Cristina Torrão's Blog, page 50
August 29, 2016
Tu és a única Pessoa (2)
A aura de
solidão que a envolvia arrepiou-o. Uma redoma sombria parecia pairar sobre ela,
naquela hora em que se exultava a liberdade alcançada. Lena continuava presa
por amarras invisíveis, haviam-lhe tecido uma teia diabólica à volta que nem a
revolução parecia conseguir rasgar. Leonel recordar-se-ia daquela imagem pela
vida fora, a imagem de uma jovem que fora presa e torturada e cuja família nem
sequer lhe vinha dar um abraço.
Em breve nas livrarias!
Published on August 29, 2016 03:16
Dom Dinis e Dona Isabel
Fonte da Imagem
Dom
Dinis compôs Cantigas de Amor e de Amigo apenas para as suas amantes,
ou também o fez para a sua rainha Dona Isabel? No meu romance, sim,
embora a relação entre os dois tenha sido difícil, cheia de incógnitas:
Anunciou entoar uma cantiga que compusera para ela. Isabel encarou-o resplandecente.
Dinis não possuía grande voz, mas, devido ao seu bom ouvido musical, não desafinava. Ao som dos alaúdes, cantou sobre a senhor
que lhe pedira que nunca lhe dissesse o quanto ele a amava, nem quanto
por isso sofria (numa alusão à espera que o angustiava e desesperava). E
questionava-a: mas, se não vos disser a vós, senhor, a quem poderei eu contar tal? Se não vos disser o que por vós sofro, por quem ireis sabê-lo?
Vós mi defendestes, senhor,
que nunca vos dissesse rem
de quanto mal mi por vós vem;
mais fazede-me sabedor,
por Deus, senhor, a quem direi
quam muito mal levei
por vós, se nom a vós, senhor?
Ou a quem direi o meu mal,
se o eu a vós nom disser,
pois calar-me nom m’é mester
e dizer-vo-lo nom m’ er val?
E pois tanto mal sofr’ assi
se convosco nom falar i
por quem saberedes meu mal?
Quando
a música cessou, em vez de aplaudir ou elogiar, Isabel ficou fixa nele.
Os olhos negros brilhavam intensamente. Gerou-se silêncio, só se ouvia o
crepitar do lume… Até que lobos uivaram na serra.
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa Online , na Wook e na Kobo .
Para adquirir a versão em papel, contacte-me através do email andancas@t-online.de.
Nota:
Todas as Cantigas de Amor, de Amigo e de Escárnio transcritas no meu
romance são originais de Dom Dinis, embora seja fictício o contexto em
que são inseridas.
Published on August 29, 2016 03:10
August 28, 2016
A propósito do Meças...
... deixo-vos com um interessante post do autor, que saiu quase ao mesmo tempo da minha opinião sobre o seu livro e que, em certa medida, a completa:
Escreveu-me uma leitora a queixar-se de serem os personagens
dos meus livros gente azeda, bruta, violenta, espelhando uma humanidade em que
não se adivinha carinho, um sentimento bom, uma réstia de amor ao próximo, uma
ponta de esperança.
Provavelmente assim será – tudo depende da cabecinha de
cada um – mas tenho eu, tem o escritor, a obrigação de agradar a quem o lê?
Deve, pode, quer ele, antes de meter mãos à obra, fazer um gráfico de passaveis
bondades e gentilezas, beijinhos generosamente dispensados ao longo das páginas,
ternuras, fins de tarde como só há nas Bahamas?
Respondo pela negativa e por mim falo: não tenho
obrigação de agradar, nem me passaria pela cabeça deixar de escrever como sinto ou quero para que me achem bonzinho.
A senhora terá de ir bater a outra porta.
Escreveu-me uma leitora a queixar-se de serem os personagens
dos meus livros gente azeda, bruta, violenta, espelhando uma humanidade em que
não se adivinha carinho, um sentimento bom, uma réstia de amor ao próximo, uma
ponta de esperança.
Provavelmente assim será – tudo depende da cabecinha de
cada um – mas tenho eu, tem o escritor, a obrigação de agradar a quem o lê?
Deve, pode, quer ele, antes de meter mãos à obra, fazer um gráfico de passaveis
bondades e gentilezas, beijinhos generosamente dispensados ao longo das páginas,
ternuras, fins de tarde como só há nas Bahamas?
Respondo pela negativa e por mim falo: não tenho
obrigação de agradar, nem me passaria pela cabeça deixar de escrever como sinto ou quero para que me achem bonzinho.
A senhora terá de ir bater a outra porta.
