Deana Barroqueiro's Blog: Author's Central Page, page 48
January 20, 2014
As Imagens Tempestuosas de Portugal no mundo
As Imagens Tempestuosas de Veselin Malinov
Fantásticas imagens feitas de uma tempestade no mar de Portugal impressionaram o mundo. Foram registradas pelo fotógrafo búlgaro Veselin Malinov no Farol de Felgueiras da Cidade do Porto.A imagem abaixo foi considerada a Foto do Dia pela National Geographic.
Veja mais imagens da série:



Confira mais sobre o trabalho de Veselin Malinov: http://malinov-photo.comze.com
Published on January 20, 2014 10:54
January 19, 2014
Acordo ortográfico: acabar já com este erro antes que fique muito caro
O acordo ortográfico é uma decisão política e como tal deve ser tratado. Não é uma decisão técnica sobre a melhor forma de escrever português, não é uma adaptação da língua escrita à língua falada, não é uma melhoria que alguém exigisse do português escrito, não é um instrumento de cultura e criação.É um acto político falhado na área da política externa, cujas consequências serão gravosas principalmente para Portugal e para a sua identidade como casa-mãe da língua portuguesa. Porque, o que mostra a história das vicissitudes de um acordo que ninguém deseja, fora os governantes portugueses, é que vamos ficar sozinhos a arcar com as consequências dele.
O acordo vai a par do crescimento facilitista da ignorância, da destruição da memória e da história, de que a ortografia é um elemento fundamental, a que assistimos todos os dias. E como os nossos governantes, salvo raras excepções, pensam em inglês “economês”, detestam as humanidades, e gostam de modas simples e modernices, estão bem como estão e deixam as coisas andar, sem saber nem convicção.
O mais espantoso é que muitos do que atacaram o “eduquês” imponham este português pidgin, infantil e rudimentar, mais próximo da linguagem dos sms, e que nem sequer serve para aquilo que as línguas de contacto servem, comunicar. Ninguém que saiba escrever em português o quer usar, e é por isso que quase todos os escritores de relevo da língua portuguesa, sejam nacionais, brasileiros, angolanos ou
moçambicanos, e muitas das principais personalidades que têm intervenção pública por via da escrita, se recusam a usá-lo. As notas de pé de página de jornais explicando que, “por vontade do autor”, não se aplicam ao seu texto as regras da nova ortografia são um bom atestado de como a escrita “viva” se recusa a usar o acordo. E escritores, pensadores, cronistas, jornalistas e outros recusam-no com uma veemência na negação que devia obrigar a pensar e reconsiderar.
Se voltarmos ao lugar-comum em que se transformou a frase pessoana de que a “minha pátria é a língua portuguesa”, o acordo é um acto antipatriótico, de consequências nulas no melhor dos casos para as boas intenções dos seus proponentes, e de consequências negativas para a nossa cultura antiga, um dos poucos esteios a que nos podemos agarrar no meio desta rasoira do saber, do pensar, do falar e do escrever, que é o nosso quotidiano.
Aos políticos que decidiram implementá-lo à força e “obrigar” tudo e todos ao acordo, de Santana Lopes a Cavaco Silva, de Sócrates a Passos Coelho, e aos linguistas e professores que os assessoraram, comportando-se como tecnocratas – algo que também se pode ter do lado das humanidades, normalmente com uma militância mais agressiva até porque menos "técnicas" são as decisões –, há que lembrar a frase de Weber que sempre defendi como devendo ser inscrita a fogo nas cabeças de todos os políticos: a maioria das suas acções tem o resultado exactamente oposto às intenções. O acordo ortográfico é um excelente exemplo, morto pelo “ruído” do mundo. O acordo ortográfico nas suas intenções proclamadas de servir para criar uma norma do português escrito, de Brasília a Díli, passando por Lisboa pelo caminho, acabou por se tornar irritante nas relações com a lusofonia, suscitando uma reacção ao paternalismo de querer obrigar a escrita desses países a uma norma definida por alguns linguistas e professores de Lisboa e Coimbra.
O problema é que sobra para nós, os aplicantes solitários da ortografia do acordo. O acordo, cuja validade na ordem jurídica nacional é contestável, que nenhum outro país aprovou e vários explicitamente rejeitaram, só à força vai poder ser aplicado. A notícia recente de que, nas provas – que acabaram por não se realizar – para os professores contratados, um dos elementos de avaliação era não cometerem erros de ortografia segundo a norma do acordo mostra como ele só pode ser imposto por Diktat, como suprema forma de uma engenharia política que só o facto de não se querer dar o braço a torcer explica não ser mudado.
Porém, começa a haver um outro problema: os custos de insistirem no acordo. A inércia é cara e no caso do acordo todos os dias fica mais cara. A ideia dos seus defensores é criar um facto consumado o mais depressa possível. É esta a única força que joga a favor do acordo, a inércia que mantém as coisas como estão e que implica custos para o nosso défice educativo e cultural.
É o caso dos nossos editores de livros escolares que começaram a produzir manuais conforme o acordo e que naturalmente querem ser ressarcidos dos seus gastos. Mas ainda não é um problema insuperável e, acima de tudo, não é um argumento. Passado um período de transição, pode voltar-se rapidamente à norma ortográfica vigente e colocar o acordo na gaveta das asneiras de Estado, junto com as PPP e os contratos swaps, e muita da “má despesa”. Porque será isso que o acordo será, se não se atalhar de imediato os seus estragos no domínio cultural.
O erro, insisto, foi no domínio da nossa política externa com os países de língua portuguesa, e esse erro é hoje mais do que evidente: os brasileiros, em nome de cuja norma ortográfica foram introduzidas muitas das alterações no português escrito em Portugal, nunca mostraram qualquer entusiasmo com o acordo e hoje encontram todos os pretextos para adiar a sua aplicação. No Brasil já houve vozes suficientes e autorizadas para negar qualquer validade a tal acordo e qualquer utilidade na sua aplicação. Os brasileiros que têm um português dinâmico, capaz de absorver estrangeirismos e gerar neologismos com pernas para andar muito depressa, sabem que o seu “português” será o mais falado, mas têm a sensatez de não o considerar a norma.
Nós aqui seguimos a luta perdida dos franceses para a sua língua falada e escrita, também uma antiga língua imperial hoje em decadência. Querem, usando o poder político e o Estado, manter uma norma rígida para a sua língua para lhe dar uma dimensão mundial que já teve e hoje não tem. Num combate insensato contra o facto de o inglês se ter tornado a língua franca universal, legislam tudo e mais alguma coisa, no limite do autoritarismo cultural, não só para protegerem as suas “indústrias” culturais, como para “defender” o francês do Canadá ao Taiti. Mas como duvido que alguém que queira obter resultados procure no Google por “logiciel”, em vez de “software”, ou “ordinateur”, em vez de “computer”, este é um combate perdido.
Está na hora de acabar com o acordo ortográfico de vez e voltarmos a nossa atenção e escassos recursos para outros lados onde melhor se defende o português, como por exemplo não deixar fechar cursos sobre cursos de Português nalgumas das mais prestigiadas universidades do mundo, ter disponível um corpo da literatura portuguesa em livro, incentivar a criatividade em português ou de portugueses e promover a língua pela qualidade dos seus falantes e das suas obras. Tenho dificuldade em conceber que quem escreve aspeto – o quê? – em vez de aspecto, em português de Portugal, o possa fazer.
