Rodrigo Constantino's Blog, page 428
July 29, 2011
Nada como um dia depois do outro...
Ganha uma mariola quem souber o autor dessas frases:
"The fact that we are here today to debate raising America's debt limit is a sign of leadership failure. It is a sign that the U.S. Government can't pay its own bills. It is a sign that we now depend on ongoing financial assistance from foreign countries to finance our Government's reckless fiscal policies."
"The cost of our debt is one of the fastest growing expenses in the Federal budget. This rising debt is a hidden domestic enemy, robbing our cities and States of critical investments in infrastructure like bridges, ports, and levees; robbing our families and our children of critical investments in education and health care reform; robbing our seniors of the retirement and health security they have counted on."
"Every dollar we pay in interest is a dollar that is not going to investment in America's priorities. Instead, interest payments are a significant tax on all Americans–a debt tax that Washington doesn't want to talk about. If Washington were serious about honest tax relief in this country, we would see an effort to reduce our national debt by returning to responsible fiscal policies."
"Increasing America's debt weakens us domestically and internationally. Leadership means that 'the buck stops here'. Instead, Washington is shifting the burden of bad choices today onto the backs of our children and grandchildren. America has a debt problem and a failure of leadership. Americans deserve better."
"I therefore intend to oppose the effort to increase America's debt limit."
Opa! Acertou quem disse que foi Obama quem disse tais coisas. Só que, à época, ele era da oposição! Os americanos possuem o Lula deles*, apenas com tez mais morena e diploma em Harvard. Haja cara-de-pau desses populistas de esquerda!!!
* Tá bom, eu sei que forcei muito a barra aqui. Não suporto Obama, mas não dá para compará-lo com Lula. Este deveria estar PRESO!
"The fact that we are here today to debate raising America's debt limit is a sign of leadership failure. It is a sign that the U.S. Government can't pay its own bills. It is a sign that we now depend on ongoing financial assistance from foreign countries to finance our Government's reckless fiscal policies."
"The cost of our debt is one of the fastest growing expenses in the Federal budget. This rising debt is a hidden domestic enemy, robbing our cities and States of critical investments in infrastructure like bridges, ports, and levees; robbing our families and our children of critical investments in education and health care reform; robbing our seniors of the retirement and health security they have counted on."
"Every dollar we pay in interest is a dollar that is not going to investment in America's priorities. Instead, interest payments are a significant tax on all Americans–a debt tax that Washington doesn't want to talk about. If Washington were serious about honest tax relief in this country, we would see an effort to reduce our national debt by returning to responsible fiscal policies."
"Increasing America's debt weakens us domestically and internationally. Leadership means that 'the buck stops here'. Instead, Washington is shifting the burden of bad choices today onto the backs of our children and grandchildren. America has a debt problem and a failure of leadership. Americans deserve better."
"I therefore intend to oppose the effort to increase America's debt limit."
Opa! Acertou quem disse que foi Obama quem disse tais coisas. Só que, à época, ele era da oposição! Os americanos possuem o Lula deles*, apenas com tez mais morena e diploma em Harvard. Haja cara-de-pau desses populistas de esquerda!!!
* Tá bom, eu sei que forcei muito a barra aqui. Não suporto Obama, mas não dá para compará-lo com Lula. Este deveria estar PRESO!
Published on July 29, 2011 09:42
Cobertor curto
Rodrigo Constantino, para o Instituto Liberal
O governo Dilma anunciou novo pacote cambial para tentar conter a valorização do real. Será cobrado agora 1% de imposto sobre a diferença entre a posição vendida e a posição comprada em derivativos cambiais, quando o excedente for superior a US$ 10 milhões. O mercado ficou confuso com a distinção entre operações de "hedge" e especulação, uma vez que é difícil distingui-las. Além disso, no limite os agentes podem simplesmente transferir suas operações de câmbio para o exterior. As ações da BM&FBovespa despencaram já antecipando esta perda de receita.
Foram várias medidas até agora com o mesmo objetivo, mas todas surtiram efeito apenas de curto prazo. Compreende-se o desespero dos industriais com esta valorização da moeda nacional, o que torna os produtos importados mais competitivos. Mas o fenômeno de desvalorização do dólar é global, e alguns fatores importantes que colaboram com a enxurrada de dólares para o Brasil são estruturais. O governo está tentando enxugar gelo, atacando com medidas paliativas os sintomas, em vez de lidar com a raiz do problema.
Com taxas de juros praticamente nulas nos países desenvolvidos, e nossa Selic chegando perto de 13%, parece natural que o Brasil se torne foco de atração de capital especulativo. Mesmo levando em conta a alta inflação, o diferencial de juros reais é alto. A ata do Copom sinalizou ontem o término da elevação dos juros, mas ainda é muito cedo para decretar vitória sobre a inflação. E eis que, de forma resumida, desenha-se o cenário complicado: o mundo rico não tem juros e exporta capital, o Brasil é destino certo pela sua elevada taxa de juros, mas esta não pode ceder porque a inflação ameaça sair de controle; o real se valoriza, e os industriais começam a chiadeira; o governo vai fazendo uma colcha de retalhos com medidas pontuais para atender grupos de interesse.
O cerne da questão é a baixa competitividade da economia brasileira, por causa dos elevados impostos e encargos trabalhistas, burocracia asfixiante, infraestrutura capenga e baixa produtividade da mão-de-obra sem educação. Como o governo não ataca nenhum destes problemas com coragem, e ainda mantém gastos públicos altos, fica impossível reduzir os juros reais sem gerar inflação. O editorial do Estadão hoje resume bem a coisa: "O quadro só mudará quando o peso do combate à inflação for dividido entre a política monetária e a política fiscal. Isso ocorrerá quando o governo se dispuser de fato a conter seus gastos. Por enquanto, isso está fora da agenda". O cobertor é curto.
O governo Dilma anunciou novo pacote cambial para tentar conter a valorização do real. Será cobrado agora 1% de imposto sobre a diferença entre a posição vendida e a posição comprada em derivativos cambiais, quando o excedente for superior a US$ 10 milhões. O mercado ficou confuso com a distinção entre operações de "hedge" e especulação, uma vez que é difícil distingui-las. Além disso, no limite os agentes podem simplesmente transferir suas operações de câmbio para o exterior. As ações da BM&FBovespa despencaram já antecipando esta perda de receita.
Foram várias medidas até agora com o mesmo objetivo, mas todas surtiram efeito apenas de curto prazo. Compreende-se o desespero dos industriais com esta valorização da moeda nacional, o que torna os produtos importados mais competitivos. Mas o fenômeno de desvalorização do dólar é global, e alguns fatores importantes que colaboram com a enxurrada de dólares para o Brasil são estruturais. O governo está tentando enxugar gelo, atacando com medidas paliativas os sintomas, em vez de lidar com a raiz do problema.
Com taxas de juros praticamente nulas nos países desenvolvidos, e nossa Selic chegando perto de 13%, parece natural que o Brasil se torne foco de atração de capital especulativo. Mesmo levando em conta a alta inflação, o diferencial de juros reais é alto. A ata do Copom sinalizou ontem o término da elevação dos juros, mas ainda é muito cedo para decretar vitória sobre a inflação. E eis que, de forma resumida, desenha-se o cenário complicado: o mundo rico não tem juros e exporta capital, o Brasil é destino certo pela sua elevada taxa de juros, mas esta não pode ceder porque a inflação ameaça sair de controle; o real se valoriza, e os industriais começam a chiadeira; o governo vai fazendo uma colcha de retalhos com medidas pontuais para atender grupos de interesse.
