Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 104

April 22, 2013

documentário sobre golpe de 64 agora no youtube.


 


O Núcleo de Preservação da Memória Política e a Televisão dos Trabalhadores colocaram o documentário 1964 – Um Golpe Contra o Brasil na rede [na íntegra e em capítulos].


Com apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, a produção lançada no dia 2 de março no Memorial da Resistência de São Paulo foi dirigido pelo jornalista, poeta e artista plástico, Alipio Freire.


O Núcleo produziu 200 cópias em DVD do documentário, que estão disponibilizadas para organizações da sociedade civil interessadas em promover discussões sobre a participação de civis no golpe militar de 1964.


Podem ser retiradas na sede do Núcleo: Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2.344, conjunto 45, São Paulo (SP), tel. [11] 2306-4801, e-mail: contato@nucleomemoria.org.br.


Por uma taxa, pode ser enviada pelo Correio.


A prioridade é para organizações que programem atividades que tenham o filme como parte da programação.


O Núcleo Memória também autoriza quem tiver cópias do filme a fazer pelo menos outras 10 cópias e distribuir a outros interessados, e assim por diante.


Uma nova maneira de distribuição piramidal do documentário que levanta o debate e aprofunda a discussão.


 

Documentário está no Youtube
O filme foi publicado no Youtube, em duas versões: completa e dividida em 10 capítulos.


Assista ao documentário completo clicando no link abaixo:
http://www.youtube.com/watch?v=jXUYZQWD-fg

Ou assistia em capítulos:

Capítulo 1
http://www.youtube.com/watch?v=fwChqqkzR5A

Capítulo 2
http://www.youtube.com/watch?v=cI-NtKBig-4

Capítulo 3
http://www.youtube.com/watch?v=PqM-rP20hkU

Capítulo 4
http://www.youtube.com/watch?v=Opz-z6lSjzI

Capítulo 5
http://www.youtube.com/watch?v=3BO5ljhxBGQ

Capítulo 6
http://www.youtube.com/watch?v=7TatSLXc2NE

Capítulo 7
http://www.youtube.com/watch?v=ImcO4DpuWyg

Capítulo 8
http://www.youtube.com/watch?v=G9VEZ3UGN2E

Capítulo 9
http://www.youtube.com/watch?v=_Dsf_AOEppo

Capítulo 10
http://www.youtube.com/watch?v=jR4ZWI6uNGg
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Published on April 22, 2013 07:26

April 21, 2013

ficar por fora = cyber-angústia


 


Começo da década de 1980. Nos bares, bebíamos uísque nacional, Bell’s, Passaport ou Teacher’s. Natu Nobilis era a opção mais em conta. Os únicos que a fechada economia brasileira protecionista permitia.


Comíamos batata frita sem culpa, ignorando o esteroide hoje conhecido como colesterol.


Assuntos: redemocratização, holocausto nuclear, sandinistas, papa peregrino antimarxista, dancinha de Margaret Thatcher com Ronald Reagan, complô contra a utopia de uma socialdemocracia com bem-estar social, que enfiou na empada nos ideais de muitas gerações uma azeitona com um caroço duríssimo de engolir, e Angústia da Influência.


Angústia do quê?


Da influência. Terminávamos as noites mais desanimados do que antes. Sem contar a inevitável ressaca.


Isso se o mundo não acabasse ao amanhecer.


Síndrome da Influência.


Somos influenciados por quem? Somos? Nada é original, não somos nada, não somos especiais, somos nada. Pretensioso, pague a conta, pegue um táxi, encoste a cabecinha no travesseiro e reflita: você não é nada mais do que um coquetel de ideias mal lapidadas.


Ou vá para uma danceteria dançar Combat Rock do The Clash, que, você pensa, é uma banda proletária que contesta o neoliberalismo, mas, na verdade, são universitários filhinhos de papai que faturam em cima da inquietude juvenil, influenciados pelo punk.


Tudo ilusão.


Combate sem ser autêntico. Tudo por culpa do livro The Anxiety of Influence: A Theory of Poetry, de Harold Bloom, que nos deu uma das teses mais apavorantes do pós-moderno e tirou o sono de uma galera. Como a morte de deus anunciada por Nietzsche em A Gaia Ciência, o Mito de Sísifo de Camus e A Náusea de Sartre tiraram o de gerações anteriores.


“Todo poema é uma interpretação distorcida de um poema pai. Um poema não é uma superação da angústia, mas a angústia em si”, escreveu.


Para Bloom, a obra de um poeta não é causal. Somos influenciados pelo singular ato da apropriação interpretativa do texto de um percursor, e buscamos numa ação criativa corrigir o que o antecessor não conseguiu. Poetas estão em busca da originalidade, envolvidos em distorções, desvios (“swerve”), de uma cadeia de ansiedades.


O problema foi que começamos a expandir a angústia para todas as frentes de trabalho. Não nos livramos da influência dos que vieram antes. Bloom, através dos poetas, nos mandava uma mensagem. Aos escritores, músicos, advogados, passando por modelos, subversivos, agentes secretos, ambulantes, marginais.


Alguém nos influencia. Quem?


Garçom, tem gelo?


Por anos, lamentei com amigos que não éramos originais. Você é cópia de Guimarães. Rascunho. Você? De Hemingway. Pirata. Foi Sam Shepard sem nunca ter sido.


Sem nunca chegar aos pés. Sam Shepard… Casado com a musa de King Kong, Jessica Lange. Tá maluco?


Então, com o tempo, descobri que ansiamos estar ansiosos, angustiados. Sem a aflição de uma ansiedade, não se dá um passo.


Talvez a essência do homem seja buscar, movido por uma angústia crônica, a cura para ansiedades, como a da influência. Ansiar é viver.


Sócrates influenciou Platão, que influenciou Aristóteles. E foi o primeiro quem dançou. Forçado a se matar. O antecessor se deu mal.


Hoje vivemos uma aflição contemporânea ante o fenômeno da hiperconectividade, dos startups, que você antigamente chamava de “boas ideias”.


É a angústia de estar por fora. A cyber-angústia.


Você pode até ter se livrado do Orkut, aquela ferramenta meio boboca de quem queria fofocar, fornicar, xeretar, se meter na vida alheia e se exibir. Tomou cicuta e se libertou. Mas ferramenta mudou o nome. Virou rede social. Você foi praticamente forçado a ter um perfil no Facebook, plataforma para quem quer fofocar, fornicar, xeretar, se meter na vida alheia, se exibir, protestar, mudar o sobrenome para Guarani-Kaiowá e fazer negócios. Você também abriu uma conta no Twitter, abriu outra no Instagram, e chama a palavra seguida por um jogo da velha de hashtag. Olha lá, o G+ tá crescendo, tá dando certo, duvidavam, mas tá rolando. Bora abrir uma conta nele também. Vai ficar fora dessa?


Ficar por fora = cyber-angústia.


Tem gente fazendo loja virtual dentro do Face, FanPage. Tem gente ganhando dinheiro sem sair de casa. Você pode ter uma loja de camisetas bacanas com frases espertas estampadas e vender no Face. Paga R$ 3 por dia para anunciar. R$ 90 por mês. O preço de uma camiseta mediana. Você não é empreendedor? Você é o quê, um acomodado? O mundo mudou enquanto você postava foto do seu gatinho. Lava o rosto, vamos gerenciar.


