Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 65
April 20, 2015
Como surfar em Nova York
Artista inventa um jeito de flutuar no ar sobre pranchas de surf.
Feito que nem Medina foi capaz.
Pega-se uma onda que passa no Brooklin, cruza o Hudson sob a ponte, e surfa sobre o asfalto, as calçadas e parques de NY.
Back side, drope, batida.
Tudo é possível graças a muita paciência e a centenária conhecida técnica do stop motion (capturar a imagem quadro a quadro)
Criação de Raul X Mihai (música Mr. Little Jeans – Rescue Song)
April 16, 2015
Enfim um filme sobre gênio do Beach Boys
Enfim um filme sobre BRIAN WILSON, o gênio da banda Beach Boys, que influenciou os Beatles e mudou o rock para sempre.
Vem aí Love & Mercy.
Nos anos 1960, a carreira dos Beach Boys andava muito bem, obrigado.
Firmava-se como a maior banda de rock dos Estados Unidos.
Retratava a euforia da geração do pós-guerra, o deslumbre do domínio americano na geopolítica, o boom do consumo de massas.
Enquanto o mundo estava em relativa paz, a garotada queria surfar, dançar, paquerar, com suas roupas tom pastel, seus cabelos penteados, num raro momento sem grandes senoides econômicas e baby boom.
Jazzista, quem surfava mesmo e deu o tom da banda era seu irmão Dennis. Fizeram sucesso no I Get Around e muitas músicas sobre surf: Surfin, Luau, Surfer Girl, Surfin’ Safari.
Depois, veio o mega hit Surfin USA…
A imagem a banda estava printada e acomodada no surf music.
Até chegarem os Beatles. Mais especificamente, o disco Rubber Soul.
O que (alguns acreditam) levou o gênio por trás dos Beach Boys, o tecladista, compositor, arranjador BRIAN WILSON, fundador da banda, a um misto de loucura, idolatria e inveja.
Pouco a pouco enriqueceram a melodia, a harmonia e as letras.
Brian, com Tony Asher, decidiu superá-los, e produziram em 1966 o disco Pet Sounds.
Conseguiram. O público não entendeu. O outro lado do Oceano, sim.
O disco fez os Beatles, Rolling Stone e The Who correrem atrás da revolução que se anunciava na música, reinventarem-se, utilizarem as armas do psicodelismo. Viraram fãs de Brian.
Os ingleses devolveram com Sgt. Pepper’s.
BRIAN pirou de vez com Smile, disco que nem concluiu, mas cuja música Good Vibrations deu uma guinada no rock mundial.
Rolling Stone tachou em 2004 Pet Sounds como o 2º. melhor álbum de todos os tempos, depois de Sgt. Pepper’s.
Beach Boys nunca conseguiu superar seus rivais ingleses em vendas, nem a aposentadoria forçada de Brian.
Gênio ou louco?
Os ataques de esquizofrenia de Brian, que agora se sabe, não tinham nada a ver com os Beatles, mas já vinha da infância, detonaram a sua carreira exatamente no momento mais inspirado.
Vivia o auge criativo com delírios.
Pelo trailer que saiu agora de Love & Mercy, acompanhamos o inferno pelo qual passou.
Paul Dano, que sempre faz papel de maluco (e canta no filme), é Wilson na fase em que formou a banda com os irmãos Carl e Dennis, o primo Mike Love e um colega de escola, Al Jardine.
A loucura chega quando o colapso mental ganha um aliado, o LSD.
John Cusack é Brian já aposentado nos anos 1980, vivendo o dilema de seguir cegamente seu psicólogo Eugene Landy (Paul Giamatti), ou sua amada Melinda (Elizabeth Banks).
Love & Mercy é dirigido por Bill Pohlad, cuja marca é produzir sucesso com prestígio, como O Segredo de Brokeback Mountain, Na Natureza Selvagem, A Árvore da Vida e 12 Anos de Escravidão.
O filme foi exibido no Festival de Toronto, Festival de Berlim e estreia nos Estados Unidos no dia 5 de junho.
April 14, 2015
Que ditadura é essa?
Aqueles que defendem a volta do regime militar, ou INTERVENÇÃO MILITAR, como o movimento SOS Forças Armadas, que polemizou nas manifestações de 15 de março e de domingo, 12 de abril, trouxeram à tona o ridículo de uma intolerância democrática, com saudosismo de algo que só existiu na imaginação.
O MBL, Movimento Brasil Livre, do grupo Fora Dilma!, até entrou na Justiça para seu carro de som, no Vão Livre do MASP, ficar a mais de 400 metros de distância do SOS, que ficou estacionado entre as Alamedas Campinas e Eugênio de Lima.