O cerne da questão é a baixa competitividade da economia brasileira, por causa dos elevados impostos e encargos trabalhistas, burocracia asfixiante, infraestrutura capenga e baixa produtividade da mão-de-obra sem educação. Como o governo não ataca nenhum destes problemas com coragem, e ainda mantém gastos públicos altos, fica impossível reduzir os juros reais sem gerar inflação. O editorial do Estadão hoje resume bem a coisa: "O quadro só mudará quando o peso do combate à inflação for dividido entre a política monetária e a política fiscal. Isso ocorrerá quando o governo se dispuser de fato a conter seus gastos. Por enquanto, isso está fora da agenda". O cobertor é curto.
Published on July 29, 2011 06:16
A credibilidade do governo americano está em xeque
Rodrigo Constantino, Valor Econômico (Palavra do Gestor)
O impasse político nos Estados Unidos tem dominado a agenda dos investidores. A crescente possibilidade de um calote temporário nos títulos do governo mais poderoso do mundo produz forte incerteza nos mercados. Qual seria seu efeito? Será que o sistema monetário travaria como ocorreu na crise do Lehman Brothers? Para onde correr?
A questão é complexa, e agravada pelo fato de haver eleição em 2012. Há um jogo político entre democratas e republicanos, o que aumenta o receio dos investidores. Apostas políticas arriscadas, dos dois lados, podem inviabilizar um acordo sensato.
O cenário base ainda é o de que haverá algum tipo de acordo aos 45 minutos do segundo tempo. Se, por um lado, o presidente Obama não quer ser lembrado como aquele que deu calote, a oposição teme ser responsabilizada pela postura de "quanto pior, melhor".
O foco do debate tem sido a possível perda do rating AAA. Ninguém sabe ao certo quais seriam os efeitos disso. Alguns acreditam que haveria pressão vendedora de instituições obrigadas a manter em carteira apenas títulos AAA, mas outros pensam que a aversão ao risco seria tão grande nos mercados que poderia ocorrer uma fuga para liquidez. E esta ainda se encontra nos EUA.
Paradoxalmente, o "downgrade" poderia fazer o "yield" cair. É difícil tomar partido aqui, pois estamos navegando em águas desconhecidas. O caso japonês aponta nessa direção, mas tudo pode acontecer. E uma eventual normalização das taxas de juros poderia representar um aumento dos gastos públicos de até US$ 500 bilhões com o serviço da dívida.
Apesar de muitos investidores falarem dos problemas que o rebaixamento pelas agências de risco pode acarretar, acredito que o maior problema ainda é estrutural. Os EUA podem ser rebaixados mesmo aprovando o aumento do "debt ceiling", uma vez que os fundamentos estão fragilizados. Aqui faço distinção entre duas abordagens totalmente diferentes: a de curto e a de longo prazo.
O mercado financeiro quase sempre adota a primeira delas. O "curto-prazismo" chega a ser uma doença. Como Santo Agostinho, o mercado quer austeridade, mas não agora. A impressão que fica é que todos torcem por qualquer acordo que empurre o problema para frente. Pode ser a proposta da "Gangue dos Seis" ou a do republicano Boehner: o relevante é evitar o calote no momento. Os ativos de risco sem dúvida iriam celebrar o evento com um interessante rali.
Mas nada estrutural teria mudado. Os debates giram em torno de cortes de gastos e aumento de impostos, mas os democratas se recusam a colocar na mesa as necessárias reformas dos "entitlements": Medicare, Medicaid e Social Security. Esses gastos saíram de 30% do total em 1970 para mais de 65% hoje, e nas próximas décadas a trajetória é explosiva, por conta da demografia.
O que está em jogo, portanto, é qual modelo de sociedade os americanos desejam. Há populistas na ala republicana do Tea Party, mas é inegável que o essencial de sua demanda faz sentido. Eles querem resgatar o modelo que transformou os Estados Unidos no colosso que é hoje. E esse modelo passa longe do idealizado pelos democratas, que se aproxima muito, por sua vez, do falido "welfare state" europeu.
O presidente Obama quer um cheque em branco. O Congresso passou a ter maioria republicana nas últimas eleições justamente para evitar isso. A meta daqueles eleitos com a ajuda do Tea Party é clara: impedir que os EUA se transformem num Portugal ou quiçá numa Grécia. Ajustar as contas públicas demandaria um sacrifício grande no primeiro momento, mas colocaria o país novamente no rumo do crescimento sustentável.
Obama tem pedido mais responsabilidade dos deputados, mas a maior irresponsabilidade é gastar trilhões a mais do que arrecada. E não há nada de responsável na solução "mágica" do presidente, que é aumentar os impostos e manter seus insustentáveis programas sociais. No longo prazo, esse modelo limitaria o dinamismo e o crescimento econômico.
Em 1980, a dívida pública estava perto de US$ 1 trilhão (30% do PIB), e o governo quer expandir uma dívida que já passa de US$ 14 trilhões (quase 100% do PIB). Qual o limite? O "sonho americano" não pode ser realizado por meio de mais dívida e inflação. Quanto antes o governo enfrentar essa dura realidade, melhor será para todos os credores de títulos americanos. Quem possui ativos em dólar deveria torcer por uma solução duradoura, não para simplesmente ganhar algum tempo extra. O mais importante para os investidores de longo prazo é a credibilidade do plano para resolver de vez a questão fiscal.
Rodrigo Constantino é sócio da Graphus Capital[image error]
O impasse político nos Estados Unidos tem dominado a agenda dos investidores. A crescente possibilidade de um calote temporário nos títulos do governo mais poderoso do mundo produz forte incerteza nos mercados. Qual seria seu efeito? Será que o sistema monetário travaria como ocorreu na crise do Lehman Brothers? Para onde correr?
A questão é complexa, e agravada pelo fato de haver eleição em 2012. Há um jogo político entre democratas e republicanos, o que aumenta o receio dos investidores. Apostas políticas arriscadas, dos dois lados, podem inviabilizar um acordo sensato.
O cenário base ainda é o de que haverá algum tipo de acordo aos 45 minutos do segundo tempo. Se, por um lado, o presidente Obama não quer ser lembrado como aquele que deu calote, a oposição teme ser responsabilizada pela postura de "quanto pior, melhor".
O foco do debate tem sido a possível perda do rating AAA. Ninguém sabe ao certo quais seriam os efeitos disso. Alguns acreditam que haveria pressão vendedora de instituições obrigadas a manter em carteira apenas títulos AAA, mas outros pensam que a aversão ao risco seria tão grande nos mercados que poderia ocorrer uma fuga para liquidez. E esta ainda se encontra nos EUA.
Paradoxalmente, o "downgrade" poderia fazer o "yield" cair. É difícil tomar partido aqui, pois estamos navegando em águas desconhecidas. O caso japonês aponta nessa direção, mas tudo pode acontecer. E uma eventual normalização das taxas de juros poderia representar um aumento dos gastos públicos de até US$ 500 bilhões com o serviço da dívida.
