Rui Azeredo's Blog, page 22
November 7, 2014
Novidades
O Rei Pálido – David Foster Wallace (Quetzal)
«O romance inacabado do autor de A Piada Infinita.
O aborrecimento. Se há alguém capaz de escrever um grande romance sobre este tema é certamente David Foster Wallace: o aborrecimento e os seus efeitos sobre o espírito.
Em A Piada Infinita, explorava o entretenimento e o prazer – que obliteram a dor; aqui, em O Rei Pálido, Wallace leva até às últimas consequências a observação e o estudo da tristeza, da monotonia, do tédio. E, para isso, não poderá haver ambiente mais natural e propício do que a Autoridade Tributária, um centro regional de processamento de IRS algures no Midwest.
O Rei Pálido foi publicado postumamente e editado a partir dos manuscritos encontrados – doze capítulos prontos e outros ainda em construção –, seguindo-se as anotações do autor ou apenas a lógica interna do texto.
Numa das notas que deixou a este romance, David Foster Wallace afirma: A felicidade – uma combinação de alegria + gratidão, a cada segundo que passa, pela dádiva de estarmos vivos, conscientes – encontra-se do outro lado de um aborrecimento absolutamente aniquilador. Prestem toda a atenção à coisa mais entediante que forem capazes de descobrir (declarações fiscais, golfe na televisão) e vão ser inundados por ondas de um aborrecimento como nunca sentiram e que vos vai praticamente matar. Mas, se conseguirem sobreviver a isso, será como passar do preto e branco para a cor. Como água depois de vários dias no deserto. Uma felicidade constante em cada átomo.»
A Vida Privada de Estaline – Lilly Marcou (Vogais)
«Um homem generoso e dedicado, que gostava de ter a sua família perto de si em almoços na casa de campo. Esta é uma imagem que dificilmente associaríamos a Estaline, o responsável pela morte de milhões de pessoas e uma das personagens mais marcantes e polémicas do século XX.
Para escrever A Vida Privada de Estaline, com base em trinta anos de pesquisas, a historiadora francesa Lilly Marcou recorreu a fontes originais, inéditas na sua maioria. Mergulhou profundamente nos arquivos abertos ao Ocidente após o fim da União Soviética e entrevistou familiares e pessoas próximas de Estaline que sobreviveram à “Grande Purga”.
E o resultado surpreende. Por trás do líder carismático que mobilizou nações e surpreendeu Churchill e Roosevelt, ou do governante implacável na eliminação dos seus opositores, mesmo que fossem membros da própria família, descobrimos um jovem inúmeras vezes exilado pelo czar, duas vezes viúvo e envolto numa paranoia crescente. Com esta investigação, são-nos apresentados factos novos e iluminados aspetos omitidos ou ignorados.
Sem se pretender promover um novo julgamento dos anos de terror estalinista, o resultado é um Estaline de carne e osso, humano, ainda que não menos vulnerável às acusações da posteridade.»
Terra Amarga – Joyce Carol Oates (Sextante)
«Esta reunião de dezasseis contos de Joyce Carol Oates – histórias que revelam, com precisão e força inesquecíveis, o poder da violência, da perda e do luto moldando uma sociedade e as suas almas – confirma-a como um dos grandes mestres contemporâneos da arte da short story.
Joyce Carol Oates atinge neste livro o cume das suas capacidades narrativas: capacidade de observar o quotidiano, precisão lapidar da descrição, imaginação prodigiosa e doseamento do humor negro e do suspense.
Terra Amarga não é um livro para adormecer.»
