Rui Azeredo's Blog, page 23
October 30, 2014
Terceiro volume da enciclopédia da Idade Média de Umberto Eco versa castelos, mercadores e poetas
Idade Média – Castelos, Mercadores e Poetas, terceiro dos quatro volumes que constituem a enciclopédia sobre a Idade Média coordenada pelo italiano Umberto Eco, acaba de ser editado em Portugal pela Dom Quixote. O último volume, Explorações, Comércio e Utopias, chegará às livrarias em 2015.
Sobre o livro: «Contando com a colaboração dos mais importantes medievalistas mundiais, peritos em diversas áreas, a obra – com mais de mil páginas – leva o leitor numa viagem surpreendente através da arte, literatura, música, filosofia, sociedade e ciência deste intenso período da história da civilização europeia.
O terceiro volume, intitulado Castelos, Mercadores e Poetas, analisa o período entre 1200 e 1400: época definida por Baixa Idade Média, na qual um novo impulso expansivo, juntamente com a ideologia das Cruzadas, conduz o Ocidente à conquista do Oriente. A cidade cresce; a arquitectura, a arte e a literatura experimentam uma intensa vontade de renovação e abertura.
A esta época de progresso segue-se um período de guerra e carestia: a Guerra dos Cem Anos, a peste, as revoltas dos camponeses. Mesmo assim, surgem as sementes do Renascimento, que vai atingir toda a sua plenitude na Europa de Quatrocentos.»

«A Selva», de Ferreira de Castro, regressa pela mão da Cavalo de Ferro
O romance A Selva, de Ferreira de Castro, obra que integra o Plano Nacional de Leitura, conheceu recentemente uma nova edição, por iniciativa da Cavalo de Ferro. O livro inclui um texto de Ferreira de Castro intitulado «Pequena História de A Selva».
Sinopse: «Considerado um dos livros-monumento e de maior sucesso, dentro e fora de portas, da nossa literatura moderna, A Selva, notável epopeia sobre a vida dos seringueiros na selva amazônica durante os anos de declínio do ciclo da borracha, foi lida e amplamente elogiada por nomes que vão desde Jaime Brasil (Livro único na literatura de todo o mundo) a Agustina Bessa-Luís: (obra-prima) e Jorge Amado (clássico do nosso tempo), não passando igualmente despercebida a grandes figuras da literatura internacional, como Albert Camus (estilo sinuoso e sugestivo, como uma vegetação exuberante de termos estranhos e maravilhosos. Livro inesquecível), Blaise Cendars (brilhante e ardente estilista), seu tradutor francês, ou Ztefan Zweig (admirável romance).

Novidades
Primeiro os idiotas – Bernard Malamud (Cavalo de Ferro)
Segundo volume de contos de Bernard Malamud, originalmente publicado em 1963, Primeiro os Idiotas foi o livro que confirmou o excepcional valor deste autor perante a crítica e conquistou em definitivo a admiração dos leitores. Alguns contos nele presentes são considerados autênticas obras-primas da narrativa breve. Malamud ilumina com arcano encantamento e profunda ironia os miseráveis cenários de uma América urbana, transformando as suas histórias em parábolas intemporais que nos relatam a dor e a esperança do ser humano.»
Tempo Limite (2.º vol Fox & O’Hare) – Janet Evanovich (Topseller)
«Kate O’Hare, a implacável agente especial, e Nick Fox, um dos criminosos mais procurados do mundo e agora aliado do FBI, são destacados para uma missão de alto risco.
O alvo da missão é Carter Grove, ex-chefe de gabinete da Casa Branca e líder de uma agência de segurança privada. Há 10 anos, Grove roubou um raro artefacto chinês do Smithsonian, o qual foi secretamente substituído por uma peça falsa. Agora, o governo chinês exige a sua devolução. É preciso recuperar a verdadeira obra de arte sem levantar suspeitas, para evitar o corte de relações entre os EUA e a China.
Em contrarrelógio, Kate, Nick e a sua peculiar equipa de vigaristas têm apenas duas semanas para pôr em prática um plano ousado e mortal. De Washington a Xangai, passando pela Escócia, Canadá, Los Angeles e Nova Iorque, esta dupla improvável embarca numa emocionante aventura repleta de suspense e reviravoltas imprevisíveis.»
Irmão do Coração – Cátia F. Pereira (Isto É Editora)
«Luana e Tomás são irmãos de coração, uma vez que ele é adoptado.
