Deana Barroqueiro's Blog: Author's Central Page, page 51

November 15, 2013

Mentiras Políticas I

O preço da desilusãopor ANDRÉ MACEDO A primeira vez que estive com Vítor Gaspar foi dias antes de ele apresentar o seu primeiro Orçamento do Estado completo, o de 2012. A reunião, fechada, não uma conferência de imprensa, durou 45 minutos sem grande história quase até ao fim, já que os factos eram aqueles: Portugal tinha sido chutado dos mercados de dívida e forçado a recorrer à disciplina externa. Sabia-se que o ano que vinha aí seria mau, mas a convicção geral, fundada em nada a não ser na mais pura ignorância, era de que íamos corrigir os erros, começar a desalavancar (palavra maldita, ela e o seu contrário) e em três anos estaríamos de pé.

O que fazer na economia já em 2012 para acelerar esse metabolismo era a pergunta central, mas Gaspar não avançou nada naquele encontro. Não adiantou uma medida que fosse do Orçamento. Limitou-se a descrever "os buracos colossais" e, quase no fim, perguntou o que achávamos do que aí vinha. Espantou-me o convite descarado para uma espécie de sessão de male bonding sem imperiais e futebol, em que Sócrates seria o bombo da festa e o Governo, ainda engomado, a governanta, a precetora que nos iria corrigir.

Perguntar a jornalistas o que acham é como oferecer margaridas a um enxame de abelhas. Baixei a cabeça como os alunos cábulas e esperei que outros avançassem. Porque o fiz? Por desconfiança. Tudo aquilo me pareceu incómodo. Gaspar não dissera nada sobre o Orçamento para 2012, por que raio queria vincular-nos ao nada? Os outros seguiram em frente, passaram um cheque em branco ao ministro que veio do frio. Pediram rigor, exigiram dureza, mesmo sem saber do que estavam a falar. Ajoelharam-se no altar da austeridade e pediram outra reguada.

E Gaspar deu-a - iria dar de qualquer maneira. Foi além da troika e do que seria imaginável fazer. Foi brutal, imprudente, arrogante. Há ainda quem o confunda com coragem. Assumiu todas as dívidas, mesmo as que estavam fora do perímetro do Estado e não tinham a garantia da República (esta conta surda está por fazer, embora a ser paga). No fim, antes de desertar para o bunker do Banco de Portugal, deixou o desemprego em 18% e o resto do País armadilhado e atado. Levaremos anos a sair deste nó cego que ele deu sobre o outro que Sócrates deixou. Quem chega ao mercado de trabalho com níveis de desemprego assim está condenado a uma década de penúria e desvantagem. O atraso e o medo colam-se à pele.

Hoje a economia dá alguns sinais de vida, suspiros de tísico, mas o pulso é fraquinho. Chegados aqui, quando é cada vez mais difícil pôr o espetáculo na rua - trabalhar, vender, produzir, escrever, acreditar -, lembro-me de um soneto de António Nobre: "Amigos/ Que desgraça nascer em Portugal." Logo eu que faço parte da geração que acreditou no contrário. Quanto nos custará esta desilusão? Estará dentro do budget?
Diário de Notícias, 14 de Novembro, 2013
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Published on November 15, 2013 09:09

November 11, 2013

O pai de 130 cães de rua

Christopher Barden não tem filhos mas tem a guarda de mais de uma centena de cães. O norte-americano é responsável por um abrigo e uma loja de adopção de animais nos subúrbios de Pequim, que vive de doações e do trabalho de voluntários. Há três dias recebeu a notícia de que os novos planos de desenvolvimento do bairro prevêem a demolição do espaço. Faltam leis na China para a protecção dos animais e de apoio a todos aqueles que os querem ajudar, defende Barden.
Catarina Domingues, em Pequim

