Cristina Torrão's Blog, page 53
July 16, 2016
Tu és a única Pessoa
«Quando nos sentimos abandonados na infância, carregamos esse
terror durante toda a vida. Somos, para sempre, almas solitárias, almas
abandonadas…
Para sempre…»
Tu és a única Pessoa pode, para já, ser encomendado na Portugal Post Shop, por 11,90 € + portes (considerem que o livro será enviado da Alemanha).
A partir de meados de Setembro, estará disponível nas livrarias.
Published on July 16, 2016 02:45
July 15, 2016
Dom Dinis e o seu Herdeiro
Os desentendimentos
entre Dom Dinis e o seu herdeiro, futuro Dom Afonso IV, haveriam de culminar
numa guerra civil. No meu romance, os dois nunca verdadeiramente se entendem.
Aqui, uma cena, em que o príncipe contava dezassete anos de idade:
Não
havia como ignorar a existência de ciúmes e invejas, quiçá a formação de duas
fações: uma, à volta do rei e de Afonso Sanches; outra, em torno do príncipe
herdeiro e Martim Gil, causando grande preocupação em Isabel. Com razão! No dia
seguinte, em pleno ambiente de festa na véspera das bodas, o sucessor de Dinis espantava-o
ao anunciar a apresentação de um protesto!
Reuniu-se
a família real, que incluía os bastardos. O príncipe estava como habitualmente
acompanhado de Raimundo de Cardona e, além da rainha, encontravam-se presentes
o bispo de Coimbra e chanceler-mor do reino Dom Estêvão Anes Bochardo, o
alferes-mor Martim Gil de Riba de Vizela e o meirinho-mor João Simão de Urrô.
Dinis
quis saber que documento o infante segurava na mão, ao que Afonso respondeu
altivo:
-
Trata-se do protesto que minha mãe proferiu, a 6 de Fevereiro de 1297, nesta
mesma alcáçova, contra a legitimação dos filhos de meu tio Afonso. Hoje, na
presença de todas estas testemunhas, eu, o príncipe herdeiro de Portugal,
reitero este protesto!
Dinis
quedou-se atónito por alguns momentos. Depois, lançou:
-
Mas que despropósito!
-
Muito me surpreende, meu pai, que não vejais o perigo de…
-
Como vos atreveis a agredir vosso tio Afonso de tal guisa?
Gerou-se
um momento de grande tensão, em que os presentes mal se atreviam a respirar. O
monarca, como instância máxima, tinha o direito de interromper quem quisesse, mas
evitava-o, principalmente com altos dignitários do clero e da nobreza. Agora,
fazia-o com o infante herdeiro! Dinis desprestigiava o seu sucessor, à frente
da família e das restantes personalidades.
O
rei notava-lhe a fúria nos olhos negros, mas o jovem manteve a pose, um
semblante que, aos dezassete anos, já revelava um carácter austero e
disciplinado, não se permitindo um desvio, um excesso. Dinis não encontrava
nada de seu, naquele filho. Como se Isabel o tivesse produzido sozinha!
O meu romance sobre
Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook
na LeYa
Online , na Wook e na Kobo .
Para adquirir a
versão em papel, contacte-me através do email
andancas@t-online.de.
Published on July 15, 2016 03:38
July 12, 2016
Rainha Santa Isabel
Imagem encontrada aqui
A 12 de Julho de 1270,
nasceu a infanta Dona Isabel de Aragão, filha de Dom Pedro III e de
Dona Constança da Sicília. Dona Isabel tornou-se rainha de Portugal, ao
casar com Dom Dinis. As suas bodas foram celebradas em Trancoso, a 26 de Junho de 1282.
A
relação entre Dom Dinis e Dona Isabel levanta algumas interrogações,
por exemplo: porque só tiveram dois filhos, no espaço de dois anos
(1290/91), quando estiveram casados quarenta e quatro?
Reproduzo
uma cena do meu romance, numa altura em que, devido à juventude de Dona
Isabel, ainda não existia relação conjugal entre eles:
Quando
a música cessou, em vez de aplaudir ou elogiar, Isabel ficou fixa nele.
Os olhos negros brilhavam intensamente. Gerou-se silêncio, só se ouvia o
crepitar do lume… Até que lobos uivaram na serra.
Os
alões em frente à lareira ergueram a cabeça inquietos, Dinis e os
trovadores entreolharam-se. O uivo dos lobos era muitas vezes
considerado mau agoiro quando acontecido no meio do silêncio… Isabel
parecia não se dar conta de nada, continuava paralisada, de olhos postos
no esposo.