Na escola, os colegas não entendem como é que este pode ser irmão de Luana… e isso entristece-os muito. Por vezes, os colegas dizem coisas pouco simpáticas, deixando Tomás triste, magoado e rejeitado, mas Luana tenta sempre animá-lo, dizendo-lhe o quanto gosta dele. Eles partilham uma paixão pelo cinema, querendo ela ser realizadora e ele ser guionista. Juntos, vão fazer um filme onde os protagonistas, Bia e Leo, desvendarão mistérios, farão descobertas fabulosas, viajarão para mundos encantados… em busca do mais valioso dos tesouros: a amizade, a união e o respeito pela diferença! E descobrem todos estes valores ao chegarem a um mundo mágico chamado de Zimbaué, em que todos os seres são únicos e respeitados pelas diferenças e onde ninguém se preocupava se o Leo e a Bia eram irmãos de sangue ou não, pois para eles o importante era o sentimento que os unia, o respeito mútuo, a confiança, a amizade, a cumplicidade, o amor. E a moral que a Luana e o Tomás quiseram passar, ao fazerem este filme, foi exactamente essa, ou seja, mostrar que as diferenças, sejam elas quais forem, não são o mais importante. O importante é sem dúvida os sentimentos.»
Crianças Perdidas – Mary MacCracken (Vogais)
«Quando se voluntariou para trabalhar numa escola para crianças com distúrbios emocionais, Mary MacCracken rapidamente se sentiu atraída pelas pessoas que ali ensinavam e por aquelas crianças especiais e respetivos pais angustiados. Embora quase todos os meninos aparentassem ser saudáveis, a realidade era muito mais triste, pois encontravam-se numa dimensão distante, privadas de amor e de verdadeiro contacto humano.
Depressa se tornou evidente que Mary era uma professora com dotes invulgares. Fruto das suas observações e de um instinto inato, conseguiu comunicar e relacionar-se com as crianças mais difíceis. Com o tempo, conseguiu descodificar os murmúrios dos seus alunos e ensinou-os a ler e a falar. Mas, mais importante do que isso, ajudou-os a começarem a sentir confiança e amor.»
As Receitas que nos fazem Felizes – Jamie Oliver (Porto Editora)
As Receitas que nos fazem Felizes reúne 100 receitas de todo o mundo perfeitas para confecionar no fim de semana ou quando se recebe os amigos. Inspirado nas memórias de infância, este é um livro que tem que ver com longas tarde de verão, aconchegantes noites de inverno e dias de festa. Evidencia, sobretudo, a capacidade que a comida tem de nos levar a viajar pelas emoções.
Jamie Oliver apresenta o livro: “Este livro maravilhoso contém, sem sombra de dúvida, as minhas receitas mais deliciosas e gratificantes, receitas novas e emocionantes desse fabuloso universo dos pratos que nos fazem felizes. É um livro que reúne todos aqueles prazeres proibidos, tão simples e saborosos, que todos adoramos. É uma celebração de memórias nostálgicas, tradições e pratos favoritos da infância, um livro que recria o ritual da boa cozinha e da comida que nos anima e aconchega. Um livro onde o sabor se alia ao bom humor para lhe deixar um sorriso no rosto.”»
12 de novembro
O Livro do Chocolate – Joanne Harris e Fran Warde (ASA)
«Joanne Harris, autora do famoso romance Chocolate, juntou-se à chef Fran Warde para criar O Livro do Chocolate, uma celebração em cinquentas receitas mágicas!
Quando Joanne Harris escreveu o romance Chocolate, tinha como metáfora central o conceito de comida como redenção, mais precisamente, o Chocolate. Acabou por lançar sobre todos os amantes de chocolate do mundo um encantamento único, afinal, o chocolate tem a capacidade de se transformar e de evoluir, tendo um envolvimento emocional muito forte, algo que transcende o mero sabor e que se pode tornar numa viagem espiritual.
Na obra O Livro Do Chocolate, o leitor pode deliciar-se com magníficas receitas de bolos, bolachas, mousses, biscoitos, gelados, bebidas e muito mais. Uma verdadeira celebração do chocolate. Nestas páginas vai encontrar uma variedade de dicas para tirar o maior proveito desta iguaria. As receitas são deliciosas e as fotografias que vai encontrar, vão fazê-lo viajar por este mundo encantado e mágico que é o Chocolate.»