“Este é o Louie, tem um ano e foi encontrado ferido à beira da estrada”, diz Christopher Barden. Louie, de pelo curto e tigrado, levanta-se, e ladra, e atira as patas da frente para as grades verdes e metálicas. É mais longo que alto, e ladra sempre que Barden aqui chega, e chora sempre que o dono não está. “Está a ver aquele castanho e pequeno a olhar para nós? Chama-se Erhuang, a tradução do chinês pode ser “o segundo amarelo”, quando chegou aqui tinha a perna esquerda partida. O bairro onde Erhuang vivia foi demolido para dar espaço a uma nova área de desenvolvimento”, explica Barden, e quando terminaram a construção, começaram a abater os cães. Foi a “Auntie Bo”, que lhes dava de comer há mais de três anos, que nos ligou.

Barden utiliza sempre a primeira pessoa do plural para falar do abrigo e da loja de adopção de animais que abriu há cerca de três anos, no distrito de Shunyi, nos subúrbios de Pequim. Mas este é um projecto de um só homem, que começou por ajudar uma dezena de animais de rua e acabou com 17 gatos em casa, trinta cães na loja de adopção e cem neste abrigo.

Dois cães, um é claro o outro escuro, disputam Barden, e querem a mão de Barden, e batalham a atenção do dono, e logo vem o “Uncle Gao”, funcionário do abrigo, para pôr ordem no pátio. Aquele mais escuro tem ciúmes e às vezes ficamos preocupados porque pode ser agressivo, diz Barden.
Atrás do pátio, outro pátio, “isn´t it awesome”?, este ano já demos para adopção 44 cães, o que para os padrões ocidentais pode não ser nada, mas para a China é muito. O Inverno vem aí, e há cada vez mais pessoas a adoptar. Este ano só morreram dois cães.

De uma pequena loja para um abrigo

Barden chegou à China em 1997 para trabalhar como jornalista e editor de uma revista em língua inglesa. “Mas há cinco anos comecei a apoiar pequenas acções de resgate de animais”, diz o norte-americano, que abriu a “Lingyang xiaopu” (Pequena Loja de Adopção) para fazer a comunicação entre abrigos de animais e equipas de resgate. “Acabei por escrever sobre este projecto no Weibo, uma rede social chinesa, e comecei a receber chamadas para dar apoio a resgates a animais em dificuldades”.

Quando tudo começou, Christopher tinha apenas trinta cães na Pequena Loja de Adopção. Mas em Abril de 2010, viu-se envolvido numa mega-operação de resgate. Cerca de 500 cães seguiam num camião, que tinha partido da província de Henan em direcção à província de Jilin, para serem abatidos e vendidos para consumo. No momento em que atravessava uma das auto-estradas da capital chinesa, o veículo foi travado por um activista dos direitos dos animais. “Ao princípio seguimos o caso no Weibo, mas depois também fomos para o meio da estrada e exigimos a libertação dos animais. Muitos dos cães que está a ver aqui neste abrigo estavam naquele camião”, explica.

Como o transporte, a venda e o consumo destes animais não violava a lei chinesa, activistas e organizações de caridade chegaram a um acordo e compraram os animais, relembra Barden, que ficou responsável por 89 dos cães transportados. “Uma amiga tinha inaugurado um hospital veterinário e o espaço estava vazio, perguntei-lhe, que achas?, queres levar os animais?, foi uma decisão que tomei em dez minutos, e que fez com que me desviasse do meu caminho, que perdesse a noção do meu objectivo, que inicialmente era ajudar outros abrigos e não tornar-me dono de um”. Vinte dos cães resgatados morreram com doenças infecciosas graves.
Falta de lei dificulta protecção