Apesar de muitos investidores falarem dos problemas que o rebaixamento pelas agências de risco pode acarretar, acredito que o maior problema ainda é estrutural. Os EUA podem ser rebaixados mesmo aprovando o aumento do "debt ceiling", uma vez que os fundamentos estão fragilizados. Aqui faço distinção entre duas abordagens totalmente diferentes: a de curto e a de longo prazo.
O mercado financeiro quase sempre adota a primeira delas. O "curto-prazismo" chega a ser uma doença. Como Santo Agostinho, o mercado quer austeridade, mas não agora. A impressão que fica é que todos torcem por qualquer acordo que empurre o problema para frente. Pode ser a proposta da "Gangue dos Seis" ou a do republicano Boehner: o relevante é evitar o calote no momento. Os ativos de risco sem dúvida iriam celebrar o evento com um interessante rali.
Mas nada estrutural teria mudado. Os debates giram em torno de cortes de gastos e aumento de impostos, mas os democratas se recusam a colocar na mesa as necessárias reformas dos "entitlements": Medicare, Medicaid e Social Security. Esses gastos saíram de 30% do total em 1970 para mais de 65% hoje, e nas próximas décadas a trajetória é explosiva, por conta da demografia.
O que está em jogo, portanto, é qual modelo de sociedade os americanos desejam. Há populistas na ala republicana do Tea Party, mas é inegável que o essencial de sua demanda faz sentido. Eles querem resgatar o modelo que transformou os Estados Unidos no colosso que é hoje. E esse modelo passa longe do idealizado pelos democratas, que se aproxima muito, por sua vez, do falido "welfare state" europeu.
O presidente Obama quer um cheque em branco. O Congresso passou a ter maioria republicana nas últimas eleições justamente para evitar isso. A meta daqueles eleitos com a ajuda do Tea Party é clara: impedir que os EUA se transformem num Portugal ou quiçá numa Grécia. Ajustar as contas públicas demandaria um sacrifício grande no primeiro momento, mas colocaria o país novamente no rumo do crescimento sustentável.
Obama tem pedido mais responsabilidade dos deputados, mas a maior irresponsabilidade é gastar trilhões a mais do que arrecada. E não há nada de responsável na solução "mágica" do presidente, que é aumentar os impostos e manter seus insustentáveis programas sociais. No longo prazo, esse modelo limitaria o dinamismo e o crescimento econômico.
Em 1980, a dívida pública estava perto de US$ 1 trilhão (30% do PIB), e o governo quer expandir uma dívida que já passa de US$ 14 trilhões (quase 100% do PIB). Qual o limite? O "sonho americano" não pode ser realizado por meio de mais dívida e inflação. Quanto antes o governo enfrentar essa dura realidade, melhor será para todos os credores de títulos americanos. Quem possui ativos em dólar deveria torcer por uma solução duradoura, não para simplesmente ganhar algum tempo extra. O mais importante para os investidores de longo prazo é a credibilidade do plano para resolver de vez a questão fiscal.
Rodrigo Constantino é sócio da Graphus Capital[image error]
Published on July 29, 2011 05:21
July 28, 2011
The Road to a Downgrade

Editorial do WSJ
Even without a debt default, it looks increasingly possible that the world's credit rating agencies will soon downgrade U.S. debt from the AAA standing it has enjoyed for decades.
A downgrade isn't catastrophic because global financial markets decide the creditworthiness of U.S. securities, not Moody's and Standard & Poor's. The good news is that investors still regard Treasury bonds, which carry the full faith and credit of the U.S. government, as a near zero-risk investment. But a downgrade will raise the cost of credit, especially for states and institutions whose debt is pegged to Treasurys. Above all a downgrade is a symbol of fiscal mismanagement and an omen of worse to come if we continue the same habits.
President Obama will deserve much of the blame for the spending blowout of his first two years (see the nearby chart). But the origins of this downgrade go back decades, and so this is a good time to review the policies that brought us to this sad chapter and $14.3 trillion of debt.
FDR began the entitlement era with the New Deal and Social Security, but for decades it remained relatively limited. Spending fell dramatically after the end of World War II and the U.S. debt burden fell rapidly from 100% of GDP. That changed in the mid-1960s with LBJ's Great Society and the dawn of the health-care state. Medicare and Medicaid were launched in 1965 with fairy tale estimates of future costs.
Medicare, the program for the elderly, was supposed to cost $12 billion by 1990 but instead spent $110 billion. The costs of Medicaid, the program for the poor, have exploded as politicians like California Democrat Henry Waxman expanded eligibility and coverage. In inflation-adjusted dollars, Medicaid cost $4 billion in 1966, $41 billion in 1986 and $243 billion last year. Rather than bending the cost curve down, the government as third-party payer led to a medical price spiral.
LBJ launched other welfare programs—public housing, food stamps and many more—that have also grown over time. Last year, the panoply of welfare programs spent about $20,000 for every man, woman and child in poverty, according to Robert Rector of the Heritage Foundation.
Social Security's fiscal trouble began in earnest in 1972 with bills that increased benefits immediately by 20%, added an annual cost of living adjustment, and created a benefit escalator requiring payments to rise with wages, not inflation. This and other tweaks by Democrat Wilbur Mills added trillions of dollars to the program's unfunded liabilities. Believe it or not, these 1972 amendments were added to a debt-ceiling bill.
None of these benefit expansions were subject to annual budget review and thus they grew by automatic pilot. They are sometimes called "mandatory spending" because Congress is required by law to make payments to those who meet eligibility standards, regardless of other spending needs or tax revenues.
According to the most recent government data, today some 50.5 million Americans are on Medicaid, 46.5 million are on Medicare, 52 million on Social Security, five million on SSI, 7.5 million on unemployment insurance, and 44.6 million on food stamps and other nutrition programs. Some 24 million get the earned-income tax credit, a cash income supplement.
By 2010 such payments to individuals were 66% of the federal budget, up from 28% in 1965. (See the second chart.) We now spend $2.1 trillion a year on these redistribution programs, and the 75 million baby boomers are only starting to retire.
We suspect that in the 1960s as now—with ObamaCare—liberals knew they had created fiscal time-bombs. They simply assumed that taxes would keep rising to pay for it all, as they have in Europe.
On Monday night Mr. Obama blamed President George W. Bush's "two wars" for the debt buildup. But national defense spending was 7.4% of GDP and 42.8% of outlays in 1965, and only 4.8% of GDP and 20.1% of federal outlays in 2010. Defense has not caused the debt crisis.
Many on the left still blame Ronald Reagan, but the debt increase in the 1980s financed a robust economic expansion and victory in the Cold War. Debt held by the public at the end of the Reagan years was much lower as a share of GDP (41% in 1988 and still only 40.3% in 2008) compared to the estimated 72% in fiscal 2011. That Cold War victory made possible the peace dividend that allowed Bill Clinton to balance the budget in the 1990s by cutting defense spending to 3% of GDP from nearly 6% in 1988.
Mr. Bush and Republicans did prove after 9/11 that the Washington urge to spend and borrow is bipartisan. Republicans launched a Medicare drug benefit, record outlays on education, the most expensive transportation bill in history, and home ownership aid that contributed to the housing bubble. The GOP's blunder was refusing to cut domestic spending to finance the war on terrorism. Guns and butter blowouts never last.
Then came Mr. Obama, arguably the most spendthrift president in history. He inherited a recession and responded by blowing up the U.S. balance sheet. Spending as a share of GDP in the last three years is higher than at any time since 1946. In three years the debt has increased by more than $4 trillion thanks to stimulus, cash for clunkers, mortgage modification programs, 99 weeks of jobless benefits, record expansions in Medicaid, and more.