Uma Ideia de Felicidade – Luis Sepúlveda e Carlo Petrini (Porto Editora)
«Mais ou menos meio segundo. É o tempo que um motor de busca demora a devolver-nos uma resposta – cerca de cento e trinta mil ocorrências (em português) ao pesquisarmos “uma ideia de felicidade”. E, no entanto, a busca da felicidade não é, de todo, imediata. Alcançá-la é uma tarefa morosa, pausada, lenta. Quase tão lenta como a marcha de um caracol…
Carlo Petrini, o fundador do movimento Slow Food, parte dessa mesma ideia para propor a Luis Sepúlveda, autor do livro História de um Caracol que Descobriu a Importância da Lentidão, uma conversa tranquila onde se interligam memórias, experiências e reflexões sobre o que é a felicidade e como conquistá-la.
De um extremo ao outro da Terra, por entre histórias de grandes líderes e de heróis do quotidiano – e, posteriormente, como guias das suas próprias ideias-base para uma vida feliz – Petrini e Sepúlveda orientam-nos numa busca pelo direito ao prazer que é hoje o mais revolucionário, democrático e necessário dos objetivos do Homem.»
Os Mortos Não Dão Autógrafos – Francisco Nicholson (Esfera dos Livros)
«O jornalista Rui Alvorada acorda no hospital depois do portentoso tareão com que quatro jagunços cobardolas o brindaram. Uma ideia aflora-lhe imediatamente o pensamento: “Estou a reviver a história do meu pai, vítima de uma canalhice que o atirou para uma cama como esta. A mesma história com protagonistas diferentes.”
Quando, treze anos antes, entrou no velório do pai, ficou estupefacto. Estava cheio de gente que lhe dava as condolências, que lhe dizia que Jaime Risco tinha sido um grande jornalista. Mas, para além dos elogios ao jornalista, havia também os elogios ao Homem, ao combatente pela liberdade, e, em surdina, ao amante.
Rui opta por seguir os passos do pai, mas cedo percebe que tem de se superar se quer deixar de ser o filho do Jaime Risco e passar a ser um jornalista reconhecido. Mas há muito mais para descobrir sobre aquele homem, que se perdia pelo belo sexo, por uma noite de copos ou por uma investigação jornalística que pusesse a nu os podres dos políticos.
E nada melhor do que investigar o mundo da política e do crime organizado, com passagens pelo parlamento, por eleições cacicadas e multinacionais da droga, para ficar a conhecer o seu pai e conhecer-se a si próprio.
Francisco Nicholson, num tom irónico e com um humor inteligente, apresenta-nos, no seu romance de estreia, uma história singular passada num Portugal manipulado pelos políticos e pelos grandes interesses, onde o amor, a amizade e a coragem se cruzam com jogos de poder, ganância e ambição.»
Serena – Ron Rash (Presença)
«Início da Grande Depressão. George Pemberton está de regresso à Carolina do Norte depois de três meses passados em Boston. Traz consigo a sua mulher, Serena, e os planos de ambos para se tornarem, unindo os recursos de cada um, barões da indústria madeireira. Em poucos anos o império cresce, gerido em parte pela mão implacável e sem escrúpulos de Serena, que não hesita em eliminar qualquer ameaça às suas ambições. Quando descobre que não poderá ter filhos e que George tem um filho de uma anterior relação, Serena fica determinada a não deixar que nada nem ninguém se intrometa entre si e o marido.
Num cenário magistralmente evocado, povoado por uma galeria de personagens memoráveis, encontramos uma história surpreendente de amor e obsessão. Serena é um romance inesquecível, cujo suspense o manterá agarrado até à última página e que já foi adaptado ao cinema com Jennifer Lawrence e Bradley Cooper nos papéis principais.»
Maze Runner – A Cura Mortal – Livro 3 – James Dashner (Presença)
«Thomas atravessou o Labirinto; sobreviveu à Terra Queimada. A CRUEL roubou-lhe a vida, as memórias, e até mesmo os amigos. Mas agora as Experiências acabaram, e a CRUEL planeia devolver as memórias aos sobreviventes e completar assim a cura para o Fulgor. Só que Thomas recuperou ao longo do tempo muito mais memórias do que os membros da CRUEL julgam, o suficiente para saber que não pode confiar numa única palavra do que dizem. Conseguirá ele sobreviver à cura?»