Num caso mais recente, activistas pagaram 100 mil renminbis para resgatar cerca de 400 cães de um festival em Yulin, na província de Guangxi. O Festival de Carne de Cão realiza-se todos os anos no solstício de Verão, e só na edição de 2013 foram abatidos mais de dez mil animais. De acordo com uma sondagem online do jornal de língua inglesa Global Times, o consumo de carne de cão ainda divide a população chinesa, com 49 por cento dos inquiridos a defender a permanência desta tradição.
“Diria que apenas 0,1 por cento da população consome este tipo de carne, mas é o suficiente para que muitos cães caiam nas teias do comércio de carne”, explica Christopher Barden, que acredita que é urgente uma lei para pôr termo a este tipo de comportamento. “Não há legislação que proíba o consumo de carne de cão ou que regulamente a venda dos animais e isso torna muito difícil o nosso trabalho de resgate”, diz o responsável. Christopher chama ainda a atenção para as condições precárias dos mercados que vendem cães. “As condições são horríveis, diria que 90 por cento dos animais não são vacinados e são vendidos com doenças”, realça.

Na China, todos têm o direito de comprar, vender, consumir ou abater estes animais, sublinha Mary Peng, fundadora do Centro Internacional para os Serviços Veterinários. “Ainda não foi feita uma distinção clara daquilo que é um animal de estimação, gado ou animal para consumo”, diz a especialista, acrescentando que a lei é apenas clara quando se trata de espécies animais protegidas.

A China e o cão

Antes da era maoista, os cães faziam parte da vida de Pequim e de outras cidades chinesas. Com a Revolução Cultural, os níveis de pobreza extrema deixaram de permitir à população o luxo de um animal de estimação. Os animais serviam apenas para apoiar a agricultura e contribuir para a produtividade, e os cães eram vistos como uma marca do imperialismo estrangeiro, tinham perdido o estatuto de fieis companheiros e eram utilizados apenas como guardadores de fábricas ou celeiros.

Também os surtos de raiva contribuíram para a exclusão destes animais. De acordo com o Centro Internacional para os Serviços Veterinários, morrem anualmente na China entre 2500 e 3000 pessoas com raiva. Mais de 95 por cento das infecções mortais são transmitidas por cães.
Para prevenir novos surtos de raiva, nos anos 80 do século passado, entrou em vigor em Pequim uma nova lei de propriedade canina, que proibia a guarda destes animais nas casas chinesas. A lei sofreu alterações no início da década seguinte e hoje em dia são permitidos cães até aos 35 centímetros de altura nos oito distritos centrais da capital. “Nesses anos 1990, o primeiro registo de um cão custava cinco mil renminbis e a renovação deste registo chegava aos dois mil renminbis. Era quase o salário anual de um agregado familiar”, explica Mary Peng, realçando que o preço do registo pretendia ter um efeito desencorajador sobre as pessoas.

Os cães de grande porte ainda são vistos como animais agressivos e estão associados a esses antigos guardadores de propriedades, que bloqueavam as entradas e assustavam as pessoas, diz Peng. A lei ainda é contestada por activistas, especialistas e amantes de animais, que defendem que o tamanho do cão não deveria estar directamente relacionado com a perigosidade do animal.

Amados e abandonados

“Yaya é a ‘prima donna’, não gosta das outras senhoras e quando a levo a passear tem de ser com outros machos”, diz a sueca Lena Walther, uma das voluntárias na Pequena Loja de Adopção de Christopher Barden. Na China, a melhoria da situação económica das famílias fez com que iniciassem um processo de adopção sem precedentes, explica Walther, que em 2005 não se lembra de ver muitos cães nas ruas pequinenses.

Mas, além de um maior poder de compra das famílias chinesas, houve um outro fenómeno social que influenciou a relação dos chineses com os animais de quatro patas: a política do filho único e o consequente aumento da população envelhecida. “Os mais idosos e as famílias com apenas um filho são os principais núcleos de adopção porque procuram companhia”, explica Wang Hui Wu, veterinário na clínica Ai Le no bairro de Shijingshan, em Pequim.

