C.N. Gil's Blog, page 84

February 19, 2015

Dogma


Acho que há, hoje em dia, quem pense que o pensamento religioso radical e o fundamentalismo são património exclusivo do Islão!

Dado o que vemos a entrar por nossas casas à hora do jantar todos os dias não é difícil ter este tipo de percepção…
…mas está errada!

Há um filme de 1999, realizado por Kevin Smith, que têm o curioso título de “Dogma”.

Este filme contou com protestos aquando da sua estreia à porta de cinemas (o realizador fez um cartaz onde se podia ler “Dogma is dog shit” e juntou-se aos protestos) houve ameaças de morte (?!), além de o filme ter sido banido de um monte de sítios…

A história é mais ou menos assim:

Aquando da destruição de Sodoma e Gomorra (Ben Afflek e Matt Damon), os anjos que a executaram excederam-se um bocadinho e, no meio da barafunda, beberam uns copos a mais. Quando Deus apareceu repreendeu-os pelo excesso (destruir sim, mas não era necessário aquilo tudo) e um deles mostrou-lhe “o dedo”.
Como resultado Deus baniu-os de voltar a entrar no céu, mandando-os exilados para o Wisconsin, nos Estados Unidos.
Já nos dias de hoje, um, cardeal americano procura revolucionar a fé católica, e vai consagrar uma igreja. Ora, todos os que passarem pelo pórtico de uma igreja no dia da sua consagração têm todos os seus pecados perdoados, pelo que os anjos, fartos de andar por aqui e com saudades de casa, arranjam um plano: Vão até à igreja, provocam o caos, arrancam as asas, tornando-se assim mortais, passam o pórtico e deixam-se matar pela policia já livres de pecado, o que os leva directamente para casa.
O problema é que isto iria contra a palavra de Deus, pelo que, caso eles conseguissem, a criação deixaria de existir.
Como se não bastasse, ninguém sabe onde é que Deus pára e, Metatron, anjo que é “a voz de Deus” resolve tomar conta dos acontecimentos para tentar evitar que aconteça a catástrofe. Para tal encontra o último parente vivo de Jesus, uma descendente de um primo da sua mãe (Linda Fiorentino), que só por um mero acaso é médica e dona de uma clínica de abortos no interior rural dos Estados Unidos.
Esta empreende uma viagem numa tentativa de travar os anjos e pelo caminho vão aparecendo pessoas que a ajudam. Dois gajos que ganham a vida a vender erva, uma musa inspiradora, Serendipity, que inspirou os maiores romances jamais escritos e que resolve vir para a terra para tentar a sua sorte como escritora, mas que fica bloqueada e resigna-se a trabalhar num bar de strip, mas nunca faz strip integral, uma vez que não têm sexo (Selma Hayek) e até o 13º apostolo de Jesus, Rufus,  que cai (literalmente) do céu no meio de uma estrada e que se queixa de descriminação e de nunca ser mencionado na bíblia porque é preto (Chris Rock).

Nada mais digo acerca do filme, a não ser que, quando Deus finalmente aparece, é alguém que não se está mesmo à espera…

É um filme irónico, divertido, de ir às lagrimas com algumas cenas, escrito e realizado por alguém profundamente católico mas que não deixa de ter sentido de humor, e mais, um sentido de ironia apuradíssimo. Um filme que é, sem dúvida, uma chapada ao fundamentalismo cristão que quis parar a sua exibição e ameaçou de morte o realizador.

A ver por toda a gente menos católicos sem sentido de humor!

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Published on February 19, 2015 06:19

February 18, 2015

Cavanna

Nos Idos de 1986 foi dada à prensa, pela mão da D. Quixote, a 1ª e que eu saiba única edição em Português de um livro com um Título sui-géneris:

As sagradas escrituras - as aventuras de Deus e do menino Jesus

Li pela primeira vez este livro pelas mãos de um amigo que o têm (é uma raridade) enquanto ia numa carrinha carregada de material e pessoal para um concerto a cerca de 20 Km de Beja. Ou por outra, não consegui ler, porque a cada meia página escangalhava-me a rir tendo os outros todos a perguntar-me porque e tinha de voltar atrás e lia alto a passagem que me tinha feito rir...

...o resultado é que quem passasse por nós na estrada devia pensar que aquilo era uma carrinha cheia de malucos que tinham andado a fumar umas cenas...
...o que não anda longe da verdade, mas não era o caso naquele momento!

Não descansei enquanto não encontrei o livro, pelo qual paguei uma quantia nada modesta pela compra e envio de uma pequena livraria em Minas Gerais, no Brasil, da edição Portuguesa...

E chegou-me às mãos um livro novo com 28 anos!