José Pacheco Pereira Público18/01/2014
Published on January 19, 2014 15:38
January 14, 2014
Suicídio de jovem em Braga alvo de inquérito - Portugal - DN

O caso de bullying ocorreu na EB 2,3 de Palmeira, Braga Fotografia © Gonçalo Delgado / Global Imagens
A Inspeção-Geral de Educação e Ciência vai abrir um inquérito para identificar eventuais situações de "bullying" numa escola de Braga, que poderão estar na origem do suicídio de um aluno de 15 anos, anunciou o ministro Nuno Crato. Autoridades policiais suspeitam que terá havido outras motivações para o suicídio de Nelson Antunes.
"Queremos apurar os factos", disse o ministro da Educação, quando questionado pelos jornalistas sobre o caso, que terá resultado pelo menos em parte dos maus tratos a que os colegas o terão sujeitado.
Nuno Crato classificou o "bullying" como "um fenómeno intolerável" nas escolas: "Temos de o atacar desde o princípio. É uma falta de respeito pelos colegas, pela comunidade escolar e, como tal não o podemos tolerar".
O ministro não quis comentar o caso, embora tenha manifestado preocupação com o reportado.
"Não queria falar, nem tirar lições deste caso antes de conhecer os factos reais", disse, transmitindo condolências à família.
"As nossas preocupações vão também para os colegas, para os professores e para a escola. Está nomeada uma comissão de inquérito e o inquérito vai começar", indicou.
A GNR tomou conta da ocorrência mas não faz qualquer ligação entre um suposto caso de "bullying' na Escola EB 2,3 de Palmeira, Braga, e o suicídio.
Fonte da guarda garante que não chegou àquela força qualquer queixa dos pais ou dos responsáveis da escola, mas sublinhou que essa não é condição indispensável para o avanço das investigações, porque o crime de violência escolar, que inclui o "bullying", é público. No entanto terá de ser o tribunal a decidir, tendo o caso já sido participado ao Ministério Público.
O aluno suicidou-se no sábado, tendo alegadamente deixado uma carta destinada à mãe e outra à namorada.
Amigos contam que, entre outras situações, o jovem chegou a ser despido no recreio da escola.
Entretanto a escola indica já ter aberto uma investigação a um incidente que terá envolvido o estudante, sepultado esta tarde em Adaúfe, nos arredores de Braga.
O novo crime de violência escolar, aprovado em outubro de 2010, na generalidade, em Conselho de Ministros, é punido com pena de um a cinco anos de prisão, segundo anunciou na altura a então ministra da Educação, Isabel Alçada.
No caso dos menores de 16 anos, são aplicadas, em alternativa, medidas tutelares educativas, já que estes jovens são "inimputáveis para efeitos da lei penal" portuguesa. Quanto aos restantes agressores, a moldura penal é semelhante à aplicada nos casos de violência doméstica.
O projeto de lei do PS que criou aquele crime foi aprovado na Assembleia da República a 21 de janeiro de 2011.
Suicídio de jovem em Braga alvo de inquérito - Portugal - DN
Published on January 14, 2014 18:02
«EXPLOSÃO» DE VÍTOR PEREIRA EM CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

As ditaduras muçulmanas e a censura:
Depois das já célebres conferências de imprensa de Toni quando orientava os iranianos do Tractor, outro treinador português faz furor online. Vítor Pereira, ex-técnico do FC Porto, irritou-se com o responsável de comunicação do Al Ahly durante a conferência de rescaldo após a derrota frente ao Al Ittifaq, na Arábia Saudita.Apesar de o incidente ter já algumas semanas, só agora ganhou notoriedade nas redes sociais e no YouTube.
O antigo técnico dos «dragões» irritou-se quando, após falar de um jogador ser «mau profissional», o assessor interrompeu-o e pediu-lhe que se cingisse a falar dos «aspectos técnicos» do jogo.
Vítor Pereira não disfarçou a indignação e confrontou o assessor, perante os incrédulos jornalistas.
«Nunca ninguém me disse o que dizer», disparou o treinador.
«Explosão» de Vítor Pereira em conferência de imprensa faz furor online | Desporto : Futebol : Internacional | Diário Digital
Published on January 14, 2014 17:45
January 2, 2014
Os porcos da Europa que compram Bimbys
Há dois grandes jornais americanos - o Wall Street Journal e o Financial Times - que nomeiam os Portugueses por PORCOS, tendo criado e promovido a sigla PIGS para referir de forma sucinta e humorística (?) os países do sul da Europa que se defrontam com a crise (que os Estados Unidos criaram) - Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (Spain).
De vez em quanto ressuscitam a sigla racista para nos ridicularizarem e nos mostrarem como porcos, preguiçosos, gente que só gosta de comer mas não de trabalhar, opinião bem documentada pela reportagem sobre os portugueses e os robôs alemães de culinária Bimbys, que transcrevi no post anterior. É uma pena que não vejam os esqueletos nos seus armários!
Creio que uma das razões para tão grande escândalo e motivo de sarcasmo se deve ao facto de ignorarem que, ao contrário do que acontece com a maioria das mulheres americanas (e ainda há bem pouco tempo as alemãs) que são domésticas, as portuguesas trabalham fora de casa todo o dia, tendo também o trabalho da casa e dos filhos, como as americanas ou as europeias ricas. É pena que as estatísticas destes jornais não mostrem, por comparação, o número de mulheres trabalhadoras num e noutro país. Espantar-se-iam, decerto!
Deixo-vos aqui a crónica de Pedro Tadeu sobre o tema. Pode ser que os PIGS se indignem e façam um sério boicote às Bimbys e a outros robôs alemães e americanos.
Os porcos da Europa que compram Bimbyspor PEDRO TADEU31 dezembro 2013O respeitado, influente e aparentemente empenhado em arruinar a nossa vida Wall Street Journal publicou uma reportagem sobre o que leva muitos portugueses a comprarem Bimbys. Avia-nos com uma frase-chavão: "Os portugueses adoram gadgets e, apesar dos tempos difíceis, parecem determinados em manter a sua tradição de se juntarem regularmente para jantar."
Acontece que neste 2013 que agora termina (já agora: bom ano de 2014, caro leitor ou leitora) esse robô de cozinha, que custa 966 euros, bateu um recorde de vendas. Exclama o WST ser caso único na Europa pois, em ano de crise, esta máquina "vende mais do que os últimos iPads em Portugal e é mais popular no Facebook do que a banda de rock mais conhecida do país".
Este é o mesmo WST que com o Financial Times popularizou a sigla PIGS (que, se for lida como palavra em inglês, significa "porcos") para definir os países europeus com problemas de dívida pública: Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (Spain).
Os jornais adoram chavões. Quando um acontecimento se pode explicar através de um clichê, o jornalista, o editor e toda a cadeia alimentar do comércio da comunicação exultam: não há que investigar, não há que analisar, não há que pôr os neurónios a trabalhar. Basta mergulhar no lugar-comum, facilitador e útil na diminuição do trabalho dos leitores em conseguir entender o que lhes está a ser dito.
Quando não há chavões disponíveis para sintetizar uma situação, a tendência é tentar criá-los.Já criei inúmeras frases ou adotei simples palavras postas em títulos de jornais que vieram a transformar-se em chavões. Não me gabo disso porque, à distância, essa capacidade profissional (hoje em dia tecnicamente inevitável) me embaraça pois, invariavelmente, um chavão reduz uma pessoa, uma situação, uma empresa, um partido, um governo ou até um país ao menor denominador comum e, consequentemente, à ridicularização perigosamente simplificadora da complexidade da vida.