O espaço, que também acolhe animais para adopção, tem incorporada uma pequena loja onde se encontra de tudo e em tamanho pequeno, casaquinhos, calcinhas, sapatinhos, e outros acessórios para gatos e para cães. E é assim bairro sim, e bairro sim, em Pequim multiplicam-se os locais VIP para caninos, desde cabeleireiros, clínicas dentárias, até piscinas, cinemas e bares que permitem a entrada destes animais. Pelas ruas da cidade, passeiam-se animais com roupas de marca, cristas laranja, verde florescente e laços da Hello Kitty. “Em apenas uma geração, os animais deixaram de estar acorrentados num quintal para se tornaram membros de uma família e andarem dentro de casa e até na cama”, explica Mary Peng, que se lembra de começar por ver nas ruas da capital pastores alemães, depois golden retriever, mais tarde dálmatas, e bulldogues e agora caniches.

Como se explica então um cada vez maior abandono de animais na capital chinesa? “O que aconteceu é que os chineses não tinham experiência com animais e quando começaram a comprar ou adoptar não estavam informados sobre as características e os traços de personalidade de certas raças”, explica Peng. Cães de grande porte, realça a especialista, são animais que precisam de uma alimentação especial, de espaço, de fazer exercício e de sair à rua várias vezes por dia. Além disso, em Junho deste ano, o Gabinete de Segurança Pública reforçou a supervisão do registo canino. Peng acredita que houve famílias que entenderam que não tinham condições para tomar conta dos animais e outras que, não querendo mudar para a periferia, procuravam um novo dono para os cães de grande porte ou abandonavam-nos.
 
Começar de novo

O telefone de Christopher Barden não pára. “Às vezes já não quero atender, os pedidos de ajuda são tantos e eu não tenho coragem de rejeitar nenhum”. O norte-americano conta com três funcionários a tempo inteiro, uma série de voluntários e uma dívida de 200 mil renminbis para pagar rendas, alimentação e contas de veterinário. Acabamos sempre por pagar, mas atrasamo-nos vários meses.

Há três dias, Barden recebeu a notícia de que esta área do distrito de Shunyi vai ser demolida. Acabei de pôr os azulejos nas paredes e já vou ter de sair, diz o responsável, enquanto fotografa o local. Fala com a “Auntie Zhou”, e depois fala com o “Uncle Gao”, e depois com o Louie e os outros. O portão principal está pela primeira vez fechado, a trezentos metros está uma sucata, a quatrocentos uma estação da polícia. Agora fechamos sempre o portão para não termos surpresas, não sei quando vão deitar isto abaixo, se daqui a um mês, dois ou meio ano.

Mary Peng não ficou admirada com a notícia. Na realidade, uma grande propriedade como esta é o ideal para o desenvolvimento e é algo que tenho vindo a assistir em todos os bairros da capital há trinta anos, realça a fundadora do Centro Internacional para os Serviços Veterinários. Como os abrigos de animais em Pequim não estão registados, não têm quaisquer direitos, não podem angariar fundos e vivem da bondade das pessoas, realça a especialista.

Mas Chistopher Barden já começou a pensar num espaço novo e maior. Talvez um abrigo para 150 cães, onde possamos apostar na educação e oficinas de trabalho com veterinários. O pai dos cães sem abrigo está a pentear o pequeno Tian, quando o telefone toca, e volta a tocar, e é mais um pedido de socorro.

Ponto Final - Novembro 11, 2013
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Published on November 11, 2013 16:51

Favorecimento das Escolas Privadas em prejuízo das Escolas Públicas

Embora feita há um ano, esta reportagem é muito actual em relação à questão do favorecimento, pelo Governo, dos colégios privados em prejuízo da escola pública. É escandaloso! Assim, não admira que as fortunas de alguns poucos tenham aumentado com a crise que esmaga a maioria dos portugueses.
3 de dezembro de 2012.
Para ver AQUI:
http://www.tvi.iol.pt/videos/13754874   Repórter TVI: «Dinheiros públicos, vícios privados» > TVI24 http://www.tvi24.iol.pt/aa---videos---sociedade/reporter-tvi-grande-reportagem-colegios-privados-financiamento-ana-leal-tvi24/1398453-5795.html
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Published on November 11, 2013 07:08

Média da Escola e taxa de conclusão do Secundário

Nas secundárias, poucas conseguem mais de 10 valores de média e a maioria tem taxas de conclusão baixas.