Published on August 28, 2016 03:23
August 27, 2016
O Meças
É-me difícil falar deste livro, assim como
foi lê-lo. Gostei da
sinceridade, do despojamento, da objetividade; incomodou-me a crueldade humana.
O Meças põe a nu a desumanidade, sem
precisar de cenas sanguinárias nem de holocaustos. Fala de gente que sofreu crueldades na infância e que, ao
contrário do que muitos pensam, não as comete para se vingar, mas sim porque
não aprendeu de outra maneira, ou porque as circunstâncias da vida não lhe
mostraram alternativas.
A crueldade psicológica que cria medo nas vítimas, que as põe sob
pressão, que finalmente as deixa apáticas, conformadas, deixa o leitor claustrofóbico, perguntando-se que drama esconderá a casa do próprio vizinho,
ou refletindo nos seus próprios dramas. Este é um livro claustrofóbico, sentimo-nos presos como uma das personagens, sensação
acentuada pela escrita de Rentes de Carvalho: seca, despojada, um tiro certeiro
a cada bala.
O
Meças aborda igualmente
o tema da emigração, tão bem conhecido do autor, ele próprio emigrante há
muitas décadas, o que também me tocou, pois me reconheci nalgumas passagens reflexivas que surgem já depois do final do romance:
«O emigrante perde sempre (…) no
regresso não vai encontrar entusiasmo nem boas-vindas (…) não vai faltar quem
lhe aponte erros e diferenças (…) De nada lhe servirá esforçar-se, dar prova de
que pertence: o ninho rejeita-o. Mas a ninguém dará conta da sua tristeza e
desespero: afivela a máscara do sorriso, finge boa vontade, cegueira, entra no
coro, diz que sim, realmente: cá é que é, cá é que temos o solzinho, as praias,
a boa comida» (p. 172).
Há dois narradores: um que nos conta a
história do Meças na terceira pessoa e outro que fala na primeira, a fim de nos
contar a sua vida e que talvez tenha algo de autobiográfico, já que nos dá
conta da sua relação ambígua com Trás-os-Montes, a terra de origem da família do autor. Vem-se a descobrir que as duas personagens
estão ligadas por parentesco, encerrando um segredo familiar.
«Há tragédias que obrigam a cortar de
vez, há gente a quem só pertencemos pelo sangue, dão-se nas famílias casos
terríveis, vergonhas, horrores que nada limpa» (p. 148).
Não é uma leitura que nos ponha bem-dispostos,
mas ficam bem servidos aqueles que se interessam pelas facetas obscuras do
comportamento humano.
Published on August 27, 2016 02:58
August 25, 2016
Cantigas de Escárnio de Dom Dinis
Foto © Horst Neumann
Dom Dinis é conhecido pelas suas Cantigas de Amigo e de Amor, mas o Rei Poeta também criou Cantigas de Escárnio.
A esse propósito, um excerto do meu romance:
Joam Bolo jouv’ em ũa pousada
bem dês ogano que da era passou
com medo do meirinho que lh’ achou
ũa mua que tragia negada;
pero diz el que, se lhi for mester,
que provará ante qual juiz quer
que a trouxe sempre dês que foi nada.
Os nobres encetavam novos protestos contra os resultados das
inquirições e Dinis, usando a personagem João Bolo, escarnecia dos
fidalgos de província que desobedeciam aos meirinhos régios, usando de
todos os subterfúgios para se furtarem às suas obrigações. Dizia o rei
na sua cantiga que João Bolo vivia há um ano escondido, com medo de um
meirinho que lhe descobrira uma mula roubada. O fidalgote contrapunha
que, arranjando bom advogado, provaria perante qualquer juiz que a mula
lhe pertencia, pois tinha testemunhas em como a criara desde que
nascera, em casa de sua mãe. A melhor testemunha, dizia ele, era mestre
Reinel, que tratara de um inchaço que a mula tivera no toutiço:
Nom na perderá, se houver bom vogado,
pois el pode per enquisas põer
como lha virom criar e trager
en cas sa madr’, u foi el criado;
e provará per maestre Reinel
que lha gardou bem dez meses daquel
cerro, ou bem doze, que trag’ inchado.
Dinis não tinha mais paciência para os infindáveis protestos, apesar de Isabel insistir em que não os subestimasse.
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa Online , na Wook e na Kobo .
Para adquirir a versão em papel, contacte-me através do email andancas@t-online.de.
Nota: Todas as Cantigas de Amor, de Amigo e de Escárnio
transcritas no meu romance são originais de Dom Dinis, embora seja
fictício o contexto em que são inseridas.