Os trovadores acharam por bem começarem novamente a tocar os seus alaúdes. E Dinis questionou a sua rainha:
- Que tendes? Porque me olhais assim?
Ela estremeceu, como se tivesse acordado de um sonho, e desviou o olhar, mantendo-se calada. Dinis insistiu:
- Não vos agradou a cantiga?
Isabel tornou a encará-lo:
- Adorei. Nunca ouvira cantar tão bonito. E pensar que a entoastes para mim…
- Porque não exprimistes o vosso agrado?
- Perdoai, eu…
- Não quero que peçais perdão! Quero apenas que me digais porque silenciastes.
- Eu… não sei… Há algo no vosso olhar que me prende…
- Sim… Continuai…
-
Eu… nunca vi olhos como os vossos. São castanho-claros, da cor do ouro.
E tão meigos! Por vezes, penso que poderia ficar horas a admirá-los.
Dinis
pegou-lhe na mão. E Isabel corou, pescoço e rosto tornaram-se
escarlates. Ele beijou-lhe a mão e notou que a respiração dela
acelerava. Inquiriu:
- Causo-vos aflição? Sou-vos desagradável?
-
Sim, causais-me aflição… Mas não, não me sois desagradável.
Assustais-me! Pergunto-me se é conveniente que me sinta tão atraída por
vós, que ache a vossa presença tão agradável, o vosso toque tão… doce!
- Claro que é conveniente. Olvidais que somos unidos em matrimónio? Que é nosso dever dar um herdeiro ao reino?
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa Online , na Wook e na Kobo .
Para adquirir a versão em papel, contacte-me através do email andancas@t-online.de.
Published on July 12, 2016 03:28
July 11, 2016
A Citação da Semana (121)
«Independentemente de quão difícil foi o dia ontem, podes sempre começar do novo no dia de hoje».
Buda
Buda
Published on July 11, 2016 02:28
July 10, 2016
O Segundo Manifesto
Excerto do meu romance, respeitante ao segundo manifesto que Dom Dinis apresentou contra o seu filho e herdeiro, futuro
Dom Afonso IV:
Perante
tal ousadia, Dinis preparou um segundo manifesto, que mandou ler a 15
de Maio, nos Paços de Lisboa. Começava por referir certos aspetos do
primeiro, acrescentando a prova dada por João XXII de que nunca tentara
legitimar o filho Afonso Sanches. Referia, em seguida, o encontro entre o
infante e Maria de Molina, a propósito da questão da justiça do reino, e
relembrava os diversos casos de assassinatos perpetrados pelos
apoiantes do infante, quer no Entre Douro e Minho, quer no Alentejo,
dando relevo ao assassinato do bispo de Évora. Realçava que todos estes
criminosos se recolhiam à proteção do príncipe, impedindo a atuação da
justiça régia.
À cabeça da lista das vinte testemunhas deste manifesto, surgiam os
dois bastardos reais Afonso Sanches e João Afonso, seguindo-se o genro
João Afonso de la Cerda e o Mestre de Avis. Também o alcaide de
Lisboa Fernão Rodrigues Bugalho e o meirinho-mor Lourenço Anes Redondo
lá constavam. Numa carta que escreveu a Jaime II, a 8 de Junho,
queixando-se das atitudes do filho, Dinis mandou cópias deste manifesto.
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa Online , na Wook e na Kobo .
Para adquirir a versão em papel, contacte-me através do email andancas@t-online.de.
Dom Afonso IV:
Perante
tal ousadia, Dinis preparou um segundo manifesto, que mandou ler a 15
de Maio, nos Paços de Lisboa. Começava por referir certos aspetos do
primeiro, acrescentando a prova dada por João XXII de que nunca tentara
legitimar o filho Afonso Sanches. Referia, em seguida, o encontro entre o
infante e Maria de Molina, a propósito da questão da justiça do reino, e
relembrava os diversos casos de assassinatos perpetrados pelos
apoiantes do infante, quer no Entre Douro e Minho, quer no Alentejo,
dando relevo ao assassinato do bispo de Évora. Realçava que todos estes
criminosos se recolhiam à proteção do príncipe, impedindo a atuação da
justiça régia.
À cabeça da lista das vinte testemunhas deste manifesto, surgiam os
dois bastardos reais Afonso Sanches e João Afonso, seguindo-se o genro
João Afonso de la Cerda e o Mestre de Avis. Também o alcaide de
Lisboa Fernão Rodrigues Bugalho e o meirinho-mor Lourenço Anes Redondo
lá constavam. Numa carta que escreveu a Jaime II, a 8 de Junho,
queixando-se das atitudes do filho, Dinis mandou cópias deste manifesto.
