Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 105
April 3, 2013
exige-se uma retratação
Nesta semana, na cerimônia de entrega de parte dos arquivos do DOPS-SP digitalizados, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, apareceu com o novo secretário particular, o advogado Ricardo Salles, um provocador que já disse coisas como “felizmente tivemos uma ditadura de direita no Brasil”.
Salles já concorreu duas vezes, a deputado federal e estadual, pelo PFL e depois pelo DEM, mas não conseguiu se eleger.
Meus colegas do ESTADÃO, Júlia Duailibi e Bruno Lupion lembraram ontem no jornal: Salles é fundador do radical Instituto Endireita Brasil, que, na rede social, entre outras pérolas, como criticar o casamento gay e a Comissão da Verdade, já publicou que Dilma é uma terrorista.
Comentou o analista Glauco Cortez: “Salles cuidará de toda a agenda do governador do estado mais rico do País. Aparentemente uma função burocrática, mas o fato é que, com essa nomeação, o político tucano instala, dentro do Palácio dos Bandeirantes, um movimento que exala obscurantismo.”
Mas a declaração mais chocando de Salles embrulha o estômago de muitas famílias vítimas da Ditadura, como a minha.
Segundo o assessor do governador de SP, “não vamos ver generais e coronéis acima dos 80 anos presos por crimes de 64, se é que esses crimes ocorreram.”
Sim, esses crimes ocorreram.
Nem precisamos citar a extensa biografia à respeito, nem os testemunhos colhidos há décadas, no projeto TORTURA NUNCA MAIS, da Igreja. Nem depoimentos de gente do partido do governador, como FHC e José Serra, cassados e exilados pela ditadura, ou de gente da liderança e base tucana que foi torturada.
Sou testemunha viva. Eu e minhas irmãs. Vimos nossa casa no Rio de Janeiro ser invadida por militares armados com metralhadoras em 20 de janeiro de 1971.
Vimos meu pai, minha mãe e irmã Eliana serem levados.
Minha mãe ficou 13 dias presas no DOI/Codi, sem que o Exército reconheça ou tenha feito qualquer acusação.
Meu pai entrou no quartel do Exército e não saiu vivo de lá. Também não sabemos o motivo da prisão, a acusação. Não entendemos as negativas posteriores de que estivesse preso.
Abaixo, documentos que provam que, sim, crimes ocorreram.
Em nome da decência, exigimos uma retratação do secretário e um pedido de desculpa do Governo do Estado.
Que está onde está graças aos que lutaram, foram torturados ou deram a vida pela redemocratização do País.
Brasileiros que merecem mais respeito.
DOCUMENTO DE ENTREGA À MINHA TIA RENNÉ PAIVA DO CARRO QUE MEU PAI DIRIGIU ESCOLTADO ATÉ A PRISÃO
DOCUMENTO DA ENTRADA DELE NO DOI, DESCOBERTO RECENTEMENTE EM ARQUIVO DO EX-CHEFE, CORONEL REFORMADO JOSÉ MIGUEL MOLINA
ATESTADO DE ÓBITO DE 1996, 25 ANOS DEPOIS DO DESAPARECIMENTO, POSSÍVEL GRAÇAS À LEI DE RECONHECIMENTO DOS DESAPARECIDOS POLÍTICOS, ENVIADA PELO PRESIDENTE FHC AO CONGRESSO
April 1, 2013
Buenos Aires, Brazil
Lollapalooza Brasil fechou com Pearl Jam, maior atração do festival. Tinha 60 mil ingressos esgotados só para ele. Mais gente do que no Morumbi, clássico São Paulo x Corinthians.
O vocalista, Eddie Vedder, do Pearl Jam, mostrou que os americanos continuam ruins de geografia. Citou o casamento gay: “Obrigado São Paulo por aceitar casamentos entre pessoas do mesmo sexo”, disse ele em português, antes de tocar Better Man.
Não, mister Vedder, aqui é a terra do Feliciano. Casamento gay é coisa de argentino. Lá que é aprovado. Casamento gay e aborto. Aqui, a gente tem a bancada evangélica pra nos ensinar o que a Bíblia diz que pode e não pode e nos colocar nos eixos..
Hot Chips, pena, tocou na mesma hora do Planet Hemp. Era um ou outro. Como Franz Ferdinand e Alabama Shakes, que também tocaram na mesma hora sábado. Difícil escolha.