Published on August 25, 2016 02:46
August 23, 2016
Sentença Arbitral de Torrellas (3)
Verificando-se, este mês, o
712º aniversário da Sentença Arbitral de Torrellas
, na sequência de um longo processo, no qual Dom Dinis foi o
medianeiro principal, aproveito para transcrever um excerto do meu
romance alusivo a esta efeméride:
Portugueses
e aragoneses confraternizaram num banquete. A rainha Branca de Aragão
espantou a corte de Isabel com a última novidade vinda de Veneza: um
espelho de vidro! As damas pasmavam com a clareza da imagem, acostumadas
às folhas de prata polida, ou ao simples reflexo projetado na água.
Algumas assustavam-se ao ver-se tão nítidas, descobrindo rugas e
defeitos cutâneos e concluindo não apreciarem tais novidades.
A
única que não se surpreendeu com a sua imagem foi Isabel, como se a
conhecesse desde sempre. De resto, preferia prosear com dois famosos
estudiosos aragoneses.
Arnaldo
Vilanova, filósofo e alquimista, ligado ao movimento dos espirituais
franciscanos, era médico oficial da corte desde o tempo de Pedro III e
assumia missões diplomáticas ao serviço de Jaime II.
Raimundo
Lulo, um franciscano catalão, igualmente ligado à alquimia, expressava
pensamentos que a maior parte dos seus contemporâneos não entendia.
Dizia ele, por exemplo, que seria possível alcançar a Índia
circum-navegando a África, evitando o Mar Mediterrâneo, a rota comercial
dominada pelos sarracenos. E ia mais longe! Numa das suas obras,
escrevera: A terra é esférica e o mar também é esférico (…) é
necessária uma terra oposta às praias inglesas: existe, pois, um
continente que não conhecemos.
A
existência de um continente desconhecido assustava e chocava, pois nada
disso era mencionado nos mapas da época, que apresentavam Jerusalém
como o centro da Terra e o mar como o fim do mundo. Outras almas mais
iluminadas, porém, como as da rainha portuguesa e do Mestre dos
Templários Frei Vasco Fernandes, fascinavam-se. Os cavaleiros do Templo
estavam familiarizados com ideias avançadas e mal compreendidas, eram
conhecedores de enigmas, sendo inclusive encarados com desconfiança por
personalidades como Filipe IV de França.
No
banquete de confraternização entre portugueses e aragoneses, Raimundo
Lulo mencionou a intrigante viagem de um italiano à China, Marco Pólo de
sua graça, que, volvido à sua terra, ditara as suas aventuras a um
companheiro de prisão, Rusticiano de Pisa.
O meu romance sobre Dom Dinis pode
ser adquirido na LeYa
Online , na Wook , na Kobo e na Amazon. A Amazon.com permite o pagamento em dólares.
No Brasil,
está disponível na Livraria Saraiva e na Livraria Cultura .
A versão em papel não se
encontra à venda nas livrarias, pelo que os interessados devem contactar-me
pelo email andancas@t-online.de, ou através de mensagem privada no Facebook .
medianeiro principal, aproveito para transcrever um excerto do meu
romance alusivo a esta efeméride:
Portugueses
e aragoneses confraternizaram num banquete. A rainha Branca de Aragão
espantou a corte de Isabel com a última novidade vinda de Veneza: um
espelho de vidro! As damas pasmavam com a clareza da imagem, acostumadas
às folhas de prata polida, ou ao simples reflexo projetado na água.
Algumas assustavam-se ao ver-se tão nítidas, descobrindo rugas e
defeitos cutâneos e concluindo não apreciarem tais novidades.
A
única que não se surpreendeu com a sua imagem foi Isabel, como se a
conhecesse desde sempre. De resto, preferia prosear com dois famosos
estudiosos aragoneses.
Arnaldo
Vilanova, filósofo e alquimista, ligado ao movimento dos espirituais
franciscanos, era médico oficial da corte desde o tempo de Pedro III e
assumia missões diplomáticas ao serviço de Jaime II.
Raimundo
Lulo, um franciscano catalão, igualmente ligado à alquimia, expressava
pensamentos que a maior parte dos seus contemporâneos não entendia.
Dizia ele, por exemplo, que seria possível alcançar a Índia
circum-navegando a África, evitando o Mar Mediterrâneo, a rota comercial
dominada pelos sarracenos. E ia mais longe! Numa das suas obras,
escrevera: A terra é esférica e o mar também é esférico (…) é
necessária uma terra oposta às praias inglesas: existe, pois, um
continente que não conhecemos.