O que revoltou o SOS.
O representante do grupo que defende a volta dos militares, Renato Tamaio, evocou o direito constitucional de livre manifestação. Citou o Artigo 5º., a “garantia ao direito de manifestação em qualquer hora e lugar, sem armas”, e ameaçou processar o MPL.
Qual regime ele pretende?
Vale lembrar, SOS, que quando os militares intervieram na política brasileira, baixaram o AI-5 em 1968, em que eram proibidas as manifestações.
Assim ditava o AI-5:
“Considerando que a Revolução Brasileira de 31 de março de 1964 teve, conforme decorre dos Atos com os quais se institucionalizou, fundamentos e propósitos que visavam a dar ao País um regime que, atendendo às exigências de um sistema jurídico e político, assegurasse autêntica ordem democrática, baseada na liberdade, no respeito à dignidade da pessoa humana, no combate à subversão e às ideologias contrárias às tradições de nosso povo, na luta contra a corrupção…
Considerando que atos nitidamente subversivos, oriundos dos mais distintos setores políticos e culturais, comprovam que os instrumentos jurídicos, que a Revolução vitoriosa outorgou à Nação para sua defesa, desenvolvimento e bem-estar de seu povo, estão servindo de meios para combatê-la e destruí-la, considerando que, assim, se torna imperiosa a adoção de medidas que impeçam sejam frustrados os ideais superiores da Revolução, preservando a ordem, a segurança, a tranquilidade, o desenvolvimento econômico e cultural e a harmonia política e social do País comprometidos por processos subversivos e de guerra revolucionária…
Resolve editar o ato institucional que determina a suspensão dos direitos políticos, importa, simultaneamente, em: cessação de privilégio de foro por prerrogativa de função; suspensão do direito de votar e de ser votado nas eleições sindicais; proibição de atividades ou manifestação sobre assunto de natureza política; aplicação, quando necessária, das seguintes medidas de segurança: liberdade vigiada; proibição de frequentar determinados lugares; domicílio determinado.”
O “Presidente da República” poderia mediante decreto demitir, remover, aposentar ou pôr em disponibilidade quaisquer titulares das garantias referidas no artigo, assim como empregados de autarquias, empresas públicas ou sociedades de economia mista, e demitir, transferir para a reserva ou reformar militares ou membros das polícias militares, assegurados, quando for o caso, os vencimentos e vantagens proporcionais ao tempo de serviço.
Poderia decretar o estado de sítio e prorrogá-lo, fixando o respectivo prazo.
Ficava suspensa a garantia de habeas corpus, nos casos de crimes políticos, contra a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular.
Melhor deixar os militares de fora…
SOS Democracia!
+++
Cuba está se aliando ao antigo inimigo, EUA.
Ambos estão na paquera em ritmo de salsa: dois pra frente, um pra trás, dois pra frente, um pra trás…
Dança que o Brasil já finalizou, investe na infraestrutura de lá e inaugura um voo direto pela GOL.
China é o maior parceiro comercial do Brasil.
É o maior dos EUA. Detém grande parte dos Títulos do Tesouro americanos disponíveis no mercado.
Agora, entra com empréstimo à Petrobrás.
Quando um militante de direita vocifera nas manifestações recentes “Vá pra Cuba”! “Fora comunista!”, em que década está?
April 10, 2015
Eu adorava Bárbara Heliodora
Eu adorava Bárbara Heliodora, crítica teatral e acadêmica que morreu hoje no Rio aos 91 anos.
Bárbara Heliodora era a maior crítica ou piadista do jornalismo cultural brasileiro?
Muitos a levavam a sério. Artista é muito inseguro, sensível. Sua crítica deprimia o atingido: sarcástica, inventava apelidos, fazia comparações esdrúxulas, ironias pesadas.
Outro problema é que o público carioca a levava muito a sério: seus textos no Segundo Caderno do Globo podiam alavancar ou destruir a carreira de uma peça de teatro, uma produção cara e estafante, desempregar uma galera, dar um prejuízo do cão.
E ela sempre surpreendia: podia amar uma comédia tola ou detonar um espetáculo sofisticado, delicado, brilhante.
Foi quem fez da comédia CÓCEGAS um fenômeno teatral, quando a viu no palco do teatro de cem lugares de uma faculdade.
Podia-se esperar de tudo, menos obviedades. Implicava com alguns diretores, amava outros, sem explicação.
Muitos a odiavam, a expulsavam do teatro, a detratavam publicamente.