A Noite Mais Longa – Miguel Pinheiro (Esfera dos Livros)
«Na noite de 6 de setembro de 1968, as figuras mais importantes do Estado Novo dividiram-se por dois acontecimentos que tiveram lugar exatamente ao mesmo tempo, a poucos quilómetros um do outro. O primeiro foi um dos segredos mais bem guardados do país: no Hospital da Cruz Vermelha, António de Oliveira Salazar foi operado de urgência na sequência da queda de uma cadeira. O segundo foi um dos eventos mais noticiados do país: na sua quinta de Alcoitão, o milionário boliviano Antenor Patiño deu aquele que ficou conhecido como “o baile do século”. Foram treze horas intermináveis que misturaram o drama e a ostentação – e que marcaram o fim do salazarismo.
Através de documentos e depoimentos na sua maioria inéditos, o jornalista Miguel Pinheiro reconstitui com detalhes os episódios, os ambientes e os diálogos dos dois lados dessa noite. A data em que Salazar realmente caiu da cadeira, os pormenores do mês que o ditador passou em acelerada decadência física e o que de facto se passou dentro da sala de cirurgia. As polémicas da festa do Rei do Estanho, o impacto da chegada a Portugal de atrizes de Hollywood, de membros de famílias reais europeias e de alguns dos homens mais ricos da época e as histórias dos jornalistas que se disfarçaram de empregados para se conseguirem infiltrar num baile fortemente vigiado pela polícia e pela PIDE. Tudo se passou entre as 20 horas e as 9 da manhã. No começo da noite, Portugal era um país governado há 36 anos pelo mesmo homem. No final, era um país onde nada seria como dantes.»


«A Senhora do Império», de Raymond E. Feist Janny Wurts, encerra a épica trilogia da Saga do Império
A Senhora do Império, terceiro e último volume da Saga do Império, de Raymond E. Feist e Janny Wurts, foi hoje editado pela Saída de Emergência. Toda esta saga, que se iniciou com A Filha do Império e prosseguiu com A Serva do Império, foi traduzida por mim, Rui Azeredo, e por José Remelhe.
Sinopse: «A Senhora Mara dos Acoma sente-se segura e em paz, e pela primeira vez na vida longe dos seus inimigos – até que uma tentativa de assassinato que lhe é dirigida acaba por matar o seu filho e herdeiro. Cercada por espiões e casas rivais, e perseguida por uma irmandade secreta de assassinos impiedosos, Mara enfrenta o desafio mais letal com que alguma vez se deparou.
Mas os seus planos de vingança pela morte do filho são rapidamente gorados pela Assembleia de Magos, que detém o poder real do Império e mantém a população dócil e domesticada, além dos terríveis Mantos Negros, que encaram Mara como a ameaça suprema ao seu poder ancestral. Em busca de aliados para assegurar a justiça e paz para o império, Mara tem de viajar para lá das fronteiras da civilização, desvendando antigos segredos até às colmeias dos estranhos Cho-ja. Reunindo toda a sua coragem e astúcia, Mara levará a sua maior batalha em nome da sua vida, do seu lar e do seu império.»


Novidades
Will e Will – John Green e David Levithan (ASA)
«Evanston não fica muito longe de Naperville nos subúrbios de Chicago, mas os jovens Will Grayson e Will Grayson bem que podiam viver em planetas diferentes. Quando o destino os leva à mesma encruzilhada, os Will Graysons veem as suas vidas a sobreporem-se e a seguirem novas e inesperadas direções. Com um empurrão de amigos novos e velhos – incluindo o enorme e enormemente fabuloso Tiny Cooper, jogador ofensivo na equipa de futebol americano da escola e autor de musicais – Will e Will embarcam nas suas respetivas aventuras românticas e na produção épica do musical mais extraordinário da história.»
