Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 68
February 19, 2015
Se os nazis tivessem vencido a guerra
Li na coluna da minha colega Cristina Padiglione:
AMAZON PRIME, produtora de séries da Amazon, que entra no mercado de cabeça, para competir com as grandes, como Netflix, e este ano já faturou o Globo de Ouro com a série sobre transexuais, Transparent, vai adaptar MAN IN HIGH CASTLE.
Com produção de RIDLEY SCOTT.
Para quem não sabe, é um dos melhores livros de Philip Dick, um dos mais incríveis autor de ficção científica, que levou a linguagem da literatura policial ao gênero.
BLADE RUNNER é baseado num livro dele, você sabe, adaptado por ele, Scott.
MAN IN HIGH CASTLE ou O HOMEM DO CASTELO ALTO, atualmente publicado pela ALEPH, parte de uma suposição que pode ter ocorrido: e se o EIXO, a aliança entre japoneses e alemães, tivesse vencido a II Guerra?
Vai que a morte de Roosevelt levaria os EUA no colapso, os alemães atropelassem Moscou, toda frota americana do Pacífico, inclusive os porta-aviões, tivesse, sim, sido afundada em Pear Harbor, na terceira leva de ataque dos Zero, que não rolou, e Hitler tivesse desenvolvido a Bomba de Hidrogênio antes…
Os EUA seriam divididos no meio, como foi a Alemanha. Na Costa Oeste, os japoneses. Um muro em Washington seria erguido para conter os avanços e o conflito dos vencedores.
A cultura nazi seria predominante: na arquitetura e nas artes.
Os negros seriam perseguidos como os judeus.
O livro foi escrito em 1962, quando o mundo estava à beira do colapso nuclear da Guerra Fria.
Dick se inspirou no livro de 1953, Bring the Jubilee, de Ward Moore, que imaginou como seria o século 20 se os Confederados tivessem ganho a Guerra Civil Americana nos anos 1860s, e nos diários do Goebbles e no I-Ching.
A BBC já tentou adaptar o livro em 2010.
Mas veio a crise. Achou o projeto de SCOTT caro demais.
Prepare-se: Dinheiro é o que não falta para a AMAZON.
February 18, 2015
Uma ideia na cabeça e um APP na mão
Uma ideia na cabeça e um APP na mão.
Irresistível trocadilho…
Já que roteirista é a profissão em alta no mundo todo (especialmente de séries), acaba de saírem APPs em que dá pra escrever roteiro pelo celular.
Para quem não sabe, roteiristas costumam produzir numa plataformas própria, como Movie Maker, o popularíssimo Final Draft ou até o gratuito Celtx, programas que facilitam a vida de quem tem que digitar mais de cem vezes CENA, DIA, NOITE, EXT (de externa), INT (de interna), cenários, locações, nomes de personagens e diálogos destacados.
Agora o sujeito não precisa estar perto de um computador se tiver uma ideia genial.
O Celtx já faz o casamento computador e aplicativos.
E do busão, metrô, num cinema, o criativo escritor pode escrever no formato de roteiro com o aplicativo Fade In Mobile, disponível tanto em iOS como em Android.
A interface é fácil para escrever e editar scripts. E importa e exporta arquivos pro Dropbox.
Uma versão grátis permite que o roteirista escreva um roteiro por vez.
Já uma versão de cinco dólares (full version) permite mais roteiros e a opção importar roteiros em outros formatos.
Outra alternativa é o iOS Scripts Pro.
E o sistema Android tem sua alternativa para o Scripts Pro chamada DubScript Screenplay Writer, aconselhado para iniciantes.
MyScreenplays é outro aplicativo Android app grátis. Não é bonito como o DubScript, mas tem o mesmo truque de auto-formatar algumas partes do roteiro.
Celtx Script eu uso e recomendo. Mas por vezes seu parceiro de trabalho não consegue abrir. Alguma mágica precisa ser feita. Ou parem também cinco doletas pela versão PRO.
Agora, antes mesmo de tudo, leia bastante, não manuais de roteirização (esqueça Robert McKee), mas livros mesmo, bons livros: é a arma infalível para um roteiro ser bom.
Formatação é detalhe.