Se você não fizer outro fará = cyber-angústia.


Cyber-negócios se expandem. Tem gente faturando alto inventando aplicativos básicos. Adolescentes chegam no primeiro milhão enquanto você rala como um desgraçado há décadas para fechar a conta na mágica cor azul. Sem contar que você gasta uma fortuna em contas de celular. Usa aplicativos? Tem Whats-up? Viber? Skype você conhece. Quantos giga tem no Dropbox? Só dois? Grava seus arquivos no iCloud? Atualiza? Tem Tumblr, Linkedln? E se der pau no seu computador, os dados da sua vida estão salvos em alguma nuvem?


Ouviu falar de crowdfunding? Não? Tem neguinho financiando os próprios projetos pela internet. Em sites especializados. Jogam suas boas ideias, os startups, e pessoas comuns investem nelas, conhecidas ou não. Tem gente fazendo exposições, documentários e viagens com dinheiro alheio. Escritores independentes ingleses lançaram o unbound.co.uk para conseguir adiantamento para seus livros. Os leitores os financiam.


Sem contar que você perde um dinheirão com a sua desatenção. Pensou nas milhas se evaporando pelos ralos de diversos programas de milhagem? Valem dinheiro. Até posto de gasolina agora tem. Pediu CPF na nota? Fez compras por um site de compras coletivas? Você anda pagando três vezes mais do que aqueles que frequentam o Groupon.


Vai continuar cyber-angustiadinho ou vai tomar uma atitude?


Tudo bem. Calma. Respire pelo nariz.


Tem um jeito de se livrar de tamanha angústia. Mudar-se para Coreia do Norte, onde não existe internet. Não precisará gastar horas do dia postando no blog, linkando no Twitter, G+ e Face, respondendo aos seguidores da FanPage, fazendo negócios, postando fotos no Instagram. O problema é que as angústias de lá são de tempos sombrios. Aquelas do mundo analógico, como o holocausto nuclear.


 


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Published on April 21, 2013 16:16

April 20, 2013

livro do casão chega no topo


 


Ontem fomos comemorar  o aniversário do CASÃO e a notícia de que a biografia dele lançada há duas semanas, trabalho minucioso do jornalista GILVAN RIBEIRO, chegou no topo da lista dos mais vendidos.


Quase não falamos de futebol. Mas de solos de guitarra inesquecíveis.


E do como tem música em que ficamos esperando até o solo vir, como HOTEL CALIFORNIA [EAGLES], talvez um dos solos mais famosos do rock mundial, depois de STAIRWAY TO HEAVEN [ZEPPELIN].


CARLINI [TUTTI FRUTTI] estava conosco, autor do solo de guitarra mais conhecido da MPB, do clássico de RITA LEE, Ovelha Negra.


Ele contou que o disco já estava pronto. Ele bolou o solo, mas ninguém queria escutar.


Demorou 3 dias para convencer a galera do estúdio que tinha composto um solo para o final da música.


O produtor americano Andy Mills mandou enfim ele mostrar


CARLINI foi pro estúdio, tocou de primeira. Gravaram e incluíram na faixa. Ele disse que só tinha mostrado, mas queria dar uma guaribada, com pedais e efeitos. Que nada. Ia ser prensado daquele jeito.


E foi.


Entrou pra história.


Em homenagem, decidi deixar aqui a abertura do prefácio que escrevi pro livro CASAGRANDE E SEUS DEMÔNIOS.


Relaxa, não tenho participação nas vendas.


É pra homenagear o amigo, mesmo.


Se quiser saber mais, compre a obra. Aproveite que o friozinho chegou.


 


“Minha vida dá um livro.” Se alguém tem o direito de fazer este comentário, seu nome é Walter Casagrande Júnior, nosso amigo Casão, o homem gol com sangue de roqueiro, inquieto, curioso, destemido, atirado e, sobretudo amigo prestativo e fiel.


Recentemente, ele se emocionou e se divertiu em Tóquio, chorou e riu, cobrindo o seu Corinthians no Mundial de Clubes da FIFA 2012. Nos mandava mensagens pelo celular antes dos jogos, ainda madrugada no Brasil: “Acorda, meu, vai começar o jogo!”


Sua vida dá um livro. Dá um filme. Dá uma ópera rock, sob a supervisão


de Lobão, Nasi Valadão, Kiko Zambianchi, Carlini, Lee Marcucci e Titãs, rapaziada bem vivida do seu ciclo de amizades.


Ópera que começaria com ele sozinho no seu apê no bairro Alto de Pinheiros, São Paulo, na meia-idade, com um dos melhores empregos do telejornalismo, o de comentarista esportivo respeitado e com prestígio da Rede Globo.


As janelas estão fechadas há dias, e as portas, trancadas. Um cheiro de cigarro, bebida, busca e mofo no ar. Por que sempre queremos mais? Se nos dão o topo, queremos atravessar as nuvens. Se estamos na estratosfera, queremos ir para outros planetas, outras galáxias. Esta inquietação que alimenta a humanidade.


O protagonista Casão, de shorts, sem camisa, barba por fazer há dias, cabelos escorridos, emaranhados, começa seu ritual macabro e rotineiro. O que buscava? O fundo. O outro lado. A fronteira.


Tranca as portas. Coloca o DVD do The Doors. Senta-se diante de uma mesa. Primeiro, cheira três carreiras de cocaína. Toma uns comprimidos pra dar barato. Prepara, aí, sim, o néctar, a estrela da sua festinha particular, uma seringa com heroína. Faz um torniquete, procura uma das poucas veias que ainda aguentam o tranco de uma agulhada. Enquanto a droga injetada vagueia pelo corpo, ele enxuga meia garrafa de tequila e, para dar a liga final, fuma um baseado.


E quem me descreveu esta cena, com uma sinceridade comovente, num fim de tarde comum, foi o próprio. Continua.


Ele se deita no chão sobre um mandala, abraçado a um grande crucifixo. Acende um Marlboro light e vê pela enésima vez Jim Moorison cantar: “This is the end, my only friend, the end of our elaborate plans, the end of everything that stands, the end, no safety or surprise, the end…” [Este é o fim, meu único amigo, o fim dos nossos planos traçados, o fim de tudo que interessa, o fim sem saída nem surpresa, o fim...]


Difícil tal cena ser imaginada. Por mais exagerada e absurda que possa parecer, isso acontecia nos últimos dias do mergulho profundo a uma viagem tenebrosa e solitária que, por milagre, foi interrompida graças à sua família e à perseverança de um filho. Sua busca não tinha mais um fim em si mesmo, mas o próprio desfecho embutido.


Ele é levado à força a uma clínica, nos primeiros quatro meses fica em isolamento, sem TV ou jornais. Ao todo o tratamento dura um ano.


Repensa. Relembra. Aos 18 anos de idade, como jogador, faz quatro gols na estreia como profissional do Corinthians. Dias depois, faz três contra o arquirrival Palmeiras. Parece sonho de um moleque torcedor, mas assim ele começou.


 


Corta. Estamos agora no comício das Diretas Já. Ele, Sócrates, Wladimir e Zenon, diante de mais de um milhão de pessoas no Anhangabaú, ao lado de Osmar Santos, gritam: “Queremos eleições diretas!”