Os rankings das escolas, desde 2001, têm estado centrados nas classificações médias das escolas em exames nacionais. No entanto, as médias das escolas escondem a variabilidade dentro das mesmas, e acima de tudo a obtenção de uma média elevada não pode nem deve ser o único indicador mensurável capaz de informar acerca da qualidade das escolas.
Assim, este ano decidiu-se complementar o indicador “média da escola” com o indicador “taxa de conclusão do secundário”, no pressuposto de que ambos estão relacionados, mas admitindo que podem existir certos trade-offs entre eles. Isto é, uma escola que tudo subordina à obtenção de médias elevadas em exame pode descurar o indicador “taxa de conclusão”, e uma escola cujo enfoque seja conseguir que a maioria dos seus alunos termine o secundário pode descurar o indicador “média de exame”.  Duas escolas de Lisboa encontram-se nos extremos dos resultados que cruzam as taxas de conclusão com as médias obtidas nos exames: a secundária do Restelo (taxa de conclusão de 98,1%, para 100% de alunos no ensino geral, e média de exames 11,17 – numa escala de 0 a 20 valores), o melhor resultado; e a secundária Fonseca Benevides (25% de taxa de conclusão, para 11% de alunos no ensino secundário geral, e média de exames 5,21), o pior. Entre uma e outra, está um país feito de escolas que apresentam, em geral, fracas taxas de conclusão do ensino secundário (ver os limites desta análise na caixa), pois apenas 21 estabelecimentos de ensino apresentam taxas de conclusão iguais ou superiores a 80%.
Pelo caminho, ficam muitos alunos que ou anulam a matrícula ou desistem ou reprovam no 12.º ano.

As fracas taxas de conclusão explicam-se, desde logo, pela anulação das matrículas (além das tradicionais causas: as reprovações, as transferências e as exclusões por faltas). Ao fazê-lo, há várias estratégias das famílias e dos jovens que se jogam para alcançar melhores resultados em sede de exames nacionais. Alguns directores e directoras assinalam a existência de um fenómeno crescente de anulação de matrícula a disciplinas básicas, por parte de alunos com médios e bons resultados, na expectativa de poderem vir a obter melhor resultado final no exame.

A ser assim, as escolas não estarão apenas a orientar mais intensamente os seus alunos para a anulação de matrícula, para poderem apresentar melhores resultados finais, em sede de exames externos, reforçando a selectividade social, mas as famílias e os jovens estarão também a prosseguir novas estratégias para fazerem face à necessidade de alcançar as melhores médias finais que for possível, tendo em vista o acesso ao ensino superior.
Será decisivo, assim, que estas “tácticas” familiares não passem ao lado das práticas pedagógicas das escolas, continuando estas a ensinar todos os seus alunos, ainda que num estatuto diferente, com a matrícula anulada.

Escolas há que apresentam muito bons resultados nos dois planos, taxas de conclusão e médias de exame, como a de Porto de Mós, Leiria. Segundo vamos apurando em conversas com os dirigentes das escolas, incluindo esta, há dois elementos que devemos sublinhar diante destes bons resultados. Primeiro, mais do que a estabilidade do corpo docente, deve sublinhar-se a estabilidade de práticas pedagógicas conducentes a mais e melhor aproveitamento, a sua consolidação e persistência, anos a fio. Podíamos dizer em slogan: “Se resulta, então repete-se.”

Joaquim Azevedo e Conceição Portela   09/11/2013 - 00:04              
                     
Ver mais e respectivos gráficos no Públicohttp://www.publico.pt/sociedade/noticia/nas-secundarias-poucas-conseguem-mais-de-10-valores-de-media-e-a-maioria-tem-taxas-de-conclusao-baixas-1611861#/0
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Published on November 11, 2013 05:47

O Ranking das Escolas, as Políticas de Educação e o contexto social

Três em cada cinco escolas públicas (58,9%) onde se realizam exames nacionais no ensino secundário apresentam classificações médias aquém do que seria expectável, tendo em conta o meio onde se inserem. Isto significa que houve mais escolas do que em 2012 a ficar abaixo do valor esperado do contexto (VEC), tal como ele é calculado pela Universidade Católica Portuguesa. No ano passado, tinha acontecido com 51%.