Truques com Cartas – João Miranda (Porto Editora)
«Bem-vindo ao fascinante mundo da magia com cartas, a mais apreciada
das variantes do ilusionismo. Neste livro, João Miranda explica, passo a
passo e por diferentes níveis de dificuldade, as técnicas-base de
manuseamento do baralho e mais de 40 truques que deixarão todos os
seus amigos espantados.
Com a ajuda deste precioso auxiliar, fazer aparecer, adivinhar e até
mesmo rasgar e reconstituir uma carta deixarão de ser segredo para si.
Pegue no seu baralho de cartas e prepare-se para fazer magia!»

October 29, 2014
Estão de volta os «Domingos de Agosto» e «Um Circo que Passa» do Nobel Patrick Modiano
Domingos de Agosto e Um Circo que Passa, do recentemente galardoado com o Nobel da Literatura Patrick Modiano, regressam às livrarias a 18 de novembro através de uma reedição com novas capas. As obras, edições Dom Quixote, já foram lançadas em Portugal por esta mesma editora, respetivamente, em 1988 e 1994.
Domingos de Agosto: «Em Domingos de Agosto entramos num fascinante labirinto de mistérios. Por que motivo o narrador fugiu das margens do Marne com Sylvia para se esconderem num obscuro quarto de Nice? Qual a origem do diamante Cruz do Sul, que Sylvia arrasta consigo como uma promessa e uma maldição? De que morreu o popular ator Aimos? Quem é Villecourt? Quem são os Neal, esse estranho casal cujo carro ostenta uma matrícula diplomática? E por que estão tão interessados em Sylvia, no narrador e no Cruzeiro do Sul? Ao longo das páginas deste misterioso romance, onde se cruzam todos estes enigmas, nasce uma história de amor que exala um fascínio que irá dominar o leitor por muito tempo.»
Um Circo que Passa: «Um Circo que Passa revela bem o estilo de Patrick Modiano, fortemente marcado pela Guerra, pelos anos 40 e pela sua própria infância.
A polícia, os bares duvidosos e as ruas de uma cidade simultaneamente amiga e inimiga – é nesta Paris dos anos 60 que acompanhamos a fuga e as deambulações de um casal à procura do amor. Uma história que tem como narrador Jean, e em que toda a acção gira em torno do seu relacionamento, aos dezassete anos, com a misteriosa Gisèle. Ambos têm muito a esconder um do outro. Partilham, porém, os mesmos sonhos.»

Belmonte recebe Festival Literário Diáspora entre 7 e 9 de novembro
A primeira edição do Diáspora, festival literário de Belmonte, vai ter lugar de 7 a 9 de novembro na histórica vila albicastrense e pretende, segundo a organização (a cargo da Câmara Municipal de Belmonte), «reforçar a apetência cultural» local. Recorda a organização que, da «ligação ao Brasil, passando pela relevância da sua comunidade judaica, Belmonte afirma-se como uma espécie de caleidoscópio de perspetivas sobre a língua, a identidade, a pertença».
Vai haver mesas-redondas de debate, exposições, concertos e visitas às escolas, e no encerramento uma conferência de Álvaro Laborinho Lúcio, intitulada «As Margens».
O festival, organizado pela Câmara de Belmonte, vai contar com a presença, além do já citado Laborinho Lúcio, de Afonso Cruz, André Letria, Bruno Vieira Amaral, Sheikh David Munir, Deana Barroqueiro, Francisco José Viegas, Joaquim Vieira, Júlio Magalhães, Miguel Real, entre outros.
PROGRAMAÇÃO
Sessões nas escolas
Escola Básica e Secundária Pedro Álvares Cabral
7 de novembro
André Letria, Margarida Fonseca Santos, Ricardo Henriques e Tiago Albuquerque: um quarteto de embaixadores das letras que visitará várias escolas do concelho de Belmonte com o objetivo de levar aos alunos a literatura, a ilustração, a prática da leitura e a paixão arrebatadora pelas letras.
Sessão Inaugural
Salão Nobre dos Paços do Concelho
7 de novembro, 21h00
O presidente da Câmara Municipal de Belmonte abre oficialmente a programação do Diáspora, numa sessão de boas-vindas ao público e aos participantes.
