Deana Barroqueiro's Blog: Author's Central Page, page 55
April 16, 2013
Agradecimento aos meus leitores
É, em geral, entre Fevereiro e Março, que as editoras dão a conhecer os mapas de vendas, relativos ao ano anterior, e os direitos de autor que são devidos a cada escritor. Por isso, como é meu costume e meu gosto, venho partilhar com os meus leitores os sucessos que animam ou desanimam a minha vida de escritora na difícil arte do romance histórico. E, sobretudo, agradecer-vos o carinho e o incentivo que sempre me têm dado ao longo dos meus treze anos de trabalho de romancista.Com a crise no seu auge, em 2012, as editoras temiam os seus efeitos sobre o mercado livreiro, prevendo uma forte diminuição nas vendas, pela falta de poder de compra dos portugueses, o que de facto se veio a verificar. Como não podia deixar de ser, por muito que amem os livros e a leitura, quando os salários sofrem cortes brutais ou desaparecem, as pessoas têm de satisfazer primeiro as necessidades básicas, suas e das famílias, antes de dispenderem o seu dinheiro nas livrarias. Assim, foi com alguma surpresa (e uma imensa gratidão!) que verifiquei terem os meus romances conseguido vendas substanciais, chegando mesmo alguns dos mais antigos a aumentar grandemente o número de exemplares vendidos, em relação aos anos anteriores, como aconteceu com O Navegador da Passagem - Bartolomeu Dias, da Porto Editora O Corsário dos Sete Mares - Fernão Mendes Pinto, que foi lançado pela Casa das Letras/Leya, no fim de Outubro, também não ficou muito aquém dos lançamentos dos meus outros livros, no mesmo período de Natal, ou seja, apenas nos dois meses de Novembro e Dezembro. Quanto a O Espião de D. João II - Pêro da Covilhã, da Editora Ésquilo, esse não contou, pois há mais de um ano (desde a falência da distribuidora Sodilivros) que deixou de aparecer nas livrarias e portanto não foi vendido nenhum exemplar. Hão-de aparecer alguns na Feira do Livro, retirados do fundo da editora. Portanto, em 2012, foram vendidos vários milhares de exemplares das minhas obras e esse feito devo-o, quase exclusivamente, aos meus leitores. Não só aos fiéis, que me acompanham desde o primeiro romance e vão passando a palavra aos seus amigos (não sou "famosa", nem jornalista, portanto, apareço pouco nos Media e os meus livros não são "literatura light, por isso não tenho "visibilidade"), mas também aos amigos das redes virtuais e bloguistas, sobretudo aos facebookianos e ainda aos mais recentes, que, por qualquer acaso ou circunstância, vão conhecendo os meus romances e gostam e trazem outros leitores para o meu círculo de amigos - que amigos são todos os que me lêem, porque ler os meus livros é ler-me a alma, como fazem os verdadeiros amigos. Bem hajam todos! Não pelo ganho que poderei auferir (embora seja importante), mas pelo vosso apreço pela minha escrita, porque ninguém compra os meus livros para os pôr numa prateleira por ser "escritora da moda", só compra quem os quer ler porque gosta e isso não há dinheiro que pague. Prometo tentar fazer melhor ainda no próximo romance, que será também diferente dos outros - gosto de vos dar livros que não obedeçam a receitas e que sejam de certo modo um desafio, a que sempre têm sabido responder. Muito obrigada, meus amigos.
Published on April 16, 2013 11:22
April 7, 2013
DEANA BARROQUEIRO, ESCRITORA DE ROMANCE HISTÓRICO
Entrevista pelo jornalista Hélder Fernando, para o jornal Hoje Macau , no âmbito do festival literário da Lusofonia, A Rota das Letras .
Páginas centrais - 10 /11 - da edição de 8 de Março, 2013
DEANA BARROQUEIRO, ESCRITORA DE ROMANCE HISTÓRICO
Os livros que escreve fazem-nos navegar por todos os mares lado a lado com os grandes navegadores portugueses, mas também com os marinheiros anónimos, sofrendo horrores, sentindo mil prazeres. Formada em filologia românica, foi professora, é poliglota, dinamiza blogues culturais, conferencista, vasta obra publicada no que toca a romance histórico, Deana Barroqueiro é umas das grandes figuras convidadas para a Rota das Letras-Festival Literário que agora tem início em Macau. Logo depois continuará viajando por algumas terras onde andaram, a Oriente, certos verdadeiros heróis portugueses. Uma entrevista que vai emocionar o leitor.
Pode dizer-se que mais do que uma escritora de viagens talvez nem contando as que faz, é uma investigadora que publica romances históricos fundamentalmente situados nos Descobrimentos e Renascimento portugueses?
_ Eu não escrevo sobre as minhas viagens nem sobre as minhas experiências de vida, porque não desejo fazer diários mas sim romances históricos, dando a conhecer aos leitores, vidas e acontecimentos fascinantes da nossa História e Cultura, que são das mais ricas da Europa. Só a saga dos Descobrimentos Portugueses, oferece um manancial inesgotável de personagens reais, tão extraordinárias que podem emparelhar com os mais audaciosos heróis da ficção. Comecei a explorar o tema, talvez para contrariar a visão dos que encaram os Descobrimentos Portugueses como um período vergonhoso da nossa História que se deve repudiar e esquecer. No entanto, as nações outrora nossas rivais vangloriam-se dos seus impérios passados, conquanto tenham sido muito mais violentas do que Portugal, tendo até destruído com premeditação povos e civilizações inteiras, como a Espanha na América do Sul, a Holanda nas Molucas ou os ingleses na Austrália, em pleno século XX. Os Descobrimentos fazem parte do nosso passado colectivo que deve ser assumido com objectividade, sem desculpar os crimes e abusos, mas também sem esquecer que, com esta grande empresa, Portugal se tornou cabeça da Europa, muito à frente das outras nações, pelo desenvolvimento científico, social e civilizacional que atingiu e pelo seu protagonismo numa pioneira globalização do mundo e de outros acontecimentos que trouxeram a Europa para a modernidade.
Esta sua presença na Rota das Letras em Macau dever-se-á ao facto de ser bastante conhecida pelos leitores da diáspora?
Mapa de Cantino, de 1502, roubado aos Portugueses que já tinham desenhado os contornos do Mundo moderno _ Não sou uma escritora muito mediática, passo meses sem sair de casa, a estudar e a escrever, publicando um livro cada dois ou três anos, porque o romance histórico sério implica um longo trabalho de investigação. Contudo, já escrevi onze romances históricos e dois livros de contos; D. Sebastião e o Vidente recebeu um prémio e realmente tenho tido bastante divulgação nos media da diáspora portuguesa. Não é, pois de estranhar que, através dos blogues e redes sociais da internet, tenha conseguido alguns leitores em Macau, despertando a curiosidade da Sra. presidente da Casa de Portugal. Quando soube que “O Corsário dos Sete Mares” narrava a vida de Fernão Mendes Pinto e de outros aventureiros portugueses na China, a Dra. Maria Amélia António convidou-me para fazer a sua apresentação na Rota das Letras.
Do multifacetado programa em termos temáticos e quanto a diferenciados autores, que expectativas sente?