Leia Hemingway, Fitzgerald, Foster Wallace, Camus, Kafka, Jeffrey Eugeniades, Kundera, Cortazar, Dostoievski, Franzen… Tantos especialistas em narrativas. Não perca tempo em livros que se propõem a ensinar o roteiro “perfeito”.
February 17, 2015
Procuram-se maconheiros
Procuram-se maconheiros
Em 1 de janeiro de 2014, o Colorado se tornou o primeiro estado dos EUA a permitir que adultos comprem maconha para fins RECREATIVOS.
Nada de receita médica, clemência por uso medicinal.
Fechado o balanço, a decepção: o “coloradense” fumou pouca maconha e deixou apenas US$ 44 milhões de impostos para os cofres públicos.
Segundo a Associated Press, bem abaixo do esperado (2/3 abaixo).
Outros estados, como Alaska e Washington, também legalizaram a maconha para fins recreativos. Mas não completaram um ano de vigência da lei, para se fazerem comparações. Oregon e a capital seguiram o mesmo caminho.
A decepção traz uma boa notícia: ao liberar, nem todo mundo corre atrás da maconha legalizada, só realmente os usuários, que são em menor número do que o esperado.
February 16, 2015
Carnaval de horror na Vila Madalena
O que aconteceu com o Ser. Green não deve ficar barato.
Licenciar blocos é fácil, quero ver botar ordem na folia.
O coordenador da SOSsego Vila Madalena, Tom Green, grupo formado por moradores e comerciantes da área, teve a fachada da casa depredada depois de provocado pelo puxador do bloco. Chamou a PM que não apareceu até agora. E isso faz 2 dias.
O Bloco Acadêmicos do Baixo Pinheiros será notificado pela Subprefeitura da região. Iniciou o desfile a 0h e, segundo nota da Prefeitura divulgada dia 14, sofrerá restrições futuras.
Que fique claro que este bloco NÃO TEM NADA A VER com os Acadêmicos do Baixo Augusta, cujo lema é: “apavora mas não assusta”.
http://www.dailymotion.com/video/x2h6... via @DailymotionUSA
Este bloco pode ser processado por incitação à violência
Carnaval não é para trazer horror às ruas ou aos moradores
O que estamos vivendo aqui na VILA MADALENA não tem nome.
Agora torcemos pra desabar a chuva, para os foliões não aparecerem.
Uma incrível anarquia: ausência da Prefeitura e Estado, quase nenhum policiamento e controle de trânsito, numa data sensível à violência.
O que aconteceu com o Ser. Green não pode ficar barato.
E outra: bloco sair à meia-noite? E quem brincou o dia inteiro não pode dormir?
Tudo errado com uma gente que mancha a imagem do carnaval de rua de SP
February 13, 2015
MP manda prefeitura comprar Parque Augusta com dinheiro de Maluf
Parque Augusta pode ser comprado com dinheiro do Maluf
Seria a grande ironia do final desta história, já que, com o dinheiro do administrador e engenheiro “passa-trator”, que cobriu praças com viadutos, avenidas históricas com elevados, desmembrou parques e aterrou rios, São Paulo ganharia um parque.
Depois de uma semana de negociações, o Ministério Público Federal se reúne hoje com advogados e militantes que defendem a compra do terreno da Rua Augusta, para anunciar que obrigará a Prefeitura de São Paulo, que recebeu no final do ano passado um depósito de R$ 52 milhões feito pelo Deutsche Bank, a comprar a área com o dinheiro.
O valor equivale à indenização por danos morais paga pelo banco, por ter movimentado dinheiro desviado de obras públicas durante a gestão de Paulo Maluf.
O Deutsche Bank no Brasil devolveu o dinheiro aos cofres municipais para não ser processado pelo MP.
A Promotoria descobriu que 200 milhões de dólares que seriam da família Maluf passaram por contas do banco alemão na ilha britânica de Jersey.
Seria dinheiro desviado da construção das obras da antiga Avenida Água Espraiada e do túnel Ayrton Senna, durante a gestão do ex-prefeito Paulo Maluf, entre 1993 e 1996.
Três bancos já separaram, em 2014, R$ 164 milhões ao município de São Paulo: Safra NY, UBS e Citibank. Eles aparecem no emaranhado de transferências bancárias para o pagamento de dinheiro desviado de obras de Maluf quando prefeito.