O Exército Furioso – Fred Vargas (Porto Editora)
«Uma lenda medieval ensombra a pequena cidade de Ordebec, na região francesa da Normandia: uma horda de cavaleiros mortos, descarnados, sem braços nem pernas, o Exército Furioso, erra à noite por um trilho na floresta, espalhando o terror entre os habitantes. Segundo reza a lenda, o exército de mortos-vivos vem anunciar a morte aos pecadores e, regra geral, os eleitos são os habitantes mais odiados: os assassinos e os ladrões.
Quando o estranho exército, fazendo jus à sua fama, colhe mais uma vítima, o comissário Adamsberg, a pedido de uma estranha mulher, vem de Paris e, juntamente com a sua equipa, os tenentes Danglard, Retancourt e Veyrenc, terá de investigar a crença nessa horda sinistra, desafiar superstições ancestrais e descobrir onde termina a lenda e onde começam os planos macabros de assassinatos em série.»
Fernando Pessoa – Sónia Louro (Saída de Emergência)
«O primeiro romance biográfico de Fernando Pessoa.
Este é o romance biográfico de Fernando Pessoa, o poeta que foi muitos poetas. Órfão de pai aos cinco anos de idade, cedo perde a atenção da mãe quando esta volta a casar. Forçado a partir para a distante África do Sul, onde o nascimento de irmãos o isolam ainda mais, refugia-se em si mesmo e aí cria novos mundos.
No fim da adolescência regressa a Lisboa, na vã tentativa de resgatar os poucos momentos da vida em que fora feliz. Aí conhece personalidades do mundo das artes e da literatura, como Almada Negreiros, Mário de Sá-Carneiro ou Adolfo Casais Monteiro. É um dos fundadores da Orpheu, uma revista artística que foi recebida com escândalo pela crítica.
Correspondente comercial, inventor, tradutor, editor, publicitário e astrólogo, Fernando Pessoa procurou várias formas de ganhar a vida. E até o amor lhe bateu à porta quando conheceu Ophélia Queiroz.
Fernando Pessoa, O Romance é uma obra magnífica, fruto de uma pesquisa meticulosa, e uma verdadeira homenagem ao maior poeta da língua portuguesa. Um poeta que Sónia Louro consegue dissecar, desvendando os seus segredos, medos, sonhos e, mais importante, a sua humanidade.»
O Rei Belarmino Não É Tenor – Carlos Nuno Granja (texto) e Sebastião Peixoto (ilustrações) (Opera Omnia)
«O Rei Belarmino é um rei com um ar bastante simpático e o seu povo adora-o. É muito generoso e amigo do seu amigo! Adora dançar e cantar, mas isso cria um certo embaraço a quem o vê e ouve!
E é sobre este problema do rei Belarmino que esta história gira! Como conseguir proteger o reino das cantorias do Rei Belarmino? Essa solução vai ser procurada pela Rainha e pelas suas filhas, as princesas Felismina, Cupertina, Isolina, Cistina e Belarmina.
A quem fornecer a solução dá-se banquete, quarto real e princesa para casar.
À procura de solução aparecerá um feiticeiro, um escocês caçador de notas musicais desafinadas e até um jogral.
Esta história divertida de Carlos Nuno Granja é enriquecida com as magníficas ilustrações de Sebastião Peixoto.»
O Cotão Simão – Ana Rita Faustino (texto) e Aurélie de Sousa (ilustrações) (Porto Editora)
«Naquele dia, cinzento e ventoso, Jaime chegou à sua nova casa. Ficava numa terra bem diferente da sua e numa rua que lhe parecia não acabar mais. Tudo o que conhecia havia ficado para trás – a sua grande cidade, o seu prédio, a sua escola – e tudo o que descobria agora lhe parecia cinzento como o próprio dia.