Sempre a tratei com deferência e gentileza, como se trata uma idosa culta, solitária, odiada.
A minha primeira peça que estreou no Rio, E AÍ, COMEU?, ela nem foi ver. Deve ter detestado o título ou não botava fé no meu novo empreendimento, o teatro. Ganhei o Prêmio Shell de melhor autor com ela. Depois disso, ela não perdia uma peça minha, para desespero das produções.
Viu MAIS-QUE-IMPERFEITO. Me detonou de um jeito, que se eu fosse frágil, inseguro, largaria tudo e compraria um táxi. Viu CLOSET SHOW. Detonou. Encurtou a carreira dela.
Viu NO RETROVISOR. Amou. E exaltou de um jeito… Colocou na capa do jornal, me chamou de gênio e o escambau, que juro que achei over. Na primeira frase da crítica, escreveu: “Temos um autor!!!” Com três exclamações, como uma adolescente encantada escrevendo no diário.
A minha peça seguinte, AMO-TE, esculhambou. Estragou com a carreira dela.
Já com a minha peça A NOITE MAIS FRIA DO ANO ela foi gentil. Sem se tocar que já tinha visto. Era AMO-TE com outros atores, outra direção, e a inclusão de um prólogo, outra cena; e eu não avisei. Ela viu o mesmo texto duas vezes, não reconheceu, fez duas críticas completamente diferentes. Ah, te peguei, Dona Bárbara!
Quando a via chegando na estreia, e ela sempre aparecia na estreia, em que tudo pode acontecer, o espetáculo não está pronto, é imaturo, na plateia, familiares e amigos condescendentes, eu a recebia com deferência, beijava a sua mão e dizia: “Que honra…”
E era uma honra mesmo.
Ela sorria, respondia: “Achou que eu ia perder?” E corria para se sentar.
No fundo, era uma velhinha tímida. Era a primeira a ir embora, geralmente de táxi, quase sempre sozinha, sem expressar se gostou ou não. Só dois dias depois saberíamos. Algumas, jurei que tinha gostado. Tinha detestado. De outras, que saíra indiferente e com pressa. Tinha amado.
Eu particularmente não gostava da sua leitura (traduções) de Shakespeare. Ela respeitava a métrica, obcecada por encaixá-la com nosso português martelado, sobre um inglês meloso. Sempre preferi o jeitão do Millôr Fernandes, que se concentrava na dramaturgia, não na sonoridade ou nas rimas.
Mas, por vezes, lia a tradução de ambos e via na delas alguns achados incríveis.
Quando se aposentou, senti um vazio. Vou sentir falta de Bárbara Heliodora. Ela me divertia.
April 9, 2015
MASP recorre ao passado
Depois da exposição Arte no Brasil até 1900, o novo MASP recorre ao velho MASP e abre hoje a exposição ARTE DO BRASIL NO SÉCULO 20.
No mesmo formato que Lina Bo Bardi há criou décadas atrás- telas penduradas em painéis suspensos por cabos de aço.
Depois de passar por uma grande crise, o MASP recorre ao passado, seu próprio acervo e história gloriosa, que o fez ser o museu mais visitado de São Paulo.
A montagem da expografia que abre hoje (amanhã para o público), com a coleção de arte brasileira, fotografias e documentos do arquivo do museu, obedece a mesma expografia que Lina utilizou em 1950, quando o MASP ficava na Rua 7 de Abril.
Ela antecipa o retorno da radical e polêmica expografia dos cavaletes de vidro inaugurada em 1968 no MASP da Avenida Paulista, prevista para o segundo semestre, de que os frequentadores mais velhos se lembram.
ARTE DO BRASIL NO SÉCULO 20 é um recorte que olha para trás, para juntar os pedacinhos e ajudar o museu e se reencontrar e se reconstruir.
Vale a visita e a força.
O conjunto é fragmentado.
Ao lado das obras, são expostos documentos referentes a elas (correspondências, fotografias, folhetos, catálogos e textos).
Assim, é possível conhecer o contexto social e político em que foram produzidas, exibidas e adquiridas.
Não há a preocupação e agrupar os autores em movimentos.
Ela segue uma ordem cronológica.
Revela-se a potência dos primeiros dez anos de aquisições (1947-57): Malfatti, Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho, Vicente do Rego Monteiro, Cândido Portinari e Lasar Segall.
Tem presença a arte figurativa em oposição ao abstracionismo- nas décadas de 1940 e 1950, a abstração era promovida pelo magnata americano Nelson Rockefeller e pela parceria com o MoMA de Nova York, como parte da “política de boa vizinhança” dos EUA com o Brasil.
