Rui Azeredo's Blog, page 25
October 12, 2014
«Eu, Alex Cross», de James Patterson, já está à venda
Eu, Alex Cross é o mais recente thriller do norte-americano James Patterson a ser editado em Portugal pela Topseller. Patterson, o autor que mais vezes alcançou o n.º 1 do New York Times, já viu editados entre nós, apenas na coleção Alex Cross, thrillers como Alex Cross, Alex Cross: Perigo Duplo e Alex Cross: A Caça, além de outros como Invisível e A Amante, ou obras das séries Private e NYPD Red.
Sinopse: «Um crime macabro.
Alex Cross acaba de prometer à família que irá estar mais presente nas suas vidas quando recebe a notícia chocante de que a sua sobrinha foi barbaramente assassinada. Determinado a descobrir o criminoso, depressa percebe que ela estava envolvida num esquema de acompanhantes de luxo que concretizavam as fantasias dos homens mais poderosos de Washington, DC. E ela não foi a única vítima.
Um assassino infiltrado no poder. A caça ao assassino leva o detetive e a sua companheira, a detetive Bree Stone, a entrarem num mundo a que só os mais ricos e poderosos têm acesso. À medida que se aproxima da verdade, Alex Cross descobre segredos que poderão fazer tremer o mundo inteiro. Uma coisa é certa: quem está nesse círculo restrito tudo fará para manter os seus segredos bem guardados.
Conseguirá Alex Cross sobreviver ao seu mais arrepiante e pessoal caso de sempre? Com uma ação alucinante e reviravoltas imprevisíveis, o novo caso do detetive mais admirado em todo o mundo traz-nos momentos de suspense que só James Patterson consegue proporcionar.»


«Três Mulheres com Máscara de Ferro», de Agustina Bessa Luís, em livro e em ópera
A Babel, por via da chancela Guimarães, vai editar Três Mulheres com Máscara de Ferro, de Agustina Bessa-Luís, obra que apresenta um texto inédito da autora, assim como imagens do original manuscrito. Esta edição inclui textos de Isabel Pires de Lima, Vera San Payo de Lemos, Eurico Carrapatoso, João Mendes Ribeiro e Ana Maria Feijão e de Mónica Baldaque, assim como desenhos dos figurinos de Bernardo Monteiro e os estudos para o cenário de João Mendes Ribeiro destinados à ópera homónima. A 14 de outubro, às 22h00, na Fundação Calouste Gulbenkian, tem lugar a estreia mundial da ópera Três Mulheres com Máscara de Ferro, com música de Eurico Carrapatoso.
A edição de Três Mulheres com Máscara de Ferro surge no âmbito do I Congresso Internacional dedicado à obra de Agustina Bessa-Luís, que decorrerá na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 14 e 15 de outubro, local onde a obra estará à venda. Também será possível adquirir o livro nos dias 17 e 18, no Teatro Aberto, igualmente em Lisboa, dias em que será apresentada a ópera na Sala Azul.
A partir do dia 28 de outubro a obra vai estar à venda nas livrarias.


October 8, 2014
Bertrand recupera a tradução de Aquilino Ribeiro de «A Retirada dos Dez Mil», de Xenofonte
A Retirada dos Dez Mil, de Xenofonte, com tradução e prefácio de Aquilino Ribeiro, será lançado pela Bertrand a 13 de outubro, às 18h30, na Fnac do Chiado, com apresentação de Henrique Monteiro e Mário de Carvalho. A obra vai estar à venda a partir de 17 de outubro.
Trata-se da única tradução para português desta obra e no seu prefácio Aquilino Ribeiro explica como entrou em contacto com o clássico de Xenofonte quando estudava em Paris.
A Retirada dos Dez Mil conta ainda com uma introdução do escritor Mário de Carvalho.
Quanto ao livro, descreve a Bertrand que Xenofonte «relata as aventuras e desventuras de uma expedição fracassada à Pérsia. Mais do que um relato histórico, Xenofonte oferece-nos uma recriação vívida das experiências dos guerreiros gregos, levando o leitor a sentir uma proximidade com as emoções dos personagens e com todo o cenário de guerra e aventura onde eles se movem, abrindo, de certa forma, um caminho que haveria de culminar no romance moderno».