The forecast is for $8 trillion to $10 trillion more in red ink through 2021. Mr. Obama hinted in a press conference earlier this month that if it weren't for Republicans, he'd want another stimulus. Scary thought: None of this includes the ObamaCare entitlement that will place 30 million more Americans on government health rolls.
This is the road to fiscal perdition. The looming debt downgrade only confirms what everyone knows: Congress has made so many promises to so many Americans that there is no conceivable way those promises can be kept. Tax rates might have to rise to 60%, 70%, even 80% to raise the revenues to finance these promises, but that would be economically ruinous.
Yet Mr. Obama and most Democrats still oppose any serious reform of Medicare, Medicaid and Social Security. This insistence on no reform reinforces the notion that our entitlement state is too big to afford but also too big to change politically. This is how a AAA country becomes AA, the first step on the march to Greece.
Published on July 28, 2011 05:51
Enquete encerrada
Na última enquete do blog, perguntei: Qual a sua opinião acerca do BNDES? Foram 3 opções distintas, para avaliar as opiniões dos leitores. A primeira opção defendia a atuação do BNDES como um papel fundamental ao país, e recebeu apenas 3% dos votos (bom sinal). A segunda alternativa considerava o banco importante, mas alegava que ele deveria focar nas pequenas e médias empresas. Recebeu 22% dos votos. Por fim, a terceira opção dizia que o BNDES transfere renda de pobres para ricos e deveria ser abolido ou vendido. Teve 75% dos votos, incluindo o meu, naturalmente. Foram 98 votos no total.
Published on July 28, 2011 05:12
July 27, 2011
A Leadership Default
Editorial do WSJ
The Obama Presidency has been unprecedented in many ways, and last night we saw another startling illustration: A President using a national TV address from the White House to call out his political opposition as unreasonable and radical and blame them as the sole reason for the "stalemate" over spending and the national debt.
We've watched dozens of these speeches over the years, and this was more like a DNC fund-raiser than an Oval Office address. Though President Obama referred to the need to compromise, his idea of compromise was to call on the public to overwhelm Republicans with demands to raise taxes. He demeaned the GOP for protecting, in his poll-tested language, "millionaires and billionaires," for favoring "corporate jet owners and oil companies" over seniors on Medicare, and "hedge fund managers" over "their secretaries." While he invoked Ronald Reagan, the Gipper would never have used such rhetoric about his opposition on an issue of national moment.
One irony is that Mr. Obama's demands for tax increases have already been abandoned by Members of his own party in the Senate. Majority Leader Harry Reid knows that Democrats running for re-election next year don't want to vote to raise taxes, so he's fashioning a bill to raise the debt ceiling that includes only reductions in spending. But Mr. Obama never mentioned that rather large fact about Mr. Reid's effort.
Apart from shifting blame for any debt default, the speech was also an attempt to inoculate Mr. Obama in case the U.S. loses its AAA credit rating. He cleverly, if dishonestly, elided the credit-rating issue with the debt-ceiling debate. But he knows that Standard & Poor's has said that it may cut the U.S. rating even if Congress moves on the debt ceiling. Mr. Obama wants to avoid any accountability for the spending blowout of the last three years that has raised the national debt held by the public—the kind we have to pay back—from 40% in 2008 to 72% next year, and rising. This will be the real cause of any downgrade.
Speaker John Boehner made clear in his speech that the GOP doesn't want a default but wants more genuine cuts in spending. Mr. Obama is betting his rhetoric will cause the public to turn against the GOP, but we wonder if voters will be persuaded by a man whose concept of leadership is the politics of blame.
Comentário: É impressionante como Obama cada vez mais se parece com uma espécie de Lula americano, apenas mais moreninho. Retórica sensacionalista, só pensa em aumentar impostos para os mais ricos (como se isso não afetasse negativamente os mais pobres), culpa os republicanos por todos os problemas, só pensa em fazer campanha política o tempo todo, quer gastar mais e mais dinheiro do pagador de imposto, pretende criar o fracassado SUS nos EUA, e até elogiou o nosso BNDES! Por isso Obama chamou o ex-presidente Lula de "o cara". Seu sonho era viver numa nação tupiniquim em que fosse mais fácil ser populista sem a reação de liberais e conservadores, sem o Tea Party, onde a "oposição" fosse feita por tucanos! Só falta mesmo Obama começar seus discursos falando: "Never before in the history of United States..."
The Obama Presidency has been unprecedented in many ways, and last night we saw another startling illustration: A President using a national TV address from the White House to call out his political opposition as unreasonable and radical and blame them as the sole reason for the "stalemate" over spending and the national debt.
We've watched dozens of these speeches over the years, and this was more like a DNC fund-raiser than an Oval Office address. Though President Obama referred to the need to compromise, his idea of compromise was to call on the public to overwhelm Republicans with demands to raise taxes. He demeaned the GOP for protecting, in his poll-tested language, "millionaires and billionaires," for favoring "corporate jet owners and oil companies" over seniors on Medicare, and "hedge fund managers" over "their secretaries." While he invoked Ronald Reagan, the Gipper would never have used such rhetoric about his opposition on an issue of national moment.
One irony is that Mr. Obama's demands for tax increases have already been abandoned by Members of his own party in the Senate. Majority Leader Harry Reid knows that Democrats running for re-election next year don't want to vote to raise taxes, so he's fashioning a bill to raise the debt ceiling that includes only reductions in spending. But Mr. Obama never mentioned that rather large fact about Mr. Reid's effort.
Apart from shifting blame for any debt default, the speech was also an attempt to inoculate Mr. Obama in case the U.S. loses its AAA credit rating. He cleverly, if dishonestly, elided the credit-rating issue with the debt-ceiling debate. But he knows that Standard & Poor's has said that it may cut the U.S. rating even if Congress moves on the debt ceiling. Mr. Obama wants to avoid any accountability for the spending blowout of the last three years that has raised the national debt held by the public—the kind we have to pay back—from 40% in 2008 to 72% next year, and rising. This will be the real cause of any downgrade.
Speaker John Boehner made clear in his speech that the GOP doesn't want a default but wants more genuine cuts in spending. Mr. Obama is betting his rhetoric will cause the public to turn against the GOP, but we wonder if voters will be persuaded by a man whose concept of leadership is the politics of blame.
Comentário: É impressionante como Obama cada vez mais se parece com uma espécie de Lula americano, apenas mais moreninho. Retórica sensacionalista, só pensa em aumentar impostos para os mais ricos (como se isso não afetasse negativamente os mais pobres), culpa os republicanos por todos os problemas, só pensa em fazer campanha política o tempo todo, quer gastar mais e mais dinheiro do pagador de imposto, pretende criar o fracassado SUS nos EUA, e até elogiou o nosso BNDES! Por isso Obama chamou o ex-presidente Lula de "o cara". Seu sonho era viver numa nação tupiniquim em que fosse mais fácil ser populista sem a reação de liberais e conservadores, sem o Tea Party, onde a "oposição" fosse feita por tucanos! Só falta mesmo Obama começar seus discursos falando: "Never before in the history of United States..."
Published on July 27, 2011 06:09
July 26, 2011
Um suíço no Brasil
Rodrigo Constantino, O GLOBO
"O que me preocupa não é o grito dos maus; é o silêncio dos bons." (Martin Luther King Jr.)