Num flashback, aparece com dois amigos levando uma dura da Rota, que procura o baseado que ele, Casão, dispensou segundos antes. O jogador já famoso e articulador do movimento Democracia Corintiana apanha da polícia em plena Marginal do Tietê. Dias depois, é preso no Aeroporto Santos Dumont com uma presença implantada pela Polícia Federal, braço repressivo da ditadura. Que anunciou a prisão com toda a pompa.


Muitos acharão que o autor desse livro ou os roteiristas do suposto filme carregaram na tinta, maltrataram o teclado e exageraram, para ampliar os conflitos e pontos de virada, para tornar a narrativa mais atraente do que ela é. Impossível.


Sim, tudo isso aconteceu e está contado aqui por Gilvan Ribeiro, que não segue a ordem cronológica previsível, não se censura, não adoça, e começa pelo pior, pelos Demônios à Solta.


Casão faz questão de contar o inferno que viveu quando era viciado em drogas, sua internação, pois para ele é fundamental passar adiante a experiência, dividir as dores da dependência e alertar para os perigos de um vício frenético, sem preconceitos, desvios ou mentiras. A verdade ajuda a sanidade.


Ele nos lembra com uma incrível riqueza de detalhes, coração aberto, sincero, memória preservada, como um alerta. Crianças, não se espelhem em mim. Vi o inferno. Passeei de mãos dadas com o demônio. E não recomendo.

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Published on April 20, 2013 08:45

April 18, 2013

france x brésil


 


Ici au Brésil


Um francês de 29 anos de idade, Olivier Teboul, decidiu enumerar no blog http://olivierdobrasil.blogspot.com.br/ algumas observações sobre o comportamento dos brasileiros.


Ele mesmo admite que algumas são exageradas.


Vamos admitir. Olivier, que mora em BH há um pouco mais de um ano, cara acertou em cheio, bien-sûr. E agradece: “Aqui no Brasil, o povo é muito receptivo. E natural acolher alguém novo no seu grupo de amigos. Isso faz a maior diferencia do mundo. Obrigado, brasileiros.”


Mais abaixo, um brasileiro que morou 2 anos na França, deu o troco.


Donc, lá vão algumas:


-Aqui no Brasil, tudo se organiza em fila: fila para pagar, fila para pedir, fila para entrar, fila para sair e fila para esperar a próxima fila. E duas pessoas já bastam para constituir uma fila.


-Aqui no Brasil, não se pode tocar a comida com as mãos. No MacDonalds, hambúrguer se come dentro de um guardanapo. Toda mesa de bar, restaurante ou lanchonete tem um distribuidor de guardanapos e de palitos. Mas esses guardanapos são quase de plástico, nada de suave ou agradável. O objetivo não é de limpar suas mãos ou sua boca mas é de pegar a comida com as mãos sem deixar papel nem na comida nem nas mãos.


-Aqui no Brasil tudo é gay (ou ‘viado’). Beber chá: [e gay. Pedir um coca zero: é gay. Jogar volei: é gay. Beber vinho: é gay. Não gostar de futebol: é gay. Ser francês: é gay, ser gaúcho: gay, ser mineiro: gay. Prestar atenção em como se vestir: é gay. Não falar que algo e gay : também é gay.


-Aqui no Brasil, os homens não sabem fazer nada das tarefas do dia a dia: não sabem faxinar, nem usar uma máquina de lavar. Não sabem cozinhar, nem a nível de sobrevivência: fazer arroz ou massa. Não podem concertar um botão de camisa. Também não sabem coisas que estão consideradas fora como extremamente masculinas como trocar uma roda de carro. Fui realmente criado em outro mundo…


-Aqui no Brasil, sinais exteriores de riqueza são muito comuns: carros importados, restaurantes caríssimos em bairros chiques, clubes seletivos cujas cotas atingem valores estratosféricas.


-Aqui no Brasil, os casais sentam um do lado do outro nos bares e restaurantes como se eles estivessem dentro de um carro.


-Aqui no Brasil, os homens se vestem mal em geral ou seja não ligam. Sapatos para correr se usam no dia a dia, sair de short, chinelos e camiseta qualquer e comum. Comum também é sair de roupas de esportes mas sem a intenção de praticar esporte. Se vestir bem também é meio gay.


-Aqui no Brasil, o cliente não pede cerveja pro garçom, o garçom traz a cerveja de qualquer jeito.


-Aqui no Brasil, todo mundo torce para um time, de perto ou de longe.


-Aqui no Brasil, sempre tem um padre falando na televisão ou na rádio.


-Aqui no Brasil, a vida vai devagar. E normal estar preso no trânsito o dia todo. Mas não durma no semáforo não. Ai tem que ser rápido e sair ate antes do semáforo passar no verde. Não depende se tiver muitas pessoas atrás, nem se estiverem atrasados. Também é normal ficar 10 minutos na fila do supermercado embora que tenha só uma pessoa na sua frente. Ai demora para passar os artigos, e muitas vezes a pessoa da caixa tem que digitar os códigos de barra na mão ou pedir ajuda para outro funcionário para achar o preço de um artigo. Mas, na hora de retirar o cartão de crédito, ai tem que ser rápido. Não é brincadeira, se não retirar o cartão na hora, a mesma moça da caixa que tomou 10 minutos para 10 artigos vai falar agressivamente para você agilizar: “pode retirar o cartão!”.


-Aqui no Brasil, os chineses são japoneses.


-Aqui no Brasil, a política não funciona só na dimensão esquerda – direita. Brasil é um país de esquerda em vários aspectos e de direita em outros. Por exemplo, se pode perder seu emprego de um dia pra outro quase sem aviso. Tem uma diferença enorme entre os pobres e os ricos. Ganhar vinte vezes o salário mínimo é bastante comum, e ganhar o salário mínimo ainda mais. As crianças de classe média ou alta estudam quase todos em escolas particulares, as igrejas tem um impacto muito importante sobre decisões políticas. E, de outro lado, existe um sistema de saúde público, o Estado tem muitas empresas, tem muitos funcionários públicos, tem bastante ajuda para erradicar a pobreza em regiões menos desenvolvidas do país. O mesmo governo é uma mistura de política conservadora, liberal e socialista.


-Aqui no Brasil, é comum conhecer alguém, bater um papo, falar “a gente se vê, vamos combinar, tá?”, e nem trocar telefone.


-Aqui no Brasil, a palavra “aparecer” em geral significa, “não aparecer”. Exemplo: “Vou aparecer mais tarde” significa na prática “não vou, não”.


-Aqui no Brasil, o clima é muito bom. Tem bastante sol, não está frio, todas as condições estão reunidas para poder curtir atividades fora. Porem, os domingos, se quiser encontrar uma alma viva no meio da tarde, tem que ir pro shopping. As ruas estão às moscas, mas os shopping estão lotados. Shopping é a coisa mais sem graça do Brasil.


-Aqui no Brasil, novela é mais importante do que cinema. Mas o cinema nacional é bom.


-Aqui no Brasil, não falta espaço. Falam que o país tem dimensões continentais. E é verdade, daria para caber a humanidade inteira no Brasil. Mas então se tiver tanto espaço, por que é que as garagens dos prédios são tão estreitos? Porque existe até o conceito de vaga presa?


-Aqui no Brasil, comida salgada é muito salgada, e comida doce é muito doce. Até comida é muita comida.


