C.N. Gil's Blog, page 36
April 14, 2016
Hoje em dia apenas alguns, muito poucos, o sabem.O que é ...
Hoje em dia apenas alguns, muito poucos, o sabem.
O que é normal. Aliás, apenas muito poucos sabem porque no fundo é algo que não interessava a ninguém. Os poucos que ainda sabem são membros de sociedades secretas que se dedicam a especular acerca dos segredos que as antigas sociedades secretas guardavam, apenas porque sim ou porque têm demasiado tempo livre durante a hora do almoço. Não que lhes interessasse especialmente.
Mas conta-se que numa terra distante, para lá das águas, onde o céu é recortado por montanhas, onde as praias têm a areia mais branca e as águas mais cristalinas, onde o alvorecer parece derramar pingos de luz por sobre as gotas de orvalho que se espalham nas folhas verdes, de um verde muito verde, das plantas, ervas, arbustos e árvores, onde há fontes de hidromel, onde o cheiro da terra enche as narinas do mais incauto após uma chuvada, onde os animais são dóceis, à excepção dos gatos, e carinhosos, à excepção dos gatos, onde as cores eram tão cintilantes que o azul era mesmo triste, o encarnado dava uma sensação absolutamente sensual e o amarelo era simplesmente amarelo, três sábios tiveram um dia uma epifania enquanto bebiam o produto da fermentação da cevada a partir de pequenos recipientes de sílica fundida e contemplavam com espanto e admiração não só a profundidade do Universo patente por cima das suas cabeças sob forma de abobada luminosa de estrelas, mas também a admirável profundidade da condição e da alma humana, tendo a partir dela (da epifania) criado o Necrofagismo Macrobiotico Existencialismo!
O Necrofagismo Macrobiotico Existencialismo era, como o próprio nome indica, uma corrente existencialista que promovia a alimentação saudável a partir de fontes comprovadamente mortas! Um Necrofagistamacrobioticóexistencialista, ou Nmista, para abreviar, não podia consumir nada que não estivesse comprovadamente morto. Não chegava achar que estava mais-ou-menos morto, ou morto assim-assim, tinha de o estar comprovadamente. Foi talvez por isso que a filosofia Necrofagistamacrobioticóexistêncialista não se propagou mais, uma vez que a preparação de uma refeição era um processo laborioso, dispendioso e, no fundo, incrivelmente chato!
Imaginemos por um momento que um Nmista estaria inclinado para comer ervilhas com ovos escalfados.
Não poderia comer os ovos, visto que havia todo um potencial num ovo cru de se vir a tornar uma galinha ou até, quem sabe, um galo.
Depois, se quisesse juntar umas rodelas de chouriço teria de pedir um certificado no talho que comprovava que o porco de onde o chouriço proviera estava realmente morto e não tinha sido apenas amputado.
Por fim, havia que pegar nas ervilhas, uma a uma, e executar três testes:
-O teste do espelho: Um espelho era colocado por cima da ervilha durante algum tempo para se verificar se a ervilha ainda respirava. Caso o espelho não embaciasse, passava-se à fase seguinte
-O Electrocardiograma: Era feito um electrocardiograma à ervilha para comprovar que não havia quaisquer batimentos cardíacos. Caso esta condição se verificasse podia-se avançar para a terceira e ultima fase
-O Electroencefalograma: A fase final que comprovava que a ervilha estaria cerebralmente morta, podendo assim ser consumida
Isto tinha de ser feito ervilha a ervilha. Como podem constatar, além de moroso (ainda hoje em dia é famosa a história de Zeferino de Arronches, um dos principais entusiastas do Nmismo, que, depois de estar desaparecido durante meses após ter convidado alguns amigos para um jantar, coisa que os amigos atribuíram a uma forretice ímpar, veio a ser descoberto morto por inanição com um espelho na mão junto a um electrocardiografo e a um electroencefalografo ainda ligados – aparentemente faleceu durante o processo de teste dos bagos de arroz que ia usar para fazer um arroz de marisco), e dispendioso, por causa da maquinaria que tinha de ser utilizada (quando o Nmismo se tornou popular várias marcas de electrocardiografos e electroencefalografos celebraram efusivamente, isto para além dos fabricantes de pequenos espelhos), era uma seca!
O que é normal. Aliás, apenas muito poucos sabem porque no fundo é algo que não interessava a ninguém. Os poucos que ainda sabem são membros de sociedades secretas que se dedicam a especular acerca dos segredos que as antigas sociedades secretas guardavam, apenas porque sim ou porque têm demasiado tempo livre durante a hora do almoço. Não que lhes interessasse especialmente.