Além do mais, a Justiça de Jersey condenou as empresas atribuídas à família Maluf a devolver 33 milhões de dólares para a Prefeitura de São Paulo. Cerca de 10 milhões deles já voltaram para o Brasil.
February 12, 2015
Rebolar de Paolla vira fantasia de Carnaval
Quem diria que uma cena de uma minissérie renderia tanto?
Fantasia de traseiro de Paolla Oliveira já é a melhor coisa do Carnaval de 2015.
Grupo planta árvores no Parque Augusta
Assim como aconteceu no Largo da Batata, em que usuários começaram a plantar árvores numa área descampada inaugurada sem nenhuma preocupação com o verde, usuários do PARQUE AUGUSTA começaram de madrugada e seguiram até a manhã de ontem a plantar espécies da Mata Atlântica na área descampada, que servia de estacionamento, no grande terreno em discussão.
Elas crescem entre 15 a 20 metros. Algumas chegam a 30 m (um prédio de dez andares):
MIRIMBA ROSA
CANAFÍSTULA
LOURO PARDO
MOGNO BRASILEIRO
GUAPURUVU
AÇOITA CAVALO
ARARIBA ROSA
São árvores com 5 anos de vida que foram transportadas num caminhão e entraram pelo único portão liberado.
Algumas pesam em torno de 100 quilos.
A operação foi organizada e contou com paisagistas e botânicos.
A ação começou um dia antes, na terça, com a escolha dos lugares demarcando com uma estaca.
Ativistas começaram a cavar. Às 2h30 da manhã chegou o caminhão.
A polícia chegou a interromper os trabalhos, achando que o grupo estava devastando o Parque, cuja área verde é tombada.
Quando viu que era o contrário, deixou o grupo trabalhar.
February 11, 2015
Propagandas que hoje assustariam
Criançada vendendo produto: a inocência é mais sexy do que você pensa.
Drops de Cocaína curava dor de dente.
15 cents.
Dizia o anúncio de 1885
Melhor prevenir infecções nos rins do que se suicidar.
Previna-se com Urotropina
Staroup buscou promover jeans para o publico infantil em 1980.
Na época, ninguém se importou. Hoje em dia…
February 9, 2015
Inveja das estrelas
Estranho me ver sozinho sábado numa cama de hospital, “leito”, num quarto que chamam de Observação 4, com pulseira e pulsão no pulso, à espera da ressonância, que dirá se é grave, se serei operado, se meu rim pifou, e terei que mudar a rotina da minha vida, se é culpa de um cálculo, se o cálculo se desfez, se passeia meu corpo, onde ele está, no ureter, na bexiga?
Logo hoje, sábado, resolveu sumir, se desfez, era de ureia ou cálcio?
Estava comigo há décadas.
Em todos os exames de rotina, lá estava ele, a manchinha branca no rim esquerdo.
Avisei a mocinha do ultrassom: “Tem uma pedrinha aí que não muda de tamanho nem saí do lugar.“ Mas sumiu. Ligou para meu médico, que me internou. Mais exames. Todos os exames. Não descansaremos até encontrá-la.
Me perguntaram se eu preferia homem ou mulher para introduzir uma sonda de alívio na uretra.
Tanto faz. Vieram enfermeiras que reclamara da nota do Prouni.
Tive uma ligeira ereção quando fizeram a limpeza com gazes, antissépticos, mais gazes, xilocaína e gazes. Pedi desculpas pelo momento inapropriado e perguntei se “aquilo” atrapalharia. Riram da minha ignorância e presunção: “O buraquinho é o mesmo. Estamos acostumadas, sabemos que é reflexo.”
Quem disse?
Achei engraçado: mentirinha masculina predomina num procedimento hospitalar. Ensinaram que é só reflexo. Ninguém contou que é gostosinha aquela manipulação? De repente, vupt! Entra sem dó, sem escalas, um tubo que percorre minha uretra, passa por trás da próstata e, chuá!
O susto é surpreendido pelo alívio.