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa Online , na Wook e na Kobo .
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Published on July 10, 2016 03:13
July 8, 2016
Guerra Civil 1320/25 (2)
Aqui, uma cena do meu romance, respeitante a um episódio da guerra que opôs Dom Dinis ao seu herdeiro, o futuro Dom Afonso IV:
O
monarca deu mais algumas vezes ordem de disparo, a fim de matar o maior
número possível de adversários, antes de investir contra eles.
Nisto, o alcaide Fernão Rodrigues Bugalho agitou-se a seu lado:
- Pelas cinco chagas… Mas que vem a ser aquilo?
Dinis
esforçou os olhos no ar límpido da manhã. A primeira coisa que viu foi a
cruz, segurada por um cavaleiro. Que não vinha sozinho! Duas figuras a
cavalo deslocavam-se pelo campo, debaixo do voo das setas!
- Com mil diabos - exclamou o alferes-mor João Afonso. - Estarão as criaturas cansadas de viver?
O
rei esforçou mais os olhos. A figura da frente vinha toda vestida de
branco, uma capa esvoaçava na brisa da manhã, iluminada pelo sol de
Dezembro. Parecia um anjo…
Isabel!
- Cessai os disparos - berrou Dinis com quanta força tinha. - É a rainha! Cessai os disparos!
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa Online , na Wook e na Kobo .
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O
monarca deu mais algumas vezes ordem de disparo, a fim de matar o maior
número possível de adversários, antes de investir contra eles.
Nisto, o alcaide Fernão Rodrigues Bugalho agitou-se a seu lado:
- Pelas cinco chagas… Mas que vem a ser aquilo?
Dinis
esforçou os olhos no ar límpido da manhã. A primeira coisa que viu foi a
cruz, segurada por um cavaleiro. Que não vinha sozinho! Duas figuras a
cavalo deslocavam-se pelo campo, debaixo do voo das setas!
- Com mil diabos - exclamou o alferes-mor João Afonso. - Estarão as criaturas cansadas de viver?
O
rei esforçou mais os olhos. A figura da frente vinha toda vestida de
branco, uma capa esvoaçava na brisa da manhã, iluminada pelo sol de
Dezembro. Parecia um anjo…
Isabel!
- Cessai os disparos - berrou Dinis com quanta força tinha. - É a rainha! Cessai os disparos!
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Published on July 08, 2016 03:25
July 6, 2016
A Mãe de Dom Dinis
Em Julho de 1242 (não se sabe o dia), nasceu Dona Beatriz de Castela,
futura rainha de Portugal, filha ilegítima de Dom Afonso X de Leão e
Castela e de Dona Maior Gusmão. Dona Beatriz casou com Dom Afonso III em Maio de 1253, o que provocou o protesto papal, pois o rei português ignorava o seu casamento com Matilde de Boulogne.
Foi
através de Dona Beatriz que Moura, Serpa, Noudar e Mourão foram
incluídas no reino português, pois faziam parte da herança que a rainha
recebera de seu pai, Dom Afonso X.
Dinis não podia recusar uma coisa daquelas à mãe e prometeu. Em seguida, aguardou uns momentos e inquiriu:
- As vilas de Moura, Serpa, Noudar e Mourão continuam em vosso poder, não é verdade?
-
Sim, com todos os seus termos, castelos, rendas e direitos. Foi essa a
recompensa de vosso avô, por eu lhe ter prestado assistência.
- Presumo então que nada tereis contra o facto de integrá-las no reino de Portugal!
Beatriz
fixou-o pensativa e, assim pareceu a Dinis, um pouco acusadora. Na
verdade, o rei receava que ela dissesse que ele não merecia tal, por ter
abandonado o avô. Mas ela acabou por retorquir:
- Longe de mim contrariar vosso pai nessa questão.
- Meu pai?!
- Fosse ele vivo, não tenho a menor dúvida qual seria a sua vontade!
Para
Dinis, aquela era uma vitória de sabor amargo. Sua mãe concordava em
alargar a fronteira portuguesa para leste do Guadiana, mas, pelos
vistos, não porque ele merecesse, ou por ela lhe querer dar esse gosto.