_ Conheço grande parte das obras dos autores lusófonos convidados, por isso a minha curiosidade e interesse vão para os escritores de Macau, da China e da Tailândia, porque, no meu romance, procurei mostrar a ligação entre os portugueses e o Oriente, no séc. XVI, dividindo-o em sete mares, cujos capítulos começam por um texto antigo – poema, carta, documento oficial, outros – dos países que Fernão Mendes Pinto conheceu. Li muitíssimas obras clássicas destas nações, mas desconheço os autores contemporâneos, por isso vou aprender muito nestes encontros. E há também o cinema, essa arte que possibilita viajar e conhecer o mundo e até a alma de um povo através do olhar. Sinto que vai ser uma experiência muito enriquecedora.
O "Barco Negro", a nau dos Porgueses que levava para a China e o Japão produtos e maravilhas nunca antes vistas, concretizando o primeiro projecto de globalização
Durante umas semanas, dentro e fora do âmbito da Rota das Letras, vai viver um pouco deste Oriente, agora num tempo tão diferente dos séculos XVI, XVII ou XVIII que costuma contemplar nos seus estudos em grande parte reflectidos na globalidade da sua obra literária…
_ Vou fazer aquilo que sempre faço quando termino um livro: viajar pelos lugares onde as minhas personagens viveram durante as suas vidas reais, para ver quanto dessa realidade ainda permanece no séc. XXI e até que ponto se aproxima da realidade virtual das vidas ficcionadas que eu lhes criei no meu romance, a partir dos mais variados textos coevos. Em todas as minhas obras, procuro fazer com que o leitor viaje no tempo e veja esse mundo antigo através do olhar dessas personagens do séc. XV ou XVI, respire os mesmos odores e fedores, saboreie os mesmos exóticos manjares ou se mareie com o biscoito bichoso e a água salobra. Por isso, nunca vou conhecer os lugares por onde peregrinaram os meus heróis antes de terminar o livro, para não contaminar o seu mundo com o meu olhar de turista do século XXI. Na muralha da China, imaginarei Fernão Mendes Pinto e os oito companheiros, a cumprirem a pena de trabalhos forçados na sua construção, tal como o descrevi no meu romance. Seguirei o seu rasto pelos rios que o levaram de Nanquim a Pequim; evocarei Tomé Pires com a trágica odisseia da primeira embaixada de uma nação europeia à China, há 500 anos; e em Cantão recordarei Galiote Pereira, catorze anos preso na terra estranha, e sentirei emoção e respeito por estes homens, muitos deles anónimos, que redesenharam o Mundo, fazendo a sua História. Presto-lhes homenagem com os meus romances, dando voz a essa gente ignorada que não deixou o nome mas a vida pelo mundo repartida em sangue, sémen, suor e lágrimas.
Fortaleza de Macau, da qual aimda restam as muralhas originais É tão aliciante o que acaba de dizer e a forma como nos diz! É nítido que concebe as suas personagens, os cenários, com base na realidade histórica. Alguns observadores da sua obra, dizem que a investigação que faz (“O Espião de D. João II”, “D. Sebastião e o Vidente”, “O Romance da Bíblia”, por exemplo), é obedecida com o produto final dos livros, ou seja o que lá está é verdade. É assim?
_ O romance histórico deve dar ao leitor algo mais do que uma simples narrativa para entretenimento, pode e deve contribuir para um melhor conhecimento da época e do espaço retratada, da geografia, dos ambientes, das gentes e costumes. Por isso se considera o histórico como o mais difícil de todos os romances, porque, para se impregnar desse “espírito de época”, é necessário muito estudo e imensa pesquisa, um sacrifício que poucos se dispõem a fazer neste tempo em que tudo é ligeiro e superficial, até a Literatura. A minha melhor recompensa está em os leitores reconhecerem e apreciarem esse trabalho meticuloso de recriação histórica, que eu julgo ser um dos aspectos mais importantes nas minhas obras.
Barcos chineses, do tipo em que navegavam os Portugueses Poderá dizer-se que esses portugueses realizaram a globalização ainda antes de existir esse conceito?_ Os Portugueses foram, sem dúvida, os pioneiros da globalização, não por mero acaso mas com um projecto começado no tempo de D. João I, com a conquista de Ceuta e o domínio da costa Marrocos, continuado pelas navegações henriquinas até à Serra Leoa, retomado por D. João II de forma pensada e sistematizada, à luz dos conhecimentos científicos mais avançados da época, e prosseguido triunfalmente por D. Manuel I. Os Portugueses povoaram lugares desérticos, influenciaram a língua, a política, as religiões e os costumes – por vezes até a geografia – dos lugares e nações que visitaram. Contudo, não souberam gerir e manter essa grande empresa, acabando por ser espoliados dela pelas nações rapaces suas rivais, nomeadamente os Países Baixos.
Tem assinalável experiência em visitar estabelecimentos de ensino secundário e superior, como acontecerá em Macau. A generalidade dos alunos gosta mesmo de ser estimulado para a leitura, para a literatura de língua portuguesa, ou a preocupação sobre a escassez de saídas profissionais, é demasiado absorvente?
_ Há mais de uma década que o ministério da Educação tem promovido o facilitismo no ensino, com consequências catastróficas. Entre outros cortes nas disciplinas de Humanidades, os programas de Português do ensino básico e secundário foram esvaziados dos conteúdos literários, em prol de uma pretensa competência em textos não literários, todavia, muito redutores para o conhecimento da nossa língua e também dos seus escritores. Enquanto um aluno habituado a ler e interpretar textos literários não tinha dificuldade em escrever uma carta, elaborar uma lista ou o regulamento de um concurso, o inverso já não acontece, como se pode constatar pela dificuldade que a maioria dos jovens, universitários ou já com os cursos concluídos, têm em interpretar um texto ou até uma pergunta, expressar um pensamento e pior ainda escrevê-lo. Se, nas escolas, os alunos não conhecem nem aprendem a gostar das obras dos grandes escritores, dificilmente se tornarão bons leitores em adultos e ainda menos saberão escrever uma carta. Teremos cada vez mais gente capaz de manejar com perícia as novas tecnologias, mas cada vez menos culta e com uma visão estreita do mundo que a rodeia, formada pelos “saberes” pesquisados na internet, habituada ao parasitário “copy/paste”, em prejuízo de um trabalho original que implique estudo e esforço.
À conversa com os alunos da Escola Portuguesa de Macau Lendo-a, nos seus livros e nos blogues literários que mantém, noto que não utiliza o chamado Novo Acordo Ortográfico. Trata-se de uma não concordância assumida por uma filóloga românica, como é o seu caso?
_ Não aceito este Acordo Ortográfico, feito no segredo dos gabinetes e à revelia das instituições que estudam a língua, suscitando o mais firme repúdio da maioria dos seus utentes, que sentiram este acordo como um bom serviço prestado pelos nossos governantes ao Brasil que, para cúmulo do ridículo, se recusa agora a assiná-lo! Fruto de um trabalho apressado, pouco reflectido e incompetente que, na sua ânsia de uniformizar a diversidade da língua, acabou por complicar em vez de simplificar, levando o caos às escolas e ao país. Uma língua é um organismo vivo que se modifica, desenvolve, moderniza e enriquece, de forma natural e harmoniosa, diversificando-se. Ela é a expressão da identidade de um povo. Nós somos a nossa língua, uma língua com muitos séculos de história, tão sábia, pujante e maleável, que se tornou matriz, língua-mãe da Lusofonia e das suas soberbas variantes, dispersas pelos quatro cantos do mundo. E é essa multiplicidade que a torna única no mundo, por isso não se deve permitir a uns poucos a destruição de um valioso património que é de todos.