A
existência de um continente desconhecido assustava e chocava, pois nada
disso era mencionado nos mapas da época, que apresentavam Jerusalém
como o centro da Terra e o mar como o fim do mundo. Outras almas mais
iluminadas, porém, como as da rainha portuguesa e do Mestre dos
Templários Frei Vasco Fernandes, fascinavam-se. Os cavaleiros do Templo
estavam familiarizados com ideias avançadas e mal compreendidas, eram
conhecedores de enigmas, sendo inclusive encarados com desconfiança por
personalidades como Filipe IV de França.
No
banquete de confraternização entre portugueses e aragoneses, Raimundo
Lulo mencionou a intrigante viagem de um italiano à China, Marco Pólo de
sua graça, que, volvido à sua terra, ditara as suas aventuras a um
companheiro de prisão, Rusticiano de Pisa.
O meu romance sobre Dom Dinis pode
ser adquirido na LeYa
Online , na Wook , na Kobo e na Amazon. A Amazon.com permite o pagamento em dólares.
No Brasil,
está disponível na Livraria Saraiva e na Livraria Cultura .
A versão em papel não se
encontra à venda nas livrarias, pelo que os interessados devem contactar-me
pelo email andancas@t-online.de, ou através de mensagem privada no Facebook .
Published on August 23, 2016 03:14
August 20, 2016
Foral de Porches
A 20 de Agosto de 1286, el-rei Dom Dinis concedeu foral a Porches, pelo que hoje se celebra o seu 730º aniversário.
Published on August 20, 2016 03:30
August 18, 2016
Amores de Dom Dinis (2)
Fonte da imagem
Mais
uma passagem do meu romance sobre Dom Dinis, referente à sua paixão por
uma donzela protegida de Dona Isabel e em que o Rei Lavrador revela a
sua veia poética:
Dinis
nunca se vira em tal situação, sempre seguira os seus impulsos, não
hesitando em seduzir uma dama que o encantasse. A verdade é que se
interessava, pela primeira vez, por uma protegida da rainha. Sempre
achara tais moças novas e tímidas demais, um juízo que se acentuara com o
passar do tempo. Aquela jovem, porém, ultrapassava todas as suas
expectativas, no que respeitava a beleza e graça. Para mal dos seus
pecados, também cativava Isabel, era visível a ternura que a rainha
nutria por ela, expressada num grande empenho em lhe proporcionar um
futuro digno. Branca Lourenço de Valadares não era apenas mais uma
protegida de Isabel, era a sua protegida especial!
Assim
que recolheu aos seus aposentos, e apesar de extenuado, Dinis sentou-se
à sua escrivaninha, expressando o desespero em que viveria, enquanto
não declarasse o seu amor:
(Tivesse
eu tempo e Deus me desse o poder de vos contar o mal que me faz sofrer
essa vossa beleza, da qual Deus não fez par; pudesse eu falar-vos e
perderia muito do sofrimento que hoje me mata; Deus fez-me amar-vos
tanto, que não consigo imaginar como possa continuar a viver, se não
acabardes com este meu sofrimento sem igual):
Senhor, hoj’ houvesse eu vagar
e Deus me desse end’ o poder,
que vos eu podesse contar
o gram mal que mi faz sofrer
esse vosso bom parecer,
senhor, a que El nom fez par.
Ca se vos pudess’ i falar,
cuidaria muit’ a perder
da gram coita e do pesar
com que m’ hoj’ eu vejo morrer,
ca me nom pod’ escaecer
esta coita que nom há par.
Ca me vós fez Deus tant’ amar,
er fez-vos tam muito valer,
que nom poss’ hoj’ em mi osmar,
senhor, como possa viver,
pois que me nom queredes tolher
esta coita que nom há par.
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa Online , na Wook e na Kobo .
Para adquirir a versão em papel, contacte-me através do email andancas@t-online.de.
Nota: Todas as Cantigas de Amor, de Amigo e de Escárnio
transcritas no meu romance são originais de Dom Dinis, embora seja
fictício o contexto em que são inseridas.
Published on August 18, 2016 03:36
August 16, 2016
Sentença Arbitral de Torrellas (2)
Verificando-se, este mês, o
712º aniversário da Sentença Arbitral de Torrellas
, na sequência de um longo processo, no qual Dom Dinis foi o
principal medianeiro, aproveito para transcrever um excerto do meu
romance, alusivo a esta efeméride:
As
sentenças foram proferidas em Torrellas, a 8 de Agosto. Como combinado,
o rei de Portugal, o infante Don Juan e o bispo de Zaragoza Don Ximeno
de Luna proferiram a sentença quanto à divisão do reino de Múrcia,
estabelecendo o rio Segura como linha divisória, solução que estava
longe de agradar a muitos nobres castelhanos, apesar de o mais
prejudicado ser um português: o irmão de Dinis! Os senhorios de Elda e
Novelda, pertencentes à sua consorte, situavam-se na parte destinada ao
monarca aragonês, que os exigia para si próprio, pelo que Afonso e
Violante lhos teriam de entregar.
