C.N. Gil's Blog, page 25
June 30, 2016
Ia eu a sair...
...da chafarica onde trabalho para me ir cafézar e cigarrar quando o vigilante cá do sítio se volta para mim e me diz:
-E ficas tu a saber...
-...algo que ainda não sei? - interrompi-o eu, embadaralhando-lhe momentaneamente as sinapses, precisando ele de uns segundos para se recompor e continuar:
-...que amanhã sais às quatro em vez de saíres às cinco!
-Mas isso eu já sabia!
-Possas pá! Também sabes tudo!
-Tudo! Mesmo tudo! Excepto o que não sei, claro! Mas olha, sabes que mais, não sei se saio às quatro! Acho que só para embirrar vou sair à mesma hora!
-Só para seres chato!
-Isso não que sou um bocado arredondado nas arestas, mas para ser teimoso! Obrigarem-me a trabalhar mais uma hora este tempo todo, pois agora também têm de levar comigo!
-É assim mesmo!
-Mainada! Roerem-me a carne, agora terem de me comer os ossos!
E lá segui, deixando-o a pensar na minha última frase com um ar desconcertado de "Pá, acho que há qualquer coisa que não está muito certo mas não sei bem o que...", atravessei a estrada e fui ver se o Tony tinha arroz doce de ontem...
Eu adoro embadaralhar o pessoal...
-E ficas tu a saber...
-...algo que ainda não sei? - interrompi-o eu, embadaralhando-lhe momentaneamente as sinapses, precisando ele de uns segundos para se recompor e continuar:
-...que amanhã sais às quatro em vez de saíres às cinco!
-Mas isso eu já sabia!
-Possas pá! Também sabes tudo!
-Tudo! Mesmo tudo! Excepto o que não sei, claro! Mas olha, sabes que mais, não sei se saio às quatro! Acho que só para embirrar vou sair à mesma hora!
-Só para seres chato!
-Isso não que sou um bocado arredondado nas arestas, mas para ser teimoso! Obrigarem-me a trabalhar mais uma hora este tempo todo, pois agora também têm de levar comigo!
-É assim mesmo!
-Mainada! Roerem-me a carne, agora terem de me comer os ossos!
E lá segui, deixando-o a pensar na minha última frase com um ar desconcertado de "Pá, acho que há qualquer coisa que não está muito certo mas não sei bem o que...", atravessei a estrada e fui ver se o Tony tinha arroz doce de ontem...
Eu adoro embadaralhar o pessoal...
Published on June 30, 2016 05:37
Olha mais uma música!
E nem digo mais nada que o resto está no video!
E sim, apesar de ser novo e parvo quando isto foi escrito e composto, já pensava assim...~
...agora já vou ficando menos novo...
E sim, apesar de ser novo e parvo quando isto foi escrito e composto, já pensava assim...~
...agora já vou ficando menos novo...
Published on June 30, 2016 01:13
June 29, 2016
A propósito
...deste artigo em que hoje tropecei sem querer, veio-me à memória uma daquelas histórias que acontecem e que nós nem sabemos o que dizer até anos depois de terem acontecido! Aliás, uma história que deveria estar num dos dois “Tretas de Cabos” mas não está, porque eu já nem me lembrava disto…
Ora então, sem mais introduções e evitando perder tempo em paleio desnecessário como, por exemplo, este parágrafo que não diz absolutamente nada e só está aqui a encher chouriços, criando uma pausa para vos preparar mentalmente para a parvoíce que aí vem, passemos à estória.
Há muitos, muitos, mas mesmo muitos anos atrás, bastante antes de conhecer a minha cara-metade e luz da minha vida (isto é só para deixar a minha respectiva babada, que ela quase de certeza vai ler isto e convém passar-lhe já a mão pelo pêlo…), estava eu completamente solteiro e mantinha uma amizade colorida (com as tonalidades todas do espectro) com uma colega de trabalho!
Esta colega perguntou-me se eu não queria beber um café, a meio da tarde, no refeitório/cafetaria lá do sítio e eu, claro, disse que sim! Aliás, para eu recusar um café já devo estar mesmo mal… Muito menos na companhia dela!
Lá chegado encontro-a acompanhada por um tipo muito mais velho, pequenino, curvado…
…uma fraca figura!
Ela apresentou-nos prontamente sendo que me introduziu a ele com os termos “Aqui o Gil também é músico” e o olhar do tipo iluminou-se de repente.
-Ai és?
-Sim!
-E tocas o quê?
-Guitarra.
-Sim, mas que tipo de música?
-Hard Rock, Heavy metal…
De referir que, na altura, era mesmo muito metaleiro, embora fosse um metaleiro ecléctico! Não me fechava em estilos musicais, tal como hoje em dia ainda não o faço.