Mesas
MESA 1 — NO PRINCÍPIO ERA O LIVRO
Igreja Matriz de Belmonte
7 de novembro, 21h30
Qual o papel simbólico do livro nas principais religiões? Em que medida o sentido sagrado do livro não foi transposto para o universo da leitura? Seriam as religiões diferentes sem livros?
MODERAÇÃO: Padre Carlos Lourenço
CONVIDADOS: Sheikh David Munir e Francisco José Viegas
MESA 2 — «QUANDO DECIDIMOS VER AS NAÇÕES COMO QUEREMOS, NÃO PRECISAMOS DE SAIR DE CASA», ASTOLPHE DE CUSTINE
Auditório Municipal
8 de novembro, 14h30
Já ninguém viaja sem levar preconceitos na mala. Pedro Álvares Cabral foi um dos últimos viajantes verdadeiramente livres? Em que medida estas viagens mudaram verdadeiramente o nosso país?
MODERAÇÃO: Tito Couto
CONVIDADOS: Deana Barroqueiro, Miguel Real e João Morgado
MESA 3 — UM PAÍS EM SEGUNDA MÃO
Auditório Municipal
8 de novembro, 16h00
A emigração por quem a conta e por quem a vive. Do bidonville francês à mátria castelhana, como é viver num país desenhado para outros?
MODERAÇÃO: Júlio Magalhães
CONVIDADOS: Karla Suárez e Ricardo Dias Felner
MESA 4 — «É O CORAÇÃO QUE FAZ O CARÁTER», EÇA DE QUEIRÓS
Auditório Municipal
8 de novembro, 17h30
Que papel desempenha a emoção na história dos grandes personagens? Uma biografia faz-se mais de factos ou de sentimentos e emoções? Biografar é também emocionar o leitor?
MODERAÇÃO: Tito Couto
CONVIDADOS: Isabel Stilwell e Joaquim Vieira
MESA 5 — «GOSTAVA DE ESTAR NO CAMPO PARA PODER GOSTAR DE ESTAR NA CIDADE», FERNANDO PESSOA
Auditório Municipal
9 de novembro, 15h00
É um dos lugares comuns mais repetidos da literatura mundial: d’ A Cidade e as Serras a Bouvard e Pecouchet, o campo e a cidade continuam a ser rasgados por trincheiras literárias. Num país tão pequeno, há espaço para o interior?
Moderação: Tito Couto
Convidados: Afonso Cruz, Bruno Vieira Amaral e Valério Romão
Conferência de Encerramento
Auditório Municipal
9 de novembro, 16h30
Conferência «As Margens», por Álvaro Laborinho Lúcio. Das personagens que são marginais à marginalidade da Cultura. Margens e periferia, são equivalentes? O que é viver à margem do litoral e até da Europa? Na conferência de encerramento do Diáspora, um homem do Direito abraça a marginalidade.
Exposições
Ecomuseu do Zêzere
MAR, DE ANDRÉ LETRIA
Mar, de André Letria, é uma das obras que mais prémios tem trazido ao ilustrador, nascido em Lisboa em 1973. Ao longo deste atividário*, concebido em parceria com Ricardo Henriques, as ilustrações de André Letria explicam 206 palavras e 80 atividades relacionadas com o mar, um elemento tão importante na obra que elege a sua premissa: «Se o nosso planeta tem mais mar que terra, então porque não se chama planeta Mar?» Conheça a obra através das ilustrações presentes na exposição.
*atividades + abecedário
FUTURO, DE ANDRÉ LETRIA
Futuro é a obra mais recente de André Letria, na já habitual parceria com Ricardo Henriques. Nas ilustrações patentes no Ecomuseu do Zêzere, André Letria ilustra o conceito de «futuro», recorrendo a outros conceitos que, acredita ele, estarão para prevalecer: dos «políticos» às velhas «tartarugas», passando pelos «pêlos» do corpo humano e pelo «vujà-dé».
Apresentação de livro
MAR, DE ANDRÉ LETRIA E RICARDO HENRIQUES
Ecomuseu do Zêzere
8 de novembro, 11h30
Apresentação com humidade relativa do livro MAR, o primeiro de uma coleção de atividários* do animal editorial Pato Lógico.
Haverá um vislumbre sobre o futuro dos atividários, até porque um dos livros a lançar, proximamente será sobre o futuro. André Letria, cenógrafo, ilustrador e editor usará de um linguajar colorido com recurso a cores PANTONE e verniz localizado. Ricardo Henriques, publicitário e autor infantil — ele mesmo infantil — abusará do escárnio marinheiro.