Mas conta-se que numa terra distante, para lá das águas, onde o céu é recortado por montanhas, onde as praias têm a areia mais branca e as águas mais cristalinas, onde o alvorecer parece derramar pingos de luz por sobre as gotas de orvalho que se espalham nas folhas verdes, de um verde muito verde, das plantas, ervas, arbustos e árvores, onde há fontes de hidromel, onde o cheiro da terra enche as narinas do mais incauto após uma chuvada, onde os animais são dóceis, à excepção dos gatos, e carinhosos, à excepção dos gatos, onde as cores eram tão cintilantes que o azul era mesmo triste, o encarnado dava uma sensação absolutamente sensual e o amarelo era simplesmente amarelo, três sábios tiveram um dia uma epifania enquanto bebiam o produto da fermentação da cevada a partir de pequenos recipientes de sílica fundida e contemplavam com espanto e admiração não só a profundidade do Universo patente por cima das suas cabeças sob forma de abobada luminosa de estrelas, mas também a admirável profundidade da condição e da alma humana, tendo a partir dela (da epifania) criado o Necrofagismo Macrobiotico Existencialismo!
O Necrofagismo Macrobiotico Existencialismo era, como o próprio nome indica, uma corrente existencialista que promovia a alimentação saudável a partir de fontes comprovadamente mortas! Um Necrofagistamacrobioticóexistencialista, ou Nmista, para abreviar, não podia consumir nada que não estivesse comprovadamente morto. Não chegava achar que estava mais-ou-menos morto, ou morto assim-assim, tinha de o estar comprovadamente. Foi talvez por isso que a filosofia Necrofagistamacrobioticóexistêncialista não se propagou mais, uma vez que a preparação de uma refeição era um processo laborioso, dispendioso e, no fundo, incrivelmente chato!
Imaginemos por um momento que um Nmista estaria inclinado para comer ervilhas com ovos escalfados.
Não poderia comer os ovos, visto que havia todo um potencial num ovo cru de se vir a tornar uma galinha ou até, quem sabe, um galo.
Depois, se quisesse juntar umas rodelas de chouriço teria de pedir um certificado no talho que comprovava que o porco de onde o chouriço proviera estava realmente morto e não tinha sido apenas amputado.
Por fim, havia que pegar nas ervilhas, uma a uma, e executar três testes:
-O teste do espelho: Um espelho era colocado por cima da ervilha durante algum tempo para se verificar se a ervilha ainda respirava. Caso o espelho não embaciasse, passava-se à fase seguinte
-O Electrocardiograma: Era feito um electrocardiograma à ervilha para comprovar que não havia quaisquer batimentos cardíacos. Caso esta condição se verificasse podia-se avançar para a terceira e ultima fase
-O Electroencefalograma: A fase final que comprovava que a ervilha estaria cerebralmente morta, podendo assim ser consumida
Isto tinha de ser feito ervilha a ervilha. Como podem constatar, além de moroso (ainda hoje em dia é famosa a história de Zeferino de Arronches, um dos principais entusiastas do Nmismo, que, depois de estar desaparecido durante meses após ter convidado alguns amigos para um jantar, coisa que os amigos atribuíram a uma forretice ímpar, veio a ser descoberto morto por inanição com um espelho na mão junto a um electrocardiografo e a um electroencefalografo ainda ligados – aparentemente faleceu durante o processo de teste dos bagos de arroz que ia usar para fazer um arroz de marisco), e dispendioso, por causa da maquinaria que tinha de ser utilizada (quando o Nmismo se tornou popular várias marcas de electrocardiografos e electroencefalografos celebraram efusivamente, isto para além dos fabricantes de pequenos espelhos), era uma seca!
Published on April 14, 2016 01:36
April 13, 2016
Há uma desconfiança de que a inteligência causa propensão...
Há uma desconfiança de que a inteligência causa propensão para a estupidez.
Uma consequência disto é que a inteligência superior causa uma propensão para a estupidez superior.
Quanto mais evoluído for um organismo, mais estúpido se torna!
Claro que tudo isto pode parecer contra-intuitivo, sobretudo se olharmos para uma galinha. Uma galinha é um bicho estúpido!
No entanto uma galinha só é estúpida porque, no fundo, nós achamos que ela é, porque a galinha em si está apenas a fazer o que sempre fez. Não é estúpida por isso!
Nós é que achamos a galinha estúpida, porque ela não se reconhece como tal. Aliás, ela não se reconhece.
Já um cão pode ter mais uns laivos de inteligência que uma galinha. E pode até nem parecer tão estúpido quanto uma. No entanto o cão é mais propenso a atitudes estúpidas e inusitadas.
O ser humano, espécie aparentemente mais inteligente deste sistema solar, é o animal que melhor reconhece a estupidez. No entanto apenas alguns da espécie estão dispostos a reconhecer a sua própria estupidez.