Para além de no evento Rota das Letras, a Deana Barroqueiro integrar um painel de escritores de literatura de viagem, vem apresentar o seu mais recente trabalho literário, o já considerado empolgante “O Corsário dos Sete Mares – Fernão Mendes Pinto”. Não querendo este jornal antecipar o tanto que dirá, pergunta: ele foi um aventureiro cheio de sorte, um grande cronista e relator de factos vividos, uma pessoa à procura de fronteiras ou um peregrino?
Casamento em Goa_ Fernão Mendes Pinto encarna o espírito empreendedor, criativo e aventureiro do homem dos Descobrimentos, mas também do nosso tempo, com todas as qualidades e defeitos que fazem dos portugueses um povo singular, disposto a emigrar para longes terras em busca de nova vida, sujeitando-se aos caprichos da sorte, adaptando-se às mais duras condições e prosperando em qualquer lugar habitável do planeta. Por outro lado, a Peregrinação mostra-o como o grande precursor do romance moderno, cujas personagens são gente comuns, expondo, com grande realismo, os vícios e virtudes dos homens em luta constante com a adversidade e capazes de tudo para sobreviver. Personalidade das mais importantes do séc. XVI, está profundamente ligado à saga dos Portugueses no Oriente, quer como embaixador nos reinos vizinhos de Malaca, quer como mercenário ou ainda navegador experiente e descobridor de mundos ignorados na Europa. Inteligente e com uma surpreendente abertura de espírito, a sua curiosidade insaciável leva-o a procurar saber tudo sobre os povos e terras que encontra ao longo da sua peregrinação de 21 anos no Oriente, sem emitir juízos de valor depreciativos, denunciando igualmente a violência, a corrupção e os crimes dos Portugueses, mouros e gentios.
Afinal, Fernão Mendes Pinto não foi, mesmo ironicamente, um mentiroso…
_ Como costuma acontecer aos que mais contribuem para a valorização de Portugal, Fernão foi desacreditado pelos seus compatriotas, que se encarniçaram contra a “inveracidade” da sua narração, incapazes de apreciarem o valor e a singularidade da Peregrinação que, logo após a sua publicação em 1614, teve vinte edições em várias línguas, tornando-se o roteiro dos viajantes e dos corsários das nações rivais, em particular dos Holandeses. Estudos actuais, feitos por um naipe de especialistas internacionais provam que mais de 80% do conteúdo da Peregrinação é verdade. Afinal Fernão não mentiu.
O Templo da deusa A Ma, protectora dos pescadores e navegantes, achado pelos Portugueses ao desembarcarem na baía da península, há quase 500 anos. A Ma Gau viria a ser Macau
A viagem está como que no seu ADN. Filha de portugueses, nasceu na América, ou seja é filha da diáspora._ Aos dois anos de idade, fiz o percurso contrário ao dos nossos emigrantes, vindo com a minha mãe e irmãos, dos Estados Unidos, onde nasci, para Portugal. Por isso costumo dizer que o meu gosto pelas viagens e pelo tema dos Descobrimentos, começou aí, com esse ritual da passagem transatlântica. E logo a saudade pela ausência do pai, a família dividida, tudo isso me formatou a alma e me converteu no que sou.
Entrevista pelo jornalista Hélder Fernando, para o jornal Hoje Macau , no âmbito do festival literário da Lusofonia, A Rota das Letras .
Páginas centrais - 10 /11 - da edição de 8 de Março, 2013
DEANA BARROQUEIRO, ESCRITORA DE ROMANCE HISTÓRICO
Os livros que escreve fazem-nos navegar por todos os mares lado a lado com os grandes navegadores portugueses, mas também com os marinheiros anónimos, sofrendo horrores, sentindo mil prazeres. Formada em filologia românica, foi professora, é poliglota, dinamiza blogues culturais, conferencista, vasta obra publicada no que toca a romance histórico, Deana Barroqueiro é umas das grandes figuras convidadas para a Rota das Letras-Festival Literário que agora tem início em Macau. Logo depois continuará viajando por algumas terras onde andaram, a Oriente, certos verdadeiros heróis portugueses. Uma entrevista que vai emocionar o leitor.
Pode dizer-se que mais do que uma escritora de viagens talvez nem contando as que faz, é uma investigadora que publica romances históricos fundamentalmente situados nos Descobrimentos e Renascimento portugueses?
_ Eu não escrevo sobre as minhas viagens nem sobre as minhas experiências de vida, porque não desejo fazer diários mas sim romances históricos, dando a conhecer aos leitores, vidas e acontecimentos fascinantes da nossa História e Cultura, que são das mais ricas da Europa. Só a saga dos Descobrimentos Portugueses, oferece um manancial inesgotável de personagens reais, tão extraordinárias que podem emparelhar com os mais audaciosos heróis da ficção. Comecei a explorar o tema, talvez para contrariar a visão dos que encaram os Descobrimentos Portugueses como um período vergonhoso da nossa História que se deve repudiar e esquecer. No entanto, as nações outrora nossas rivais vangloriam-se dos seus impérios passados, conquanto tenham sido muito mais violentas do que Portugal, tendo até destruído com premeditação povos e civilizações inteiras, como a Espanha na América do Sul, a Holanda nas Molucas ou os ingleses na Austrália, em pleno século XX. Os Descobrimentos fazem parte do nosso passado colectivo que deve ser assumido com objectividade, sem desculpar os crimes e abusos, mas também sem esquecer que, com esta grande empresa, Portugal se tornou cabeça da Europa, muito à frente das outras nações, pelo desenvolvimento científico, social e civilizacional que atingiu e pelo seu protagonismo numa pioneira globalização do mundo e de outros acontecimentos que trouxeram a Europa para a modernidade.
Esta sua presença na Rota das Letras em Macau dever-se-á ao facto de ser bastante conhecida pelos leitores da diáspora?
Mapa de Cantino, de 1502, roubado aos Portugueses que já tinham desenhado os contornos do Mundo moderno _ Não sou uma escritora muito mediática, passo meses sem sair de casa, a estudar e a escrever, publicando um livro cada dois ou três anos, porque o romance histórico sério implica um longo trabalho de investigação. Contudo, já escrevi onze romances históricos e dois livros de contos; D. Sebastião e o Vidente recebeu um prémio e realmente tenho tido bastante divulgação nos media da diáspora portuguesa. Não é, pois de estranhar que, através dos blogues e redes sociais da internet, tenha conseguido alguns leitores em Macau, despertando a curiosidade da Sra. presidente da Casa de Portugal. Quando soube que “O Corsário dos Sete Mares” narrava a vida de Fernão Mendes Pinto e de outros aventureiros portugueses na China, a Dra. Maria Amélia António convidou-me para fazer a sua apresentação na Rota das Letras. Do multifacetado programa em termos temáticos e quanto a diferenciados autores, que expectativas sente?