Mas os jornais não são tratados de política, de sociologia ou de história e tentar fazer neles algo que ultrapasse a ambição do que é ilustrável com um simples chavão é, provavelmente, uma impossibilidade e, receio, um perigo ainda maior.
Reparo que os chavões do norte-americano Wall Street Journal sobre os portugueses podem ser descodificados assim: "porcos sem dinheiro, viciados em luxo e comida". É verdade que antes da vinda da Bimby já cá havia bimbos mas também é verdade que outros velhos chavões afirmam que os americanos são doidos consumistas, não sabem comer e exploram o mundo... Dá vontade de retaliar, não dá?
De vez em quanto ressuscitam a sigla racista para nos ridicularizarem e nos mostrarem como porcos, preguiçosos, gente que só gosta de comer mas não de trabalhar, opinião bem documentada pela reportagem sobre os portugueses e os robôs alemães de culinária Bimbys, que transcrevi no post anterior. É uma pena que não vejam os esqueletos nos seus armários!
Creio que uma das razões para tão grande escândalo e motivo de sarcasmo se deve ao facto de ignorarem que, ao contrário do que acontece com a maioria das mulheres americanas (e ainda há bem pouco tempo as alemãs) que são domésticas, as portuguesas trabalham fora de casa todo o dia, tendo também o trabalho da casa e dos filhos, como as americanas ou as europeias ricas. É pena que as estatísticas destes jornais não mostrem, por comparação, o número de mulheres trabalhadoras num e noutro país. Espantar-se-iam, decerto!
Deixo-vos aqui a crónica de Pedro Tadeu sobre o tema. Pode ser que os PIGS se indignem e façam um sério boicote às Bimbys e a outros robôs alemães e americanos.
Os porcos da Europa que compram Bimbyspor PEDRO TADEU31 dezembro 2013O respeitado, influente e aparentemente empenhado em arruinar a nossa vida Wall Street Journal publicou uma reportagem sobre o que leva muitos portugueses a comprarem Bimbys. Avia-nos com uma frase-chavão: "Os portugueses adoram gadgets e, apesar dos tempos difíceis, parecem determinados em manter a sua tradição de se juntarem regularmente para jantar."
Acontece que neste 2013 que agora termina (já agora: bom ano de 2014, caro leitor ou leitora) esse robô de cozinha, que custa 966 euros, bateu um recorde de vendas. Exclama o WST ser caso único na Europa pois, em ano de crise, esta máquina "vende mais do que os últimos iPads em Portugal e é mais popular no Facebook do que a banda de rock mais conhecida do país".
Este é o mesmo WST que com o Financial Times popularizou a sigla PIGS (que, se for lida como palavra em inglês, significa "porcos") para definir os países europeus com problemas de dívida pública: Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha (Spain).
Os jornais adoram chavões. Quando um acontecimento se pode explicar através de um clichê, o jornalista, o editor e toda a cadeia alimentar do comércio da comunicação exultam: não há que investigar, não há que analisar, não há que pôr os neurónios a trabalhar. Basta mergulhar no lugar-comum, facilitador e útil na diminuição do trabalho dos leitores em conseguir entender o que lhes está a ser dito.
Quando não há chavões disponíveis para sintetizar uma situação, a tendência é tentar criá-los.Já criei inúmeras frases ou adotei simples palavras postas em títulos de jornais que vieram a transformar-se em chavões. Não me gabo disso porque, à distância, essa capacidade profissional (hoje em dia tecnicamente inevitável) me embaraça pois, invariavelmente, um chavão reduz uma pessoa, uma situação, uma empresa, um partido, um governo ou até um país ao menor denominador comum e, consequentemente, à ridicularização perigosamente simplificadora da complexidade da vida.
Mas os jornais não são tratados de política, de sociologia ou de história e tentar fazer neles algo que ultrapasse a ambição do que é ilustrável com um simples chavão é, provavelmente, uma impossibilidade e, receio, um perigo ainda maior.
Reparo que os chavões do norte-americano Wall Street Journal sobre os portugueses podem ser descodificados assim: "porcos sem dinheiro, viciados em luxo e comida". É verdade que antes da vinda da Bimby já cá havia bimbos mas também é verdade que outros velhos chavões afirmam que os americanos são doidos consumistas, não sabem comer e exploram o mundo... Dá vontade de retaliar, não dá?
Published on January 02, 2014 05:31
Even in Straitened Times, Portugal Loves Its Bimby Cooking Robots
O artigo sobre os portugueses (nomeados pelo jornal Wall Street e pelo Financial Times como fazendo parte dos PIGS, os "PORCOS", os paises do sul da Europa em dificuldades com a crise: Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha/Spain) e as Bimbys. A preguiça das portuguesas, gastadoras que não abdicam dos luxos desnecessários, apesar da crise (na opinião da jornalista). À parte o racismo desta sigla de PIGS, gostaria de saber quantos destes números são reais e verificáveis... Temos apanhado tanta aldrabice nos MEDIA americanos, que não me fio muito nos seus jornalistas. Lembram-me as Agências de Rating...