-É pá, isso é porreiro. Eu sou baterista…
Olhei para o tipo e pensei “Mas consegues levantar umas baquetas?”
É que, vendo a coisa do meu ponto de vista, os bateristas com que costumo tocar são, por norma, gajos algo vigorosos e que gostam mesmo de dar porrada na bateria.
-…mas na área do Jazz!
Pronto! Estava explicado.
Gostei mesmo de falar com o tipo e, uma vez que trabalhávamos no mesmo edifício, começamos a encontrar-nos com alguma regularidade.
Então convidei-o, quase com a certeza que ele não aceitaria, para vir ver a minha banda de bares da altura, os Undercover. Para minha surpresa ele não só aceitou, como apareceu de facto num concerto que demos no extinto Trancão bar, afirmando que tinha adorado ver-nos.
Tendo em linha de conta a vocalista que tinha na altura, a FF que está bem descrita nos Treta de Cabos (isto é uma nota subtil a falar do livro quase como quem não quer a coisa, não sei se repararam…) creio que não teria sido necessário tocarmos para fazermos um sucesso!
Umas duas semanas depois disto, num principio de noite de sexta-feira, a minha amiga colorida liga-me, dizendo-me que o fazia a pedido do tipo, que ele ia tocar ao Speakeasy e gostava que eu lá aparecesse!
Eu nunca tinha ido ao Speakeasy!
Nem sabia sequer onde ficava!
Nunca gostei nada de vir para a noite de Lisboa e sempre o evitei…
…mas, uma vez que a amiga colorida ia…
E lá fui eu.
Chego à porta, com a minha t-shirt branca meio gasta, umas calças de ganga prestes a passar de prazo e uns ténis de lona que outrora tinham sido brancos mas agora apresentavam uma coloração bem mais estranha e o porteiro olhou-me de alto a baixo com um ar de “Pá, não te enganaste no sítio”, que foi respondido com o olhar de rocker mal disposto “Eu vou onde quero, como quero, sou um rockeiro rebelde e mainada!” e abro a porta, paro, fico estático a olhar para o pessoal que lá estava (curiosamente, de tanta gente conhecida, só me lembro do Miguel Sousa Tavares), tudo naquele estilo casual-chick, olho de lado para o porteiro que deixou que um mui leve sorriso se esgueirasse pelo canto do lábio enquanto me manda aquele olhar de “bem me parecia que estavas enganado, a casa de putas é aqui ao lado…” e olho novamente para a frente e vejo aquela gente toda a olhar para mim com aquele olhar que diz “c’orror, já deixam entrar qualquer um!" e tomei nesse mesmo instante a decisão que estava realmente no sítio errado, pensei nas alternativas e decidi-me dar meia volta e telefonar para a minha amiga a seguir inventando uma desculpa esfarrapada qualquer, e começava a dar meia volta ao mesmo tempo que ia, mentalmente, revendo a minha lista de desculpas esfarrapadas para ver qual se adequaria melhor quando o tipo se levanta na outra ponta do bar e diz alto e bom som:
-É páh, fixe, vieste, anda cá e junta-te aqui ao pessoal!
Puf! Tarde demais!
Engoli em seco, segui em frente com os olhos daquela gente toda postos em mim enquanto o tipo dizia ao pessoal que estava com ele, mas de forma perfeitamente audível:
-Este é um colega meu de trabalho, que também é músico. É guitarrista de rock…
E conforme isto foi dito houve uma espécie de “AAAAAAHHHHHHHH!” mental, um suspiro de alívio, qualquer coisa do género “OK, então se é músico de rock até podia vir nu que seria normal…” e as coisas acalmaram!
Uma das coisas mais curiosas é que verifiquei, de facto, a velha máxima…
…um músico de jazz toca 3000 acordes em três minutos para três pessoas, mas um músico de rock toca três acordes durante três minutos para três mil pessoas…
Quando a maior parte das raparigas que estavam na mesa demonstraram um profundo interesse no facto de eu ser guitarrista de rock…
…para profundo desagrado da minha amiga colorida, que olhava para mim com um ar de “vê lá se não te esticas, que eu tou aqui, OK?”
O tipo era, nem mais, nem menos, que o Gualdino Barros, mítico baterista responsável por lançar nos palcos gente como o Jorge Palma ou o Danny Silva…
Já não o vejo há anos, nem tenho sequer o contacto dele, e tenho pena. Ainda demos umas excelentes gargalhadas juntos! Só muito depois vim a saber que afinal o homem era uma lenda!
Gostava de o ver outra vez, para recordar os velhos tempos…
Ora então, sem mais introduções e evitando perder tempo em paleio desnecessário como, por exemplo, este parágrafo que não diz absolutamente nada e só está aqui a encher chouriços, criando uma pausa para vos preparar mentalmente para a parvoíce que aí vem, passemos à estória.