«Este é um dos mais movimentados e arrebatadores livros de acção que jamais se escreveram. Lê-se empolgadamente, como um romance de guerra. Trata de personagens, factos e locais verídicos, transfigurados (os especialistas dirão até que ponto) por uma pena ágil, de poderoso vigor expressivo. […] Sou dos que consideram Aquilino Ribeiro o maior e mais completo dos escritores portugueses do século XX. […] Avulta, sobretudo, o esplendoroso domínio da língua portuguesa, a riqueza vocabular e imagética e também a graça, ora subtil, ora vivaz e bonacheirona, cortando de um travo popular a situação mais tensa ou a solenidade mais erudita.»
Mário de Carvalho


October 7, 2014
«Caminho Como Uma Casa em Chamas», 25.º romance de António Lobo Antunes, chega a 21 de outubro
Caminho Como Uma Casa Em Chamas é o título (como sempre bem original) do 25.º romance de António Lobo Antunes, que será editado a 21 deste mês.
Segundo a editora, as Publicações Dom Quixote, a obra «tem como fio condutor um prédio algures em Lisboa e as vidas das pessoas que nele vivem». No entanto, acrescenta que se trata apenas de um pretexto para o autor «nos maravilhar com a sua escrita única e a sua descida cada vez mais fundo ao que de mais íntimo há em cada um de nós».


Mário Zambujal «desenrola» a «Serpentina»
Serpentina, novo romance de Mário Zambujal, chega amanhã (8 de outubro) às livrarias numa edição Clube do Autor. Vai haver, mais tarde, a 16 de outubro uma apresentação pública da obra, feita por Nuno Markl. Vai ter lugar às 18h30, na Fnac do Chiado.
Sobre o livro: «Outra das minhas mal conhecidas virtudes é a capacidade de rir dos meus próprios desastres. (…) Ainda não eram as sete quando espirrei sob o duche frio e comecei a rir de tanto nervosismo nos preparos para conhecer de perto uma desconhecida.
Escanhoo-me com lâmina em estreia, massajo a cara com afetercheive, o tronco, os braços, e as pernas não ficam sem bodimilque. Quanto ao vestir, hesito entre jines e chortes a condizer com a tichârte, mas concluo que indispensável é o blêizer e acompanhado por peças a que se dá os estranhos nomes de calças e camisa.
No novo romance do autor acompanhamos as reviravoltas da vida de Bruno Bracelim – primeiro a partida da família para o Canadá, quando ainda menino, e depois um acidente de trânsito, já em adulto – e divertimo-nos com as situações armadilhadas de um destino tão imprevisível quanto animado.
A poucos dias de soprar as sete velas, o seu destino sofreu um entorse. A família partiu para o Canadá e ele, criança enfermiça, ficou a cargo dos desvelos da madrinha Henriqueta. Chegado à idade adulta, solteiro e bom rapaz, passa as noites no terraço da sua casa, saudando a lua e adivinhando ao longe, noutro terraço, os contornos de uma esguia figura de mulher, enquanto persegue durante anos a fio uma obsessão: a demanda do rosto feminino insuperável. Mas não há bela sem senão. E o destino prega-lhe outra partida. O que parecia ser um mero encontro profissional acaba por se transformar num estranho caso. Uma avaria no seu mini e uma pancada de um jipe com uma mulher enigmática é o princípio de uma trama que o levará a situações nunca imaginadas.
E tudo o que parecia previsível, exato, perfeito, como um relógio suíço, acaba por se transformar num enredo de acasos em que a realidade ultrapassa a ficção a provar que nada é mais imprevisível do que o passado.»


Ao fim de 13 anos Milan Kundera regressa com «A Festa da Insignificância»
A Festa da Insignificância, novo romance de Milan Kundera após 13 anos de ausência, será editado a 14 de outubro pela Dom Quixote.