E, apesar do preço que paguei por aquele que era provavelmente o último exemplar novo da edição Portuguesa, valeu a pena...

...e nem vos digo porque é que valeu a pena...

...mas mostro um bocadinho...

(e aqui para nós, se Deus têm sentido de humor (e deve ter - basta olhar para o ornitorrinco) deve ter-se rido às bandeiras despregadas com este livro!)

«No princípio, Deus criou o Céu e a Terra. A Terra era informe e vazia e as trevas cobriam a face dos abismos. Não era um sucesso… Deus viu isso e desejou que aquilo nunca tivesse existido, mas isso Ele já não podia fazer por isso o melhor era aceitar o Seu trabalho.

Deus disse: «faça-se luz», e a luz fez-se.

Deus viu que a luz era boa e Ele rejubilou-se no Seu coração.

Era uma sorte. Ela poderia igualmente ter sido má. Vocês sabem como é, quando se cria qualquer coisa, às vezes sai bem, às vezes sai mal. (…)

Deus disse para consigo que, se ele tivesse sabido, teria começado por criar a luz.

O que prova que Ele tinha muito que aprender.

Ora, Deus, sendo omnisciente, não pode aprender nada que não saiba já.

A não ser que, naturalmente, ele tenha decidido no Seu todo-poder não saber esta ou aquela coisa, quer dizer, não ser mais omnisciente.

Quer dizer, não ser mais Deus.

Porque Deus pode tudo, mesmo deixar de ser Deus. Mesmo suprimir-se a si próprio.

O que é um pouco embaraçoso, porque então Deus não é eterno.

Porque se Ele é eterno não pode morrer, mesmo que assim o decida e, então, ele não é todo-poderoso.

Deus tem portanto a escolha ou é Eterno ou é Todo-Poderoso.

E em ambos os casos: não é Deus.

Este é um problema insolúvel.

Um problema insolúvel é um problema que não tem solução. Se ele não tem solução ninguém o pode resolver, nem mesmo Deus.

Por conseguinte, um problema insolúvel é mais forte que Deus.

Mas os problemas insolúveis, como todas as coisas, foram criados por Deus. (Contudo Ele não se lembrava de ter criado essa…) A criatura não pode estar acima do seu Criador.

Tudo isto faz pensar.

Foi precisamente à força de tanto pensar em tais coisas desde a eternidade da duração que Deus, para mudar as suas próprias ideias, decidiu criar.

Mas quanto mais Ele criava mais isso Lhe dava que pensar.

Hum…

Então, Deus interrogou-se se seria mesmo Deus.

Mas se Deus não é Deus, quem é que é Deus?

Ham? Ham?

Não saio deste ponto.

Deus viu que qualquer coisa não ia bem.

Felizmente Deus viu que tinha criado a Contradição, e voltou a serenar o Seu coração.

Porque, graças à Contradição, Ele podia então ser e não ser ao mesmo tempo (…).

Portanto, Ele não tinha nenhuma razão para Se preocupar.

Bastava-lhe não pensar mais no assunto.

E deixar mesmo de pensar.

Porque o pensamento não é bom.

Quando começamos a pensar nunca sabemos onde é que vamos parar. Quando Deus começa a pensar o Seu pensamento arrisca-se a dar com isto, o que é muito desagradável: que Ele não existe.

Ora, Deus quer existir.

Ponham-se no seu lugar.

Se Deus tivesse de deixar de existir cada vez que a Sua existência se torna logicamente absurda, não haveria religião possível.

E, neste vale de lágrimas, as criaturas não saberiam o que haviam de fazer domingo de manhã antes da hora do aperitivo.

E isso seria triste.

Felizmente Deus não pensa.

Graças a Deus!»
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Published on February 18, 2015 07:10

February 17, 2015

...ainda a propósito...

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Published on February 17, 2015 03:37

50 tons demasiado esbatidos de qualquer coisa que não se sabe muito bem o que é...