Diz-se que um sapo jogado num recipiente fervendo pula e sobrevive, mas, se a temperatura da água subir gradualmente, ele permanece até se esturricar. Por pena do batráquio, nunca fiz o teste. Mas, aceitando sua veracidade, o brasileiro parece um sapo escaldado: acostumou-se a ser cozinhado lentamente sem reagir.
Se um suíço caísse de paraquedas por aqui e olhasse em volta, ficaria horrorizado. Imaginem uma conversa de bar entre um suíço que acaba de chegar ao país e um típico brasileiro:
– Seu país é muito belo. Mas que sufoco aquele aeroporto, não? Sem falar das estradas. O que acontece?
– É que falta dinheiro para o governo.
– Mesmo arrecadando quase 40% do PIB em impostos?
– O governo tem outras prioridades: o trem-bala, a construção de Belo Monte, os subsídios do BNDES para grandes empresas e estádios de futebol. Por isso que a Infraero, estatal que controla os aeroportos, não investe o suficiente.
– E o governo vai gastar bilhões com coisas supérfluas enquanto a infraestrutura do país encontra-se em frangalhos? Se a Infraero é incapaz de atender a demanda, por que ela não é privatizada?
– A presidente até sinalizou nesta direção. Mas é que este governo sempre condenou as privatizações. Os petistas acreditam num Estado-empresário, locomotiva do progresso.
– Em pleno século 21? Que coisa! Mudando de assunto, notei que a imprensa mostra diariamente inúmeros escândalos de corrupção. As cadeias devem estar repletas de políticos, certo?
– Que eu saiba, não há político algum preso.
– Nem aqueles "mensaleiros"? Mas eu vi que um poderoso ex-ministro foi acusado de "chefe de quadrilha". Ele continua solto?
– Nem foi julgado ainda.
– Mas o "mensalão" não foi em 2005?
– Pois é.
– Que absurdo! Na Suíça ele estaria cumprindo pena há anos! Isso é a "banalização do mal". Será que crime e impunidade são vistos como coisas normais por aqui?
– Todos fazem mesmo. Além disso, nós precisamos é de mais "justiça social".
– Isso é muito perigoso! É o "ovo da serpente" quando a população fica complacente com o crime e não responsabiliza o indivíduo por seus atos. Mas vi que o povo ainda tem alguma capacidade de mobilização. Não tiveram marchas populares recentemente?
– Sim. Marcha das vadias, dos gays e pela legalização da maconha.
– Quer dizer então que a criminalidade ocorre à luz do dia, a impunidade é total, a infraestrutura está podre mesmo com impostos abusivos, e o povo vai às ruas pelas vadias, gays e maconha? Nada contra estas causas em si. Mas não te parece um despautério?
– Pode ser.
– Vocês não conseguem mais se indignar? Perderam as esperanças? Lembre-se: basta que as pessoas de bem nada façam para o mal triunfar. O preço da liberdade é a eterna vigilância. Uma sociedade de cordeiros desarmados terá sempre um governo de lobos. Vocês estão brincando com fogo!
– Mas nós temos o carnaval, o futebol e a praia.
– Desde os romanos sabemos dos riscos do "pão e circo". Escravos miseráveis tinham o Coliseu para se manterem entretidos e, com isso, ignorar os abusos dos governantes. Mudando radicalmente de assunto: explica essas tomadas que vi pelo país todo, e que não tem em nenhum outro lugar do mundo.
– O governo decidiu um padrão novo de tomada e é obrigatório para todos, por questão de segurança.
– O governo escolhe até as tomadas? Segurança não há, porque notei que muitos usam adaptadores vagabundos. Aliás, é espantoso o grau de intervenção do governo central no Brasil. Nunca ouviram falar no federalismo?
– Vagamente.
– São aqueles cantões que decidem as coisas públicas de forma bem descentralizada e próxima do cidadão.
– Este modelo de vocês pode até funcionar melhor, mas não tem o "calor humano" brasileiro.
– Nós somos uma nação meio "fria" mesmo. Não temos o "jeitinho" e a malandragem dos brasileiros. Em compensação, temos uma renda per capita acima de 40 mil dólares, baixa criminalidade, corrupção quase inexistente, inflação praticamente nula, elevada expectativa de vida e ótimos indicadores sociais. Sem falar do respeito às liberdades individuais e à propriedade privada. Para quem busca fortes emoções, a Suíça não é o local mais adequado. Talvez o Iraque, a Venezuela ou o Brasil. Já para quem busca tranqüilidade, paz, liberdade e prosperidade...
– Mas quem precisa disso tudo quando se têm as Olimpíadas e a Copa do Mundo? Eu tenho orgulho de ser brasileiro!
Nisso, entrou um sujeito no bar e gritou:
– Mãos ao alto que isso é um assalto!
"Haja emoção", pensou o suíço.[image error]
"O que me preocupa não é o grito dos maus; é o silêncio dos bons." (Martin Luther King Jr.)
Diz-se que um sapo jogado num recipiente fervendo pula e sobrevive, mas, se a temperatura da água subir gradualmente, ele permanece até se esturricar. Por pena do batráquio, nunca fiz o teste. Mas, aceitando sua veracidade, o brasileiro parece um sapo escaldado: acostumou-se a ser cozinhado lentamente sem reagir.
Se um suíço caísse de paraquedas por aqui e olhasse em volta, ficaria horrorizado. Imaginem uma conversa de bar entre um suíço que acaba de chegar ao país e um típico brasileiro:
– Seu país é muito belo. Mas que sufoco aquele aeroporto, não? Sem falar das estradas. O que acontece?
– É que falta dinheiro para o governo.
– Mesmo arrecadando quase 40% do PIB em impostos?
– O governo tem outras prioridades: o trem-bala, a construção de Belo Monte, os subsídios do BNDES para grandes empresas e estádios de futebol. Por isso que a Infraero, estatal que controla os aeroportos, não investe o suficiente.
– E o governo vai gastar bilhões com coisas supérfluas enquanto a infraestrutura do país encontra-se em frangalhos? Se a Infraero é incapaz de atender a demanda, por que ela não é privatizada?
– A presidente até sinalizou nesta direção. Mas é que este governo sempre condenou as privatizações. Os petistas acreditam num Estado-empresário, locomotiva do progresso.
– Em pleno século 21? Que coisa! Mudando de assunto, notei que a imprensa mostra diariamente inúmeros escândalos de corrupção. As cadeias devem estar repletas de políticos, certo?
– Que eu saiba, não há político algum preso.
– Nem aqueles "mensaleiros"? Mas eu vi que um poderoso ex-ministro foi acusado de "chefe de quadrilha". Ele continua solto?
– Nem foi julgado ainda.
– Mas o "mensalão" não foi em 2005?
– Pois é.
– Que absurdo! Na Suíça ele estaria cumprindo pena há anos! Isso é a "banalização do mal". Será que crime e impunidade são vistos como coisas normais por aqui?
– Todos fazem mesmo. Além disso, nós precisamos é de mais "justiça social".
– Isso é muito perigoso! É o "ovo da serpente" quando a população fica complacente com o crime e não responsabiliza o indivíduo por seus atos. Mas vi que o povo ainda tem alguma capacidade de mobilização. Não tiveram marchas populares recentemente?
– Sim. Marcha das vadias, dos gays e pela legalização da maconha.