Mas, o pior de tudo, aquilo que o preocupava verdadeiramente era que também os seus amigos tinham ficado para trás. E ele bem sabia que não se fazem amigos assim de um dia para o outro. Porém, mais depressa e mais perto do que imagina, Jaime vai encontrar um amigo inesperado…»

November 6, 2014
«As Avenidas Periféricas» do Nobel Modiano «abrem à circulação» a 12 de novembro
Como seria de esperar, agora que Patrick Modiano conquistou o Nobel da literatura multiplicam-se as edições de obras suas em Portugal. Agora, chega a notícia do lançamento de um inédito no nosso país do escritor francês. Chama-se ele As Avenidas Periféricas e será lançado pela Porto Editora a 12 de novembro. Note-se que esta obra foi galardoada em 1972 com o Grande Prémio de Romance da Academia Francesa.
Sinopse: «Numa pequena aldeia ao lado da floresta de Fontainebleau, em plena Ocupação alemã, juntam-se ao fim de semana alguns personagens inquietantes. Entre eles, o pai do narrador.
Quem é esse pai? Um traficante? Um judeu acossado? Que faz ele no meio de tal gente?
Até ao fim, o narrador perseguirá, com ternura, esse pai fantasmático.»


November 5, 2014
Novidades
Aqui Xutos & Pontapés! – Rolando Rebelo (Oficina do Livro)
«Com autoria de Rolando Rebelo, prefácio de Jorge Sampaio e um grafismo arrojado de Rui Garrido que presta homenagem às origens punk da banda de Tim, Zé Pedro, Kalú, João Cabeleira e Gui, Aqui Xutos & Pontapés! inclui centenas de fotografias do grupo, tanto no palco como fora dele, desde as suas origens, no final dos anos 70, até à actualidade. As imagens deste livro com capa dura e 230 páginas foram retiradas do arquivo oficial da banda e dos álbuns pessoais dos seus músicos.
Enquadrado por esta colecção extraordinária de fotografias, que nos leva a mergulhar nos bastidores de um grupo absolutamente único na história do rock e da música portuguesa em geral, Aqui Xutos & Pontapés! está dividido em duas grandes partes.
Na primeira, dezenas de personalidades da sociedade portuguesa dão o seu testemunho sobre os Xutos – de Jorge Palma a Francisco Pinto Balsemão, de João Pereira Coutinho a Joana Vasconcelos, de Manuela Eanes a Tó Trips, passando por Sérgio Godinho, Ramon Galarza, José Avillez, Ana Padrão, Tozé Brito ou Paulo Junqueiro, entre muito outros.
Na segunda parte, o percurso dos Xutos & Pontapés é passado a pente fino numa cronologia completíssima que implicou anos de investigação de Rolando Rebelo (n.1964, também autor de Rolling Stones em Portugal). Nessa cronologia, feita com o inestimável apoio dos músicos, são contados pela primeira vez vários episódios que marcaram da vida da banda.
Aqui Xutos & Pontapés inclui ainda cartas aos fãs escritas pelo punho de Zé Pedro, Kalú, João Cabeleira, Tim e Gui, dedicatórias aos Xutos por alguns dos seus fãs mais fiéis, bem como depoimentos dos profissionais que trabalham com o grupo na estrada e nos bastidores – desde logo o manager Kabeca.»
História da Expansão e do Império Português – coordenação de João Paulo Oliveira e Costa (Esfera dos Livros)
«A Expansão portuguesa confunde-se com a própria História de Portugal. Situado na periferia da Europa, Portugal encontrou no mar um espaço favorável para traçar a sua configuração definitiva e para se projetar pelo mundo, procurando no exterior o que lhe faltava no território peninsular. Nos primeiros séculos da expansão, Portugal rasgou o horizonte dos europeus e uniu outros povos a um destino comum, gerando novos negócios, criando novas paisagens, possibilitando a circulação de gentes, objetos, animais, plantas, conhecimentos e ideias, e dando início à globalização. Ao longo dos séculos, o império foi-se alterando, e, se num primeiro momento, dominou uma perspetiva de imperialismo marítimo, posteriormente, o império português tornou-se dominantemente territorial. Já no último terço do século XX, o fim da soberania portuguesa em África decorreu em circunstâncias dramáticas, num processo de descolonização que deixou marcas profundas na política e sociedade portuguesas. Os historiadores João Paulo Oliveira e Costa, José Damião Rodrigues e Pedro Aires Oliveira traçam um retrato rigoroso e exaustivo da História da Expansão e dos Descobrimentos portugueses, que permite interpretar este processo histórico à escala mundial, analisando o comércio, a conquista, a missionação, entre outros temas, bem como os povos ultramarinos, com as suas civilizações e as suas organizações políticas, sociais e económicas, a que os portugueses tiveram de se adaptar. Um livro essencial para perceber o império português, que se estendeu por quase 6 séculos, desde a conquista de Ceuta em 1415, até 1999, ano em que Macau deixou de estar sob a administração portuguesa.»