A partir de 1991, o museu consegue acompanhar a produção de fotografia no Brasil, com um acervo da Coleção Pirelli MASP de Fotografia mais de 1500 obras: Arthur Omar, Cláudia Andujar, George Leary Love, Geraldo de Barros, German Lorca, Marcel Gautherot e Thomas Farkas.
Esta exposição é complementada por Arte do Brasil até 1900, apresentada no segundo subsolo.
April 7, 2015
Michelle Obama bota pra quebrar na Casa Branca
Com um suingue que deixa qualquer primeira-dama da história da democracia moderna no chinelo, Michelle Obama arrebenta no palco do encontro anual da Casa Branca (137th Annual White House Easter Egg Roll) na tarde de ontem.
Dançando Uptown Funk (de Mark Ronson), celebrou o quinto aniversário do movimento “Let’s Move!”, campanha contra o sedentarismo e a obesidade infantil, epidemia americana.
Está cada vez mais comum a primeira-dama mostrar seu dote funkiado para promover a alimentação saudável.
Semana passada dançou Mom Dancing no “Late Night with Jimmy Fallon.”
Já dançou no programa “Ellen” e The Dougie durante uma visita em 2011 na escola Alice Dean Middle School.
E que pique.
Enquanto o marido faz história com acordos com os ex-inimigos históricos Cuba e Irã, e rebola para acelerar a economia, Michelle encanta com seu suingue.
Augusto de Campos homenageado hoje em SP
Numa rara aparição, Augusto de Campos, um dos criadores da Poesia Concreta com Haroldo de Campos, seu irmão, e Décio Pignatari, já mortos, recebe homenagem hoje e conversa com o público.
O evento, na Galeria Paralelo, Rua Artur de Azevedo, 986, em Pinheiros, começa às 18h, na abertura da exposição de poesia visual do poeta, que fica até o dia 16 de maio.
O professor Omar Khouri vai fazer uma palestra sobre a poesia VERBIVOCOVISUAL.
E terá como mediadores Katia Canton e Tadeu Jungle.
Augusto de Campos é poeta, tradutor, ensaísta, crítico.
Com ele, a poesia sintática tradicional foi abandonada.
As palavras ganharam forma, cor, espaço, vibração (emoção), inversões.
Um dos maiores e mais completos pensadores brasileiros, criou Poetamenos (1953), Pop-cretos (1964), Poemóbiles (1974) e Caixa Preta (1975), Viva Vaia (1979).
Traduziu Joyce (Finnegans Wake), Pound (Mauberley), e. e. cummings, Gertrude Stein, Mallarmé, Maiakóvski e outros.
Escreveu sobre o tropicalismo e a MPB.
Fez poemas em neon, hologramas e laser, com projeções em edifícios da Paulista, nos anos 1980.
Publicou RIMBAUD LIVRE (1992), HOPKINS: A BELEZA DIFÍCIL (1997) E COISAS E ANJOS DE RILKE (2001)
April 1, 2015
Mad Max 4 estreia em maio no Festival de Cannes
Liberado 2 trailers do novo Mad Max (abaixo).
Depois de anos de mistério, a quarta versão de MAD MAX, FURY ROAD (ESTRADA DA FÚRIA), cuja franquia estreou com Mel Gibson há exatos 30 anos, quando nem se usava este termo, “franquia”, estreia enfim.
Estava para ser filmado na Namíbia em 2003, quando estourou a Guerra do Iraque e houve bloqueio naval no país.
Mad Max 4, como tem sido chamado, é escrito, produzido e dirigido por George Miller, o mesmo dos três filmes anteriores, e dessa vez estrelado por TOM HARDY, apesar de Gibson ter se interessado em fazer o projeto.
Propositalmente quase sem diálogos, com pura adrenalina, o diretor, que conseguiu filmar no deserto e na costa da Namíbia em 2013, depois de anos de espera, o chama de “um western sobre rodas”.
Ele fará a estreia mundial no Festival de Cannes no mês que vem (15 de maio).
No elenco feminino, modelos e lindas atrizes, como Zoë Isabella Kravitz, filha única de Lenny Kravitz, e Charlize Theron, Oscar com Monster (2003)
March 31, 2015
Obra homenageia pioneiro do grafite
Em 1987, GUTO LACAZ apresentou na Galeria Subdistrito o objeto ALEX ALEX, em homenagem a Alex Vallauri, precursor do Grafite, que morreu de Aids em 27 de março, hoje considerado o Dia do Grafite.