Ligaram a TV, apagaram a luz e me deixaram com um cobertor. Fazia frio na sala. Desolador. Começava um programa sobre Fernando de Noronha com a Angélica. Bonita. De bermudinha jeans, mostrava algumas praias incríveis. Entrevistava Dani Winits e o músico Chay Suede, que tocou um violão. Pessoas bonitas, saudáveis, talentosas. O famoso Zé Maria, dono de uma pousada, colhia tomate, mandioca e limão plantados na ilha. Faziam um peixe fresco com a chef Vivi Gonçalves, enquanto falavam dos planos de suas vidas incríveis.
O programa se chama Estrelas.
Todos brilham na tela, nos nossos olhos, explodem como uma Supernova. Invejamos todos os blocos do programa. Pesquisei pra saber se Chay era parente do lendário colunista Ibrahim Suede, que ia às boates de NY, ficava ao lado de celebridades, dava ordens ao fotógrafo e publicava na coluna, como se fosse amigo da estrela: “Nosso Colunista com Brooke Shields”; “Ibrahim e Elton John na night”.
Chay Sued é nome artístico. É um artista.
Eles lá, eu cá. Não conhecerei Fernando de Noronha tão cedo, nunca andarei por aquelas areias, nunca nadarei com golfinhos naquele mar transparente. Por que exibem isso hoje em que estou sozinho com sonda, medo e dor, no Observação 4? Para quem exibem o momento de tanta beleza? Para invejarmos ou apreciarmos? Ah, assim vivem as estrelas, os ricos, os artistas, ou é mentira, uma ilusão?
Flávio Canto, judoca barra celebridade, esteve no programa e disse: “Aqui é um paraíso. Adoro essa ilha!”
Ele adora, ele vai sempre! Mariana Ximenes esteve lá. Grazi Massafera também. São loiras, são lindas, são bem-sucedidas, são melhores do que nós. Imaginei a fila de cadeirinhas de rodas de crianças da AACD vendo aquilo, imaginei velhos num asilo com Alzheimer, com incontinência, ou presidiários de Pernambuco, uma mãe de família numa palafita de Alagados, prostitutas de Paraopebas, uma família de aposentados sem amigos em Araras, um grupo num quilombo, garimpeiros em folga, um porteiro, uma doméstica num quartinho de poucos metros quadrados, fazendo as unhas, se preparando o sábado, um bêbado solitário do centro de São Paulo, descobrindo que existe um mundo tão distante do nosso, em que tem água, paz, sol, ar puro, e como são felizes as pessoas da TV, devem ser felizes, estão felizes, aparentam estar felizes.
Estamos todos vendo vocês, torcendo por suas carreiras, pelo seu sucesso.
Adoraríamos estar com vocês, curtir com vocês.
Infelizmente, não podemos.
Ninguém achou a minha pedra. Recebi alta duas horas depois.
Retomei a vida de gente comum, preocupado com a crise hídrica e o avanço do EI. Esqueça do jabá de Fernando de Noronha.
“Popularidade é a prima promíscua do prestígio”, diz o personagem Mike do filme Birdman
February 6, 2015
Barraqueira se dá bem
Como aprendemos na faculdade de jornalismo: cão morder o dono não é notícia, notícia é o dono morder o cão.
Ela perdeu para outra miss, ficou furiosa, não aceitou o resultado, arrancou a coroa da vencedora, jogou no chão, saiu xingando e… Se deu bem.
Belo exemplo de que, se você surtar, não aceitar a derrota e quebrar as regras, pode subir na vida.
Inclusive com a ajuda do braço de uma empresa que tem um nome a zelar, a Globo.
O barraco no Miss Amazonas 2015 de Sheislane Hayalla, de 1m75, rendeu frutos: ela está no site PAPARAZZO, no Ego, do portal globo.com.
Já tem assessor de imprensa e, segundo o site, esta feliz: “Sempre quis isso para mim. Já dou até autógrafo.”
Você pode conferir o que rolou nos bastidores do ensaio de Sheislane Hayalla para o Paparazzo a partir de hoje.
Que abriu sua intimidade na entrevista dos bastidores: “Sou dominadora e gosto de transas em locais inusitados”.
Que lixo.
Que pena.
Que país…
Boa sorte a Sheislane e ao PAPARAZZO.
Que consigam muitos seguidores.
Enquanto isso, a verdadeira Miss Amazonas 2015…

Foto Roberto Teixeira / Paparazzo
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