Sinopse: «Lançar luz sobre os problemas mais sérios e, ao mesmo tempo, não proferir uma única frase séria, estar fascinado pela realidade do mundo contemporâneo e, ao mesmo tempo, evitar qualquer realismo, eis A Festa da Insignificância, o novo romance de Milan Kundera, 13 anos depois do anterior, no qual o autor coloca em cena quatro amigos parisienses que vivem numa deriva inócua, característica de uma existência contemporânea esvaziada de sentido.
Os que conhecem os livros de Kundera sabem que a intenção de incorporar uma parte de “não-sério” num romance não é de todo inesperada. Em A Imortalidade, Goethe e Hemingway passeiam juntos por vários capítulos, conversando e divertindo-se. E, em A Lentidão, Vera, a esposa do autor, diz a seu marido: “Sempre me disseste que um dia querias escrever um romance em que nenhuma palavra fosse a sério… Só quero avisar-te: cuidado, os teus inimigos esperam-te.”
No entanto, em vez de prestar atenção, Kundera realiza finalmente na plenitude o seu velho sonho estético neste romance, que pode ser visto como um resumo surpreendente de toda a sua obra.»


Galveias, novo romance de José Luís Peixoto, nas livrarias a 10 de outubro
Galveias, novo romance de José Luís Peixoto a editar pela Quetzal, será lançado a 10 de outubro. A apresentação do livro será a 11 de outubro, às 17h00, no Salão Nobre da Junta de Freguesia de Galveias, com a presença do autor e com leituras por parte de Maria João Luís.
Sobre o livro: «”Galveias sente os seus. Oferece-lhes mundo, ruas para estenderem idades. Um dia, acolhe-os no seu interior. São como meninos que regressam ao ventre da mãe. Galveias protege os seus para sempre.”
O universo toca uma pequena vila com um mistério imenso. Esse é o ponto de acesso ao elenco de personagens que compõe este romance e que, capítulo a capítulo, ergue um mundo. Como uma condensação de portugalidade, Galveias é um retrato de vida, imagem despudorada de uma realidade que atravessa o país e que, em grande medida, contribui para traçar-lhe a sua identidade mais profunda.
A riqueza da escrita, a sofisticação formal, a sensível e dura humanidade destas páginas são um passo marcante na obra de um dos mais destacados autores europeus da sua geração e, sem dúvida, colocam Galveias entre os grandes romances alguma vez escritos sobre a ruralidade portuguesa. Para todos os leitores que, ao longo dos anos, irão conhecê-lo, a trajectória deste livro já se iniciou. Como o mistério que acerta em Galveias, este romance vai a caminho desses olhares, irá tocá-los de modo irreversível.»
Foto © Pedro Loureiro

«Toda a Mafalda» para ler de uma assentada
Já não é uma novidade fresquinha mas convém recordar que a Verbo reeditou todas as tiras de Mafalda, num volume (Toda a Mafalda) destinado a assinalar os 50 anos desta famosa personagem criada pelo argentino Quino. Trata-se de uma edição com nova capa (cartonada), que além das tiras inclui artigos de opinião e diversa informação que ajudam a contextualizar a personagem e os gags nos acontecimentos históricos vividos entre 1964 e 1973.
Mafalda surgiu a 29 de Setembro de 1964 no semanário argentino Primera Plana. Até 9 de Março de 1965 foram publicadas semanalmente neste jornal, com grande impacto público, duas tiras semanais de Mafalda. Até 19 de janeiro de 1965, data em que apareceu a personagem Filipe, Mafalda tinha apenas a companhia dos pais.
Em março de 1965, Mafalda passou a ser publicada no El Mundo de Buenos Aires, onde surgia diariamente. Manelito e Susanita «nasceram» já neste jornal.
Em Dezembro de 1967 o jornal El Mundo encerra portas e a publicação de Mafalda foi retomada em junho de 1968 no Siete Días Illustrados. Aqui ficou até junho de 1973, altura em que Quino entendeu que era chegada a hora de pôr fim às tiras da personagem.
A partir daí as aparições de Mafalda tornaram-se ocasionais, surgindo apenas em ocasiões muito especiais, como quando Quino ilustrou a Declaração Universal dos Direitos da Criança em 1976.