– Quer dizer então que a criminalidade ocorre à luz do dia, a impunidade é total, a infraestrutura está podre mesmo com impostos abusivos, e o povo vai às ruas pelas vadias, gays e maconha? Nada contra estas causas em si. Mas não te parece um despautério?
– Pode ser.
– Vocês não conseguem mais se indignar? Perderam as esperanças? Lembre-se: basta que as pessoas de bem nada façam para o mal triunfar. O preço da liberdade é a eterna vigilância. Uma sociedade de cordeiros desarmados terá sempre um governo de lobos. Vocês estão brincando com fogo!
– Mas nós temos o carnaval, o futebol e a praia.
– Desde os romanos sabemos dos riscos do "pão e circo". Escravos miseráveis tinham o Coliseu para se manterem entretidos e, com isso, ignorar os abusos dos governantes. Mudando radicalmente de assunto: explica essas tomadas que vi pelo país todo, e que não tem em nenhum outro lugar do mundo.
– O governo decidiu um padrão novo de tomada e é obrigatório para todos, por questão de segurança.
– O governo escolhe até as tomadas? Segurança não há, porque notei que muitos usam adaptadores vagabundos. Aliás, é espantoso o grau de intervenção do governo central no Brasil. Nunca ouviram falar no federalismo?
– Vagamente.
– São aqueles cantões que decidem as coisas públicas de forma bem descentralizada e próxima do cidadão.
– Este modelo de vocês pode até funcionar melhor, mas não tem o "calor humano" brasileiro.
– Nós somos uma nação meio "fria" mesmo. Não temos o "jeitinho" e a malandragem dos brasileiros. Em compensação, temos uma renda per capita acima de 40 mil dólares, baixa criminalidade, corrupção quase inexistente, inflação praticamente nula, elevada expectativa de vida e ótimos indicadores sociais. Sem falar do respeito às liberdades individuais e à propriedade privada. Para quem busca fortes emoções, a Suíça não é o local mais adequado. Talvez o Iraque, a Venezuela ou o Brasil. Já para quem busca tranqüilidade, paz, liberdade e prosperidade...
– Mas quem precisa disso tudo quando se têm as Olimpíadas e a Copa do Mundo? Eu tenho orgulho de ser brasileiro!
Nisso, entrou um sujeito no bar e gritou:
– Mãos ao alto que isso é um assalto!
"Haja emoção", pensou o suíço.[image error]
Published on July 26, 2011 05:19
July 25, 2011
A morte de Amy Winehouse
João Pereira Coutinho escreveu artigo na Folha online sobre a morte de Amy Winehouse, defendendo basicamente que as drogas são uma questão de escolha, e que a cantora fez a sua. Os moralistas de plantão devem lembrar disso, segundo Coutinho. Claro que, uma vez viciado, a questão da escolha não é tão simples. Mas entendo o que Coutinho quer dizer. Amy claramente tinha optado por essa vida destrutiva. As drogas eram sintoma de suas fraquezas. Muitos admiravam sua "rebeldia", e agora lamentam o efeito dela. Hipocrisia.
Por outro lado, Reinaldo Azevedo discorda de Coutinho em artigo no seu blog. Reinaldo é totalmente contra a legalização das drogas, mesmo da maconha. Ele chama a atenção para o fato de que esta postura de Amy Winehouse não fazia mal somente a ela, mas a terceiros, pela influência que exerce, especialmente nos mais jovens.
Ambos apresentam argumentos interessantes. Eu confesso ter mais simpatia pelo ponto de vista de Coutinho. Mas o importante mesmo é o debate civilizado. Com ele, todos ganham.[image error]
Por outro lado, Reinaldo Azevedo discorda de Coutinho em artigo no seu blog. Reinaldo é totalmente contra a legalização das drogas, mesmo da maconha. Ele chama a atenção para o fato de que esta postura de Amy Winehouse não fazia mal somente a ela, mas a terceiros, pela influência que exerce, especialmente nos mais jovens.
Ambos apresentam argumentos interessantes. Eu confesso ter mais simpatia pelo ponto de vista de Coutinho. Mas o importante mesmo é o debate civilizado. Com ele, todos ganham.[image error]
Published on July 25, 2011 12:46
Open Letter to President Obama on the Debt Ceiling Debate
Dear President Obama,
As you are likely well aware, you and I have many fundamental philosophical differences. I have long believed in personal liberty and economic freedom. Despite the rhetoric that you may espouse, your actions imply that you believe government can plan our lives better than we can plan them ourselves. Nearly all of the policies you have championed throughout your political career were designed to destroy individual freedom. With all due respect President, your big government philosophy is the antithesis of everything our Founding Fathers stood for.
Over the past few years, we have seen a spontaneous uprising of citizen activists protesting big government and reckless spending. My organization FreedomWorks (formerly known as Citizens for a Sound Economy) has never seen so many passionate activists in our 27 year history. As you stated in a September 2010 Rolling Stone interview, "Dick Armey and FreedomWorks, which was one of the first organizational mechanisms to bring Tea Party folks together..." We believe that the Tea Party is a direct response to the out of control spending habits of Former President George W. Bush and you.
FreedomWorks has fought your numerous power grabs at every turn. Our over one million members stood strong against the failed $814 billion "stimulus" package, your 2,801 page healthcare takeover law and the Dodd-Frank Act (also known as the "Federal Reserve Empowerment Act"). We're exhausted from these grueling battles but we will never give up. As you already know, the Tea Party has begun to change the debate in Washington, D.C. Liberty is always worth fighting for.
The federal government has hit the $14.3 trillion debt ceiling under your watch. It's closer to $144 trillion with unfunded liabilities factored in. You often assert that you inherited massive debt from your predecessor. Now I'll be the first to agree that George W. Bush was a big spending Republican. Both Democrats and Republicans are responsible for our current fiscal mess. When you took office two and a half years ago, the national debt stood at $10.6 trillion. It's now over $14.3 trillion. That's a 35 percent increase, Mr. President.
You remain committed to raising the debt ceiling. It's unfortunate that you have announced your intentions to veto the Cut, Cap and Balance Act if it landed on your desk. The bill would cut $111 billion from the federal budget, place enforceable caps on spending and require the passage of a Balanced Budget Amendment. It's a step in the right direction to get spending under control. How much further are you willing to raise the debt ceiling, Mr. President? Enough is enough.
We'd like a mature discussion on how to significantly reduce the national debt. So far, you have only offered $2 billion in phony cuts. Let's put that number into perspective. The federal government borrows $4 billion every single day and our federal budget is a whopping $3.73 trillion. Your so-called solution is to cut 5 hundredths of one percent from the budget. We must do better.
I urge you to stop your scare tactics. "Armageddon" will not occur on August 2nd. The federal government still has plenty of money to ensure that our bond holders are paid in full even if we do not raise the debt ceiling. Your threat to withhold Social Security checks if we don't raise the ceiling is merely a dirty political trick. Social security checks will still go out as usual. The federal government is predicted to take in between $170 to $200 billion in August (we will spend closer to $300 billion) but Social Security checks only cost $50 billion. The American people deserve to hear the truth.
We need a principled leader. You were opposed to raising the debt ceiling before you were for it. On March 20, 2006, Senator Obama said "the fact that we are here today to debate raising America's debt limit is a sign of leadership failure…Leadership means the 'buck stops here.' Instead, Washington is shifting the burden of bad choices today onto the backs of children and grandchildren." I agree 100 percent with your statement. Stand by your convictions, Mr. President.