7 de novembro
Marcello Caetano – Um destino – Luís Menezes Leitão (Quetzal)
«Quarenta anos depois da sua partida para o exílio, na sequência do 25 de Abril, o que recordamos ainda do legado de Marcello Caetano?
Os partidários do Estado Novo nunca lhe perdoaram ter sido incapaz de evitar a queda do regime; os opositores ao Estado Novo culparam-no por não ter sido capaz de reformar o regime no sentido da democracia. Os defensores de Marcello Caetano mostraram-se incapazes de defender o seu consulado – por isso ele é visto pela opinião pública como um parêntese entre o regime salazarista e o PREC iniciado com o 25 de Abril. Esta é uma perspectiva injusta, pois esquece a extraordinária obra do governo de Marcello Caetano nos planos económico, social e laboral.
“Na verdade, Marcello Caetano deve ser considerado como o verdadeiro fundador do Estado social em Portugal, que o regime democrático depois veio a desenvolver e cuja sustentabilidade é hoje tão questionada. Precisamente por isso, quando, passados quarenta anos da Revolução de 25 de Abril, se assiste ao desmantelamento progressivo do Estado social, convém que a História preste alguma atenção à vida do homem que o iniciou no nosso país.”
Da Introdução»
7 de novembro
O Sexo ao Longo dos Tempos – Karen Dolby (Vogais)
«Há quarenta mil anos, o homem pré-histórico lutava para sobreviver à Idade do Gelo e vivia em cavernas. Enquanto travava uma batalha pela sua vida, ainda conseguiu arranjar tempo para esculpir figuras voluptuosas para nenhum outro fim que não o seu próprio prazer. Mas nem só os homens e as suas artimanhas sexuais fizeram história. Sabe-se que Messalina, mulher do Imperador romano Cláudio, chegou a gerir um bordel onde a própria trabalhava usando um nome falso.
O sexo foi sempre uma parte importante da vida do ser humano em todos os níveis da sociedade. Contudo, a atitude em relação ao sexo mudou radicalmente depois de Santo Agostinho e do seu conceito de «pecado original». O seu novo conjunto de regras rígidas, considerando o sexo aceitável apenas dentro do casamento, abriu as portas à “culpa”… e a mil formas de nos divertirmos com ela. Porque na verdade todos temos “aquilo” no pensamento a toda a hora.»
Um Presente do Bob – James Bowen (Porto Editora)
«Quando James Bowen encontra um gato alaranjado nas escadas do prédio onde vive está longe de imaginar do quanto a sua vida irá mudar.
Nos seus livros anteriores – A minha história com Bob e O mundo segundo Bob acompanhamos James na sua recuperação e como Bob foi determinante no difícil processo de reaprender a viver no mundo real.
Agora, é o momento de refletir no que foram os tempos difíceis que passaram juntos, nos Natais frios e solitários que viveram e como Bob lhe mostrou que o verdadeiro espírito do Natal está para além da febre consumista que nos rodeia nessa época.
Em Um presente do Bob, James Bowen fala-nos abertamente de uma época natalícia em que a solidão e o abandono se sentem com mais intensidade, mas que com a companhia do Bob se tornou numa época de esperança e generosidade.»
