Marcelo Rubens Paiva's Blog, page 10

May 27, 2019

‘Chernobyl’ pegou

A série inglesa da Sky com HBO, Chernobyl, que dramatiza a explosão em 1996 do reator atômico da usina nuclear na Ucrânia, foi lançada sem alarde no Brasil na esteira do bafão do final de Game of Thrones.

No entanto, o boca a boca já faz da série um cult: tem a avaliação do IMDB (9,6) maior que de Breaking Bad (9,5) e da própria GoT (9,4).

No site Rotten Tomatoes chega na incrível marca 96% .

Três episódios dos cinco totais da produção filmada na Lituânia já foram ao ar:

1:25:45, título referente ao horário exato da explosão,

Please Remais Calm, em que autoridades da burocracia da União Soviética abafam a tragédia, apesar dos riscos

Open Wide, O Earth, em que físicos revelam que o acidente é uma catástrofe mundial e começam a solucionar o problema dias depois da tragédia.

Ainda virão The Happines of All Mankind e Vichnaya Pamyat, que serão exibidos aqui pela HBO às 21h dos próximos domingos 2 e 9 de junho.

No Brasil, está uma semana atrasada. Os sites piratas de torrent suprem a curiosidade dos ansiosos.

A dupla de diretor e roteirista Johan Renck e Craig Mazin não poupa o espectador de exibir detalhes terríveis do que a radiação pode fazer ao corpo humano.

Não colocou música na abertura nem no encerramento.

Começa-se em silêncio, com os créditos numa tela preta, como num minuto de silêncio que exige luto e reflexão, e termina do mesmo jeito.

Consegue recriar a atmosfera da União Soviética dos anos 1980, do figurino ao corte de cabelo, passado pelos carros. E passar o terror pelo qual o planeta esteve envolvido.

A premiadíssima Emily Watson faz Ulana, cientista da Bielorrússia que entende a gravidade do acidente.

Jared Haris, o executivo inglês de Mad Men, faz Valery Legasov, o projetista da usina que se vê obrigado a falar ao incrédulo Gorbachev, blindado pelos burocratas do partido, e alarmado pelos líderes mundial, da gravidade da situação.

Spoiler: se não fosse o sacrifício de alguns técnicos da usina, bombeiros, cientistas e mineiros, que sabiam que ia morrer contaminados dias ou meses depois, metade de Europa estaria inabitável hoje em dia.

Muitos explicam o sucesso da série pelo receio do que estamos causando ao planeta.

Outros, pelo descrédito atual dos governantes. O que se tem denominado distopia.

O acidente mudou o mundo. Alemanha desligou suas usinas nucleares.

Países da Europa impõem prazos para a implantação de 100% de energia limpa.

Parques eólicos se espalham.

O mal veio para o bem. Se é que tem volta…

 

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Published on May 27, 2019 07:13

May 23, 2019

Brasil na mira do FBI

Nosso caso de amor com ícones americanos vai além de Hollywood e Harvard.

Agora, trocamos dados e informações com o FBI. O da vida real.

Não é série da Netflix, não.

Johnson & Johnson, Siemens, GE e Philips estão sendo investigadas pelo FBI por pagarem propina a autoridades brasileiras da área da saúde.

São mais de 20 empresas acusadas de constituírem um cartel para que seus equipamentos médicos, como aparelhos de ressonância magnética e protética, fossem comprados por clínicas e hospitais.

O cartel fixava os preços para equipamentos e outros produtos.

O golpe já dura duas décadas.

O bureau entrou no caso depois das suspeitas levantadas pela procuradora federal brasileira, Marisa Varotto Ferrari, numa investigação sem precedentes, já que se trata de gigantes americanas e europeias do setor.

Marisa, da força-tarefa do MPF no Rio de Janeiro, formada por procuradores da República nos trabalhos de investigação na primeira instância da Justiça Federal do RJ, confirmou em entrevista a Brad Brooks, da Agência Reuters, que o MP está dividindo informações com o FBI.

A procuradora troca documentos com o Departamento de Justiça americano, de que recebe assistência.

O ex-presidente da GE para América Latina, Daurio Speranzini, foi acusado de fazer parte do cartel, enquanto trabalhava para Philips Healthcare, de onde teria sido demitido por fraude.

Seu advogado nega. Speranzini se declara inocente e deixou a GE em novembro.

