Cristina Torrão's Blog, page 47

October 20, 2016

Boas surpresas




Montalvo e as Ciências do Nosso Tempo foi um
dos primeiros blogues que conheci, quando entrei nestas lides, já lá vão mais de seis anos. Não faço ideia de quem seja o autor,
que se dá a conhecer apenas pelas iniciais JDACT. Não apresenta qualquer
contacto, nem permite comentários aos seus posts.


O blogue é
muito interessante, porque se resume à transcrição de excertos de
livros. Nota-se uma certa tendência para assuntos históricos, mas também são divulgados outro tipo de livros, ficção e não-ficção.

Descobri agora que JDACT tem vindo, nas últimas semanas, a
publicar excertos dos meus livros A Cruz de Esmeraldas e Afonso
Henriques - o Homem
. Seja quem for, agradeço-lhe muito e deixo aqui o link, para quem estiver interessado.



Só um pequeno aviso: a transcrição do discurso direto é feita sem
parágrafos nem travessões, ao contrário do que acontece nestes meus
livros, em que esse tipo de discurso surge de maneira tradicional.






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Published on October 20, 2016 02:56

October 18, 2016

Os últimos meses de Dom Dinis

Em Outubro de 1324, Dom Dinis fez-se ao caminho de Santarém, como de
costume. Tinha-se tornado um hábito passar o Natal e o fim do ano naquela cidade, só regressando a Lisboa na Primavera. Naquele ano, porém, Dom
Dinis fora desaconselhado a empreender a viagem, pois estava muito
doente. A rainha Dona Isabel tratava dele, administrando-lhe
pessoalmente os remédios.


DinisCoimbra.jpg










Pormenor da estátua de Dom Dinis, em Coimbra

















Durante
a viagem, Dom Dinis sentiu-se tão mal, que Dona Isabel mandou chamar o
filho Dom Afonso, que se encontrava em Leiria. Depois de uma desgastante
guerra civil, o rei e o seu herdeiro haviam assinado as pazes a 26 de Fevereiro daquele ano. A guerra terminara, mas, a
nível pessoal os dois continuavam desentendidos, não se falavam e
evitavam encontrar-se. Por isso se quedava Dom Afonso em Leiria.



Vendo
o pai em tão mau estado, porém, o infante tudo fez para cuidar dele e,
com a sua ajuda, Dom Dinis chegou a Santarém, onde melhorou um pouco.
Mas o destino do Rei Lavrador estava traçado. Sentindo a morte
aproximar-se, fez o seu terceiro e último testamento a 31 de Dezembro.
Morreria a 7 de Janeiro de 1325.



Dona Isabel 1.jpg













Imagem encontrada aqui















Cinco
dias antes, Dona Isabel tinha declarado querer usar o hábito de Santa
Clara até ao fim da sua vida, em sinal de viuvez e humildade, desejando
ser sepultada com ele. Depois da morte de Dom Dinis, passaria inclusive a
viver no convento de Santa Clara, em Coimbra, embora nunca tenha
professado. A 22 de Dezembro de 1325, a rainha fez um segundo
testamento, onde exprime o desejo de ali ser enterrada, embora o seu
marido repousasse no mosteiro de Odivelas. Dona Isabel morreu em
Estremoz a 4 de Julho de 1336 (onze anos depois de Dom Dinis). O seu corpo foi transportado para Coimbra, como havia sido seu desejo.




Dom Dinis Papel (1).JPG




O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook, por exemplo, na LeYa Online , na Wook , na Kobo e na Amazon (pagamento em euros); Amazon (pagamento em dólares).



No Brasil, está disponível na Livraria Saraiva e na Livraria Cultura .



Para adquirir a versão em papel, contacte-me através do email andancas@t-online.de.


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Published on October 18, 2016 03:24

October 16, 2016

Tu és a única Pessoa (9)




 











O meu romance em boa companhia, graças à Oxalá Editora.




Nas lojas FNAC e em algumas livrarias independentes, como: Pó dos Livros (Lisboa), UNICEPE e Livraria Lello (no Porto), 100ª Página (em Braga).