Kaiser Chiefs foi dos melhores shows do festival. Bem, não vi todos, minha opinião não vale muito, mas todo jornalista dá uma opinião dessa, definitiva, então dei a minha. Barbada. O vocalista Ricky Wilson atravessou o gramando entre o público, subiu a torre de iluminação e cantou para o Jockey todo.
Caos. Rock & Roll. Festival de rock sem lama [que era pouca] não é festival de rock.
Kaiser Chiefs, Two Door e Franz Ferdinand, os melhores shows.
Aliás, tudo que rolava no Palco Butatã, menor que o principal, mais aconchegante, era melhor, pois o som estava mais redondo. O som do Palco Cidade Jardim era uma caixinha de surpresas. Como numa corrida de cavalos, tudo podia acontecer.
No show do Black Keys, estava baixo, com a batera estourada. Tinha gente gritando no gramado “aumenta o som!”. No Twitter, reclamaram.
No do The Hives, alto demais. Os gritos do vocalista Pelle Almqvist ensurdeciam até as gaivotas.
Pearl Jam acertou. Seu técnico de som deve ser de primeira. Som redondo, todos os instrumentos bem mixados, nem muito alto, nem muito baixo. O telão em preto e branca, a chinfra dos caras.
O grupo de Seattle fez muita gente tirar a camisa xadrez do armário e amarrá-la na cintura.
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Tem otário que queimou na largada. Se esqueceu de que são 3 dias!
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Invasão na área dos deficientes no show do Pearl Jam. Muita gente apareceu mancando, babando, só para ver mais do alto.
Malandragem grunge…
March 31, 2013
Blade Runner + SP = Lollapalooza
São Paulo está cada vez mais parecida com a cidade de Blade Runner.
O filme de Ridley Scott se passa em novembro de 2019 em Los Angeles, mas poderia ser refilmado hoje aqui.
Scott se inspirou de Metrópolis, de Fritz Land, para produzir a mega cidade esfumaçada, de lama e chuva, cujos prédios são forrados por telas LED, e credita o cenário a Moebius, Edward Hopper, a revista francesa Métal Hurlant e Syd Mead, que bolou os carros-voadores, filmado em 1981.
Na pista do LOLLAPALOOZA, lama, areia, grama, cheiro de coco de cavalo, se vê os prédios que margeiam a Marginal, as torres que se erguem, a pirâmide do Shopping Eldorado, aviões passando rente, telas de alta definição. Chuva, sol, frio, nuvens, congestionamento, gente, muita gente.
Blade Runner – SP.
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A maior estrela do festival que rola aqui no JOCKEY CLUB, com cinco palcos, e junta 40 mil pessoas por tarde-noite, além, da organização: o casting.
Os organizadores, a GEO, empresa da Globo, conseguem trazer o que há de melhor, relevante e contemporâneo.
O vocalista do The Killers riu à toa quando descobriu que aquela multidão cantava com ele as músicas.
A dupla Black Keys que está na estrada há tempos, acaba de conquistar prêmios e notoriedade, e todos já cantam suas músicas de cor.
Por vezes, dois tremendos shows rolam na mesma hora, como Franz Ferdinand e Alabama Shakes.
O que tem de melhor no novo e velho rock veio, Two Doors, Queen of Stone Ages, Kaiser Chiefs, Ther Hives, Hot Chips, fechando com Pearl Jam!
Enquanto isso, no Rock in Rio…
Melhor nem falar.
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Quando eu digo que hoje em dia ser cadeirante é mais vantajoso que VIP, poucos acreditam.
Olha o local designado aos PNE [Portadores com Necessidades Especiais], que inclui grávidas, crianças de colo, lesionados temporários.
Na frente dos dois palcos, Butantã e Cidade Jardim. Com banheiros exclusivos.
Enquanto os artistas se embebedam e comem de graça na lateral, mas ficam bem mais longe, sem a vibração do público, cercados por paparazzi e mal conseguem ver o Butantã, olha o nosso spot. Conosco a criançada também se diverte.
Nessas horas, não compensa ter necessidades especiais?
Só não pode chover. Aí todos invejam os VIPs.
March 27, 2013
amor estranho amor
Xuxa, 50 anos de amor pelas crianças.
E de desamor pelo passado.
Parabéns.