Há muitos, muitos, mas mesmo muitos anos atrás, bastante antes de conhecer a minha cara-metade e luz da minha vida (isto é só para deixar a minha respectiva babada, que ela quase de certeza vai ler isto e convém passar-lhe já a mão pelo pêlo…), estava eu completamente solteiro e mantinha uma amizade colorida (com as tonalidades todas do espectro) com uma colega de trabalho!
Esta colega perguntou-me se eu não queria beber um café, a meio da tarde, no refeitório/cafetaria lá do sítio e eu, claro, disse que sim! Aliás, para eu recusar um café já devo estar mesmo mal… Muito menos na companhia dela!
Lá chegado encontro-a acompanhada por um tipo muito mais velho, pequenino, curvado…
…uma fraca figura!
Ela apresentou-nos prontamente sendo que me introduziu a ele com os termos “Aqui o Gil também é músico” e o olhar do tipo iluminou-se de repente.
-Ai és?
-Sim!
-E tocas o quê?
-Guitarra.
-Sim, mas que tipo de música?
-Hard Rock, Heavy metal…
De referir que, na altura, era mesmo muito metaleiro, embora fosse um metaleiro ecléctico! Não me fechava em estilos musicais, tal como hoje em dia ainda não o faço.
-É pá, isso é porreiro. Eu sou baterista…
Olhei para o tipo e pensei “Mas consegues levantar umas baquetas?”
É que, vendo a coisa do meu ponto de vista, os bateristas com que costumo tocar são, por norma, gajos algo vigorosos e que gostam mesmo de dar porrada na bateria.
-…mas na área do Jazz!
Pronto! Estava explicado.
Gostei mesmo de falar com o tipo e, uma vez que trabalhávamos no mesmo edifício, começamos a encontrar-nos com alguma regularidade.
Então convidei-o, quase com a certeza que ele não aceitaria, para vir ver a minha banda de bares da altura, os Undercover. Para minha surpresa ele não só aceitou, como apareceu de facto num concerto que demos no extinto Trancão bar, afirmando que tinha adorado ver-nos.
Tendo em linha de conta a vocalista que tinha na altura, a FF que está bem descrita nos Treta de Cabos (isto é uma nota subtil a falar do livro quase como quem não quer a coisa, não sei se repararam…) creio que não teria sido necessário tocarmos para fazermos um sucesso!
Umas duas semanas depois disto, num principio de noite de sexta-feira, a minha amiga colorida liga-me, dizendo-me que o fazia a pedido do tipo, que ele ia tocar ao Speakeasy e gostava que eu lá aparecesse!
Eu nunca tinha ido ao Speakeasy!
Nem sabia sequer onde ficava!
Nunca gostei nada de vir para a noite de Lisboa e sempre o evitei…
…mas, uma vez que a amiga colorida ia…
E lá fui eu.
Chego à porta, com a minha t-shirt branca meio gasta, umas calças de ganga prestes a passar de prazo e uns ténis de lona que outrora tinham sido brancos mas agora apresentavam uma coloração bem mais estranha e o porteiro olhou-me de alto a baixo com um ar de “Pá, não te enganaste no sítio”, que foi respondido com o olhar de rocker mal disposto “Eu vou onde quero, como quero, sou um rockeiro rebelde e mainada!” e abro a porta, paro, fico estático a olhar para o pessoal que lá estava (curiosamente, de tanta gente conhecida, só me lembro do Miguel Sousa Tavares), tudo naquele estilo casual-chick, olho de lado para o porteiro que deixou que um mui leve sorriso se esgueirasse pelo canto do lábio enquanto me manda aquele olhar de “bem me parecia que estavas enganado, a casa de putas é aqui ao lado…” e olho novamente para a frente e vejo aquela gente toda a olhar para mim com aquele olhar que diz “c’orror, já deixam entrar qualquer um!" e tomei nesse mesmo instante a decisão que estava realmente no sítio errado, pensei nas alternativas e decidi-me dar meia volta e telefonar para a minha amiga a seguir inventando uma desculpa esfarrapada qualquer, e começava a dar meia volta ao mesmo tempo que ia, mentalmente, revendo a minha lista de desculpas esfarrapadas para ver qual se adequaria melhor quando o tipo se levanta na outra ponta do bar e diz alto e bom som:
-É páh, fixe, vieste, anda cá e junta-te aqui ao pessoal!
Puf! Tarde demais!