-Aqui no Brasil, se produz o melhor café do mundo e em grandes quantidades. Uma pena que em geral se prepare muito mal e cheio de açúcar.


-Aqui no Brasil, praias bonitas não faltam. Porém, a maioria dos brasileiros viaja para as mesmas praias, Búzios, Porto de Galinhas, Jericoacoara, etc.


-Aqui no Brasil, as pessoas acham que dirigir mal, ter trânsito, obras com atraso, corrupção, burocracia, falta de educação, são conceitos especificamente brasileiros. Mas nunca fui num país onde as pessoas dirigem bem, onde nunca tem trânsito, onde as obras terminam na data prevista, onde corrupção é só uma teoria, onde não tem papelada para tudo e onde tudo mundo é bem-educado!


-Aqui no Brasil, existe três padrões de tomadas. Vai entender por quë…


-Aqui no Brasil, não se assuste se estiver convidado para uma festa de aniversário de dois anos de uma criança. Vai ter mais adultos do que crianças, e mais cerveja do que suco de laranja. Também não se assuste se parece mais com a coroação de um imperador romano do que como o aniversário de dois anos. E ‘normal’.


-Aqui no Brasil, não tem o conceito de refeição com entrada, prato principal, queijo, e sobremesa separados. Em geral se faz um prato com tudo: verdura, carne, queijo, arroz e feijão. Daí sempre acaba comendo uma mistura de todo.


-Aqui no Brasil, o Deus está muito presente… pelo menos na linguagem: ‘vai com o Deus’, ‘se Deus quiser’, ‘Deus me livre’, ‘ai meu Deus’, ‘graças a Deus’, ‘pelo amor de Deus’. Ainda bem que ele é Brasileiro.


-Aqui no Brasil, cada vez que ouço a palavra ‘Blitz’, tenho a impressão que a Alemanha vai invadir de novo. Reminiscência da consciência coletiva francesa…


-Aqui no Brasil, se acha tudo tipo de nomes, e muitos nomes americanos abrasileirados: Gilson, Rickson, Denilson, Maicon, etc.


-Aqui no Brasil, os homens se abraçam muito. Mas não é só um abraço: se abraça, se toca os ombros, a barriga ou as costas. Mas nunca se beija. Isso também é gay.


-Aqui no Brasil, quando um filme passa na televisão, não passa uma vez só. Se perder pode ficar tranquilo que vai passar mais umas dez outras vezes nos próximos dias. Assim já vi “Hitch” umas quatro vezes sem querer assistir nenhuma.


-Aqui no Brasil, tem um jeito estranho de falar coisas muito comuns. Por exemplo, quando encontrar uma pessoa, pode falar “bom dia”, mas também se fala “e aí?”. E aí o quê? Parece uma frase abortada. Uma resposta correta e comum a “obrigado” e “imagina”. Imagina o quê? Talvez eu quem falte de imaginação.


-Aqui no Brasil, quando você tem algo pra falar, é bom avisar que vai falar antes de falar. Assim, se ouvi muito: “vou te falar uma coisa”, “deixa te falar uma coisa”, “é o seguinte”, e até o meu preferido: “olha só pra você ver”. Obrigado por me avisar, já tinha esquecido para que tinha olhos.


-Aqui no Brasil, tem uma relação ambígua e assimétrica com a América latina. A cultura do resto da América latina não entra no Brasil, mas a cultura brasileira se exporta lá. Poucos são os brasileiros que conhecem artistas argentinos ou colombianos, poucos são os brasileiros que vão de férias na América latina (a não ser Buenos Aires ou o Machu Pichu), mas eles em geral visitaram mais países europeus do que eu. O Brasil às vezes parece uma ilha gigante na América latina, embora que tenha uma fronteira com quase todos os outros países do continente.


-Aqui no Brasil, relacionamentos são codificados e cada etapa tem um rótulo: peguete, ficante, namorada, noiva, esposa, (ex-mulher…). Amor com rótulos.


-Aqui no Brasil, os brasileiros acreditam pouco no Brasil. As coisas não podem funcionar totalmente ou dar certo, porque aqui é assim, é Brasil. Tem um sentimento geral de inferioridade que é gritante. Principalmente a respeito dos Estados Unidos. Tê esperando o dia quando o Brasil vai abrir seus olhos.


-Aqui no Brasil, de vez em quando no vocabulário aparece uma palavra francesa. Por exemplo ‘petit gâteau’. Mas para ser entendido, tem que falar essas palavras com o sotaque local. Faz sentido mas não deixa de ser esquisito.


-Aqui no Brasil, os brasileiros se escovam os dentes no escritório depois do almoço.


-Aqui no Brasil, tem um lugar chamado cartório. Grande invenção para ser roubado direito e perder seu tempo durante horas para tarefas como certificar uma cópia (que o funcionário nem vai olhar), o conferir que sua firma é sua firma.


-Aqui no Brasil, pode pedir a metade da pizza de um sabor e a metade de outro. Ideia simples e genial.


-Aqui no Brasil, as pessoas saem da casa dos pais quando casam. Assim tem bastante pessoas de 30 anos ou mais morando com os pais.


- Aqui no Brasil, tem três palavras para mandioca: mandioca, aipim e macaxeira. Lá na França nem existe mandioca.


-Aqui no Brasil, tem o número de telefone tem um DDD e também um numero de operadora. Uma complicação a mais que pode virar a maior confusão.


-Aqui no Brasil, quando encontrar com uma pessoa, se fala: “Beleza?” e a resposta pode ser “Joia”. Traduzindo numa outra língua, parece que faz pouco sentido, ou parece um diálogo entre o Dalai-Lama e um discípulo dele. Por exemplo em inglês: “The beauty? – The joy”. Como se fosse um duelo filosófico de conceitos abstratos.


 


Leia mais: http://www.fodecast.com.br/curiosidade/impressoes-de-um-frances-sobre-o-brasil/#ixzz2QqlAFjnS


 



 


En France.


Então, um brasileiro que viveu na França, Antônio Souza Neto, fez a réplica.


Morou 3 anos lá e avisa: “No Brasil as pessoas acham que nada funciona aqui e tudo é feito da pior maneira. Na França eles acham que o lugar é perfeito, que tudo funciona bem, e que não há lugar melhor. Ambos estão errados: Nem o Brasil é tão ruim quanto os brasileiros dizem, nem a França é tão boa quanto os franceses dizem.”


Veja a lista:


1. É mentira que franceses não tomam banho, eles tomam sim, mas nunca mais que um por dia, mesmo que seja verão e esteja fazendo um calor enorme.


2. Os franceses não utilizam desodorante e também não se importam com o cheiro de sovaco dos outros. Um bom exemplo é o “cheirinho de soirée” (festas francesas) onde as pessoas transpiram muito e ficam fedendo, mas ninguém se importa.


3. Os franceses não lavam a mão antes de comer, nem depois de ir ao banheiro. Mesmo se ele tem uma classe social ou cargo alto. Na maioria das casas, há uma porta para a privada e outra para o chuveiro, sendo que a pia sempre fica no mesmo espaço que o chuveiro, impossibilitando o uso por alguém que tenha acabado de usar a privada, caso alguém esteja no banho. Ou seja, é para lavar as mãos depois de tomar banho, mas nunca depois de fazer xixi ou cocô.