Ele chegou a ser preso em 4 de junho de 2018 com outras 20 pessoas na Operação Ressonância, da PF, que investigava fraudes em licitações para o fornecimento ao Estado do RJ de equipamentos médicos e hospitalares.

A Philips e a Johnson & Johnson confirmaram à Reuters a investigação de que as empresas inflacionam os preços e colaboram com as autoridades americanas.

As acusações vieram da delação de Cesar Romero, ex-subsecretário de Saúde do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo a testemunha, existia um “clube internacional de subornos”, que incluía outras empresas multinacionais do setor de saúde.

Elas podem ser punidas e multadas graças à lei americana de combate à corrupção, o FCPA (Foreign Corrupt Practices Act), que proíbe desde 1977 empresas e cidadãos americanos ou que tenham sede no país a pagar propina para obter vantagens.

 

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Published on May 23, 2019 08:12

May 21, 2019

Audiovisual brasileiro sai do coma

A Agência Nacional de Cinema (Ancine) volta a aceitar projetos

Depois de semanas de coma induzido pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que vetou as contas da agência, paralisando todo audiovisual brasileiro, o setor se normaliza.

A agência voltou a aceitar inscrições de projetos, retoma as atividades de fomento e opera normalmente, depois de um novo acórdão do TCU (Acórdão  992/2019, em resposta ao Embargo de Declaração interposto).

O novo documento esclarece questões relacionadas a determinações do órgão de controle sobre os processos de prestação de contas de alguns projetos audiovisuais, bem como questões relativas à operação regular.

O mercado sofre muito preconceito de uma ala da nova política, mas representa uma fatia minúscula (0,64%) da renúncia fiscal no Brasil (quadro acima).

E os números do audiovisual brasileiro são impressionantes.

Gerou receita de R$ 42,7 bilhões em 2015.  R$ 24,5 bilhões foram adicionados à economia brasileira.

Teve R$ 2,13 bilhões de impostos diretos recolhidos, mais R$ 1,25 bilhões de indiretos.

O segmento gastou R$ 134 bilhões em 2015 em publicidade. Em 2013, eram 169 mil empregados, mais 327 mil empregos indiretos, com salário médio de mais de R$ 3,5 mil (de contribuintes que pagam impostos).

Números do IBGE, MIP (Matriz Insumo Produto).

Parar tudo isso, porque as contas não batem em uma ou outra produção pelos rigorosos critérios da Ancine e TCU e excesso de burocracia?

Em seu site, a Ancine manifesta satisfação com os esclarecimentos prestados pelo TCU e reafirma a importância estratégica das políticas de fomento como indutoras do crescimento expressivo apresentado pelo setor audiovisual nos últimos anos.

“Além de gerar emprego e renda, o audiovisual contribui de forma incontestável para o desenvolvimento cultural e artístico do país. A Agência Nacional do Cinema sempre buscará, por todos os meios legais, garantir a continuidade de mecanismos de fomento como o Fundo Setorial do Audiovisual e a Lei do Audiovisual’, explica.

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Published on May 21, 2019 08:47

May 19, 2019

Macropolítica de Game of Thrones

A bandeira de todos os líderes é libertar os escravos, chegar a um mundo livre, utopia. Mas o limite dessa luta é muito próximo ao da  aniquilação total. Ela trouxe a destruição de Dresden, Hiroshima, Nagasaki, viu-se Guernica, e do que a Humanidade é capaz. Como a destruição de Porto Real.

Um dos segredos sucesso de Game of Thrones está no fato de se tratar de temas atuais e historicamente redundantes com ares de ficção medieval.

O dilema da rainha Daenerys, que nem chegou a se sentar no trono, foi o de todas as revoluções (Francesa, Russa, Cultural Chinesa): deve-se implementar um regime de terror para liberar o povo? Um tirania justifica outra? Dany, assim, como Júlio Cesar, Danton e Trotsky, foi sacrificada.

A crise da representatividade, simbolizada na crise da governabilidade, é o plot principal da série: em debate a popularidade e governo.

A tirania, ou o autoritarismo, é a única saída para a paz, enquanto as democracias andam em crise?

No mais, por que os reinos têm que se unir num bloco só (Comunidade Europeia, Nafta, Mercosul, Pacto Andino, OTAN), como os Sete Reinos? Países, reinos, crescem mais e se desenvolvem se unidos?

