Cristina Torrão's Blog, page 45

December 18, 2016

Foral de Miranda do Douro






Verifica-se hoje o 730º aniversário do foral de Miranda do Douro, concedido por Dom Dinis.


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Published on December 18, 2016 02:52

December 15, 2016

Sugestões de Prenda de Natal (4)

E se alguém libertado de Caxias na madrugada de 27 de Abril de 1974 não tivesse ninguém à sua espera?





Foto de Fernando Tavares









«Eu não tinha ninguém à minha espera.

Seria a única? Nunca o averiguei.

À medida que as pessoas se encontravam e iam ficando juntas, crescia o meu isolamento. Dei-me conta da minha solidão. Estivera presa, fora torturada, era agora libertada e ninguém em particular me aguardava em júbilo, recebendo-me e amparando-me no seu calor, no seu amor.

Nem pai, nem mãe.

Ninguém».




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Published on December 15, 2016 02:35

December 12, 2016

Batalha de Alvalade

Afonso IV Biografia.jpg








Depois das Cortes de Lisboa, em Outubro de 1323,
em que as pretensões do príncipe herdeiro foram desleixadas, este
retirou para Santarém, reunindo os seus apoiantes e decidido a
apoderar-se do trono à força, conquistando Lisboa.









Auxiliado
pelos filhos bastardos Afonso Sanches e João Afonso, Dom Dinis tomou
posição no campo de Alvalade (ou, segundo José Mattoso, no lugar chamado
Albogas, perto de Loures).



Estava tudo a postos para a batalha final da guerra civil, quando esta foi impedida por intervenção de Dona Isabel.




Isabel - Batalha Alvalade.jpg
Imagem daqui









Relato de Dom Gonçalo Pereira, bispo de Lisboa:



«Vieram acordar-me a meio da noite, disseram-me que a rainha se encontrava ali no meu paço e me queria falar. Disse-me:

-
Dom Gonçalo, temos de impedir a batalha prestes a acontecer no campo de
Alvalade, pois saldar-se-á num horrível banho de sangue! Estava eu a
meio das minhas rezas, quando Deus me fez ver a desgraça: os corpos
mutilados, os gritos desesperados dos feridos… E uma voz suplicou-me que
me interpusesse entre os dois exércitos, acompanhada do mais alto
representante de Deus que pudesse encontrar. Aqui em Lisboa sois vós,
eminência!

-
Mas que podemos nós os dois fazer contra dois exércitos, minha santa
senhora? Sem armas, sem soldados que nos acompanhem… Seremos chacinados!

Ela replicou, cheia de serenidade:

- A voz garantiu-me que nada nos sucederá, se levarmos esta cruz!

Mostrou-me
o objeto que os seus criados transportavam e, quando me admirei do
tamanho, ela replicou que era para ser vista ao longe.

Ainda
me recordo de pensar que Dona Isabel teria endoudecido, quando senti
uma força misteriosa apoderar-se de mim! Parecia vir do brilho dos olhos
da rainha, uma força que me impedia de a contradizer. Fizemo-nos ao
caminho, no escuro da noite fria, acompanhados apenas pelos serviçais
que transportavam a cruz e as lanternas. Ao acercarmo-nos do campo de
batalha, já ao nascer do sol, Dona Isabel disse que só eu e ela
estaríamos protegidos das setas pelas forças divinas, os criados teriam
de procurar abrigo. Eu retorqui que, na minha idade, jamais conseguiria
carregar com uma cruz daquelas, mas ela disse:

- Pegai nela, Dom Gonçalo, e vede como Deus a faz leve!

E
tinha razão! Logrei pegar na cruz e erguê-la! Se não o houvesse
experimentado, nunca acreditaria. Mas ainda perguntei à rainha:

- E quem guiará o meu cavalo? Fico sem mãos livres para as rédeas…

- Deus - respondeu ela. - Tende Fé, eminência!

A
minha montada seguia a de Dona Isabel como se realmente alguma força a
guiasse, nem sequer se assustava com a zoada das setas, que voavam em
arco por cima de nós. O mesmo não se podia dizer de mim. Confesso que
nunca senti tanto medo na minha vida e bradei para a rainha:

- Morreremos, é o nosso fim!

- Fechai os olhos, Dom Gonçalo, e rezai!

- Fechar os olhos? Mas como saberei para onde ir?

- Rezai, Dom Gonçalo, e confiai em Deus!