Mafalda chegou a Portugal em maio de 1970, numa edição Dom Quixote. Portugal é assim um dos 50 países onde é possível ler as tiras de Quino, editadas em 20 linguas em todo o mundo.
As tiras abaixo reproduzidas foram gentilmente cedidas pela Editorial Verbo. Copyright (© Joaquín S. Lavado (Quino)/Caminito S.a.s. – Literary Agency).

October 3, 2014
Porta-Livros de volta e para ficar!
O Porta-Livros está de volta!
Depois de um período menos ativo devido aos meus afazeres profissionais, o Porta-Livros retoma aqui a sua atividade normal, pelo menos é isso que espero.
Como felizmente o mundo editorial não para, muitas novidades foram saindo entretanto. Na impossibilidade de aqui as divulgar a todas, ainda assim não quero deixar de «arrumar as estantes» e deixar-vos as sinopses e capas de obras que saíram nas últimas semanas e que, parece-me, podem merecer a vossa atenção. Até porque por aqui andaram autores como Lídia Jorge, Haruki Murakami, Stefan Zweig e Enrique Vila-Matas, entre muitos outros.
Obrigado por continuarem por aí.
Rui Azeredo
AUTORES PORTUGUESES
O Organista – The Organist (Edição Bilingue) – Lídia Jorge (Dom Quixote)
«Antes do princípio, ao vazio chegou um órgão. Com esse órgão, o vazio encheu-se de música, e o Criador, atraído pelo som, resolveu tocar ele mesmo o extraordinário instrumento. Então a música passou a ser invenção e revelação, e a cada sopro do órgão apareceram o cosmos, o tempo, os primeiros seres vivos e, por fim, o homem e a mulher, tal como os conhecemos, criados pelo Organista.
Esta é uma prodigiosa fábula sobre a criação do Universo e a relação dos homens com Deus, pela mão de uma escritora que dispensa apresentações.
Um livro em edição bilingue, português e inglês.»
O Que Nos Separa dos Outros Por Causa de Um Copo de Whisky – Patrícia Reis (Dom Quixote)
«Um homem está sozinho num bar, em Macau. Longe da pátria, mas afogado no whisky e nas memórias – pequenos momentos, frases, acontecimentos que vão derretendo como o gelo no fundo do copo. A sua interlocutora imaginária é a mulher estranha que está do outro lado do balcão. Uma mulher que lhe parece ser uma potencial salvação, mas que se torna apenas o eco do seu monólogo interior. Ela não sabe quem ele é e tão-pouco falam o mesmo idioma. Raramente o encara. Ele continua a contar-lhe a sua história de vida. Por pedaços. De forma não-linear. Ao mesmo tempo, inventa-lhe diversos cenários. Será ela alguém que, como o personagem principal, é um acumular de histórias ou de banalidades?
Esta novela, vencedora do Prémio Nacional de Literatura Lions Portugal 2013-2014, é uma nova forma de trabalhar o discurso interno, as memórias, sempre com a indicação de uma certa polifonia, já habitual nos livros de Patrícia Reis.»
Amarrada À Tua Mão – José Fialho Gouveia (Teorema)
«Sara cresceu, deixou de ser criança e arrumou a sua velha boneca dentro de uma caixa. Tornou-se jornalista, mas sente-se desanimada com a vida e a profissão, até porque lhe sobra cada vez menos tempo para dedicar à filha. Um desabafo com Vasco, o marido, leva-os a empreender uma viagem à infância e aos sonhos que acalentavam antes de se tornarem adultos. Será que ainda irão a tempo de os cumprir?
Entretanto, também a Boneca dá a conhecer o que foi a sua vida e a forma como se sente hoje, fechada numa arrecadação, sem sequer uma janela por onde ver o mundo.
Amarrada à Tua Mão é uma peça de teatro intercalada de canções compostas por Manuel Paulo, mas é, além disso, um texto profundamente actual e oportuno, fundamental para compreendermos a vertigem da sociedade contemporânea e o seu impacto nas nossas vidas.»