Blocos, sim, são necessários, para competirem entre si. Para os Sete Reinos, a união era necessária, já que os White Walkers eram o inimigo (bloco)  comum de toda a espécie. Se os vivos foram vitoriosos contra os mortos, para que continuarem unidos?

Por que um rei, se podemos escolher o líder, que se reveza? Questão levantada no fim do absolutismo. E no final da série.

Paz alcançada, para que Inglaterra deve se unir à França, Alemanha e Itália, que quase se destruíram no século 20? Questão levantada pelo Brexit. E o Reino no Norte continua independente, como o Reino Unido, com sua rainha própria, Sansa Stark? E o que tem depois dos mares? Questão levantada pela Renascença.

Com o colapso da URSS, por que a Europa do Oeste precisa se unir? E para que serve a OTAN, grande questão levantada pelos russos, se eles não têm mais ascensão política e militar sobre os países do Leste Europeu?

É preciso de uma muralha para separar Estados Unidos do México?

E os movimentos separatistas? A Espanha estaria melhor com a Catalunha e Países Bascos fora do reino?

É necessário um excedente militar, uma arma nuclear, ou um dragão, que torna os combates desproporcionais, para se chegar a um entendimento?

Se muitos diziam que o mundo dividido em blocos, sentados sobre ogivas nucleares nas pontas de mísseis, era a forma de se acabar com o abuso e a insanidade de guerras mundiais, sentar-se sobre dragões também pode trazer paz.

É bíblico: estamos sempre na balança entre o apocalipse e o paraíso.

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Published on May 19, 2019 19:45

Macropolítica e o final de Game of Thrones

A intenção de todos os líderes é libertar os escravos, chegar a um mundo livre, a uma utopia. Mas o limite dessa luta é muito próximo ao da aniquilação total.

Um dos segredos sucesso de Game of Thrones reside no fato de se tratar de temas atuais com ares de ficção medieval.

A crise da representatividade, simbolizada na crise da governabilidade, é o plot principal da série. Está em debate popularidade e governo.

A tirania, ou o autoritarismo, é a única saída para a paz, enquanto as democracias andam em crise?

No mais, por que os reinos têm que se unir num bloco só (Comunidade Europeia, Nafta, Mercosul, Pacto Andino, OTAN), como os Sete Reinos?

Os países, reinos, crescem e se desenvolvem se unidos?

Blocos, sim, para competirem entre si. Para os Sete Reinos, a união era necessária, já que os White Walkers eram o inimigo comum de toda a espécie.

Se os vivos foram vitoriosos contra os mortos, para que continuarem unidos?

Por que um rei, se podemos escolher o líder, que se reveza? Questão levantada no fim do absolutismo. E no final da série.

Paz alcançada, para que Inglaterra deve se unir à França, Alemanha e Itália, que quase se destruíram no século 20? Questão levantada pelo Brexit. E o Reino no Norte continua independente, como o Reino Unido, com sua rainha própria.

E o que tem depois dos mares? Questão levantada pela Renascença.

Com o colapso da URSS, por que a Europa do Oeste precisa se unir? E para que serve a OTAN, grande questão levantada pelos russos, se eles não têm mais ascensão política e militar sobre os países do Leste Europeu?

É preciso de uma muralha para separar Estados Unidos do México?

E os movimentos separatistas? A Espanha estaria melhor com a Catalunha e Países Bascos fora do reino?

É necessário um excedente militar, uma arma nuclear, ou um dragão, que torna os combates desproporcionais, para se chegar a um entendimento?

Se muitos diziam que o mundo dividido em blocos, sentados sobre ogivas nucleares nas pontas de mísseis, era a forma de se acabar com o abuso e a insanidade de guerras mundiais, sentar-se sobre dragões também pode trazer paz.

Trouxe a destruição de Dresden, Hiroshima, Nagasaki, viu-se Guernica, e do que a Humanidade é capaz. Como a destruição de Porto Real.

Estamos sempre na balança entre o apocalipse e o paraíso. Trouxe a paz?

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Published on May 19, 2019 19:45

May 18, 2019

Virada Cultural ao vivo no streaming

Spcine Play transmite a Virada Cultural de São Paulo via Looke (na noite e madrugada dos dias 18 e 19 de maio).