Obedeci,
nada mais me restava. E dei por mim com a cabeça encostada à cruz, a
confessar os meus pecados, suplicando absolvição, tão convencido estava
que chegara a minha hora. Não faço ideia quanto tempo assim estive, só
sei que dei conta do silêncio que se havia apoderado de todo o campo. O
meu cavalo parou, sem que lhe houvesse dado qualquer ordem. Abri os
olhos e vi os vossos cavaleiros e os do príncipe virem ao nosso
encontro. Chegaram no momento certo, pois comecei a tremer violentamente
e a cruz pôs-se-me de repente tão pesada que, não fossem eles, tê-la-ia
deixado cair ao chão. E só deixei de tremer aqui na vossa tenda».



Não
foi, porém, estabelecido nenhum acordo de paz. A pedido da mãe, o
príncipe terá concordado em desistir dos seus intentos, mas declarando
que não mais desejaria falar com o pai, nem encontrar-se com ele, pelo
que retirava para Santarém.



Dom
Dinis, no entanto, dirigiu-se àquela cidade, em Fevereiro de 1324,
sofrendo grande humilhação, quando as portas se lhe mantiveram fechadas.
Houve duros combates, mas conseguiu-se um acordo entre o rei e o
príncipe a 26 de Fevereiro. Dom Dinis comprometeu-se a aumentar as
rendas do filho e a retirar o cargo de mordomo-mor ao bastardo Afonso
Sanches.



Dom Dinis morreria a 7 de Janeiro de 1325, dia em que seu filho Afonso foi aclamado rei de Portugal, o quarto desse nome.




Dom Dinis Papel (1).JPG


O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook, por exemplo, na LeYa Online , na Wook , na Kobo e na Amazon (pagamento em euros); Amazon (pagamento em dólares).



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Published on December 12, 2016 03:45

December 10, 2016

Os Filhos de Salazar


















Este romance começa com a Revolução de 28 de Maio de 1926 (que
pôs termo à Primeira República Portuguesa, implantando-se uma Ditadura
Militar, depois autodenominada Ditadura Nacional e por fim transformada, após a
aprovação da Constituição de 1933, em Estado Novo) e termina com a Revolução
dos Cravos. O leitor toma contacto com Salazar, um catedrático da Universidade
de Coimbra, que se torna Ministro das Finanças da Ditadura Militar e, como
todos sabemos, acaba como chefe do governo do Estado Novo. Salazar e outros
amigos e colaboradores, incluindo o cardeal Cerejeira, são-nos apresentados nos
serões de outro catedrático, Leandro de Albuquerque, entrando assim o leitor
numa certa intimidade dessas personagens.




Na casa do Professor Leandro de
Albuquerque crescem duas crianças: Mariano, filho biológico do catedrático, e
Mariana, filha adotiva, que ficou órfã de pai ainda antes de nascer, depois de
mãe, e cuja família era vizinha dos Albuquerque. Não se pense, porém, que houve
apenas altruísmo no ato de adoção. Leandro de Albuquerque desconfia ser o pai
da rapariga, pois tivera um caso com a mãe dela.




Mariano e Mariana desenvolvem carácteres
muito diferentes. Ele é o filho obediente que se torna padre e defensor do
regime. Nesta atitude, contudo, encontramos mais ingenuidade do que ideologia
fascista. Mariano acredita nas boas intenções de Salazar em proteger o povo
português. Ele próprio tenciona ajudar essa gente pobre, que trabalha de sol a
sol, participando nas atividades de lavoura da sua paróquia, uma pequena localidade
do interior, o que aliás causa estranhamento aos seus habitantes. Com o passar
dos anos, porém, Mariano apercebe-se dos verdadeiros contornos da ditadura, o
que o revolta.




Achei esta personagem muito interessante, porque, na verdade, ao tempo do Estado Novo, os portugueses não se dividiam exclusivamente entre os que eram contra e a favor da ditadura. Havia uma grande parte da população conivente com o regime devido à ignorância ou à ingenuidade, facto que me parece pouco explorado na literatura nacional.




Mariana é rebelde desde o início, leva
uma vida libertina, contesta a ditadura e acaba por ser expulsa da casa dos
Albuquerque. Instala-se numa pequena quinta que herdou da mãe, mas a sua
cooperação em atividades consideradas subversivas leva-a a Caxias.




António Breda dá-nos assim um retrato do
Estado Novo. Na minha opinião, contudo, depois de uma primeira metade excelente,
o romance envereda, na segunda metade, por um enredo menos empolgante, pois, na
fase de destruição das ilusões dos protagonistas, confesso que esperava outro
tipo de atitude por parte deles. Enfim, talvez assim esteja mais em conforme
com a vida real…





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Published on December 10, 2016 02:42

December 7, 2016

Sugestões de Prenda de Natal (3)








Paulo M. Morais, finalista do Prémio LeYa 2015, editou, há cerca de um ano, o romance O Último Poeta, sob a chancela da Poética Edições. A editora Virgínia do Carmo pediu aos poetas que edita que encarnassem a personagem do romance, Isaque. O resultado foi o livro As Vozes de Isaque.