German-Made Appliance Promises to Make Cooking Cheap and Easy by PATRICIA KOWSMANN - Dec. 25, 2013 Wall Street Journal
LISBON—When Marta Brito lost her job, she says, she was rescued by a machine she is now so fond of, she almost considers it a friend. It is a multitasker that outsells high-end iPads in Portugal and is more popular on Facebook than the country's best-known rock band.Bimby, a German-made cooking robot, has become an obsession in Western Europe's poorest country by promising to make cooking cheap and easy.Bimby looks like a food-processor with a stainless-steel container and a steaming unit that weighs ingredients, chops, grates, blends, beats, mixes and cooks, all under the control of a timer that lets the cook step away from the kitchen until the food is ready.Its popularity might seem surprising in a country that nearly defaulted on its debt in 2011 and had to accept painful budget slashing in return for an international bailout. But the Portuguese love gadgets and seem determined, despite hard times, to maintain their tradition of regularly getting together for dinner.y"Bimby's maker has done a great job selling the machine as a money and time saver…particularly in a time restaurants have become prohibitive for many," said Joaquim Silva, a marketing lecturer at the University of Minho who used Bimby as a case study for his doctoral thesis on marketing.Mr. Silva also pointed out that the Portuguese love fashionable items and respond readily to word-of-mouth advertising. No long infomercials here promising bliss are needed.Vorwerk & Co., Bimby's manufacturer, has reported record sales in Portugal in each of the past three years, despite a $1,327 price that is nearly twice the monthly minimum wage. Last year the Portuguese bought more than 35,000 Bimbys, compared with 22,000 iPads priced above $700. According to Vorwerk's forecasts, 8% of the country's 3.7 million households will own a Bimby by the end of 2014.Bimby was introduced here in 2000 and is sold in about 60 countries. Its market penetration in Portugal is particularly high.Bimby has more than 100,000 likes on Facebook; the super-popular rock band Xutos & Pontapés has about 83,000. A Bimby magazine sells 35,000 copies a month in Portugal, more than fashion icon Vogue's Portuguese edition.Owners tend to think of the robot as a feminine helper and, in conversations, refer to it as "she." The name has also morphed into a verb—bimbar. A member of Parliament recently called Deputy Prime Minister Paulo Portas "a governing Bimby" for taking on too many tasks under the various government positions he has held.Ms. Brito, who three years ago barely had the patience to make soup, now calls herself a "bimbyholic." She bought her machine to help her juggle motherhood and a full-time job as a travel agent. When she lost her job in late 2010, she turned to her newfound taste for cooking. Now she spends a good part of her day trying new recipes, posting them on her blog—"Donabimby," or Mrs. Bimby—and answering questions from more than 9,000 fans. She sells jams at fairs and has acquired sponsorship deals with bakeware companies. "You can say Bimby changed my life," said Ms. Brito.Ms. Brito said her family now spends a lot less for groceries. This is one of the main reasons Bimby's maker gives for the record sales. In Ms. Brito's home, mayonnaise and ketchup are both handmade. She can't remember the last time she bought a birthday cake or canapés for parties. If Bimby broke and had to get fixed, Ms. Brito said she would be lost."Just to think of all the boxes I would have to go through in the garage to find all my retired appliances, it gives me a headache," she said.Bimby, which now has some competition from a device called Yammi introduced by Portuguese supermarket chain Continente in September, reported record sales of more than 5,000 of the robots in November."Bimby's fan base is so large and the community so well built through forums and blogs, that it is like a cult," Mr. Silva said.Of course, Bimby has its critics. Sandra Simões, a lawyer from Lisbon, recently saw a cooking demonstration and wasn't impressed."There is no spontaneity buying the ingredients, cooking and even seasoning food, since everything is already measured, programmed and mechanized through their recipes," said Ms. Simões. "Plus I don't ever want to be dependent on an appliance."Ms. Brito herself puts the machine aside to make some things, including rice, which she says turns out much better cooked cordlessly on the stove.Bimby was created in 1970. A Vorwerk director in France, where people love thickened soups, came up with the idea of designing an appliance that could blend and cook at the same time. Known outside Portugal and Italy as Thermomix, the appliance is sold as far away as New Zealand but isn't sold directly in the U.S.Erica Arimathea, an economist who quit her job a year ago to sell Bimbys full time, said men are equality enchanted with the robot. "Some are so obsessed they don't let their wives touch the machines," she said. "It's like a toy."Bimbys aren't sold in stores. Instead, Ms. Arimathea and about 1,400 other agents go door to door to show prospective buyers how to make juices, soups, sauces, ice creams, dough and even a traditional cod dish in less than two hours.In seconds the machine turns regular, granulated sugar into powdered sugar, which is more expensive to buy. It makes ice cream that is cheaper than store-bought. It makes a big batch of yogurt from milk, a cup of yogurt and some milk powder. That is cheaper, too."A Bimby basically pays for itself, and after that provides substantial savings that in this day and age are essential," said Ms. Arimathea, who at the end of her demonstrations sits down with her clients to discuss payment options. Ms. Arimathea said she had sold 94 Bimbys in 173 demonstrations.Actually, she said, selling isn't quite what she does. "You don't buy a Bimby, you enter into a relationship with one," she said.
German-Made Appliance Promises to Make Cooking Cheap and Easy by PATRICIA KOWSMANN - Dec. 25, 2013 Wall Street Journal
LISBON—When Marta Brito lost her job, she says, she was rescued by a machine she is now so fond of, she almost considers it a friend. It is a multitasker that outsells high-end iPads in Portugal and is more popular on Facebook than the country's best-known rock band.Bimby, a German-made cooking robot, has become an obsession in Western Europe's poorest country by promising to make cooking cheap and easy.Bimby looks like a food-processor with a stainless-steel container and a steaming unit that weighs ingredients, chops, grates, blends, beats, mixes and cooks, all under the control of a timer that lets the cook step away from the kitchen until the food is ready.Its popularity might seem surprising in a country that nearly defaulted on its debt in 2011 and had to accept painful budget slashing in return for an international bailout. But the Portuguese love gadgets and seem determined, despite hard times, to maintain their tradition of regularly getting together for dinner.y"Bimby's maker has done a great job selling the machine as a money and time saver…particularly in a time restaurants have become prohibitive for many," said Joaquim Silva, a marketing lecturer at the University of Minho who used Bimby as a case study for his doctoral thesis on marketing.Mr. Silva also pointed out that the Portuguese love fashionable items and respond readily to word-of-mouth advertising. No long infomercials here promising bliss are needed.Vorwerk & Co., Bimby's manufacturer, has reported record sales in Portugal in each of the past three years, despite a $1,327 price that is nearly twice the monthly minimum wage. Last year the Portuguese bought more than 35,000 Bimbys, compared with 22,000 iPads priced above $700. According to Vorwerk's forecasts, 8% of the country's 3.7 million households will own a Bimby by the end of 2014.Bimby was introduced here in 2000 and is sold in about 60 countries. Its market penetration in Portugal is particularly high.Bimby has more than 100,000 likes on Facebook; the super-popular rock band Xutos & Pontapés has about 83,000. A Bimby magazine sells 35,000 copies a month in Portugal, more than fashion icon Vogue's Portuguese edition.Owners tend to think of the robot as a feminine helper and, in conversations, refer to it as "she." The name has also morphed into a verb—bimbar. A member of Parliament recently called Deputy Prime Minister Paulo Portas "a governing Bimby" for taking on too many tasks under the various government positions he has held.Ms. Brito, who three years ago barely had the patience to make soup, now calls herself a "bimbyholic." She bought her machine to help her juggle motherhood and a full-time job as a travel agent. When she lost her job in late 2010, she turned to her newfound taste for cooking. Now she spends a good part of her day trying new recipes, posting them on her blog—"Donabimby," or Mrs. Bimby—and answering questions from more than 9,000 fans. She sells jams at fairs and has acquired sponsorship deals with bakeware companies. "You can say Bimby changed my life," said Ms. Brito.Ms. Brito said her family now spends a lot less for groceries. This is one of the main reasons Bimby's maker gives for the record sales. In Ms. Brito's home, mayonnaise and ketchup are both handmade. She can't remember the last time she bought a birthday cake or canapés for parties. If Bimby broke and had to get fixed, Ms. Brito said she would be lost."Just to think of all the boxes I would have to go through in the garage to find all my retired appliances, it gives me a headache," she said.Bimby, which now has some competition from a device called Yammi introduced by Portuguese supermarket chain Continente in September, reported record sales of more than 5,000 of the robots in November."Bimby's fan base is so large and the community so well built through forums and blogs, that it is like a cult," Mr. Silva said.Of course, Bimby has its critics. Sandra Simões, a lawyer from Lisbon, recently saw a cooking demonstration and wasn't impressed."There is no spontaneity buying the ingredients, cooking and even seasoning food, since everything is already measured, programmed and mechanized through their recipes," said Ms. Simões. "Plus I don't ever want to be dependent on an appliance."Ms. Brito herself puts the machine aside to make some things, including rice, which she says turns out much better cooked cordlessly on the stove.Bimby was created in 1970. A Vorwerk director in France, where people love thickened soups, came up with the idea of designing an appliance that could blend and cook at the same time. Known outside Portugal and Italy as Thermomix, the appliance is sold as far away as New Zealand but isn't sold directly in the U.S.Erica Arimathea, an economist who quit her job a year ago to sell Bimbys full time, said men are equality enchanted with the robot. "Some are so obsessed they don't let their wives touch the machines," she said. "It's like a toy."Bimbys aren't sold in stores. Instead, Ms. Arimathea and about 1,400 other agents go door to door to show prospective buyers how to make juices, soups, sauces, ice creams, dough and even a traditional cod dish in less than two hours.In seconds the machine turns regular, granulated sugar into powdered sugar, which is more expensive to buy. It makes ice cream that is cheaper than store-bought. It makes a big batch of yogurt from milk, a cup of yogurt and some milk powder. That is cheaper, too."A Bimby basically pays for itself, and after that provides substantial savings that in this day and age are essential," said Ms. Arimathea, who at the end of her demonstrations sits down with her clients to discuss payment options. Ms. Arimathea said she had sold 94 Bimbys in 173 demonstrations.Actually, she said, selling isn't quite what she does. "You don't buy a Bimby, you enter into a relationship with one," she said.