11 de novembro

November 4, 2014
«Os Milagres Acontecem Devagar» é o novo romance de Margarida Rebelo Pinto
Margarida Rebelo Pinto, autora dos sucessos Sei Lá e Não há Coincidências, tem um novo romance à venda, intitulado Os Milagres Acontecem Devagar, com a chancela Clube do Autor. O livro será apresentado a 10 de novembro, às 18h30, no Hotel do Chiado, em Lisboa, por Pedro Boucherie.
Segundo a editora, trata-se de um romance «sobre a esperança em segundas oportunidades», mas também «sobre reveses, fracassos e desilusões». Mais ainda, «fala sobre o amor, o desamor e as limitações a que cada um acaba por ficar preso quando se envolve numa relação».
Sinopse: «Como vivemos o amor depois dos 40 anos? O que é que ainda estamos dispostos a fazer, até que ponto queremos ou conseguimos ceder tempo e espaço para construir uma relação? O que é que ainda conseguimos mudar em nós e o que podemos esperar que o outro mude?, pergunta a autora nas primeiras páginas do novo romance.
Conta a história de uma mulher que ainda acredita na magia transformadora do amor e de um homem aprisionado na sua própria liberdade e incapaz de fazer concessões. Maria do Mar, tem mais de 40 anos, dois filhos, e está separada. Henrique é um sedutor compulsivo que carrega o fardo de dois casamentos falhados e uma lista de vícios de solteirão. Ambos consultam o mesmo psicólogo sem o saber e cada um irá trazer os seus medos e fantasma para a vida a dois. Ambos vivem num labirinto, mas apenas um conseguirá sair. Citando a protagonista, precisamos de matar as coisas antes que elas nos matem.»


Viaje por Viena, Florença e Berlim na companhia dos guias CityPack
Porto Editora lançou mais três guias turísticos da coleção CityPack – Florença, Viena e Berlim (os dois primeiros com tradução minha, Rui Azeredo) –, que assim passam a fazer companhia aos anteriormente editados relativos a Paris, Londres, Roma, Barcelona, Amesterdão, Nova Iorque, Madrid, Praga, Rio de Janeiro e Veneza.
Os livros, em formato de bolso e integralmente a cores, são profusamente ilustrados com fotografias e apresentam as 25 principais atrações de cada cidade, propõem passeios e sugerem os melhores locais para compras, comer, divertir-se e dormir, sempre tendo em conta vários preços.
Incluem ainda um mapa de bolso desdobrável bastante resistente.

«Lugar Caído no Crepúsculo» marca o regresso de João de Melo
Lugar Caído no Crepúsculo, novo romance de João de Melo, autor de Gente Feliz com Lágrimas e Divina Miséria, entre outros, foi hoje editado pela Dom Quixote.
Sinopse: «O que nos acontece depois da morte? É esta a pergunta implícita ao longo das páginas deste romance. Um livro que impõe a vida, em protesto contra a tragédia da morte humana, recusando-se a aceitar o silêncio e a escuridão do desconhecido e do sagrado: os mistérios acreditados pela fé de muitos, mas não pela angústia dos que questionam o Além.
Com uma abordagem distinta dos conceitos tradicionais, e numa escrita marcada pelo realismo fantástico, João de Melo humaniza a imagética cristã, conferindo-lhe uma realidade mais próxima do mundo e da vida.
Uma viagem pela vida e pelo Além em que o leitor é guiado por diversos narradores: vozes comprometidas, trágicas, cómicas, que narram a excepção e a realidade do Homem no nosso mundo.»

October 31, 2014
Gonçalo M. Tavares em dose dupla no início de novembro
Sempre prolífico, Gonçalo M. Tavares está de regresso às livrarias, e logo em dose dupla. Se ontem foi a Caminho a anunciar a chegada, na próxima semana, de Os Velhos Também Querem Viver, hoje foi a Porto Editora, que também tem vindo a editar obras do escritor, revelar que a 10 de novembro irá pôr à venda Uma Menina Está Perdida no seu Século à Procura do Pai.