4. Na França as pessoas não escovam os dentes depois das refeições e fumam muito. Isso justifica porque pessoas com 40 anos já têm os dentes todos estragados.


5. Na França, o transporte em geral funciona muito bem. Essa foi a maior diferença positiva que senti em relação ao Brasil. As estradas são ótimas. Os metrôs funcionam bem. E a rede de trens rápidos que liga as cidades da França é muito boa. É possível que o transporte na França seja o melhor do mundo, ou um dos melhores.


6. O metrô de Paris fede a esgoto. Mas dizem que o esgoto de Paris é turístico, então essa deve ser a razão.


7. A alimentação na França é muito saudável. Todos comem bastante salada e há poucos obesos.


8. A comida da França é muito boa, principalmente os queijos e molhos de diversos tipos.


9. A carne de boi na França, no entanto, é horrível. Eu tenho uma teoria sobre isso: Como a indústria do leite é muito forte na França, acho que todas as vacas servem para fornecer leite, e todos os bois para reproduzir as vacas, para nascerem novas vacas e produzirem mais leite. Assim, o boi ou vaca só vão para a sua mesa quando morrem de velho.


10. Os franceses são muito educados com as palavras, mas não com os gestos. É muito comum ver alguém dizer “Pardon” enquanto te empurra de propósito numa estação de metrô ou qualquer outro lugar cheio.


11. Dizem que a maioria dos brasileiros deixa tudo para a última hora. Fato. Os franceses se dividem em dois grupos: Uma parte é muito disciplinada e organizada e faz as coisas pouco a pouco evitando estresses no último momento. A outra parte não gosta de trabalhar e vive às custas do estado, recebendo dinheiro de órgãos como o CAF.


12. É lenda que os franceses não respondem se você pedir informação em inglês. Pelo menos os jovens de grandes cidades se esforçam para te dar informações em inglês e até mesmo em espanhol.


13. O sotaque dos franceses falando inglês é muito feio, eles falam como se estivessem falando em francês mesmo.


14. As filas não são respeitadas na França, vi diversas vezes pessoas furando a fila. No Brasil se alguém fizer isso é linchado, acho que por isso que não fazem.


15. As eleições na França ainda são manuais, e muitas vezes têm contagens duvidosas, principalmente nas pequenas cidades.


16. O sistema bancário é muito ruim. Se você depositar dinheiro na boca do caixa, o dinheiro só entra na sua conta cerca de dois dias depois. Frequentemente você verá taxas de serviços que não pediu no seu extrato também. O banco pela internet tem pouquíssimos serviços, e para pagar seus impostos e muitas outras coisas você é obrigado a ir fisicamente ao banco.


17. As operadores telefônicas conseguem ser piores que no Brasil. Cometem muitas falhas. Te obrigam a aderir a serviços que você não pediu e te deixam horas esperando no telefone para resolver qualquer probleminha simples. As lojas físicas não resolvem problemas.


18. As pessoas se vestem bem na França, mas vestem a mesma roupa mais de 10 vezes sem lavar. Muitas vezes só usam uma roupa todos os dias da semana.


19. Os franceses costumam ser muito fechados e é muito difícil entrar em um grupo de amigos já fechado. A única exceção é quando bebem. Um francês bêbado que você acabou de conhecer vai dizer que você é o melhor amigo dele, mas no outro dia nem vai lembrar quem você é.


20. Quando há sol, os franceses se atiram sobre a grama e podem ficar horas assim. Eu achei isso muito estranho quando cheguei, mas entendi depois que passei por um inverno horrível e então na primavera lá estava eu também, atirado sobre a grama.


21. Os franceses fumam muito e jogam as bitucas de cigarro no chão.


22. A música francesa antiga é muito boa, mas a atual é muito ruim. No entanto, os franceses não costumam avaliar as músicas pela qualidade, mas sim se ela é nova ou não. Assim, ao ouvir uma música antiga, mesmo que boa, eles vão dizer “Baaahh, isso é velho”.


E tem muito mais: http://www.fodecast.com.br/curiosidad...


 


Veja também o que Gabriela Ferreira, que mora na França há 5 anos, respondeu a Oliver: 


http://www.fodecast.com.br/curiosidade/brasileira-que-mora-na-franca-responde-as-observacoes-de-olivier/

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Published on April 18, 2013 14:32

April 17, 2013

descanse na vergonha


 



 


 


Rest in peace? Não. Rest in shame.


Descanse envergonhada. Na vergonha!


É o que diz a faixa de um manifestante no funeral da controversa Margaret Thatcher.


Raramente se viu uma liderança de tamanha expressão receber protestos no seu velório.


Quantos ditadores ou líderes polêmicos tiveram protestos semelhantes? Os ingleses dão uma lição de democracia. Estão juntos quem a apoiava e quem a detestava. O povo está nas ruas.


A União sindical se recusou a participar. Sul-africanos se lembram de que ela chamou uma vez Mandela de terrorista. Os argentinos a odeiam e não mandaram representantes.


Muitos viraram as costas para o cortejo fúnebre da ex-premiê, que rola em Londres. Correspondentes do Estadão relatam que que alguns vaiaram a passagem do caixão pelo centro no caminho de Westminster até a Catedral de St Paul.


Um homem levantou um cartaz pedindo as vaias, e manifestantes gritaram “escória”.


Britânicos ficaram furiosos com o gasto estimado de 10 milhões de libras (15 milhões de dólares) para o funeral, que está sendo pago pelo contribuinte: caixão carregado nos ombros de oito militares, subiu na quarta-feira a escadaria da principal catedral de Londres para uma cerimônia fúnebre com a presença da rainha Elizabeth 2ª e estrangeiros.


Thatcher governou a Grã-Bretanha entre 1979 e 1990, morreu em 8 de abril, vítima de um derrame, aos 87 anos. Seu maior legado: a consolidação do neoliberalismo, o enfraquecimento dos movimentos sociais, do IRA, a vitória da Guerra das Malvinas, o desmantelamento da Cortina de Ferro e o fomento ao movimento pós-punk.


Metade das músicas que dancei em danceterias dos anos 1980 fora composta em protesto contra ela.


O caixão acaba de fazer o trajeto numa carruagem militar, coberto pela bandeira britânica. Um canhão fez disparos a cada minuto na Torre de Londres, e o sino do Big Ben se calou. Uma banda militar tocou Beethoven, Mendelssohn e Chopin. Evitou The Clash, The Cure, Joy Division, U2.


Thatcher ganhou 3 eleições. Foi controversa e popular. Fez medidas que muitos não ousariam. Tratou seus inimigos a ferro e fogo. Tirou direitos trabalhistas consolidados.


Foi a pá de cal de uma esquerda utópica, que buscava uma terceira via antileninista.


Foi o prego no peito de MAIO DE 68.


Não descansará.


+++


O THE GUARDIAN fez a comparação:


http://www.guardian.co.uk/news/datablog/2013/apr/16/margaret-thatcher-funeral-10-million


Com 10 milhões de Libras, o custo do funeral, pagariam:


Salário de um ano de 322 enfermeiras


Salário de um ano de 272 professores de escola secundária


Salário de um ano de 320 bombeiros


Salário de um ano de 269 paramédicos


Contas de gás de e eletricidade de 7 mil casas


Contas de água de um ano de 25 mil residências


Dava para construir 44 bibliotecas


Comprar 16 milhões de garrafas de leite; duas garrafas para cada londrino


 


+++


 


Olha como o primeiro-ministro britânico, David Cameron, vai para o trabalho.