Published on January 02, 2014 04:58
Bom Ano 2014!
Queridos amigos e amigas, leitores que me têm acompanhado, virtual e também fisicamente, com carinho, simpatia e humor, quero desejar-vos um Ano 2014 sem infortúnios (da crise ou outros), com saúde, alegria e harmonia junto daqueles que mais amam. Obrigada por serem meus amigos.
Published on January 02, 2014 04:38
December 17, 2013
Os escolhidos
É o futuro que interessa a esta geração de filhos únicos na China. E nem sempre esse futuro passa por um segundo filho, mas sim pela liberdade de escolha. Muito mudou no país desde que, em 1979, foi anunciada uma nova política de controlo de natalidade. A primeira geração de descendentes únicos aprendeu a viver com uma política ambígua e, desde sempre, condenada por cidadãos, especialistas, activistas e organizações de direitos humanos. O Governo Central chegou a um impasse, quando o envelhecimento da população limitou uma renovação geracional.
Catarina Domingues, em Pequim
Miaoyi está no quarto com as tias, e com a avó, e vai passando de colo em colo, e dos braços de uma para a outra, e para a outra, de um dialecto do norte para um do centro, de Hebei para Jiangsu. Tem dois anos, é filha única, e passa os dias na companhia das três mulheres, enquanto os pais estão no trabalho. A mãe, Liji, é auditora na multinacional britânica PricewaterhouseCoopers, e o marido, Zhou Zhichen, está à frente da Fuscent, uma empresa de serviços financeiros. Às sete da noite, a mãe já está em casa. Depois, as cinco mulheres ficam à espera de Zhichen, que só chega às dez.
Liji trata a filha por Zoe, nome inglês que a pequena reconhece e repete quando chega à sala, com a boca suja de chocolate e uma nota de um renminbi a balançar na mão. `Qian´, diz Zoe, que em chinês quer dizer `dinheiro´. Zoe fala ainda com os tons fora do sítio, e ainda com a nota na mão. Zoe, a que horas te vais deitar?, pergunta a mãe. Quando fica escuro, responde. E a que horas te levantas? Quando fica claro. Zoe, queres um maninho? Zoe já sabe a resposta, não, não quero nada, quero desenhos animados.
Se há um mês perguntassem a Liji e a Zhichen se queriam um segundo filho, diriam: sim, claro que sim, é óbvio, mas não, não vai acontecer. Em Pequim, temos de pagar 400 mil renminbis para ter um segundo filho, explica Liji. Não temos condições para pagar a multa ao governo, só com ajuda dos meus pais e dos meus sogros, acrescenta o marido.
Plante mais árvores e faça menos filhos
Em Novembro tudo mudou. Segundo as novas medidas anunciadas pelo governo chinês, vai ser possível uma nova criança no apartamento espaçoso deste casal de classe média. A mudança à política permite um segundo filho se um dos membros do casal for descendente único – e é o caso de Liji. A auditora tem 29 anos e nasceu em Daqing, na província de Heilongjiang. Daqing tem os maiores campos petrolíferos da China, o meu pai trabalha numa empresa estatal ligada ao sector. Naquela altura, mesmo pagando uma multa, ter um segundo filho significava ser despedido, explica Liji.
O marido, Zhou Zhichen, com a mesma idade, é oriundo de Xuzhou, na província de Jiangsu. Lembro-me de ver cartazes espalhados pelas ruas, plante mais árvores e faça menos filhos, dizia um deles, crie mais porcos e faça menos filhos, dizia outro. Nada que tenha feito eco em casa da família Zhou. Os meus pais pagaram uma multa de 30 mil yuans pela segunda e terceira criança. Em cidades pequenas como a minha, as multas eram mais baratas, reforça Zhichen, o mais velho dos três filhos.
A política do filho único foi implementada em 1979 para dar resposta ao acelerado crescimento da população chinesa. Aplicada ao nível provincial, as minorias étnicas foram, desde logo, uma das excepções à lei. Nos anos 1980, o governo permitiu, nas zonas rurais, uma segunda criança aos casais com uma menina. A política voltou, mais tarde, a dar sinais de abertura, autorizando um segundo filho a casais sem irmãos.
Segundo dados oficiais, nas últimas três décadas, o controlo impediu 400 milhões de nascimentos. Lu Yilong, professor de Sociologia e Estudos Populacionais da Universidade Renmin, em Pequim, afirma que a política era um mal necessário. Se não tivesse sido aplicada, hoje teríamos cerca de 1,8 mil milhões de habitantes, maiores níveis de pobreza e, provavelmente, tumultos sociais. O especialista acredita, porém, que a política do filho único está longe de ser a ideal. Restringe a liberdade de ter filhos e está a causar a diminuição da população activa, sem resolver o rápido envelhecimento populacional, diz Lu. Além disso, o especialista explica que, na China, é no filho único que recaem todas as expectativas: assegurar o bem-estar e o futuro financeiro da família. O filho único vive com esse peso, diz Lu, explicando que uma segunda criança pode ajudar a aliviar essa pressão.
Filho vs filha
Quando Zhaoliang nasceu, a avó paterna não podia acreditar. Era menina, não, não podia ser menina. "A minha avó disse ao meu pai que me matasse, conta a professora de Mandarim de 26 anos. Ainda hoje não sei o nome da aldeia onde ela vivia, sei que é perto de Baoding, na província de Hebei, e sei que matavam muitas meninas à nascença, a minha mãe nunca quis que lá fosse, porque a minha avó nunca gostou de mim".
Quatro anos depois, a mãe de Zhaoliang voltou a engravidar. Era menino, finalmente menino, gritou a avó. Mas a família não tinha como pagar a multa e acabou por interromper a gravidez. "A minha avó ficou furiosa porque queria um neto. A minha mãe contava-me que, até morrer, a minha avó sempre tratou bem dos meus primos homens".
Ainda existe discriminação sexual sobretudo em ambiente rural, diz o sociólogo Lu Yilong, realçando que é nessas zonas, onde existe uma preferência por rapazes, que a educação é urgente. "O rapaz carrega o nome da família", continua Zhaoliang, "e isso é extremamente importante para os chineses. Além disso, a geração da minha avó acredita que o homem tem mais poder e pode ganhar mais dinheiro. É o rapaz que herda tudo, não é lei, mas é tradição", conta a professora.