Que tal celebrar esta data tão marcante e desembargar a grande obra do Antonioni dos Jardins, Walter Hugo Khouri, que seus advogados proíbem?
haja o que hajar…
Xuxa, antes da fama [e do namoro com Pelé, que faz 30 anos], foi modelo na capa do Disco 81 e de outros de coletâneas internacionais.
Quem te viu, quem te vê…
O selim estava machucando?
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Será que essa [ou esse] passa no ENEM?
alguém me explica o que tá acontecendo
Pra quem?
Pra quê?
Outra Brasília?
Onde?
Alguém pode me explicar o que está acontecendo?
Existem ações de marketing que não entendemos.
Esta é uma.
Mas deve fazer sentido.
Não?
Mas as coisas fazem sentido.
Especialmente no meio em que profissionais são pagos para explicar o sentido das coisas.
Digo, dos produtos.
Não fazem?
Enfim, não seria melhor deixarmos como está?
Uma Brasília só já dá tanto trabalho…
E despesa.
March 25, 2013
não tá fácil pra ninguém
As mulheres descobrem cedo que nós, homens, somos bobos. O que não sabem é que nossa bobeira começa aos 14 de idade, quando, devido a um desequilíbrio hormonal e certamente seguindo todos os versículos da teoria da evolução, ficamos assombrados por uma ideia fixa, antes secundária: desvendar as mulheres.
Antes, as ignoramos.
A não ser aquela que joga um bolão, bate com as duas pernas, cobra lateral, escanteio, desarma, dá o sangue pelo time e carrinho sem ser expulsa.
Depois, passamos a observar o arredondamento das suas formas e o desenvolvimento da forma labiríntica do pensamento feminino, raciocínio peculiar dominado por tramas, ritos e códigos secretos.
Passamos então a sentir algo muito diferente.
Quer dizer, não nós, mas nosso corpo indomável, tomado por um desejo que muda a rotina e todo um projeto de vida. Nos transformamos num ser indescritível repleto de acne que cobiça todas, a professora de religião, de violão, particular ou não, a tia do amigo, a irmã do inimigo, a maluca da rua, a chapeira da lanchonete, a balconista da padoca, a vizinha, a motorista da van, a babá do priminho, uma amiga, a amiga da amiga, a rival da amiga, as invejadas pela amiga, enquanto secretam pelo hipotalo, cada vez mais, fatores que soltam hormônios que induzem a hipófise a liberar folículo estimulante, ativando a produção de testosterona pelas células intersticiais dos testiculosas, droga poderosa que intoxica os pensamentos, a fé, os princípios religiosos, explicação química para o popular “tesão”, que Freud definiu como li-bi-do, que se desenvolve por fases desde a infância, etapas características do desenvolvimento, começando pela oral, anal, fálica, edipiana, até, ufa!, a genital.
Como as garotas de 14 anos, assim como as de 15 e 16, não dão a menor bola para os garotos da mesma idade, nos dividimos em castas de fracassados, extravasamos a energia acumulada em outras experiências: xadrez, video games, fliperama, álbuns de figurinha, aeromodelismo, coleção de super-heróis, pensamentos impuros, vandalismos em vasos sanitários ou poemas sujos, difamações e ilustrações eróticas em portas de banheiro.
Sem contar aqueles que não saem do banheiro por uns anos.
No caso de Jonas Donati, ele se juntou a um grupo conhecido como “comunistas”. Aqueles desenganados atordoados e em crise que ficavam numa sala do colegial entulhada chamada Centro Acadêmico, ou “centrinho”, que imprimia o jornal da escola que ninguém lia, e que encontraram no Existencialismo explicações e consolo para a falta de explicação para a existência e, vingança, para a existência delas também.
Dos 14 aos 17 anos, leram Dostoiévski, Kafka, Sartre e Camus, viram filmes da nouvelle vague com décadas de atraso. Usaram gola rolê, apesar da moda do final dos anos 70 ser golas largas e cumpridas, que se esparramavam pela clavícula até a ponta do ombro, usavam cabelos desalinhados, nada de gel nem de filmes de Spielberg e George Lucas. Não sabiam o funcionamento de lâminas de barbear, a não ser quando se imaginavam cometendo o suicídio iminente.
As mulheres eram tão incompreensíveis quanto alguns diálogos de Godard e letras de Luiz Melodia.
