de tarde de verão, constatam que o bar é, na realidade, um snack bar! No fundo, e se pensarmos bem, um snack bar é uma espécie de upgrade a um bar, não é verdade?
Não percebendo muito bem onde podiam montar o material, foram informados que o poderiam fazer no espaço que ficava logo a seguir à vitrina dos bolos e ao lado da porta. A porta, ou por outra, as portas, que faziam lembrar as portas de um saloon nos western spaguetti, faziam o curioso efeito de, cada vez que alguém as empurrava para entrar no bar taparem a banda. Ainda assim, quase como que por milagre, lá conseguiram montar o material no espaço exíguo e fazer o som para o concerto à noite.
A simpatia dos donos e o acolhimento foram ímpares, vivendo ainda na memória o jantar (frango de cerveja com batata cozida) feito pela jovem dona do estabelecimento.
Quando estavam já todos refastelados e de barriga cheia, o Caracolinhos foi falar com a Senhora para saber a que horas deveriam começar a tocar. Ela respondeu:
-Entre um quarto para as dez e as dez.
Percebeu-se claramente que, devido à tipologia do estabelecimento este provavelmente encerraria pouco depois da meia-noite, pelo que era uma hora razoável para se começar. Ninguém ficou feliz. Chegaria mais cedo à sua cama…
Algures entre um quarto para as dez e as dez da noite os Undercover começaram a sua primeira actuação na Marateca, entre a vitrina dos bolos e a porta, num snack-bar tão cheio, mas tão cheio, que a proximidade do público se fez verdadeiramente sentir. Estavam a uns dez centímetros dos executantes!
Durante duas horas os Undercover desfilaram os sucessos mais recentes de bandas antigas e os temas mais antigos de bandas recentes num sítio que tinha uma lotação para umas quarenta pessoas mas onde estavam seguramente mais de duzentas, onde toda a gente falava de tal maneira aos gritos para se ouvirem por cima da música que era tocada que acabavam por a abafar.
Ainda assim, quando acabava uma música e a FF pedia, como começava a ser o seu costume e com um ar de radioso contentamento “PALMIIIIIINHAAAAAAAS!”, o resultado era uma curta salva de palmas que era seguida de imediato por um “Atão?!” colectivo que indiciava que o silêncio da banda se estava a prolongar por demasiado tempo. Aliás, todos os intervalos entre músicas que tivessem uma demora superior a dez segundos eram logo brindados com um “Atão?!” colectivo.
Claro que, assim que a música recomeçava, também recomeçavam as conversas aos gritos, pelo que é seguro dizer que ninguém fez sequer a mínima ideia do que foi tocado naquela noite…
E eis que, às cinco para a meia-noite (não, não tem nada a ver com o programa de televisão, que ainda não existia no final do milénio passado) a FF, que foi renomeada nessa noite para Palminhas, fruto do número de vezes que repetiu o pedido, ao todo vinte e oito, uma vez para cada música do reportório, anuncia o último tema da noite, o que faz levantar um coro de protestos, que quase conduziu a um motim!
A jovem dona do estabelecimento lá põe água na fervura e vem ter connosco afirmando:
-Vocês têm de tocar até à uma!
-Até à uma? Nós temos duas horas de reportório... Quanto tempo é que as outras bandas que cá vem costumam tocar?
-Mais ou menos duas horas, como vocês.
-Então e eles acabam à uma?
-Sim, mas costumam começar já depois das onze. Vocês é que começaram cedo…
-Começamos à hora que nos disse…
Ela fez um sorriso amarelo, meio culpado e encolheu os ombros.
-Vocês têm de tocar até à uma. – Repetiu.
Tendo em conta o ambiente que se começava a viver no bar, foram repetidas umas quantas músicas do inicio da noite e, quando já não se sabia mais o que fazer, começou um dos maiores improvisos na história do Metal Nacional, com uma musica instrumental escrita na hora a que foi dado o nome de “Mi menor”, onde houve solos de guitarra à fartazana, de baixo e até a estreia do Giga num maravilhastico e bestofenomenal solo de bateria de quase quinze minutos!
E depois disto, finalmente o silêncio e a possibilidade de respirar ar no exterior.
Ninguém estava com o Especiaria, ambos sentados a apanhar o fresco da noite num banco de jardim à porta do bar, perdão, do snack-bar, quando são interpelados por uma multidão de fãs em delírio que perguntam curiosos:
-Aquela música instrumental era vossa?
Ambos os dois olham um para o outro em sincronia. Se fossem “animes” Japoneses teriam, sem dúvida, um ponto de interrogação e um de exclamação por cima da cabeça. Uma vez que não o são, só tinham mesmo cara de parvos, e por fim respondem:
-Ya!
-Fosga-se, e a música tá editada?
-Nop!
-Este país é mesmo uma treta! Gajos que fazem músicas como a vossa andam por aí sem serem editados e depois só se ouve é trampa na rádio…
E foi assim que nesse dia os Undercover descobriram o poder brutal que o acorde de mi menor tem…
In "Treta de Cabos - Vidas de Rocker" © 2014 C. N. Gil
Published on October 18, 2016 04:16
Nos últimos dias...