A parceria entre a produtora-distribuidora de audiovisual com a plataforma de streaming nacional que mais usa conteúdo brasileiro se afina cada vez mais.

Além de promover exibições na Avenida Paulista, a Spcine transmite ao vivo através da Looke eventos da Virada pela primeira vez e para todo o Brasil.

Tudo pelo site www.spcineplay.com.br

Serão exibidas durante quatro horas, das 23h de sábado (18) às 3h do domingo (19), as atrações do palco Theatro Municipal.

Como o espetáculo Terreiro Urbano (companhia Treme Terra), inspirado na mitologia dos orixás.

O grande Lirinha com o Z’África Brasil são os convidados especiais, assim como Criolo, Flora Matos, Karol Conka e Danna Lisboa.

Apresentada pela atriz Ana Flávia Cavalcanti, a transmissão inclui encontro entre Drik Barbosa, As Bahias e a Cozinha Mineira, Luedi Luna e Linn da Quebrada.

O cinema estará em toda parte da cidade.

Na Paulista, clássicos da cinematografia brasileira serão exibidos no Vão Livre do MASP. A noitada começa sábado:

A Hora da Estrela, às 18h30

A Margem, às 20h45, com trilha sonora ao vivo interpretada por Kiko Dinucci e Cadu Tenório

A Hora e a Vez de Augusto Matraga, às 23h

São Paulo S/A, à 1h10, com trilha sonora ao vivo do grupo Bodes & Elefantes

O Beijo no Asfalto, às 3h15, na madrugada de domingo.

Na Praça Osvaldo Cruz, entre 19h e 6h, projeção de clipes de bandas.

As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra, será exibido ao ar livre às 21h30 no Centro Cultural Fiesp.

Cemitério Maldito à meia-noite no Instituto Moreira Salles.

Tarantino estará nas salas do Circuito Spcine do Centro Cultural São Paulo.

A mostra Deuses e Monstros do Japão do Cine Phenomena rola no porão do CCSP. Serão 20 horas de filmes nipônicos com histórias de monstros, ficção científica.

No Spcine Olido, documentários de Frank Zappa, Nick Cave, Paco de Lucia e James Brown.

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Published on May 18, 2019 09:21

May 16, 2019

Cartazes são o destaque das manifestações

O meio é a mensagem, propôs Marshall McLuhan.

Na era em que se pede respeito à diversidade, a tese se comprova. Em tempos de redes sociais, os cartazes visam e são apontados para elas. E, claro, em sintonia com a sua essência: a democratização da informação.

No passado, as passeatas eram pontuadas por poucas e enormes faixas. Para serem vistas pela população e, principalmente, estarem legíveis nas capas dos jornais.

Era a chamada “bandeira do movimento”; o que ele propunha e contra o que protestava.

Não existe mais a faixa que a liderança carrega, ou a bandeira que o grupo ideológico predominante desfralda, mas cartolinas coloridas, com colagem, preparadas antes ou na própria manifestação, para serem carregadas individualmente ou passarem de mão em mão.

Até por crianças (como os ex-coleguinhas dos meus filhos).

E, claro, serem fotografadas e postadas no Face, Insta, Twitter e grupos de WhatsApp.

Aliás, em muitos grupos, lia-se a mensagem: “Tragam cartolinas, cola e canetas”.

Bolsonaro provocou, “manifestantes são imbecis que não sabem a fórmula da água”, lá estava o cartaz H20.

O Ministro da Educação explicou os cortes com uma demonstração com chocolates, eles apareceram em muitos cartazes.

Até a frase referência de Game of Thrones foi lembrada.

E, o mais importante, além de se destacarem, passaram a mensagem.

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Published on May 16, 2019 07:20

May 12, 2019

Como será o final de Game of Thrones?

Não contém spoilers. Até porque o final não foi ao ar (só semana que vem).

Em que finalmente quem se sentará no Trono de Ferro, o trono de espadas dos derrotados de uma rebelião, esculpido a fogo por um dragão, será revelado.

O Artigo 5º. da Constituição me garante a livre manifestação do pensamento.

Roteirista não deixa nada barato. Cada palavra, cada expressão facial, cada conflito está dentro de um todo. Desde os manuais mais antigos da dramaturgia (Aristóteles), se uma cena não tem “beat”, não faz parte da trama, não tem nada a acrescentar, não entra.