Feira do Livro
Ao longo do Diáspora, os livros viajam com a feira do livro do festival. A apoiar a realização da feira está a Bertrand, que permitirá ao público adquirir as obras dos participantes.

October 17, 2014
«Um, Dó, Li, Tá», de M. J. Arlidge, já está nas livrarias
Um, dó, li, tá, um excelente thriller que eu (Rui Azeredo) traduzi, acabou de ser lançado pela Topseller, com uma excelente capa, apraz-me dizer!
Trata-se do romance de estreia de M. J. Arlidge, um britânico que desde há 15 anos trabalha em televisão, tendo produzido nos últimos cinco um grande número de séries criminais passadas em horário nobre na ITV.
Sinopse: «UM, DÓ, LI, TÁ
Dois reféns. Uma bala. Uma decisão terrível. Sacrificaria a sua vida pela de outra pessoa?
Uma jovem rapariga surge dos bosques após sobreviver a um rapto aterrador. Cada mórbido pormenor da sua história é verdadeiro, apesar de incrível. Dias mais tarde é descoberta outra vítima que sobreviveu a um rapto semelhante.
As investigações conduzem a um padrão: há alguém a raptar pares de pessoas que depois são encarcerados e confrontados com uma escolha terrível: matar para sobreviver, ou ser morto.
À medida que mais situações vão surgindo, a detetive encarregada deste caso, Helen Grace, percebe que a chave para capturar este monstro imparável está nos sobreviventes. Mas a não ser que descubra rapidamente o assassino, mais inocentes irão morrer?
Um jogo perigoso e mortal num romance de estreia arrebatador e de arrasar os nervos, que lembra filmes como Saw – Enigma Mortal e A Conspiração da Aranha.»


«O Meu Irmão», de Afonso Reis Cabral, vence Prémio Leya 2014
O Meu Irmão, romance de Afonso Reis Cabral, foi hoje anunciado como vencedor do Prémio Leya 2014 (no valor de 100 mil euros), tendo obtido a unanimidade do júri, composto pelos escritores Manuel Alegre (presidente), Nuno Júdice, Pepetela e José Castello, e ainda por José Carlos Seabra Pereira, professor da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Lourenço do Rosário, reitor do Instituto Superior Politécnico e Universitário de Maputo, e Rita Chaves, professora da Universidade de São Paulo.
O livro, segundo informa a Leya no seu site, «trata de um tema delicado, que poderia suscitar uma visão sentimental e vulgar: a relação entre dois irmãos, um deles com síndrome de Down». A realidade, revela ainda a Leya, «é trabalhada de uma forma objectiva e com a violência que estas situações humanas podem desenvolver, dando também um retrato social que evita tomadas de decisão fáceis, obrigando a um investimento numa leitura que nos confronta com a dificuldade de um mundo impiedoso». Ressalva, por fim, a editora que há «uma tonalidade lírica na relação que se estabelece entre dois deficientes e que salva, através de apontamentos de poesia e de humor, o desconforto de quem vive este problema».
Biografia do autor divulgada no site da Leya: «Afonso Reis Cabral nasceu em Lisboa em 1990 e cresceu no Porto onde estudou, no Colégio dos Cedros até ao 9º ano e na Escola Secundária Rodrigues de Freitas. Em 2005 publicou o livro de poemas Condensação onde reúne poemas escritos entre os 10 e os 15 anos. Afonso escreve desde os 9 anos, começou na poesia e depois experimentou a prosa. Em 2008 ficou em 8º lugar no “7th European Student Competition in Ancient Greek Language and Literature” entre 3532 concorrentes de 551 escolas europeias e mexicanas. Foi o único português a concorrer.
É licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos, pela Universidade Nova de Lisboa, instituição de onde tem, também, um mestrado em Estudos Portugueses. Trabalhou como revisor em diversas editoras e sempre se imaginou a trabalhar na área cultural. Atualmente trabalha numa editora.»
(Foto do autor cedida pela Leya.)