Esta cegueira à própria estupidez não impede, de todo, que a estupidez seja reconhecida…
…mas nos outros!
Sendo o ser humano o ser (provavelmente) mais inteligente do sistema solar, é pois seguro dizer que é (provavelmente) o ser mais estúpido!
Só isto, por si só, deveria fazer os seres humanos terem receio de contacto com espécies estranhas ao seu mundo. Se esses seres existirem disporão de um maior intelecto e com isso a sua capacidade para serem estúpidos aumentará na devida proporção. E isso seria potencialmente mau. Até porque iriam olhar para nós e pensar:
-Fosga-se! Ca estúpidos…
Uma consequência disto é que a inteligência superior causa uma propensão para a estupidez superior.
Quanto mais evoluído for um organismo, mais estúpido se torna!
Claro que tudo isto pode parecer contra-intuitivo, sobretudo se olharmos para uma galinha. Uma galinha é um bicho estúpido!
No entanto uma galinha só é estúpida porque, no fundo, nós achamos que ela é, porque a galinha em si está apenas a fazer o que sempre fez. Não é estúpida por isso!
Nós é que achamos a galinha estúpida, porque ela não se reconhece como tal. Aliás, ela não se reconhece.
Já um cão pode ter mais uns laivos de inteligência que uma galinha. E pode até nem parecer tão estúpido quanto uma. No entanto o cão é mais propenso a atitudes estúpidas e inusitadas.
O ser humano, espécie aparentemente mais inteligente deste sistema solar, é o animal que melhor reconhece a estupidez. No entanto apenas alguns da espécie estão dispostos a reconhecer a sua própria estupidez.
Esta cegueira à própria estupidez não impede, de todo, que a estupidez seja reconhecida…
…mas nos outros!
Sendo o ser humano o ser (provavelmente) mais inteligente do sistema solar, é pois seguro dizer que é (provavelmente) o ser mais estúpido!
Só isto, por si só, deveria fazer os seres humanos terem receio de contacto com espécies estranhas ao seu mundo. Se esses seres existirem disporão de um maior intelecto e com isso a sua capacidade para serem estúpidos aumentará na devida proporção. E isso seria potencialmente mau. Até porque iriam olhar para nós e pensar:
-Fosga-se! Ca estúpidos…
Published on April 13, 2016 08:08
As pessoas que querem governar pessoas são, por isso mesm...
As pessoas que querem governar pessoas são, por isso mesmo, as menos convenientes para isso!
Published on April 13, 2016 05:53
April 12, 2016
"Nada viaja mais rápido que a velocidade da luz......exce...
"Nada viaja mais rápido que a velocidade da luz...
...excepto as más noticias!"
Douglas Adams
...excepto as más noticias!"
Douglas Adams
Published on April 12, 2016 03:14
"Resumindo: É um fato bem conhecido que todos que q...
"Resumindo: É um fato bem conhecido que todos que querem governar as outras pessoas são, por isso mesmo, os menos indicados para isso."
- O Restaurante no fim do Universo - Douglas Adams
- O Restaurante no fim do Universo - Douglas Adams
Published on April 12, 2016 03:09
Aqui há uns tempos atrás...
...o Peles voltou-se para mim, quando discutia futebol com o Gadelhas e perante a minha cara de extremo enfado:
-Pois, para ti desportos que não tenham rodas e um motor não contam...
Ao que eu respondi de imediato:
-Não! Estás enganado. Até há desportos com bola que eu aprecio imenso!
-Basket?
-Não!
-Andebol?
-Não!
-Então?
-Volley de Praia Feminino.
Ele pensou um pouco...
...e depois lá disse:-Pois, por acaso...Ao mesmo tempo que o Gadelhas assentia em aprovação!
É sempre bom encontrar terreno comum...
-Pois, para ti desportos que não tenham rodas e um motor não contam...
Ao que eu respondi de imediato:
-Não! Estás enganado. Até há desportos com bola que eu aprecio imenso!
-Basket?
-Não!
-Andebol?
-Não!
-Então?
-Volley de Praia Feminino.
Ele pensou um pouco...










...e depois lá disse:-Pois, por acaso...Ao mesmo tempo que o Gadelhas assentia em aprovação!
É sempre bom encontrar terreno comum...
Published on April 12, 2016 02:12
April 11, 2016
Mas acho que na dúvida...
Published on April 11, 2016 07:45
...mas a Lamborguini também!
Published on April 11, 2016 07:43
É verdade que a Ferrari tem sempre argumentos fortes...
Published on April 11, 2016 07:42
Eis uma daquelas decisões impossíveis para um gajo que gosta mesmo de carros:
Published on April 11, 2016 05:23