Amor Entre Guerras – Sofia Ferros (Casa das Letras)
«Quando a Alemanha declara guerra a Portugal em 1916, Miguel Vieira, um jovem médico do Porto, voluntaria-se para integrar o Corpo Expedicionário Português e parte para a frente de combate, na Flandres. Encontra-se nas trincheiras aquando do ataque devastador dos alemães às tropas portuguesas, naquela que ficará conhecida como a Batalha de La Lys. Como responsável pelo Posto de Socorro Avançado, é chamado a tomar decisões dramáticas, uma das quais envolve o seu melhor amigo. Será, de resto, por causa dele que, num castelo transformado em hospital de guerra, conhece e se apaixona por Alexandrine Roussel, uma francesa de espírito indomável que tem a ambição de se tornar médica e trava uma luta sem tréguas pela emancipação das mulheres e pela liberdade.
Amor Entre Guerras, que se baseia na história dos bisavós maternos da autora, é um romance fascinante sobre uma família entre 1916 e as vésperas da Segunda Guerra Mundial, oferecendo-se ainda como relato das convulsões que o mundo atravessou na época e como testemunho da vida quotidiana em Moçambique.»
Os Maus da História de Portugal – Ricardo Raimundo (Esfera dos Livros)
«A história costuma exaltar os grandes nomes da nação, as figuras que marcaram uma época, os heróis que venceram batalhas e conquistaram novos mundos, os reis que serviram o nosso país com dedicação… Pois, ao longo destas páginas, o que vai encontrar são os maus da nossa história. Os reis cruéis de temperamento violento, os assassinos sem escrúpulos, os homens que a troco de uma vil recompensa não hesitaram em trair o país, as mulheres fatais que enfeitiçaram os homens de poder, levando-os à perdição, os ambiciosos e gananciosos que não olharam a meios para atingir os seus fins, e todo o tipo de gente de má rês…
Ricardo Raimundo, autor de Os Escândalos da Monarquia Portuguesa e Vidas Surpreendentes, Mortes Insólitas da História de Portugal, volta a surpreender-nos com este livro original, onde ficamos a conhecer o outro lado de algumas das personagens marcantes da História da Portugal. O rei D. Pedro I tinha um génio violento, D. João II, o Príncipe Perfeito, tinha um lado negro, tendo assassinado, pelo seu próprio punho, o seu cunhado, irmão da rainha. Vasco da Gama levou o nome de Portugal ao outro lado do Mundo, mas os seus feitos violentos e personalidade colérica são pouco conhecidos. O infante D. Francisco, irmão do rei D. João V, era, segundo as crónicas, “um sujeito muito mau”. Quem era a Megera de Queluz, perversa, ambiciosa e ninfomaníaca? Fernão de Magalhães pôs-se ao serviço de Espanha por apenas cem réis de diferença. Diogo Alves, o assassino do aqueduto, os regicidas Buíça e Costa e o temido João Brandão são alguns dos malfeitores que vai ficar a conhecer nas páginas deste livro surpreendente.»
AUTORES ESTRANGEIROS
A Peregrinação do Rapaz Sem Cor – Haruki Murakami (Casa das Letras)
«Nos seus dias de adolescente, Tsukuru Tazaki gostava de ir sentar-se nas estações a ver passar os comboios. Agora, com 36 anos feitos, é engenheiro de profissão e projecta estações, mas nunca perdeu o hábito de ver chegar e partir os comboios. Lá está ele na estação central de Shinjuku, ao que dizem “a mais movimentada do mundo”, incapaz de despregar os olhos daquele mar selvagem e turbulento “que nenhum profeta, por mais poderoso, seria capaz de dividir em dois”.
Leva uma existência pacífica, que talvez peque por ser demasiado solitária, para não dizer insípida, a condizer com a ausência de cor que caracteriza o seu nome. A entrada em cena de Sara, com o vestido verde-hortelã e os seus olhos brilhantes de curiosidade, vem mudar muita coisa na vida de Tsukuru. Acima de tudo, traz a lume uma história trágica, que a memória teima em não esquecer.
Um romance marcadamente intimista sobre a amizade, o amor e a solidão dos que ainda não encontraram o seu lugar no mundo.»