Vencedores do Prémio Leya
2008
O Rastro do Jaguar – Murilo Carvalho
2009
O Olho de Hertzog – João Paulo Borges Coelho
2010
Não atribuído
2011
O teu rosto será o último – João Ricardo Pedro
2012
Debaixo de Algum Céu – Nuno Camarneiro
2013
Uma Outra Voz – Gabriela Ruivo Trindade
2014
O Meu Irmão – Afonso Reis Cabral

Cavalo de Ferro continua a divulgar literatura islandesa, agora com «A Tristeza dos Anjos», de Jón Kalman Stefánsson
A Tristeza dos Anjos, do islandês Jón Kalman Stefánsson, foi este mês editado pela Cavalo de Ferro, que já antes nos dera a conhecer este autor com Paraíso e Inferno. Estas duas obras, já acessíveis aos leitores portugueses, incluem uma trilogia que se completa com o até aqui inédito Hjarta mannsins.
Sinopse: «Na Islândia, a natureza é dura, austera e terrivelmente fria, quase tão rude quanto o coração dos homens; e, no entanto, confrontados com a grandeza das paisagens e a hostilidade dos elementos, estes continuam obstinadamente a opor-lhes a sua força até caírem de exaustão.
Jens, o carteiro, consegue chegar à aldeia e assim salvar-se da tempestade que fustigou o seu caminho. Chegou quase sem vida, mal se distinguindo as suas formas do manto de neve e de gelo que o cobrem. Quem o socorre é o rapaz órfão e Helga. Mas Jens terá pouco tempo para se restabelecer, deverá retomar a sua viagem e levar o correio aos longínquos fiordes do Norte, “ali, onde a Islândia acaba e deixa lugar ao Inverno eterno”. Será o rapaz a acompanhá-lo nesta última e perigosa missão.
Jens é um gigante mudo que carrega consigo o peso de um amor secreto e procura uma expiação nos gelos da paisagem desolada; o rapaz, em plena descoberta dos sentidos e da sua própria identidade, crê no poder salvífico das palavras, que tornam a humanidade sublime e maldita. Duas solidões inconciliáveis que se unem numa marcha épica através do inferno branco, uma batalha fraterna para defender a dignidade do homem contra o cruel mistério da natureza.
Com a voz encantada de poesia, Jón Kalman Stéfansson narra uma viagem rumo à origem da própria existência, em que a mais dura das condições convive com a mais vertiginosa das liberdades e, à doce tentação da morte se opõe a luz que transportamos dentro de nós e que, apesar de tudo, se recusa a ceder às trevas.»

October 16, 2014
Novidades
A Vida Peculiar de Um Carteiro Solitário – Denis Thériault (Clube do Autor)
«Bilodo vive sozinho em Montreal num apartamento que divide com o seu peixinho Bill. É aí que todas as noites passa longas horas lendo a correspondência alheia antes de a entregar aos destinatários. Há muito que o carteiro mantém aquele ritual: Bilodo abre as cartas com cuidado e põe-se a imaginar como serão as vidas daquelas pessoas. É o seu segredo.
É assim que um dia Bilodo descobre as cartas de Ségoléne. Ela corresponde-se com Grandpré, um mestre na arte de bem escrever poesia, e as cartas que ambos trocam são compostas por apenas três linhas. Escrevem poemas haiku um ao outro.
Um dia, durante ronda, o carteiro testemunha um trágico acidente. Grandpré fora atropelado e acaba por morrer. Bilodo toma então uma decisão arriscada: meter-se na pele de Grandpré e continuar a escrever a Ségoléne.
E assim começa uma história de amor, uma relação única, intensa e bela, vivida apenas através das cartas e dos poemas que trocam entre si. Mas durante quanto tempo poderá Bilodo continuar a viver aquela mentira – e aquele amor?
Num registo intimista e tocante, Thériault explora neste livro os temas do amor, do sonho e das dimensões inconscientes do espírito humano.»
Pão e Vinho – Paulo Moreiras (Dom Quixote)
«Com crise ou sem ela, o pão e o vinho nunca faltaram na mesa dos Portugueses, fazendo parte da sua matriz identitária; nas últimas décadas, tornaram-se até produtos de culto, multiplicando-se pelo País fora as padarias que vendem pães de todo o tipo e os produtores de vinho que oferecem verdadeiros elixires a que ninguém resiste. O presente livro aborda as origens destes dois elementos tão típicos da nossa gastronomia, mas vai muito mais longe, resgatando do património etnográfico as tradições a eles associadas. Adivinhas, provérbios, superstições, contos e lendas, manifestações religiosas e culturais, apontamentos sobre o seu uso na culinária, bem como um sem-número de curiosidades divertidas e inesperadas, compõem uma obra irresistível sobre a história do pão e do vinho que tantas vezes se confunde, afinal, com a da nossa existência e sobrevivência.»