_ Conheço grande parte das obras dos autores lusófonos convidados, por isso a minha curiosidade e interesse vão para os escritores de Macau, da China e da Tailândia, porque, no meu romance, procurei mostrar a ligação entre os portugueses e o Oriente, no séc. XVI, dividindo-o em sete mares, cujos capítulos começam por um texto antigo – poema, carta, documento oficial, outros – dos países que Fernão Mendes Pinto conheceu. Li muitíssimas obras clássicas destas nações, mas desconheço os autores contemporâneos, por isso vou aprender muito nestes encontros. E há também o cinema, essa arte que possibilita viajar e conhecer o mundo e até a alma de um povo através do olhar. Sinto que vai ser uma experiência muito enriquecedora.
O "Barco Negro", a nau dos Porgueses que levava para a China e o Japão produtos e maravilhas nunca antes vistas, concretizando o primeiro projecto de globalizaçãoDurante umas semanas, dentro e fora do âmbito da Rota das Letras, vai viver um pouco deste Oriente, agora num tempo tão diferente dos séculos XVI, XVII ou XVIII que costuma contemplar nos seus estudos em grande parte reflectidos na globalidade da sua obra literária…
_ Vou fazer aquilo que sempre faço quando termino um livro: viajar pelos lugares onde as minhas personagens viveram durante as suas vidas reais, para ver quanto dessa realidade ainda permanece no séc. XXI e até que ponto se aproxima da realidade virtual das vidas ficcionadas que eu lhes criei no meu romance, a partir dos mais variados textos coevos. Em todas as minhas obras, procuro fazer com que o leitor viaje no tempo e veja esse mundo antigo através do olhar dessas personagens do séc. XV ou XVI, respire os mesmos odores e fedores, saboreie os mesmos exóticos manjares ou se mareie com o biscoito bichoso e a água salobra. Por isso, nunca vou conhecer os lugares por onde peregrinaram os meus heróis antes de terminar o livro, para não contaminar o seu mundo com o meu olhar de turista do século XXI. Na muralha da China, imaginarei Fernão Mendes Pinto e os oito companheiros, a cumprirem a pena de trabalhos forçados na sua construção, tal como o descrevi no meu romance. Seguirei o seu rasto pelos rios que o levaram de Nanquim a Pequim; evocarei Tomé Pires com a trágica odisseia da primeira embaixada de uma nação europeia à China, há 500 anos; e em Cantão recordarei Galiote Pereira, catorze anos preso na terra estranha, e sentirei emoção e respeito por estes homens, muitos deles anónimos, que redesenharam o Mundo, fazendo a sua História. Presto-lhes homenagem com os meus romances, dando voz a essa gente ignorada que não deixou o nome mas a vida pelo mundo repartida em sangue, sémen, suor e lágrimas.
Fortaleza de Macau, da qual aimda restam as muralhas originais É tão aliciante o que acaba de dizer e a forma como nos diz! É nítido que concebe as suas personagens, os cenários, com base na realidade histórica. Alguns observadores da sua obra, dizem que a investigação que faz (“O Espião de D. João II”, “D. Sebastião e o Vidente”, “O Romance da Bíblia”, por exemplo), é obedecida com o produto final dos livros, ou seja o que lá está é verdade. É assim?_ O romance histórico deve dar ao leitor algo mais do que uma simples narrativa para entretenimento, pode e deve contribuir para um melhor conhecimento da época e do espaço retratada, da geografia, dos ambientes, das gentes e costumes. Por isso se considera o histórico como o mais difícil de todos os romances, porque, para se impregnar desse “espírito de época”, é necessário muito estudo e imensa pesquisa, um sacrifício que poucos se dispõem a fazer neste tempo em que tudo é ligeiro e superficial, até a Literatura. A minha melhor recompensa está em os leitores reconhecerem e apreciarem esse trabalho meticuloso de recriação histórica, que eu julgo ser um dos aspectos mais importantes nas minhas obras.
Barcos chineses, do tipo em que navegavam os Portugueses Poderá dizer-se que esses portugueses realizaram a globalização ainda antes de existir esse conceito?_ Os Portugueses foram, sem dúvida, os pioneiros da globalização, não por mero acaso mas com um projecto começado no tempo de D. João I, com a conquista de Ceuta e o domínio da costa Marrocos, continuado pelas navegações henriquinas até à Serra Leoa, retomado por D. João II de forma pensada e sistematizada, à luz dos conhecimentos científicos mais avançados da época, e prosseguido triunfalmente por D. Manuel I. Os Portugueses povoaram lugares desérticos, influenciaram a língua, a política, as religiões e os costumes – por vezes até a geografia – dos lugares e nações que visitaram. Contudo, não souberam gerir e manter essa grande empresa, acabando por ser espoliados dela pelas nações rapaces suas rivais, nomeadamente os Países Baixos.Tem assinalável experiência em visitar estabelecimentos de ensino secundário e superior, como acontecerá em Macau. A generalidade dos alunos gosta mesmo de ser estimulado para a leitura, para a literatura de língua portuguesa, ou a preocupação sobre a escassez de saídas profissionais, é demasiado absorvente?
_ Há mais de uma década que o ministério da Educação tem promovido o facilitismo no ensino, com consequências catastróficas. Entre outros cortes nas disciplinas de Humanidades, os programas de Português do ensino básico e secundário foram esvaziados dos conteúdos literários, em prol de uma pretensa competência em textos não literários, todavia, muito redutores para o conhecimento da nossa língua e também dos seus escritores. Enquanto um aluno habituado a ler e interpretar textos literários não tinha dificuldade em escrever uma carta, elaborar uma lista ou o regulamento de um concurso, o inverso já não acontece, como se pode constatar pela dificuldade que a maioria dos jovens, universitários ou já com os cursos concluídos, têm em interpretar um texto ou até uma pergunta, expressar um pensamento e pior ainda escrevê-lo. Se, nas escolas, os alunos não conhecem nem aprendem a gostar das obras dos grandes escritores, dificilmente se tornarão bons leitores em adultos e ainda menos saberão escrever uma carta. Teremos cada vez mais gente capaz de manejar com perícia as novas tecnologias, mas cada vez menos culta e com uma visão estreita do mundo que a rodeia, formada pelos “saberes” pesquisados na internet, habituada ao parasitário “copy/paste”, em prejuízo de um trabalho original que implique estudo e esforço.
À conversa com os alunos da Escola Portuguesa de Macau Lendo-a, nos seus livros e nos blogues literários que mantém, noto que não utiliza o chamado Novo Acordo Ortográfico. Trata-se de uma não concordância assumida por uma filóloga românica, como é o seu caso?_ Não aceito este Acordo Ortográfico, feito no segredo dos gabinetes e à revelia das instituições que estudam a língua, suscitando o mais firme repúdio da maioria dos seus utentes, que sentiram este acordo como um bom serviço prestado pelos nossos governantes ao Brasil que, para cúmulo do ridículo, se recusa agora a assiná-lo! Fruto de um trabalho apressado, pouco reflectido e incompetente que, na sua ânsia de uniformizar a diversidade da língua, acabou por complicar em vez de simplificar, levando o caos às escolas e ao país. Uma língua é um organismo vivo que se modifica, desenvolve, moderniza e enriquece, de forma natural e harmoniosa, diversificando-se. Ela é a expressão da identidade de um povo. Nós somos a nossa língua, uma língua com muitos séculos de história, tão sábia, pujante e maleável, que se tornou matriz, língua-mãe da Lusofonia e das suas soberbas variantes, dispersas pelos quatro cantos do mundo. E é essa multiplicidade que a torna única no mundo, por isso não se deve permitir a uns poucos a destruição de um valioso património que é de todos.