Normalmente não me dou ao trabalho de ver filmes retirados da Internet logo após as suas estreias no cinema, visto que são, por norma, filmados dentro de um cinema qualquer, têm má imagem, mau som e gente a passar à frente da câmara, isto para além de se levar com aquilo que eu embirro solenemente quando vou ao cinema (bocas parvas de adolescentes, barulho sincronizado de bué pessoal a comer pipocas, o que faz com que pareça que o som do filme foi gravado em vinyl, etc…)No entanto aparece-me o link à frente para esta bosta este filme e descarreguei.E vi.Infelizmente.O filme têm coisas boas. Por exemplo, os diálogos interiores da protagonista e os humores da sua deusa interior que chega a dançar o merengue foram-se, o que dá alguma credibilidade à personagem feminina, retirando-a da classe de gaja de vinte-e-um-para-treze-anos constante ao longo do livro.Infelizmente este é o único ponto a favor, sendo que o desgraçado que têm de fazer o papel de gajo não tem ponta por onde se lhe pegue. E não é culpa dele, subentenda-se. Não é à toa que todos os nomes que foram falados para o papel o recusaram. Este desgraçado deste actor ou têm a sorte de lhe aparecer algum personagem verdadeiramente interessante ou ficará colado a este sem qualquer hipótese de redenção. O personagem, que à partida já era defeituoso, visto sempre unidireccionalmente pelos olhos da chavalix, não ganha dimensão quando passa a ser visto pelos olhos de uma câmara.Depois, o filme é uma seca interminável, um chove-não-molha que chega a meter impressão!Em relação às cenas eróticas, séries de televisão como “Spartacus” têm cenas que arrumam este filme a um canto!Podia culpar a realizadora por ter transformado um livro “porno-sem-sal-para-mamãs” num filme “sem-porno-sem-sal-para-quem-quer-que-seja”, mas afinal parece que a culpa é mesmo da autora do livro que, ao vender os direitos para o filme, manteve um controlo criativo muito além daquilo que é normal, tendo-se imiscuído em todos os aspectos da produção e realização do filme.

Cheguei ao fim e perguntei-me quantos quilómetros de celulóide não se desperdiçaram para fazer isto? Isso é que me dá pena…
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Published on February 17, 2015 02:05

February 16, 2015

Sintam-se convidados.

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Published on February 16, 2015 11:27

Deixa cá ver se eu percebo bem:



Nesta anedota de país há pessoas que trabalham para o estado.Depois há pessoas que não são funcionárias públicas, mas que trabalham para empresas cujo capital é maioritariamente estatal.Nos primeiros há funcionários públicos de 1ª e funcionários públicos de 2ª.
Passo a explicar esta minha teoria:O governo resolveu que os funcionário públicos trabalhavam pouco e, como tal, resolveu alterar as regras e aumentar o tempo de trabalho para 40 horas semanais……coisa contra a qual não tenho qualquer oposição!No entanto, as câmaras municipais, o ministério da justiça e mais alguns sítios decidiram que o governo estava parvo e não instituíram as 40 horas, continuando os seus funcionários a trabalhar as 35 horas o que criou logo à partida uma dicotomia…Há funcionários com as mesmas funções, co o mesmo salário, mas que, por força do local onde trabalham têm um horário menor, o que na prática invalida o facto de auferirem o mesmo vencimento. Logicamente, os que trabalham 35 horas auferem mais salário hora que os que trabalham as 40!Depois, como se isto não fosse já estúpido o suficiente (e, acredito, constitucionalmente duvidoso – se bem que por cá politica e estupidez são coisas que andam frequentemente de mãos dadas) temos o dia de amanhã, que por acaso é terça-feira de Carnaval, dia que nunca foi feriado mas que era (e na pratica acaba por ainda ser) tradicionalmente tolerância de ponto.Depois do um primeiro ministro, no passado, ter feito a asneira de não dar a tolerância num ano, este governo decidiu retirá-la de vez……mas as câmaras, muitos departamentos, isto para além da grande maioria das empresas privadas acharam por bem dar essa tolerância, pelo que, na prática, só vai haver meia dúzia de pessoas a trabalhar nesse dia……e, como tal, embora não seja feriado e não haja tolerância de ponto, as empresas públicas de transportes praticam horários de fim-de-semana……o que quer dizer na prática que a meia dúzia de ursos que têm de ir trabalhar tem de se levantar mais cedo para apanhar transportes e vão apanhar grandes secas para voltar para casa…...isto já para não falar no facto de as escolas estarem fechadas (mesmo os ATL's) e de a malta ter de ir pôr os putos no prego, se não tiver com quem os deixar...
Agora a sério, mas alguém ainda acha que isto é um país? Eu pessoalmente acho cada vez mais isto uma anedota…
…para minha infelicidade, vivo nela…
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Published on February 16, 2015 08:31

Curiosidades

E se eu vos disser que o mogno de que é feito o corpo da Persephone foi retirado de um antigo banco de uma igreja?

(se calhar é por isso que ela têm um som divinal...)

:)
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Published on February 16, 2015 06:12

February 15, 2015

Irmãs

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Published on February 15, 2015 07:25

February 13, 2015

Num é uinda?

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Published on February 13, 2015 14:35

Não sei porquê mas suspeito...

...que hoje há muito mulherio desiludido por aí...


(mas não se esqueçam que é um filme para Americano ver e não podemos chocar demais  as mentalidades conservadoras...)
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Published on February 13, 2015 02:37