Engoli em seco, segui em frente com os olhos daquela gente toda postos em mim enquanto o tipo dizia ao pessoal que estava com ele, mas de forma perfeitamente audível:
-Este é um colega meu de trabalho, que também é músico. É guitarrista de rock…
E conforme isto foi dito houve uma espécie de “AAAAAAHHHHHHHH!” mental, um suspiro de alívio, qualquer coisa do género “OK, então se é músico de rock até podia vir nu que seria normal…” e as coisas acalmaram!
Uma das coisas mais curiosas é que verifiquei, de facto, a velha máxima…
…um músico de jazz toca 3000 acordes em três minutos para três pessoas, mas um músico de rock toca três acordes durante três minutos para três mil pessoas…
Quando a maior parte das raparigas que estavam na mesa demonstraram um profundo interesse no facto de eu ser guitarrista de rock…
…para profundo desagrado da minha amiga colorida, que olhava para mim com um ar de “vê lá se não te esticas, que eu tou aqui, OK?”
O tipo era, nem mais, nem menos, que o Gualdino Barros, mítico baterista responsável por lançar nos palcos gente como o Jorge Palma ou o Danny Silva…
Já não o vejo há anos, nem tenho sequer o contacto dele, e tenho pena. Ainda demos umas excelentes gargalhadas juntos! Só muito depois vim a saber que afinal o homem era uma lenda!
Gostava de o ver outra vez, para recordar os velhos tempos…
Published on June 29, 2016 07:30
June 28, 2016
Caramba!
Eu devo ter uma voz mesmo muito característica...
Tenho o carro numa oficina onde só fui duas vezes antes, daquelas todas XPTO, em que dá a impressão que se pode comer no chão, sem problemas.
Disseram-me ontem que o carro poderia estar pronto hoje (afinal não vai estar), e então liguei para lá para saber se o ia buscar mais logo...
...e quando atenderam o telefone limitei-me a dizer:
-Boa tarde!
-Olá, boa tarde,... - respondeu uma voz sorridente do outro lado da linha - ...olha, não vai ser possível entregar-lhe o carro hoje, que ainda falta fazer isto e aquilo e houve uma peça que veio trocada, e mais não sei o quê...
Fiquei parvo! Estava a ligar de uma linha fixa que não costumo usar e, para cumulo, a rapariga apenas falou comigo uns cinco minutos, se tanto, repartidos pelas duas vezes que lá fui...
Nem consigo passar despercebido!
Tenho o carro numa oficina onde só fui duas vezes antes, daquelas todas XPTO, em que dá a impressão que se pode comer no chão, sem problemas.
Disseram-me ontem que o carro poderia estar pronto hoje (afinal não vai estar), e então liguei para lá para saber se o ia buscar mais logo...
...e quando atenderam o telefone limitei-me a dizer:
-Boa tarde!
-Olá, boa tarde,... - respondeu uma voz sorridente do outro lado da linha - ...olha, não vai ser possível entregar-lhe o carro hoje, que ainda falta fazer isto e aquilo e houve uma peça que veio trocada, e mais não sei o quê...
Fiquei parvo! Estava a ligar de uma linha fixa que não costumo usar e, para cumulo, a rapariga apenas falou comigo uns cinco minutos, se tanto, repartidos pelas duas vezes que lá fui...
Nem consigo passar despercebido!
Published on June 28, 2016 07:15
Faleceu...
...um dos meus heróis da juventude, que tantas gargalhadas me deu.
Bud Spencer, o "Bambino", a mão esquerda do diabo, irmão de Trinitá, só para falar de um dos papeis que tanto me fez rir.
Quando era miúdo ia com o meu pai às matines do cinema S. Vicente, em Paio Pires, ver filmes dele e era sempre uma barrigada de riso. Além dos Trinitás, lembro-me do "Quatro Punhos contra rio" ou de "O Xerife quebra ossos".
É com muita pena que o vejo partir...
Fica aqui (com direito a cartoon e tudo) uma pequena homenágem! "Trinitá, o cowboy insolente", legendado
Bud Spencer, o "Bambino", a mão esquerda do diabo, irmão de Trinitá, só para falar de um dos papeis que tanto me fez rir.
Quando era miúdo ia com o meu pai às matines do cinema S. Vicente, em Paio Pires, ver filmes dele e era sempre uma barrigada de riso. Além dos Trinitás, lembro-me do "Quatro Punhos contra rio" ou de "O Xerife quebra ossos".
É com muita pena que o vejo partir...
Fica aqui (com direito a cartoon e tudo) uma pequena homenágem! "Trinitá, o cowboy insolente", legendado
Published on June 28, 2016 06:38
Bem,...
...esta vem com uma história agarrada!
Não se empolguem, não é uma história espectacular...
...e também não é estúpida o suficiente para ser interessante! É apenas uma história como outra qualquer!
Era um puto, já tinha tido um ou outro projectos musicais, mas nada de especial, nem nada que tenha feito algo de espectacular!