Dinis tentou acalmar o irmão:
-
Nada pude fazer para o evitar. Mas o meu genro comprometeu-se a doar-te
senhorios de rendimento idêntico em Castela. E sabes que em Portugal,
onde igualmente possuis propriedades valiosas, serás sempre bem-vindo!
O irmão limitou-se a encará-lo com o seu olhar amargurado.
Os reis de Portugal e de Aragão e o infante Don Juan de Castela proferiram ainda a sentença quanto às pretensões de Alfonso de la Cerda,
que teria de desistir de certos castelos, deixar de usar o tratamento
de rei e selo e armas correspondentes. Em compensação, o monarca
castelhano comprometia-se a entregar-lhe senhorios que atingissem a
renda anual de quatrocentos mil maravedis.
No
dia seguinte, Fernando IV e Jaime II aprovaram e aceitaram os termos da
sentença, seguindo-se um juramento em que participaram os membros das
famílias reais, os representantes das Ordens militares e dos concelhos e
os ricos-homens castelhanos e aragoneses. Os monarcas de Portugal,
Castela e Aragão declararam-se ainda «amigos dos amigos e inimigos dos
inimigos», jurando ainda Dinis e Jaime II amizade para com o rei mouro
de Granada, que se fizera vassalo de Fernando IV.
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa
Online , na Wook , na Kobo e na Amazon.
No Brasil, está disponível na Livraria Saraiva e na Livraria Cultura e a Amazon.com permite o pagamento em dólares.
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encontra à venda nas livrarias, pelo que os interessados devem contactar-me
pelo email andancas@t-online.de, ou através de mensagem privada no Facebook .
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principal medianeiro, aproveito para transcrever um excerto do meu
romance, alusivo a esta efeméride:
As
sentenças foram proferidas em Torrellas, a 8 de Agosto. Como combinado,
o rei de Portugal, o infante Don Juan e o bispo de Zaragoza Don Ximeno
de Luna proferiram a sentença quanto à divisão do reino de Múrcia,
estabelecendo o rio Segura como linha divisória, solução que estava
longe de agradar a muitos nobres castelhanos, apesar de o mais
prejudicado ser um português: o irmão de Dinis! Os senhorios de Elda e
Novelda, pertencentes à sua consorte, situavam-se na parte destinada ao
monarca aragonês, que os exigia para si próprio, pelo que Afonso e
Violante lhos teriam de entregar.
Dinis tentou acalmar o irmão:
-
Nada pude fazer para o evitar. Mas o meu genro comprometeu-se a doar-te
senhorios de rendimento idêntico em Castela. E sabes que em Portugal,
onde igualmente possuis propriedades valiosas, serás sempre bem-vindo!
O irmão limitou-se a encará-lo com o seu olhar amargurado.
Os reis de Portugal e de Aragão e o infante Don Juan de Castela proferiram ainda a sentença quanto às pretensões de Alfonso de la Cerda,
que teria de desistir de certos castelos, deixar de usar o tratamento
de rei e selo e armas correspondentes. Em compensação, o monarca
castelhano comprometia-se a entregar-lhe senhorios que atingissem a
renda anual de quatrocentos mil maravedis.
No
dia seguinte, Fernando IV e Jaime II aprovaram e aceitaram os termos da
sentença, seguindo-se um juramento em que participaram os membros das
famílias reais, os representantes das Ordens militares e dos concelhos e
os ricos-homens castelhanos e aragoneses. Os monarcas de Portugal,
Castela e Aragão declararam-se ainda «amigos dos amigos e inimigos dos
inimigos», jurando ainda Dinis e Jaime II amizade para com o rei mouro
de Granada, que se fizera vassalo de Fernando IV.
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa
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Published on August 16, 2016 03:21
August 13, 2016
Foral de Vila Nova de Gaia e Afonso XI de Castela
Verifica-se hoje o 728º aniversário do foral de Vila Nova de Gaia, concedido por el-rei Dom Dinis.
A 13 de Agosto de 1311, nasceu o infante Dom Afonso de Castela, futuro Dom Afonso XI.
Este monarca castelhano foi o primeiro neto varão de Dom Dinis e de
Dona Isabel, pois sua mãe era Dona Constança de Portugal. O par real
português já tinha aliás uma neta, de nome Leonor.
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa Online , na Wook e na Kobo .
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Published on August 13, 2016 03:25