Pública com melhor média

A Secundária Infanta D. Maria, em Coimbra, continua a ser a pública com a melhor média nos exames se só tivermos em conta as escolas com alguma dimensão (pelo menos 50 provas realizadas). Olhe-se para o que se passou nos últimos anos: em 2011, a Infanta estava em 21.º lugar do ranking geral, com 13,5 valores, e era a pública que melhor se saía; em 2012, desceu para o 26.º, com 12,4, e continuava a ser a pública que melhor se saía; este ano, com 716 provas, desce de novo, para 32.º lugar, e 11,78 valores.

Nada que espante o director Ernesto Paiva, que se reformou há dias, que afirma que “as políticas nacionais de Educação tornam cada vez mais difícil a competição com os privados, mesmo no caso de uma escola com condições excepcionais, como a D. Maria”.
“No ano lectivo 2011/2012, havia 93 professores para 863 alunos; no ano passado, 79 para 1012”, diz. Esta alteração, resultante do número de estudantes por turma e das mudanças nos currículos, coloca as escolas públicas em desvantagem em dois campos: “Com turmas maiores, as aulas são menos produtivas e faltam-nos recursos para actividades de apoio.”

Mesmo as tais condições excepcionais têm-se alterado: a estabilidade do corpo docente já não é um trunfo. O ritmo “anormal” na aposentação de professores (23 nos últimos três anos) e a entrada de docentes “que ainda não têm a cultura da escola” pesam de forma negativa. E o perfil dos alunos, que “continuam a ser de uma exigência invulgar”, também tem mudado. Ao mesmo tempo que a escola se abriu “às periferias”, a crise atingiu a classe média urbana, a que continua a pertencer a maior parte dos estudantes.
Um dado ilustrativo: sendo sempre residual, o número de beneficiários da Acção Social Escolar (ASE) subiu de 21, em 2007/2008, para 99 neste ano lectivo. Paralelamente, o número dos que recorrem a explicações particulares – algo que era relativamente comum – terá diminuído, acredita Ernesto Paiva.

Ainda assim, a escola, que está inserida no contexto mais favorável dos três pelos quais a Católica distribuiu os agrupamentos do país, continua a ser uma das que mais superam o seu VEC.

Andreia Sanches e Graça Barbosa Ribeiro
Público 09/11/201
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Published on November 11, 2013 05:28

November 10, 2013

Economista Paul de Grauwe diz que o governo errou

10 Nov, 2013, 20:45                  O economista Paul de Grauwe entende que o governo português cometeu um erro ao querer ser o melhor aluno da troika. O belga, que está em Portugal, diz que a extrema austeridade tornou a dívida insustentável.
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=694705&tm=6&layout=122&visual=61&source=mail
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Published on November 10, 2013 17:48

November 5, 2013

TEDxBelémWomen


Tive a honra e o privilégio de ter sido uma das sete mulheres convidadas para fazer uma palestra no evento TEDxBelémWomen, que se realizará no próximo dia 5 de Dezembro, às 15:00h, no Museu da Eletricidade.

Organizada por Isabel Canha e Maria Serina, duas jornalistas em cujas carreiras o mundo dos negócios e das mulheres se encontrou, e no âmbito da Organização Internacional TED-Ideas Worth Spreading, a TEDxBelémWomen, sob o tema “Desbravar novos mundos”, comporta oradoras de diferentes áreas e de um largo espectro etário que vão partilhar ideias e experiências inspiradoras que não deixarão ninguém indiferente.