E nem sequer deram um lugar para ele se sentar.


 



 


+++


 


Tem amigo meu aprontando [no bom sentido]:


 


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Published on April 17, 2013 06:49

April 14, 2013

primavera de estreias televisivas

 



 


Primavera americana é o momento das estreias das novas temporadas das principais séries de TV. Nunca me explicaram a razão.


Tradição, justificaram os gatos-pingados que conheci da indústria.


Tradição? Americano não dá ponto sem nó. Aí tem.


Não poderia ser no verão, quando muitos viajam e tiram as TVs da tomada.


Por que não no inverno, quando a maioria passa a maior parte do tempo em casa, fugindo de temperaturas que na Costa Leste chegam a 20 graus negativos?


Lógico, a porção sórdida do meu cérebro raciocinou, digo a CAPITALISTA.


Sou anunciante. Vou pagar uma grana preta pra anunciar meu produto, num trimestre em que ninguém sai às ruas?! Vou anunciar minha TV, geladeira, sabonete, gilete, carro, enquanto as ruas estão cobertas de neve?


Melhor esperar derreter o gelo das calçadas, as pessoas verem o sol raiar depois de meses, e com o azul da hibernação forçada, cheirando a mofo, saírem as ruas para festejar a abundância do mercado, a glória do capitalismo, e CONSUMIR!


No crédito ou débito, tanto faz.


 



 


Estreou a terceira temporada de GAME OF THRONES, mega sensacional produção da HBO, que mistura Cruzadas + lenda do rei Artur + Shakespeare + contos de fadas e capa-espada + dinastia Tudors.


Seriado com muito sexo [até incesto], referências históricas [aparece um reino evidentemente inspirado na Babilônia], protagonizada por um anão [o genial ator Peter Dinklage], baseada nos livros de George Martin.


Aliás, Natalie Dormer, a lindíssima Ana Bolena da série de The Tudors, está na corte de Game of Thrones.  Seduzindo o rei e aprontando, como sempre.


 



 



A série recomeçou com com os pequenos dragões já fortinhos e incendiários o suficiente para, daqui pra frente, mudarem o rumo da história.


Na semana passada, recomeçou MADMEN nos EUA, sexta temporada da AMC, que a TV Cultura exibe. Dessa vez, se passa no conturbadíssimo ano de 1968.


Cabelos compridos, minissaias minúsculas e barbas são comuns agora entre os publicitários, que fumam maconha no escritório da agência Sterling Cooper.


Peggy se parece cada vez mais com o mentor, Don Draper. Trabalha sem parar até na noite de Natal, reinventa uma campanha genial vetada pelo cliente [“o som de um headphone é tão limpo, que você pode ver”], enquanto Draper faz uma grotesca, baixo-astral, sem o menor sentido.


Aparentemente, a cria supera o criador.


 



 


Betty reaparece mais gorda. Vê uma amiga da filha aos 15 anos fugir de casa para viver o sonho florido hippie em San Francisco. Roger faz terapia. E Don, ah-ha… Não contarei. Mas, você conhece o ditado: pau que nasce torto…


 



 


No final do primeiro episódio da sexta temporada se revela que a sordidez da temporada anterior é retomada. A América perdeu a ingenuidade, ora.


Hoje estreia nos EUA a segunda temporada de VEEP, também da HBO [inspirada em sitcom da BBC, The Thick of It].


É a mais engraçada série de comédia dos últimos tempos, sátira política em que Julia Louis-Dreyfus [Elaine, de Seinfeld] faz Selina Meyer, a atrapalhada e desprezada vice-presidente dos Estados Unidos, que nunca recebe um telefonema do presidente, dá foras diariamente e tem uma equipe mais incompetente ainda.


VEEP vem de VP, sigla para vice-president.


Visivelmente inspirada em Sarah Paling, governadora do Alaska, candidata a vice-presidente na chapa republicana de John McCain contra Obama.


Julia está hilária. Foi indicada ao Globo de Ouro e ganhou o Emmy de 2013.


A série foi elogiadíssima, mas saiu com apenas 8 episódios na primeira temporada. Temiam uma reação negativa do público contaminado pela síndrome pós-Seinfeld- atores do legendário seriado não conseguiram emplacar nenhum sucesso posterior, presos aos personagens anteriores.


Primavera quente e florida.

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Published on April 14, 2013 08:40

April 11, 2013

não deixe a noite morrer


 


Chocado com o fim do STUDIO SP.


A casa que era muito mais que uma balada foi trolada pela fiscalização, fechou primeiro o espaço na Vila Madalena, e agora o da Augusta, depois do baque das estúpidas mortes da Boate Kiss, e, como toda a noite, viu o público cair com a nova e mais rigorosa LEI SECA.


Num país que não tem transporte público para boêmios, muitas casas vão penar.


Apesar de se gabar de sua vida noturna, música, noite, festas.


Vai fazer falta.


+++


 



 


Por isso, não deixe a noite morrer.


Vou voltar a divulgar eventos que motivem as pessoas.


Vamos nos mexer.


Nessa sexta, dia 11/04, festinha Piripaque no Cemitério de Automóveis


Soul, Funk e pérolas dos anos 60 e 50


Com show acústico de Lu Vitti – a partir das 22h


e discotecagem de Carcarah e Linn Jardim – do começo ao fim.


Rua Frei Caneca, 384.


O bar abre cedo, pra quem quiser colar direto do trabalho, e fica até tarde, com as portas fechadas depois da 1h, por causa do PSIU. Empreendimento dos empreendedores Mário Bortolotto e Danielle Cabral.


 


+++


A quinta edição do AuTORES EM CENA que, tradicionalmente, coloca escritores para serem dirigidos por diretores de teatro como atores, é apresentada no Itaú Cultural de 12 a 14 de abril (sexta-feira a domingo).


O evento idealizado pelo Marcelino Freire, também curador.


No primeiro dia (sexta-feira, 12), às 20h, homenagem ao autor e escritor Alberto Guzik (1944-2010) em texto dirigido por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez e com participação do grupo Os Satyros.


Depois, a poeta Micheliny Verunschk retoma a representação no espetáculo O Observador e o Nada. O texto é de sua autoria e ela foi dirigida por Guzik na primeira edição do AuTORES EM CENA, em 2006. Veja na página do Itaú Cultural:

 http://www.youtube.com/watch?v=AAXtrn1Ml…


PROGRAMAÇÃO:


AuTORES EM CENA


Sexta-feira, 12 de abril, a partir das 20h


(duração aproximada 30 minutos por ato)


I Ato


Homenagem ao autor e escritor Alberto Guzik (1944-2010) dirigida por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez e com participação do grupo Os Satyros.


II Ato


Representação do espetáculo O Observador e o Nada, dirigido em 2006 por Guzik exclusivamente para o AuTORES EM CENA, com atuação e texto de Micheliny Verunschk.