Na pequena cidade onde o empresário Zhichen nasceu, na província de Jiangsu, ter um filho homem também é sinal de sucesso. "Existe esse preconceito", explica Zhichen, "o meu primo tem três meninas, mas não desiste de um filho homem. A mulher já fez pelo menos três abortos porque todas eram meninas e, apesar de não estar bem de saúde, continua a tentar engravidar".
Na China, clínicas e hospitais estão proibidos de revelar o sexo da criança, mas muitas famílias conseguem ter acesso a essa informação. A preferência por homens fez com que, no início do século, o rácio fosse de 119,2 homens para 100 mulheres. Especialistas acreditam que, em 2020, o país terá mais 35 milhões de homens do que mulheres.
Em 2005, a organização `East-West Center´ divulgou um estudo do sociólogo Wang Feng, que refere a prática de abortos selectivos, esterelizações forçadas, infanticídio e a existência de `crianças não registadas´ como consequências da política do filho único. Estas `crianças não registadas´ nasceram à margem da política e da sociedade; vivem escondidas entre quatro paredes, sem acesso a identidade, educação e cuidados de saúde. Não há dados sobre o número de crianças sem registo, diz o especialista em Estudos Populacionais, Lu Yilong, que garante que o governo dispõe de agências para solucionar o problema.
No centro do debate têm estado as comissões provinciais de planeamento familiar. De acordo com a publicação `21st Century Business Herald´, em 2012, quinze províncias chinesas arrecadaram 12,8 mil milhões de yuan com as multas cobradas às famílias que escolheram ter mais filhos. Lu Yilong explica que as novas alterações à política vão ficar a cargo de cada província. Por um lado, algumas comissões vão continuar a implementar rigorosamente a política como forma de manter uma fonte de rendimento, mas acredito que outras defendam a abolição desta medida, porque é um processo de trabalho duro e motivo de conflito entre as autoridades e a população.
Quem sou eu?
"Havia um casal de gémeos na minha turma, e percorríamos juntos o caminho de regresso a casa, e lembro-me de pensar que eram tão unidos, e lembro-me de sentir que eu não pertencia àquele círculo", diz Tianyi, 28 anos, filho único. "Sinto que, por um lado, recebo amor a dobrar, por outro sinto muita pressão dos meus pais, e dos meus avós, que depositam todas as esperanças em mim". Tianyi nasceu e cresceu em Tianjin, a 120 quilómetros da capital chinesa, onde trabalha num departamento do governo chinês. "Sempre que posso regresso a casa, os meus pais reformaram-se e estão aborrecidos". "Queres ter filhos?". "Só um, e quanto mais tarde, melhor", responde Tianyi," mas os meus pais pressionam-me, porque estão aborrecidos, porque precisam de se ligar emocionalmente a alguém".
Tianyi diz que nunca parou para pensar se queria um irmão ou não. Passava os fins-de-semana com a prima, a quem chama irmã, e com o primo, a quem trata por irmão. "Acredito que o filho único seja mais egoísta, que não dê tanto valor à amizade". "És egoísta?". "Se a sociedade espera que sejas egoísta, tens de ser, mas tento sempre ajudar quem precisa".
A questão da personalidade de um filho único é complexa e tem implicações teóricas e práticas não apenas na China mas em todo o mundo, explica Ren Xiaopeng, professor do Instituto de Psicologia da Academia de Ciências Sociais da China. O professor acredita que, da perspectiva da psicologia social, a política do filho único deve ser a primeira e única prática de planeamento familiar no mundo e teve grandes implicações na vida humana. "Na minha opinião", realça Xiaopeng, "existem poucos estudos de personalidade, mas cito a revista Science, que fala numa geração mais egocêntrica".
"Partilha, passo o tempo a explicar à minha filha Zoe o valor da partilha", conta Liji, que sendo filha única, rejeita o termo `pequenos imperadores´, nome associado a uma geração de descendentes únicos. "Nunca fui muito protegida, quando tinha 16 anos, os meus pais obrigaram-me a subir cinco andares com um porco nos braços", conta a auditora, que acredita, porém, que a política do filho único teve grande influência nesta primeira geração. "Sou muito fechada, acredito que tenha a ver com o facto de ser chinesa, mas também por ter sido criada sozinha. Nunca soube o que era partilhar, quando era pequena não queria brincar com os meus primos, queria estar sozinha. Já o meu marido tem três irmãos e outra forma de olhar o mundo, é gentil".
O especialista Ren Xiaopeng acredita que a diferença entre o bem e o mal chega a qualquer contexto familiar, com ou sem irmãos. Mas conceitos como justiça e igualdade são mais usados nas casas de famílias com mais filhos, realça. Conceitos que Zhaoliang, filha única, reconhece e defende. Para compensar a solidão, os pais traziam para casa cães atrás de gatos, pássaros atrás de tartarugas. "Nunca me senti sozinha".
Os segundos
Zhaoliang não tem namorado, nem sabe se vai casar, se quer casar, e, se sim, quer um filho, quanto muito. "Acho que o relaxamento da política é terrível, porque implica o crescimento da população, mais problemas sociais, mais desemprego". "Não é um direito?". "Sim, é, mas um filho é o suficiente".
De acordo com estimativas da Comissão de Planeamento Familiar e de Saúde Nacional da China, entre 15 a 20 milhões de pessoas vão ser afectadas pelas novas regras. O que as autoridades não podiam prever é que a geração de filhos únicos não fosse agarrar a oportunidade de ter um segundo filho. "Muitos casais, sobretudo nas grandes cidades, não querem um segundo filho", diz o sociólogo Lu Yilong, sublinhando que, dessa forma, os pais podem investir mais na educação de um único filho.
"Existe um ditado na China que reflecte a obsessão pela educação neste país: não deixes os teus filhos perder logo na linha de partida", conta o primeiro de três filhos, Zhou Zhichen. A pressão é tão grande que os pais querem que os filhos saibam um pouco de tudo. As crianças de hoje têm de aprender inglês, têm de saber tocar piano ou frequentar aulas de dança. E onde fica o tempo para brincar?".
O elevado custo de vida, com um aumento do preço das casas, do custo da educação e dos cuidados de saúde, faz com que muitas famílias ponham de lado a hipótese de um segundo filho. "As mentalidades mudaram", diz Zhichen, "no passado os chineses tinham muitos filhos e esperavam que um dos descendentes fosse bem-sucedido, e trouxesse glória e riqueza para casa, e ajudasse a família. Hoje, as relações mudaram e as pessoas são mais individualistas".
Mesmo assim, o empresário apoia a continuação de uma política de controlo de natalidade. "Ter um filho é um direito que nos assiste, é verdade, mas temos de pensar no que vai ser o futuro da China. Nós, pais, não queremos que os nossos filhos passem por dificuldades". Liji e Zhichen já pensam num segundo filho. Liji quer um menino, a Zhichen tanto faz.
Catarina Domingues, em Pequim
Miaoyi está no quarto com as tias, e com a avó, e vai passando de colo em colo, e dos braços de uma para a outra, e para a outra, de um dialecto do norte para um do centro, de Hebei para Jiangsu. Tem dois anos, é filha única, e passa os dias na companhia das três mulheres, enquanto os pais estão no trabalho. A mãe, Liji, é auditora na multinacional britânica PricewaterhouseCoopers, e o marido, Zhou Zhichen, está à frente da Fuscent, uma empresa de serviços financeiros. Às sete da noite, a mãe já está em casa. Depois, as cinco mulheres ficam à espera de Zhichen, que só chega às dez.Liji trata a filha por Zoe, nome inglês que a pequena reconhece e repete quando chega à sala, com a boca suja de chocolate e uma nota de um renminbi a balançar na mão. `Qian´, diz Zoe, que em chinês quer dizer `dinheiro´. Zoe fala ainda com os tons fora do sítio, e ainda com a nota na mão. Zoe, a que horas te vais deitar?, pergunta a mãe. Quando fica escuro, responde. E a que horas te levantas? Quando fica claro. Zoe, queres um maninho? Zoe já sabe a resposta, não, não quero nada, quero desenhos animados.