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Published on October 16, 2016 03:20

October 15, 2016

Cortes de Lisboa de 1323









História Universal da Literatura Portuguesa







Em Outubro de 1323 (não se sabe em que dias) reuniram-se
Cortes em Lisboa, a pedido do infante Dom Afonso, o herdeiro de Dom Dinis. Nestas
Cortes, reacendeu-se a guerra civil, que já se dera por terminada, uma guerra que tinha a sua origem nos
desentendimentos entre o rei e o seu herdeiro.




O infante Dom Afonso exigia que fosse
retirado a seu meio-irmão Afonso Sanches o cargo de mordomo-mor, assim como as
terras e dinheiros que o pai de ambos lhe havia doado. As suas pretensões foram,
porém, desleixadas, enquanto se tratou de outros assuntos, o que acabou com a
paz frágil que fora negociada entre pai e filho, em Leiria, no ano anterior. A
seguir ao cerco de Coimbra, essa paz tinha sido possível através da
mediação da rainha Dona Isabel e do conde Dom Pedro de Barcelos.




Deixo-vos com um excerto do meu romance relativo às Cortes
de Lisboa, quando o príncipe herdeiro viu os seus desejos ignorados pelos pares
do reino, sem que seu pai interviesse a seu favor:




Ninguém
abriu a boca. Mas Dinis arrependeu-se daquele procedimento em relação ao
príncipe. Apesar de Afonso se manter digno, a humilhação era enorme,
principalmente perante a notória satisfação dos meios-irmãos. Naquele instante,
o rei apercebeu-se de que havia exagerado na sua proteção e no seu
favorecimento dos bastardos.





Não
podia, porém, voltar atrás, dando o dito por não dito e, por isso, nada fez
para impedir que o seu herdeiro voltasse as costas àquela assembleia.





No
fim daquele dia, o rei foi informado que o príncipe deixara a cidade e, passado
duas semanas, soube que juntava os seus partidários em Santarém, planeando
marchar sobre Lisboa, a fim de se apoderar do trono à força!





Era
a rutura total. Embora Isabel não o dissesse, Dinis sabia que ela o considerava
responsável pela situação. Ele próprio assim se sentia. A rainha recolheu-se
novamente em jejuns e penitências, recusando falar com o consorte que, não
obstante o arrependimento, não podia deixar de defender o seu trono. Passou o
mês de Novembro a organizar um exército, formado principalmente pelos
combatentes do concelho de Lisboa.





A
questão decidir-se-ia numa batalha em campo aberto, onde não existiria lugar
para piedades nem perdões. As tropas digladiar-se-iam até haver um vencedor.





Os
exércitos aquartelaram-se na zona do campo de Alvalade.


















O meu romance sobre
Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook,
por exemplo, na LeYa
Online
, na Wook , na Kobo e na Amazon (pagamento em euros); Amazon (pagamento em dólares).




No Brasil, está
disponível na Livraria Saraiva e na Livraria Cultura .





Para adquirir a
versão em papel, contacte-me através do email
andancas@t-online.de.





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Published on October 15, 2016 02:59

October 12, 2016

Mimos, Palhaços, Flores de Figueira








Não leio apenas livros publicados e hoje dou a minha opinião
sobre um excelente romance, com uma estrutura complexa, de autoria de João J.
A. Madeira.




Mimos, Palhaços, Flores
de Figueira
desenvolve-se
em três níveis narrativos e tem o seu quê de policial, pois há um crime que nos
mantém em suspenso até ao fim. Embora haja uma personagem, Mário Pastor, que
alega ter matado o pai e todas as evidências para isso apontem, o leitor duvida
que assim seja e só no fim o caso é esclarecido.




Fugido da polícia, Mário Pastor torna-se sem-abrigo,
revelando-nos as agruras deste tipo de vida, o mais baixo patamar do ser humano. Apelidados de
vagabundos, escumalha, ralé, os sem-abrigo são apenas gente, gente tão digna
como a que vira a cara à miséria, que destrói vidas sem o saber, que repudia a
cor da pele sem o admitir.




Num segundo nível narrativo encontramos uma história de amor que
se demora a revelar. A fim de
retomar uma amizade que, absurdamente, se perdera, Marcelo marca um número
quase esquecido no telemóvel. Alguém atende num silêncio só interrompido por
uma respiração ofegante e, subitamente, pelas palavras secas, nuas "acabo
de matar o meu pai". Na sua busca pela verdade, Marcelo conhece Matilde e o facto de não a achar particularmente bonita
impede-o de ver nela a mulher da sua vida. Por seu lado, Matilde foi a última
pessoa a falar com Mário Pastor, uma ausência tão presente na vida dela, que lhe torna difícil admitir o amor de Marcelo.