Já foi criada pela Organização a página do facebook do evento, aqui:
https://www.facebook.com/tedxbelemwomen
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Published on November 05, 2013 09:41

Macau e o jogo

Terminei o meu conto para uma colectânea de Macau, no âmbito do Festival Literário A Rota das Letras (The Script Road) de 2013, que consta dos trabalhos dos concorrentes do concurso de contos e também dos escritores convidados.

A colectânea erá publicada em 3 volumes: Português, Inglês e Chinês. O meu conto tem como personagem Fernão Mendes Pinto e o tema a sua estadia em Macau, como um dos primeiros portugueses a pisar território Macaense.

O coração de Macau, a parte histórica portuguesa, preciosa, luta por sobreviver ao garrote da ganância dos donos dos casinos e das autoridades chinesas, que com a construção de uma selva de cimento estão a destruir aquele oásis de Cultura e História.

Esta reportagem da SIC é um bom testemunho
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Published on November 05, 2013 03:19

October 26, 2013

Segredos da Descoberta da Austrália pelos Portugueses

Mais um livro sobre a possibilidade, que para muitos certeza, da Descoberta da Austrália pelos Portugueses. Quem leu o meu último romance - O Corsário dos Sete Mares - lá encontrou, embora de forma ficcionada, a maioria dos argumentos e provas a favor desta teoria. Mesmo para quem não tenha estudado este assunto, pode acreditar que os Portugueses não tivessem visto e explorado as costas da Austrália, quando descobriram e desembarcaram em todas as ilhas junto a essas costas, incluindo Timor e Papua, tinham bases comerciais nos arquipélagos de Banda e Molucas, de onde partiam para mercadejar com os indígenas?
Segredos da Descoberta da Austrália pelos Portugueses
Segredos da Descoberta da Austrália pelos Portugueses Rainer Daehnhardt


NOVAS REVELAÇÕES COMPROVAM A PRESENÇA DE NAVEGADORES PORTUGUESES NA AUSTRÁLIA MAIS DE 200 ANOS ANTES DA COROA INGLESA Baseando-se em dois mapas de 1547 recentemente descobertos numa biblioteca em Los Angeles, nos Estados Unidos, os autores defendem a hipótese, solidamente sustentada pela cartografia quinhentista e pela toponímia, da descoberta da Austrália e, muito provavelmente, da Nova Zelândia, pelos navegadores portugueses.

Apesar desta teoria ser já defendida por alguns investigadores escoceses e ingleses desde o séc. XVIII, a presente obra revela novos dados que fortalecem e clarificam a descoberta portuguesa, que terá ocorrido mais de dois séculos antes do Capitão James Cook reclamar, em 1770, a posse do vasto território australiano para a coroa inglesa. Esta obra inclui uma ampla quantidade de antigos mapas, dos quais se destaca um, de 1598, de origem inglesa - aqui reproduzido a cores - contendo informações inéditas que revelam ser uma cópia de portulanos portugueses anteriores.

Infelizmente, os mapas secretos lusos não chegaram até aos nossos dias porque, muito provavelmente, foram ocultados ou destruídos pela coroa portuguesa, que quis manter afastados os seus rivais, particularmente os espanhóis. Todas estas descobertas, para além de revelarem informações inéditas sobre a verdadeira amplitude dos Descobrimentos Portugueses, revelam a importância dada pela cartografia lusa ao Extremo Oriente.

PARA ALÉM DA HISTÓRIA OFICIAL DOS DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES, EXISTE UMA HISTÓRIA SECRETA, ONDE PROLIFERAM AS RIVALIDADES, OS SEGREDOS DA COROA E AS ESTRATÉGIAS POLÍTICAS Inclui Reprodução a Cores de um Mapa Inédito da Austrália do Séc. XVI
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Published on October 26, 2013 17:19

October 22, 2013

Os ovários e os testí­culos sauditas

Segundo um dos religiosos conservadores mais importantes da Arábia Saudita, de seu nome Saleh Saad al-Lochaidn, a condução de automóveis por parte das mulheres pode danificar-lhes os ovários.Vale a pena ler o que este teólogo escreveu, tendo em conta a densidade do saber do nosso religioso... "Se uma mulher conduz um carro que seja absolutamente necessário pode sofrer consequências psicológicas negativas, já que existem estudos médicos fisiológicos que demonstram que a condução afeta automaticamente os ovários e pressiona a pélvis para cima... Por isso achamos que aquelas que conduzem habitualmente têm crianças com problemas clínicos de diferentes níveis...", assegurou numa entrevista à publicação digital Sabq.org.