O ultimo projecto que tinha tido acabou de uma forma não muito interessante! O baterista, ainda mais puto que eu, gostava mais de Alcoól do que eu de mulheres! E eu gostava mesmo muito de mulheres...
...bem como gostava muito das mulheres...
...e ainda gosto...
...mas adiante, senão ainda me perco!
Dizia eu, acabou porque começou a ser costumeiro estar à espera dele para ensaiar e descobrir que ele tinha apanhado uma "tola" no dia anterior e ainda não se tinha levantado, depois levantava-se a correr, aparecia todo roto com uma ou duas horas de atraso, completamente ressacado...
Eu não me embebedo para que ninguém tenha que me aturar! Consequentemente sempre tive um grau baixo de tolerância para com as bebedeiras dos outros! Quando isto aconteceu consecutivamente ao longo de uns seis meses, adoptei outra táctica. Estava no sítio combinado à hora combinada. Esperava meia-hora e se ele não aparecia não íamos ensaiar!
Ele ligava umas três ou quatro horas depois a dizer que não voltava a acontecer...
...mas acontecia! E um dia, no sítio onde nos costumávamos encontrar, olhamos uns para os outros quando o baterista mais uma vez não apareceu e, não ensaiando já há mais de um mês resolvemos acabar com a coisa!
O rapaz ficou chateado! Achou que tínhamos sido injustos! Eu tentei explicar-lhe que tínhamos todos mais que fazer do que ficar à espera dele! Ele continuou a achar que não tínhamos razão e, até aos dias de hoje, sempre que me cruzo com ele, o que é raro mas acontece, há chatices...
...mas adiante!
Tendo acabado com essa banda, continuei com vontade de fazer alguma coisa, mas estava um bocado farto de bandas, egos (que pelos vintes estão demasiado exacerbados) e outras coisas mais.
O que é que mudou esta minha disposição?
Esta música!
Foi a primeira vez que tal me aconteceu! Trabalhava perto de casa e tinha duas horas de almoço, portanto ia almoçar a casa! Um dia, depois do almoço, sentei-me com a guitarra na mão e um bloco à minha frente e dez minutos depois tinha saído esta letra junto com os acordes!
Não muito depois começaram a aparecer outras músicas e a primeira encarnação dos Teatrum aconteceu!
A primeira versão da música tinha pianos e violinos e guitarras e bateria e o lava-louças da cozinha e ar condicionado...
...era assim uma coisa em grande!
Depois a letra passou a inglês e foi cantada, na segunda encarnação dos Teatrum pela Xana Guilherme! Mas foi aqui que a música ganhou forma definitiva, com base neste improviso de piano do Sr. Nuno Tavares que, comigo a regê-lo (dizer-lhe o acorde a seguir, dar-lhe o tempo e indicações acerca da intensidade) gravou este piano em dez minutos, como só um génio musical consegue fazer!
E agora está aqui! E se acharem que eu a estraguei, podem bater-me à vontade!
Se gostarem partilhem, se não, como de costume,...
...não!
No fim de tudoA alvorada veioPara banhar as minhas lágrimasIluminar o meu peito abertoCorri para o desertoSenti-me a cairSem saber para onde fugir
Pensei na minha sede pelo teu amorOnde guardar minha dorNo inferno que era a minha razãoA minha vida era a minha solidãoSem saídano que é que eu tinha tornado a minha vida?
Mas hoje é outro diaE aquele que eu era ontem já partiuA dor que eu sentia saiu de mimFoi só mais um capítulo que chegou ao fim
Disseste que eu havia de cairDisseste que eu havia de desistirMas eu estou aqui com o meu orgulho inteiroSei que cheguei ao fimSei que fui o primeiro
Disseste que eu nunca iria mudarDisseste que eu nunca irira lá chegarEu soube dar a volta e cheguei lá por fimMas olho para trás e não me vejo a mimPerdi-meE só agora é que eu viO quanto neste tempo todoEu cresci
Sim,Aquele que eu era ontem já partiuA dor que eu sentia saiu de mimFoi só mais um capítuloQue chegou ao fim!
Disseste que tinha chagado ao fimDisseste que querias fugir de mimAgora voltaste e queres o meu perdãoNão sei se não prefiro a...
...solidão...
© 1992 C. N. Gil
Não se empolguem, não é uma história espectacular...
...e também não é estúpida o suficiente para ser interessante! É apenas uma história como outra qualquer!
Era um puto, já tinha tido um ou outro projectos musicais, mas nada de especial, nem nada que tenha feito algo de espectacular!
O ultimo projecto que tinha tido acabou de uma forma não muito interessante! O baterista, ainda mais puto que eu, gostava mais de Alcoól do que eu de mulheres! E eu gostava mesmo muito de mulheres...