A Tristeza dos Anjos – Jón Kalman Stefánsson
«Na Islândia, a natureza é dura, austera e terrivelmente fria, quase tão rude quanto o coração dos homens; e, no entanto, confrontados com a grandeza das paisagens e a hostilidade dos elementos, estes continuam obstinadamente a opor-lhes a sua força até caírem de exaustão.
Duas solidões inconciliáveis que se unem numa marcha épica através do inferno branco, uma batalha fraterna para defender a dignidade do homem contra o cruel mistério da natureza.»
Mendel dos Livros – Stefan Zweig (Assírio & Alvim)
«Traduzida diretamente do alemão por Álvaro Gonçalves, esta novela foi escrita em 1929 e publicada, em folhetim, no jornal diário vienense Neue Freie Presse, de que Zweig era colaborador permanente. Narra-se aqui a história de um judeu ortodoxo galiciano, estabelecido há anos em Viena como alfarrabista/vendedor de livros ambulante, e cujo único interesse eram os livros que comprava e vendia a universitários e académicos de Viena. Esta história constitui, espantosamente, a antecipação em mais de uma década do definhamento do próprio autor: a metáfora de um escritor, “cidadão europeu”, pacifista empenhado, entregue de corpo e alma, como o próprio Mendel o era aos seus queridos livros, à criação de uma obra literária europeia com características universais, mas que, vítima da barbárie nacional-socialista, perde tudo: o seu país, a sua língua, os seus leitores da língua alemã, para quem escrevia, e o próprio sentido da vida.»
A Mulher de Má – Marc Pastor (Topseller)
«Barcelona, 1912. Há crianças a desaparecer. Quando um cadáver é encontrado numa viela estreita, dilacerado e sem um pingo de sangue, surgem rumores bizarros sobre um «vampiro» que se move pelas sombras da cidade e que anda a roubar as almas dos inocentes.
Para a polícia trata-se apenas de mais um cadáver, num lugar onde a morte e o crime são tão frequentes que se tornaram banais. E quanto às crianças desaparecidas, ninguém quer saber dos filhos das prostitutas que povoam Barcelona. Mas para o inspetor Moisès Corvo — um polícia rude e dissoluto, com um sexto sentido peculiar — este é um mistério que tem de ser resolvido, com um criminoso que afinal é uma mulher.»Stoner – John Williams (Dom Quixote)
«O Stoner do título é o protagonista deste romance – um obscuro professor de literatura, que até ao dia da sua morte dá aulas numa obscura universidade do interior americano. A sua vida, brevemente descrita nos dois primeiros parágrafos, oferece um triste obituário. O que se segue, numa prosa precisa, despojada, quase cruel, é a sucessão dos falhanços de uma personagem que perde quase tudo menos a entrega à literatura. O romance foi publicado em 1965, e caiu no esquecimento. Tal como o seu autor, John Williams. Passados quase 50 anos, porém, o mesmo cego amor à literatura que movia a personagem principal levou a que uma escritora francesa, Anna Gavalda, traduzisse o livro perdido. Outras edições se seguiram, em vários países da Europa. E em 2013, quando os leitores da livraria britânica Waterstones foram chamados a eleger o melhor livro do ano, escolheram uma relíquia – e não as novidades publicadas nesse ano. Julian Barnes, Ian McEwan, Bret Easton Ellis, entre muitos outros escritores, juntaram-se ao coro e resgataram a obra, repetindo por outras palavras a síntese do jornalista Bryan Appleyard: “É o melhor romance que ninguém leu”.»
Longe de Veracruz – Enrique Vila-Matas (Assírio & Alvim)
«Romance de uma viagem imóvel numa geografia de sonho, tão verdadeira como fantasmagórica, Longe de Veracruz é um texto inebriante e insone que Enrique Vila-Matas domina com brio e fantasia. Aqui, alguns seres inesperados — uma bela cantora de bolero assassina, um dentista alcoólico, um chulo, um cabeleireiro fascista, o escritor mexicano Sergio Pitol — gravitam à volta de três irmãos rivais no amor, na arte e na vida e que, como Don Juan, ostentam o nome Tenorio. Neste livro, o autor demonstra-nos, mais uma vez, que só transmutado pelas armadilhas da literatura o real se torna suportável.»Ver: Amor – David Grossman (Dom Quixote)
«Na década de 1950, em Israel, Momik, um rapazinho de nove anos, filho de judeus sobreviventes do Holocausto nazi, interpreta à sua maneira os silêncios e os fragmentos de conversas dos adultos sobre o que viveram na terra “de Lá”. Convencido de que a “Besta nazi” é, literalmente, um monstro horrendo, resolve atraí-la à cave de sua casa para poder domesticá-la com a ajuda do avô Anshel Wasserman, que aparentemente ficou louco num campo de concentração.