Para além de no evento Rota das Letras, a Deana Barroqueiro integrar um painel de escritores de literatura de viagem, vem apresentar o seu mais recente trabalho literário, o já considerado empolgante “O Corsário dos Sete Mares – Fernão Mendes Pinto”. Não querendo este jornal antecipar o tanto que dirá, pergunta: ele foi um aventureiro cheio de sorte, um grande cronista e relator de factos vividos, uma pessoa à procura de fronteiras ou um peregrino?
Casamento em Goa_ Fernão Mendes Pinto encarna o espírito empreendedor, criativo e aventureiro do homem dos Descobrimentos, mas também do nosso tempo, com todas as qualidades e defeitos que fazem dos portugueses um povo singular, disposto a emigrar para longes terras em busca de nova vida, sujeitando-se aos caprichos da sorte, adaptando-se às mais duras condições e prosperando em qualquer lugar habitável do planeta. Por outro lado, a Peregrinação mostra-o como o grande precursor do romance moderno, cujas personagens são gente comuns, expondo, com grande realismo, os vícios e virtudes dos homens em luta constante com a adversidade e capazes de tudo para sobreviver. Personalidade das mais importantes do séc. XVI, está profundamente ligado à saga dos Portugueses no Oriente, quer como embaixador nos reinos vizinhos de Malaca, quer como mercenário ou ainda navegador experiente e descobridor de mundos ignorados na Europa. Inteligente e com uma surpreendente abertura de espírito, a sua curiosidade insaciável leva-o a procurar saber tudo sobre os povos e terras que encontra ao longo da sua peregrinação de 21 anos no Oriente, sem emitir juízos de valor depreciativos, denunciando igualmente a violência, a corrupção e os crimes dos Portugueses, mouros e gentios.Afinal, Fernão Mendes Pinto não foi, mesmo ironicamente, um mentiroso…
_ Como costuma acontecer aos que mais contribuem para a valorização de Portugal, Fernão foi desacreditado pelos seus compatriotas, que se encarniçaram contra a “inveracidade” da sua narração, incapazes de apreciarem o valor e a singularidade da Peregrinação que, logo após a sua publicação em 1614, teve vinte edições em várias línguas, tornando-se o roteiro dos viajantes e dos corsários das nações rivais, em particular dos Holandeses. Estudos actuais, feitos por um naipe de especialistas internacionais provam que mais de 80% do conteúdo da Peregrinação é verdade. Afinal Fernão não mentiu.
O Templo da deusa A Ma, protectora dos pescadores e navegantes, achado pelos Portugueses ao desembarcarem na baía da península, há quase 500 anos. A Ma Gau viria a ser Macau
A viagem está como que no seu ADN. Filha de portugueses, nasceu na América, ou seja é filha da diáspora._ Aos dois anos de idade, fiz o percurso contrário ao dos nossos emigrantes, vindo com a minha mãe e irmãos, dos Estados Unidos, onde nasci, para Portugal. Por isso costumo dizer que o meu gosto pelas viagens e pelo tema dos Descobrimentos, começou aí, com esse ritual da passagem transatlântica. E logo a saudade pela ausência do pai, a família dividida, tudo isso me formatou a alma e me converteu no que sou.
Published on April 07, 2013 19:29
April 5, 2013
Interview for Macau Culture Guide
For my English spoken friends curious about my participation in The Script Road literary festival:
_ What are your thoughts on the concept of The Script Road?
. For me, The Script Road is a marvelous concept, associating this literary event with the Portuguese Past, as it awakes the memory of the ancient Silk Road, used by our merchants and adventurers, in the Sixteenth Century. It establishes a significant connection between Literature and History, renewing ties with China and other nations, and, in this particular case, among Portuguese, Lusophone and Eastern world writers.
_ What do you feel The Script Road aims to do?
I would say that The Script Road, with this important meeting of literates from China and Portuguese speaking countries, aims to improve the understanding and cooperation among these nations, preventing the loss of the Portuguese cultural and historical remains in Macau, which was built from nothing by our ancestors and developed and preserved by the Portuguese for almost five centuries. I believe it also pretends to draw attention to the study of the Portuguese language, so important in the future, mainly for China and the business world, as it is spoken by approximately 250 million people in Portugal, Brazil, Angola, Mozambique, Timor and Cabo Verde, being the third European language and the eighth most spoken worldwide. And, as everybody knows, the knowledge of any language cannot be accomplished without the understanding of the country’s culture, which can be easily and enjoyably acquired through the works of its writers and other artists.By the way, I hope that most (if not all) of the conferences and roundtables will be held in Portuguese, otherwise it would be rather awkward, given the special aims of this festival.
_ Do you look forward to participating?
. Of course, I’m eager to participate in such an important event! It will allow me to meet other writers, not only from the Lusophone world, but also from China and other eastern countries. And, as The Pirate of the Seven Seas (O Corsário dos Sete Mares), my new historical novel’s subject is Fernão Mendes Pinto – a sixteenth century Portuguese adventurer that sailed for almost 20 years on the China sea –, I was preparing my trip to China and Macau, in order to follow his trail, when I received the Casa de Portugal’s invitation, from Mrs. Maria Amélia António, to present my book at The Script Road. It was the most delightful surprise! So, I’ll be in Macau for the Festival, where I hope to participate in some events and visit some schools, and on the 17th I’ll leave for my two weeks tour in China.
_ What do you hope to achieve by being a part of it?
. I hope to learn a lot by listening to my fellow writers and, it is also a great opportunity for me to present my work during The Script Road festival, making myself known to the Macau readers. And (who knows? – in the Year of the Serpent anything is possible!), as half of my book is about China and the early contacts with Portuguese merchants and diplomats, maybe “The Pirate of The Seven Seas” will attract the attention of a publisher interested in making a Chinese edition.
_ Do you feel that Macau has potential in terms of becoming a hive of expressed creativity?
. I have never been in Macau, I don’t know its way of life and thinking, as a live community, so it is rather difficult for me to express my opinion on this matter. However, Macau was (and still is, I believe) a multicultural crossroad, which generally makes the perfect conditions to potentiate creativity and original works of any art.
_ Do you believe this literary and arts festival is a good way to lure out talented folk in Macau?
. I think it is already doing it, motivating potential new writers, for example, with the short-story competition and other events. But it is essential to have a very good, even aggressive, advertising campaign of the festival, namely among the young people, students and others.
Published on April 05, 2013 06:24
BACK ON THE ROAD WITH MORE THAN 30 GUESTS
The 2nd edition of The Script Road – Macau Literary Festival will be held from March 10 to 16 and will bring to the city more than 30 renowned writers, publishers, translators, journalists, musicians, filmmakers, visual artists and more.This year the event will receive even further significant support from the Cultural Affairs Bureau of Macau and the Macau Foundation, who now co-organise the festival together with Ponto Final newspaper. Following last year’s model, conferences and debates will be held alongside a book fair, art exhibitions, music concerts and film screenings.