Where's your plan? A "clean" debt ceiling hike will only make our fiscal mess worse. It's time to change Washington's spending habits once and for all. The debt clock is ticking and we cannot afford to kick the can down the road any longer.
Sincerely,
Matt Kibbe
President and CEO
FreedomWorks[image error]
As you are likely well aware, you and I have many fundamental philosophical differences. I have long believed in personal liberty and economic freedom. Despite the rhetoric that you may espouse, your actions imply that you believe government can plan our lives better than we can plan them ourselves. Nearly all of the policies you have championed throughout your political career were designed to destroy individual freedom. With all due respect President, your big government philosophy is the antithesis of everything our Founding Fathers stood for.
Over the past few years, we have seen a spontaneous uprising of citizen activists protesting big government and reckless spending. My organization FreedomWorks (formerly known as Citizens for a Sound Economy) has never seen so many passionate activists in our 27 year history. As you stated in a September 2010 Rolling Stone interview, "Dick Armey and FreedomWorks, which was one of the first organizational mechanisms to bring Tea Party folks together..." We believe that the Tea Party is a direct response to the out of control spending habits of Former President George W. Bush and you.
FreedomWorks has fought your numerous power grabs at every turn. Our over one million members stood strong against the failed $814 billion "stimulus" package, your 2,801 page healthcare takeover law and the Dodd-Frank Act (also known as the "Federal Reserve Empowerment Act"). We're exhausted from these grueling battles but we will never give up. As you already know, the Tea Party has begun to change the debate in Washington, D.C. Liberty is always worth fighting for.
The federal government has hit the $14.3 trillion debt ceiling under your watch. It's closer to $144 trillion with unfunded liabilities factored in. You often assert that you inherited massive debt from your predecessor. Now I'll be the first to agree that George W. Bush was a big spending Republican. Both Democrats and Republicans are responsible for our current fiscal mess. When you took office two and a half years ago, the national debt stood at $10.6 trillion. It's now over $14.3 trillion. That's a 35 percent increase, Mr. President.
You remain committed to raising the debt ceiling. It's unfortunate that you have announced your intentions to veto the Cut, Cap and Balance Act if it landed on your desk. The bill would cut $111 billion from the federal budget, place enforceable caps on spending and require the passage of a Balanced Budget Amendment. It's a step in the right direction to get spending under control. How much further are you willing to raise the debt ceiling, Mr. President? Enough is enough.
We'd like a mature discussion on how to significantly reduce the national debt. So far, you have only offered $2 billion in phony cuts. Let's put that number into perspective. The federal government borrows $4 billion every single day and our federal budget is a whopping $3.73 trillion. Your so-called solution is to cut 5 hundredths of one percent from the budget. We must do better.
I urge you to stop your scare tactics. "Armageddon" will not occur on August 2nd. The federal government still has plenty of money to ensure that our bond holders are paid in full even if we do not raise the debt ceiling. Your threat to withhold Social Security checks if we don't raise the ceiling is merely a dirty political trick. Social security checks will still go out as usual. The federal government is predicted to take in between $170 to $200 billion in August (we will spend closer to $300 billion) but Social Security checks only cost $50 billion. The American people deserve to hear the truth.
We need a principled leader. You were opposed to raising the debt ceiling before you were for it. On March 20, 2006, Senator Obama said "the fact that we are here today to debate raising America's debt limit is a sign of leadership failure…Leadership means the 'buck stops here.' Instead, Washington is shifting the burden of bad choices today onto the backs of children and grandchildren." I agree 100 percent with your statement. Stand by your convictions, Mr. President.
Where's your plan? A "clean" debt ceiling hike will only make our fiscal mess worse. It's time to change Washington's spending habits once and for all. The debt clock is ticking and we cannot afford to kick the can down the road any longer.
Sincerely,
Matt Kibbe
President and CEO
FreedomWorks[image error]
Published on July 25, 2011 08:22
Aumentar investimentos é meta estratégica para o Brasil
Robson B. de Andrade, Valor Econômico
Levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que, entre as 25 maiores economias emergentes do mundo, o país é o último no ranking dos investimentos produtivos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Mesmo entre as 25 maiores economias industriais avançadas, que têm menor propensão a investir em função de sua maturidade econômica, a posição do Brasil é também desconfortavelmente baixa. Nesse grupo, está em penúltimo lugar.
Sintetizando: entre 50 países, o G-25 dos maiores emergentes e o G-25 dos mais avançados, somente um, o Reino Unido, ficou abaixo do Brasil em comparação internacional criteriosamente construída com base em séries históricas dos últimos 20 anos, de 1991 a 2010.
Os números impressionam. A média ponderada dos investimentos produtivos do Brasil nas duas últimas décadas em relação ao PIB foi de 17,7%, muito abaixo da média do G-25 emergente, que atingiu 28,3% no mesmo período. E ficou também abaixo da média do G-25 avançado, que foi de 20,9%.
Essas diferenças se refletiram, naturalmente, no crescimento econômico dos dois grupos. Em valores nominais, o G-25 emergente cresceu expressivamente mais, 7,4% ao ano, contra 3,4 % do G-25 avançado. Com isso, os emergentes ampliaram de 18,3% para 37,8% sua participação no conjunto dos 50 países, mudando a configuração da economia mundial. Mas a posição do Brasil, no G-25 emergente, caiu de 14,1% para 10,6%.
São reconhecidamente favoráveis as condições que o país reúne para alcançar posição de potência mundial
País emergente de alto potencial, o Brasil reúne amplo conjunto de condições para subir no ranking das maiores economias do mundo. Seu peso no Produto Mundial Bruto não é pequeno. A despeito da baixa propensão a investir, o país é a 8ª economia do mundo, com chances de avançar mais uma posição nos próximos três anos. Mas, daí em diante, poderá estacionar se não forem definidas estratégias para substancial aumento da relação entre os investimentos produtivos e o PIB.
Há fundamentos estratégicos para o Brasil não estacionar nesse ranking. São reconhecidamente favoráveis as condições que o país reúne para alcançar posição de potência mundial: dimensão territorial, abundância de capital natural, diversidade de fontes renováveis para produção de energia, cadeias de produção competitivas, base demográfica e dimensões do mercado interno.
Condições institucionais e sócio-econômicas também favoráveis somam-se a esses atributos geoeconômicos. Entre as geralmente reconhecidas como de alta relevância para a expansão dos investimentos, destacamos três. A primeira é o sistema político aberto, democrático, estabelecido desde a primeira metade dos anos 80, focado em objetivos de alcance social, como a melhor distribuição da renda e da riqueza.
A segunda é a emergência de nova classe empresarial, menos atrelada à busca por políticas protecionistas e mais atenta à definição de estratégias competitivas. São visíveis, nas regiões mais dinâmicas do país, o surgimento e a rápida consolidação de novas empresas, com propósitos e projetos estrategicamente orientados para o crescimento.
A terceira condição favorável é a mobilidade sócio-econômica ascendente, que tem se acentuado nos últimos 15 anos e que está levando à consolidação de amplo mercado interno de massas.
Diante desse elenco de boas condições, pode parecer estranho que o Brasil apresente taxas tão baixas de investimentos produtivos em relação ao PIB, comparado com as 50 maiores economias.