21 de outubro
Endgame – A Chamada – James Frey e Nils Johnson-Shelton (Presença)
«Eles chegaram à Terra há 12 mil anos. Vieram dos céus e criaram a humanidade. Quando se foram embora deixaram um aviso: um dia iriam voltar… E quando voltassem, teria início o grande jogo, o Endgame. Ao longo de dez mil anos, as doze linhagens originais existiram em segredo, mantendo sempre, cada uma delas, um jogador preparado para entrar em ação a qualquer momento. Agora que eles voltaram, os doze jovens jogadores estão a postos para entrarem no grande jogo que decidirá o futuro do planeta e da humanidade. Mas só um pode vencer: quem encontrar primeiro as três chaves escondidas algures na Terra. E é sobre a busca da primeira chave que se centra este primeiro livro da série.
Endgame não é apenas um livro. Endgame é uma experiência multimédia a nível mundial inovadora, que inclui um jogo revolucionário construído pela Niantic Labs (Google) através da qual é possível jogar uma versão do Endgame no mundo real. No fim, há um prémio para o primeiro a conseguir resolver o puzzle oculto no livro: meio milhão de dólares em ouro.»
As Promessas da Noite – Sadie Matthews (5 Sentidos)
«O fim de relação com Dominic deixou Beth de coração despedaçado. Acreditara desde o início na força daquele amor que seria eterno, mas um mal-entendido mostrou-lhe a fragilidade da relação e deitou tudo a perder. Por mais que tentasse evitar a constante presença e interferência de Andrei Dubrovski no seu relacionamento, o poder deste impedia-a de ser livre. Desde que o conhecera que Andrei teimava em impedir a sua felicidade junto a Dominic, e desta vez parecia ter finalmente alcançado o seu objetivo. Dominic partira rumo a um novo projeto profissional e, porventura, a uma nova vida amorosa sem Beth. Mas será que Andrei conseguirá o que quer? A persistência de Beth no amor que sente por Dominic, e a certeza de que nada pode ter feito de errado, irão levá-la a viajar desesperadamente até Paris, atrás de Dominic, na esperança de uma reconciliação e, quem sabe, de provar que o verdadeiro amor pode superar as mais graves das provações.»Sven-Göran Eriksson – A Minha História – Sven-Göran Eriksson e Stefan Lövgren (Livros d’Hoje)
«Poucos treinadores terão sido tão seguidos e escrutinados. De tal modo que qualquer pessoa, onde quer que se encontre, parece ter uma opinião sobre Sven-Göran Eriksson, ou o Senhor Futebol, como também é conhecido. Aqui, neste livro, ele conta-nos tudo sobre a sua vida dentro e fora dos relvados. Não só são revelados vários conflitos entre os atletas das equipas por onde passou como, também, o inacreditável comportamento de alguns jogadores da Roma que, perante a possibilidade de se sagrarem campeões, preferiram aceitar dinheiro e terminar o campeonato em segundo lugar. Ou, ainda, o escândalo em que se viu envolvido com uma mulher, em Inglaterra, que por pouco não o fez abandonar o futebol pela porta pequena. A passagem pelo Benfica, clube que, depois de Eriksson, não mais voltou a ser bicampeão nacional, também merece destaque neste livro. “Encontrei um futebol português muito mais sujo.” São suas estas palavras, proferidas depois da sua segunda passagem pelo clube da Luz, entre 1989 e 1992.
Primeiro seleccionador estrangeiro a orientar a Inglaterra, viveu em Londres o inferno dos paparazzi e dos escândalos.»