As duas obras estão agora em promoção por 20 €.

(encomendas: poeticaedicoes@gmail.com, ou na loja online: poetica-livros.com/loja).



Uma boa maneira de oferecer poesia e prosa ao mesmo tempo, neste Natal.




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Published on December 07, 2016 02:53

December 4, 2016

Os irmãos Sancho e Afonso









Dom Afonso III na Viagem Medieval de Santa Maria da Feira 2015





Em
Dezembro de 1245, Dom Afonso Conde de Bolonha desembarcou em Lisboa, a
fim de tomar conta do reino, caído em desordem sob a regência de seu
irmão Dom Sancho II. Dom Afonso, que vivia em França há vários anos,
satisfazia assim o pedido de uma delegação portuguesa que se deslocara a Paris em busca de ajuda. Possuía o apoio dos concelhos do Centro e do Sul e dos castelos de Santarém, Alenquer, Torres Novas, Tomar e Alcobaça.



Seguiu-se uma guerra civil, que acabou com a deposição de Dom Sancho II.



Dom Afonso, o terceiro desse nome, seria o pai de Dom Dinis. O seu irmão Sancho morreu no exílio, em Toledo, a 4 de Janeiro de 1248.







Dom Sancho II








O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook, por exemplo, na LeYa Online , na Wook , na Kobo e na Amazon (pagamento em euros); Amazon (pagamento em dólares).



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Published on December 04, 2016 03:04

December 1, 2016

Sugestões de Prenda de Natal (2)

Além do meu livro Tu És a Única Pessoa, há outros na Oxalá Editora que valem a pena. Podem ser encomendados diretamente ao jornal Portugal Post, ou nas livrarias online. Também poderão ser encontrados nas lojas FNAC e em livrarias independentes como a Pó dos Livros em Lisboa, Lello no Porto e Centésima Página em Braga.



Nota: para informações sobre cada um dos livros, clique no nome da editora e/ou do jornal.












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Published on December 01, 2016 03:36

November 29, 2016

Morte de Filipe IV de França

A 29 de Novembro de 1314, morreu o rei francês Filipe IV o Belo,
o monarca que suprimiu a Ordem do Templo. Cumpriu-se assim a profecia de Jacques de Molay, Mestre dos Templários
franceses.



Ler sobre o fim dos Templários.




Dom Dinis Série (1).JPG


O meu romance sobre Dom Dinis está à venda sob a forma de ebook, por exemplo, na LeYa Online , na Wook , na Kobo e na Amazon (pagamento em euros); Amazon (pagamento em dólares).



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Published on November 29, 2016 03:01

November 24, 2016

Forais

Verifica-se este mês o 720º aniversário dos forais de Sabugal, Castelo
Rodrigo, Castelo Bom, Almeida e Vilar Maior, concedidos por Dom Dinis,
numa altura, em que estes lugares pertenciam ainda ao reino de Leão.
Depreende-se que já teriam sido prometidos ao Rei Lavrador. A sua
integração no reino português foi ratificada cerca de um ano mais tarde,
no Tratado de Alcañices.


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Published on November 24, 2016 02:55

November 22, 2016

Sugestões de Prenda de Natal (1)





Nem Sempre os Pinheiros São Verdes

Oito contos de Natal e um desejo 




Tive a honra de participar neste projeto da Poética Edições, com o conto Natal em Família.

Não se trata de um livro infantil, nem de contos de Natal convencionais. Estes são tão diferentes uns dos outros como os seus autores e proporcionam um outro olhar sobre esta quadra. O mote é dado pela editora Virgínia do Carmo e uma das autoras presentes neste volume:



«Nem sempre os pinheiros são verdes. Nem sempre há pinheiros no Natal.
Nem sempre as folhas dos pinheiros são perenes. Nem sempre o que é
perene é belo. Por vezes o Natal é opaco
como os dias vulgares. Por vezes, ainda, é mais triste do que os
amanheceres de Novembro. Mas nem sempre a alegria é só alegria. E nem
sempre Novembro é triste».



O lançamento deste livro terá lugar a 26 de Novembro, pelas 18h00, na Sociedade Guilherme Cossoul - Av. D. Carlos I, nº 61 - 1º andar, em Lisboa (Santos).













Uma boa oportunidade para conhecer vários autores de uma vez. Tenho muita pena de não poder estar presente, mas enviarei uma mensagem, que será lida pela Virgínia do Carmo.



Divirtam-se!




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Published on November 22, 2016 03:53