Sábado, 13 de abril, a partir das 20h


(duração aproximada 30 minutos por ato)


Erre de Rosto


Dirigida por Lourenço Mutarelli, com atuação dos desenhistas DW e Manu Maltez


As Joias


Dirigida por Fernanda D’Umbra e com atuação dos quadrinistas Laerte e Rafael Coutinho


Domingo, dia14 de abril, a partir das 19h


(duração aproximada: 2h)


Edição especial do ZAP! Zona Autônoma da Palavra – um Slam Brasileiro


Apresentação e direção do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos


Com nove jovens autores de diferentes cidades numa disputa poética.


Dona Edith, do Sarau da Cooperifa, é a convidada especial.


Entrada franca (ingressos distribuídos com 30 minutos de antecedência)


Estacionamento gratuito para bicicletas


Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô


Fones: 11. 2168-1776/1777


 


 www.itaucultural.org.br


 

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Published on April 11, 2013 17:23

April 10, 2013

a vez da retomédia – comédia da retomada


 



 


A GLOBO FILMES troca de comando.


Sai o diretor-executivo Cadu Rodrigues. A boataria aposta no anúncio da substituição no final do mês.


Jorge Peregrino, ex-UIP e Paramount Universal América Latina, que começou no antigo Instituto Nacional do Cinema, passou pela Embrafilme, Concine e pela Globo Vídeo, é o nome aventado.


O deboche, uma tradição brasileira que vem de longe, inspirada ainda no Teatro de Revista, ganhou as telas, passou pela Chanchada, Oscarito, Mazzaropi, as Vedetes, Pornochanchada, Trapalhões, é retomado e faz sucesso graças ao Cadu.


Na onda da Retomada, movimento de renascimento do cinema nacional depois do fim da Embrafilme graças a leis de incentivo, que começou em 1995 com… uma comédia [Carlota Joaquina], vemos um boom das RECOMÉDIAS.


A RETOMÉDIA é um movimento que veio para ficar e dar lucro.


Produtores tradicionais de outros gêneros, como Mariza Leão, focam agora neste filão; Mariza, que começou produzindo o marido Sérgio Rezende [Lamarca, O Homem da Capa Preta], levou recentemente ao cinema mais de 8,3 milhões de pessoas com sua “franquia” De Perna$ Pro Ar.


Números atualizados:


2003 – Os Normais – O Filme [2,9 milhões de pessoas]


2003 – Lisbela e o Prisioneiro [3,1 milhões de pessoas]


2004 – Sexo, Amor e Traição [2,219 milhões de pessoas]


2006 – Se Eu Fosse Você [3,6 milhões de pessoas]


2009 – Mulher Invisível [2,523 milhões de pessoas]


2010 –  De Pernas Pro Ar [3,5 milhões de pessoas]


2010 – Se Eu Fosse Você 2 [6,1 milhões de pessoas]


2011 – CiladaCom [3 milhões de pessoas]


2012 – E Aí… Comeu? [2,5 milhões de pessoas]


2012 – Até que a Sorte Nos Separe [3,4 milhões de pessoas]


2012 – De Pernas Pro Ar 2 [4, 818 milhões], já é o segundo em renda de 2013, perdendo apenas para João e Maria.


 


Estes filmes estão no ranking dos 20 filmes brasileiros mais assistidos de 2000 pra cá [35 milhões de pessoas].


Não é fraco, não.


Todos com parceria GLOBO FILMES [que entrou ou com grana, com participação, divulgação, foram produzidos, coproduzidos].


Dados do ano passado [Filme B]:


 



 


Recentemente, Cadu entrou numa atraente polêmica com o diretor pernambucano Kléber Mendonça Filho, de O Som ao Redor.


Kléber tinha sugerido à FOLHA que qualquer filme com suporte da Globo Filmes faz sucesso de público: “Se meu vizinho lançar o vídeo do churrasco dele no esquema da Globo Filmes, ele fará 200 mil espectadores no primeiro final de semana.”


O ex-diretor-executivo da Globo Filmes provocou o cineasta independente pernambucano no site da VEJA:


“Desafio o cineasta Kléber Mendonça Filho a produzir e dirigir um filme e fazer 200 mil espectadores com todo apoio da Globo Filmes! Se fizer, nada do nosso trabalho será cobrado do filme dele. Se não fizer os 200 000 assume publicamente que, como diretor, ele é talvez um bom critico”.


Em resposta à provocação de Cadu Rodrigues, Kléber postou no FACE:


“Isso não me parece correto, pois o valor de um filme, ou de um artista, não deveria residir única e exclusivamente nos número$. Sobre ser crítico ou cineasta, atuei como ambos e meu discurso permanece o mesmo, e sempre foi colocado publicamente, e não apenas em mesas de bar: o sistema Globo Filmes faz mal à ideia de cultura no Brasil, atrofia o conceito de diversidade no cinema brasileiro e adestra um público cada vez mais dopado para reagir a um cinema institucional e morto.”


Não acho correto questionar o estímulo do público, julgar sua reação. Soa pretensioso. O público de Os Normais é intelectualmente mais manobrável que o de O Som Ao Redor?


A polêmica, que parece uma birra regionalista- afinal sempre tem um cineasta pernambucano envolvido-,  lembra as grandes discussões de Glauber sobre o papel do cinema e do Estado.


É atraente, pois nas entrelinhas está o repto levantado em 1922 no palco do Theatro Municipal de São Paulo: é possível fazer arte de bom nível pras massas?


Kléber foi mais longe: “Devolvo outro desafio: Que a Globo Filmes, com todo o seu alcance e poder de comunicação, com a competência dos que a fazem, invista em pelo menos três projetos por ano que tenham a pretensão de ir além, projetos que não sumam do radar da cultura depois de três ou quatro meses cumprindo a meta de atrair alguns milhões de espectadores que não sabem nem exatamente o porquê de terem ido ver aquilo.”


Esse desafio não entendi. Os 35 milhões citados não saberão por que foram ver o que viram, se esquecerão em meses do que viram, será digerido como um fast-movie?


Independente da polêmica, o filme de Kléber é dos melhores feitos no Brasil, surpreende, prende, é genial e ponto.


Não só os filmes, mas a cultura de PERNAMBUCO faz um bem danado ao país, revela talentos, questiona a linguagem, emociona, nos faz pensar.


E o legado de CADU não precisa de respaldo.


Questionou o mercado viciado em leis de inventivo, cuja maioria dos filmes não se paga.


Se levou a tela da TV para a tela do cinema, soube incentivar novos cômicos, uma nova geração de autores e atores, deu lucro, levou uma multidão aos cinemas e como capitalista fez jus ao cargo.


Parabéns Kléber, parabéns Cadu. Obrigado a ambos.


O cinema brasileiro vive um momento in$pirado e inspirador.

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Published on April 10, 2013 08:19

April 7, 2013

o pensador de rodin sumiu


 


Salamê minguê


 


É mais ou menos assim que funciona o mundo digital do qual você é escravo: um impulso elétrico encontra dois caminhos, faz “uni duni” velozmente, dispensa o “te” e segue. O processo se repete, se repete, se repete. Linguagem binária não aceita “salamê mingue”. Segue. Zero ou um, sim ou não, aceito ou rejeito, nada de talvez, indecisão, pensamento dialético, “sorvete colorê”. Aqueles que pensam muito, perdem o bonde da história, ou melhor, a conexão. O escolhido não foi você.