The 2013 Festival programme will feature prominent contemporary Chinese writers including Bi Feiyu, winner of some of the highest literary awards in China; Han Shaogong, author of “A Dictionary of Maqiao” and translator of the work of Fernando Pessoa; Hong Ying, one of the best internationally known Chinese writers; and Yi Sha, a controversial contemporary poet. Other names such as Sheng Keyi, Qiu Huadong, Pan Wei, Wang Gang, Huang Lihai, Li Shao Jun and Taiwanese poet Xi Murong are also very influential writers in contemporary Chinese literature – and all of them will be joining the festival.
On the Portuguese-speaking side, The Script Road is inviting Dulce Maria Cardoso, one of the greatest novelists of her generation; Rui Zink and Ricardo Araújo Pereira, who work with language and humour in a very special way; Francisco José Viegas, former Portuguese Culture Secretary of State, writer and publisher; Valter Hugo Mãe, recent winner the PT Prize, one of the most prestigious literary prizes for Portuguese-speaking authors; writer and journalist Alexandra Lucas Coelho; journalist and translator Carlos Vaz Marques; publisher Bárbara Bulhosa; and, with the support of Casa de Portugal, novelist Deana Barroqueiro.
José Eduardo Agualusa, an Angolan author and one of the best-known Portuguese-speaking contemporary African writers, will also join this festival edition, as will Luís Cardoso, probably the most important literary voice from East Timor. From Brazil the poet Regis Bonvicino and Paraty Festival director Mauro Munhoz have already been confirmed to take part. Paloma and Cecília Amado, daughter and granddaughter of Jorge Amado (1912-2001), one of the greatest Brazilian novelists of all time, are coming to Macau to pay homage to his work by showing a documentary and a fiction film based on his life and on one of his books, respectively.
A number of local writers, including poet Fernanda Dias, are also among the invited guests of the event, representing the Macau literary scene. The Script Road has also decided to gradually open the event to other Asian and Latin writers, and that’s why this year we welcome French authors Antoine Volodine and Claude Hudelot, who have both already developed affinities with Macau, China and the Lusophone world.
One of the highlights of the festival’s programme will be the launch of a book of short stories set in the territory. At last year’s edition of The Script Road audiences were invited to take part in a short story competition, judged by a panel of the visiting international authors at the event: Su Tong, José Luís Peixoto and Xu Xi, one from each language, Chinese, Portuguese and English. From more than 30 entries, a number of stories were chosen for publication. These short stories will be published together with stories written by last year’s guest writers, such as José Luís Peixoto, Lolita Hu, João Paulo Cuenca, Jimmy Qi and Rui Cardoso Martins. This year the Festival is again inviting all visiting authors to write about Macau.
The Script Road will feature some cinematic highlights. The award-winning film João Pedro Rodrigues and João Rui Guerra da Mata will have its Chinese pre-premier at the festival, before being presented at the Hong Kong International Film Festival. The Chinese filmmaker Wiseman Wang will bring us “Journey to the South”, a road movie where a truck driver crosses China, heading south to Guangdong province, trying to earn money to solve family issues. Macau-based director Ivo Ferreira will also screen his new film, “On The Dragon’s Flake”, and historian and Sinologue Claude Hudelot will present “Hou Bo, Xu Xiaobing, Mao’s Photographers”, a documentary he directed together with Jean-Michel Vecchiet.
As with last year’s festival, music will again play an important part in the 2013 event. Portugal’s finest traditional music will be performed by celebrated fado singer Camané. The Portuguese folk musical band Dead Combo, one of the most interesting music projects in Portugal and which gained international acclaim after appearing on Anthony Bourdain’s world popular TV Show “No Reservations”, is also confirmed to take to the stage.
The Script Road will host two artists-in residence based at; Chen Yu from China and Theodore Mesquita from Goa. The two painters, from very different backgrounds, will follow the same brief: to create works that reflect their experience of Macau. As well as creating new art, they will also be exhibiting previous works, in the lower gallery of the Orient Foundation.
Another exhibition, curated by the local artist Alice Kok, will be held at the Old Court Building where a number of local creative authors will work on the theme “Beyond Words”.
In cooperation with the Education and Youth Affairs Bureau, the Festival aims to establish a strong connection with local schools and universities, giving young readers a chance to get in touch with the guest authors.
This year’s festival has the support of the Macau University (UMAC), the Pen Club, the Institute for Civic Affairs (IACM), the Macau Tourism Bureau, the Macau Education and Youth Affairs Bureau, the Society of Arts and Letters, IPOR, the Orient Foundation, Macau Closer, the Portuguese Bookshop and Casa de Portugal as well as other public and private entities. ative; width: 16px; z-index: 1;">
Published on April 05, 2013 05:59
François Hollande atingido por escândalo de ex-ministro
Só os nossos "escandalosos", enterrados até ao pescoço nas suas mentiras, fraudes, esbulhos do património, desvios e outras golpaças, mesmo quando já são casos de polícia ou de Justiça, continuam grudados ao poleiro ou colados ao tacho, sem pingo de vergonha, apesar de serem alvo de chacota e do desprezo da maioria dos seus concidadãos. De que massa viscosa e putrefacta é feita esta gente que nos tem governado nas últimas duas décadas?
Presidente e Governo franceses são acusados de terem "branqueado" Jérôme Cahuzac, ex-ministro do Orçamento que confessou ter mentido sobre uma sua conta secreta na Suíça. Hollande fala num "ultraje à República".< Atacado por todos os sectores, da extrema-direita à extrema-esquerda, passando pela direita e até pela ala esquerda do PS, o Presidente François Hollande, foi obrigado a descer à arena e a fazer, ao fim da manhã, uma comunicação solene ao país sobre o escândalo.