Beatriz acrescentou:
-
Além disso, não está apenas em causa a vossa herança. - Prosseguiu, com
um esboço de sorriso: - O reino pertencerá um dia ao vosso herdeiro,
meu neto. Essa é a razão mais forte para o meu regresso: pretendo
acompanhar a educação e o crescimento dos infantes.
Dom Afonso III e Dona Beatriz tiveram a primeira filha, Branca, em Fevereiro de 1259. Dom Dinis nasceria a 9 de Outubro de 1261.
Restantes filhos:
Infante Dom Afonso, nascido a 6 de Fevereiro de 1263
Infanta Dona Sancha, nascida a 2 de Fevereiro de 1264
Infanta Dona Maria, nascida em Fevereiro ou Março de 1265 (morre a 6 de Junho de 1266)
Infante Dom Vicente, nascido a 22 de Janeiro de 1268 (morre antes de 1271)
Infante Dom Fernando, nascido a 1269 (morre pouco depois).
Dona
Beatriz morreu a 7 de Agosto de 1300 e foi sepultada em Alcobaça, onde
já repousava o esposo. Os seus senhorios foram transferidos para a nora
Dona Isabel.
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa Online , na Wook e na Kobo .
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Published on July 06, 2016 03:09
July 4, 2016
O Primeiro Manifesto
Excerto do meu romance, respeitante ao primeiro manifesto (link, 1 de Julho) que Dom Dinis apresentou contra o filho:
A
1 de Julho daquele ano de 1320, Dinis mandou ler o manifesto nos paços
reais da alcáçova de Santarém, na presença dos seus nobres conselheiros e
dos Mestres das Ordens militares.
O
rei começava por referir a ingratidão do filho, não obstante as mercês
com que o cumulara e à sua esposa. Invocava os conflitos que haviam
existido entre Afonso Sanches e o 2º conde de Barcelos Martim Gil de
Riba de Vizela, referindo que havia tentado a concórdia entre os dois, por amor do infante meu filho, com quem ele (Martim Gil) andava,
não evitando, porém, que o conde se tivesse feito vassalo do rei de
Castela. Em vez de condenar tal atitude, tendo em conta a desonra que
representava para o próprio monarca seu pai, o príncipe manifestara
amizade e solidariedade ao desertor, uma afronta que ele, o rei, não
podia calar, apesar de já se haverem passado oito anos.
Dinis
referia-se ainda às discórdias que o haviam oposto a Frei Estêvão
Miguéis e a seu sobrinho Dom Fernando Ramires, que haviam intrigado
junto do príncipe, incitando-o a desobedecer ao pai. Acusava o bispo de
Lisboa de haver usado o dinheiro que lhe dera para custear as
negociações na Santa Sé, a fim de comprar a sua nomeação e a do sobrinho
para os bispados de Lisboa e do Porto.
O
monarca apresentou ainda a prova documental do comendador de Magazela,
onde se negava liminarmente os atos de acusação sobre o envenenamento, e
confessava haver suportado e encoberto, até àquele ponto, todas as
ofensas que recebera do filho, na esperança de que ele se corrigisse. A
sua paciência e a sua tolerância haviam-se, porém, esgotado porque vejo que seu mal é já tanto e cada dia vai pior.
Dinis
finalizava dizendo que jamais provocara ou quisera provocar qualquer
dano ao herdeiro do trono, solicitando, por exemplo, a legitimação de
Afonso Sanches. E já pedira a João XXII a prova documental. Na sua
opinião, o único motivo que movia o príncipe era a inveja que ele tinha
daquele seu irmão, por Afonso Sanches sempre ter sido obediente ao pai,
estando ao seu serviço e fazendo a sua vontade.
O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook na LeYa Online , na Wook e na Kobo .
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Published on July 04, 2016 08:58
Citação da Semana (120)
«O mais firme e forte que conhecemos são os filamentos invisíveis que vão de coração a coração».
Christian Gottfried Nees von Esenbeck
Christian Gottfried Nees von Esenbeck
Published on July 04, 2016 02:46
July 1, 2016
Dom Dinis em papel
Tenho finalmente em meu poder a versão em papel da reedição do meu romance sobre Dom Dinis. Não consegui uma capa igual à do ebook, ficou o mais aproximado possível.
Como se trata de uma edição de autor, não vai estar à venda nas livrarias. Os interessados devem contactar-me através do email andancas@t-online.de. Receberão o seu exemplar autografado pelo correio por 15,50 € (portes incluídos).
Recordo que o ebook pode ser adquirido na LeYa Online , na Wook e na Kobo .
Published on July 01, 2016 08:58