...bem como gostava muito das mulheres...
...e ainda gosto...
...mas adiante, senão ainda me perco!
Dizia eu, acabou porque começou a ser costumeiro estar à espera dele para ensaiar e descobrir que ele tinha apanhado uma "tola" no dia anterior e ainda não se tinha levantado, depois levantava-se a correr, aparecia todo roto com uma ou duas horas de atraso, completamente ressacado...
Eu não me embebedo para que ninguém tenha que me aturar! Consequentemente sempre tive um grau baixo de tolerância para com as bebedeiras dos outros! Quando isto aconteceu consecutivamente ao longo de uns seis meses, adoptei outra táctica. Estava no sítio combinado à hora combinada. Esperava meia-hora e se ele não aparecia não íamos ensaiar!
Ele ligava umas três ou quatro horas depois a dizer que não voltava a acontecer...
...mas acontecia! E um dia, no sítio onde nos costumávamos encontrar, olhamos uns para os outros quando o baterista mais uma vez não apareceu e, não ensaiando já há mais de um mês resolvemos acabar com a coisa!
O rapaz ficou chateado! Achou que tínhamos sido injustos! Eu tentei explicar-lhe que tínhamos todos mais que fazer do que ficar à espera dele! Ele continuou a achar que não tínhamos razão e, até aos dias de hoje, sempre que me cruzo com ele, o que é raro mas acontece, há chatices...
...mas adiante!
Tendo acabado com essa banda, continuei com vontade de fazer alguma coisa, mas estava um bocado farto de bandas, egos (que pelos vintes estão demasiado exacerbados) e outras coisas mais.
O que é que mudou esta minha disposição?
Esta música!
Foi a primeira vez que tal me aconteceu! Trabalhava perto de casa e tinha duas horas de almoço, portanto ia almoçar a casa! Um dia, depois do almoço, sentei-me com a guitarra na mão e um bloco à minha frente e dez minutos depois tinha saído esta letra junto com os acordes!
Não muito depois começaram a aparecer outras músicas e a primeira encarnação dos Teatrum aconteceu!
A primeira versão da música tinha pianos e violinos e guitarras e bateria e o lava-louças da cozinha e ar condicionado...
...era assim uma coisa em grande!
Depois a letra passou a inglês e foi cantada, na segunda encarnação dos Teatrum pela Xana Guilherme! Mas foi aqui que a música ganhou forma definitiva, com base neste improviso de piano do Sr. Nuno Tavares que, comigo a regê-lo (dizer-lhe o acorde a seguir, dar-lhe o tempo e indicações acerca da intensidade) gravou este piano em dez minutos, como só um génio musical consegue fazer!
E agora está aqui! E se acharem que eu a estraguei, podem bater-me à vontade!
Se gostarem partilhem, se não, como de costume,...
...não!
No fim de tudoA alvorada veioPara banhar as minhas lágrimasIluminar o meu peito abertoCorri para o desertoSenti-me a cairSem saber para onde fugir
Pensei na minha sede pelo teu amorOnde guardar minha dorNo inferno que era a minha razãoA minha vida era a minha solidãoSem saídano que é que eu tinha tornado a minha vida?
Mas hoje é outro diaE aquele que eu era ontem já partiuA dor que eu sentia saiu de mimFoi só mais um capítulo que chegou ao fim
Disseste que eu havia de cairDisseste que eu havia de desistirMas eu estou aqui com o meu orgulho inteiroSei que cheguei ao fimSei que fui o primeiro
Disseste que eu nunca iria mudarDisseste que eu nunca irira lá chegarEu soube dar a volta e cheguei lá por fimMas olho para trás e não me vejo a mimPerdi-meE só agora é que eu viO quanto neste tempo todoEu cresci
Sim,Aquele que eu era ontem já partiuA dor que eu sentia saiu de mimFoi só mais um capítuloQue chegou ao fim!
Disseste que tinha chagado ao fimDisseste que querias fugir de mimAgora voltaste e queres o meu perdãoNão sei se não prefiro a...
...solidão...
© 1992 C. N. Gil
Published on June 28, 2016 01:29
É interessante ver...
...que a comissão Europeia não aprende nada!
É que nem à chapada aprendem alguma coisa!
Ou então o objectivo é mesmo acabar de vez com a palhaçada que se tornou a (Des)União Europeia...
Depois do que se passou com o Brexit, o que é que é normal fazer?
Claro, aplicar sanções aos países com deficit excessivo!
Já agora, malta do anterior governo, expliquem-me lá como é que o deficit ficou abaixo dos 3% que eu ainda não percebi...
(e pelos vistos Bruxelas também não)
Já lá dizia a Lena de Água e a Banda Atlântica:
"Demagogia
Feita à maneira
É como queijo
Numa ratoeira"
O que vale é que nesta republica dos bananas nunca ninguém tem culpa de nada...