...não tenho perdido o telejornal!
Tem-se transformado no meu programa de humor favorito.
O "levanta-te e ri" e outros programas afins eram fraquinhos por comparação!
A Maria Luís Albuquerque já está orientada, mas ainda faz uma perninha com os colegas para não perder a prática, mas o PPC e a-temporária-que-está-a-dar-uma-folga-ao-Paulo tem-nos demonstrado o mais fino e penetrante sentido de humor, e feito piadas de formas tão subtis e elegantes que ainda correm o sério risco de alguém os levar a sério!
Cuidado, malta da comédia cá do burgo! Por muito bons que vocês sejam, esta gente bate-vos aos pontos e diz frases absolutamente inacreditáveis como por exemplo a afirmação da MLA que o orçamento para o ano que vêm reforça a injustiça social!
Claro que eu não contrario esta frase!
Até acho que pode até estar absolutamente correcta! Afinal a Srª, mais que ninguém, sabe o que são orçamentos que reforçam a injustiça social! Logo saber reconhecer um que também o faz não me parece nada de extraordinário...
...mas o simples facto de ela o afirmar é algo que transcende todos os limites do espectável! Claro que ela está, provável e simplesmente, a declarar um facto...
...mas, vindo dela...
Evidentemente, os outros dois seguem na sua senda, conhecedores que são daquilo que faz de um orçamento um mau orçamento. Após o esforço que investiram nos últimos anos a fazer o pior possível para as pessoas que tem o supremo azar de habitar este pedaço de terreno no canto da península Ibérica, embora obedecendo a orientações externas de organizações cujos lideres não foram eleitos democraticamente (que admitiram que se calhar o melhor caminho não era aquele mas continuam, depois da admissão a bater na mesma tecla, numa demonstração de bipolaridade absolutamente brutal), se calhar falam apenas porque não é socialmente injusto o suficiente!
Ou então, uma vez que, apesar do Bloco fazer parte da geringonça, os produtos medicinais importados de Marrocos ainda não serem plenamente legalizados, há que fazer a malta rir com qualquer coisa...
...que a comédia continue!
Eu vou buscar as pipocas...
Tem-se transformado no meu programa de humor favorito.
O "levanta-te e ri" e outros programas afins eram fraquinhos por comparação!
A Maria Luís Albuquerque já está orientada, mas ainda faz uma perninha com os colegas para não perder a prática, mas o PPC e a-temporária-que-está-a-dar-uma-folga-ao-Paulo tem-nos demonstrado o mais fino e penetrante sentido de humor, e feito piadas de formas tão subtis e elegantes que ainda correm o sério risco de alguém os levar a sério!
Cuidado, malta da comédia cá do burgo! Por muito bons que vocês sejam, esta gente bate-vos aos pontos e diz frases absolutamente inacreditáveis como por exemplo a afirmação da MLA que o orçamento para o ano que vêm reforça a injustiça social!
Claro que eu não contrario esta frase!
Até acho que pode até estar absolutamente correcta! Afinal a Srª, mais que ninguém, sabe o que são orçamentos que reforçam a injustiça social! Logo saber reconhecer um que também o faz não me parece nada de extraordinário...
...mas o simples facto de ela o afirmar é algo que transcende todos os limites do espectável! Claro que ela está, provável e simplesmente, a declarar um facto...
...mas, vindo dela...
Evidentemente, os outros dois seguem na sua senda, conhecedores que são daquilo que faz de um orçamento um mau orçamento. Após o esforço que investiram nos últimos anos a fazer o pior possível para as pessoas que tem o supremo azar de habitar este pedaço de terreno no canto da península Ibérica, embora obedecendo a orientações externas de organizações cujos lideres não foram eleitos democraticamente (que admitiram que se calhar o melhor caminho não era aquele mas continuam, depois da admissão a bater na mesma tecla, numa demonstração de bipolaridade absolutamente brutal), se calhar falam apenas porque não é socialmente injusto o suficiente!
Ou então, uma vez que, apesar do Bloco fazer parte da geringonça, os produtos medicinais importados de Marrocos ainda não serem plenamente legalizados, há que fazer a malta rir com qualquer coisa...
...que a comédia continue!
Eu vou buscar as pipocas...
Published on October 18, 2016 01:34
October 17, 2016
October 16, 2016
Teatrum - Dementia
Queres conhecer-me?Mergulha dentro da minha cabeçaOnde mais alto é mais baixoMais depressa é mais lentoE coisas vivas crescem mortas
Escurecido por tons de brancoEclipsado por sombras de luz
Talvez não consigas sonhar sem mentisComo não consegues viver sem morrer um poucoA cada diaTalvez o amor apenas exista para se esvanecer...
Published on October 16, 2016 02:15
October 15, 2016
History of the World Part 1 1981 Movie - Mel Brooks & Gregory Hines
Published on October 15, 2016 14:36
Portnoy-Sheehan-MacAlpine-Sherinian - A Change Of Season / Acid Rain (fr...
Published on October 15, 2016 13:26