Já adulto, e agora romancista, Momik recria literariamente a história de Bruno Schulz (1892-1942), escritor polaco morto por um soldado nazi no gueto de Drohobycz. Na variante inventada por Momik, porém, Schulz foge para Danzig e atira-se ao mar do Norte, em cujas profundezas vive uma aventura fantástica e alegórica.
Narrado a várias vozes, fundindo géneros e estilos, o romance Ver: Amor percorre de modo não linear praticamente todo o século XX, tendo como núcleo a experiência indizível do Holocausto.»
Não Digas Nada – Mary Kubica (Topseller)
«Tenho andado a segui-la nos últimos dias. Sei onde faz as compras de supermercado, a que lavandaria vai, onde trabalha. Nunca falei com ela. Não lhe reconheceria o tom de voz. Não sei a cor dos olhos dela ou como eles ficam quando está assustada. Mas vou saber.
Filha de um juiz de sucesso e de uma figura do jet set reprimida, Mia Dennett sempre lutou contra a vida privilegiada dos pais, e tem um trabalho simples como professora de artes visuais numa escola secundária. Certa noite, Mia decide, inadvertidamente, sair com um estranho que acabou de conhecer num bar. À primeira vista, Colin Thatcher parece ser um homem modesto e inofensivo. Mas acompanhá-lo acabará por se tornar o pior erro da vida de Mia.»
O Demónio na Cidade Branca – Erik Larson (Bertrand)
«Chicago. 1893. Um homem construiu um paraíso na terra. Outro construiu um inferno ao lado
Em O Demónio na Cidade Branca, Erik Larson, autor do bestseller No Jardim dos Monstros, cruza a história da Feira Mundial de 1893 com o percurso de H. H. Holmes, um serial killer astuto que, através da feira, atraiu dezenas de pessoas para a morte. Um livro que combina uma pesquisa meticulosa da recém-descoberta História e as emoções da melhor ficção, dignas de um thriller.»
A Família Sogliano – Sveva Casati Modignani (Porto Editora)
«É um fim de dia de maio quando na residência setecentista da família Sogliano, toca o telefone. A família está reunida para o jantar: Orsola, mulher de Edoardo, os cinco filhos do casal, a sogra, Margherita, e as suas duas filhas. Estão à espera de Edoardo. É Orsola quem atende, e toma conhecimento da morte do marido num acidente de automóvel. O golpe é tremendo: trinta anos de amor despedaçados num instante. Mas Orsola não pode saber que aquela mágoa avassaladora se vai transformar em breve numa dor ainda mais profunda, no momento em que descobre uma série de fotografias recentes do marido na companhia de um bonito rapazinho de olhos amendoados, que assina: “O teu filho Steve”. A partir deste início fulgurante, Sveva conta-nos a história daquela família ligada à indústria do coral nos últimos dois séculos. A história de Orsola – uma mulher livre e independente de Milão; de Edoardo – o herdeiro da mais importante família do coral de Torre del Greco, mas também a história de Margherita – uma mulher do sul, orgulhosa e de coração generoso. Está é uma história apaixonante, entre amores, luzes e sombras, alegrias e sofrimentos, sucessos e falhanços, tendo como pano de fundo um ambiente tão insólito quanto fascinante e pouco conhecido: o mundo do coral, essa matéria-prima que nos encanta há milhares de anos.»
O Segredo dos Tudor – C.W Gortner (Topseller)
«No verão de 1553, Brendan Prescott é chamado à corte inglesa dos Tudor para se tornar escudeiro de Robert Dudley. Na mesma noite em que chega à corte, Lorde Robert encarrega-o de entregar secretamente um anel à princesa Isabel.