É que nem à chapada aprendem alguma coisa!
Ou então o objectivo é mesmo acabar de vez com a palhaçada que se tornou a (Des)União Europeia...
Depois do que se passou com o Brexit, o que é que é normal fazer?
Claro, aplicar sanções aos países com deficit excessivo!
Já agora, malta do anterior governo, expliquem-me lá como é que o deficit ficou abaixo dos 3% que eu ainda não percebi...
(e pelos vistos Bruxelas também não)
Já lá dizia a Lena de Água e a Banda Atlântica:
"Demagogia
Feita à maneira
É como queijo
Numa ratoeira"
O que vale é que nesta republica dos bananas nunca ninguém tem culpa de nada...
Published on June 28, 2016 01:06
June 27, 2016
Nmismo: as mudanças do paradigma Nmista (continuação)
Foi também nesta altura, depois de descobrirem que o mundo era redondo pela simples constatação de que se se andasse a direito sempre na mesma direcção sem acabava no ponto de partida (facto este que foi constatado por Arius, o Errante, segundo as lendas) que resolveram dividir o mundo em várias zonas, conforme os pontos cardeais.
Assim sendo, as terras do meio e as que ficavam para lá do mar de Atlen passaram a ser conhecidas como Ocidente e todos os territórios a leste como Oriente!
Nessa altura os Méricos impunham-se cada vez mais como uma potência global e, numa tentativa de tentar equilibrar a balança, os reinos das terras do meio resolveram juntar-se numa federação, o que pareceu uma boa ideia a toda a gente, menos às pessoas que lá habitavam!
A verdade é que, muito antes de se ter feito a travessia do mar de Atlen e de se ter chegado ao estremo dos orientes, as terras do meio foram protagonistas de imensas guerras, tendo as mais recentes culminado com a quase extinção da corrente cientológica. Mas mesmo antes do Nmismo se ter imposto, eram frequentes as escaramuças e mesmo as guerras abertas nesta região! O resultado é que, embora hoje em dia todos coabitassem pacificamente, ninguém gostava de ninguém! Ora, uma federação onde a união é imposta não tem condições de se conseguir aguentar!
No entanto, havia enormes vantagens comerciais numa união e, como tal, caminhou-se nessa direcção, embora já ninguém ousasse falar de uma federação, que não era bem vista pela maior parte da população!
E foi assim que se avançou para esta ideia no pressuposto de que todos seriam iguais, e o povo dos reinos mais pobres aplaudiu esperançado! Mas, como costuma acontecer nestas coisas, eram todos iguais, mas uns eram mais iguais que outros!
Felizmente, devido aos preceitos Nmistas, ninguém pensava nisto! E durante alguns anos a união foi progredindo.
No entanto, cada vez mais havia uma centralização de poder que deixava os povos descontentes e muita gente começou a perguntar-se se a união teria sido assim tão boa ideia!
Até que um dia, por imposição central, impuseram uma rígida cota de produção de tremoço à ilha reino de Saxus, do qual era rei Gordius, o Castanho!
Isto fez de imediato aumentar o preço do tremoço, uma vez que os Saxius passaram a ter de o importar, o que foram excelentes noticias para Germius, mas más para Saxus!
Descontentes com a situação, Gordius, o Castanho, exigiu que fossem levantadas tais restrições, mas tal não lhe foi concedido. Como resultado começou a enfrentar uma cada vez maior pressão interna, isto apesar de tentar reforçar junto do seu povo as vantagens de pertencer à União das Terras do Meio como era formalmente conhecida!
Ainda assim, começaram a haver motins por toda a parte, devido ao elevado preço dos tremoços e, por fim, ele teve de se curvar e resolveu perguntar ao povo o que fazer!
Contrariamente ao que toda a União esperava, o povo escolheu não fazer parte da União!
Esta situação acabou por fazer com que outros povos lhes quisessem seguir o exemplo, libertando-se assim de regras impostas e restringindo o acesso aos seus recursos e a união acabou por se desfazer, para prejuízo de todos…
Assim sendo, as terras do meio e as que ficavam para lá do mar de Atlen passaram a ser conhecidas como Ocidente e todos os territórios a leste como Oriente!
Nessa altura os Méricos impunham-se cada vez mais como uma potência global e, numa tentativa de tentar equilibrar a balança, os reinos das terras do meio resolveram juntar-se numa federação, o que pareceu uma boa ideia a toda a gente, menos às pessoas que lá habitavam!