"O que fez Jérôme Cahuzac é um choque, mentiu às mais altas autoridades do Estado, é um ultraje à República", disse François Hollande, num ambiente muito sombrio, no Eliseu.O ex-ministro do Orçamento, Jérôme Cahuzac, que apresentou a demissão no passado dia 19 de março, jurara até ontem, de forma solene e repetida, incluindo no Parlamento, que não tinha nem nunca teve uma conta na Suíça para fugir aos impostos em França.Ontem, porém, acabou por confessar a dois juízes de instrução a existência da conta e pediu "perdão" aos chefes do Estado e do Governo e aos ex-colegas ministros por lhes ter mentido."Falta moral imperdoável"
François Hollande, bem como o seu primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, garantiram, desde ontem, não saber de nada sobre a fuga aos impostos do "ex-ministro do fisco" e condenaram a sua "falta moral imperdoável". Hollande acaba de o repetir no Eliseu: "Ele não beneficiou de nenhuma proteção", sublinhou.A direita e praticamente todos os outros sectores políticos tinham pedido explicações suplementares ao Presidente. "Das duas uma, ou o Presidente sabia e é grave, ou não sabia e é um ingénuo, o que é igualmente grave", disse Jean-François Copé, líder da UMP, a principal formação da oposição de direita.Além de Hollande e de Ayrault, também Pierre Moscovici, ministro da Economia e das Finanças, está a ser muito atacado. Moscovici foi acusado pelo "Mediapart", o jornal online que está na origem do escândalo, de ter "branqueado" Cahuzac quando, em janeiro, publicou um parecer dizendo que as suspeitas contra o então ainda ministro eram infundadas. Moscovici também garantiu esta manhã que não sabia de nada.Escândalo num mau momento
Este caso rebentou a 4 de dezembro do ano passado, quando o "Mediapart" divulgou as primeiras informações sobre a conta secreta de Cahuzac na Suíça.O Presidente, o primeiro-ministro e o ministro da Economia e Finanças foram acusados esta manhã por diversas personalidades de terem dados concretos que apontavam claramente para a mentira do então ministro desde meados de dezembro, e de não o terem demitido imediatamente. Pelo contrário, saíram então em sua defesa, elogiaram-no e manifestaram-lhe a sua "total confiança".Este escândalo enfraquece todo o poder socialista num muito mau momento, quando as sondagens sobre a popularidade dos chefes de Estado e de Governo atingem mínimos históricos. Dez meses após a sua chegada ao poder, apenas menos de um terço dos franceses dizem ter confiança neles. Ayrault no Parlamento
Esta manhã, depois de uma reunião do Conselho de Ministros em Paris, alguns governantes pareciam em estado de choque e acusaram Cahuzac de "traição".O primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault vai esta tarde à Assembleia Nacional participar numa sessão parlamentar que certos analistas preveem poder ser "vulcânica".François Hollande anunciou medidas para reforçar a transparência e a independência da Justiça e, designadamente, uma futura lei que proíba aos políticos condenados por fraude fiscal ou corrupção de exercerem mandatos oficiais.
Jérôme Cahuzac sempre negou, até ontem, que tinha na Suíça uma conta secreta para fugir aos impostos em França
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/francois-hollande-atingido-por-escandalo-de-ex-ministro=f797831#ixzz2Pada9Lx9
Expresso XL Daniel Ribeiro, correspondente em Paris
12:11 Quarta feira, 3 de abril de 2013
Presidente e Governo franceses são acusados de terem "branqueado" Jérôme Cahuzac, ex-ministro do Orçamento que confessou ter mentido sobre uma sua conta secreta na Suíça. Hollande fala num "ultraje à República".< Atacado por todos os sectores, da extrema-direita à extrema-esquerda, passando pela direita e até pela ala esquerda do PS, o Presidente François Hollande, foi obrigado a descer à arena e a fazer, ao fim da manhã, uma comunicação solene ao país sobre o escândalo.
"O que fez Jérôme Cahuzac é um choque, mentiu às mais altas autoridades do Estado, é um ultraje à República", disse François Hollande, num ambiente muito sombrio, no Eliseu.O ex-ministro do Orçamento, Jérôme Cahuzac, que apresentou a demissão no passado dia 19 de março, jurara até ontem, de forma solene e repetida, incluindo no Parlamento, que não tinha nem nunca teve uma conta na Suíça para fugir aos impostos em França.Ontem, porém, acabou por confessar a dois juízes de instrução a existência da conta e pediu "perdão" aos chefes do Estado e do Governo e aos ex-colegas ministros por lhes ter mentido."Falta moral imperdoável"
François Hollande, bem como o seu primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault, garantiram, desde ontem, não saber de nada sobre a fuga aos impostos do "ex-ministro do fisco" e condenaram a sua "falta moral imperdoável". Hollande acaba de o repetir no Eliseu: "Ele não beneficiou de nenhuma proteção", sublinhou.A direita e praticamente todos os outros sectores políticos tinham pedido explicações suplementares ao Presidente. "Das duas uma, ou o Presidente sabia e é grave, ou não sabia e é um ingénuo, o que é igualmente grave", disse Jean-François Copé, líder da UMP, a principal formação da oposição de direita.Além de Hollande e de Ayrault, também Pierre Moscovici, ministro da Economia e das Finanças, está a ser muito atacado. Moscovici foi acusado pelo "Mediapart", o jornal online que está na origem do escândalo, de ter "branqueado" Cahuzac quando, em janeiro, publicou um parecer dizendo que as suspeitas contra o então ainda ministro eram infundadas. Moscovici também garantiu esta manhã que não sabia de nada.Escândalo num mau momento
Este caso rebentou a 4 de dezembro do ano passado, quando o "Mediapart" divulgou as primeiras informações sobre a conta secreta de Cahuzac na Suíça.O Presidente, o primeiro-ministro e o ministro da Economia e Finanças foram acusados esta manhã por diversas personalidades de terem dados concretos que apontavam claramente para a mentira do então ministro desde meados de dezembro, e de não o terem demitido imediatamente. Pelo contrário, saíram então em sua defesa, elogiaram-no e manifestaram-lhe a sua "total confiança".Este escândalo enfraquece todo o poder socialista num muito mau momento, quando as sondagens sobre a popularidade dos chefes de Estado e de Governo atingem mínimos históricos. Dez meses após a sua chegada ao poder, apenas menos de um terço dos franceses dizem ter confiança neles. Ayrault no Parlamento
Esta manhã, depois de uma reunião do Conselho de Ministros em Paris, alguns governantes pareciam em estado de choque e acusaram Cahuzac de "traição".O primeiro-ministro Jean-Marc Ayrault vai esta tarde à Assembleia Nacional participar numa sessão parlamentar que certos analistas preveem poder ser "vulcânica".François Hollande anunciou medidas para reforçar a transparência e a independência da Justiça e, designadamente, uma futura lei que proíba aos políticos condenados por fraude fiscal ou corrupção de exercerem mandatos oficiais.
Jérôme Cahuzac sempre negou, até ontem, que tinha na Suíça uma conta secreta para fugir aos impostos em França
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/francois-hollande-atingido-por-escandalo-de-ex-ministro=f797831#ixzz2Pada9Lx9
Expresso XL Daniel Ribeiro, correspondente em Paris
12:11 Quarta feira, 3 de abril de 2013
Published on April 05, 2013 05:11
Taxar os Ricos (um conto de fadas animado)
Quem ainda não sabe como aconteceu a crise de que sofremos não deixe de ver esta história tão bem contada e esclarecedora que até serve para ensinar crianças. Quem já sabe, veja também e partilhe, nem que seja pela graça da banda desenhada.
Published on April 05, 2013 04:45
March 4, 2013
Agenda de Março
Deana Barroqueiro convidada para o Festival Literário de Macau A Rota das Letras - The Script Roadde 10 a 16 de Março - 9 de Março, Sábado (Pré-inauguração)Praça da Amizade (Sintra Square)15 h. - Abertura da Feira do Livro - 10 de Março, DomingoCentro de Ciência de Macau 15 h. - Abertura oficial de A Rota das Letras18.30 - Abertura Oficial da Feira do Livro - 11 de Março, Segunda-Feira15 h. Conversa com Hélder Fernando, para o programa "Rua das Mariazinhas", da Rádio Macau.18 h. - Viajando com a LiteraturaPainel com Alexandra Lucas Coelho, Bárbara Bulhosa, Sheng Keyi, Carlos Vaz Marques, Deana Barroqueiro e Joaquim Magalhães de Castro. Moderador: Hélder Beja.(na Fundação Rui Cunha) - Manhãs (a marcar brevemente)Encontros com alunos de diversos graus de ensino. - Apresentação de O Corsário dos Sete Mares (a marcar em breve).