Se há um mês perguntassem a Liji e a Zhichen se queriam um segundo filho, diriam: sim, claro que sim, é óbvio, mas não, não vai acontecer. Em Pequim, temos de pagar 400 mil renminbis para ter um segundo filho, explica Liji. Não temos condições para pagar a multa ao governo, só com ajuda dos meus pais e dos meus sogros, acrescenta o marido.
Plante mais árvores e faça menos filhos
Em Novembro tudo mudou. Segundo as novas medidas anunciadas pelo governo chinês, vai ser possível uma nova criança no apartamento espaçoso deste casal de classe média. A mudança à política permite um segundo filho se um dos membros do casal for descendente único – e é o caso de Liji. A auditora tem 29 anos e nasceu em Daqing, na província de Heilongjiang. Daqing tem os maiores campos petrolíferos da China, o meu pai trabalha numa empresa estatal ligada ao sector. Naquela altura, mesmo pagando uma multa, ter um segundo filho significava ser despedido, explica Liji.
O marido, Zhou Zhichen, com a mesma idade, é oriundo de Xuzhou, na província de Jiangsu. Lembro-me de ver cartazes espalhados pelas ruas, plante mais árvores e faça menos filhos, dizia um deles, crie mais porcos e faça menos filhos, dizia outro. Nada que tenha feito eco em casa da família Zhou. Os meus pais pagaram uma multa de 30 mil yuans pela segunda e terceira criança. Em cidades pequenas como a minha, as multas eram mais baratas, reforça Zhichen, o mais velho dos três filhos.
A política do filho único foi implementada em 1979 para dar resposta ao acelerado crescimento da população chinesa. Aplicada ao nível provincial, as minorias étnicas foram, desde logo, uma das excepções à lei. Nos anos 1980, o governo permitiu, nas zonas rurais, uma segunda criança aos casais com uma menina. A política voltou, mais tarde, a dar sinais de abertura, autorizando um segundo filho a casais sem irmãos.
Segundo dados oficiais, nas últimas três décadas, o controlo impediu 400 milhões de nascimentos. Lu Yilong, professor de Sociologia e Estudos Populacionais da Universidade Renmin, em Pequim, afirma que a política era um mal necessário. Se não tivesse sido aplicada, hoje teríamos cerca de 1,8 mil milhões de habitantes, maiores níveis de pobreza e, provavelmente, tumultos sociais. O especialista acredita, porém, que a política do filho único está longe de ser a ideal. Restringe a liberdade de ter filhos e está a causar a diminuição da população activa, sem resolver o rápido envelhecimento populacional, diz Lu. Além disso, o especialista explica que, na China, é no filho único que recaem todas as expectativas: assegurar o bem-estar e o futuro financeiro da família. O filho único vive com esse peso, diz Lu, explicando que uma segunda criança pode ajudar a aliviar essa pressão.
Filho vs filha
Quando Zhaoliang nasceu, a avó paterna não podia acreditar. Era menina, não, não podia ser menina. "A minha avó disse ao meu pai que me matasse, conta a professora de Mandarim de 26 anos. Ainda hoje não sei o nome da aldeia onde ela vivia, sei que é perto de Baoding, na província de Hebei, e sei que matavam muitas meninas à nascença, a minha mãe nunca quis que lá fosse, porque a minha avó nunca gostou de mim".
Quatro anos depois, a mãe de Zhaoliang voltou a engravidar. Era menino, finalmente menino, gritou a avó. Mas a família não tinha como pagar a multa e acabou por interromper a gravidez. "A minha avó ficou furiosa porque queria um neto. A minha mãe contava-me que, até morrer, a minha avó sempre tratou bem dos meus primos homens".
Ainda existe discriminação sexual sobretudo em ambiente rural, diz o sociólogo Lu Yilong, realçando que é nessas zonas, onde existe uma preferência por rapazes, que a educação é urgente. "O rapaz carrega o nome da família", continua Zhaoliang, "e isso é extremamente importante para os chineses. Além disso, a geração da minha avó acredita que o homem tem mais poder e pode ganhar mais dinheiro. É o rapaz que herda tudo, não é lei, mas é tradição", conta a professora.
Na pequena cidade onde o empresário Zhichen nasceu, na província de Jiangsu, ter um filho homem também é sinal de sucesso. "Existe esse preconceito", explica Zhichen, "o meu primo tem três meninas, mas não desiste de um filho homem. A mulher já fez pelo menos três abortos porque todas eram meninas e, apesar de não estar bem de saúde, continua a tentar engravidar".
Na China, clínicas e hospitais estão proibidos de revelar o sexo da criança, mas muitas famílias conseguem ter acesso a essa informação. A preferência por homens fez com que, no início do século, o rácio fosse de 119,2 homens para 100 mulheres. Especialistas acreditam que, em 2020, o país terá mais 35 milhões de homens do que mulheres.
Em 2005, a organização `East-West Center´ divulgou um estudo do sociólogo Wang Feng, que refere a prática de abortos selectivos, esterelizações forçadas, infanticídio e a existência de `crianças não registadas´ como consequências da política do filho único. Estas `crianças não registadas´ nasceram à margem da política e da sociedade; vivem escondidas entre quatro paredes, sem acesso a identidade, educação e cuidados de saúde. Não há dados sobre o número de crianças sem registo, diz o especialista em Estudos Populacionais, Lu Yilong, que garante que o governo dispõe de agências para solucionar o problema.
No centro do debate têm estado as comissões provinciais de planeamento familiar. De acordo com a publicação `21st Century Business Herald´, em 2012, quinze províncias chinesas arrecadaram 12,8 mil milhões de yuan com as multas cobradas às famílias que escolheram ter mais filhos. Lu Yilong explica que as novas alterações à política vão ficar a cargo de cada província. Por um lado, algumas comissões vão continuar a implementar rigorosamente a política como forma de manter uma fonte de rendimento, mas acredito que outras defendam a abolição desta medida, porque é um processo de trabalho duro e motivo de conflito entre as autoridades e a população.
Quem sou eu?
"Havia um casal de gémeos na minha turma, e percorríamos juntos o caminho de regresso a casa, e lembro-me de pensar que eram tão unidos, e lembro-me de sentir que eu não pertencia àquele círculo", diz Tianyi, 28 anos, filho único. "Sinto que, por um lado, recebo amor a dobrar, por outro sinto muita pressão dos meus pais, e dos meus avós, que depositam todas as esperanças em mim". Tianyi nasceu e cresceu em Tianjin, a 120 quilómetros da capital chinesa, onde trabalha num departamento do governo chinês. "Sempre que posso regresso a casa, os meus pais reformaram-se e estão aborrecidos". "Queres ter filhos?". "Só um, e quanto mais tarde, melhor", responde Tianyi," mas os meus pais pressionam-me, porque estão aborrecidos, porque precisam de se ligar emocionalmente a alguém".