A verdade é que, muito antes de se ter feito a travessia do mar de Atlen e de se ter chegado ao estremo dos orientes, as terras do meio foram protagonistas de imensas guerras, tendo as mais recentes culminado com a quase extinção da corrente cientológica. Mas mesmo antes do Nmismo se ter imposto, eram frequentes as escaramuças e mesmo as guerras abertas nesta região! O resultado é que, embora hoje em dia todos coabitassem pacificamente, ninguém gostava de ninguém! Ora, uma federação onde a união é imposta não tem condições de se conseguir aguentar!
No entanto, havia enormes vantagens comerciais numa união e, como tal, caminhou-se nessa direcção, embora já ninguém ousasse falar de uma federação, que não era bem vista pela maior parte da população!
E foi assim que se avançou para esta ideia no pressuposto de que todos seriam iguais, e o povo dos reinos mais pobres aplaudiu esperançado! Mas, como costuma acontecer nestas coisas, eram todos iguais, mas uns eram mais iguais que outros!
Felizmente, devido aos preceitos Nmistas, ninguém pensava nisto! E durante alguns anos a união foi progredindo.
No entanto, cada vez mais havia uma centralização de poder que deixava os povos descontentes e muita gente começou a perguntar-se se a união teria sido assim tão boa ideia!
Até que um dia, por imposição central, impuseram uma rígida cota de produção de tremoço à ilha reino de Saxus, do qual era rei Gordius, o Castanho!
Isto fez de imediato aumentar o preço do tremoço, uma vez que os Saxius passaram a ter de o importar, o que foram excelentes noticias para Germius, mas más para Saxus!
Descontentes com a situação, Gordius, o Castanho, exigiu que fossem levantadas tais restrições, mas tal não lhe foi concedido. Como resultado começou a enfrentar uma cada vez maior pressão interna, isto apesar de tentar reforçar junto do seu povo as vantagens de pertencer à União das Terras do Meio como era formalmente conhecida!
Ainda assim, começaram a haver motins por toda a parte, devido ao elevado preço dos tremoços e, por fim, ele teve de se curvar e resolveu perguntar ao povo o que fazer!
Contrariamente ao que toda a União esperava, o povo escolheu não fazer parte da União!
Esta situação acabou por fazer com que outros povos lhes quisessem seguir o exemplo, libertando-se assim de regras impostas e restringindo o acesso aos seus recursos e a união acabou por se desfazer, para prejuízo de todos…
Published on June 27, 2016 04:43
June 26, 2016
Uma coisa...
é termos uma visão! Outra é confrontarmo-nos com ela!
Depois de muito trabalho, pela primeira vez vi isto!
Tá-se a compor...
...qualquer dia até toca...
Depois de muito trabalho, pela primeira vez vi isto!




Tá-se a compor...
...qualquer dia até toca...
Published on June 26, 2016 03:40
June 25, 2016
Ora então,...
...uma coisa que sempre me confundiu foi a dificuldade de o Português ser cantado, ou mesmo escrito num formato que se adapte como deve de ser a música. Claro que isto torna ainda mais geniais alguns poetas Portugueses, como o Ary dos Santos.
Durante muito tempo atribui isso ao facto de termos aquela que é, provavelmente, a língua mais carregada de inflecções do mundo…
…mas depois desisti dessa ideia. Afinal, o sotaque Brasileiro não sofre do mesmo problema!
Entretanto escrevi esta letra! Achava-a interessante, mas a música, no típico formato de tempo, 4/4, ou mesmo ¾ (valsa), não encaixava minimamente!
Resolvi fazer uma experiência e mandar as convenções todas à fava. Pus os tempos a seguir as palavras, em vez das palavras a seguir o tempo!
Não creio que esta música alguma vez esteja no top das mais passadas numa rádio, simplesmente porque é atrofiante! Aliás, é atrofiante tocá-la…
…já cantá-la, é só seguir as palavras!
O que é que acham?
(mais uma vez, se gostarem estão à vontade para partilhar, se não, não, prontus!)
Durante muito tempo atribui isso ao facto de termos aquela que é, provavelmente, a língua mais carregada de inflecções do mundo…
…mas depois desisti dessa ideia. Afinal, o sotaque Brasileiro não sofre do mesmo problema!
Entretanto escrevi esta letra! Achava-a interessante, mas a música, no típico formato de tempo, 4/4, ou mesmo ¾ (valsa), não encaixava minimamente!
Resolvi fazer uma experiência e mandar as convenções todas à fava. Pus os tempos a seguir as palavras, em vez das palavras a seguir o tempo!
Não creio que esta música alguma vez esteja no top das mais passadas numa rádio, simplesmente porque é atrofiante! Aliás, é atrofiante tocá-la…
…já cantá-la, é só seguir as palavras!
O que é que acham?
(mais uma vez, se gostarem estão à vontade para partilhar, se não, não, prontus!)
Published on June 25, 2016 04:15