Maconha os deixava confusos e atrapalhava os infindáveis debates sobre o processo de Josef K, a náusea de Sartre, a dúvida de Ivan Fiodorovitch Karamazov, o crime de Raskólnikov, os efeitos da Revolução Cultural e os rumos da América Latina.
Preferiam a lucidez para desejar a tia do amigo, a irmã do inimigo, a maluca da rua, a amiga da amiga, a rival da amiga, a invejada pelas amigas, Léna Skerla, Yvonne Clech, Mona Dol, Jeanne Moreau, todas em Le Feu Follet (de Louis Malle), Brigitte Bardot e Jane Birkin, lógico, cantar no chuveiro “je vais, je vais et je viens, entre tes reins, je vais et je viens, entre tes reins, et je me retiens….”, e invejar Gainsbourg. Sem desprezar as musas da Bota, Monica Vitti, Silvana Mangano, Claudia Cardinale. E a patrícia Sônia Braga.
Desejavam Sônia Braga de dia, de tarde e de noite. Dedicavam horas do dia a ela. Homenageavam em momentos exclusivos, na solidão de seus pensamentos impuros.
Claro, começaram a fumar. Uma defesa contra os laços da infantilidade que tentava os içar de volta à impuberdade.
Cigarro = Rompimento.
Buscar aliança e conforto na nicotina.
Adquirir o fedor e a brutalidade do universo masculino.
Até a mãe de um amigo rico voltar da França com uma cartela de Gitanes. Que foi afanada e distribuída. Fumaram e guardaram os maços flip-top azuis como um bem precioso. O refil era outro: um estoura-peito nacional. Para, nas festas, suarem de cashmere e cachecol pelos cantos, encostados nas paredes com os falsos Gitanes, ignorando as garotas, já que elas os ignoravam mesmo. Elas eram estúpidas, fúteis, vazias como pedras, e davam náuseas. Não os mereciam. Sem contar que a vida não fazia sentido.
Então, surpresa. Aos 17 anos, umas menininhas mais jovens passaram a xavecá-los.
Passaram a convidar para fumarem os cigarros falsos no sofá, e não mais servirem de escora de pilastras, paredes e muros. Puxaram os caras para um ritual de acasalamento primitivo e curioso chamado dança. Filaram os cigarros fedorentos, perguntaram coisas. Disputaram a atenção deles.
Que se viram vítima dos olhares invejosos dos amiguinhos delas. Se viram num bote para deixar o navio condenado à deriva dos “losers” e entrar no iate “onássico” em busca de prazeres e praias paradisíacas, experimentar perfumes e peles inacreditavelmente suaves e bem tratadas.
Coladinhos, um pra lá e dois pra cá, sentiram seus peitinhos esmagados nos deles, suas coxas se enroscando nas deles, suas bundinhas duras esbarrando, provocando reações. Elas sentiam volumes que surgiam e desapareciam graças a seus esforços. Dependia da posição, da pressão de seus corpos, do suingue, para endurecerem e amolecerem membros míticos. Elas se deslumbraram com o poder que tinham sobre um membro que era deles!, patenteado pela classe masculina!, preservado e prioritário!
Eles sentiam as mãos delas acariciando as nucas, costas, coxas, esbarrando curiosas no membro duro, firme, prestes a explodir. E enfim lábios delicados, desesperados, inexperientes, línguas insanas, gemidos.
Descobriam juntos o complexo jogo do querer e não poder, ter que esperar, controlar, é cedo, é um processo, requer paciência, etapas, fase 1, fase 2, fase 234. E descobriram algo familiar nas mulheres, a culpa!
Porém, tinha muito rancor acumulado. Anos de desprezo não seriam reparados numa festinha de luz apagada com Steve Wonder ou Je T’aime – Moi Non Plu na vitrola.
No mais, eles estavam nessa altura a fim das irmãs mais velhas delas, tadinhas. Que a essa altura rompiam barreiras e navegavam mares mais turbulentos do sexo sem culpa, fecundo e livre de pressões e opressões culturais, consentido.
Vingança boba.
Bobeira masculina.
O darwinismo deve explicar tudo isso. Pois, dependendo dos existencialistas…
March 20, 2013
pelo enem, ele paça
March 19, 2013
gente estúpida
Quando a estupidez vira tendência
Giorgios Katidis, jogador do AEK Atenas, faz um gol contra o Veria, corre pra galera, para e… faz a saudação NAZISTA?!