No início deste ano, o CCSP (Centro Cultural São Paulo) o convidou para construir ALEX ALEX em escala urbana e instalá-lo na sua fachada, para homenagear Vallauri.
Veja como foi a montagem.
Fica em exposição 24 horas até o dia 28 de junho de 2015
Quem foi Vallauri?
Escrevi em homenagem a ele:
A Avenida Sumaré de São Paulo tinha sido inaugurada há pouco. Era um cenário futurista, idealizado para abrir rotas de fugas, desentupir artérias. Passava por baixo do metrô, invertendo a dependência. Andar de carro por ela virou uma atração. Ver seus grafites, também.
Numa tarde, vi o próprio Keith Harring com Vallauri grafitando na pilastra do viaduto do metrô. Ao lado, morava Nick Cave. O que eles buscavam? Muito mais do que desenhos que provocam a discussão do sentido da arte proposto por Duchamp, depois Warhol, Lichtenstein, Pop Art e Basquiat. Tiravam a arte do universo elitista e fechado dos museus e galerias. Interagiam com a poluição visual e o caos urbano. Arte era parte da cidade.
Warhol e Vallauri, que morreram no mesmo ano (1987), estão agora juntos no Museu de Arte Moderna, ao lado da Bienal, em que Vallauri foi monitor em 1969, museu onde ele fez sua primeira exposição individual, em 1970, aos 21 anos de idade. São 170 obras em técnicas e suportes variados selecionadas pelo curador João Spinelli, amigo e colega de faculdade de Artes Plásticas [FAAP] de Vallauri
“Rendam-se terráqueos” era a pichação que no final dos anos 1970 abriu caminho para a livre expressão em tempos difíceis e provocar inquietude numa classe média urbana acomodada em expansão, que andava obcecada por um ideal: o consumo.
Vallauri grafitou com fôrmas de placas de PVC ranhuras do delírio entre o real e a fantasia. Televisores, botas, bidês [olha a influência...], secadores de cabelo, pichado nos muros, passaram a fazer parte do mobiliário urbano kitsch e da nossa rotina: um aparte no corre-corre, uma distração que emitia mensagens.
Vieram esqueletos, telefones, luvas e figuras dos quadrinhos, como Mandrake, além de cantores pop como Freddie Mercury e Madonna. Arte estava ao lado do povo, como lixeiras, orelhões e pontos de ônibus. Até a “a rainha do frango assado”, em colunas gregas, colorida, divertida, surgir para oferecer carne sem sabor aos olhos, como uma dura lição lúdica da falta de funcionalidade da arte.
Sua arte também militava. Era ditadura no Brasil. Suas araras apareceram em prol das Diretas Já. As pintas de onça, a textura sensual do brega, surgiram para negar a imposição do gosto e estética burguesa; Jardins era o bairro em que ele mais grafitava.
Fugaz como uma cidade que é demolida e reconstruída periodicamente, as intervenções também se foram. Hoje, tais placas de PVC cortadas no formato do desenho, a “Panterete”, o “Caranguejo” e um “Coração”, são o que restaram, além de gravuras.
March 30, 2015
Lançamento imobiliário usa ciclovia para atrair clientes
Elas são polêmicas.
Mas construtora e corretor imobiliário agora usam ciclovia para atrair clientes.
Elas irritam muitos paulistanos, já que, para os amantes de carro, prejudicam o trânsito.
É uma alternativa de transporte e lazer.
De melhorar o ar que respiramos. E poderia melhorar o trânsito até, se a mudança de hábito se concretizasse, e as pessoas deixassem os carros em casa, dizem os que as defendem.
O hit da nova administração, ciclovia ou ciclofaixa, entrou enfim na lista de benesses de lançamentos imobiliários, como a proximidade do metrô e a varanda gourmet .
Como este da Rua Cayowaá, em Perdizes.
E no top da lista:
Localização impar, comercio completo no entorno, pistas de bike, padarias, clubes tudo proporcionando para deslocamentos sem carro…estamos a 5 qds. da futura estação de metrô Perdizes, 6 qds. Estação Água Branca, famosa linha laranja , linha das faculdades, portanto, veículos tão somente para lazer e emergências……local de ambição dos moradores de São Paulo….venha conhecer-nos e se encantar com a Arquitetura da MCCA e a famosa boutique de design Triptyque que elaborou nossos diferencias arquitetônicos., Benedito Abbud valorizou nosso paisagismo e Odebrecht realiza o sonho dos Paulistanos…….projeto Atemporal para exclusivos moradores…..
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