 O terceiro nível
narrativo conta-nos a história do Castro, o homem que dez anos antes decidiu fechar a pequena firma de porcas e parafusos,
deixando no desemprego cinco funcionários que agora resolve chamar para o mesmo
local de trabalho, ainda que para um comércio algo estranho e original. Castro é o retrato do pequeno
empresário português, idealista e manhoso, mas com um lado humano, à moda antiga, criando um ambiente familiar no local de trabalho.
Os seus quatro funcionários completam o leque de personagens interessantes, personagens de segredos guardados, de vidas mal
resolvidas e que se vão cruzando com outras na busca de um assassino que nem se
sabe se o foi. A firma do
Castro é o ponto onde acabam por convergir todos os fios narrativos, já que o
quinto funcionário, desaparecido, é precisamente o homem que terá sido morto
pelo próprio filho.




João J. A. Madeira é um bom observador da vida e da natureza
humana e sabe cativar e surpreender o leitor, com viragens de enredo
inesperadas e situações insólitas, característica de que já me tinha apercebido
nos outros dois romances que li dele: O Rio que corre na Calçada e A Lenda desconhecida de Francisco Caga-Tacos .




Agradeço-lhe, por isso, o privilégio de ter igualmente podido
ler esta bela obra, que espero seja publicada, para que mais gente (muito mais)
possa usufruir dela.





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Published on October 12, 2016 03:23

October 10, 2016

Nas livrarias!!!

Agora é um facto: Tu és a única Pessoa chegou às livrarias!



Aqui, uma primeira lista onde o livro pode ser encontrado:


FNAC - Diversas Lojas



Lisboa:

PÓ DOS LIVROS

FABULA URBIS

TABACARIA FÉBUS
CAIXA DOS LIVROS






Porto:
LIVRARIA LELLO

UNICEPE

BOOK HOUSE – ARRABIDA 
LIVRARIA DE JOSÉ ALVES

FACULDADE DE LETRAS DO PORTO
CONFRARIA VERMELHA – LIVRARIA DE MULHERES




Braga:

LIVRARIA 100ª PÁGINA
LIVRARIA MINHO



Póvoa do Varzim:

LOCUS
LIVRARIA MINERVA



Além disso, pode ser adquirido nas seguintes plataformas digitais:



FNAC

http://www.fnac.pt/Tu-es-a-unica-Pessoa-Cristina-Torrao/a990322


WOOK

https://www.wook.pt/livro/tu-es-a-unica-pessoa-cristina-torrao/18778678




BERTRAND

http://www.bertrand.pt/ficha/Tu%20%C3s%20a%20%C3%9Anica%20Pessoa/?id=18778678






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Published on October 10, 2016 11:45

October 9, 2016

755º Aniversário de Dom Dinis

Verifica-se hoje o 755º aniversário de Dom Dinis.




Dinis Biografia.jpg




A 9 de Outubro de 1261,
nascia o segundo filho do rei Dom Afonso III e da rainha Dona Beatriz, o
príncipe herdeiro, pois sua irmã mais velha, a infanta Dona Branca,
sendo mulher, só seria considerada na linha de sucessão em situações de emergência.



Dom
Afonso III, que vivera vários anos na corte francesa, protegido por sua
tia Branca de Castela, rainha de França por casamento, resolveu dar ao
seu herdeiro o nome do Santo francês.




DinisQuadro.jpg
Imagem: História Universal da Literatura Portuguesa






À
altura do seu nascimento, Dom Dinis era, na verdade ilegítimo, já que o
casamento dos pais ainda não havia sido reconhecido pela Igreja - sobre
este assunto, ver o post sobre o casamento de seus pais.



Além da infanta Dom Branca, Dom Dinis teve mais cinco irmãos:



Infante Dom Afonso, nascido a 6 de Fevereiro de 1263

Infanta Dona Sancha, nascida a 2 de Fevereiro de 1264 (morreu com cerca de vinte anos)

Infanta Dona Maria, nascida em Fevereiro ou Março de 1265 (morreu com pouco mais de um ano)

Infante Dom Vicente, nascido a 22 de Janeiro de 1268 (morreu ainda criança)

Infante Dom Fernando, nascido em 1269, morrendo pouco tempo depois.