As razões estão na estrutura fiscal do país e na inapetência para a condução de três reformas - a tributária, a previdenciária e a administrativa - que, se profundas, poderão gerar condições para ampla expansão da relação investimentos/PIB.
Operando um sistema tributário complexo e excessivo, o setor público capta 40% da renda nacional disponível para investir apenas 1,5% do PIB. Já o setor privado, com os 60% que lhe restam, investe 17%. Se a mesma proporção renda/investimento entre os dois setores fosse mantida, o setor público deveria investir 11,3%. Isso elevaria para 28,3% a relação investimentos/PIB, que, talvez não por mera coincidência, é a média ponderada do G-25 emergente.
Fica claro, assim, que a discrepante propensão ao investimento nos setores público e privado é a condição de maior peso na baixa posição do Brasil no ranking da relação entre PIB e investimentos produtivos.
Uma ampla reforma da estrutura fiscal - alcançando os dois lados do orçamento do setor público, receitas e dispêndios - removeria outras travas dos investimentos, como gargalos em infraestrutura e ônus sistêmicos. Na esteira dessas mudanças, outras condições adversas seriam eliminadas simultaneamente, reorientando-se tanto a estrutura tributária quanto despesas, como as destinadas à educação, à segurança e à viabilização de parcerias público-privadas em grande escala.
É verdade que o governo tem manifestado preocupação com o estímulo aos investimentos, por meio da desoneração tributária e constituindo fundos de longo prazo operados pelo BNDES. Mas há um elenco de outras condições que não podem esperar.
Apesar da complexidade das mudanças necessárias, é possível mobilizar amplo apoio político-institucional para a construção de um novo ciclo virtuoso na história econômica do país, que puxe para cima a relação investimentos/PIB. Se isso não for feito, essa relação estratégica continuará refém do ciclo vicioso que se enraizou e que trava a aceleração do crescimento - uma consequência perversa, não compatível com as aspirações de conduzir o Brasil à posição de potência mundial.
Robson Braga de Andrade é presidente da Confederação Nacional da Indústria[image error]
Levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela que, entre as 25 maiores economias emergentes do mundo, o país é o último no ranking dos investimentos produtivos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).
Mesmo entre as 25 maiores economias industriais avançadas, que têm menor propensão a investir em função de sua maturidade econômica, a posição do Brasil é também desconfortavelmente baixa. Nesse grupo, está em penúltimo lugar.
Sintetizando: entre 50 países, o G-25 dos maiores emergentes e o G-25 dos mais avançados, somente um, o Reino Unido, ficou abaixo do Brasil em comparação internacional criteriosamente construída com base em séries históricas dos últimos 20 anos, de 1991 a 2010.
Os números impressionam. A média ponderada dos investimentos produtivos do Brasil nas duas últimas décadas em relação ao PIB foi de 17,7%, muito abaixo da média do G-25 emergente, que atingiu 28,3% no mesmo período. E ficou também abaixo da média do G-25 avançado, que foi de 20,9%.
Essas diferenças se refletiram, naturalmente, no crescimento econômico dos dois grupos. Em valores nominais, o G-25 emergente cresceu expressivamente mais, 7,4% ao ano, contra 3,4 % do G-25 avançado. Com isso, os emergentes ampliaram de 18,3% para 37,8% sua participação no conjunto dos 50 países, mudando a configuração da economia mundial. Mas a posição do Brasil, no G-25 emergente, caiu de 14,1% para 10,6%.
São reconhecidamente favoráveis as condições que o país reúne para alcançar posição de potência mundial
País emergente de alto potencial, o Brasil reúne amplo conjunto de condições para subir no ranking das maiores economias do mundo. Seu peso no Produto Mundial Bruto não é pequeno. A despeito da baixa propensão a investir, o país é a 8ª economia do mundo, com chances de avançar mais uma posição nos próximos três anos. Mas, daí em diante, poderá estacionar se não forem definidas estratégias para substancial aumento da relação entre os investimentos produtivos e o PIB.
Há fundamentos estratégicos para o Brasil não estacionar nesse ranking. São reconhecidamente favoráveis as condições que o país reúne para alcançar posição de potência mundial: dimensão territorial, abundância de capital natural, diversidade de fontes renováveis para produção de energia, cadeias de produção competitivas, base demográfica e dimensões do mercado interno.
Condições institucionais e sócio-econômicas também favoráveis somam-se a esses atributos geoeconômicos. Entre as geralmente reconhecidas como de alta relevância para a expansão dos investimentos, destacamos três. A primeira é o sistema político aberto, democrático, estabelecido desde a primeira metade dos anos 80, focado em objetivos de alcance social, como a melhor distribuição da renda e da riqueza.
A segunda é a emergência de nova classe empresarial, menos atrelada à busca por políticas protecionistas e mais atenta à definição de estratégias competitivas. São visíveis, nas regiões mais dinâmicas do país, o surgimento e a rápida consolidação de novas empresas, com propósitos e projetos estrategicamente orientados para o crescimento.
A terceira condição favorável é a mobilidade sócio-econômica ascendente, que tem se acentuado nos últimos 15 anos e que está levando à consolidação de amplo mercado interno de massas.
Diante desse elenco de boas condições, pode parecer estranho que o Brasil apresente taxas tão baixas de investimentos produtivos em relação ao PIB, comparado com as 50 maiores economias.
As razões estão na estrutura fiscal do país e na inapetência para a condução de três reformas - a tributária, a previdenciária e a administrativa - que, se profundas, poderão gerar condições para ampla expansão da relação investimentos/PIB.
Operando um sistema tributário complexo e excessivo, o setor público capta 40% da renda nacional disponível para investir apenas 1,5% do PIB. Já o setor privado, com os 60% que lhe restam, investe 17%. Se a mesma proporção renda/investimento entre os dois setores fosse mantida, o setor público deveria investir 11,3%. Isso elevaria para 28,3% a relação investimentos/PIB, que, talvez não por mera coincidência, é a média ponderada do G-25 emergente.
Fica claro, assim, que a discrepante propensão ao investimento nos setores público e privado é a condição de maior peso na baixa posição do Brasil no ranking da relação entre PIB e investimentos produtivos.
Uma ampla reforma da estrutura fiscal - alcançando os dois lados do orçamento do setor público, receitas e dispêndios - removeria outras travas dos investimentos, como gargalos em infraestrutura e ônus sistêmicos. Na esteira dessas mudanças, outras condições adversas seriam eliminadas simultaneamente, reorientando-se tanto a estrutura tributária quanto despesas, como as destinadas à educação, à segurança e à viabilização de parcerias público-privadas em grande escala.
É verdade que o governo tem manifestado preocupação com o estímulo aos investimentos, por meio da desoneração tributária e constituindo fundos de longo prazo operados pelo BNDES. Mas há um elenco de outras condições que não podem esperar.
Apesar da complexidade das mudanças necessárias, é possível mobilizar amplo apoio político-institucional para a construção de um novo ciclo virtuoso na história econômica do país, que puxe para cima a relação investimentos/PIB. Se isso não for feito, essa relação estratégica continuará refém do ciclo vicioso que se enraizou e que trava a aceleração do crescimento - uma consequência perversa, não compatível com as aspirações de conduzir o Brasil à posição de potência mundial.
Robson Braga de Andrade é presidente da Confederação Nacional da Indústria[image error]
Published on July 25, 2011 07:12
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