Muitos já perceberam que, para escrever a última temporada, os roteiristas se debruçaram sobre a primeira e fechar ‘janelas” abertas.

A frase “not today”, que Arya diz para o Rei dos Mortos, afirmando não ser dia de morrer, surgiu na primeira temporada (ela aprendeu com seu professor de esgrima).

Como ensinar a irmã Sansa a matar alguém: ”Espete pela ponta da espada”.

Pela primeira temporada, descobre-se do que pode rolar na última.

Aqui vão os chutes, se os roteiristas não estiverem numa maestria dramática enganando quem tem olhos afiados para a trama. Aliás, maestria dramática é o que têm de sobra.

Daenerys vai morrer com seu último filho (dragão). A construção da personagem é incrível. Seduziu a todos. Mas tem perfil de tirana, não de rainha justa dos Sete Reinos. É vingativa. Não pode ter filhos. E acaba de solicitar um caminhão de mentira, para Jon Snow não revelar de quem é filho.

Jon, o verdadeiro herdeiro, fez uma promessa, quando virou cavaleiro da muralha: não se casar e não ter filhos. A muralha não existe mais. Porém, deve ser reconstruída. Os Night Walkers podem voltar, como há dez mil anos antes. E os Selvagens o querem de volta.

Cersei vai dançar. Jaime também. O casal incestuoso será morto sem piedade. Causaram muita maldade nos reinos, e são apenas ricos e bonitos, não líderes.

Sansa pode ser a rainha. Com seu ex-marido Tyrion, o único personagem bem-humorado e justo da série, como Mão do Rei (uma espécie de primeiro-ministro), formam uma boa dupla.

Se tiverem um filho, seria um Lannister Stark, ou seja, bem nobre.

Ela tem direito ao trono, já foi prometida ao psicopatinha usurpador dele, Joffrey.

Seu pai, Ned Stark, só não foi rei, no complô que derrubou o Rei Louco (Targaryen), porque tinha empatia de sobra, era muito justo e transparente. Perdeu o trono e a cabeça.

Porém, os conspiradores bolaram uma exótica teoria.

O Rei da Noite seria Bran (de brain, cérebro?).

Faz sentido. Ele encontrou na invasão dos Caminhantes a forma de unir os reinos na sua vingança contra os Lannisters e levar a irmã para o trono. Outra: nenhum parente Stark morreu na guerra contra o Rei da Noite. Outra: seu corvo de três olhos que o fez ressuscitar da morte.

Mas o Rei da Noite não ia matá-lo? Quem disse? A irmazinha interveio antes: “Not today”.

Outra. Na primeira temporada, enquanto se recuperava do acidente, uma contadora de histórias falava em detalhes da lenda dos Caminhantes Brancos. E ele (através do corvo) era o único com acesso aos mortos do outro lado da muralha. Sempre os “visitava”. Cara família, poupou Jon Snow e as irmãs.

Convincente?

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Published on May 12, 2019 11:10

May 9, 2019

Números dos falsos seguidores de @jairbolsonaro

Jair Bolsonaro é assíduo no Twitter. Sua conta, oficial. Através dela, derrubou a bolsa e criou polêmicas. Por ela, governa, critica a imprensa e adversários políticos.

Mas parte considerável (dos seguidores) é fake (bots).

É o que descobri stalkeando o Twitter mais poderoso da República, @jairbolsonaro, que muitos afirmam ser gerido pelo filho Carlos, o vereador mais influente da mesma, pelas agências e auditorias e controle de contas das rede sociais.

A companhia de software SparkToro afirma que 60,9% dos seguidores de Jair Bolsonaro são falsos (spam, bots, propaganda ou inativos).

A SparkToro chegou a esses dados após descobrir que 87% deles quase não têm seguidores, 69% usam locações que não se encaixam, 94% não têm URL e 61% das contas foram criadas há menos de 60 dias, além de outros dados que usam para definir o que é falso.

O site StatusPeople vai mais longe: apenas 27% dos seguidores são comprovadamente reais, 7% são falsos e 66%, inativos.

Já a auditoria TwitterAudit atesta que apenas a metade dos seguidores é real. A outra metade é composta por falsos ou incertos.

Não se sabe ao certo quem segue o presidente. Mas sabemos que, quem interessa a ele, segue.