Para os fãs de Gonçalo M. Tavares menos endinheirados poderá ser um problema escolher, para os outros, a questão residirá em saber em qual dos dois livros deverão pegar primeiro.
Para ajudar na decisão, aqui ficam as sinopses de ambos.
Os Velhos Também Querem Viver: «Os Velhos Também Querem Viver tem um pé na tragédia Alceste, de Eurípedes, de onde parte, e outro no cerco de Sarajevo nos anos de 1992-1996. Deste feliz cruzamento de duas realidades separadas por cerca de 2.500 anos Gonçalo M. Tavares extrai uma obra literária que nos prende da primeira à última linha porque não perdemos nunca a sensação de estarmos a tocar um dos grandes dramas da Humanidade, que no livro se pode exprimir assim: “Em Sarajevo e em redor de Sarajevo, no século XX, a regra particular é igual à regra geral: os mortos estão mortos, os vivos é que ainda não”.»
Uma menina está perdida no seu século à procura do pai: «Nesta história de busca, viagem e reflexão sobre o século XX, Marius encontra uma menina perdida à procura do pai. Hanna, rapariga, cabelos castanhos, olhos pretos, catorze anos, fala com dificuldades, entende mal o que lhe acontece, não percebe o raciocínio dos outros. Marius está com pressa mas muda o seu percurso, acompanha-a. A sua busca leva-os até Berlim, a um hotel com corredores que lembram fantasmas da guerra — e os dois circulam entre as obsessões e os escombros do seu século.
Excerto
– E vocês? De onde vêm?
Tentei explicar-lhe que não era um homem falador. Gosto de ouvir, disse-lhe, não tenho muito para dizer.
Ele perguntou, virado para Hanna:
– Como te chamas?
Hanna respondeu. Ele não percebeu. Hanna repetiu, ele continuou sem perceber. Eu repeti:
– Chama-se Hanna.
– Hanna – disse Fried. – Bom.
– Que idade tens?
– Catorze – respondeu, e agora percebeu-se.
Fried sorriu para ela, simpaticamente. Ela disse:
– Olhos: pretos. Cabelo: castanho.
Eu disse:
– Ela aprendeu assim.
Depois ela disse:
– Estou à procura do meu pai.»

October 30, 2014
«O Estrangeiro», de Albert Camus, adaptado à BD por Jacques Ferrandez
O Estrangeiro, de Albert Camus, foi adaptado ao formato de banda desenhada por Jacques Ferrandez e o álbum que daí resultou será editado em Portugal, em novembro, pela Arcádia, do grupo Babel.
Ferrandez nasceu, ele próprio em Argel, onde decorre a ação do romance da Camus. Estudou e vive em França, onde construiu a sua carreira, tendo-se especializado na questão argelina. Em 1987 deu início aos Carnets d’Orient, sobre a presença francesa na Argélia, obra que manteve ao longo de vinte anos. Em 2009 adaptou à BD O Hóspede, também de Camus.
Sinopse: «Num dia quente, Meursault apanha o autocarro que o conduz de Argel ao asilo, onde vai ao enterro da mãe. Mais tarde, no velório, aceita um café que lhe oferecem, tem vontade de fumar um cigarro e não chora. Encontra Marie com quem se envolve porque a deseja. Num dia quente, Raymond – um amigo que se envolveu numa quezília com o irmão de uma amante –, Mersault e Marie vão à praia. E é nesse cenário que Mersault se desnorteia com o calor, puxa do gatilho e dispara cinco tiros que se revelam fatais para outro homem. É de imediato acusado de assassinato e preso.
Nesta obra, Camus apresenta-nos um homem estrangeiro a si próprio e que assiste, indiferente, ao seu próprio julgamento e condenação à morte.»

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