28 de outubro
Belle Époque – Paula Gomes Magalhães (Esfera dos Livros)
«Lisboa aos poucos transformava-se. Na viragem do século, entre 1890 e 1914, a capital portuguesa, impulsionada por uma burguesia cada vez mais endinheirada, vivia fascinada pelo glamour parisiense. Eram os últimos dias de uma Lisboa romântica e o nascer de uma cidade moderna e civilizada, uma transformação feita a conta-gotas e marcada por alguns episódios trágicos. As senhoras vestiam os últimos figurinos da moda francesa, deixavam-se levar pelos cheiros dos perfumes e outros produtos de beleza e higiene chegados de fora. Os modelos das roupas, gestos e comportamentos eram as grandes senhoras da Cidade das Luzes. Os homens enchiam os cafés do Chiado e divertiam-se nos seus teatros, o São Carlos estava sempre esgotado e o serão era feito de copos, guitarras e das animadas largadas de touros. A Avenida da Liberdade era o novo local para esta burguesia culta e abastada ver e ser vista, depois da triste demolição do Passeio Público. Os poucos automóveis que circulavam nas ruas da capital cruzavam-se com os burros e carroças das classes populares famintas e iletradas que viviam nos arredores pobres e sujos. Longe do desenvolvimento das grandes capitais europeias, a cidade iluminava-se com a chegada da eletricidade, nas casas os mais abastados instalavam os primeiros telefones, o animatógrafo era a novidade que todos queriam ver. A caminhar para a modernidade, Lisboa sofria, ao mesmo tempo, com o desaparecimento, de forma trágica, de algumas das ilustres figuras da sua cultura, tentava recuperar a custo das consequências sociais e económicas de um ingrato e humilhante ultimato inglês, e via gorada uma primeira revolta republicana, sendo obrigada a esperar quase vinte anos até assistir à destituição da monarquia.
Paula Gomes Magalhães retrata, neste livro amplamente ilustrado, a vida quotidiana de Lisboa, na Belle Époque, uma cidade feita de contrastes. De luzes, boémia, glamour e alguma tristeza.»
Os Monstros das Caixas – Alan Snow (Presença)
«Arthur vive com seu avô Guilherme, na complexa rede de túneis por baixo da cidade de Ponte do Rato, povoadas por todo o tipo de criaturas estranhas e engraçadas. Guilherme tem de viver escondido porque foi injustamente acusado de uma tentativa de homicídio. Todos os dias depois do pôr do sol, Arthur vem à superfície em busca de comida.
Um dia… HÁ UMA EMERGÊNCIA EM PONTE DO RATO!
E agora só o órfão Artur e os seus novos amigos – o Avelino Dentadinha, um antigo Conselheiro da Rainha, a Margarida que é inventora, um tímido cabeça-de-couve e alguns trolls-de-caixa muito agitados – poderão salvar a cidade!»
Avozinha Gângster – David Williams (Porto Editora)
«Uma história sobre preconceitos e aceitação, cheia de piadas engraçadas e palavras tolas, ao estilo bem-humorado do comediante David Walliams.
O nosso herói, Ben, adormece só de pensar que tem de ficar em casa da avó. Que seca! É a avozinha mais aborrecida de sempre: só pensa em jogar jogos de tabuleiro e comer sopa de couve. Mas há dois segredos que Ben desconhece:
• A sua avozinha é uma famosa ladra de joias.
• E toda a vida sonhou roubar as Joias da Coroa inglesa, e agora precisa da ajuda de Ben…»


«Santos e Beatos de Portugal – Rostos de Santidade», de Paulo Mendes Pinto, editado pelos CTT
Os CTT acabam de lançar o livro Santos e Beatos de Portugal – Rostos de Santidade, da autoria de Paulo Mendes Pinto, que, segunda anunciam, é uma obra «que traça um retrato da espiritualidade portuguesa individualizada e reconhecida oficialmente, percorrendo e ilustrando em quase mil anos de história, vinte e nove personagens de grande relevo – desde São Teotónio, nascido em 1082, até à Beata Jacinta nascida em 1910». O livro tem uma tiragem limitada de 3700 exemplares.
O autor, Paulo Mendes Pinto, é diretor da licenciatura e do mestrado em Ciência das Religiões na Universidade Lusófona, onde também dirige o Instituto Al-Muhaidib de Estudos Islâmicos.
Paulo Mendes Pinto, que em 2013 recebeu a Medalha de Ouro de Mérito Académico da Universidade Lusófona, é o autor de uma outra edição CTT, Palavra e Imagem.
Os CTT pretendem também homenagear «a rica e vasta herança cultural e religiosa do país» com selos postais emitidos em homenagem a algumas figuras e datas a elas associadas, como o Centenário do Nascimento de Santo António (1995); a visita a Portugal d o Papa João Paulo II (2000); a canonização do Beato Nuno de Santa Maria (2009); e D. Frei Bartolomeu dos Mártires (2014).
Santos e Beatos de Portugal – Rostos de Santidade custa 36 euros e pode ser adquirido em todas as Lojas CTT.

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