Espera lá!
Ele está diante de filhos, herdeiros e talvez de sobreviventes partisans que lutaram ferozmente contra a invasão alemã na Segunda Guerra, num dos cenários mais sangrentos da ocupação do Mediterrâneo.
Tá maluco?!
O meia pediu desculpas depois. O gesto lhe custou uma suspensão da seleção de país por toda vida, imposta pela Federação Grega de Futebol.
“Foi um ato de estupidez. Eu cometi o erro e sou o único culpado que deve ser punido por isso”, admitiu.
Katidis, de 20 anos, tem um irmão adotado de Porto Rico e toda a minha família é do Mar Negro, “onde as experiências racistas foram as piores possíveis”, diz.
De estupidez, desconhecimento da História e caso de internação.
Assim como estudantes da POLI-USP que, em trote neste ano, cometeram abusos sexuais.
Ou da UNESP, que invadiram um cemitério e roubaram e violaram sepulturas.
Dois estudantes, Juan Takehiko Kumagai Mendes, de 19 anos, e Raphael Sussumu Mizu Koshi, de 18 anos, foram presos em flagrantes por guardas municipais saindo do Cemitério São Bento.
Calouros dos cursos de economia e química, culparam os veteranos que teriam obrigado a pegarem o objeto como parte de um trote.
Trote que humilhou em Minas.
Estudantes da faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) pintaram uma caloura de preto e a fotografaram acorrentada junto a uma placa com a inscrição “caloura Chica da Silva”.
Em outra foto, estudantes, um deles com um bigode do Hitler, também fazem saudações nazistas, ao lado de um calouro amarrado com fita adesiva uma pilastra.
Sem contar que na semana anterior 3 estudantes da USP de São Carlos foram acusados pelo crime de atos obscenos.
Hostilizaram feministas durante um trote em fevereiro: 2 ficaram pelados no campus e outro simulou fazer sexo com uma boneca inflável.
A confusão rolou num protesto contra desfile de calouras conhecido como “Miss Bixete”.
A garotada enlouqueceu de vez?
E pensar que sou num tempo em que num trote não humilhávamos as garotas.
Dávamos as boas-vindas. Com gentileza.
Mostrávamos o funcionamento da máquina de copiar, dicas da biblioteca, indicávamos o melhor lugar para almoçar e convidávamos para uma batida à noite. Mais esperto, não?
March 18, 2013
loucura + redes sociais
As REDES SOCIAIS desenvolvem alguns desvios que se tornam epidemias.
O da citação é o mais notório.
Gandhi, Jabor, Veríssimo, Mário Quintana, Freud, Caio Fernando Abreu são as vítimas preferidas dos falsários.
Renato Russo e Cazuza dividem quase sempre a autoria de uma mesma frase.
Chorão morreu, e logo aparecem frases atribuídas a ele.
Mas uma ação mais danosa e perturbada surgiu recentemente, a de matar gente que não morreu.
O ator CARLINHOS MORENO foi a vítima do último fim de semana, aliás, fds.
O garoto propaganda da BOMBRIL ganhou até uma arte em que usuários compartilhavam tristeza pela sua morte.
Só tem um detalhe: ELE NÃO MORREU!
Resta saber o que passa pela cabeça da pessoa que espalha uma estupidez dessa?
A trolagem já é uma conhecida de todos.
Especialmente no Twitter, onde o anonimato é mais presente.
Aliás, escrevi outro dia: “Twitter lembra um pouco o trânsito brasileiro. Tem cara que pega o teclado e sai fechando, faz conversão proibida, xinga, chama pra briga.”
Pensando bem, trolagem é o nome novo para uma moda milenar, a difamação pública.
Imagine o que o pobre Jesus não ouviu enquanto carregava a cruz no seu martírio, ou quando estava pendurado nela. Nem o santo homem foi poupado.
Cleópatra foi difamada devido ao seu affaire com imperador César, que deu no bastardinho Cesarino, em ilustrações pelos muros de Roma.
Antonieta, coitada… Até hoje não se sabe se realmente disse “não tem pão, comam brioches”, ou foi invenção de um colunista mal-intencionado.
Galileu foi trolado. Até Shakespeare, acusado de plágio.
Se todos eles foram, imagine nós, simples mortais?
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