Manda recados quase diariamente.

Bolsonaro tem tiradas bem-humoradas, quando escreveu, sobre o meme acima (que abre o post), em 6 de maio: “Kkkkk… boa montagem! Vocês são demais!”

Ele tem 4,14 milhões de seguidores. Ganha de todos os concorrentes diretos da campanha de 2018: Marina Silva (2 milhões), Fernando Haddad (1,42 mi), Geraldo Alckmin (1 mil) e Ciro Gomes (644 mil).

Ganha também de Macron (3,91 mi) e Theresa May (836 mil).

Ganha da política de maior expressão da direita francesa, Marine Le Pen (2,24 mi).

Mas perde para seu mentor, Trump (60 mi).

E de lavada para precursor do uso das redes sociais em campanhas políticas, Obama (106 mi).

Alguns nitidamente não foram ele quem escreveu, como: “As expansões das linhas de produção promovidas pelo polo cervejeiro de Pernambuco, concentrado em Igarassu e Itapissuma, têm impactado positivamente nas operações de carga efetuadas pelo porto de Recife”.

Causou uma enxurrada de memes quando anunciou no começo do mês: “Mais uma boa notícia: abertura do mercado da Argentina para abacates do Brasi! A primeira carga chegou em 30/04/19 e estão a caminho mais duas. O mercado foi aberto após a reunião bilateral da Ministra @TerezaCrisMS com representantes do governo argentino, ocorrida em janeiro.”

E já cometeu erros crassos, como confundir “ídolo” com “fã”, o que eu também fazia quando criança. Mal de família, já que o filho Eduardo escreveu num post “fundo do posso”.

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Published on May 09, 2019 07:03

May 7, 2019

Kennedys mortos ou covardes?

A banda punk Dead Kennedys vinha agora em maio ao Brasil fazer quatro shows (Rio, São Paulo, BH e Brasília).

Comemorariam 40 anos de estrada.

O cartaz confeccionado por Cristiano Suarez, sob responsabilidade dos produtores brasileiros, que adaptava uma frase de Apocalipse Now à realidade brasileira, causou polêmica e furor nas redes sociais.

E foi atacado.

Ele mostra palhaços com símbolo do Integralismo, organização brasileira de inspiração nazifascista, camiseta da Seleção Brasileira e armas diante de uma favela bombardeada.

“I love the smell of poor dead in the morning” (eu adoro o cheiro de pobres mortos de manhã), referência à música Kill The Poor, é uma adaptação da grande frase proferida por Robert Duvall (indicado ao Oscar de ator coadjuvante e que levou o Globo de Ouro), “I love the smell of Napalm in the morning”, escrita pelo roteirista John Millus para a obra prima de Coppola.

Os Dead Kennedys viraram Chicken Kennedys para os produtores, que engoliram um tremendo preju.

A banda fugiu da raia, cancelando a turnê.

Vingam-se vendendo posters e camisetas trocando Dead por Chickens (covardes): https://ev7live.lojaintegrada.com.br/...

Mas tem quem a defende.

João Gordo, da banda hardcore Ratos do Porão, disse ontem em entrevista ao site Sul21:

“Se eu fosse tocar em Bangladesh e o produtor de Bangladesh fizesse um pôster anti-muçulmano. Eu não conheço as tretas do país, eu não conheço o que se passa lá, eu tenho 60 anos de idade, eu sou tiozinho, eu não sou punk de 25 anos, anarquista. É o caso dos caras do Dead Kennedys, eles querem vir, tocar o som deles e ir embora.”

Achou correta a atitude da banda que afirmou que não autorizara o cartaz e não quer se envolver com a polarização política brasileira.

“Os fãs do Dead Kennedys foram tão fascistas quanto os bolsominions, em xingar os caras, destratar a banda. Os membros da banda têm mais de 60 anos, são gringos, vão vir aqui no Brasil pra tomar catarrada de moleque? Era isso que ia acontecer. Eu vejo todo esse lado, porque eu estou aqui dentro, eu sou músico, eu sei qual é que é, enfrento isso a vida inteira.”

Nem Dead Kennedys, nem Chicken Kennedy, apenas Old Pall Retired Kennedys.

Cansaram-se da provocação.

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Published on May 07, 2019 08:12

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Marcelo Rubens Paiva
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