Published on March 04, 2013 20:04
March 3, 2013
Rota das Letras espera atrair mais público de vários quadrantes, de dentro e fora de Macau
O artigo de Rita Marqus Ramos, no jornal Hoje Macau, dá uma informação pormenorizada sobre o Festival Literário de Macau - A Rota das Letras -, das instituições culturais que o apoiam e também do respectivo programa, que continua incompleto.
Na Segunda, 11 de Março:
- Às 15 h. na Rádio Macau, na Rua das Mariazinhas.
Hélder Fernando vai entrevistar-me no seu prograna do mesmo nome
- Às 18 h., na Fundação Rui Cunha
Vou participar num painel sobre Literatura de Viagens (Travel Literature)com Joaquim Magalhães de Castro, Alexandra Lucas Coelho, Bárbara Bulhosa e Sheng Keyi. Moderador: Hélder Beja.
Dia 14, às 12 h. televisão de Macau - TDM
Gravação para o programa de entrevistas "A Páginas Tantas", de Marco Carvalho.
Não sei a que escola ou escolas irei, nem quando estarei na Feira do Livro ou ainda quando apresentarei o meu romance "O Corsário dos Sete Mares - Fernão Mendes Pinto", a convite da casa de Portugal em Macau. Logo que o saiba informarei os leitores.
Ler artigo de Hoje Macau
Published on March 03, 2013 19:31
February 28, 2013
As dez verdades do negócio da edição de livros
Os que se interessam pelo "negócio" dos livros ou que querem publicar uma obra, leiam este artigo, que é muito esclarecedor e, embora se refira à publicações americanas, pode servir de termo de comparação com o que se passa entre nós. Extremamente esclarecedor!
Fiquei espantada por ver que qualquer dos meus romances vende muitíssimo mais do que a maioria dos livros publicados na América.
The 10 Awful Truths about Book Publishing (Steven Piersanti, President, Berrett-Koehler Publishers ) 1. The number of books being published every year has exploded.
Bowker reports that over three million books were published in the U.S. in 2010 (May 18, 2011 Bowker Report). The number of new print titles issued by U.S. publishers has grown from 215,777 in 2002 to 316,480 in 2010. And in 2010 more than 2.7 million “non-traditional” titles were also published, including self-published books, reprints of public domain works, and other print-on-demand books. In addition, hundreds of thousands of English-language books are published each year outside the U.S.
2. Book industry sales are declining, despite the explosion of books published.
Adult nonfiction print unit book sales peaked in 2007 and have declined each year since then, according to BookScan (Publishers Weekly, January 2, 2012). Similarly, bookstore sales peaked in 2007 and have fallen each year since then, according to the U.S. Census Bureau (Publishers Weekly, February 20, 2012).
3. Despite skyrocketing e-book sales, overall book sales are still shrinking.
“Print Declines Outpace Digital Gains” was the Publishers Weekly’ headline of September 19, 2011. For the full year of 2011, a 17.1% decline in print sales outweighed a 117.3% increase in e-book sales, resulting in a 5.8% decline in combined print and e-book sales, according to the Association of American Publishers (Publishers Weekly, March 5, 2012). Similarly, combined print and e-book sales of adult trade books fell by 14 million units in 2010, according to the August 9, 2011 BISG BookStats report. The total book publishing pie is not growing, yet it is being divided among ever more digital and print products.
4. Average book sales are shockingly small, and falling fast.
Combine the explosion of books published with the declining total sales and you get shrinking sales of each new title. According to BookScan – which tracks most bookstore, online, and other retail sales of books (including Amazon.com) – only 263 million books were sold in 2011 in the U.S. in all adult nonfiction categories combined (Publishers Weekly, January 2, 2012). The average U.S. nonfiction book is now selling less than 250 copies per year and less than 3,000 copies over its lifetime. And very few titles are big sellers. Only 62 of 1,000 business books released in 2009 sold more than 5,000 copies, according to an analysis by the Codex Group (New York Times, March 31, 2010).
5. A book has less than a 1% chance of being stocked in an average bookstore.
For every available bookstore shelf space, there are 100 to 1,000 or more titles competing for that shelf space. For example, the number of business titles stocked ranges from less than 100 (smaller bookstores) to approximately 1,500 (superstores). Yet there are 250,000-plus business books in print that are fighting for that limited shelf space.
6. It is getting harder and harder every year to sell books.
Many book categories have become entirely saturated, with a surplus of books on every topic. It is increasingly difficult to make any book stand out. Each book is competing with more than ten million other books available for sale, while other media are claiming more and more of people’s time. Result: investing the same amount today to market a book as was invested a few years ago will yield a far smaller sales return today.
7. Most books today are selling only to the authors’ and publishers’ communities.
Everyone in the potential audiences for a book already knows of hundreds of interesting and useful books to read but has little time to read any. Therefore people are reading only books that their communities make important or even mandatory to read. There is no general audience for most nonfiction books, and chasing after such a mirage is usually far less effective than connecting with one’s communities.
8. Most book marketing today is done by authors, not by publishers.
Publishers have managed to stay afloat in this worsening marketplace only by shifting more and more marketing responsibility to authors, to cut costs and prop up sales. In recognition of this reality, most book proposals from experienced authors now have an extensive (usually many pages) section on the authors’ marketing platform and what the authors will do to publicize and market the books. Publishers still fulfill important roles in helping craft books to succeed and making books available in sales channels, but whether the books move in those channels depends primarily on the authors.
9. No other industry has so many new product introductions.
Every new book is a new product, needing to be acquired, developed, reworked, designed, produced, named, manufactured, packaged, priced, introduced, marketed, warehoused, and sold. Yet the average new book generates only $50,000 to $200,000 in sales, which needs to cover all of these expenses, leaving only small amounts available for each area of expense. This more than anything limits how much publishers can invest in any one new book and in its marketing campaign.
10. The book publishing world is in a never-ending state of turmoil.
The thin margins in the industry, high complexities of the business, intense competition, churning of new technologies, and rapid growth of other media lead to constant turmoil in bookselling and publishing (such as the bankruptcy of Borders and many other stores). Translation: expect even more changes and challenges in coming months and years.
STRATEGIES FOR RESPONDING TO “THE 10 AWFUL TRUTHS”
1. The game is now pass-along sales.
2. Events/immersion experiences replace traditional publicity in moving the needle.
3. Leverage the authors’ and publishers’ communities.
4. In a crowded market, brands stand out.
5. Master new digital channels for sales, marketing, and community building.
6. Build books around a big new idea.
7. Front-load the main ideas in books and keep books short.
Published on February 28, 2013 18:53
February 20, 2013
Apresentação do novo romance na Murtosa, nos Jogos Florais 2012
Um pouco atrasada (por só agora ter visto o vídeo no youtube), a minha entrevista para a televisão local, Ribeirinhas, aquando da apresentação, na Murtosa, do meu romance O Corsário dos Sete Mares - Fernão Mendes Pinto, editado pela Casa das Letras/Leya, durante a sessão da entrega de prémios dos Jogos Florais de 2012.
Published on February 20, 2013 18:17
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