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É sempre agradável pensar isso.

Parecia-me uma boa filosofia. "Dentro de cinco anos", pensei, "eu a julgarei tão tola como todas as outras boas filosofias que já adotei".

É porque já vivi muito que agora posso apreciar tanto todas as coisas.

Responda imediatamente, sem pensar. Que faria se pudesse fazer o que quisesse?

Brett me olhava bem nos olhos, com aquele seu jeito que nos fazia duvidar de que via realmente com seus próprios olhos. E os olhos dela continuariam a olhar, depois que todos os olhos do mundo tivessem cessado de olhar. Olhava como se nada existisse na Terra, que não tivesse ousado olhar assim e, na verdade, tinha medo de tantas coisas!

Tanto faz um país como outro. Tenho experiência disso. Não podemos sair de dentro de nós mesmos. Não adianta.

A resposta é simples: nada do que se vive é realmente novo, mas o ato de contar, sim. E há beleza em reconhecer que o mundo permanece - apesar de nós.

Mas o ponto não é que estão perdidos. É que continuam procurando. É aí que mora a esperança. No continuar.

Nunca me interessei por literatura que só "descreve" a vida. O que eu buscava era outra coisa: fazer com que o leitor sentisse o que os personagens estavam vivendo. Como se estivesse lá. Por isso, escrevi tentando dar forma àquilo que não se vê. Sete oitavos de tudo o que importa está submerso - como um iceberg. Essa é a regra.

Eu queria escrever algo simples e honesto, sem truques. Esse era o ponto todo.

O amor, por si só, já é um perigo gigantesco.

A água nos separava e isso é a nossa verdade, temos um mar de esquecimento entre nós.

As palavras vieram, isso é muito bom, mas tem paciência. É como reconstruir uma cidade depois de um terramoto.

tudo que é importante começou como um mistério e esse mistério é como um mar aberto que você tem que ter coragem para atravessar.

A única mentira perigosa era aquela que demandava que eu me comprimisse numa única entidade conveniente à compreensão das pessoas.

como seria minha vida depois disso, de saber dessas existências?

Ele parecia genuinamente confuso com a minha surpresa, como se a ideia de uma coincidência fosse sutileza demais para ele. A vida é sempre assim. Ninguém tem a reação certa para coisa alguma.

E agora dirá algumas coisas. As que se podem dizer de enfiada, como uma corda. Aquelas de que se lembra, as que se acendem (...) As que têm de se dizer baixinho e as que têm de se dizer pouco a pouco. As que queimam. (...) Eu ouvirei. Depois direi algumas coisas. O que conseguir. E depois o dia nascerá. Primeiro em tom cinzento, depois de azul e depois de amarelo.

Quero que me contes tudo (...) Depois, eu quero contar-te tudo (...) Tudo. E, quando terminarmos, veremos quem somos.

As coisas chamam-se como as pessoas lhe chamam.

pareceu-me muito triste e não tão triste ao mesmo tempo. Como uma troca. Como uma lei de vida. Alguns partem para dar lugar a outros que chegam.

Mas eu queria um homem que amasse a terra e também as ideias.

Lança-as aqui, lança as coisas que desejavas aqui, no meio do caminho, nesta encosta, tudo aquilo em que pensavas. As coisas que amavas (...) Uma mulher fica com vontade de ter uma vida pequena. Uma vida mirrada como uma pedrinha bonita. Uma vida que caiba num bolso.

Alguns homens ficam com a língua presa e seca dentro da boca, tanto que nem sequer sabem abri-la para dizer coisas bonitas aos filhos, ou coisas bonitas aos netos, e assim se perdem as histórias das famílias

É uma pena que os homens se consumam tão depressa, e que os outros homens se aferrem aos corpos vazios e os escondam e os enterrem para não verem o que também vai acontecer com eles.

O riso era a única coisa boa, era uma almofada, era como comer uma pêra, era como enfiar os pés numa queda de água num dia de verão.

Vínhamos do mar e de outras montanhas, e vá-se lá saber de que lugares mais, e vá-se lá saber o que tínhamos visto.

A autoridade, em nós, seria uma hipocrisia e uma ficção. Somos demasiados conscientes de nossa fraqueza, demasiado melancólicos e inseguros, demasiado conscientes de nossas inconsequências e incoerências, demasiado conscientesde nossos defeitos: olhamos dentro de nós com muita demora e vimos em nós coisas demais.

E o melhor de nós está nesse instinto mudo, e não em nosso instinto de defesa, que argumenta, sentencia e disserta com a voz da razão.

E agora somos verdadeiramente adultos - pensamos - e nos sentimos surpresos de que ser adulto seja isto, e não tudo aquilo que acreditávamos na juventude, não a segurança de si, nem a posse serena de todas as coisas da terra.