A notícia, transcrita de um jornal marroquino, dá muito que pensar.
Se um homem tiver de conduzir um carro de modo imperativamente, pensando bem face a este estudo científico, pode sofrer consequências psicológicas negativas, já que a condução pode afetar automaticamente os testículos e pressionar a pélvis para cima. É que não há dúvidas que a condução masculina implica que os testículos sejam em maior ou menor grau constrangidos contra o banco onde jaz o traseiro.

Sem ser médico, mas do que resulta da chamada experiência comum, os homens a conduzir para além do traseiro "sentam" os testículos no banco.
Ora cabe perguntar se o que sucede na Arábia Saudita por causa dos ovários não poderá estar a suceder na Europa em todas as crianças que apresentam problemas negativos já não por causa não da condução das mulheres, mas sim de tal pressão nos testículos dos homens.
Na Arábia Saudita só os homens podem conduzir. A proibição das mulheres conduzirem resulta de fatwas (éditos) dos religiosos que são para cumprir.

Além de não serem de descartar outros esclarecimentos científicos deste religioso acerca das razões pelas quais as mulheres precisam de uma autorização por escrito do marido, ou do pai, ou do irmão ou mesmo do filho para sair ou até submeterem-se a operações cirúrgicas.
Não há dúvidas que a atenção que merecem as mulheres na Arábia Saudita, esse grande aliado ocidental, é de tal monta que elas mobilizam maridos, pais, irmãos ou filhos para que eles possam decidir magnanimamente se a esposa, a filha, a irmã ou a mãe pode ser sujeita a uma intervenção cirúrgica. Coisa que ela nunca poderá decidir ,apesar do Concílio de Trento no século XIV da era cristã.
Os pais, os filhos, os irmãos não precisam de mobilizar a opinião da esposa, das mães ou pais, ou das irmãs para dar autorização àqueles seres humanos do género masculino.
Repare-se na nobreza de raciocínio: estes homens conduzem sem sentirem o peso dos testículos porque o que os preocupa não são os testículos exteriores ao corpo humano, mas sim os ovários escondidos dentro do corpo feminino.

As coisas valem o que valem. E do ponto de vista de uma sociedade que se funda em pressupostos como este não pode haver dúvidas do seu grau de iniquidade e de violência por tratar as mulheres sauditas como sendo seres menores, a ponto de uma mãe ter de pedir autorização a um filho para sair, andar na rua ou submeter-se a uma intervenção cirúrgica.

A Arábia Saudita está colada à Síria, que tem dentro dela milhares de combatentes que se orientam por estes princípios brutais e obscurantistas.
Os que já visitaram a Síria e viram as mulheres sírias conduzir poderão imaginar, caso vençam estes rebeldes, o retrocesso baseado na necessidade de proteger os ovários das mulheres sírias... Permitindo todo o tipo de atropelos aos direitos humanos? O que se seguirá? Decapitações à sexta? Chicotadas todos os dias? Entrada sem qualquer mandado em casa de quem quer que seja, menos da família real, para averiguar se naquela casa impera o vício? Ai os ovários. E os testículos!!!

Mas há também boas notícias porque a Terra, apesar da família saudita real, movimenta-se: pela primeira vez na Arábia Saudita foi permitido às mulheres serem advogadas. Já há quatro mulheres advogadas...

Domingos Lopes (Advogado)
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Published on October 22, 2013 16:51