Frente a frente com a emblemática princesa, e depois de ela se recusar a aceitar a joia, o jovem escudeiro percebe que se encontra no meio de uma trama de conspirações e mentiras. Os Dudley planeiam uma traição mortal contra o rei Eduardo VI e as suas duas irmãs — Maria e Isabel — com um único fim: chegar ao trono.
Destemido e convicto de que o que vai fazer é o melhor para Inglaterra, Brendan Prescott alia-se a Isabel e aos seus protetores. Torna-se assim um agente duplo em defesa da coroa, contra a ambição desmedida dos Dudley.»
Díli, a cidade que não era – Ximenes Belo (Porto Editora)
«“É preciso amar o espaço para o descrever tão minuciosamente” (in Prefácio, por Marco Dias da Silva).
Díli, a cidade que não era é o novo livro de Monsenhor Ximenes Belo, com o qual o Nobel da Paz consegue fazer desaparecer a distância que separa aquela cidade do nosso país, apresentando aos leitores a “primeira e a única cidade de Timor-Leste”.
Os alicerces da construção de Díli espelham-se neste livro numa vasta tela da memória que se estende desde tempos imemoriais à modernidade. De pequena aldeia piscatória a cidade cosmopolita, esta narrativa acompanha de perto o caminho percorrido ao longo de 150 anos pela primeira e única cidade de Timor-Leste. Nas páginas deste livro testemunha-se também o silêncio das ruínas que, longe de perpetuarem o fim, anunciam a revelação do início da cidade que não era.»

September 18, 2014
«Alabardas», inédito inacabado de Saramago, disponível a 23 de setembro
Apresentado como «O último fôlego narrativo» de José Saramago, Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas, romance inédito e inacabado do Nobel português, será publicado a 23 de setembro pela Porto Editora.
O romance, protagonizado por Artur Paz Semedo, é, segundo a editora, «uma reflexão sobre a violência que põe em relevo a fragilidade humana e social face às atrocidades da guerra».
«Afinal, talvez ainda vá escrever outro livro. Uma velha preocupação minha (porquê nunca houve uma greve numa fábrica de armamento) deu pé a uma ideia complementar que, precisamente, permitirá o tratamento ficcional do tema.», escreveu José Saramago nas suas notas, em agosto de 2009, e daí nasceria este Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas, título retirado de uma tragicomédia de Gil Vicente.
O livro conta com ilustrações Günter Grass (também ele Nobel da Literatura) e com dois textos, um de Fernando Gómez Aguilera, que comenta e situa este romance no contexto da obra de Saramago, e outro de Roberto Saviano, que apresenta «uma inquietação sobre o papel do Homem face à violência a partir da “orquestra de revelações” que é esta história.
Apresentação em Lisboa a 2 de outubro
A apresentação mundial de Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas vai decorrer a 2 de outubro na Sala Garrett do Teatro Nacional D. Maria II, às 18h30,com a presença do professor António Sampaio da Nóvoa, do juiz Baltasar Garzón e do escritor Roberto Saviano. Durante a sessão moderada pela jornalista Anabela Mota Ribeiro, serão projetadas as ilustrações de Günter Grass.
Mas antes, a 19 de setembro, será reeditado pela Porto Editora Memorial do Convento, cuja caligrafia da capa é da autoria de José Mattoso.
Sinopse: «Aquando do seu falecimento, em 2010, José Saramago deixou escritas trinta páginas daquele que seria o seu próximo romance, trinta páginas onde estava já esboçado o fio argumental, perfilados os dois protagonistas e, sobretudo, colocadas as perguntas que interessavam à sua permanente e comprometida vocação de agitar consciências.
Saramago escreve a história de Artur Paz Semedo, um homem fascinado por peças de artilharia, empregado numa fábrica de armamento, que leva a cabo uma investigação na sua própria empresa, incitado pela ex-mulher, uma mulher com carácter, pacifista e inteligente. A evolução do pensamento do protagonista permite-nos refletir sobre o lado mais sujo da política internacional, um mundo de interesses ocultos que subjaz à maior parte dos conflitos bélicos do século xx.»


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