Dom Dinis Papel (1).JPG




O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook, por exemplo, na LeYa Online , na Wook , na Kobo e na Amazon (pagamento em euros); Amazon (pagamento em dólares).



No Brasil, está disponível na Livraria Saraiva e na Livraria Cultura .



Para adquirir a versão em papel, contacte-me através do email andancas@t-online.de.


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Published on October 09, 2016 02:33

October 7, 2016

Abraço
















«Eu penso que é
totalmente por acaso que os erros que já cometi não são puníveis com penas de
prisão. Foram e são puníveis de outras maneiras. E penso que, ao longo de uma
vida, todas as pessoas tomam decisões erradas. Algumas dessas decisões magoam
outros, causam-lhes sofrimento verdadeiro. No entanto, a grande maioria desses
erros não são citados pelo código penal. Na verdade, só estão citados aqueles
que são concebíveis pelos espíritos práticos: os que são quantificáveis,
claramente observáveis, indiscutivelmente concretos. Só é pena que a vida não
seja assim: indiscutivelmente concreta».

"Fevereiro no estabelecimento
prisional" p. 588




«Cada vez que
participo num programa de televisão em directo tenho vontade de me levantar e
de, a completo despropósito, dar uma estalada no apresentador. Não tenho
nenhuma espécie de aversão para com qualquer apresentador. Pelo contrário.
Normalmente, são pessoas que sabem fazer muito mais expressões faciais do que
aquelas que mostram. A corrente que me puxa é a curiosidade acerca daquilo que aconteceria
depois. Fazem-me perguntas: quando começou a escrever?, porque escreve?, quais
são os autores que mais o influenciaram? Eu respondo devagar, e, por detrás de
cada palavra, sinto vontade de levantar-me, ter a completa percepção de todos
os meus movimentos e dar-lhes uma estalada».

"Algumas
coisas invisíveis" p. 394




Escolhi estas duas passagens porque
ilustram bem a minha opinião sobre este livro: no cômputo geral, muito bom, com
passagens magistrais (como a primeira), mas, por vezes, achei-o menos bom, em
casos pontuais, mesmo disparatado.




Note-se, porém, que é uma coletânea de
crónicas que o autor foi publicando durante vários anos. Num caso destes, é
normal que algumas sejam menos boas. Realce-se a capacidade do autor de
escrever sobre si próprio e as suas vivências. Gostei particularmente das
relativas à sua infância.




Um outro aspeto menos bom é o tamanho do
livro (664 páginas, em letra miúda), o que torna a sua leitura, por vezes,
maçadora, principalmente, quando deparamos com mais uma crónica em que nos
perguntamos porque raio foi escrita, ou melhor, porque foi ali incluída. Talvez
não seja má ideia intercalar a leitura deste Abraço com outras, já que não há o perigo de se perder o fio à
meada do enredo.




Acresce-me dizer que o livro foi uma boa
surpresa. A única coisa que tinha lido de José Luís Peixoto fora um extrato de
umas divagações à volta d’Os Lusíadas,
de que não gostei. Agora, fiquei interessada e com certeza tornarei a ler este
autor.





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Published on October 07, 2016 03:35

October 5, 2016

Acerca do meu novo livro

Tenho vindo a divulgar o meu novo livro Tu és a única Pessoa, pois, em princípio, ele apareceria durante o mês de Setembro nas principais livrarias.



Por motivos que me são alheios, porém, isso ainda não aconteceu.



Aguardo informações sobre o assunto e só tornarei a divulgar quando tiver razões para isso.



Obrigada pelo possível interesse e esperemos que a situação se resolva...




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Published on October 05, 2016 10:37

October 4, 2016

Tu és a única Pessoa (8)

Da recensão da escritora Ana Cristina Silva, publicada no Portugal Post Nº 266 - Agosto 2016:



«Também interessante é a forma como a autora demonstra, como de certo modo, mesmo em adultos, transportamos a criança que fomos no reencontro com os pais».















Nas livrarias!




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Published on October 04, 2016 02:45