Tianyi diz que nunca parou para pensar se queria um irmão ou não. Passava os fins-de-semana com a prima, a quem chama irmã, e com o primo, a quem trata por irmão. "Acredito que o filho único seja mais egoísta, que não dê tanto valor à amizade". "És egoísta?". "Se a sociedade espera que sejas egoísta, tens de ser, mas tento sempre ajudar quem precisa".
A questão da personalidade de um filho único é complexa e tem implicações teóricas e práticas não apenas na China mas em todo o mundo, explica Ren Xiaopeng, professor do Instituto de Psicologia da Academia de Ciências Sociais da China. O professor acredita que, da perspectiva da psicologia social, a política do filho único deve ser a primeira e única prática de planeamento familiar no mundo e teve grandes implicações na vida humana. "Na minha opinião", realça Xiaopeng, "existem poucos estudos de personalidade, mas cito a revista Science, que fala numa geração mais egocêntrica".
"Partilha, passo o tempo a explicar à minha filha Zoe o valor da partilha", conta Liji, que sendo filha única, rejeita o termo `pequenos imperadores´, nome associado a uma geração de descendentes únicos. "Nunca fui muito protegida, quando tinha 16 anos, os meus pais obrigaram-me a subir cinco andares com um porco nos braços", conta a auditora, que acredita, porém, que a política do filho único teve grande influência nesta primeira geração. "Sou muito fechada, acredito que tenha a ver com o facto de ser chinesa, mas também por ter sido criada sozinha. Nunca soube o que era partilhar, quando era pequena não queria brincar com os meus primos, queria estar sozinha. Já o meu marido tem três irmãos e outra forma de olhar o mundo, é gentil".
O especialista Ren Xiaopeng acredita que a diferença entre o bem e o mal chega a qualquer contexto familiar, com ou sem irmãos. Mas conceitos como justiça e igualdade são mais usados nas casas de famílias com mais filhos, realça. Conceitos que Zhaoliang, filha única, reconhece e defende. Para compensar a solidão, os pais traziam para casa cães atrás de gatos, pássaros atrás de tartarugas. "Nunca me senti sozinha".
Os segundos
Zhaoliang não tem namorado, nem sabe se vai casar, se quer casar, e, se sim, quer um filho, quanto muito. "Acho que o relaxamento da política é terrível, porque implica o crescimento da população, mais problemas sociais, mais desemprego". "Não é um direito?". "Sim, é, mas um filho é o suficiente".
De acordo com estimativas da Comissão de Planeamento Familiar e de Saúde Nacional da China, entre 15 a 20 milhões de pessoas vão ser afectadas pelas novas regras. O que as autoridades não podiam prever é que a geração de filhos únicos não fosse agarrar a oportunidade de ter um segundo filho. "Muitos casais, sobretudo nas grandes cidades, não querem um segundo filho", diz o sociólogo Lu Yilong, sublinhando que, dessa forma, os pais podem investir mais na educação de um único filho.
"Existe um ditado na China que reflecte a obsessão pela educação neste país: não deixes os teus filhos perder logo na linha de partida", conta o primeiro de três filhos, Zhou Zhichen. A pressão é tão grande que os pais querem que os filhos saibam um pouco de tudo. As crianças de hoje têm de aprender inglês, têm de saber tocar piano ou frequentar aulas de dança. E onde fica o tempo para brincar?".
O elevado custo de vida, com um aumento do preço das casas, do custo da educação e dos cuidados de saúde, faz com que muitas famílias ponham de lado a hipótese de um segundo filho. "As mentalidades mudaram", diz Zhichen, "no passado os chineses tinham muitos filhos e esperavam que um dos descendentes fosse bem-sucedido, e trouxesse glória e riqueza para casa, e ajudasse a família. Hoje, as relações mudaram e as pessoas são mais individualistas".
Mesmo assim, o empresário apoia a continuação de uma política de controlo de natalidade. "Ter um filho é um direito que nos assiste, é verdade, mas temos de pensar no que vai ser o futuro da China. Nós, pais, não queremos que os nossos filhos passem por dificuldades". Liji e Zhichen já pensam num segundo filho. Liji quer um menino, a Zhichen tanto faz.
Published on December 17, 2013 04:59
Historia de la Música (Lecciones Ilustradas)
Vida da arte musical ocidental desde os inícios da Humanidade até à nossa era, passando rapidamente pela música antiga, a clássica, o jazz, os blues, o rock, o metal ou a electrónica.
Published on December 17, 2013 04:06
December 14, 2013
Final da 3ª edição de «O Espião de D. João II» em promoção
Como muitos leitores me têm perguntado por este romance, talvez queiram aproveitar esta campanha promocional da editoraSão os últimos exemplares de O Espião de D. João II, que eu autografei ontem na Ésquilo para serem vendidos on-line. Na mesma página da Editora está indicado O Romance da Bíblia, que já não existe tendo a última edição (exactamente igual à anterior) o título de Tentação da Serpente.
Segundo informação do editor, também podem encontrar nas livrarias Bertrand alguns exemplares de O Espião de D. João II (terão talvez de os pedir ao balcão), mas não estão assinados.
Desejo Boas Festas a todos os meus amigos leitores.
O Espião de D. João II
Na demanda dos segredos do Oriente e do misterioso reino do Preste João"O formidável Espião de D. João II possuía qualidades e talentos comparáveis aos de um James Bond e Indiana Jones, reunidos num só homem. A memória fotográfica, uma capacidade espantosa para aprender línguas, a arte do disfarce para assumir as mais diversas identidades, a mestria no manejo de todas as armas do seu tempo e, sobretudo, uma imensa coragem e espírito de sacrifício, aliados ao culto cavaleiresco da mulher e do amor que o fascinavam, fazem dele uma personagem histórica única e inspiradora.
El-rei D. João II escolhia-o para as missões mais secretas, certo que qualquer outro falharia. Talvez esse secretismo seja a razão do seu nome de família e do seu rosto terem ficado, para sempre, na penumbra.
Em 1487, Pêro da Covilhã foi enviado de Portugal, ao mesmo tempo que Bartolomeu Dias, a descobrir por terra, aquilo que o navegador ia demandar por mar: uma rota para as especiarias da Índia e notícias do encoberto Preste João.
Ao espião esperava-o uma longa peregrinação de cerca de seis anos pelas regiões do Mar Vermelho e costas do Índico até Calecut e, também, pela Pérsia, África Oriental, Arábia e Etiópia, descobrindo povos e culturas em lugares hostis, cujos costumes lhe eram completamente estranhos. Na pele de um enigmático mercador do Al- -Andalus, o Escudeiro-guerreiro do Príncipe Perfeito realizou proezas admiráveis que causaram espanto no mundo do seu tempo.
Neste romance fascinante, Deana Barroqueiro convida-nos a seguir o trilho de Pêro da Covilhã na sua fabulosa odisseia recheada de aventuras, amores, conquistas e descobertas inolvidáveis…"
Editora Ésquilo : http://esquilo.com/espiao_djoaoII.html
3.ª EdiçãoTítulo: O Espião de D. João IIAutor: Deana BarroqueiroISBN: 972-978-8092-58-8Formato: 16X23 Cm | Nº de Páginas: 528 | Capa mole Preço:
Published on December 14, 2013 03:51
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