O GPS registra nossos espaços com tanta determinação, que não tem mais discussão: é em frente, direita ou esquerda. Heil GPS! Sites de buscas, mapas fotografados, Google Earth, a cidade registrada por cima, por baixo, em que podemos passear com mouse, dar um zoom, formam os aplicativos que não deixam dúvidas. Nossos tataranetos poderão ver onde e como moramos, por aonde circulamos, as casas em que fomos e foram gerados, rirem de pedestres tropeçando, bêbados golfando, gente em quintais e lajes fotografadas por satélites invasivos e invisíveis, que não respeitam a privacidade das sombras.


O Google Maps me ignorou. Estava na Ponte Engenheiro Roberto Rossi Zuccolo, mais conhecida como Ponte Cidade Jardim. Vi na direção contrária o carro com a câmera no teto. Até acenei. Queria me eternizar. Acabei de checar. Não estou na foto.


Como também sumiu meu amigo O Pensador.


Sumiu?


A Universidade de Stanford se gaba por ter 200 de esculturas de Rodin espalhadas pelo campus. Estão lá O Pensador e Burghers de Calais. Originais. Era um clichê O Pensador pensar entre as duas bibliotecas, Mayer e Green. Durante o ano em que vivi ali, o encontrava todos os dias. Pensava, pensava, pensava, enquanto turistas o observavam. O que tanto pensava?


A estátua causava um frisson em todos os calouros e visitantes. Afinal, era dos poucos originais do escultor, assim, ao relento como nós. Muitos almoçavam nos bancos para ter a companhia de alguém (algo) tão ilustre. Mas, depois de um tempo, ganhava a relevância de um hidrante ou poste a ser desviado por ciclistas, cadeirantes, pedestres, já que ficava no meio de uma ladeira.


No final minha da bolsa, passei a registrar cada visão, paisagem e prédios de arquitetura espanhola, que sofreram danos no terremoto de Loma Prieta de 17 de outubro de 1989 (7,1 na escala Richter), com saudade antecipada. Numa tarde ensolarada cheirando a feno seco de começo de verão, decidi pela primeira vez parar e ouvir o que dizia a guia turística a uma dezena de pessoas em férias diante do The Thinker.


Depois de expor obviedades como por que a estátua estava diante da biblioteca e de costas para ela, perguntou se reparamos em algo estranho. Ninguém reparou. Nunca reparei, nas centenas de vezes que passei por ali sob sol, chuva, de dia, de noite, bêbado, com pressa, distraído ou atento. Era apenas a figura mitológica impressionista, de bronze, enorme, pensando com a mão no queixo, rejeitada pela escola de Belas Artes de Paris, parte da obra Os Portões do Inferno, inspirada em Dante, que também está em Stanford. Indica paz, reflexão, refletindo infinitamente, persistente, alimenta centenas de interpretações, o longo caminho a ser percorrido pelo homem, que pensar talvez não seja apenas um processo, mas a essência, penso, logo existo, não?


“Tá apoiado no joelho errado”, ousou a menininha de uns seis anos.


A monitora apontou para ela, exultante. Poucos talvez ninguém respondera àquela pergunta que tantas vezes fizera, já que estavam mais interessados em fotografar do que reviver tempos de escola em que professores assustam com perguntas repentinas que atravessam a sala como flechas e furam a testa dos distraídos. “Repete, queridinha, por favor.”


Nada. Timidez. Se escondeu atrás dos pais, como se tivesse feito uma travessura num ambiente clerical. “Sim, ele está apoiado no joelho errado. Numa posição extremamente desconfortável. Estão vendo?”, a monitora apontou. Examinamos os cotovelos e joelhos da estátua. Estranho. A mão no queixo, OK. O braço dobrado, OK. Mas o cotovelo direito não está apoiado no joelho direito, como seria o natural, mas no joelho esquerdo!


Automaticamente, todos do grupo se entortaram, alguns se agacharam e tentaram imitar a posição. É preciso hiperestender o deltoide, relaxar o tríceps. O Pensador está naquela posição há mais de 130 anos! Suas costas devem estar em frangalhos. A dor na nuca, o supra-espinhal forçando o manguito rotador…


“A posição é relaxada?”, perguntou a monitora.


“Não”, respondemos unânimes.


“Não?”, repetiu.


Como coreografados e numa classe do primário, fizemos o não com a cabeça, incrédulos por nunca termos notado algo tão revelador.


“E o que o artista quis dizer?”


O quê? Ninguém aguentava mais aquele interrogatório. O suspense fazia parte do show. Era a peripécia de Aristóteles, que antecede a revelação. Experiente, manteve o timing perfeito. Que manteve em todas as visitas monitoradas que fez. Sabia já como reagiriam à novidade. Talvez aquela garotinha fosse parte da performance, do complô!


Congelou a expressão como uma caricatura. Enquanto a de Rodin, sóbria, a monitora tinha o rosto esquisito, como O Grito, de Minch. Quando enfim sorriu, respirou fundo e anunciou, o ponto de virada, como se ela mesma tivesse descoberto, o que o artista quis dizer:


“Pensar requer esforço, raciocinar é um desgaste também físico, pode trazer sofrimento, dor, que a humanidade passou por muitos traumas para chegar aonde estamos, que filósofos se contradisseram, um movimento artístico negou o anterior, que guerras foram travadas, para haver paz, justiça, que…”


A essa altura, com raiva de ter passado por aquela escultura obstáculo tantas vezes, examinei o dorso, o quadril, as costelas à mostra, o braço esquerdo apoiado naturalmente, e o direito completamente tencionado. Pensei se O Pensador tinha consciência do começo, meio e fim e, portanto, do tempo. Pensar, só pensar, leva à ação?


Deixa pra lá.


O Pensador de Rodin não sumiu.


A escultura de uma tonelada, instalada ao ar livre em 1988, foi removida para um ambiente fechado, o Cantor Arts Center.


Descobri casualmente nessa semana aqui no Sumaré, passeando pelo campus pelo Google Maps e me surpreendendo com o vazio entre as bibliotecas.


Foi pensar sem ser incomodado.


Será que assim chega a uma conclusão?


 


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Published on April 07, 2013 17:35

April 5, 2013

dar uma de migué


 


“O homem que volta ao mesmo rio, nem o rio é o mesmo rio, nem o homem é o mesmo homem.”


Heráclito é dos meus filósofos favoritos.


Pra mim é um dos pensadores mais pops.


Profundamente simples. Tem simplicidade na profundeza.


Reparei que, na volta, tentamos refazer o caminho da ida.


Uma forma mais segura de seguir, já que se conhece o chão e os atalhos.


Nunca entendi por que a volta parece mais rápida que a ida.


Por que as novidades ficaram para o passado?


O homem tente a caminhar junto. Tende a imitar.


Até aquele que quer rodar.


Fui, voltei, fotografia a ida na volta, e a volta com a ida na pausa.


 



 



 


É para isso que serve um passeio na praia, para descobrir como tudo começou.


E que o caminho da volta não é o mesmo do da ida, se quem volta, volta outro.


“Ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece, já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras.”


Você sabe quem disse isso.


 


+++


 


Não, o Governador não se desculpou, nem seu secretário. Ficamos por isso mesmo.


Dar de migué é a tática preferida de muitos brasileiros.


No fundo, somos todos um pouco caipira e muito mineiro.

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Published on April 05, 2013 16:35

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Marcelo Rubens Paiva
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